REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7970786
Ivo Bruno Santos Lima1
Gustavo Henrique Ferreira de Miranda Oliveira2
Resumo
A disseminação do novo coronavírus desencadeou mudanças significativas na educação em todo o mundo, com as escolas e universidades tendo que se adaptar rapidamente ao ensino remoto. Nesse cenário, a tecnologia desempenhou um papel fundamental ao permitir a continuidade do ensino à distância. Nesse contexto, as tecnologias de Learning Management System (LMS) ganharam ainda mais importância, se tornando fundamentais para auxiliar na transição para o ensino a distância. O uso de LMS possibilitou ainda a criação de ambientes virtuais de aprendizagem, proporcionando uma experiência de ensino mais interativa e dinâmica. Diante disso, este estudo buscou avaliar o impacto do Google for Education como sistema de informação educacional durante a pandemia do novo coronavírus, com foco na análise dos benefícios e desafios que a plataforma oferece para a educação a distância. O objetivo é fornecer insights para instituições educacionais sobre como utilizar o Google for Education para aprimorar a experiência de aprendizado dos alunos e superar os obstáculos enfrentados pela educação a distância durante a pandemia, além de contribuir para o avanço das práticas pedagógicas e para o progresso da tecnologia educacional. A pesquisa constatou que, embora alguns professores tenham relatado dificuldades, a ferramenta é considerada útil e funcional por muitos. Com essas informações, torna-se possível desenvolver estratégias para capacitar os professores que enfrentam desafios na utilização da plataforma, visando aprimorar a experiência de todos os envolvidos no processo educativo.
Palavras-Chaves: Covid-19, Learning Management System (LMS), Google for Education
1. INTRODUÇÃO
A pandemia do novo coronavírus trouxe desafios significativos para a educação em todo o mundo. As escolas e universidades foram as mais impactadas, uma vez que tiveram que ser adaptadas rapidamente ao ensino remoto. Nesse contexto, a tecnologia teve um papel crucial para garantir que o ensino pudesse continuar, mesmo à distância.
De acordo com Clark e Luckin (2013), a tecnologia pode ser uma ferramenta importante para a melhoria da educação, pois permite que os alunos tenham acesso a conteúdo educacional de qualidade em qualquer lugar e a qualquer hora. Além disso, a tecnologia pode ser usada para incentivar a interação e colaboração entre os alunos e professores, o que pode levar a um aprendizado mais significativo (Puentedura, 2014).
As tecnologias de Learning Management System (LMS), se tornaram fundamentais para facilitar a transição para o ensino a distância. De acordo com Lévy (2010), “os LMS são sistemas que permitem a gestão de todo o processo educacional, desde a criação dos conteúdos até a avaliação do desempenho dos alunos, passando pelo controle do acesso e pela interação entre professores e alunos”. Esses sistemas têm sido amplamente adotados no contexto educacional brasileiro como uma ferramenta para fornecer educação a distância, pois permitem a criação de cursos mais interativos, personalizados e acessíveis, além de fornecer relatórios de progresso dos alunos em tempo real (Orellana, 2021). Alguns exemplos de sistemas LMS são o Blackboard, Edmodo, Moodle e o Google Classroom.
Durante a pandemia de COVID-19, diversas instituições de ensino brasileiras adotaram plataformas de LMS para a realização de atividades remotas. Estudos realizados mostram que a utilização dessas plataformas permitiu a continuidade das atividades acadêmicas e manteve a qualidade do ensino (FERREIRA; ZARO; VITÓRIA, 2020; GOMES et al., 2020; TARGINO; SALES, 2021), além de serem bem avaliadas pelos participantes. O Blackboard, Edmodo, Moodle e o Google Classroom foram as plataformas mais utilizadas (FERREIRA; ZARO; VITÓRIA, 2020; GOMES et al., 2020; TARGINO; SALES, 2021).
O Blackboard é uma plataforma LMS amplamente utilizada pelas instituições de ensino superior. Segundo Silva et al. (2021), o Blackboard oferece diversas ferramentas para criação de conteúdos, gestão de aprendizagem, interação com os alunos e avaliação, tornando-se uma opção viável para quem busca uma plataforma robusta e escalável.
O Edmodo, por sua vez, é uma plataforma LMS de origem americana, com foco em professores e alunos do ensino fundamental e médio. De acordo com Araújo et al. (2021), o Edmodo tem sido utilizado por muitas escolas brasileiras durante a pandemia, devido à sua interface amigável e recursos de colaboração entre os alunos.
O Moodle é uma plataforma LMS de código aberto, criada por Martin Dougiamas em 2002, que tem como objetivo principal a criação de comunidades de aprendizagem online. Segundo Alves et al. (2019), o Moodle oferece uma série de recursos, como fóruns de discussão, chat, enquetes, tarefas, entre outros, que permitem aos professores criar ambientes de aprendizagem colaborativos e personalizados.
Por fim, o Google Classroom, uma plataforma própria Google, que permite a eficiência, facilidade, praticidade e integralidade com variadas ferramentas. Usando essa plataforma, vários estudos foram desenvolvidos, como as pesquisas de Oliveira e Moreira (2020) e Pontes et al. (2020). Na pesquisa de Oliveira e Moreira (2020), eles destacam a importância do treinamento prévio dos professores e ovaciona a plataforma por ter ajudado a manter as atividades acadêmicas em um período de isolamento social. Por sua vez, em Pontes et al. (2020), o potencial do Classroom foi validado pelos discentes.
Além das plataformas mencionadas, o Google dispõe de uma plataforma com importância ascendente, o Google for Education. Segundo a pesquisa realizada pela Google em 2020, intitulada “Tendências Educacionais Globais”, 82% dos professores entrevistados relataram que estavam usando o Google for Education para apoiar o aprendizado remoto. Esses resultados indicam que o Google for Education é uma ferramenta relevante para a educação a distância e tem sido amplamente adotado pelos educadores em todo o mundo.
Sabendo disso, o Google for Education se mostra uma solução bastante relevante para o contexto da pandemia, pois fornece uma suíte de aplicativos e serviços do Google especificamente projetados para fins educacionais, que incluem ferramentas de produtividade, colaboração, comunicação e gerenciamento de sala de aula. Além de permitir a interação e colaboração entre professores e alunos de forma remota.
Por esse motivo, este trabalho tem como objetivo geral realizar um estudo de caso para compreender como o uso Google for Education foi utilizado durante a pandemia por professores da rede estadual de Arapiraca. Para alcançar o objetivo geral, objetivos específicos foram definidos, como: (i) identificar as principais características dos LMS e metodologias ativas usadas pelos professores; (ii) analisar como essas ferramentas foram utilizadas no contexto da pandemia, com foco na plataforma Google for Education; e (iii) avaliar o impacto do uso do Google for Education e metodologias na aprendizagem dos alunos.
A metodologia quali/quantitativa de pesquisa será utilizada neste trabalho, uma vez que os professores da rede estadual serão entrevistados para entender como utilizaram a plataforma Google for Education durante a pandemia. A análise dos dados será realizada por meio de técnicas de estatística descritiva como gráficos e tabelas. Por fim, este estudo pretende contribuir para o campo da educação ao oferecer uma visão sobre como as ferramentas de LMS e metodologias podem ser utilizadas, inclusive em momentos de crise, como pandemias.
2. METODOLOGIA
O presente trabalho tem como objetivo investigar o uso do Google for Education por professores da rede estadual de Arapiraca durante a pandemia, avaliando seus benefícios e desafios na educação a distância. A intenção desse estudo é fornecer insights para instituições educacionais sobre como a plataforma pode melhorar a experiência de aprendizado dos alunos e lidar com os desafios da pandemia, além de contribuir para avançar nas práticas pedagógicas e promover a inovação na área de tecnologia educacional.
Este trabalho utilizará a metodologia de estudo de caso para compreender o uso do Google for Education como sistema de informação educacional. Segundo Gil (2010), o estudo de caso é uma metodologia de pesquisa que tem como objetivo estudar um fenômeno em profundidade, dentro de seu contexto real, permitindo que se analise as relações entre variáveis e as múltiplas dimensões do fenômeno. De acordo com Triviños (1987), o estudo de caso permite coletar dados de fontes diversas que possibilitam a compreensão de uma realidade complexa, possibilitando a análise de múltiplos aspectos e variáveis. Além disso, André (2005) destaca que o estudo permite a interpretação dos dados de maneira qualitativa, com ênfase na compreensão do fenômeno estudado em sua complexidade, o que contribui para o desenvolvimento de teorias e para o aprimoramento das práticas.
Sabendo disso, o estudo de caso dessa pesquisa foi realizado na cidade de Arapiraca, localizada no estado de Alagoas. O público-alvo foi um grupo de professores da rede estadual de ensino de Arapiraca que utilizaram o Google for Education durante o período da pandemia. Para a execução do estudo de caso, foram selecionadas 17(Dezessete) escolas da rede estadual de ensino de Arapiraca que já haviam implementado o uso da plataforma Google for Education em suas atividades educacionais. Essas escolas foram escolhidas devido à sua implementação da plataforma google for education de forma emergencial para dar continuidade ao ensino remoto emergencial (ERE)
A participação dos professores foi voluntária e anônima, sendo assim, eles poderiam responder os questionamentos sem prejuízos à identidade e poderiam pedir a exclusão de sua resposta ou retirar-se da pesquisa a qualquer momento. Os critérios de seleção baseiam-se na disponibilidade dos professores em participar da pesquisa e na diversidade de disciplinas e escolas. A abordagem aos professores foi feita por meio de uma conversa pessoal, onde foram apresentados os objetivos da pesquisa e o convite para participação. A pesquisa foi enviada aos professores por WhatsApp, um aplicativo de mensagens, devido às restrições da pandemia e a necessidade de minimizar o contato pessoal.
O questionário enviado foi elaborado utilizando o Google Forms, que é uma ferramenta online desenvolvida pela Google para a criação de questionários e formulários eletrônicos. Segundo Crocco e Ginwright (2013), o Google Forms é uma plataforma que permite a criação de questionários de forma simples e rápida, além de possibilitar a coleta e a análise dos dados em tempo real.
A construção do questionário teve como base referências teóricas que abordam a utilização de tecnologias na educação. Segundo Barbosa (2013), apontam que a elaboração de questionários deve ser precedida de uma revisão bibliográfica, a fim de garantir a validade e a confiabilidade das questões. Dado isso, foram elaboradas questões objetivas e subjetivas, com o intuito de facilitar a compreensão e a resposta dos entrevistados, além de prever respostas que pudessem auxiliar na análise dos dados coletados.
A construção do questionário eletrônico teve como proposta a coleta das informações apresentadas nos blocos abaixo:
2.1 Nível de Conhecimento sobre tecnologia
No Bloco 1 buscamos entender o nível de conhecimento sobre tecnologia que os próprios docentes se achavam.
Bloco 1: Nível de conhecimento sobre a tecnologia | |
Em relação à Tecnologia, qual o seu nível de conhecimento? | Sendo 1 Não entendo nada de tecnologia e 5 Estou atualizado e sempre que posso estou em uso dela. |
2.2 Aula do Professor
O Bloco 2 objetiva descobrir como estava sendo a aula do professor no momento da Pandemia e saber se havia se mantido ou houve um retorno para o modo presencial.
Bloco 2: Aula do Professor | |
Qual a Instituição que leciona? | Nome da escola |
Qual nível de ensino você leciona? | Fundamental, médio e superior |
Qual a forma de ensino que você aplica atualmente? | Ensino Remoto, Ensino Escalonado ou Ensino 100% Presencial |
Existem algumas metodologias na área educacional, algumas delas se encaixam com maior eficácia em determinadas situações. Qual a metodologia você aplica na atualidade? | Metodologia de Ensino Tradicional, Metodologias ativas ou aprendizagem Ativa, Design thinking, entre outros. |
2.3 Dificuldades que o ERE apresentou
A ideia do Bloco 3 é entender as dificuldades encontradas e o modo em que houve a transição das aulas presenciais para remota. Essas respostas servem de base para compreender se o uso de plataformas educacionais conseguiu minimizar os problemas enfrentados pela ERE.
Bloco 3: Dificuldades que o ERE apresentou | |
Quais dificuldades você encontrou no Ensino remoto?(Marcar mais de uma opção se for o caso) | Equipamento para professores; Equipamento para Alunos; Internet para professores; internet para Alunos; Trabalhar com novas Plataformas de ensino e novas tecnologias; Para o Aluno, utilizar plataformas de ensino e novas tecnologias; Concentração da parte do Aluno; Acompanhar individualmente cada Aluno; Controlar a sala; Estresse; Realizar avaliações; Tarefas diárias, Passar o conhecimento; Nenhum; e Outros. |
2.4 Quais tecnologias adotaram para manter o ensino
Bloco 4. Tecnologias Adotadas no Ensino Remoto | |
Na época que houve o pico da pandemia, foi necessário adotar alguma plataforma para continuar o ensino, Qual foi a plataforma utilizada por você? | Google for education; Skype; teams; True Conf; Fet; Com8s; Zoom; Não Adotei ferramenta; Outros. |
No Bloco 4, buscou-se entender quais perfis de professor optaram por usar a plataforma Google for Education ou não, e também a triagem para a classe de entrevistados no estudo.
2.5 Uso do Google for Education
Neste bloco buscou-se compreender se foi necessária alguma outra ferramenta para ajudar na comunicação com os alunos além do Google For Education e quais pontos positivos e negativos das ferramentas escolhidas.
Bloco 5: Uso do Google for Education | |
Antes de sabermos sobre o Google for Education. Existem outros canais para estreitar a comunicação com os alunos, como as redes sociais. Quais das relacionadas você faz uso? | Whatsapp; Telegram; Twitter; Facebook; Instagram; Linkedin; Reddit; Outros |
A plataforma Google for Education, possui diversas ferramentas soltas que podem ser usadas separadamente como também interligadas. Sendo assim, quais das ferramentas você utiliza? | Classroom; Meet; gmail; Calendar; Drive; Doc; Sheets; Presentation; Forms; Outros. |
Quais os pontos positivos em relação às ferramentas que você utiliza? (Se houver mais pontos pode classificar separados por vírgula em outros) | Interativo; Fácil de Usar; Interface; Ágil; Atende as Relações entre o professor e o Aluno; outros |
Quais os pontos negativos em relação às ferramentas que você utiliza? (Se houver mais pontos pode classificar separados por vírgula em outros) | Interativo; Difícil de Usar; Interface; Ágil; Atende as Relações entre o professor e o aluno; outros. |
Com relação à ferramenta aplicada, qual o nível de aceitação dos seus alunos? | Sendo 1 Ruim e 5 Ótimo |
Nos deixe alguma consideração sobre a plataforma Google for Education. | Resposta Longa |
Para analisar os resultados de um questionário como os dos Blocos 1, 2, 3 e 4 que contém tanto perguntas objetivas e subjetivas, Gomes e Lemos (2018), sugerem a utilização de gráficos e tabelas. Para as perguntas objetivas, os gráficos de barras ou de pizza podem demonstrar as frequências das respostas escolhidas pelos entrevistados, o que possibilita uma visualização rápida e clara dos dados coletados. Já para as perguntas subjetivas, sugere-se agrupar as respostas em categorias e criar tabelas para mostrar a distribuição das respostas por categoria, o que permite identificar os pontos em comum entre as respostas e obter uma compreensão mais profunda do fenômeno estudado.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Neste capítulo serão apresentados e discutidos os resultados obtidos através do questionário aplicado para os professores. As discussões estão organizadas a partir das seguintes Subseções: 1.1, análise de como o professor se sente em referência ao conhecimento da tecnologia; Subseção 1.2, compreensão para qual nível de ensino o professor leciona e qual metodologia utiliza; Subseção 1.3, levantamento das dificuldades encontradas pelo professor referente ao momento do Ensino Remoto Emergencial (ERE); Subseção 1.4, conhecimento sobre quais professores usaram a ferramenta Google for Education; Finalizando com o Subseção 1.5, que investiga sobre as plataformas ou ferramentas foram exploradas.
3.1 Nível de Conhecimento sobre tecnologia
Na imagem, do Gráfico 1, os entrevistados respondem sobre os seus níveis de conhecimento sobre a tecnologia. Verifica-se que a maioria dos entrevistados estão em um nível acima da média.
Gráfico 1 – Em relação à tecnologia, qual o seu nível de conhecimento?
Fonte: Elaborado pelo autor, 2023.
Observa-se pelo Gráfico 1 que a maioria dos entrevistados se sentem atualizados sobre a tecnologia, todavia tem-se uma minoria que não estão buscando se atualizar conforme a evolução das inovações tecnológicas.
3.2 A Aula do Professor
Em relação às escolas frequentadas pelos entrevistados, é possível constatar, por meio da Tabela 01, uma ampla diversidade de ambientes educacionais. Tal variedade proporciona uma visão holística do cenário acadêmico durante a pandemia, incluindo as ferramentas educacionais utilizadas.
Tabela 1 – Qual a Instituição que leciona?
Fonte: Elaborado pelo autor, 2023.
Observando a Tabela 1, pode-se notar que algumas escolas estaduais se destacam em relação ao número de entrevistados, como é o caso da Escola Estadual Adriano Jorge e da Escola Estadual de Educação Básica Manoel Lúcio da Silva, que tiveram 14 e 12 entrevistados, respectivamente. Além disso, a E.E. Prof. José Moacir Teófilo também apresentou uma quantidade significativa de entrevistados, com um total de 8.
É interessante notar que, apesar de algumas escolas terem um número menor de entrevistados, como é o caso da E.E. de Educação Básica Artur e da E.E. de Educação Básica Costa Rêgo, todas elas tiveram pelo menos um entrevistado, o que sugere que a amostra foi bastante diversificada e representativa do conjunto das escolas estaduais pesquisadas.
O Gráfico 2 demonstra o nível no qual o professor está lecionando. Percebe-se que houve mais professores do nível médio com 67,7% (Sessenta e Sete vírgula Sete Por cento), já professores lecionando no nível fundamental, foram 39,2% (Trinta e Nove vírgula Dois por cento), e apenas 4,1% (Quatro vírgula um por cento) lecionava em ensino superior.
Gráfico 2 – Qual nível de ensino você leciona?
Fonte: Elaborado pelo autor, 2023.
Houve alguns desvios de respostas, pois alguns professores lecionam em outras instituições e em vários níveis de ensino. O intuito da questão era que o docente nos informasse o Grau que estava ensinando na instituição que receberá o questionário, todavia já era esperado que houvesse uma informação fora do contexto da escola.
O Gráfico 3 apresenta informações sobre as formas de ensino utilizadas pelos professores durante a pesquisa. É possível observar que o ensino presencial já estava em vigor, enquanto as modalidades escalonada e remota foram consideradas exceções. Portanto, é perceptível que houve uma predominância do ensino presencial em relação às outras formas de ensino durante a realização da pesquisa.
Gráfico 3 – Qual a forma de Ensino que você aplica atualmente?
Fonte: Elaborado pelo autor, 2023.
De acordo com os resultados, a maioria das escolas (93,2%) já havia retornado às aulas presenciais. Algumas instituições, no entanto, optaram por adotar um modelo de ensino escalonado (4,1%), em que os alunos eram divididos em grupos e recebiam as aulas de forma alternada, combinando o ensino presencial e remoto. Por fim, 2,7% das escolas ainda estavam operando completamente no formato de ensino remoto.
É importante destacar que esses dados foram coletados em um período de transição pós-pandemia e não reflete a situação atual das escolas. No entanto, eles fornecem uma ideia geral das diferentes formas de ensino que estavam sendo adotadas pelas escolas estaduais na época da pesquisa.
O Gráfico 4 buscou investigar as metodologias de ensino utilizadas pelos professores no período de pandemia. Os resultados mostraram que houve uma divisão equilibrada entre três principais metodologias: Ensino Tradicional, Design Thinking e Metodologias Ativas.
Gráfico 4 – Qual a metodologia você aplica na atualidade?
Fonte: Elaborado pelo autor, 2023.
O Ensino Tradicional obteve a maior porcentagem, com 37,8%, indicando que a maioria dos professores optou por continuar com o modelo tradicional de ensino, mesmo diante das circunstâncias adversas da pandemia. Em segundo lugar, o Design Thinking alcançou 32,4%, revelando uma adesão significativa a essa metodologia, que se baseia em solucionar problemas de forma criativa e colaborativa. Já as Metodologias Ativas tiveram uma taxa de 29,7%, mostrando que uma parcela significativa dos professores experimentou essa abordagem, que se concentra em promover a participação ativa dos alunos no processo de aprendizagem.
A escolha da metodologia de ensino, a forma de abordar os conteúdos e a relação com os alunos não podem ser padronizadas, pois cada professor tem sua própria visão de mundo, sua história de vida e experiência pessoal, que influenciam na sua forma de ensinar e aprender (FREIRE, 2001, p. 40). Neste sentido, podemos afirmar que a metodologia é livre para cada professor, já que cada matéria e aula possuem peculiaridades que tornam o professor o responsável por decidir qual é a melhor metodologia a ser aplicada.
É importante ressaltar que a escolha da metodologia pode impactar diretamente na qualidade do ensino e no engajamento dos alunos, por isso é fundamental que as escolas e os professores estejam abertos a experimentar diferentes abordagens pedagógicas e se adaptem às mudanças do contexto educacional.
3.3 Dificuldades que o ERE apresentou
Ao serem indagados sobre as dificuldades enfrentadas durante o Ensino Remoto Emergencial, os entrevistados relataram suas experiências na Tabela 2. Os dados revelaram que a maior parte das dificuldades encontradas estavam relacionadas à infraestrutura dos alunos. Uma vez que a questão era apresentada em formato de caixa de seleção, os entrevistados podiam escolher várias opções, o que possibilitou que cada uma das dificuldades apresentadas na tabela alcançasse até 100% das respostas.
Tabela 2 – Quais dificuldades você encontrou no Ensino remoto?
Fonte: Elaborado pelo autor, 2023.
Este questionamento apresentou algumas opções, porém havia uma opção que o docente poderia falar com suas próprias palavras, todavia as alternativas que existiam aparentam ser suficiente pois a maioria dos entrevistados apenas assinalou, 3 opções apresentaram mais dificuldades no lado do aluno, sendo Equipamento, Concentração e Internet para os discentes da rede pública estadual.
O Ensino Remoto Emergencial veio para minimizar o impacto que a pandemia estava causando, todavia, apresenta desafios significativos para aqueles que não têm acesso a equipamentos necessários, como computadores ou tablets, para assistir às aulas. Isso é particularmente problemático em países em desenvolvimento, onde a infraestrutura de tecnologia pode ser inadequada. Como resultado, esses alunos correm o risco de ficar para trás em relação aos seus colegas que têm acesso a equipamentos e serviços de internet adequados. De acordo com uma pesquisa realizada pela UNESCO, em 2020, cerca de 500 milhões de crianças em todo o mundo foram afetadas pela falta de acesso à tecnologia, o que representa quase metade dos estudantes em idade escolar do planeta (UNESCO, 2020).
3.4 Quais tecnologias adotaram para manter o ensino
O Gráfico 5, apresenta os dados coletados acerca das tecnologias utilizadas pelos professores. Vale salientar que o governo estadual ofereceu gratuitamente a plataforma Google for Education para os professores, porém também foi dada liberdade para cada professor escolher a sua própria ferramenta de ensino.
Gráfico 5 – Qual foi a plataforma utilizada por você?
Fonte: Elaborado pelo autor, 2023.
Surpreendentemente, a grande maioria dos professores entrevistados optou pela plataforma Google for Education, totalizando 64,9% das respostas. O Microsoft Teams ficou em segundo lugar, com 21,6%, seguido pelo Zoom, com 10,8%. Outras duas plataformas foram mencionadas, mas com uma proporção menor, totalizando 2,8% das respostas.
Esses resultados mostram a importância de fornecer ferramentas gratuitas e de fácil acesso aos professores, mas também destacam a relevância da liberdade de escolha para o professor adequar a plataforma às suas necessidades pedagógicas e às necessidades de seus alunos.
A Tabela 3 demonstra o questionamento sobre as ferramentas usadas para estreitar a comunicação entre docente e discente. O intuito dessa pergunta é compreender quais meios os professores utilizaram para manter uma aproximação maior com seus alunos, considerando que a plataforma Google for Education não possibilita essa interação em tempo real.
Tabela 3 – Quais das relacionadas você faz uso?
Fonte: Elaborado pelo autor, 2023.
Como pode-se perceber na Tabela 3, cada opção tem um intervalo em percentual de 0 a 100, pois se trata de um questionamento por caixa de seleção que possibilita ao professor marcar mais de uma rede social e/ou digitar uma que não havia na lista apresentada.
De forma surpreendente, a totalidade dos entrevistados que avançaram para essa etapa afirmaram estar utilizando o WhatsApp para se comunicar de maneira prática com seus estudantes. É interessante notar que alguns docentes optaram por utilizar outras plataformas além do WhatsApp, mas sempre combinando com o uso deste aplicativo.
Isso pode indicar uma preferência pela praticidade e a facilidade de uso do WhatsApp, que já é amplamente difundido entre a população e permite uma comunicação direta e eficiente com os alunos. Ainda assim, é importante ressaltar que a utilização de outras plataformas pode oferecer recursos adicionais para o ensino, como a possibilidade de compartilhar conteúdo multimídia ou de interagir de maneira mais dinâmica com os alunos.
3.5 Uso do Google for Education
O Gráfico 6 apresenta todas as ferramentas da Google que os docentes poderiam utilizar para aprimorar a experiência de ensino online. Com o intuito de relacionar o nível de conhecimento de tecnologia do Gráfico 1, as metodologias utilizadas no Gráfico 4 e as dificuldades no ensino remoto emergencial na Tabela 2.
Gráfico 6 – Quais das ferramentas da plataforma Google for Education você utiliza?
Fonte: Elaborado pelo autor, 2023.
Por meio dos dados coletados, constatou-se que a ferramenta mais utilizada pelos professores foi o Google Meet, escolhido por 93,8% dos entrevistados. Alguns professores optaram por complementar a utilização do Meet com o Google Classroom. Além disso, foi possível observar que o Google Classroom também foi bastante utilizado pelos professores, com um total de 70,8% dos entrevistados afirmando terem utilizado a ferramenta.
Com base nas informações coletadas, podemos observar que a utilização das ferramentas disponíveis aos professores foi bastante ampla. Mesmo que alguns docentes não tenham aproveitado todas as funcionalidades da plataforma Google for Education. A flexibilidade das ferramentas do Google for Education permitiu que cada professor escolhesse as opções que melhor se adaptassem às suas necessidades.
O Gráfico 6 nos mostra que a maioria dos professores apresenta um conhecimento médio para ótimo em relação à tecnologia, o que os permite explorar melhor as diversas funcionalidades integradas nas plataformas escolhidas. No entanto, é importante notar que ainda há alguns professores com conhecimento médio para praticamente nulo em tecnologia, o que pode impactar negativamente na experiência e na exploração das ferramentas disponíveis.
As Tabelas 4 e 5 apresentam cada ponto positivo e negativo, respectivamente do uso da plataforma Google for Education. As respostas eram do tipo caixa de seleção e ao mesmo tempo aberta, por esse motivo pode-se notar que o nível de porcentagem pode chegar até 100%
Tabela 4 – Quais os Pontos Positivos da plataforma Google for Education?
Fonte: Elaborado pelo autor, 2023.
Tabela 5 – Quais os Pontos Negativos da plataforma Google for Education?
Fonte: Elaborado pelo autor, 2023.
Comparando o Gráfico 4 com o Gráfico 5, observa-se que houve mais aceitação referente ao Google for Education. Entre os pontos positivos destacados, pode-se mencionar a interatividade da ferramenta, a facilidade de uso, a interface agradável e a capacidade de atender às necessidades da relação entre professor e aluno.
Por outro lado, os usuários também identificaram alguns pontos negativos, como a falta de agilidade em alguns processos. De maneira geral, o estudo aponta para uma visão positiva em relação ao Google for Education, ressaltando a sua efetividade no contexto educacional.
O Gráfico 7 apresenta os resultados sobre a aceitação dos alunos referente a plataforma Google for Education. Foi possível notar que a aceitação está em um bom nível. Este questionamento teve o intuito de entender o ponto de vista do aluno para comparar com as dificuldades no Ensino Remoto Emergencial da Tabela 2.
Gráfico 7 – Qual o nível de aceitação pelos alunos, na perspectiva do Professor
Fonte: Elaborado pelo autor, 2023.
Os resultados indicaram uma aceitação média para alta da plataforma, com uma escala de 1 a 5, em que 1 representa uma percepção ruim e 5 representa uma percepção ótima. De acordo com os dados coletados, a maioria dos alunos avaliou a plataforma com uma nota entre 3 e 4, demonstrando uma percepção positiva em relação à ferramenta utilizada pelos professores em suas aulas.
Esse resultado indica que os alunos conseguiram se adaptar bem às ferramentas tecnológicas utilizadas durante o período de aulas remotas, o que pode ser considerado um ponto positivo para o ensino a distância. No entanto, é importante lembrar que a aceitação dos alunos pode ser influenciada por diversos fatores, como a qualidade das aulas ministradas e a facilidade de uso da plataforma, entre outros. Sendo assim, é fundamental que os professores estejam sempre atentos aos feedbacks dos alunos e busquem constantemente melhorar a experiência de ensino a distância.
4. Conclusão
Este estudo buscou avaliar o impacto do Google for Education como sistema de informação educacional durante a pandemia do novo coronavírus, com foco na análise dos benefícios e desafios que a plataforma oferece para a educação a distância.
Foi realizada a pesquisa por intermédio do “Censo – Ensino à distância com o Google for Education”, e observou-se que a opinião dos entrevistados é bastante diversificada. Enquanto uma grande parte deles relatou que a plataforma cumpriu seu papel e proporcionou uma solução para o momento de pandemia, outros mencionaram dificuldades em utilizar a ferramenta completa ou problemas com a interface.
Porém, é interessante notar que muitos desses problemas podem ser resolvidos com treinamentos com a plataforma, já que a adaptabilidade do sistema é muito boa. Além disso, alguns dos entrevistados mencionaram que ainda se utilizam da plataforma, o que indica que ela pode ter um uso contínuo mesmo após o período de pandemia.
De maneira geral, a pesquisa permitiu uma análise mais aprofundada do uso da plataforma pelos docentes, e apesar das dificuldades relatadas por alguns, é possível perceber que a ferramenta pode ser considerada útil e funcional para muitos. Com essas informações em mãos, é possível pensar em estratégias de aprimoramento e capacitação para os docentes que ainda enfrentam dificuldades no uso da plataforma, visando melhorar a experiência de todos os envolvidos no processo educativo.
Este trabalho traz importantes contribuições para o setor acadêmico, fornecendo insights sobre o uso de sistemas de informação educacional em contextos de crises e destacando a necessidade de capacitação e aprimoramento para garantir uma experiência de aprendizado efetiva.
O presente trabalho também identifica os desafios enfrentados pelos docentes na transição para o ensino a distância e percebe que a necessidade de capacitação e aprimoramento para garantir uma experiência de aprendizado efetiva é evidente. Assim, indica-se como trabalhos futuros a criação de cursos instrucionais ofertados por instituições educacionais para direcionar esforços na formação de seus professores e na melhoria dos processos de ensino.
Outra contribuição importante deste trabalho é a possibilidade de fomentar a inovação na área de tecnologia educacional. A investigação do uso do Google for Education permitiu identificar oportunidades de melhorias e desenvolvimento de soluções mais eficazes para a educação a distância. A partir dessas informações, é possível pensar em novas estratégias de implementação de tecnologias e no desenvolvimento de soluções personalizadas para as necessidades de cada instituição de ensino.
Para trabalhos futuros, uma possível linha de pesquisa seria investigar por que o retorno do ensino remoto para o presencial foi tão rápido quanto a transição para o ensino remoto no início da pandemia. Esta pode ser uma questão importante para entender como as instituições educacionais podem se preparar para enfrentar crises futuras e tomar decisões mais efetivas na gestão de seus processos de ensino. Além disso, esse estudo pode contribuir para a identificação de boas práticas e estratégias que possam ser adotadas pelas instituições educacionais para garantir uma transição mais suave entre os diferentes modelos de ensino, melhorando a experiência de aprendizagem de seus alunos e minimizando os impactos negativos em sua formação acadêmica.
REFERÊNCIAS
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