AUDITORIA INTERNA E SUA IMPORTÂNCIA PARA AS ORGANIZAÇÕES

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8040225


Rebeca Araújo de Castro
Orientadora: Me. Zuila Paulino Cavalcante


RESUMO

Este trabalho apresenta o tema Auditoria Interna e sua importância para as organizações, visa mostrar a importância da auditoria interna como um instrumento muito importante dentro de uma entidade. O objetivo geral da pesquisa é evidenciar a importância da auditoria como ferramenta de gestão dentro das organizações. Mais especificamente, esse estudo objetiva especificar os principais benefícios e, analisar a contribuição da auditoria interna para o alcance da eficiência e eficácia organizacional. Traz consigo o conceito, descreve os aspectos fundamentais da auditoria, os benefícios, a diferença entre auditoria interna e auditoria externa, apesar de ambas trabalharem no mesmo âmbito, ambas possuem diferenças, tanto nos seus objetivos quanto em seus procedimentos, e evidencia a importância da auditoria interna como ferramenta de gestão dentro das organizações. Pois é um dos principais meios para a tomada de decisões, através de relatórios e análises que buscam averiguar e trazer melhorias dos controles internos e para os processos de organização de forma a influenciar nas decisões dos gestores e dos investidores. Este trabalho teve como embasamento pesquisas bibliográficas de obras de renomados autores. Conclui-se que a parte da auditoria não exerce autoridade sobre a área que ela audita e assim como não há o poder de tomar decisões essa tomada de decisão é somente dos gestores da empresa, e por fim, cada um precisa ter conhecimento e responsabilidade com seu setor auditado.  

INTRODUÇÃO

A auditoria interna é uma forma de manter a organização financeira, contábil e organizacional de uma entidade. Há em muitas empresas, principalmente empresas de grande porte, vários setores responsáveis por cumprirem atividades complexas e altas demandas, geralmente, nesses casos se tem uma auditoria interna, que pode ser cumprida por uma pessoa responsável, podendo ser particular ou terceirizada. 

Essa pesquisa justifica-se pela necessidade de discernir a importância do processo da auditoria para uma gestão estratégica para a organização, na medida em que esses processos forem necessários para a tomada de decisões, principalmente tais quais correm um maior risco.

Diante do descrito, surge uma questão a ser observada: Como a Auditoria Interna além de examinar diagnósticos, pode, da mesma forma, colaborar para com as organizações em suas tomadas de decisões? 

O objetivo geral deste artigo é apresentar como a auditoria influencia na tomada de decisões de uma empresa pois, a gestão das empresas é um processo bastante amplo e complexo, com isso necessita de uma estrutura de informações, sendo a contabilidade um das principais.  A finalidade para a contratação de uma auditoria e a formulação de uma opinião fundamentada, por isso ela precisa ser específica emitida por um profissional independente.

Este trabalho teve como finalidade a realização de um estudo com o objetivo de compreender a importância da auditoria interna dentro de uma organização.

Dessa forma, este artigo foi estruturado por, introdução: onde se resume e apresenta de modo geral a pesquisa. Logo, para se dar um contexto ao que foi apresentado no referencial teórico foi-se utilizado pesquisas e estudos sobre o tema para que se desse mais ênfase ao assunto proposto. E, por fim, houve a fundamentação e a conclusão da pesquisa.

1 METODOLOGIA

Em relação aos objetivos, o tipo de pesquisa é bibliográfica. O tipo de pesquisa escolhido foi a bibliográfica, pois nesse trabalho abordará o estudo, a análise e a interpretação dos fatos sobre a auditoria interna, onde se caberá às informações como: textos, interpretações e pesquisas perspicazes.

Gil (2002) diz que: “A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. “

Contudo, neste trabalho acadêmico se terá como embasamento fontes de documentações como livros, artigos científicos, teses e sites da internet, visando procurar e obter respostas à pesquisa realizada, assim como também embasamento técnico para tal.

2 REFERENCIAL TEÓRICO. 

2.1 Conceitos e Definições de Auditoria.

Segundo Lins (2014, p. 3) O termo auditoria vem do latim audire, que significa ouvir. No entanto, os ingleses adotaram e estenderam seu significado para auditing, com uma percepção voltada para revisão e verificação. “

De acordo com alguns dados e registros históricos, a auditoria apareceu pela primeira vez na Inglaterra por volta do século XIV, em 1314, onde o governo utilizou o exame periódico e sistemático das contas públicas

O seu surgimento no Brasil se deu após o final da Segunda Guerra Mundial, com a entrada de filiais e multinacionais que vieram da América do Norte e também da Europa. Como no exterior já havia escritórios de auditoria que prestavam serviços para as mesmas, por conta das grandes quantidades de empresas, no Brasil após a entrada dessas empresas as filiais dos escritórios também vieram a acompanhá-las.

Auditoria contábil é o levantamento de dados da organização, pesquisa e análise profunda de transações, processos, operações, rotinas e do levantamento financeiro de uma empresa. Com fundamento na Resolução 820/1997 do Conselho Federal de Contabilidade – CFC, e sua natureza se perfaz em um “”conjunto de procedimentos técnicos que têm o objetivo de emitir um parecer sobre a adequação das demonstrações contábeis, de acordo com os Princípios Contábeis e as Normas Brasileiras de Contabilidade e, quando pertinente, com a legislação específica” (CREPALDI, 2016).

A auditoria tem por sua finalidade fazer a abordagem e análise das informações contábeis e financeiras, é um procedimento interno da empresa, com ênfase em analisar os processos que ocorrem na instituição, a fim de melhorá-los conforme suas respectivas necessidades.  Dessa maneira, essa auditoria ocorre através de diversos procedimentos que visam levantar os aspectos mais relevantes para ajudar na melhora no trabalho e na gestão dos processos. 

A contabilidade é uma matéria crítica, que trabalha com registros de acontecimentos contábeis que interferem no patrimônio da empresa.  Logo, o papel da auditoria é examinar e certificar a veracidade de informações contábeis dos registros feitos pela contabilidade no patrimônio.  

2.2 O Auditor Interno

Segundo Carneiro (2013) “O auditor interno é um poderoso suporte para a administração em responder a suas responsabilidades básicas de supervisão, salvaguarda dos ativos, confiabilidade dos registros financeiros e eficiência das operações, em uma lógica sólida de sistema de controle interno”.

Nesse aspecto, Sueth e Palauro (2016, pag. 10) “O Auditor deve possuir um conjunto de conhecimentos técnicos, experiência e capacidade para as diversas áreas relacionadas com as atividades auditadas; conhecimentos contábeis, econômicos, financeiros; e de outras disciplinas para o adequado cumprimento do objetivo da auditoria – comprovar a legalidade dos atos de gestão e avaliar a economicidade, eficiência e eficácia no desempenho dos objetivos do órgão ou entidade sob exame. Deverá, ainda, ter habilidade no trato com as pessoas e comunicar-se de maneira eficaz. “

Nesta mesma linha de raciocínio eles ainda deixam claro algumas características do auditor interno: 

Comportamento ético 

O prestador de auditoria, a despeito de sua formação profissional, obriga-se, como servidor público, defender os interesses da sociedade, honrar as normas de conduta que regem os servidores, não podendo valer-se da função em vantagem própria ou de terceiros.

Sigilo e descrição

O sigilo profissional é regra determinante na realização da auditoria. O realizador da auditoria é obrigado a somente usar os dados e as informações de seu conhecimento tão exclusivo no cumprimento dos serviços que lhe forem confiados.

Desenvolvimento profissional contínuo 

O procedimento evolucional do realizador da auditoria interna tem de ser instigado para não venha a ser defasado em um futuro próximo. A capacitação contínua, através de pesquisas e/ou cursos oferecidos, tenciona o crescimento qualitativo do pessoal. Da mesma maneira, manifesta-se positiva a inserção de rodízios de trabalho para proporcionar trocas de conhecimentos e o alcance de estágio de conhecimento de maior extensão.

E por fim, conforme o que diz o ISO 9001 da edição 2000, “A seleção dos auditores e a realização das auditorias devem certificar a objetividade e imparcialidade do processo de auditoria. Os auditores não devem auditar o seu próprio trabalho.”

2.3 Princípios Éticos do Auditor 

Um bom auditor se comporta dentro ele se comporta dentro dos padrões éticos, seguindo sempre o máximo possível do que se pede. Para Crepaldi (2002, p.66), estabelecem as exigências do código de ética do auditor: 

I.Subordinação hierárquica;

II.Modo de trabalho (o auditor pede e não exige); 

III.Independência de qualquer política interna encontrada;

IV.Descrição 

V.Observância dos regulamentos internos, normas, instruções e leis;

VI.Comportamento pessoal; 

  • A subordinação hierárquica – aqui deve-se sempre dirigir-se em primeiro lugar aos chefes respectivos, que o encaminharão aos atuais realizadores do serviço 
  • O modo de trabalho –  o auditor precisa ter uma forma de abordagem mais leve, preservando sempre a paz e a cordialidade. Mesmo sabendo que, o auditor tem o poder de fazer cumprir suas exigências. 
  • Independente de qualquer política interna encontrada – neste quesito o auditor precisa ser sensato e não participar de nenhuma política direta e indiretamente da empresa. 
  • Descrição – De uma forma geral o auditor trabalha com documentos, e nesses documentos sempre haverá informações sigilosas, cabe ao auditor manter a discrição e o sigilo absoluto dessas informações.
  • Observância dos regulamentos internos, normas, instruções e leis – é de extrema importância que o auditor esteja sempre atualizado sobre as normatividades de sua profissão para o desenvolvimento de um trabalho mais sério e eficiente. 
  • Comportamento pessoal – o auditor eficiente saberá elaborar suas perguntas e respostas e fazer suas pesquisas com modos e sem exigências descabidas. É oportuno tem um bom relacionamento, desde que não haja algum tipo de exagero

De acordo com o código de ética do da auditoria, são obrigações do profissional de contabilidade: praticar a profissão com zelo, diligência, honestidade e capacidade técnica, em especial os princípios de contabilidade e resguardar os interesses de seus clientes sem prejuízo da dignidade e independências profissionais. 

2.4 Objetivo e Consecução da Auditoria Interna

A Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (ATRICON, Resolução nº 04/2014), ressalta o objetivo da auditoria interna: Atividades e procedimentos de controle incidentes sobre os processos de trabalho da organização com o objetivo de diminuir os riscos e alcançar os objetivos da entidade, presentes em todos os níveis e em todas as funções e executados por todo o corpo funcional da organização. 

A auditoria Interna para Crepaldi (2007, p. 25) “Constitui o conjunto de procedimentos que tem por objetivo examinar a integridade, adequação e eficiência dos controles internos e das informações físicas, contábeis, financeiras e operacionais da entidade”. 

O objetivo ecumênico da Auditoria Interna tem o fim de avaliar e fornecer ajuda a alta administração e solucionar adequadamente problemas inerentes às suas responsabilidades, permitindo-lhes sugestões, críticas construtivas, como também sugestões e esclarecimentos objetivos, com relação ao que foi examinado.

O auditor interno deve, portanto, estar preocupado com qualquer fase das atividades da empresa na qual ele possa ser de ajuda à administração.  Para o alcance destes objetivos, a prestação de serviços para a administração, possuem-se necessidades de desempenho dessas atividades, como: 

  1. Analisar de forma minuciosa, a presunção e aplicabilidade dos controles contábeis, financeiros e operacionais.
  2. Aprimorar a amplificação do cumprimento das condutas, dos objetivos e procedimentos vigentes.
  3. Analisar e delimitar a extensão dos controles referentes à existência dos ativos da empresa e da sua proteção. 
  4. Determinar o nível de confiabilidade, das informações e dados contábeis, composto dentro da empresa.
  5. Analisar a qualidade obtida na execução de atividades estipuladas para alcance de responsabilidades definidas. 
  6. Avaliar os perigos planeados e de negócios. 

2.5  Objetivos e Objeto da Auditoria Contábil 

De acordo com Crepaldi (2013, p. 4), “o objetivo principal da auditoria pode ser descrito como o processo pelo qual o auditor se certifica da veracidade das demonstrações financeiras preparadas pela companhia auditada”.

As possibilidades de mensuração através de dados obtidos pela contabilidade são numerosas, transformar esses dados em informações podem trazer à empresa resultados relevantes e positivos. 

 “As demonstrações financeiras são informações, preparadas por escrito, destinadas a apresentar a situação e a evolução do patrimônio da empresa aos administradores e a terceiros, alheios a ela” (CREPALDI, 2013, p. 17).

A Resolução n. 1.203/09, de 27 de novembro de 2009, do Conselho Federal de Contabilidade, em seu item 3, define que: 

O objetivo da auditoria é aumentar o grau de confiança nas demonstrações contábeis por parte dos usuários. Isso é alcançado mediante a expressão de uma opinião pelo auditor sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com uma estrutura de relatório financeiro aplicável. A auditoria conduzida em conformidade com as normas de auditoria e exigências éticas relevantes capacita o auditor a formar essa opinião (CFC, 2009, p. 3)

A auditoria tem por objetivo a melhora dos processos empresariais como um todo, através de análises abrangentes, com o foco de encontrar erros e fazer melhorias, auxiliando os gestores nos processos de tomadas de decisões com base na situação atual a qual a empresa se encontra. O auditor responsável confirma a veracidade das informações financeiras e dos registros contábeis assegurando que as informações financeiras e de patrimônio informadas aferem com o real, conforme os Princípios da Contabilidade, que são os princípios da: Entidade, Continuidade, Oportunidade, Registro pelo Valor Original, Competência e Prudência. 

O objeto da Auditoria é o patrimônio, com fatos em informações internas por meio do registro contábil e externo perante a confirmação de saldos. Sendo assim, a auditoria tem sobre o objeto, cargo de prevenção trazendo informações dos registros e das demonstrações, determinando a sua autenticidade e transportando segurança para com as pessoas de vínculo com a empresa.

Neste mesmo sentido Crepaldi define o objeto da auditoria como o:

Conjunto de todos os elementos de controle do patrimônio administrado, os quais compreendem registros contábeis, papéis, documentos, fichas, arquivos e anotações que comprovem a legitimidade dos atos da administração, bem como sua sinceridade na defesa dos interesses patrimoniais. A auditoria pode ter por objeto, inclusive, fatos não registrados documentalmente, mas relatados por aqueles que exercem atividades relacionadas com o patrimônio administrado, cujas informações mereçam confiança desde que possam ser admitidas como seguras pela evidência ou indícios convincentes. (CREPALDI, 2004, p. 24),

2.6 Terceirização da Auditoria

O processo de Auditoria Interna pode ser realizado por uma equipe ou pessoa da respectiva empresa, contudo, tratando-se de um mecanismo que irá analisar pessoas e departamentos, o auditor poderá acabar sendo parcial.

Com isso, uma das garantias da terceirização, será a imparcialidade do profissional que vier a realizar o processo de auditoria, uma vez que ele não terá nenhum tipo de vínculo com os funcionários da empresa contratante. Outro fator importante neste processo de terceirização é que o auditor, por ser imparcial não há perigo de comprometer o resultado das análises, estabelecendo que os resultados sejam mais confiáveis e realistas. 

Muitas empresas tem recorrido ao processo de auditoria interna com empresas terceirizadas, pois há muitas vantagens neste tipo de contratação, entre elas: o tempo de experiência e profissionalismo; estar sempre atualizada em relação às mudanças que ocorrem no mercado, e também redução de tempo e custo. 

A auditoria poderá ser realizada por agentes de origem interna ou externa. a) Internas – os responsáveis pela execução são colaboradores selecionados especificamente para tal tarefa. De acordo com a AICPA (2015), a auditoria interna desempenha um papel importante no monitoramento do sistema de controle interno e na realização de sua avaliação para a continuidade da eficácia do controle interno.

Mitoso (2019), diz que Além da melhoria contínua e do aperfeiçoamento do Processo de Gestão da Qualidade, podemos citar como benefícios das auditorias em:

  1. Torna o processo interno mais compreensível
  2. Identifica os erros propondo melhorias 
  3. Trabalha e fortalece a administração corporativa
  4. Proporciona melhor transparência na gestão

2.7 Vantagens da Auditoria Interna 

Franco e Marra (2007) evidenciam que “a vantagem da auditoria interna é a existência dentro da própria organização, de um departamento que exerce o permanente controle prévio, concomitante e consequente de todos os atos da administração”.

Além do mais, a empresa que tem uma auditoria interna presente, acaba passando mais confiança para os seus acionistas e investidores. No mais, ela também serve para prevenir o desfalque por parte dos funcionários, quando o indivíduo se apossa de um bem, e acaba não modificando os registros, é o que se chama de desfalque temporário, ou quando o funcionário deve um bem e modifica os registros, que é o desfalque permanente. Diante disto a empresa pode tomar as devidas providências antes que se tenha um prejuízo devido a essa má conduta. 

De acordo com Furtado (2009, P. 27), as principais vantagens da auditoria interna são:

1) Fiscalizar a eficiência dos controles internos; 2) Assegurar maior correção dos registros contábeis; 3) Opinar sobre a adequação dos demonstrativos contábeis; 4) Dificultar desvios de ativos e pagamentos indevidos; 5) Contribuir para a obtenção de melhores informações sobre a real situação da entidade; 6) Apontar falhas na organização administrativa e nos controles internos; 7) Garantir maior atenção e rigor dos funcionários contra erros e evita fraudes. 

  1. Aplicação da eficiência dos controles internos: É responsável por garantir eficácia nos procedimentos das rotinas de trabalhos estabelecidas. 
  2. Assegura maior precisão dos registros contábeis: Previne problemas relacionados à fraude e irregularidade fiscal
  3. Fornece opiniões sobre a adequação das demonstrações contábeis: Neste caso, para manifestar essa opinião, a auditoria deve ser independente em no que se refere à entidade que será auditada, e deve desempenhar procedimentos para obtenção de evidências que suportem sua opinião. 
  4. Aumenta a confiabilidade da empresa: A auditoria interna é uma das maneiras de aumentar a confiança dos clientes. Pois trabalha com a confiança de que é um trabalho sério e comprova isto através de seus resultados apurados 
  5. Colabora para o alcance de maiores informações sobre a situação real da entidade: Através dos resultados obtidos é feito um estudo sobre como a empresa seguirá mediante qualquer resultado obtido. 
  6. Aponta falhas na organização administrativas e nos CIs

As vantagens da auditoria interna variam de acordo o área de atuação, o tamanho e as particularidades da sua organização.

2.8 A Auditoria Interna e Sua Importância nas Organizações.

O papel da auditoria interna faz uma prestação de análises ao investigar e mencionar sobre a aplicação dos processos governamentais, gerenciais de riscos e como também, de controle, desenvolvidos com o objetivo de ajudar a entidade a atingir seus objetivos planejados.

A auditoria é uma técnica contábil que tem o objetivo de apontar e examinar os elementos que estão em desconformidade com os fins da empresa e com os ordenamentos jurídicos vigentes existentes, visando detectar erros e fraudes existentes nas demonstrações contábeis e falhas identificadas nos procedimentos de controle interno da entidade. Os procedimentos de auditoria são elaborados e executados conforme as normas usuais de auditoria e as técnicas de auditoria necessárias. (Fálico e Barbosa, 2015)

Com diversos fatores de avaliação de auditoria interna, além de instruir no processo decisório da gestão, traçam pontos de estratégias inovadoras. Através de suas técnicas a contabilidade examina e provê informações sobre as alterações do patrimônio. Dentre essas técnicas está a auditoria, com o objetivo de aferir os registros contábeis, seu principal em especial é comprovar se os registros contábeis transmitem veracidade.

Possui grande importância organizacional, pois:

  1. Contribui para preponderância da precisão das demonstrações contábeis;
  2. Possibilita o conhecimento sobre a atual situação tanto econômica como patrimonial das organizações;
  3. Garante maior precisão dos resultados coletados;

Vale ressaltar, junto a isto que, a atuação da auditoria interna é com vínculo empregatício, sendo realizada por um auditor da própria empresa.

2.9 Avaliação de Controles Internos 

O objetivo do controle interno é deter ação preventiva antes que ações impróprias, incorretas e erros possam vir a trazer algum malefício contra os princípios da organização. A palavra “controle” vem do francês controle, que significa monitoração, fiscalização.

Sobre o controle interno, o Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission (Coso) diz que:

[…] O controle interno não é um processo em série, mas um processo dinâmico e integrado. A estrutura se aplica a todas as entidades grandes, médias, com e sem fins lucrativos, e agências públicas. Cada organização, no entanto, pode optar por implementar o controle de forma distinta. Por exemplo, o sistema de controle de uma pequena entidade pode ser menos complexo e estruturado, mas ainda assim eficaz. (COSO, 2013, p. 08).

Sendo assim, dentro de uma entidade os controles internos tem tamanha importância, auxiliando a administração, dando suporte e maior fidedignidade aos seus processos contábeis. E, é por meio deste setor que se obtém o registro final de todos os dados e departamentos da empresa.

A importância do controle interno se dá: A partir do momento em que se verifica que é ele que pode garantir a continuidade do fluxo de operações com as quais convivem as empresas. Nesse contexto, a contabilidade dos resultados gerados por tal fluxo assume vital importância para os empresários que se utilizam dela para a tomada de suas decisões. Com isso, pode-se entender que toda empresa possui controles internos, sendo que em algumas elas são adequados e em outras não. A diferenciação entre uma e outra pode ser feita ao analisar-se a eficiência dos binômios operações/informações x custos/benefícios.  (CREPALDI, 2004, p. 249)

Segundo a Coleção Seminários CRC-SP / Ibracon (Controles internos contábeis e alguns aspectos de auditoria 2000, p.61-62) os princípios de controle interno correspondem a medidas saneadores que devem ser adotadas pela empresa e usualmente são as seguintes: 

  1. A responsabilidade deve ser delimitada. Se não houver delimitação cabível a responsabilidade, o controle será inapto; 
  2. A contabilização e as ações precisamente ditas têm de ser segregadas. Nenhum pessoal, setor ou departamento deve desempenhar uma posição na qual tenha controle contábil e, simultaneamente, a gestão das operações a qual geram os lançamentos contábeis. Ainda que sendo num ambiente eminentemente informatizado a colocação dos dados no sistema seja feito pelo devido departamento que efetuou a operação, é o departamento contábil que tem de deter o controle final da contabilização dessa transação;
  3. Devem ser empregadas provas livres para comprovar que as operações e a contabilidade estão registrada de forma exata; 
  4. Nenhuma pessoa deverá ter integralmente sob sua obrigação uma transação comercial;
  5. Quando possível, devem existir rotação entre os empregados denominados para cada trabalho; a rotação determina as oportunidades para que se cometam fraudes e, frequentemente, resulta em novas ideias de sistemas ou organização; 
  6. Devem ser obrigatórias as férias para pessoas que ocupam cargos importantes; 
  7. Todas as instruções devem ser feitas por escrito. Os manuais de procedimento fomentam a normalização, evitam erros e garantem a qualidade dos processos;
  8. Deve ser efetuado o confronto das contas analíticas com a sintética, visando a conferência dos saldos; 
  9. Estruturação das operações de forma tal que duas ou mais pessoas ou setores participem de cada transação e que o trabalho de um sirva como prova para o trabalho de outro. Essa segregação de funções não só aumenta a eficiência das operações, como também indica prontamente qualquer erro casual ou intencional que apareça no processo operacional ou contábil. A prevenção e a pronta detecção de erros são essenciais para uma administração eficiente.

Nessa condição, há destaque do auditor, cujo olhar técnico é de suma importância, para a consideração do sistema de controle interno, a fim de declarar se os sistemas apresentam fragilidades ou não. Sendo assim, a avaliação pode ser tanto qualitativa como quantitativa. Uma vez quantitativa, as empresas estabelecem metas para qualificar os controles definindo o nível de sua existência. 

2.10 Auditoria Interna e a Auditoria Externa

Crepaldi (2004, p.100), explica a primeira criação da auditoria interna: “A mais remota referência a atividades qualificáveis como de natureza da auditoria interna é da Worshipful Pewters Co. Tal entidade, em 1854, nomeou quatro de seus membros para examinar suas contas (logo, auditoria interna contábil) e o desempenho dos demais na extração, transporte e venda de minério (logo, auditoria interna operacional) “

As auditorias tanto internas quanto externas são bastantes diferentes, o que de fato marca essa diferença é que as auditorias internas não são regulamentadas, e por isso, podem ser aplicadas de forma mais flexível. Enquanto que a auditoria externa cria um certo controle e aprimora a imagem pública de uma empresa.

Para Santos et al (2006, p. 49), auditoria externa é definida como: 

Constitui o conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão do parecer sobre a adequação das demonstrações contábeis, apontando se essas representam a posição patrimonial e financeira, o resultado das operações, as mutações do patrimônio líquido e as origens e aplicações de recursos da entidade auditada consoante os princípios fundamentais de contabilidade e as normas brasileiras de contabilidade. 

Apesar de que, a auditoria externa e interna sejam complementares, ambas seguem enfoques diferentes, não havendo assim, nenhum tipo de competição ou mesmo algum tipo de conflito.

Conforme os anos vão se passando tudo em nossa volta vai se expandido, como por exemplo a tecnologia. Assim, também, o avanço econômico-financeiro e o aprimoramento das grandes empresas. Com isso faz-se necessária a auditoria.

Conforme a NBC TA 610, a função de auditoria interna é a atividade de função estabelecida ou cedida como um trabalho para a organização. Suas funções incluem, dentre outras: exame, avaliação e monitoramento da adequação e efetividade do controle interno.” 

Para uma fácil compreensão sobre a diferença entre a Auditoria Interna e a diferença de Auditoria Externa, segue quadro comparativo resumindo suas diferenças 

Auditoria InternaAuditoria Externa
Existe vínculo empregatício; Compreende exames, análises de avaliações, levantamentos e comprovações, analisa a integridade e a veracidade dos fatos contábeis, adequação, eficácia, eficiência e economicidade.Não existe vínculo empregatício
Emite exame das demonstrações contábeis, emitir opiniões sobre as demonstrações, emite parecer.

Quadro 1 – Diferença de Auditoria Interna e Auditoria Externa 

Fonte: Adaptado pela autora com base em Prof. Ibraim Lisboa, 2015 

2.11 Modalidades de Auditoria Interna

Há diversos tipos de auditoria, abaixo estão listadas algumas delas e suas características, a empresa precisa verificar qual o modelo se encaixa no tipo de auditoria que deseja realizar. Segundo Gass (2016), as auditorias internas podem ocorrer nas seguintes modalidades: a) contábil ou financeira, b) operacional, c) de sistemas, d) qualidade e, e) gestão.

  1. Auditoria contábil e financeira 

Visa assegurar e dar veracidade das demonstrações contábeis, por seus princípios contábeis serem geralmente aceitos.

  1. Auditoria operacional

Tem o foco de aperfeiçoar a eficácia dos sistemas operatórios da empresa, também, como minimizar os custos, através de objetivos traçados pela gerência da empresa.

  1. Auditoria em sistema e processamento eletrônico de dados 

O auditor interno deve dominar conhecimento suficiente dos recursos de PDE e dos sistemas de sua entidade. Assim, avaliando e planejando adequadamente seu trabalho.

  1. Auditoria de Qualidade

O objetivo dessa atividade é promover a qualidade e apoiar a gerência do órgão a ser auditado, verificando se as normas, os padrões, métodos e procedimentos operacionais estão sendo cumpridos da forma correta. 

  1. Auditoria Gestional

Nesse campo, a ação da auditoria gestacional tem seu foco dominante nas análises de custo/benéfico, riscos, nas tomadas de processos decisórios 

Podemos então dizer que são todos os outros tipos de auditoria, as necessidades que atendem particularidades de uma entidade.

Isso posto, a função do auditor é avaliar e analisar metodicamente as atividades elaboradas em um departamento específico ou abrangentemente na instituição. Desta forma, pode ser fragmentada em auditoria externa e interna, operacional, contábil, financeira 

O papel de um auditor é examinar sistematicamente as tarefas executadas em um setor específico ou na instituição em geral. Assim, ele pode ser dividido em auditoria interna e externa, operacional, contábil, financeira e outras.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 

A pesquisa teve como temática a importância da auditoria interna para com as organizações, comprovando que a auditoria desempenha um papel primordial na empresa, para que ela continue a crescer e para que haja seguridade na área do mercado de trabalho.

Analisamos que o auditor interno, no que se difere do auditor externo, ambos atuam de forma não competitiva, o auditor interno também possui um vínculo empregatício e não possui poder de ordem, sendo assim não podendo emitir sua opinião, mas levantar a veracidade dos fatos analisados. 

Assim também concluímos que a auditoria interna e os controles internos trabalham juntos, e os mesmos não possuem e não devem ter responsabilidades sobre os controles administrativos. 

Compreendemos que para se obter excedo em uma auditoria, o auditor deve realizar seu planejamento, onde descreve todos os serviços que executará e demonstrará quais os testes que melhor se aplicam à empresa auditada, visando sempre obter melhores resultados que ajudem a administração da empresa a resolver seus problemas e evitar que erros possam acontecer com maior frequência, aumentando assim sua eficiência. Para que melhorias ocorram na empresa, é essencial que a empresa tenha conhecimento da significância deste controle dentro da organização, contribuindo para o planejamento realizado pelo auditor com uma definição bem definida e útil para a empresa. 

Compreendemos também que, a auditoria quando bem executada ela se torna um sistema de controle e planejamento que se tornam cruciais para seus gestores, por conter informações valiosas se tornando então, uma chave para a solução de muitos problemas.

Assim, podemos concluir que a auditoria interna tem grande importância para as organizações, sendo meio crucial que ajuda a administração na área financeira a mudar competitivamente no mercado de trabalho, tornando-se um mecanismo capaz de fornecer segurança e apoio a seus gerentes.

REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO

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