SEXUALIDADE: ASPECTOS NEGATIVOS DO CRISTIANISMO NA VIDA SEXUAL DA MULHER

SEXUALITY: NEGATIVE ASPECTS OF CHRISTIANITY IN THE SEXUAL LIFE OF WOMEN

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7818623


Josianne Barbosa Macedo


RESUMO

A temática voltada para a sexualidade a partir do controle social exercido pela igreja, tem como importante fator a imposição de regras e tabus, que interferem não apenas dentro da igreja, como também a sociedade no geral. Esta pesquisa teve como objetivo compreender esse controle na vida sexual das mulheres e o que pode ocasionar. Esta pesquisa teve uma abordagem qualitativa, caráter descritivo e de campo, e foi utilizado uma entrevista como instrumento. Após a análise dos resultados, pôde-se chegar à conclusão que o cristianismo pode afetar negativamente a vida sexual das mulheres em maior ou menor grau. As mulheres que passaram por esse controle, mesmo não frequentando mais a igreja, ainda podem possuir certos pudores com relação ao corpo e com a sexualidade.

Palavras-chaves: Sexualidade; mulheres; controle; igreja

ABSTRACT

The theme focused on sexuality from the social control exercised by the church, has as an important factor the imposition of rules and taboos, which interfere not only within the church, but also society in general. This research aimed to understand this control in women’s sexual life and what it can cause. This research had a qualitative approach, descriptive and field character, and an interview was used as an instrument. After analyzing the results, it can be concluded that Christianity can negatively affect women’s sexual life to a greater or lesser degree. Women who have gone through this control, even though they no longer attend church, may still have certain modesty regarding their bodies and sexuality.

Keywords: Sexuality; women; control; church

1.  INTRODUÇÃO

A religião, desde o início, impôs regras na vida das pessoas, sendo fortemente influenciada pelo cristianismo, presente na sociedade ocidental, antes do século II, as imposições da igreja ditaram, e ainda ditam normas inclusive sobre a sexualidade, principalmente das mulheres, que apresentam em sua maioria, problemas com tal questão e não conseguem viver plenamente esse âmbito de suas vidas. Antes do cristianismo se inserir e se expandir, as sociedades citadas eram politeístas, com vários cultos a deuses que envolviam sexo, ou seja, era uma sociedade mais liberal e adepta de uma moralidade contrária à religião que começou ser introduzida que eram os ensinamentos cristãos. Muitas festas romanas dedicadas aos deuses continham elementos sexuais (ROCIO, 2015).

Embora a sexualidade seja dominada pelas questões fisiológicas e delimitado pelo que é sexualmente possível, a sexualidade é mais do que simplesmente o teor corporal e está conectada às nossas crenças, ideologias e imaginação. A sexualidade está ligada ao processo social cultural, logo, existem certas representações estigmatizantes tanto para o feminino quanto para o masculino, que são aprendidas no decorrer da vivência, principalmente na fase de descobertas sexuais (TAQUETTE; MIRELLES, 2012).

Tal conhecimento reduzido do corpo feminino criou um imaginário repleto de facilidades confusas: o corpo era compreendido como uma espécie de recipiente de um depósito sagrado que precisava ser fecundado. O saber científico construído sobre pilastras da filosofia e da medicina ocidental da antiguidade relegou o corpo feminino a uma posição de inferioridade em relação ao corpo masculino (GÓIS, 1991).

A sexualidade feminina era tão inexplorada que, até o século XX, o orgasmo feminino ainda era desconhecido. Nesse período, a medicina e a psicologia começaram a se aprofundar nesse estudo. Apesar disso, as mulheres continuavam a ser ensinadas a não discutir tais assuntos em espaços públicos, limitadas a expô-los, de maneira quase vergonhosa, dentro dos consultórios ginecológicos e psicológicos. A fim de nortear os trabalhos, esta pesquisa teve como objetivo geral compreender o controle social exercido pela igreja quanto a sexualidade de mulheres da instituição. Para alcançar o objetivo primário foram estabelecidos como objetivos específicos: a) Investigar tabus e regras impostas pela igreja à essas mulheres; b)

Levantar as crenças dessas mulheres ligadas a sexualidade; c) Verificar as consequências do controle exercido pela igreja na vida sexual.

Levando em conta tais questões, foram esses os fatores que motivaram a escolha desse tema, colaborando assim para obtenção do conhecimento nesta área de interesse acadêmico, visto que como futuros psicólogos, é de suma importância ter ciência dos vários aspectos que fazem parte dos seres humanos. No que se refere às contribuições deste trabalho à sociedade, entende-se que os resultados da pesquisa contribuíram para o saber das crenças negativas quanto à sexualidade.

Os resultados dessa pesquisa oferecem aos acadêmicos suporte teórico a fim de esclarecer sobre a temática pesquisada, aumentando assim as possibilidades de pesquisa e agregando em seu desenvolvimento profissional.

2.  METODOLOGIA

Esta pesquisa teve uma abordagem qualitativa, caráter descritivo e de campo e de cunho exploratório descritivo. Na pesquisa qualitativa, segundo Minayo (2001, p.22), “a abordagem […] aprofunda-se no mundo dos significados das ações e relações humanas, um lado não perceptível e não captável em equações, médias e estatísticas.” A pesquisa exploratória objetiva proporcionar maior familiaridade com o problema; para tanto, envolve levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema, além da análise de exemplos, assumindo, em geral, a forma de pesquisas bibliográficas e estudos de caso. Foi realizada uma pesquisa de campo para melhor compreensão de todos os aspectos, se caracteriza pelas investigações realizadas por meio da coleta de dados junto às pessoas (PIOVESAN; TEMPORINI, 1995).

Nesta pesquisa, foi utilizado uma entrevista semiestruturada contendo 4 perguntas, que ocorreu por meio de videoconferência, após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), por questões de biossegurança e respeitando o distanciamento social que foi de suma importância para a preservar a saúde do pesquisador e participantes (SEGATA, 2020). Foi realizada uma análise de conteúdo através da transcrição das falas dos participantes na modalidade temática, com o intuito de encontrar palavras frequentes na fala delas (BARDIN, 2011).

A aplicação do instrumento ocorreu no aplicativo Google Meet, tendo sido individual; lhes foi solicitado que fossem para um local reservado em sua casa, preservando assim o sigilo das participantes. Os dias estabelecidos para as entrevistas foram agendados conforme a disponibilidade das participantes e ocorreu no período de agosto a setembro de 2021. Esta é uma pesquisa que se utilizou de uma amostra não-probabilística, ou seja, a amostra será diferente da população onde foram selecionadas uma amostra de 8 mulheres. A escolha dos elementos da amostra foi realizada de forma não-aleatória, foram selecionadas apenas mulheres inseridas no critério de inclusão, que desejaram participar da pesquisa.

A pesquisa foi aprovada de acordo com o parecer 4.811.783 de 28/06/2021. Por se tratar de pesquisa com seres humanos, foram seguidas as normas éticas regulamentadoras estabelecidas na Resolução 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde. A fim de esclarecer os participantes da pesquisa quanto à legitimidade, confidencialidade das informações e sigilo das mulheres que participaram, somente as que assinarem o TCLE participaram da pesquisa. O TCLE foi assinado de forma virtual pela participante. A fim de preservar os nomes, mas trabalhar com as ideias das participantes, os nomes reais foram substituídos por nomes fictícios

3.  RESULTADOS E DISCUSSÃO

A partir das perguntas elaboradas aos participantes foram construídas quatro categorias. De mesma forma, as respostas dos participantes foram analisadas e classificadas de acordo com sua similaridade. As análises das respostas foram expressas por palavras ou termos, as quais foram denominadas subcategorias.

3.1  O cristianismo como fator na vida sexual da mulher

A fim de se saber sobre como elas se sentem na relação com o cristianismo e se isso as afetava nas relações sexuais, fez-se a seguinte pergunta: “Você sente que sua vida sexual foi afetada pelo cristianismo? E de que forma?” Obtiveram-se as seguintes subcategorias: Restrição/repressão; Culpa; Insegurança nas relações; pudor; inexperiência; Indiferença/não se sentiu afetada. Cada uma das subcategorias será tratada a seguir.

3.1.1 Restrição/ repressão

Esta primeira subcategoria demonstra que algumas mulheres se sentem reprimidas, por conta da religião, pois a crença as obriga a se comportar de certa forma, seguindo as regras da religião. Observa-se essa subcategoria nas falas das participantes, ao comentarem que:

“Sim, pelo fato de a questão de podar muito a mulher, é errado isso, é pecado aquilo, acaba crescendo acreditando nessas crenças.” (Joana)
Outra delas falou “Eu sinto porque a gente por ser mulher, é muito reprimido, […] tinha coisas que eu queria fazer, mas não podia por conta dessa coisa de sexo antes do casamento.” (Felipa)

No período medieval, a igreja exercia grande influência nas artes, política e economia e formas de se viver em sociedade. A mulher, na época era quem mais sofria com esse controle, que se reflete até hoje de forma mais velada (SILVA, 1993) (SEGERS,1996 apud NUNES, 2008). A restrição sexual foi passada pela igreja, onde apenas valorizado o sexo para reprodução, principalmente às mulheres, onde a igreja tenta interferir até na contracepção (SEVENGRAD, 2002 apud NUNES, 2008).

Para Foucault (1988), até o começo do século XVII, não havia restrições em falar sobre sexualidade, entretanto, essa época marcou o início da era da repressão sexual, que foi crescente desde o período de ascensão do cristianismo na Europa. Segundo Nunes (2008, p. 72), “a civilização do controle e do medo instaurada pelo cristianismo, associada à repressão do prazer e à suspeita sobre o sexo, é inseparável da desvalorização simbólica e social das mulheres”.

3.1.2 Causador de culpa

Nessa outra subcategoria, o sentimento é a culpa, que surge após a pratica de relações, esse sentimento está relacionado a sensação de estar transgredindo regras que outrora foram sendo passadas, tanto pela igreja, quanto pelos pais. O sentimento de culpa é observado na fala da Participante Laura:

Sim, de certa forma, quando a gente tá na igreja, no caso eu era adventista, sempre pesou muito aquela questão de sexo antes do casamento, se fizer pode ser considerado pecado e se sente um pouco preso, na questão de querer uma coisa e não poder fazer, por ser pecado, quando eu saia e tinha relação sexual, me sentia errada perante aos olhos de Deus.”

A moral sexual advém dos valores sexuais, que no geral tem o reflexo da religião, sendo uma necessidade humana ser guiada por algo, na religião e mitos as pessoas baseavam toda a vida, até a sexual, e quando fogem dessas regras, sentem a culpa, que tem por reflexo o ato de fazer uma coisa contrária ao que ela crê que seja certo (GODELIER, 2007).

A culpa resulta do medo, do inferno, de doenças ou até gravidez, coisas essas que a afetariam em relação às aparências que precisam ser mantidas perante a sociedade eclesiástica. A mulher se sentirá culpada na premissa de que ela aprende e retem para si certas regras, mas se vê não conseguindo segui-las pelo fato de sentir o desejo, que inclusive só de senti-lo se sentirá culpada (GONÇALVES, 2019). A sexualidade foi passada a ser menos evitada atualmente, mas como punição vindo o inferno como castigo, gerando assim a culpa e um desejo de se redimir dos pecados, a culpa é causada pelo prazer.

3.1.3 Insegurança nas relações

A insegurança nas relações é muito comum em mulheres que foram reprimidas, rechaçadas ou que sofreram com muita imposição de regras sobre questões delas, inclusive com quem deveriam se relacionar ou não. Essa insegurança pode até mesmo ser causada por uma crença de que ela não tem condições de manter uma relação plena, conforme observa-se na fala abaixo da participante Suzana:

“Eu sinto que minha vida sexual foi afetada pelo cristianismo desde sempre e também gerou uma insegurança no modo como me relaciono com as pessoas, no que eu falo também, porque eu cresci ouvindo abominações que religiosos faziam e tinham vários tabus a cerca disso e isso meio que me reprimiu em todos os sentidos’’.

Insegurança nas relações pode interferir na autoestima e vice-versa, isso pode ser visto como um dos pontos para gerar a dificuldade para se relacionar socialmente e sexualmente, pois a vida sexual plena e um relacionamento amoroso saudável é uma combinação de fatores como físicos e emocionais, por exemplo. O desfalque em uma dessas áreas na vida pode gerar problemas como a frustração, podendo causar adoecimento psíquico (FONTES; REIS, 2018).

Os relacionamentos interpessoais estão ligados às principais causas de felicidade, é inerente à causa do bem-estar, portanto tem alta relevância para a saúde mental do sujeito (ARGYLE, 2001). Os relacionamentos liberam uma intensa carga hormonal, ideal para uma vida mais feliz e saudável (FREITAS, 2014).

3.1.4 Pudor

As mulheres são mais afetadas pelo pudor, até mesmo conversas sobre sexualidade, pornografia, experiências que não podem ser trocadas por conta do pudor, que costuma ser reflexo de uma educação rígida, o pudor é causado por qualquer coisa que possa ferir a moral e decência. Essa subcategoria é identificada na fala da Participante Marta quando diz que “Com certeza foi, com a questão de pudor, não pode incrementar, é apenas o homem e a mulher na relação.”

De acordo com uma carta escrita pelo Vaticano, com orientações instrutivas à família (1995), a igreja aconselha que deveria haver “pudor natural” e os pais que devem orientar os filhos a seguirem as regras e não se deixarem se levar por “tendências fortes”.

Segundo Foucalt (1988), o pudor se refere à nem mesmo poder citar as questões sexuais, sejam ela quais forem. Até mesmo hoje em dia, existe uma discussão se as escolas devem ter educação sexual ou não, os que são contra acreditam que isso aumentaria o interesse dos jovens em manter relações e a outra parte acredita que poderia trazer benefícios na prevenção de DST’s e falta de planejamento familiar (BARBOSA; FOLMER, 2019).

3.1.5 Inexperiência nas relações

A inexperiência é muito comum no início de exploração do corpo, e na iniciação à vida sexual, o indivíduo não possuir autoconhecimento dificulta ainda mais essa exploração da atividade sexual com o parceiro. E existem mulheres que não praticam o ato da masturbação até depois de mais velhas, por terem aprendido que não deve ser feito, o que leva até mesmo a mulher acabar não se permitindo fugir do tradicionalismo, que pode ser a causa de frustração sexual. A inexperiência é identificada na fala de Ananda ao comentar que “Sim, eu acho que sou uma pessoa que hoje eu percebo que eu não tive tantas experiências em relação ao próprio corpo comparado as outras pessoas, falta de conhecimento sobre o próprio corpo.”

Segundo Bozon (2003, p.134), “a sexualidade, que era ontem um dos atributos do papel social do indivíduo casado, tornou-se uma experiência interpessoal indispensável à existência da união.” Essa inexperiência pode chegar a causar uma insatisfação sexual, pela falta de conhecimento do corpo que interfere nas relações sexuais.

A masturbação pode auxiliar na aquisição de uma maior experiência sexual, onde a mulher pode aprender quais são seus pontos de maior prazer e o que poderá gostar no sexo. Por ser uma prática ainda vista com maus olhos sociedade, principalmente para mulher, muitas não se permitem ter essa experiência (YOKOYAMA, 2009).

3.1.6 Indiferença/ Não se sentiu afetada

Algumas mulheres não sentiram qualquer dificuldade ou problema em conciliar o sexo com a religião, veem com naturalidade as regras repassadas pela religião, conforme verifica-se nas falas abaixo:

“ […]eu casei virgem, eu não tive isso, casei sem me desviar, ao meu ver, como eu nunca tive nada, pra mim não afeta em nada[…]” (Silvana)
“Não sinto diretamente, como eu venho de uma família católica, então isso já veio na minha formação, Mas não sinto diretamente que isso afeta na minha vida sexual.” (Maria)

Por já estarem inseridas no meio religioso essa privação já faz parte da sua formação, entendendo assim como algo natural. Essa privação leva essas mulheres a não manifestar e não conseguir expressar o que sentem, levando-as à negação. Para Zohar e Marshall (2006), muitas pessoas veem a obediência as regras de suas religiões como uma forma de ligação com o lado espiritual.

Essas pessoas podem realmente se sentir bem com as suas crenças e como isso afeta em si mesmas e seus relacionamentos, mas elas também podem estar negando a si mesmas como forma de amenizarem tal questão. Sobre a negação, como Freud (1925) afirma a importância do sentido da negação para a psique, visto como um mecanismo de defesa sendo esta ideia, algo que ele prefere reprimir. Ou seja, a pessoa nega que faça certas coisas em consequência de outras, pois no fundo, saber a verdade sobre aquilo, poderia fazê-la se questionar sobre si e suas vivências.

3.2  Crenças passadas na criação

Com o intuito de saber quais foram as crenças passadas pelos responsáveis sobre as questões relacionadas a sexualidade, foi feita a seguinte pergunta: “Quais as crenças relacionadas a sexualidade que seus pais passaram para você?” obteve- se a seguinte subcategoria: sexo antes do casamento. A qual será tratada a seguir.

3.2.1 Sexo antes do casamento

A falta de informações ou o fato de os responsáveis não conversarem sobre as questões sexuais com o jovem pode ser prejudicial na construção de conceitos sobre relação sexual, além de deixar essas mulheres ignorantes quanto a questões de higiene íntima, contracepção e saúde. Mas a forma como isso ocorre, dependendo do que é falado, pode ser prejudicial, como casos em que os pais querem ter o controle sobre a sexualidade ou a forma como ela ocorre, isso pode ser visto nas falas a seguir.

“[…]Ela (a mãe) vinha falar pra mim, se eu quisesse ter relação sexual eu deveria estar casada, se eu fizesse isso antes iria pro inferno[…]” ( Laura)
“Meus pais me passaram a crença que o sexo antes do casamento é algo totalmente errado, promíscuo e que a mulher que decide transar por livre e espontânea vontade antes que o homem se manifeste é promíscua, e que não presta, e a mulher que perde a virgindade antes do casamento perde o seu valor e eu cresci com esse tipo de pensamento […]” (Suzana)
“[…]se casa, é só aquele, casa virgem e continua com aquele.” (Marta)
“Que era importante casar virgem, Que não podia fazer sexo antes do casamento, que tinha que se preservar, de acordo com a palavras de Deus era isso.” (Ananda)

Desde a expansão do cristianismo, no século III a. C, o controle da igreja se tornou maior, e na idade média a igreja começou a obter controle em todos os âmbitos da vida dos membros da instituição, ou seja, uma boa parte da sociedade; principalmente as mulheres eram afetadas (RICHARDS, 1993).

Segundo os ensinamentos bíblicos passados na igreja, qualquer interação envolvendo sexo fora do casamento seria pecado, inclusive se não tivesse por objetivo a procriação, do contrário, seria visto como imoral até mesmo esposos fazerem sexo por prazer. O homem poderia procurar mulheres para se satisfazer fora do casamento, enquanto a mulher precisava ser submissa (RICHARDS, 1993).

Mesmo em um contexto atual, em que as regras religiosas são seguidas em menor número, ela ainda continua sendo um importante meio social, que continua impondo regras e crenças aos membros, indo desde a moralidade, até código de vestimenta, forma de falar, sendo uma grande influenciadora, assim sendo um agente de controle na vida de seus integrantes. Um ponto importante que ainda impõe regras é na sexualidade (DURKHEIM, 1951).

3.3  Dificuldades nas relações sexuais

Para se obter conhecimento se essas questões causaram prejuízo na forma com que lidaram ou lidam com as relações, foi feito o seguinte questionamento: “Você sente dificuldades em manter relações sexuais?” Foram obtidas as seguintes subcategorias: No início, sim; Não; Insegurança/Dúvida. Tais questões serão tratadas a seguir.

3.3.1 No início, sim

Quando se inicia na vida sexual, é natural que se tenha uma certa dificuldade por conta da falta de experiência ou medo. Geralmente, quando se inicia essa fase da descoberta sexual, as mulheres tendem a sentir maior dificuldade, principalmente aquelas que receberam preceitos cristãos, pois creem que o ensinado é o correto. Essa dificuldade inicial é apresentada nas falas abaixo:

“ […] no início foi bem complicado sim, porque envolvia isso, de iniciar um relacionamento, minha mãe me pressionava bastante.” (Joana)
“ No início sim, eu sentia bastante dificuldade, bastante medo, sentia medo do que iam falar de mim, minha família, pessoas próximas, depois que deixei a igreja me senti um pouco mais livre pra ter uma vida sexual.” (Laura)
“[…] antigamente eu sentia um certo medo, por conta do que meus pais falavam, eu tinha receio de fazer alguma coisa e achar que tava pecando e me sentia meio restringida” (Ananda)

As relações em que existe alguém que seja superior ao indivíduo podem ser influentes nesse processo de início sexual, e podem confundir quanto a qual papel deveria ser exercido e como se deveria ver e lidar com as questões sexuais. O que pode vir a ocorrer é que a ideia que foi passada e o que a mulher necessita, entram em conflito (FONSECA; GOMES; TEIXERA, 2010).

Ou seja, o que pode acontecer nesse início, até um amadurecimento e criação de ideias e experiências próprias, o que se pesam são valores e crenças religiosas e tradicionais que mesmo que a mulher já esteja fora da igreja, o que ainda pode pesar é a fala repressora dos pais, e misturando assim ao conceito atual na sociedade moderna, que vê a sexualidade como algo natural (BORGES, 2007)

3.3.2 Não

No caso de algumas mulheres, as primeiras experiências sexuais podem acontecer naturalmente, nesse contexto, a mulher entende que isso é uma necessidade do próprio corpo, e o fisiológico tem maior incidência sobre a moralidade que veio com as crenças que outrora lhe foram passadas, logo, ela não percebe empecilho que tire a sua liberdade de escolha. Apesar de alguns sentimentos que surgem nesse processo, elas criam as próprias regras, conforme expressa a Participante Maria “Não sinto, não percebo essa dificuldade […]” .

Com as mudanças que vem acontecendo na sociedade, antes a mulher não poderia tomar as próprias decisões, votar, trabalhar e viver a vida que gostaria, deveria basear-se nas questões morais, onde ela teria o papel de mãe e esposa. Hoje em dia, com esse destaque, a mulher começou a tomar decisões próprias. Claro que mulheres criadas na igreja têm maior dificuldade de terem esse início de forma normal, ainda sim, algumas escolhem ignorar o que lhes foi passado (PRIORE, 2013).

É comum que haja sentimentos relacionados à culpa, que após um tempo vão desaparecendo e a vivência da sexualidade vai se tornando normal, e os conflitos que no início estavam presentes, são superados através de uma reflexão pessoal, ao perceberem que isso foram regras que lhe foram passadas por outras pessoas, então conseguem repensar, e na própria análise, veem o que é o melhor para si mesmas. Outras coisas que podem auxiliar nesse processo é o apoio dos amigos e parceiro (GIDDENS, 1993).

Algumas pessoas têm uma capacidade maior de superar algumas questões, sendo resilientes, tendo a capacidade adequada às suas crenças, podendo ver e se conectar com o lado espiritual da forma que acharem mais saudável. A resiliência é garantir a forma que alguém pode contar com crenças que possam auxiliar em situações difíceis, rompendo com padrões sociais e escolhendo o melhor para si (BARBOSA, 2011).

3.3.3 Insegurança/ Duvida

A dúvida ou insegurança são um problema que ocorre na maioria da população na iniciação sexual, e costuma durar muito tempo, até a gama de experiências ir aumentando. A insegurança na vida sexual é um estado emocional em que a pessoa sente que é inferior, incapaz de realizar tal tarefa ou até de ser amado. Este sentimento surge independente de a realidade mostrar que a pessoa pode sim vencer tal desafio, conforme se verifica nas falas abaixo:

“Por eu ter casado virgem, e meu marido também, isso ajudou muito a gente, então não esperávamos muito um do outro, mas a gente sempre foi muito aberto um com o outro, sempre sentamos muito pra conversar sobre isso […]” (Silvana)
“eu tenho dificuldade em manter relações sexuais, sempre tive, eu iniciei minha vida sexual com 16 anos […]tive eu me sinto muito insegura, eu não consigo transar como eu gostaria de transar por conta dessas inseguranças que eu tenho em relação a sexo […] “ ( Suzana)

Existe uma dificuldade em procurar os pais para esclarecimento de dúvidas sobre sexo, por medo de sofrer algum tipo de castigo dos pais ou serem confrontados. O desconhecimento gera o preconceito a procura por ajuda, seja da família, amigos

ou de profissionais. Então, o jovem vai à procura do auxílio de outros jovens que têm o mesmo grau de conhecimento (PATRÍCIO, 2000).

O diálogo é essencial para sanar as dúvidas e diminuir a insegurança advinda da falta de informação, muito comum no início. O diálogo sobre sexualidade costuma ocorrer com os parceiros sexuais, sendo ele de suma importância para que ocorra um bom intercurso sexual para ambas as partes envolvidas (LENZI, 2017) (MCNAMEE; GERGEN, 1999).

3.4  Opinião sobre sexo

Para se obter conhecimento sobre qual o pensamento das participantes sobre o sexo, foi feito o seguinte questionamento: “Qual a sua opinião sobre sexo?” e foram obtidas as seguintes subcategorias: Liberdade; confiança; afeto; amor; algo natural; desejo; ligações emocionais.

3.4.1 Liberdade

Após desmistificar, algumas mulheres se sentem mais livres para poder viver a vida sexual de forma tranquila, enxergando aquilo como uma forma de poder vivenciar por completo uma experiência sem as amarras de certas crenças. A criação pode bitolar a vida sexual e após esse desbloqueio do que foi ensinado, ela pode enxergar isso como uma forma de assumir o comando da vida dela.

“No início era tudo muito errado, proibido era esse o pensamento que tinha, sempre saia da relação com o pensamento de sujo, depois foi perdendo a crença, foi mais uma questão física, mais liberdade corporal, uma relação entre homem e mulher, que não envolve crença, que não errado, não é pecado.” (Joana)

Hoje em dia, muitas mulheres não veem mais o sexo como uma coisa que só pode ser feito após o casamento, e como uma obrigação, em casos que se a mulher desejasse sentir prazer até mesmo com o marido, seria vista com maus olhos. Atualmente, as mulheres enxergam o sexo como uma forma de ter liberdade sobre si e seu corpo (ALENCAR 2010).

Segundo Zuckerman e Kuhlman (2000), a personalidade pode ser um dos aspectos marcantes para que a mulher busque a liberdade, sendo um dos aspectos que influencia na forma de vivenciar o sexo, influenciando nos desejos e decisões para que ocorra o intercurso. Decisões essas que podem ser de risco para a busca de sensações e novas experiências.

3.4.2 Confiança

A necessidade de se sentir confiante quanto ao parceiro é visto em muitas mulheres, que pode ser o reflexo de quem já passou por experiências difíceis com a sexualidade. Existem casos como exposição das atividades pelo parceiro a outras pessoas, principalmente hoje em dia com a alta inserção nas redes sociais e o vazamento de nudes, que gerou ainda mais essa necessidade de se ter relações com uma pessoa confiável.

“[…], depende de como a pessoa se sente ali com o outro, sempre fui muito insegura, com meu corpo, sempre aquele medo, mas quando você confia nessa pessoa, consegue, a palavra é confiança.” (Laura)

A confiança já foi estudada em diversas áreas, aspectos e dimensões. A confiança é um ponto importante em todas as relações, seja de trabalho, estudos ou familiar (RUSMAN et al., 2010). Estudos dizem que para se constituir um vínculo com confiança, São necessários alguns requisitos como uma extensa convivência e honestidade

Para Costa e Fernandes (2012), a confiança é um dos pontos mais procurados em uma relação. A necessidade de confiança no parceiro traz satisfação emocional para o indivíduo nas suas relações amorosas/sexuais; na sexualidade, essa confiança no momento das relações traz maior segurança para o sexo, até mesmo pra conseguir sair do que é trivial no momento (CARDOSO, 2008).

3.4.3 Afeto

O fato de sentir afeto para se ter relações, não significa que a pessoa terá um relacionamento estável, inclusive podendo ter outros parceiros. O afeto significa apenas ter uma ligação emocional, onde existe um carinho, muito diálogo e outros. O afeto pode ser sentido por amigos, familiares ou relações amorosas de curto prazo.

“Eu acredito que é uma demonstração de afeto que eu tenho em relação a outra pessoa, mas quando eu era solteira era só por ter prazer, então tem esses 2 sentidos” (Felipa).

Foi observado por Allen (2003) que os conselhos para excitar as mulheres são gestos românticos, a comunicação com a parceira e o afeto. Esses gestos costumam estar envolvidos no afeto, mesmo que não seja uma relação estável, as mulheres demonstram apreço por atitudes românticas e algumas enxergam isso como uma abertura a prática sexual, enxergando tal ato como uma forma do parceiro demonstrar apreço.

Pode- se ver então que o desejo pelo ato sexual vai além das questões com a sexualidade. Melo e Santana (2005) também demonstraram, através de pesquisas, que existe o desejo em carícias, o toque e afetividade nas relações sexuais, sendo algo fundamental, para algumas mulheres. Ou seja, os pontos citados como as carícias e o toque tem relação estrita com a afetividade.

3.4.4 Amor

Um ponto muito comum em necessidades sexuais que as mulheres têm, é dizer que veem o sexo como um reflexo de um relacionamento romântico e precisam estar vinculadas em uma relação séria para que façam sexo, ou seja, esperam namorar o parceiro, as vezes por acreditarem que o parceiro sexual as deixará se chegarem ao ato antes de estabelecerem que tem algo mais sério. Mas a maioria acredita que o sexo realmente poderá ser mais prazeroso se houver amor envolvido.

“Pra mim é uma coisa que fazemos com quem amamos[…]sexo você precisa tá sentindo bem, é juntar 2 corpos que querem não só intimidade sexual mas sentimental […]” (Silvana)
“Eu penso que é relacionado a amor, nem sempre ligado a amor, mas com sentimentos, não ligado a dinheiro, como hoje em dia é feito, na verdade hoje se tornou muito uma coisa banal.” (Marta)

Na Europa, somente a partir do século XVIII, os casamentos começaram a ser feitos tendo como premissa o amor. Antes, em maior parte das sociedades, os casamentos eram realizados através de acordos financeiros, em acordos econômicos e políticos (GIDDENS, 1993).

Ainda há mulheres que veem a relação sexual como uma prática de relacionamentos sérios, até mesmo o casamento. Mas não necessariamente precisariam ocorrer nessas situações, a representação de uma boa atividade sexual poderia estar ligada também ao amor pelo parceiro, que teria que ser no mínimo, fixo (COSTA; FERNANDES, 2012).

3.4.5 Algo natural

O sexo também pode ser visto sem tabu e como algo natural e necessário para o corpo, inclusive se não houver sexo; a relação não se inicia, atrelando assim a

necessidade de haver sexo para que haja uma relação. Em maioria, os relacionamentos podem acabar por não haver sexo ou pelo desgaste nas relações sexuais.

“Sexo é uma coisa natural do ser humano, gosto, acho que o sexo é natural e fundamental, é algo que eu gosto e não consigo me ver em um relacionamento sem sexo ou que o sexo seja ruim.” (Maria)

É visto em outras pesquisas que o sexo é um item fundamental em uma relação amorosa, mas geralmente não sendo percebido como uma necessidade, mas sim uma obrigação da mulher em ter relações para satisfazer o parceiro. Hoje em dia, é crescente a percepção que essa também é uma necessidade da mulher e que ela precisa sentir prazer e se satisfazer (ARAÚJO; QUEIROZ; MOURA; PENNA, 2013).

Sendo assim, é visto por meio das pesquisas que a forma como a mulher enxerga o sexo também pode ter relação com os âmbitos sociais e culturais, o que irá depender do meio em que se insere. Esse tema vem sendo cada vez mais ligado ao conhecimento produzido atualmente através de pesquisas. Pode ser visto que o conhecimento muda a forma como uma cultura enxerga um tema; culturalmente, o sexo passou a ser algo natural (ROHDEN, 2003).

3.4.6 Desejo

Até um tempo atrás, era estranho uma mulher dizer que sentia desejo, no decorrer do tempo, com a luta pelas causas femininas, foi se criando a máxima de que as mulheres deveriam ter maior controle sobre o próprio corpo e vontades. Então, por muito tempo, o desejo e a libido sexual da mulher ficaram escondidos, e para muitos ainda é proibido falar sobre tais questões.

“Eu penso em sexo como uma motivação gerada pela química e pelo desejo entre 2 pessoas, e a pessoa acaba sentindo desejo de aproximação íntima, de ter prazer, de dar prazer pro outro[…]” (Suzana)

Segundo Foucault (1988), o sexo é histórico, onde o desejo era condenado na antiguidade, era visto como a origem dos pecados, uma coisa a ser mantida em segredo. O desejo sexual, hoje visto como algo composto por fantasias, valores, linguagem, rituais e comportamentos que ligam o sexo ao desejo. O desejo sexual na mulher é semelhante ao homem, e hoje não se demonstra mais tabus acerca do tema. Hoje, as mulheres começaram a mostrar a forma como desejam e o que desejam, assumindo um papel mais atuante no sexo. A fase de desejo consiste em fantasias e

desejo em relação à atividade sexual. Essa sensação de desejo é seguida de modificações fisiológicas, como a aceleração de batimentos cardíacos, respiração falha, picos hormonais e sensações na região íntima, sendo tudo isso uma questão vivenciada de formas diferentes dependendo da mulher (KAPLAN, 1983).

3.4.7 Ligações emocionais

A ideia de se estabelecer uma ligação sexual ainda poderia vir da ideia que a bíblia passa de que homem e mulher após a relação sexual serão um só e isso é passado no cristianismo como uma ligação para a vida inteira.

“[…]quando você se relaciona com várias pessoas você está criando ligações com várias pessoas, e isso pode te gerar uma mal no quesito espiritual, sendo assim eu me preocupo com a pessoa que eu me relaciono e me preocupo em não me relacionar com muitas.” (Ananda)

Para o cristianismo, o sexo só pode ser feito após o casamento, muitas mulheres que cresceram e frequentaram a igreja aprendem isso e mesmo após a saída, levam essa ideia para a vida. Para eles, isso é um momento de intimidade, em que se cria um vínculo emocional. Para os cristãos, o pensamento é que se houver essa relação, haverá marcas para o resto da vida, que podem ser filhos, DST’s, a mágoa ou principalmente a reputação, que deve ser preservada (KEMP, 2005).

O comum nos dias de hoje são relações mais rápidas, sem tanto apego, sem um se aprofundar em conhecer o outro; tal questão pode trazer frustração e mágoa para si mesmo, principalmente se o indivíduo deseja um parceiro fixo, mas pode ser uma forma também de obter experiência, criar tolerância e aprender a lidar com situações complicadas que podem ocorrer nas relações interpessoais, gerando mais experiência nos relacionamentos amorosos (CHAVES, 1993).

4.  CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após realizar essa pesquisa, pôde-se perceber que apesar de todas as conquistas femininas, as mulheres ainda apresentam dificuldades relacionadas à sexualidade e liberdade corporal, que se torna aparente na forma como vivenciam relações amorosas e sexuais. Percebeu-se ainda a dificuldade com os tabus e crenças que ainda faz algumas acharem ser errado vivenciar uma sexualidade plena.

Algumas delas, mesmo tendo sido criadas em meio cristão, conseguem superar os pensamentos repressivos que lhes são impostos e através de algumas formas, modificar alguns pensamentos para conseguirem ser livres. Nessa pesquisa, houve a percepção de que cada uma delas lidou com a situação de uma forma diferente, apesar de terem sido afetadas de uma forma ou outra.

Por conta dos tabus envolvidos no tema desta pesquisa, houve uma certa dificuldade na seleção de participantes, havendo uma demora após o anúncio de seleção, pois muitas mulheres, ao lerem o TCLE e terem uma melhor noção do que se trataria, tiveram receio em compartilhar intimidades, apesar do esclarecimento dos termos, mesmo explicando que haveria resguardo do sigilo, desistiram de participar. O que levou a uma demora na seleção, tendo sido um período de 3 meses.

Apesar das dificuldades encontradas na realização desta pesquisa, percebeu- se que esse é um tema interessante, muita das vezes deixado de lado pela psicologia, havendo poucos psicólogos que se interessam pela área da sexualidade, principalmente a feminina. Visto essa questão, deveria haver maior incentivo à pesquisa nessa área, por ainda ser muito inexplorada.

É necessário que haja conscientização, para que pais não eduquem seus filhos de forma repressiva, se atentando à saúde mental deles, e para isso, podem ser realizadas mais palestras nas escolas para os pais, para que se conscientize sobre como poderia ser uma educação sexual mais saudável, para que não cause traumas as crianças e adolescentes.

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