CONTRIBUIÇÕES DA ANÁLISE ESPACIAL PARA A SAÚDE PÚBLICA: UM ESTUDO DA LEISHMANIOSE EM HUMANOS NO BAIXO SUL DA BAHIA.

PUBLIC HEALTH CONTRIBUTIONS TO LEISHMANIASIS IN HUMANS: A STUDY IN BAIXO SUL OF BAHIA.

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7881888


Ismael Mendes Andrade1
Rozilda Vieira Oliveira2


RESUMO

As contribuições da análise espacial para saúde pública possibilitam ações importantes de prevenção e de promoção da saúde para a população acometida por Leishmaniose Tegumentar (LT). A LT é uma doença parasitária, que acomete a pessoa e diversas espécies de animais domésticos e silvestres. O problema em questão foi investigar a influência da distribuição espacial da LT na zona rural do município de Presidente Tancredo Neves, no período de 2000 a 2009. No procedimento de investigação fez o levantamento dos números de casos da LT no município por meio do Centro de Referência em Leishmaniose Dr. Jackson Costa e pelo IBGE (2007). Para elaboração dos mapas e análise espacial dos dados foi utilizado o programa TerraView 4.1. O diagnóstico do estudo permitiu identificar os setores censitários de maior risco para a transmissão. Os mapas temáticos podem facilitar no planejamento de saúde pública e no monitoramento da LT, facilitando as medidas preventivas das comunidades com maior endemicidade. 

Palavras-chave: Saúde pública; análise espacial; endemia; mapas temáticos. 

ABSTRACT

The contributions of spatial analysis to public health enable important prevention and health promotion actions for the population affected by Tegumentary Leishmaniasis (TL). LT is a parasitic disease that affects people and several species of domestic and wild animals. The problem in question was to investigate the influence of the spatial distribution of TL in the rural area of ​​the municipality of Presidente Tancredo Neves, from 2000 to 2009. in Leishmaniasis Dr. Jackson Costa and by the IBGE (2007). The TerraView 4.1 program was used to prepare the maps and spatial analysis of the data. The study’s diagnosis made it possible to identify the census tracts at greatest risk for transmission. Thematic maps can facilitate public health planning and monitoring of TL, facilitating preventive measures in communities with greater endemicity.

Keywords: Public health; spatial analysis; Endemic; Thematic Maps

INTRODUÇÃO

          A distribuição geográfica da leishmaniose no Brasil é restrita a regiões tropicais e temperadas onde existe o habitat natural dos flebotomíneos como a Floresta Amazônica e a Mata Atlântica, que são locais úmidos e predominantemente com pouca luminosidade, assim como, pouca circulação de ar. Estes elementos conjuntamente criam o ambiente favorável à proliferação desses vetores. No Brasil, em meados de 1939 a 1940, Pessôa e colaboradores (apud CRUZ 2008), descreveram a LTA como doença profissional da margem da mata. Mais recente observa-se uma expansão geográfica crescente nas Regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste. Do ano de 1994 a 1998 houve um aumento de 1.861 para 2.055 municípios com casos registrados da doença. A Leishmaniose Tegumentar Americana tem sido notificada em todos os estados do Brasil, com 605.062 casos relatados de 1980 a 2005. A LTA no Brasil atualmente apresenta extensa ampliação geográfica com registros de casos em todas as regiões brasileiras. Com várias manifestações clínicas que incluem a leishmaniose cutânea localizada, a leishmaniose cutânea mucosa e a leishmaniose cutânea difusão (COSTA et al., 2009, p. 40).

No Brasil existem, atualmente, seis espécies de Leishmania sp responsável pela infecção da doença em seres humanos. Na Região Nordeste, segundo o manual de vigilância da Leishmaniose Tegumentar Americana (2007), o número de casos registrados de LTA no período de 2000 a 2009, foi de 57.233 casos. O maior índice de LTA está no estado do Maranhão com 34.876 casos notificados e em segundo lugar o estado da Bahia com 29.150 casos. 

Na Bahia existem 417 municípios destes 143 em 2008 foram notificados casos de LTA. Os anos de maior número de casos foram 2000 e 2001, nos outros anos houve um declínio nos números de casos, com o aumento em 2008, conforme figura 3, sem justificativa de estudo para tal aumento. Atualmente, a maior área endêmica está localizada no Baixo Sul da Bahia, referente ao maior número de casos nos municípios.

A Leishmania sp é transmitida ao hospedeiro (ser humano e animal) durante a picada de um inseto fêmea do gênero flebótomo, que ao fazer o repasto sanguíneo, ocorre regurgitação de saliva com forma promastigota de Leishmania sp no lago sanguíneo formada pela probóscide desse inseto na pele do hospedeiro. No hospedeiro humano a Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é uma enfermidade que apresenta várias deformações tanto na pele como na mucosa, as espécies que mais infecta seres humanos, no estado da Bahia, são a Leishmania (Viannia) braziliensis, (CUBA et al., 1985; HOCH et al., 1986) e Leishmania (Leishmania) amazonensis, (BARRETO et al., 1984; ROSA et al., 1988).

A dependência espacial, segundo Druck et al. (2004) é definida como uma compreensão da análise de fenômenos. Essa noção parte do que Waldo Tobler chama de primeira lei da Geografia: “todas as coisas são parecidas, mas as coisas mais próximas se parecem mais que as coisas mais distantes”. Ou, como afirma Noel Cressie, “a dependência [espacial] está presente em todas as direções e fica mais fraca à medida que aumenta a dispersão na localização dos dados”.

 O alto índice da enfermidade no município de Presidente Tancredo Neves pode apresentar uma dependência espacial, pois as comunidades tendo características semelhantes em relação aos aspectos naturais ou sociais vão ser favoráveis a este fator espacial. Segundo os autores acima citados, os valores espaciais obtidos devem ser comparados com os valores que seriam produzidos no caso de não haver associação espacial entre as variáveis. 

No estudo de análise espacial da LTA no Litoral Norte Paulista, realizado no período de 1993 a 2005 por Condino et al. (2008), verificou que a distribuição espacial dos casos da doença era heterogênea nos municípios estudados, com simultaneidade na manifestação reincidindo em intervalos regulares de seis a oito anos. Os resultados demonstram a importância de se trabalhar o georreferenciamento no estudo da enfermidade. 

Campos-Junior (2007) visando identificar as áreas e os períodos do ano de maior transmissão da LTA nos seres humanos no município de Ilhéus, de 2000 a 2004, desenvolveu estudos aplicando análise espacial. Os resultados permitiram visualizar aglomerados da doença com identificação de pontos de maior risco da transmissão dentro dos setores censitários de áreas urbanas. 

Em pesquisa sobre a distribuição geográfica da Leishmaniose Visceral no estado de Sergipe, Tavares e Tavares (1999) concluíram, através da análise espacial, que houve a expansão da enfermidade em todas as regiões sergipanas sem existir o deslocamento dos principais focos da doença. 

O estudo da distribuição espacial da Leishmaniose Tegumentar Americana é muito importante, pois permitem formular hipóteses sobre os principais fatores ambientais da proliferação da doença e auxiliam no planejamento das políticas públicas de saúde, principalmente nas atividades da saúde ambiental no controle de vetores (TEODORO et al., 2008).

Os tipos de dados mais utilizados para análise espacial são: padrões pontuais, superfícies contínuas e taxas agregadas. Entre estes, os mais utilizados na ocorrência de doenças são os fenômenos expressos através de padrões de pontos. Entretanto, essa metodologia não exclui a possibilidade de trabalhar com dados agregados por área, como os que serão utilizados nesta pesquisa.

Dessa forma, o presente estudo tem como objetivo: avaliar o padrão de distribuição espacial dos casos de Leishmaniose Tegumentar Americana no município, durante o período de 2000 a 2009. 

PROCEDIMENTOS EXECUTADOS

O estudo foi desenvolvido no município de Presidente Tancredo Neves, situa-se no Território do Baixo Sul da Bahia, altitude média de 160 metros. Segundo dados do IBGE (2014) o município possui 27.187 habitantes, com área de 417 km².

A pesquisa iniciou a partir de um levantamento de casos de Leishmaniose Tegumentar Americana, no período de 2000 a 2009, junto ao Centro de Referência em Leishmaniose Dr. Jackson M. L. Costa (CRLDJML) no distrito de Corte Pedra no município de Presidente Tancredo Neves. Durante essa etapa identificou-se os endereços das pessoas que tiveram os casos confirmados da LTA.

Com a relação de endereços dos pacientes, obteve-se junto à coordenação local do IBGE, informações sobre as coordenadas geográficas das comunidades rurais e da sede do município. Esses dados, juntamente com o número de casos por comunidade, durante o período de 2000 a 2009, obtidos junto ao CRLDJML foram organizados em tabela, com extensão dbf, para inclusão no banco de dados do Arc Gis 9.1. Os dados inseridos no ambiente SIG foram sobrepostos à base cartográfica da divisão municipal do IBGE para seleção das comunidades a serem amostradas, considerando a distribuição espacial e a incidência dos casos.

Para análise espacial dos casos de LTA no município utilizou-se a base do setor censitário do IBGE, agrupando as comunidades dentro de cada setor, somando o número de casos para cada ano e associando esse valor a área de cada setor. Esse procedimento foi realizado utilizando a ferramenta edição do Arc Gis. Após a obtenção dos dados por área, a base foi exportada em formato shapefile para o programa TerraView 4.1 onde foram realizados os procedimentos de análise da distribuição espacial dos casos de LTA.

As operações de análise espacial consistiram no cálculo do Índice de Moran Global com o objetivo de avaliar a ocorrência ou não de dependência espacial dos dados, considerando todo o município. Para uma avaliação mais detalhada procedeu-se ao cálculo do Índice de Moran Local, permitindo identificar áreas contínuas ou não de dependência espacial na distribuição dos casos de LTA no município. Para identificação de aglomerados e dispersão dos dados foram elaborados mapas de estimador de intensidade de Kernel possibilitando identificar diferentes padrões de distribuição da doença, bem como associar o deslocamento das áreas de elevado índice em função da dinâmica de organização do espaço geográfico. As operações foram realizadas para cada ano durante o período estudado. 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os fatores ambientais, estudados na área endêmica de Leishmaniose Tegumentar Americana do município de Presidente Tancredo Neves tem a relação da transmissão homem-ambiente. De acordo com os dados do Centro de Referência em Leishmaniose Doutor Jackson M. L. Costa, obtido no mês de janeiro de 2010 o município de Presidente Tancredo Neves apresentou, no período de janeiro de 2000 a dezembro de 2009, 1.358 casos.

Mapa de Kernel 

O Mapa de Kernel é uma análise de comportamento que se aplica também para dados agregados, como os obtidos neste trabalho por setor censitário. Esse mapa permite por meio de interpolação estimar a densidade dos casos para todo o município. Portanto, obtendo uma visão geral da intensidade do processo em toda região do mapa em estudo. 

Na (Figura 1) mostra a densidade de Kernel dos números de casos de LTA no ano de 2000 e 2001, indicando uma forte concentração em um único ponto (vermelho intenso) localizado ao centro urbano do município e em suas proximidades uma ocorrência média (laranja e amarelo intenso). Visualiza-se no ano 2001 uma distribuição similar ao ano de 2000, mas com uma nova intensidade na área oeste do mapa (amarelo intenso). Podemos perceber no ano de 2002 e 2003 uma mudança na área de intensidade de ocorrência da LTA, representada pelo ponto (vermelho intenso) ao sul do município, e uma baixa intensidade na área próxima ao centro urbano (laranja e amarelo intenso). Verifica-se também no ano de 2003 a evidência de um novo ponto de baixa intensidade ao centro oeste do município, existindo uma expansão dos números de casos nessa área.

Figura 1 – Estimador de densidade de kernel para todos os casos de LTA no ano de 2000 a 2003.

Observa-se na figura 2 uma alta densidade ao centro da malha urbana e em regiões próximas com média intensidade. Existe também uma semelhança do ano de 2004 para o ano de 2006 que tem ponto de alta densidade na mesma localização do ano de 2004, com média densidade ao sul do município.

Visualiza-se a figura 2 no ano de 2005 a concentração intensa na área urbanizada e em seu contorno e um novo círculo (amarelo intenso) ao sul do mapa, ressurgindo uma nova ocorrência da LTA. Assim, o comportamento observado ao longo dos anos demonstra uma predominância, correspondente aos anos de 2000 a 2005 que tem uma maior concentração do valor de Kernel ao entorno da zona urbana, analisa-se pelo fato da população residente na cidade, exercer atividade na zona rural. Essas pessoas não residiam na área rural, pois nesses anos a “modernização” não tinha ocorrido na maioria das comunidades, ou seja, o incentivo do Governo na agricultura e a eletrificação rural não existiam. 

Observa-se no ano de 2006 um padrão na distribuição espacial dos números de casos de LTA, concentrado na área oeste e sudoeste nas demais não apresentam intensidade de ocorrência. O mesmo padrão de distribuição citado no ano de 2006, este presente no ano de 2007, com pouca diferença da localização (do vermelho intenso) que esta mais para o centro oeste e com uma intensidade relativa de ocorrência (verde intenso) ao noroeste.

Figura 2 – Estimador de densidade de kernel para todos os casos de LTA no ano de 2004 a 2007.

Verifica-se na figura 3, no ano de 2008 a continuação da intensidade (vermelho intenso) ao oeste do município e grande concentração de muito baixa intensidade ao norte e noroeste e sudeste.

No ano de 2009, visualizada na figura 3 o mesmo acometimento dos anos de 2006 a 2008, na mesma região oeste do mapa com o ponto (vermelho intenso). Verifica-se que nos últimos quatro anos (2006 – 2009) do estudo apresentaram uma maior intensidade de ocorrência distribuída na área oeste e sudoeste do município, diferentemente dos anos anteriores da pesquisa (2000 – 2005). Essas áreas com (vermelho intenso) que representa a maior ocorrência da LTA, confirma uma área de grande endemicidade pelo seu período de permanência em um só local. Essa área de atual endemicidade pode estar condicionada pelos fatores da expansão agrícola, que modifica a paisagem natural da localidade, a casa-proximidade-lavoura; eletricidade no campo que nesse período chegou a 90% das comunidades, favorecendo a “modernização” na zona rural. Outro fator que pode estar diretamente vinculado é o êxodo urbano pela facilidade dos programas do governo de incentivo à agricultura familiar. 

Figura 3 – Estimador de densidade de kernel para todos os casos de LTA no ano de 2008 e 2009.

Observa-se na figura 4, uma representação do modelo número do terreno do município em 3D. Verifica-se que a porção oeste do município apresenta cotas mais elevadas e relevo acidentado, associado com maior densidade da rede de drenagem criando condições favoráveis de umidade para reprodução dos flebotomíneos. Ressalta-se ainda que o relevo mais elevado favorece o sombreamento de parte da vertente retendo maior umidade.

Figura 4 – Modelo numérico do terreno do município de Presidente Tancredo Neves.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A análise espacial dos números de casos de Leishmaniose Tegumentar Americana feito nos períodos de 2000 a 2009 verificou-se que a transmissão não ocorreu em um único setor censitário do município, mas em áreas contínua e distintas. Nos anos de 2005, 2006 e 2009 obteve uma dependência espacial, relação que justifica que os setores ao seu entorno tenham características similares.

A existência de características ambientais parecidas, como relevo, cobertura vegetal e desmatamento faz com que os setores censitários tenham semelhanças e assim crescendo áreas de   expansão da enfermidade. 

Contudo o estudo da distribuição espacial da Leishmaniose permitiu entender o território e suas áreas de maior intensidade. Com essa análise poderá ser utilizada para justificar investimentos nas políticas públicas de saúde para buscar medidas cabíveis na redução de números de acometimento a enfermidade, pois o município representa uma área endêmica e atualmente não há nenhum programa ou projeto de prevenção sendo realizado. 

REFERÊNCIAS

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COSTA. J.M.L., et al. MODALIDADES CLÍNICAS, DIAGNÓSTICO E ABORDAGEM TERAPÊUTICAS DA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR NO BRASIL. Gazeta Médica da Bahia. Ano 143, V. 79, Sup. 3, p. 70-83, 2009. 

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1Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
Santo Antônio de Jesus – Bahia
https://orcid.org/0000-0003-2183-8745
ismaelsaude@hotmail.com
2Universidade do Estado da Bahia
Departamento de Ciências Humanas
Santo Antônio de Jesus – Bahia