RETROSPECTIVA DA BOVINOCULTURA LEITEIRA NO MUNICÍPIO DE  PRESIDENTE FIGUEIREDO-AM: 2021 A 2022 – ESTUDO DE CASO

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7924265


Keyve Lemkull da Silva1
Zenia M. Rodríguez Chacón2
Érika Cristina Nogueira Marques Pinheiro3


Resumo 

A bovinocultura se fez presente no Brasil por volta do século XVI, evoluindo com o passar do  tempo, tornando-se um dos principais países produtores de bovinos do mundo. Gera emprego  e renda para diversos produtores do país, movimentando a economia local de cada estado, seja  na capital ou nos municípios. A bovinocultura leiteira possibilita a utilização, em cada região,  do leite que é um dos alimentos mais consumidos pela população, tanto in natura como  industrializado. O seguinte trabalho tem como ênfase, a produção de bovinos leiteiros, da  cruza Girolando meio sangue 1/2, na propriedade Fazenda São José, produtora de leite e  industrializadora de laticínios, localizada na estrada de Balbina, km 45 da rodovia AM-240,  zona rural do município de Presidente Figueiredo-AM (107 km de Manaus). A maior parte do  leite produzido no Amazonas vem de pequenos e médios produtores que trabalham em  laticínios familiares ou cooperativas, trabalhando manualmente com pouco ou nenhum acesso  a tecnologia que facilita o processo. A fazenda estudada mostra um nível adequado no manejo  dos bovinos e do leite. Uma produção satisfatória não depende apenas da genética do animal,  mas também inclui outros fatores como clima, temperatura, nutrição e cuidados, que juntos  influenciam positivamente na produtividade. 

Palavras chaves: Pecuária leiteira. Bovinocultura em Presidente Figueiredo. Produtos  Lácteos.  

Abstract 

Cattle farming was present in Brazil around the 16th century, evolving over time, becoming  one of the main cattle producing countries in the world. It generates jobs and income for  several producers in the country, moving the local economy of each state, whether in the  capital or in the municipalities. Dairy cattle farming enables the use, in each region, of milk,  which is one of the foods most consumed by the population, both in natura and industrialization.  The following work focuses on the production of dairy cattle, from the cross Girolando half  blood 1/2, on the Fazenda São José property, a milk producer and dairy industrialist, located  on the Balbina road, km 45 of the AM-240 highway, rural area of the municipality of  Presidente Figueiredo-AM (107 km from Manaus). Most of the milk produced in Amazonas  comes from small and medium-sized producers who work in family or cooperative dairy  farms, working manually with little or no access to technology that facilitates the process. The  farm studied shows an adequate level in the management of cattle and milk. Satisfactory  production does not depend only on the animal’s genetics, but also includes other factors such  as climate, temperature, nutrition and care, which together positively influence productivity. 

Keywords: Dairy farming. Cattle farming in Presidente Figueiredo-AM. Dairy Products.

1. INTRODUÇÃO 

O Brasil é um dos maiores exportadores de carne bovina do mundo, exportando para as  maiores potências mundiais, como, a China e os Estados Unidos. Os cinco maiores estados  produtores de bovinos são: Mato Grosso, com 28 milhões de cabeças; Minas Gerais, com 23  milhões; Goiás, com 21 milhões; Mato Grosso do Sul, com 21 milhões e Pará, com 19  milhões. A bovinocultura tem resultados positivos na economia brasileira, gerando emprego e  renda para inúmeros trabalhadores do campo, e contribuindo com o crescimento do PIB  (CNA, 2021).  

Por outro lado, o Amazonas, mesmo não sendo um dos principais estados produtores de  bovinos do país, vem crescendo sua participação na bovinocultura, devido aos baixos valores  das terras comparado aos demais estados brasileiros. Entre suas produções relacionadas à  bovinocultura estão o gado de corte e o gado leiteiro; ambas as aptidões são responsáveis por  abastecer parte da capital e o interior do estado, com a carne e produtos lácteos locais, como,  o leite, o queijo, a coalhada e iogurte.  

De fato, a bovinocultura vem participando na economia do estado, através de grandes, médios  e principalmente dos pequenos produtores que praticam a bovinocultura familiar, estando  distribuídos pelo interior do Amazonas.  

Acrescenta-se que a criação de bovinos no Amazonas conta com pastos em áreas de várzeas e  terra firme. A pastagem de várzea tem a vantagem de anualmente ter seus nutrientes no solo  renovados de forma natural, pois a época de cheia traz todos esses minerais que são de grande  importância para manter a boa fertilidade do solo (TOWNSEND et al., 2012). Quando chega  o período de cheia, os pecuaristas de várzea costumam vender seus rebanhos para os  abatedouros. 

Por outro lado, a pastagem em terra firme costuma ser em áreas desmatadas, limitando muitas  vezes a área de pastejo. De acordo com a lei 12.651 de 25 de maio de 2012 (SENADO  FEDERAL, 2012), é permitido desmatar apenas 20% de sua área total, mantendo os outros  80% como área de preservação. Em períodos de seca, a pastagem em terra firme tende a  sofrer degradações por falta de água no solo, aumentando sua acidez e perdendo nutrientes,  fazendo com que o pasto perca qualidade, o que ocasiona a perda de peso nos animais. 

Além disso, no estado vem sendo implantado o sistema de pastejo intensivo, que consiste em  fazer um pastejo rotacionado, diminuindo a área em que os animais precisam se alimentar  através de piquetes. Este sistema propicia um bom ganho de peso animal em uma área menor  em relação ao pastejo convencional, com benefícios ao meio ambiente através da redução do  desmatamento para a expansão ou abertura de novos campos.  

Este trabalho tem como objetivo caracterizar a participação da pecuária leiteira no município  de Presidente Figueiredo-AM nos anos de 2021 até 2022. Também, pretende constatar quais  são as principais raças bovinas produtoras de leite atualmente no município e descrever a  produção de bovinos leiteiros, cruza Girolando meio sangue, em uma propriedade produtora  de leite e industrializadora de laticínios, localizada no município de Presidente Figueiredo AM.  

2. METODOLOGIA 

O respectivo estudo foi realizado na propriedade Fazenda São José, localizada na região de  Presidente Figueiredo-AM, rodovia AM-240 na estrada de Balbina km 45, área rural do  município.

Este trabalho é do tipo quantitativo e descritivo, com o objetivo de avaliar a quantidade de  leite produzido, e descrever as atividades realizadas na fazenda. Tem como base pesquisas de  literatura e informações coletadas na propriedade.

Foram consideradas na propriedade as seguintes informações: as raças bovinas produtoras, o  manejo dos bezerros, a alimentação dos animais, a preparação do animal antes da ordenha, o  processo de ordenha, a higienização da área de ordenha e a quantidade de leite produzida por  animal.  

Os dados coletados correspondem aos meses de maio de 2021 até setembro de 2022. Esses  dados foram analisados com a utilização do Excel, para obtenção de médias, gráficos e  tabelas.  

3. RESULTADOS  

3.1. Pecuária leiteira no Brasil 

O leite bovino e seus derivados estão entre os alimentos mais consumidos do mundo. De  acordo com a (FAO, 2019) o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de leite, atrás apenas  dos Estados Unidos e da Índia. A bovinocultura de leite no Brasil é uma atividade de grande  produção espalhada por todo o país. 

Grande parte do leite e derivados como, por exemplo, o queijo e a coalhada vêm de pequenas  propriedades que abastecem feiras e supermercados de sua região, ou até mesmo são vendidos  diretamente na propriedade. 

3.2. Importância da bovinocultura leiteira no Amazonas 

Manaus, a capital do Amazonas, tem como foco maior o polo industrial. O setor primário  tem contribuído para a geração de renda e movimentação da economia nos municípios do  interior, colocando a agropecuária como uma das importantes atividades exercidas por  pequenos e médios produtores (IBGE, 2014), sendo responsável por suprir a necessidade da  população regional através de seus produtos, como, a carne, o leite e derivados.  

3.3. Principais raças bovinas leiteiras no Estado 

O gado leiteiro utilizado na Amazônia é predominantemente mestiço, originário do  cruzamento de gado de origem européia (Bos taurus taurus) e de origem indiana (Bos taurus  indicus), com destaque para o Holandês, Pardo Suíço, Gir e em menor escala a raça Guzerá.

A escolha do animal, grande parte das vezes, é de acordo com a região: é analisado se a raça  se adapta ao clima e à temperatura do ambiente; também é estudada a resistência a  determinadas doenças recorrentes da região (FAÇANHA et al., 2013).  

Pode haver casos de um animal que seja ótimo produtor no sul dos país (de clima temperado),  porém no Norte não seja tão produtivo, por conta do clima equatorial. Esses fatores devem  ser levados em consideração na escolha do animal, fazendo com que o proprietário não venha  sofrer danos econômicos. É comum fazer a cruza entre gado europeu com gado indiano para  regiões que possuem o clima tropical, assim obtendo características desejadas, como, um  animal bem produtivo e ao mesmo tempo robusto. Hoje se acredita que a raça Girolando  responde por aproximadamente 80% do rebanho leiteiro nacional e 70% da produção nacional  de leite (PEDROSO et al., 2018). 

De acordo com FACÓ et al, (2002) e GUIMARÃES et al., (2002) a utilização do manejo  reprodutivo de cruzamentos, pode conseguir animais de maior produtividade e com maior  adaptação a condições de clima tropical. Isto por causa da combinação e complementaridade  das características das raças utilizadas e devido a ocorrência do fenômeno “vigor híbrido” ou heterose.  

Segundo AZÊVEDO & ALVES (2009), os animais leiteiros são muito sensíveis aos altos  níveis de radiação solar, fazendo com que o animal procure pastejar nos momentos mais frios  do dia, como pela parte da manhã e no final da tarde, assim evitando sofrer tanto estresse por  excesso de radiação solar. 

É de extrema importância que no campo haja sombra para as vacas poderem ter um melhor  conforto térmico, seja de árvores ou sombrites, e também que possuam água disponível em  bebedouros apropriados, para que possam se manter hidratadas. De acordo com THATCHER, (2010) as vacas que estão em lactação, precisam passar por algum método que faça com que a  temperatura corporal venha a baixar, tendo assim um melhor proveito na produção. 

3.4. Número de animais e principais raças 

A propriedade conta com um número total de 610 animais, com 116 vacas em lactação para  produção. Foram testados alguns graus de sangue, como, o 3/4 e 5/8, no entanto, não se adaptaram ao clima da região (tropical), apresentando problemas no casco, problemas  reprodutivos, baixa produção e maior presença de carrapatos, ocasionando danos econômicos  à propriedade. Constatou-se que o animal mais adaptado para a região seria o Girolando grau  meio sangue (1/2), mostrando uma maior resistência ao clima, e consequentemente um  aumento significativo na produção. Tornando-se assim a opção de cruza de raças mais viável  para o produtor, devido a sua maior robustez.  

Nas figuras 3A e 3B é possível observar as fêmeas bovinas, a maior parte da cruza Girolando  (1/2-1/2), em lactação.

3.4.1. Manejo dos bezerros  

Grande parte do rebanho da propriedade é originária de transferência de embriões da raça  Girolando com o grau de sangue 1/2Gir-1/2Holandês, mas também há crias originárias da  fazenda, através da cruza dos filhos das vacas produtoras com a raça Nelore. As fêmeas  produzidas através de cruza na propriedade têm como finalidade serem receptoras de  embriões Girolando; é um método utilizado para uniformizar o grau de sangue dos animais  destinados à produção de leite, já se sabendo que através do embrião nascerá uma fêmea de  sangue 1/2. Os machos originários da fazenda são utilizados para corte. Após o nascimento  dos bezerros, em média entre 24h a 48h depois, eles passam pelo processo de desmama e são  colocados no bezerreiro (figura 4). A partir dali começa todo um cuidado com o animal para  que ele cresça de forma sadia e bem proveitosa para a produção futura. Durante os primeiros  dias, os bezerros tomam 8 litros diários do colostro, para a boa nutrição do animal, criando  anticorpos e assim prevenir possíveis doenças e infecções. Após esse período, o animal  recebe leite como alimento diariamente. Com 60 a 90 dias os bezerros já começam a  preparação do rúmen para o pastejo.

3.4.2. Sistema de pastejo 

Os animais recebem a alimentação no pasto de terra firme, com o capim MG12 paredão  (Panicum maximum) e o capim Mombaça (Megathyrsus maximus) no sistema rotacionado. O  sistema conta com 24 piquetes, onde os animais ficam um dia em cada piquete, e no dia  seguinte são direcionados a outro, sendo fornecida a quantidade de nutrientes necessários  diariamente. A cada 24 dias fecha o ciclo do rotacionamento, voltando para o primeiro  piquete, cujo capim estará no tamanho ideal para o patejo novamente.  

Após o pastejo no piquete, é verificado se há alguma touceira fora do padrão, como por  exemplo, uma quantidade maior de capim, assim como a altura em relação às demais. Quando  constatado que de fato há uma diferença significativa na touceira, é feito uma roçagem para  que possa ficar uniforme com o restante do pasto do determinado piquete, evitando que fique  capim “velho” e pouco palatável para o próximo pastejo no piquete. 

Com o passar dos anos a propriedade foi trocando de capim: no ano de 2015 utilizava o capim  Brachiaria humidicola para a pastagem (Figura 6). Devido às novas tecnologias de melhoramento do capim ao decorrer do tempo, a pastagem foi mudado para a espécie  Mombaça (Megathyrsus maximus) (Figura 7). O último sistema implantado na propriedade é  o capim MG12 paredão (Panicum maximum) (Figura 8).

O capim Brachiaria humidicola é uma planta perene que possui de 4 a 8% de teor de  proteínas na matéria seca, podendo alcançar de 0,5 a 0,75cm de altura, sendo tolerante ao ataque de cigarrinhas, podendo ser plantado em solos de baixa e média fertilidade, de boa  digestibilidade e palatabilidade. (SAFRASUL SEMENTES, 2023).  

O Mombaça é um capim com uma maior exigência de solo, com boa fertilidade, contendo  cerca de 12 a 16% proteína na matéria seca, chegando em média a 1,70m de altura, sendo  também tolerante ao ataque de cigarrinhas, possuindo uma boa digestibilidade e  palatabilidade. (GERMIPASTO, 2023). 

O cultivar MG12 Paredão é recomendado para solo de alta fertilidade, possuindo de 10 a 16%  de teor de proteína na matéria seca, tem uma excelente palatabilidade, com uma altura que  pode alcançar de 1,80m a 2,00m, com alta tolerância à seca. (SEMENTES MATSUDA,  2023). 

Gráfico 1. Porcentagem de proteína nas 3 variedades de capim

O gráfico 1 mostra a porcentagem mínima e máxima de proteína no capim Brachiaria  humidicola, Mombaça e MG12 paredão. Observa-se o maior teor de proteína nas pastagens  Mombaça e MG12 paredão. 

3.4.3. Processos de ordenha e pós ordenha 

A ordenha é realizada duas vezes ao dia, a primeira com início às 4:00h da manhã, e a  segunda por volta das 16:00h. 

O processo realizado antes da ordenha é de grande relevância para uma boa produção diária.  Os lotes de vacas lactantes antes de entrarem para serem ordenhados passam por um banho  através de aspersão por 10 minutos, para baixar a temperatura corporal em até 2°C. Após o  banho, o sistema automatizado de resfriamento liga os ventiladores por 20 minutos, o que  auxilia no processo de secagem e baixa a temperatura corporal, com o objetivo de aumentar o  conforto do animal. Um animal confortável e sem estresse térmico, tem uma produção  significativamente maior, aumentando a quantidade de litros de leite extraído e a qualidade do  produto. 

A extração de leite na propriedade é de forma automatizada, através de ordenhadeiras  mecânicas que fazem todo o serviço de forma eficaz. Isto evita a necessidade do trabalho  braçal direto no processo de ordenha. Assim, o sistema tem a capacidade de ordenhar 12  vacas por vez, com um tempo de ordenha de aproximadamente 4 a 5 minutos por animal.  Enquanto é ordenhar, a vaca tem entre 2kg a 3kg de ração disponível no cocho ao lado.  Após a ordenha, a vaca é levada novamente para o campo.

Como observado na figura 9, as vacas estão passando pelo processo de banho através de  aspersão. A figura 10 refere-se ao ventilador que auxilia no processo de secagem dos animais  após o banho.  

3.4.4. Higienização do setor de ordenha 

O setor de ordenha recebe higienização constantemente. A primeira higienização é feita logo  após a primeira ordenha matinal, para que possa ser realizada de forma segura a segunda  ordenha diária pela parte da tarde. Depois de feita a coleta do leite, é realizada uma segunda  limpeza, deixando-o pronto para a próxima ordenha. A higienização é realizada por um  profissional utilizando produto a base de ácido nítrico, sequestrante e veículo.  

Por se trabalhar com um produto alimentício, a higienização do local é de tremenda  importância, para evitar que possa haver qualquer tipo de contaminação no leite. As figuras 12 e 13 mostram parte do processo de higienização no setor de ordenha.

3.4.5. Média de leite produzido por mês 

Os dados informados no gráfico 2, a seguir, foram coletados a partir da data de 01 maio de  2021, até a data de 09 de setembro de 2022. Totalizando um período de 496 dias. Com  805.002,96 litros de leite ordenhados no total do período coletado, sendo que 736.124,96  litros de leite (aproximadamente 91,53%) são direcionados para o tanque de produção, e  62.356 litros de leite (aproximadamente 8,47%) para os bezerros. 

Gráfico 2. Distribuição do total de leite produzido na fazenda

De acordo com o gráfico 2, a quantidade de litros de leite total é 805.002,96; foram 496 dias  de coleta de dados, portanto a média de litros diários para a produção é de 1.622.  Considerando 116 de fêmeas lactantes para a produção, a média por animal é de 13,99 litros por dia. 

De acordo com o gerente da fazenda, a meta desejada é de 15 litros por animal somente  através da pastagem. A propriedade vem buscando o melhoramento do pasto para reduzir a  necessidade de fornecimento de ração devido ao seu alto custo de produção. 

3.4.6. Dieta para os animais 

Os animais recebem a dieta de acordo com a necessidade. Primeiramente é realizada uma  análise no pasto, verificando a quantidade de nutrientes ali disponíveis, se possui a quantidade  necessária para manter a nutrição que o animal necessita. Após essa verificação, se houver  alguma deficiência de nutrientes, é disponibilizada a ração para a suplementação alimentar. 

As tabelas a seguir mostram as formulações para o preparo da suplementação.  

Tabela 1. Formulação para novilhas com peso de 200kg em média. (Consumo aproximado:  0,800g p/animal/dia)

GARROTES COM PESO  MÉDIO DE 200,00 kg %CUSTO P/ KG  (R$)1200 KG QUANT. SACOS
MILHO MOÍDO 45,00 1,92 0,864 540 11(50KG)
FARELO DE SOJA 33,00 2,9 0,957 396 10(40KG)
UREIA 2,00 8,5 0,17 24 
TOP MILK NÚCLEO® 20,00 6,2 1,24 240 9(25KG)
TOTAL 100 3,231 1.200 30

Tabela 2. Formulação para vacas em lactação. (Com 15% de farelo de soja). 

VACAS EM LACTAÇÃO %CUSTO P/  KG (R$) 1200 KGQUANT.  SACOS
MILHO MOÍDO 77,00 1,92 1,48 924,00 18(50KG)
FARELO DE SOJA 15,00 2,90 0,44 180,004(40KG)  +20KG
UREIA 2,00 8,50 0,17 24,00 
TOP MILK NÚCLEO  TAMPONADO® 6,00 7,44 0,45 72,00 3(25KG)
DDGS (Grãos seco de destilaria e  solúveis) 1,95 0,00 0,00 
18% PROTEÍNA 1002,52 9 1200,00 

Tabela 3. Formulação para bezerras em aleitamento de 0 a 12 meses. (Consumo à vontade) 

BEZERRAS EM  ALEITAMENTO %CUSTO P/ KG  (R$)1200K G QUANT. SACOS
MILHO MOÍDO 58,50 1,70 1,00 702,00 14(50KG)
DDGS (Grãos seco de  destilaria e solúveis) – 1,95 0,00 0,00 
FARELO DE SOJA 29,50 3,05 0,90 354,00 9(40KG)
TOP MILK NÚCLEO  BEZERRAS® 12,00 7,140,86144,005(25KG) +19KG
20% PROTEÍNA 1002,751200.00

Tabela 4. Formulação para gado solteiro. (Consumo de 1,0 a 2,0% peso vivo) 

GADO SOLTEIRO %CUSTO P/ KG  (R$)1200K G QUANT. SACOS
MILHO MOÍDO 35 1,90 0,67 420,00 8(50KG) +20 KG
DDGS (Grãos seco de  destilaria e solúveis) – 1,95 0,00 0,00 
FARELO DE SOJA 23 3,17 0,73 276,00 7(40KG)
UREIA 4,30 0,09 24,00 
SAL BRANCO 0,67 0,03 60,00 2(25KG) +10KG
TOP MILK NÚCLEO NA 35 4,6 1,61 420 17(25KG)
18,7% PROTEÍNA 100 3,12 1200,00 

As formulações de ração conforme as tabelas acima são de acordo com a necessidade  nutricional dos animais da propriedade, auxiliando na nutrição.  

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Por fim, conclui-se que para uma boa produção devem ser levados em consideração vários  fatores, como, o clima, a temperatura, o sistema de pastejo, o tipo de pastagem a ser utilizado,  a suplementação alimentar apropriada, o manejo adequado e principalmente a raça bovina  utilizada. 

Analisando principalmente as condições presentes na região Amazônica, a fazenda estudada  mostra um nível adequado no manejo dos bovinos e do leite.  

Não se deve simplesmente adquirir uma raça produtora por ter uma ótima genética no  segmento leiteiro, deve-se observar também a sua capacidade de se adaptar em certos climas  para que tenha um melhor proveito da capacidade produtiva e reprodutiva do animal. Visando  também o conforto do animal no ambiente, um animal sem estresse e bem nutrido é mais  produtivo. 

REFERÊNCIAS 

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FACÓ, O.; LÔBO, R. N. B.; MARTINS FILHO, R.; et al. Análise do desempenho  produtivo de diversos grupos genéticos Holandês x Gir no Brasil. Revista Brasileira  de Zootecnia, v.31, n.5 p.1944-1952, 2002. 

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TOWNSEND, C.R.; COSTA, N.L.; PEREIRA, R.G.A. 2012. Pastagens nativas na Amazônia  Brasileira. Porto Velho, RO: Embrapa Rondônia, 25p.


1Graduando em Engenharia Agronômica.
Universidade Nilton Lins 
2Dra. em Ciências Biológicas, mestre em Produção Animal, Graduação em Zootecnia (Engenheira Agrônoma). Universidade Nilton Lins 
3Engenheira Civil, Engenheira em Segurança do Trabalho e Licenciatura em Matemática.
Universidade Nilton Lins