INFLAÇÃO DE ALIMENTOS E SUAS IMPLICAÇÕES NA COMPOSIÇÃO DA CESTA BÁSICA NOS ÚLTIMOS QUATRO ANOS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7855179


Marly Rodrigues dos Santos1
Aluízio Henrique da Costa Franklin2
Katiane Oliveira Santos de Souza3


Resumo: Este trabalho se propôs a analisar qual o impacto provocado pela Inflação de alimentos na composição da cesta básica da população brasileira de baixa renda nos últimos quatro anos. Ao longo dos anos, o Brasil experimentou grandes impactos pela inflação em sua economia, sendo este um cenário constante e persistente. Contudo o quadro se agravou ainda mais com a pandemia causada pelo vírus conhecido como COVID-19 que atingiu todo o planeta, levando toda a população a vivenciar momentos de medo, incertezas, instabilidade econômica e desemprego. O trabalho trouxe como objetivo principal analisar qual o impacto da Inflação de alimentos na composição da cesta básica da população brasileira de baixa renda nos últimos quatro anos. Para elaboração do trabalho foi feita uma revisão de literatura baseada principalmente em livros de diversos autores, tendo sido ainda realizado levantamento de informações sobre o tema em revistas, artigos, documentários, relatórios, periódicos, entre outras fontes de dados dos últimos 10 anos. Houve um crescimento significativo no consumo de itens comercializados em supermercados, provocando o aumento da demanda e consequentemente o encarecimento de determinados itens, sendo a maior parte deles, componentes da cesta básica. Também se considerou, a pandemia e suas repercussões como de grande relevância para compreensão da variação do preço dos alimentos nos últimos quatro anos.

Palavras-chave: subsistência, alimentos, Covid-19.

Abstract: this work aimed to analyze the impact caused by food inflation in the composition of the basic basket of the Brazilian population in the last five years. Over the years, Brazil has experienced major impacts from inflation on its economy, which is a constant and persistent scenario. However, the situation was further aggravated by the pandemic caused by the virus known as COVID-19, which hit the entire planet, leading the entire population to experience moments of fear, uncertainty, economic instability and unemployment. The main objective of this work was to analyze the impact of food inflation on the composition of the basic basket of the Brazilian low-income population in the last five years. For the elaboration of the work, a literature review was carried out mainly based on books by different authors, and information on the subject was collected in magazines, articles, documentaries, reports, periodicals, among other sources of data with up to 10 years. There has been a significant growth in the consumption of items sold in supermarkets, causing an increase in demand and consequently an increase in the price of certain items, most of which are components of the basic food basket. In this way, the pandemic and its repercussions are of great relevance for understanding the variation in food prices in the last five years.

Keywords: Subsistence, foods, Covid-19.

1. INTRODUÇÃO

Possui significativa relevância a promoção de pesquisas envolvendo o sistema de preços nacional, uma vez que o Brasil já foi reconhecido como um dos principais laboratórios da inflação pelo mundo. Tal cenário representa que as tentativas feitas com o intuito de controlar os preços no país, especialmente durante a década de 1980, acarretaram diversas maneiras de interpretação dos motivos do descontrole de preços. Entre os principais índices pode ser destacado o Cesto Básico Nacional, como um relevante mensurador de preços no país.

O presente trabalho traz como tema a Inflação de alimentos e suas implicações na composição da cesta básica da população de baixa renda nos últimos quatro anos, visto este ter ficado marcado o ano de 2020 pela pandemia de Covid-19, tendo provocado inúmeros custos sociais e econômicos. É muito importante que a inflação seja mantida sob controle, já que seus efeitos tendem a prejudicar a economia, quadro que se agravou durante a pandemia.

Os índices de preços podem ser entendidos como indicadores responsáveis por agregarem e representarem os preços de uma cesta de produtos específica, caracterizando-se como inflação a elevação dessa medida de um período para outro, caracterizando-se por ser inercial, ou seja, quando há no consumidor o receio que haja o reajuste dos preços com brevidade. Cenário que os levam a classe de baixa renda realizar a estocagem de mercadorias, acabando com os estoques dos mercados.

O medo do reajuste de preços, desencadeia uma alta demanda e pouca oferta, pelo que o preço dos produtos tende a aumentar. A forma como essa cesta é composta varia de acordo com o orçamento do qual dispõem as famílias, em que o valor dos componentes do índice tende a representar a relevância que estes possuem no consumo de cada grupo familiar (BARROS, 2021).

Os produtos alimentares possuem significativa relevância no que se refere aos indicadores de inflação, especialmente, em países que se encontram em desenvolvimento, o que reflete na importância que tais bens detêm nos dispêndios pessoais. Esses alimentos não se limitam a possuírem representatividade significativa nos indicadores de inflação, mas também são detentores de características que se diferem dos demais itens que compõem os índices (BARBIERI et. al, 2020).

Conforme esclarece Barbieri et al. (2020), cabe ainda destacar a classificação dos alimentos, no que tange à identificação dos principais determinantes do estabelecimento de seus preços. Nesse sentido, as variações contínuas dos preços de alimentos podem decorrer de motivações diversas, podendo estas serem ou não provocadas de forma simultânea, impactando significativamente a condução da política monetária.

Frente a esse contexto, destaca-se a necessidade de entendimento dessa evolução específica, envolvendo o custo da alimentação para os consumidores de baixa renda, sendo consideradas famílias de baixa renda aquelas que possuem renda mensal por pessoa (renda per capita) de até meio salário-mínimo (R$ 606,00) ou renda familiar total de até três salários-mínimos (R$ 3.636,00). Pelos cálculos feitos pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), houve o alcance de expressivos 14,1% no ano de 2020, um percentual significativamente elevado, especialmente em um ano no qual a economia se manteve muito aquém da sua capacidade, elevando o desemprego e promovendo a queda do PIB (Produto Interno Bruto). Elevações na inflação, infelizmente, são situações pelas quais a sociedade necessita passar, ainda que seja necessária a tomada de precauções para minimizar os impactos (BARBIERI et. al, 2020).

Segundo Barros (2021), os índices de preços são indicadores capazes de agregar e representar os preços em determinado conjunto de produtos, sendo entendida como inflação a elevação dessa medida de um período para outro. A composição desse conjunto tende a se sujeitar ao orçamento que cada família dispõe, em que o peso dos componentes do índice destaca a relevância destes no consumo dos componentes do grupo familiar. Os produtos alimentares possuem significativo peso no que tange aos indicadores de inflação, especialmente, em países que se encontram em desenvolvimento, realçando a importância que tais bens possuem nos dispêndios pessoais (BARROS, 2021).

O presente estudo buscou elucidar, a inflação de alimentos e suas implicações na composição da cesta básica da população de baixa renda nos últimos quatro anos. Sendo assim é possível perceber que a fome permanece sendo uma das mais relevantes questões em discussão na atualidade, se estabelecendo como um problema de segurança alimentar.

1.1. Formulação do Problema

Em termos sociais, a inflação de alimentos tende a atingir de maneira mais intensa a população de baixa renda, cujos gastos com alimentação são mais altos ou absorvem mais as rendas dos que padecem de baixos salários em comparação aos que desfrutam de salários mais elevados. Segundo Pinho e Vasconcellos (2003), o acompanhamento dos preços da cesta básica mensal apresenta grande relevância no da população assalariada, visto que os preços dos alimentos integram a inflação, que está diretamente relacionada ao equilíbrio da economia de mercado, impactando diretamente as famílias brasileiras.

O Critério de Classificação Econômica Brasil (CCEB) é o critério de maior uso pelos institutos de pesquisa de mercado e opinião, tendo ganhado uma nova versão em 2015. Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP), o CCEB é um instrumento de segmentação econômica que faz uso do levantamento de características domiciliares (presença e quantidade de alguns itens domiciliares de conforto e grau de escolaridade do chefe de família) para diferenciar a população.

Segundo Carneiro (2020), o critério atribui pontos em função de cada característica domiciliar e realiza a soma destes pontos. É feita então uma correspondência entre faixas de pontuação do critério e estratos de classificação econômica definidos por A1, A2, B1, B2, C1, C2, D, E. O IBGE utiliza uma classificação mais simplificada para compreender o assunto, sendo feita a utilização da renda mensal de todos os residentes de uma mesma casa para estabelecer os mais ricos e os mais pobres.

Segundo a classificação do instituto, as classes são divididas em A, B e C, sendo a classe A representante da parcela mais rica do país, sendo o valor somado dos pertencentes a essa classe superior a 20 salários-mínimos. A classe B representa a soma dos rendimentos dos residentes de uma casa que ultrapassem 10 salários-mínimos e cheguem até 20 salários-mínimos. Já a classe C engloba as famílias que possuem a soma dos rendimentos entre quatro e dez salários-mínimos. 

Conforme orienta Souza (1992), outro ponto de destaque é que a inflação se trata de um elemento que desgasta a capacidade de compra dos grupos familiares assalariados, dos quais, uma parcela significativa traz como única fonte de renda o próprio salário. Frente a esse cenário, levanta-se o seguinte questionamento: qual o impacto da Inflação de alimentos na composição da cesta básica da população de baixa renda nos últimos quatro anos?

1.2. Justificativa

A pesquisa se justifica no fato de que a fome ainda se apresenta como uma das principais questões no mundo contemporâneo, configurando um problema de segurança alimentar, conforme esclarece Barros (2021). Contudo, o mesmo autor orienta que o ponto de maior destaque não se limita à falta de alimentos, mas sim, ao custo que estes têm para as famílias de baixa renda.

A pesquisa tem a capacidade de impactar positivamente a sociedade, visto que, conforme estabelecem Pinho e Vasconcellos (2003), o impacto dos aumentos crescentes de preços dos itens que compõem a cesta básica tende a atingir de maneira acentuada as famílias brasileiras de baixa renda.

Nesse contexto, orientam Pinho e Vasconcellos (2003), que a pressão inflacionária proveniente dos produtos do ramo alimentício, apresenta características diferentes das então observadas em outros momentos da história. A inflação tem motivado significativas distorções na alocação de recursos. A perseverança de processos inflacionários, não raro, tende a implicar no remanejamento perverso de riqueza e alocação ineficiente dos investimentos produtivos. 1.3. Objetivos

1.3.1. Objetivo Geral

Analisar qual o impacto da Inflação de alimentos na composição da cesta básica da população brasileira de baixa renda nos últimos quatro anos.

1.3.2. Objetivos Específicos

● Analisar o conceito e principais características relacionados à inflação de alimentos;

● Identificar os fatores que determinam a evolução dos preços dos alimentos;

● Compreender os impactos provocados pela inflação de alimentos na cesta básica da população com renda mensal por pessoa (renda per capita) de até meio salário-mínimo (R$ 606,00) ou renda familiar total de até três salários-mínimos (R$ 3.636,00).

1.4. Estrutura do Trabalho

O presente trabalho foi iniciado com o tópico 1 que traz a introdução ao tema escolhido, tendo ainda sido feito o estabelecimento dos objetos iniciais de orientação para a pesquisa feita, sendo eles: introdução ao estudo, formulação do problema, justificativa para a realização do estudo e a definição dos objetivos a serem alcançados. Para desenvolvimento do material, o primeiro capítulo (tópico 2) foi utilizado para evidenciar o referencial teórico, sendo feita uma abordagem em diversificados conceitos que envolvem o impacto da Inflação de alimentos na composição da cesta básica nos últimos quatro anos.

Em continuidade, o segundo capítulo (tópico 3) envolve os métodos e técnicas de pesquisa aplicados para desenvolvimento do trabalho. Inicialmente a pesquisa se classifica com base em seus aspectos metodológicos de identificação do estudo. O capítulo três (tópico 4) trouxe o cronograma de desenvolvimento do material, ao passo que no capítulo 4 (tópico 5) foram abordados os resultados obtidos e as discussões destes em conjunto com as ideias abordadas pelos principais autores que discutem a temática em questão.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O presente tópico traz um maior aprofundamento na temática proposta, sendo apresentados os principais pontos envolvendo o conceito e características ligados à inflação de alimentos, fatores determinantes no processo evolutivo dos preços dos alimentos, além dos impactos provocados pela inflação de alimentos na cesta básica nos últimos quatro anos.

2.1. Conceitos e principais características relacionadas à inflação de alimentos

Pode-se definir como inflação, o aumento regular e sustentável do nível geral de preços, ou seja, é uma situação de aumento dos preços em um determinado momento. Fiegenbaum (2009), salienta que, apesar dos preços de alguns produtos ficarem congelados ou, até mesmo, diminuírem, por um certo lapso de tempo, não é o costumeiro, tendo em vista que a regra geral é a elevação da maioria dos produtos que seguem o índice inflacionário.

Os alimentos detêm um grande peso sobre os indicadores de inflação, ainda mais em países ainda em desenvolvimento, demonstrando assim, a relevância desses produtos para o consumo pessoal (OLIVEIRA, 2007).

No Brasil, em 1999, ficou definido que o índice referente de preços, seria dado por meio do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que passou a existir, por parte do governo, a intenção de controlar a política monetária do país, com escora em um sistema de metas para a inflação. Segundo Mishkin (2000), são necessários alguns elementos essenciais, quando se fala em uma estratégia de política monetária:

Metas para a inflação é uma plano de política monetária que contempla cinco itens basilares: a) a divulgação pública de metas numéricas de médio-prazo para a inflação; b) o compromisso institucional com a estabilidade de preços como objetivo fundamental da política monetária, sendo imprescindível que as demais variáveis econômicas estejam subordinadas a isto; c) uma estratégia de informação extensa, onde são consideradas diversas variáveis, e não somente a taxa de câmbio ou os agregados monetários, orientando as autoridades a definirem os parâmetros dos instrumentos de política; d) uma estratégia de atuação baseada na transparência, para transmitir claramente ao público e aos mercados sobre os planos, objetivos e deliberações das autoridades monetárias e; e) mecanismos que responsabiliza as autoridades monetárias competentes pelo cumprimento das metas para a inflação (2000, p. 76).

Ainda com Mishkin, as autoridades brasileiras viram a importância do conhecimento acerca da economia do país e, consequentemente, de como alguns choques econômicos podem afetá-la. Apesar disso, os meios empregados estão defasados, pelo que acabam por não influírem tanto sobre os índices de inflação a curto prazo, o que faz com que os governantes estejam sempre com interesse no progresso e otimização das concepções para a inflação (MISHKIN, 2000).

Levando-se em consideração que o setor alimentício é o que mais é impactado com as altas taxas inflacionárias, é preciso que haja bastante atenção para o tema, uma vez que existe consolidada, inclusive, segundo dados da Organização das Nações Unidas -ONU, uma crise mundial dos alimentos (COSTA et al., 2017).

Na composição da cesta básica, estão produtos que são importantes no cotidiano das famílias de baixa renda, melhor dizendo, eles trazem uma espécie de segurança alimentar aos indivíduos, ainda mais em países que ainda estão em desenvolvimento. Nesse sentido Oliveira (2007) destaca:

Os índices de preços são indicadores que juntam e refletem os preços de uma deliberada cesta de produtos, em que o aumento dessa medida em um decurso de tempo se caracteriza como infração. A formação desta cesta está sujeita ao orçamento das famílias, onde o peso dos elementos do índice representa a relevância destes no consumo das famílias, de acordo com pesquisas especializadas (2007, p. 6).

No Brasil, o salário-mínimo não mais consegue acompanhar os preços dos produtos alimentícios. Para uma família adquirir uma cesta básica que atendesse suas necessidades mensais, seria preciso um aumento exorbitante do salário-mínimo (COSTA et al., 2017).

A Inflação pode ser entendida como o aumento contínuo e generalizado dos preços de produtos e serviços, implicando na redução do poder de compra do dinheiro. Ou seja, ele passa a valer cada vez menos com o passar do tempo. Tal indicador é de grande relevância na economia, pois é responsável por sinalizar como se encontra o custo de vida para o brasileiro. Uma inflação controlada pode estar associada a uma oferta e demanda equilibradas, com isso, o país apresenta consumo de produtos e serviços, geração de empregos por empresas e, consequentemente, crescimento (BACCARIN e OLIVEIRA, 2021).

No Brasil, os preços dos alimentos subiram mais do que a renda média da população em geral, fazendo com que a escolha dos alimentos que vão para a mesa na hora das refeições, se torne uma preocupação para muitas famílias, sobretudo as identificadas como de baixa renda .Os produtos de mercado ou de preços livres, podem ser subdivididos em itens comercializáveis, sendo aqueles que são mais vulneráveis às variações ocorridas na taxa de câmbio e; os não comercializáveis, que por sua vez também sofrem abalo da política monetária e seus efeitos relativos à taxa de juros básica sobre a taxa de câmbio (BACCARIN e OLIVEIRA, 2021).

Também é possível dividir os alimentos, levando-se em consideração seu processo produtivo, onde é possível classificá-los em produtos industrializados, produtos semielaborados e produtos in natura. Tal separação é importantíssima a níveis didáticos, uma vez que assim fica mais visível a evolução dos preços e a inflação sobre os produtos. Destaca-se aqui os produtos classificados como in natura, como, por exemplo, os tubérculos, legumes, frutas, verduras, ovos etc., que possuem safras mais breves, bem como, são mais sensitivos às variações climáticas (BACCARIN e OLIVEIRA, 2021).

Os produtos in natura, devido à sua sensibilidade, sejam por conta de alterações climáticas ou de variações de temperaturas, podem sofrer escassez, o que vem a causar elevação dos preços desses produtos. Uma vez que o clima e as temperaturas voltem a se estabilizar, a produção logo se normaliza, pelo que os preços voltam à sua média de mercado. Oliveira (2007) ainda enfatiza que:

Se por um lado os alimentos comercializáveis tendem a sofrer mais com as variações da taxa de câmbio, de outra forma, os alimentos não-comercializáveis podem externar uma volatilidade mais alta, por influência dos produtos in natura. Esse resultado gerador de maior variabilidade vindo dos produtos in natura, entretanto, é suprido pela evolução da dinâmica inflacionária de alimentação fora do domicílio, que geralmente mostra uma variabilidade menor, em linha com a evolução da classe dos bens não comercializáveis como um todo dentro do IPCA (2007, p. 19).

Já aqueles produtos qualificados como industrializados, sofrem influxo das variações obtidas na taxa de câmbio, bem como, estão suscetíveis aos efeitos do hiato dos produtos industriais. O hiato do produto se refere a um indicador capaz de mensurar as oscilações cíclicas da economia. Sob a ótica metodológica, se refere inicialmente à decomposição do Produto Interno Bruto (PIB) em dois componentes: a tendência de médio ou longo prazo, muitas vezes identificada como produto potencial; e o ciclo de curto prazo (BACCARIN e OLIVEIRA, 2021).

O IBGE desdobra os alimentos de acordo com seu local de consumo, em alimentos domiciliares e aqueles consumidos fora do ambiente doméstico. O primeiro, são os adquiridos para consumo domiciliar, como o próprio nome diz e, o segundo, são aqueles consumidos em estabelecimentos variados, como bares, lanchonetes, entre outros. Os alimentos integrantes do grupo de domiciliares, tendem a variar mais seu preço, isto é, tendem a ficar mais caros, pois sofrem os impactos advindos da economia do setor de serviços, como custos relativos à salários, serviços públicos, entre outros (IBGE, 2020b).

Existem variados fatores que influenciam na variação de preço no ramo alimentício, bem como, essa variação irá depender do tipo de alimento em questão, sua sensibilidade a determinados eventos previsíveis ou não e de acordo com a incidência da taxa de câmbio (IBGE, 2020a).

2.2. Fatores que determinam a evolução dos preços dos alimentos

Quando o assunto é inflação de alimentos, alguns fatores específicos são determinantes para que ocorra a modificação dos preços alimentícios. O primeiro, de importante impacto e relevância, refere-se à sazonalidade (WALLIS e THOMAS, 1971).

Define-se como sazonalidade, um agrupamento de mudanças ou variações, que compreendem o intervalo de um ano ou mais, metódicas, porém não obrigatoriamente invariáveis, que acontecem por um determinado lapso temporal. Direcionando o conceito para a questão alimentícia, alguns produtos tendem a ter um padrão sazonal, isto quando possuem estágios de safra e entressafra firmes durante o ano (WALLIS e THOMAS, 1971).

No período em que acontece a entressafra, é visível o aumento dos preços do respectivo produto, acréscimo que se dá de maneira notável. Com o início da safra, onde há a normalização da produção, é que o preço do produto volta a se regularizar. Esse fenômeno não deve ser confundido com a questão dos choques de oferta e demanda, levando-se em consideração que estes últimos não são passíveis de previsão, bem como, os efeitos na inflação podem ou não serem alongados. A sazonalidade, em contrapartida, pode ser prevista, por isso, já se encontra dentro das perspectivas dos produtores, não acarretando, portanto, tantas alterações na questão monetária (FIGUEIREDO e STAUB, 2001).

Outro fator determinante para que os preços dos alimentos sofram evolução, são os choques, inclusive, citados acima. São eles, alterações climáticas, pragas e doenças que ocasionam a ruptura de safras e de colheitas agrícolas, o que causa uma redução, radical, da produção de um determinado produto. Esse problema não atinge só produtos agrícolas, mas também os animais podem sofrer com epidemias, por exemplo, o que causa aumento dos preços dos produtos derivados destes. Em contrapartida, quando se tem climas favoráveis, a produção aumenta e, com isso, os preços dos produtos acabam abaixando (OLIVEIRA, 2007).

Analisando o IPCA, é possível desmembrá-lo em classes, para fins didáticos, para que se compreenda as diferentes causas de inflação de alimentos. Para isso, secciona-se o IPCA em duas classes: a dos preços livres e a dos preços administrados e controlados por contrato. A primeira, também denominada de preços de mercado, comporta produtos que possuem evolução de preços com base na interatividade entre oferta e demanda. A segunda, evolui de acordo com regras de indexação, contratos de longos períodos e de normatizações governamentais. A inflação no ramo alimentício se enquadra na classe dos preços livres, tendo em vista que, a evolução dos preços ocorre de acordo com a oferta e a demanda (OLIVEIRA, 2007).

2.3. Impactos provocados pela inflação de alimentos na cesta básica

A alimentação pode ser analisada sob várias óticas. Mony e Oliveira (1997) discorrem bem sobre a questão:

A alimentação pode ser estudada sob várias perspectivas, que são, paralelamente, independentes e complementares: a perspectiva econômica, em que a relação entre a oferta e a demanda, o abastecimento, os preços dos alimentos e a renda das famílias são os elementos basilares; a perspectiva nutricional, com foco nos constituintes dos alimentos, fundamentais à saúde e ao bem-estar do indivíduo (proteínas, gorduras, carboidratos, vitaminas, minerais e fibras), nas deficiências e nas relações entre dieta e doença; a perspectiva social, que é direcionada para as associações entre a alimentação e a organização social do trabalho, a distinção social do consumo, os ritmos e estilos de vida; a perspectiva cultural, pautada nos gostos, hábitos, tradições culinárias, representações, práticas, preferências, repulsões, ritos e tabus, isto é, no ponto de vista simbólico da alimentação (1997, p. 3).

Este estudo traz uma perspectiva econômica de significativa relevância para a sociedade, ao passo que aborda as relações que envolvem a oferta e a demanda, o abastecimento da população, os custos de cada alimento e a renda dessas famílias, sendo estes, subsídios basais para a população. No Brasil, a cesta básica pode ser definida como aquela que abarca um conjunto de bens, que são de consumo básico de uma família assalariada, que varia de acordo com o nível de desenvolvimento social do país (SANDRONI, 2006).

A cesta básica é composta de treze itens, que podem variar de acordo com a região brasileira e é, ou deveria ser, capaz de alimentar uma família de quatro pessoas, durante um mês inteiro. A definição desses alimentos foi feita com base em uma dieta compatível com as necessidades nutricionais de uma pessoa adulta. A partir daí e, com base na média salarial das famílias, que se definiu preços, quantidades balanceadas de cada alimento (DIEESE, 2020).

Segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (IPEAD/UFMG), o custo da cesta básica, definida pelo Decreto-Lei 399/38, que representa os gastos de um trabalhador adulto com a alimentação, apresentou variação positiva de 2,69%, entre setembro e outubro de 2021. O valor da cesta, cuja composição pode ser vista no Quadro 1, em outubro/21 foi de R$ 604,22 (seiscentos e quatro reais e vinte e dois centavos), equivalente a 54,93% do salário-mínimo (IPEAD/UFMG, 2021).

Quadro 1 – Custo da cesta básica por produto e suas variações, outubro 2021, Belo Horizonte.

FONTE: Elaborado pela autora, adaptado da Fundação IPEAD/UFMG, (2021).

Algumas famílias brasileiras, ficam restritas apenas aos alimentos constantes na cesta básica, outras já podem adquirir produtos adicionais para o mês. Independente disto, os alimentos componentes da cesta acabam sendo a base alimentar de praticamente todas as famílias do país, como, por exemplo, o feijão, o arroz, óleo, carne, farinha, café, entre outros (BARBIERI, OLIVEIRA e LIMA, 2020).

Tendo em vista que a cesta básica é tão vital na vida de muitas famílias, os preços de seus itens são considerados fatores significativos, para que seja possível garantir a essas pessoas, certa segurança alimentar, ainda mais quando o cenário é um país ainda em desenvolvimento (OLIVEIRA et al., 2017).

Conforme salientado, os produtos alimentícios possuem representatividade importante nos indicadores de inflação, isto porque possuem suas peculiaridades próprias que fazem com que se diferenciam dos demais componentes. Fatores climáticos, sazonalidade, entre outros, fazem com que haja uma variação dos preços atribuídos a esses bens (BARROS et al., 2021).

A mudança de preços de produtos alimentícios pode advir de diversos fatores que, inclusive, podem se manifestar de forma simultânea, o que reflete diretamente na economia de um país (FUTEMMA, et al., 2020).

A inflação de alimentos no Brasil sempre foi uma constante, isto é, só vem aumentando, principalmente entre os anos 2007 e 2019, devido ao aumento dos preços ao produtor agrícola, à internacionalização da agricultura, entre outros (BRASIL, 2020). Com a pandemia do COVID-19, a situação se agravou na América Latina. Os latinos vêm sofrendo com a queda da renda e com o consequente aumento dos preços dos alimentos, o que vem gerando ainda mais pobreza para os países (BARBIERI, OLIVEIRA e LIMA, 2020).

Com o advento da pandemia, a alimentação dentro do domicílio das pessoas acabou por aumentar em níveis consideráveis, o que foi uma grande novidade, tendo em vista que os alimentos consumidos fora dos domicílios eram os que mais sofriam o aumento advindo da inflação. Concomitantemente, os produtos in natura impactaram diretamente nos índices inflacionários, como o arroz e o feijão por exemplo (FUTEMMA, et al., 2020).

A pandemia proveniente da COVID-19 fez com que as pessoas passassem mais tempo em suas casas, diante disso, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), devido a alta da alimentação domiciliar, as vendas dos supermercados também aumentaram significativamente, o que contribuiu também para o aumento de produtos básicos, como aqueles integrantes da cesta básica de muitas famílias (ABRAS, 2020).

Como se não bastasse, a desvalorização do real e o aumento do dólar também refletiram no aumento da inflação no Brasil, principalmente sobre os alimentos. Sobre o aumento do dólar, Barbieri, Oliveira e Lima (2020), dispõe o seguinte:

A alta do Dólar também é provável que seja um grande agravante para a elevação dos preços, já que há uma estreita relação entre os valores dos insumos importados usados para a sua produção e as melhores condições de exportação diante do mercado nacional. Melhor dizendo, além dos insumos serem comprados e comercializados em Dólar, não raras vezes é mais rentável, tendo em vista a alta do Dólar, onde a exportação do produto é mais benéfica do que vendê-lo no mercado interno (2020, p. 25).

Devido ao medo de uma escassez alimentícia, os supermercados passaram a aumentar o preço de seus produtos e, o consumidor, por sua vez, passou a estocar mais, com o mesmo receio de escassez, bem como, devido à incerteza de que aquele produto poderia ou não sofrer um grande reajuste. Com uma alta demanda e oferta reduzida, os preços aumentaram (FUTEMMA, et al., 2020).

A Secretaria Nacional do Consumidor manifestou acerca do risco de um possível desabastecimento alimentar (BRASIL, 2020a):

Para a Secretaria Nacional do Consumidor, devido ao temor de um possível desabastecimento em decorrência da pandemia do COVID-19, sucedeu um acesso maior aos supermercados, aumentando o consumo e o valor de produtos como batata, tomate, hortaliças e outros alimentos da cesta básica: arroz, feijão, leite e farinha. Determinados produtos podem estar em período de entressafra, como, por exemplo, o feijão, que tem uma produção abaixo do normal nessa temporada (2020a, p. 1).

A alta dos produtos da cesta básica foi devida a vários fatores que, concomitantemente, influenciaram para o reajuste dos preços atribuídos a esses. Produtos in natura, como o arroz e o feijão, integrantes principais da cesta básica do brasileiro foram extremamente impactados, atingindo inúmeras famílias em situação mais vulnerável que se valiam de cestas básicas (CONAB, 2020).

Observando os últimos quatro anos, é possível constatar que a alta dos preços dos produtos alimentícios básicos, cresceu significativamente. Em 2020, por exemplo, o ano em que o Brasil mais sofreu com os impactos da pandemia, a alteração dos produtos, de um mês a outro, foi bastante significativa. Em doze meses de pandemia, é possível destacar algumas alterações de preço, a níveis quase inacreditáveis, sendo (BARBIERI, OLIVEIRA e LIMA, 2020):

a) 87,89% de aumento para o óleo de soja;

b) 69,80% de aumento para o arroz branco;

c) 20,52% de aumento para o leite, tendo em vista as restrições ocorridas nas ofertas de campo, pouca captação de matéria-prima, altos custos de produção, com alta dos principais insumos para ração etc;

d) 57,83% de aumento para cereais, leguminosas e oleaginosas;

e) 31,62% de aumento para raízes e legumes;

f) 29,51% de aumento para carnes em geral, principalmente para a banana-prata, maçã, mamão;

g) 27,09% de aumento para as frutas em geral;

O governo tentou diminuir os impostos para importação de alguns produtos, como o arroz, a soja e o milho, mas não foi de grande valia.

O desemprego veio com a pandemia, sendo impactados com os altos preços dos alimentos. Produtores foram surpreendidos com os altos preços dos insumos, pelo que tiveram que trabalhar com menos e sob pressão de produzir mais. Essa situação caótica não demoraria muito tempo para refletir naqueles que carecem de um sustento básico (BARBIERI, OLIVEIRA e LIMA, 2020).

Frente a esse contexto é possível perceber, diante do aumento de tantos alimentos básicos da população, que a alteração do preço da cesta básica do brasileiro era iminente. Levando-se em consideração que o salário médio no país se encontra defasado aproximadamente há dez anos, o impacto da inflação na vida das pessoas foi algo significativo, especialmente nas famílias de baixa renda. Para famílias que têm a cesta básica como a única forma de sustento durante o mês, enfrenta uma situação ainda pior, uma vez que os preços são absurdamente altos e a renda da população é desproporcional.

Dessa forma, a população brasileira de baixa renda, nos últimos quatro anos, mais do que qualquer outro período, foi fortemente impactada pela inflação, especialmente a parcela da população que detém de menor renda para a manutenção de suas famílias. Tal cenário destaca que se tornou uma missão desgastante e dispendiosa colocar alimentos básicos na mesa dos brasileiros.

3. METODOLOGIA

O estudo desse trabalho se concentra em analisar o impacto da Inflação de alimentos na composição da cesta básica da população brasileira de baixa renda nos últimos quatro anos, por meio de uma revisão e síntese bibliográfica, que consiste em uma coleta de dados em livros e artigos científicos.

Para elaboração do trabalho foi feita uma revisão de literatura baseada principalmente em livros de diversos autores, dentre os quais podem ser destacados Barros et. al. (2021), Oliveira (2007), Silva e Tavares (2008), IBGE, Maluf e Speranza (2013). Foi ainda realizado levantamento de informações sobre o tema em revistas, artigos, documentários, relatórios, periódicos, entre outras fontes de dados.

4. CRONOGRAMA

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A inflação impacta diretamente no valor da cesta básica. Um grande exemplo prático desta afirmação, é a pandemia do COVID-19 e seus reflexos no Brasil. No país, por existir demanda significativa por produtos nos supermercados, o valor dessas mercadorias tende a aumentar, tendo em vista que há o risco de escassez nas prateleiras. A inflação aqui se caracteriza por ser inercial, isto é, quando o consumidor receia pelo reajuste dos preços num futuro próximo e, por isso, começa a estocar mercadorias, desabastecendo os mercados. O medo do reajuste de preços, desencadeia uma alta demanda e pouca oferta, pelo que o preço dos produtos tende a aumentar.

Sobre o aumento do valor do dólar, verificou-se que também é um dos fatores que impactam o valor dos produtos componentes da cesta básica, isto porque, existe uma conexão estreita entre o preço da matéria-prima importada para a produção e as melhores condições de exportação face ao mercado local. Em outros termos, além dos insumos serem adquiridos e vendidos em dólar, não raras vezes é proveitoso, levando-se em conta um dólar em alta, que se exporte a mercadoria ao invés de vendê-la no mercado interno.

Os objetivos do trabalho foram atingidos e expostos em sua totalidade, tendo em vista que foi possível identificar os impactos da inflação de alimentos na composição da cesta básica da população brasileira de baixa renda, reconhecida como de baixa renda, nos últimos quatro anos. Para tanto foi possível perceber, diante do aumento de tantos alimentos básicos da população, que a alteração do preço da cesta básica do brasileiro era iminente. Levando-se em consideração que o salário médio no país se encontra defasado faz tempo, o impacto da inflação na vida das pessoas de baixa renda foi algo significativo. Para famílias que têm a cesta básica como a única forma de sustento durante o mês, enfrenta uma situação ainda pior, uma vez que os preços são absurdamente altos e a renda da população é desproporcional.

Dessa forma, a população brasileira de baixa renda, nos últimos quatro anos, mais do que qualquer outro período, foi fortemente impactada pela inflação, especialmente a parcela da população que detém de menor renda para a manutenção de suas famílias. Tal cenário destaca que se tornou uma missão desgastante e dispendiosa colocar alimentos básicos na mesa dos brasileiros.

6. CONCLUSÃO

Este trabalho buscou compreender a inflação dos alimentos e a sua influência na composição da cesta básica nos últimos quatro anos. Para tanto, o primeiro capítulo buscou trazer o conceito e características ligados à inflação de alimentos. Frente a esse contexto foi possível constatar que panoramas de crises como a dos alimentos geram uma enorme insegurança e preocupações para toda a população, mas, principalmente, para aquela parcela mais carente, que necessita da cesta básica para ter o que comer durante o mês.

Foram abordados neste trabalho determinantes no processo evolutivo dos preços dos alimentos, destacando que com a alta do valor da cesta básica, tem-se como consequência, o aumento da fome, crescimento da pobreza e da miséria, e ainda, insegurança alimentar, ainda mais em condições mais adversas, onde há sujeição ao cenário crítico.

A elevação do preço da cesta básica, vai muito mais além do que se imagina. Não é somente o fato de afetar a economia e os preços em geral, mas também leva a outras consequências, como a alteração da quantidade e do tipo de alimento que são comprados, isto é, o consumidor restringe sua alimentação, bem como, passa a procurar por substituições, mais baratas, que muitas das vezes são produtos menos nutritivos, que deixam sua alimentação pobre em nutrientes, afetando a saúde geral da população.

O terceiro capítulo tratou dos impactos provocados pela inflação de alimentos na cesta básica nos últimos quatro anos, realçando que os impactos crescentes dos valores dos produtos da cesta básica é um empecilho para o progresso, tanto para níveis inflacionários, quanto para o extenso quadro socioeconômico e cultural das famílias.

No Brasil, a inflação dos alimentos vem aumentando, de maneira contínua, desde o ano de 2007, principalmente pela questão do aumento dos preços ao produtor agrícola. Além disso, existe o fato da desvalorização do real em relação ao dólar, o que gera o aumento constante dos preços internos do país. Para amenizar tal conjuntura, seriam necessárias políticas públicas direcionadas, para controle de câmbio ou de taxação de exportação, para que os consumidores locais passassem a ter segurança frente aos interesses dos exportadores.

Em 2020, o Brasil sofreu com um grande impacto na inflação de alimentos, principalmente no que tange à alimentação domiciliar, o que não era uma questão dos anos anteriores, tendo em vista que a alimentação fora do domicílio, era a que mais sofreu impactos antes deste ano, isto se deu, devido à pandemia do COVID-19 e a mudança ocasionada na vida das pessoas.

Pelo exposto, diante de toda a informação levantada, verificou-se que devido ao aumento dos alimentos básicos da população, a alteração do preço da cesta básica do brasileiro era iminente. Para agravar a situação, o salário médio no país se encontra defasado faz tempo, pelo que o impacto da inflação na vida das pessoas foi algo significativo. Para famílias que têm a cesta básica como a única forma de sustento alimentar durante o mês, o cenário é ainda pior, já que os preços são significativamente altos e a renda da população é desproporcional.

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