POTENTIAL OF TURMERIC AS A DIETARY SUPPLEMENT FOR ATHLETES
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7995280
Anny Beatriz Lobo Bastos¹
Andréa Bittencourt de Santana Teixeira²
RESUMO:
O uso de suplementação para realização de atividades físicas é uma prática comum e antiga. Todavia, em tempos atuais, cada vez mais se buscam suplementações que permaneçam dentro do limite do que é saudável e indicado, ou seja, os recursos naturais se tornam ainda mais utilizados. A cúrcuma é uma especiaria da Ásia que pode ser encontrada em diversos locais do Brasil e quase em todos os pratos de todos os brasileiros. Esta, que mundialmente se apresenta desde a bebida até a cosmética, também é considerada através de estudos como uma suplementação eficaz para atletas devido seu efeito antioxidante que promove equilíbrio frente às lesões por esforço que ocorrem no atletismo.
Palavras-chave: Cúrcuma. Suplementação Alimentar. Atletas. Treinamento Físico.
ABSTRACT:
The use of supplements to perform physical activities is a common and ancient practice. However, these days, more and more supplements are being sought that remain within the limit of what is healthy and indicated, that is, natural resources are used even more. Turmeric is an Asian spice that can be found in many places in Brazil and in almost every dish for every Brazilian. This, which is presented worldwide from drinks to cosmetics, is also considered through studies as an effective supplement for athletes due to its antioxidant effect that favors balance against stress injuries that occur in athletics.
Keywords: Turmeric. Food Supplementation. Athletes. Physical training.
Resumen:
El uso de suplementos para realizar actividades físicas es una práctica común y antigua. Sin embargo, en los tiempos que corren, cada vez se buscan más suplementos que se mantengan dentro del límite de lo saludable e indicado, es decir, se aprovechan aún más los recursos naturales. La cúrcuma es una especia asiática que se puede encontrar en muchos lugares de Brasil y en casi todos los platos de todos los brasileños. Este, que se presenta a nivel mundial desde bebida hasta cosmética, también es considerado a través de estudios como un complemento eficaz para deportistas por su efecto antioxidante que favorece el equilibrio frente a las lesiones por estrés que se producen en el atletismo.
Palabras clave: Cúrcuma. Complementación Alimentaria. Atletas. Entrenamiento físico.
INTRODUÇÃO
O uso de suplementos esportivos é amplamente estendido tanto em diferentes modalidades esportivas competitivas quanto em centros de musculação e fitness, com o escopo desses produtos crescendo cada vez mais. Sabe-se que o desempenho esportivo de uma pessoa é influenciado por sua dieta e hidratação. Os auxílios ergogênicos podem ser melhores descritos como qualquer manobra ou método – nutricional, físico, mecânico, psicológico ou farmacológico – que tenha por objetivo aumentar a capacidade de realizar trabalho físico e melhorar o desempenho. Existem muitas classificações de ajudas ergogênicas, no entanto, não existe um padrão. Entre as classificações mais difundidas está a de Williams, que classifica os auxílios ergogênicos em mecânicos, psicológicos, farmacológicos, fisiológicos e nutricionais (SILVA; DOS SANTOS VARGAS; LOPES, 2017).
Silva et al (2017), refere que o termo auxílio ergogênico faz jus aos produtos cujo objetivo principal é obter melhora do desempenho esportivo, podendo ser apresentados como medicamentos ou como suplementos dietéticos.
As substâncias usadas especificamente para aumentar o desempenho nos esportes são comumente denominadas como suplementos esportivos. Entre estes grupos encontramos suplementos alimentares, preparados especificamente para complementar a dieta para fins saudáveis e contribuem para a manutenção ou proteção dos estados fisiológicos, sendo os mais consumidos carboidratos, proteínas e aminoácidos, lipídios, vitaminas, minerais e substâncias de origem vegetal. Deve-se levar em consideração que a forma de apresentação desses suplementos é variada, seja na forma de alimentos sólidos, seja na forma de bebidas, seja na forma concentrada e dosada.
Os avanços tecnológicos e científicos originaram um aparecimento no mercado de uma grande variedade de suplementos esportivos e alimentares para melhorar o desempenho físico. Isso, aliado ao aumento da competitividade e das demandas esportivas, pode estimular os jovens a utilizá-los. No entanto, nem todos os suplementos vendidos em academias e lojas especializadas se mostraram eficazes. Além disso, levando em consideração que praticamente todos os suplementos têm efeitos benéficos e prejudiciais se não ingeridos de maneira adequada, é importante que seu uso seja correto e orientado por um profissional que se preocupa com a saúde dos atletas (MOREIRA; RODRIGUES, 2014).
Os suplementos nutricionais para praticantes de esportes são destinados a um grupo populacional específico que pode ter necessidades nutricionais diferentes dependendo de vários fatores (intensidade e duração do exercício, disciplina esportiva, época da temporada, idade, forma física do que faz parte, ambiente externo, etc.). Seu objetivo é ajudar a atender às necessidades nutricionais específicas dessas pessoas, tanto para manter uma boa saúde quanto para melhorar e maximizar seu desempenho atlético. Esse objetivo pode ser alcançado por meio de produtos que ajudam a atender ao aumento das necessidades de energia e nutrientes, fornecem fluidos e elementos perdidos durante a atividade física e facilitam a obtenção de hidratação adequada e recuperação ideal após o exercício. Esses produtos devem ser de máxima segurança e qualidade e, claro, livres de qualquer substância proibida na prática esportiva (NABUCO; RODRIGUES; RAVAGNANI, 2016).
Nesse sentido, a pergunta desta pesquisa é: Quais os efeitos da suplementação alimentar com cúrcuma para atletas praticantes de exercícios físicos?
Desta forma, mediante aos fatos apresentandos, objetivo deste estudo foi, através de uma revisão integrativa, identificar os efeitos da suplementação alimentar com cúrcuma em atletas praticantes de exercícios físicos.
MÉTODOS
Trata-se de uma revisão integrativa, de cárter descritivo onde foram considerados artigos de pesquisa originais publicados anteriormente que apresentaram estudos longitudinais, randomizados e não randomizados, que abordaram a suplementação alimentar em praticantes de exercícios físicos, e que foram publicados nos últimos 10 anos, em inglês e português. Estudos em animais, artigos de revisão e estudos transversais correlacionais que não envolviam a prática de exercício físico regular por atletas e o uso de cúrcuma, foram excluídos.
Os seguintes bancos de dados eletrônicos foram pesquisados: LILACS, MEDLINE e PUBMED (acessados via biblioteca virtual da saúde – BVS), Scielo e Web of Science. O banco de dados BVS foi selecionado porque contém mais de 23 milhões de citações da literatura biomédica, revistas de ciências da vida e livros on-line. A pesquisa foi realizada de agosto a setembro de 2021.
As palavras-chave e operadores booleanos utilizados na estratégia de busca foram: “suplementação alimentar” E “cúrcuma” E OU “atleta”, “exercício físico” OU “atividade física”.
RESULTADOS
Inicialmente foi realizada leitura breve do título e resumo, para seleção dos artigos que cumpriam os critérios de inclusão, seguido de uma leitura minuciosa e extração de dados principais, e por fim, realizada a apresentação das informações sobre os exercícios físicos e fisioterapia motora utilizados.
Dos 276 artigos encontrados pela combinação de descritores entre os anos de 2013 e 2023, 30 foram selecionados para leitura dos resumos e, apenas, 15 artigos foram incluídos para análise descritiva dos dados. Na Figura 1, descrevemos a estratégia de seleção dos artigos sobre o tema em questão.
Primeiramente foram excluídos 251 artigos pelo título deles, onde o foco não era a a cúrcuma como suplemento alimentar para atletas. Foram lidos os resumos de 30 artigos, onde 15 foram selecionados, pois 15 deles não focavam no tema em questão ou não possuíam o texto completo, eram relatos de casos ou estudos qualitativos.
Figura 1: Estratégia de seleção dos artigos sobre o tema em questão
DISCUSSÃO
Neste capítulo são abordadas as principais características da cúrcuma, sua composição química, além de uma breve descrição dos polifenóis, suas propriedades funcionais e antioxidantes, focando na curcumina e seu uso como suplementação alimentar por atletas.
A origem da cúrcuma está na região sul da Ásia. Esta especiaria hoje é amplamente cultivada na Ásia e em algumas áreas da África, sendo a Índia um dos países que mais cultiva esta planta, particularmente em lugares como Punjab, Bengala Ocidental, Maharashtra, Karnataka, Tamil Nadu e Kerala. A cúrcuma é uma planta herbácea perene, que cresce a uma altura entre 50 e 100 cm. As folhas de cúrcuma têm um tom esverdeado claro, enquanto as flores são de várias cores. No que diz respeito ao rizoma, tem um aspecto semelhante ao rizoma do gengibre (Zingiber officinale), cuja diferença reside na tonalidade do interior, que no caso do açafrão corresponde a uma cor amarelo-alaranjada (figura 1) (MARCHI et al., 2016).
Figura 1: Aspecto da cúrcuma (Cúrcuma longa)
Fonte: MARCHI et al. (2016).
Dentre os compostos fitoquímicos presentes na cúrcuma, destacam-se os curcuminoides, que correspondem a compostos formados por dois anéis aromáticos unidos por uma cadeia alifática. Além do exposto, pode-se citar a presença de terpenoides (principal componente do óleo), flavonoides, ácidos orgânicos e fenóis (DE CASTRO VIERO; DOMBROWSKI, 2022).
Os curcuminóides correspondem a um grupo de compostos fenólicos presentes na cúrcuma, cujo principal composto é a curcumina. Além da curcumina, dois outros tipos de curcuminóides estão presentes na cúrcuma, chamados desmetoxicurcumina e bisdemetoxicurcumina. A curcumina é um composto fenólico que possui dois anéis aromáticos ligados por uma cadeia alifática (Figura 2), diferencia-se dos outros dois curcuminóides pela presença de dois grupos orto-metoxi (a demetoxicurcumina possui um grupo orto-metoxi, enquanto a bisdemetoxicurcumina não possui este grupo funcional), sua fórmula química é C21H20O6 com peso molecular de 368,91 g/mol e temperatura de fusão correspondente a 183°C. Este composto é insolúvel em água e solventes orgânicos apolares (hexano, heptano, etc.); porém, é solúvel em solventes orgânicos polares, como metanol, etanol, acetona, entre outros (SILVA; BIEGELMEYER, 2020).
Figura 2: Estrutura química da curcumina.
A curcumina é estável à temperatura ambiente (25°C) quando protegida da luz solar (radiação UV). Quando a curcumina é exposta à luz solar, ela se degrada em compostos como ácido ferúlico e ácido vanílico. Em relação à estabilidade térmica, foi demonstrado que um processo térmico a 90°C por 6 horas degrada cerca de 20% da cor fornecida pela curcumina (MARCHI et al., 2016).
A cúrcuma, em países como a Índia, é utilizada para o tratamento de feridas, doenças reumáticas distúrbios biliares. Nos EUA sua aplicabilidade se relaciona com corantes, conservantes, molhos e demais alimentos, assim como na Chica. Na Malásia e Tailândia se insere com maior facilidade no mercado de cosméticos enquanto na Coréia é utilizada em bebidas. De forma multifacetada, a curcuma se apresenta em todos os países exercendo inúmeros papéis essenciais para o bem estar e saúde.
Os polifenóis são os antioxidantes mais abundantes em nossa dieta. Constituem um dos grupos de substâncias mais numerosos e amplamente distribuídos no reino vegetal, como em oleaginosas, cereais, vegetais, folhas, raízes, especiarias, ervas, bebidas como chá e vinho, com mais de 8.000 estruturas fenólicas conhecidas atualmente. Sua presença nos tecidos vegetais é importante para seu crescimento e desenvolvimento, proporcionando um mecanismo de defesa contra infecções e lesões. Os polifenóis do ponto de vista bioquímico são conhecidos como metabólitos secundários de plantas, substâncias fitoquímicas ou fitonutrientes. Existem várias classes e subclasses de polifenóis que são definidas com base no número de anéis fenólicos que possuem e nos elementos estruturais que esses anéis apresentam. A principal característica estrutural é ter um ou mais grupos hidroxila (-OH) ligados a um ou mais anéis benzênicos (CARDOSO; JACKIX; PIETRO, 2016).
São classificados em quatro grupos:
(i) Ácidos fenólicos (ácido gálico, ácido cafeico, ácido cumárico, curcumina);
(ii) Flavonoides (quercetina e catequina);
(iii) Estilbenos (resveratrol);
(iv) Óleos voláteis (eugenol, carvacrol, timol e mentol).
Os principais subgrupos de compostos flavonoides são: flavonóis, flavonas, flavanonas, isoflavonas, antocianidinas e flavonóis (PERES; VARGAS; DE SOUZA, 2015).
Os alimentos contêm uma mistura complexa de polifenóis e existem muitos fatores ambientais, como luz, grau de maturidade ou grau de conservação, que podem afetar o conteúdo total. O clima (exposição ao sol, chuvas etc.) ou fatores agronômicos (diferentes tipos de culturas, produção de frutas pela árvore, etc.) desempenham um papel fundamental. A exposição à luz é um dos principais fatores determinantes para determinar o teor da maioria dos polifenóis. O grau de conservação também determina o teor de polifenóis facilmente oxidáveis, afetando a cor e as características organolépticas dos alimentos. O armazenamento a frio não afeta o teor de polifenóis. O conteúdo de polifenóis nos alimentos também é influenciado pelos métodos culinários de preparação (SILVA; BIEGELMEYER, 2020).
Muitos dos efeitos biológicos dos polifenóis têm sido atribuídos ao seu grande potencial antioxidante, uma vez que esses compostos podem proteger os constituintes das células contra os danos oxidativos, limitando o risco de doenças crônicas como doenças cardíacas, diferentes tipos de câncer e doenças neurológicas como Alzheimer e Parkinson (CARDOSO; JACKIX; PIETRO, 2016).
A capacidade de usar oxigênio deu aos humanos o benefício de poder metabolizar gorduras, proteínas e carboidratos para obter energia. O oxigênio é um átomo potencialmente reativo que é capaz de produzir radicais livres, moléculas que possuem um ou mais elétrons desemparelhados e que se comportam como altamente reativos até obterem o(s) elétron(s) faltante(s) para se conformarem estáveis (PERES; VARGAS; DE SOUZA, 2015).
Dada a sua estrutura química, os polifenóis são capazes de doar elétrons para espécies oxidantes, capturando radicais livres e quelando íons metálicos. Os radicais livres mais abundantes são aqueles derivados da molécula de oxigênio e, juntos, são chamados de espécies reativas de oxigênio (ROS). Os diferentes tipos de ROS incluem: radical hidroxila, radical ânion superóxido, peróxido de hidrogênio, oxigênio singlete, radical óxido nítrico, peróxidos lipídicos, entre outros. Essas moléculas são capazes de reagir com lipídios de membrana, ácidos nucléicos, proteínas e enzimas e outras moléculas pequenas, resultando em danos celulares (CARDOSO; JACKIX; PIETRO, 2016).
As ROS são geradas por uma série de vias:
i) Como consequência do metabolismo aeróbico normal: aproximadamente 90% do oxigênio utilizado pela célula é consumido pelo sistema mitocondrial de transporte de elétrons;
ii) Por fagocitose (linfócitos do sangue) como parte do mecanismo pelo qual bactérias e vírus são atacados por linfócitos e proteínas estranhas (antígenos) são desnaturadas; iii) pelo metabolismo dos xenobióticos, ou seja, pela desintoxicação de substâncias tóxicas (SILVA; BIEGELMEYER, 2020).
Os compostos fenólicos, do grupo dos curcuminoides presentes na cúrcuma, são responsáveis pela cor amarelo-alaranjada da cúrcuma, compreendendo 2-9% da planta. Em uma proporção maior de 77% está o diferuloilmetano (curcumina I), seguido por 17% de demetoxicurcumina (curcumina II), 3% de bisdemetoxicurcumina (curcumina III) e a ciclocurcumina atualmente descoberta. Além dos curcuminóides pertencentes ao grupo de compostos não voláteis, há 0,1% de açafrão (peptídeo solúvel em água) (SANTANA; DOURADO; BIESKI, 2018).
O rizoma de cúrcuma também possui óleos voláteis em no máximo 5%. São esses compostos terpenóides que dão a esse rizoma seu aroma característico. Apresenta uma grande variedade de sesquiterpenos cetônicos característicos da espécie, como ar-turmerona, os isômeros α-turmerona e β-turmerona e zingibereno. Também contém cariofileno, ar-curcumeno, bisaboleno e βsesquifelandrenendreno. Esses sesquiterpenóides são moléculas antioxidantes poderosas, perdendo apenas para os curcuminoides (SILVA; BIEGELMEYER, 2020).
Efeitos da suplementação de curcumina em atletas
Embora poucos sejam os estudos que apontem está função, acredita-se que a cúrcuma e seus antioxidantes se apresentem como contribuintes para reparação muscular através de eventos celulares adaptativos que reduzem o estado oxidativo e inflamatório do músculo (PINTO, 2020).
Benevita 2019 cita um estudo americano publicado que afirma que a cúrcuma apresenta potencial redutor das dores promovidas através da dor muscular tardia (DMT), o que melhora a recuperação física do atleta após seus treinos e competições. Tal pesquisa foi realizada com 20 atletas durante 14 dias, onde um grupo de 10 atletas ingeriu 2,5g de curcumina duas vezes ao dia durante este período e o outro grupo ingeriu placebo. Os resultados avaliando desempenho e resposta após a lesão foram satisfatórios a utilização da cúrcuma. Destaca-se além da redução de dor, a redução da atividade da creatina quinase, o que justifica a ausência de lesões musculares.
No Brasil, a Universidade Federal de Goiás (UFG) também promoveu um estudo sobre o potencial da cúrcuma em atletas: Um grupo se maratonistas foi submetido avaliações pelo grupo Fanut através de testes físicos e exames para o metabolismo, estando estes recebendo suplementação a cerca de um mês. Os resultados do estudo acompanham os demais, sendo nítida a redução de dores e lesões locais mediante ao esforço repetitivo e fadiga muscular (UFG, 2015).
O mecanismo da dor e a inibição pela Curcumina
Em condições normais, a musculatura lisa e estriada já promove de forma fisiológica espécies reativas de oxigênio. Durante a realização de atividades de alto impacto e grande esforço esta produção sofre uma elevação considerável. Esse processo tem extrema importância para a adaptação das fibras em exercícios aeróbicos e anaeróbicos. Considera-se que quando a produção de espécies reativas sobrepõe a capacidade antioxidante de neutralização, o risco de danos musculares aumenta de forma significativa e consequentemente sua inflamação e tempo de recuperação também são agravados. A dor muscular é acompanhada, comumente, da rigidez do músculo. Surgindo após o término do exercício e se prolongando por horas, e tais efeitos apresentam severo potencial de limitação para as atividades diárias exercidas pelo atleta (CARVALHO; HOLOFEU, 2019).
O estímulo mecânico induz a produção de espécies reativas de oxigênio para impulsionar a resposta inflamatória, que tem por função regular o estresse oxidativo e a inflamação, de forma geral, ativa-se a transcrição NF-kB. Durante a realização do exercício de alto impacto ocorre uma resposta imune adaptativa através das células T que formam glicoproteínas denominadas citocinas que realizam o controle do processo pró-inflamatório (PEZZINI; et al, 2020).
Uma resposta sistêmica leve é impulsionada através do exercício de intensidade moderada, aumentando os índices de citocinas inflamatórias como TNF-α. Uma cascata sinalizadora citoplasmática é gerada através das interações celulares até chegar ao núcleo, impulsionando fatores de transcrição que determinam os genes que devem ser transcritos (PEZZINI; et al, 2020)
Os fatores de transcrição podem ser considerados como as proteínas responsáveis pela regulação da transcrição genética. Estas surgem por meio de um código, geram um sinal a enzima RNA polimerase 2 que induz a produção de uma nova proteína. Os fatores de transcrição NF-κB são os intermediadores da transcrição de citocinas, sua ativação é gerada por imunomoduladores como: mediadores de imunidade e espécies reativas de oxigênio (CARRIÇO, 2021).
A curcuminina realiza a inibição da atividade da enzima quinase IκB, atenuando a expressão de NF-κB, ou seja, após uma atividade extenuante, a curcumina pode ser capaz de auxiliar no processo de recuperação (CARRIÇO, 2021).
CONCLUSÃO
A cúrcuma é conhecida por integrar boa parte das mesas de famílias brasileiras e, a nível mundial, se encontra em diversos âmbitos exercendo várias funções. É um recurso alimentar natural que auxilia na vida daqueles que optam por uma alimentação balanceada e saudável.
Seu uso, especificamente por atletas, vem sendo estudado nos Estados Unidos e no Brasil nos últimos 8 anos pelo atletismo e pelos nutricionistas e nutrólogos. Foi descoberto, mediante a estes estudos, que além de um recurso alimentar a ingestão regular da cúrcuma também promove melhoras na saúde física, reduzindo os níveis de inflamações muscular causados por esforços de alto impacto de forma repetitiva.
Com isto, conclui-se que o uso regular de cúrcuma no cardápio de atletas apresenta benefícios que podem resultar em melhores performances para sua carreira e maior qualidade de exercicio pois, além de promover redução dos níveis de inflamação, a curcuma também promove redução dos danos de longo prazo.
REFERÊNCIAS
CARRIÇO, Carolina. Plantas medicinais com propriedades anti-inflamatórias. Universidade de Lisboa. Mestrado em Farmácia. 2021.
CARDOSO, Joseane; JACKIX, Elisa; PIETRO, Luciana. O papel dos polifenóis. J. Health Sci. Inst . V, 34. N,4. 2016.
CARVALHO, Rafael; HOLOFEU, Ana. Suplementação de curcumina como reparador de dano muscular induzido pelo exercício. Revista Brasileira de Nutriçao Esportiva 13 (82), 998-1008, 2019
MOREIRA, Fernanda; RODRIGUES, Kelly. Conhecimento nutricional e suplementação alimentar por praticantes de exercícios físicos. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. V, 5. N, 20. 2014.
NABUCO, Hellen; RODRIGUES, Vanessa; RAVAGNI, Christiane. Fatores associados ao uso de suplementos alimentares entre atletas: Revisão sistemática. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. V, 5. N, 22. 2016.
PEZZINI, Bruno; et al. Uso de anti-inflamatórios em atletas e soluções relacionadas à dietoterapia e fitoterapia. Disciplinarum Scientia| Saúde 21 (2), 31-48, 2020
PINTO, Camila. Um suplemento esportivo promissor na melhora do desempenho físico de atletas – Cúrcuma Longa. Disponível em: https://ppgnut.fanut.ufg.br/n/63973-um-suplemento-esportivo-promissor-na-melhora-do-desempenho-fisico-de-atletas-curcuma-longa-l-acafrao#:~:text=Embora%20ainda%20n%C3%A3o%20haja%20consenso,e%20recupera%C3%A7%C3%A3o%20da%20fun%C3%A7%C3%A3o%20muscular. Acesso em 2p de Abr de 2023
SILVA, Lauro; et al. Consumo de recursos ergogênicos e suplementos alimentares por homens na academia de musculação. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. V, 11. N, 63. 2017.
SILVA, Ayla; BIEGELMEYER, Renata. Cúrcuma longa: Desenvolvimento tecnológico para aplicação como recurso terapêutico. Universidade Federal da Bahia. Faculdade de Farmácia. Salvador – BA. 2020.
SILVA, Rayssa; VARGAS, Victoria; LOPES, Wanessa. Consumo de suplementos alimentares por praticantes de atividades físicas em academias. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. V, 11. N, 65. 2017.
Universidade Federal de Goiás. Açafrão pode reverter danos musculares em atletas. 2015. Disponível em https://ufg.br/n/83882-acafrao-pode-reverter-dano-muscular-em-atletas. Acesso em 15 Abr 2023.
VIERO, Ana; DOMBROWSKI, Patrícia. Plantas medicinais e as doenças. Brazilian Journal of Development. V. 8. N, 3. 2022.