INTERNACIONALIZAÇÃO DE EMPRESAS COMO VANTAGEM COMPETITIVA SOB A ÓTICA PORTERIANA

INTERNATIONALIZATION OF COMPANIES AS A COMPETITIVE ADVANTAGE FROM THE PORTERIANA PERSPECTIVE

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7813143


Nicodemos Araujo Costa


Resumo: 

A internacionalização tem sido o grande ponto de sustentação para as empresas como forma de vantagem competitiva. O presente estudo foi desenvolvido a partir de uma pesquisa bibliométrica culminando com uma revisão da literatura com o objetivo de analisar a importância da internacionalização como vantagem para as empresas. Com o levantamento dos artigos realizado na base de dados scopus, a partir dos seguintes descritores: “teoria dos clusters/cluster’s theory” e “internacionalização/internationalization”. como critério de inclusão foram considerados artigos publicados dentro do recorte temporal de 1993 a 2021, considerando como marco a teoria dos clusters. Entende-se que as empresas se beneficiam por estarem localizadas próximas a outras similares por possuírem pontos fortes e necessidades competitivas comuns. Os resultados apontam que as indústrias que não optarem por mudanças neste século, provavelmente enfrentarão um forte atraso e consequentemente perda de vantagem econômica. A lacuna de pesquisa foi verificada em relação a internacionalização e aos aglomerados envolvendo pequenas empresas, verificando-se, ainda, um significativo potencial não só de estudos, mas também para incentivos públicos, dada a importância desses negócios para o desenvolvimento econômico e social com o aporte da internacionalização.

Palavras-chave: Internacionalização; vantagem competitiva; teoria de Porter

Abstract: 

Internationalization has been the great support point for companies as a form of competitive advantage. The present study was developed from a bibliometric research culminating in a literature review with the objective of analyzing the importance of internationalization as an advantage for companies. With the survey of articles carried out in the scopus database, from the following descriptors: “theory of clusters/cluster’s theory” and “internacionalização/internationalization”. As inclusion criteria, articles published within the time frame from 1993 to 2021 were considered, considering cluster theory as a framework. It is understood that companies benefit from being located close to similar ones because they have common strengths and competitive needs. The results indicate that industries that do not opt ​​for changes in this century will probably face a strong delay and consequently loss of economic advantage. The research gap was verified in relation to internationalization and clusters involving small companies, verifying, still, a significant potential not only for studies, but also for public incentives, given the importance of these businesses for economic and social development with the contribution of internationalization.

Keywords: Internationalization; competitive advantage; Porter’s theory

  1. Introdução

Neste estudo considera-se a definição de Porter (1998, p. 78), que diz: “cluster é a concentração geográfica de empresas e instituições interconectadas em um determinado campo. O cluster engloba uma série de indústrias vinculadas e outras entidades importantes para a competição”. Assim, parte-se do entendimento que, em um contexto de competição, a cooperação tem se apresentado como fundamental para que as empresas consigam entrar no mercado internacional.

A competitividade pode ser definida como a capacidade de a empresa formular e implementar estratégias concorrenciais, que lhe permitam ampliar ou manter, de forma duradoura, uma posição sustentável no mercado. Ela é função da adequação das estratégias das empresas individuais ao padrão de concorrência vigente no mercado específico (FERRAZ; KUPFER; HAGUENAUER, 1995).

Nesse contexto, é importante introduzir o conceito de competitividade regional, um termo não conhecido, nem utilizado com frequência. Tentando apresentar esse conceito, Barney e Hesterly (1991) afirmam que o termo deve abranger certos elementos; como empresas mais competitivas e empresas menos competitivas em nível regional, e as características comuns nessas regiões, que afetam a competitividade das empresas ali localizadas. Uma região quando competitiva deve garantir o crescimento da renda e dos padrões de vida, e também a quantidade e qualidade dos empregos, em termos de concorrência nacional e internacional. Em outras palavras, a competitividade representa a capacidade de uma economia otimizar seus recursos locais, competir e prosperar nos mercados nacionais e internacionais; e adaptar-se às mudanças presentes nesses mercados.

Krugman (2010) descreve a competitividade nacional como uma “obsessão perigosa”, que abrange três questões importantes: primeiro, esse conceito é muito confuso e a analogia entre a empresa e a nação está incorreta. Este ponto de vista é aceito pelos apoiadores do conceito de competitividade macroeconômica, que podem ser ilustradas pelas seguintes definições: a competitividade da nação é representada pelo grau em que em uma economia de livre mercado pode produzir bens e serviços que atendem aos requisitos do mercado internacional, simulando ao mesmo tempo, um crescimento real da renda dos cidadãos.

O contraponto da postura competitiva entre empresas do mesmo setor, que de acordo com a teoria econômica clássica seria o comportamento que maximizaria o bem estar social, é a possibilidade de alcançar resultados superiores através da cooperação estratégica, pela complementaridade de produtos, tecnologias e processos, além da redução de custos e mitigação dos riscos inerentes à inovação e lançamento de novos produtos e serviços (BENGTSSON; KOCK, 2000).

Sobre o assunto, Forte e Sá (2020) afirmam que as empresas se beneficiam da aglomeração por esta permitir uma maior troca de informações, mão-de-obra qualificada e concentração de exportadores. Além disso, os autores ainda destacam a redução de custos pelo compartilhamento de recursos como especialistas em infraestrutura, transporte e custos de transação, devido à alta interação entre fornecedores e clientes no local, além de redução nos custos para entrar nos mercados internacionais.

Nesse sentido, diferentes estudos têm sido realizados sobre a aglomeração de empresas, levantando-se o interesse de melhor compreender os alinhamentos dessa estratégia a partir de um olhar bibliométrico, considerando as publicações desde o ano de 1993, tendo em vista que se considera a visão de Michael Porter, que definiu sua teoria no referido ano. Diante do exposto, o presente estudo tem como objetivo mapear a literatura publicada de 1993 a 2021 sobre os alinhamentos da aglomeração de empresas.

Na pesquisa realizada por Bakaric (2017), que avaliou o vínculo entre associação ao cluster e o desempenho de empresas aglomeradas, foi verificado que o desempenho econômico é significativamente previsto pela cooperação com instituições públicas, instituições financeiras e associações profissionais e pelo acesso a recursos do cluster, como cooperação horizontal, feiras, exposições, etc. Além disso, o acesso ao crédito, clientes e concorrentes mostra um efeito positivo significativo no desempenho financeiro dessas empresas, gerando grande vantagem competitiva.

  1. Fundamentação Teórica

2.1 Internacionalização 

A literatura sobre negócios internacionais desenvolveu-se a partir de 1960, por meio de grandes correntes teóricas principais (CARNEIRO; DIB, 2007):

a) abordagem econômica, com origem na teoria econômica, segundo a qual, a internacionalização se desenvolve com base em decisões econômicas racionais e com foco na estratégia competitiva da firma. Essas explicações teóricas se desenvolveram principalmente com base na teoria da organização industrial, que considera os custos de se fazer negócios internacionais e a internalização (HYMER, 1960; KINDLEBERGER, 1969), as vantagens competitivas específicas da firma (BUCKLEY; CASSON, 1976; CAVES, 1971), a Teoria do Ciclo de Vida do Produto (VERNON, 1966), e o Paradigma Eclético de Dunning (1973; 1980; 1988; 1998; 2001);

b) a abordagem comportamental, voltada à compreensão dos mecanismos organizacionais, especialmente o Modelo de Uppsala (JOHANSON; PAUL, 1975; JOHANSON; VALHNE, 1977). 

Em função do tema abordado nesta tese, neste capítulo serão trabalhadas as teorias de abordagem econômica. As abordagens econômicas têm como início a tese de doutorado de Hymer (1960/1976), que desenvolve a Teoria do Poder de Mercado. Antes disso, a teoria de “portfólio” de investimentos não proporciona respostas claras para a questão das direções do fluxo de capital. Quando se diz que tentarão aumentar os investimentos, buscando maior lucro e investindo em países com maiores taxas de juros, isso faz com que as firmas procurem financiamentos no exterior para poderem bancar seus investimentos internacionais. Ao procurar tais países com altas taxas de juros, acabam perdendo recursos por buscar investimentos do mesmo local. Assim maximizar lucros em que os retornos forem maiores, desconsiderando os demais fatores, como riscos, dificuldades, barreiras, os investimentos iam de acordo com as taxas de juros de menores para maiores, até que se igualasse, pois a teoria era baseada na taxa de juros (SOUZA; TUROLLA, 2010).

A Teoria do Poder de Mercado foi desenvolvida a partir da teoria da firma e da organização industrial, alegando que firmas operam no mercado internacional para organizar as demais empresas e aproveitar de suas vantagens competitivas no exterior, ao invés de simplesmente buscarem menores taxas de juros (Hemais; Hilal, 2004). A Teoria do Poder de Mercado trata de empresas que buscam o mercado estrangeiro para reforçar sua posição de monopólio ou oligopólio, utilizando suas vantagens competitivas. As empresas vão para o mercado externo de forma a buscar maiores poderes para a sua empresa no mercado. Propõe a utilização das vantagens de custos frente às imperfeições das outras empresas para conquistar o mercado (JIANG et al., 2015). 

A Teoria do Ciclo de Vida do Produto, elaborada por Vernon (1966), propõe basicamente que as empresas inovem nos mercados domésticos e produzam os seus produtos maduros em países em desenvolvimento, para assim aproveitar os locais do mundo que possam proporcionar para a empresa menores custos e, por consequência, maiores retornos. O porquê dos investimentos diretos norte-americanos em diversos países, principalmente, na década de 1960. A questão da tecnologia nos negócios internacionais também foi inovadora e lucrativa, em sua maioria em países de desenvolvimento avançado, já que exige um maior capital e mão de obra especializada, com a crescente padronização da produção, seus custos caem e a necessidade de mão de obra especializada se torna menor.

Vernon (1966) explica como um padrão de negociação e produção no exterior, poderia se modificar durante o ciclo de vida de um produto. As inovações são estimuladas pela demanda no mercado doméstico e que os produtos passam, durante seus ciclos de vida, por três estágios: sua introdução no mercado, crescimento e maturação. No primeiro estágio, a empresa produz e vende o produto no próprio mercado de origem e exporta para alguns países no estrangeiro. Esta fase, normalmente, é vivida em países com alta tecnologia, desenvolvimento de mercado e com grande quantidade de recursos para pesquisa e desenvolvimento, marcado pela demanda estrangeira. No segundo estágio há uma maior padronização, é onde a tecnologia inicia sua difusão, ainda que em fase de teste. As barreiras de entrada são vencidas pelos concorrentes e a produção se espalha por outros países desenvolvidos, iniciando a produção em massa. Com a maturação da tecnologia do produto, a redução dos custos de produção ganha importância e a competição no estrangeiro passa a ser uma ameaça (VERNON, 1966).

No estágio seguinte, a empresa multinacional instalou uma unidade de produção no estrangeiro para atender principalmente ao mercado do país em questão. No último estágio, padronização quase que completa, os custos de produção do país no estrangeiro deixam de ser competitivos, e a produção é transferida para países onde eles são comparativamente menores. As margens de lucro são estreitas, com alta competitividade (VERNON, 1966). O mercado local inicialmente se abastece de novas tecnologias, informações, e posteriormente olha para a internacionalização. A matriz do país de origem da empresa, algumas vezes pode alterar a função da subsidiária, que passaria então, a contribuir para o desenvolvimento do produto. Por fim, Vernon (1966) com seu modelo prescritivo, com sua compreensão inicial sobre a evolução das subsidiárias, deixa uma relação de dependência, de limitações das redes filiais, esse é o problema do esquema do ciclo de vida do produto. 

A Teoria da Internalização foi elaborada por Peter Buckley e Mark Casson (1976), que defendem que as empresas internalizam mercados quando os seus custos de transação são inferiores aos custos deste mercado. No caso dos custos não serem menores, a empresa pode realizar alianças, para dividi-los. Nessa teoria se chega ao limite de expansão da firma quando os custos de estruturar mais uma transação dentro da firma se tornam iguais aos custos de usar as trocas de mercadorias. Mas, caso os custos de mercado sejam maiores do que organizar uma nova firma, a escolha seria para expansão da firma, montar uma nova firma (TUROLLA, 2011). 

Buckley e Casson (1976) montaram uma base de internalização de mercados para explicar o crescimento das firmas, baseada na escolha de locação de menor custo para suas atividades e internalização do mercado até o limite de custos das trocas de mercado. Assim as empresas devem estudar anteriormente se ao internalizar qual será a localização que lhe trará maiores benefícios, uma vantagem comparativa de atividades no país estrangeiro, facilidades de entrada e saída no país ao comércio, assim como baixos custos com mão de obra. Procurando sempre monopolizar o produto, aumentar a demanda, expandir mercados e desenvolver novos produtos para atingir novos consumidores.

Na década de 1970, John Dunning (1980; 1988) desenvolve o Paradigma Eclético da produção internacional, segundo o qual as empresas decidem realizar Investimento Externo Direto (IED) quando conseguem conjugar três vantagens principais: vantagens de propriedade, de localização e de internalização (ownership, location e internalization – OLI). Assim a explicação do IED e de sua forma por meio dessa combinação: ficou conhecida como o Paradigma Eclético ou o Paradigma OLI (DUNNING, 2008). A vantagem específica da firma (O – de Ownership Advantage), deriva da empresa possuir ativos, geralmente ativos intangíveis como tecnologia, diferenciação, recursos humanos etc. não acessíveis, pelo menos por algum tempo, aos seus concorrentes;

– Vantagem em deslocar (L) alguma parte da sua atividade produtiva para o exterior por encontrar aí vantagens superiores às encontradas no seu próprio país;

– E uma Vantagem de Internalização (I), que se traduz na capacidade e interesse da empresa em rentabilizar, ela própria, as vantagens por meio de contrato ou licença.

Uma firma só inicia uma produção internacional quando há vantagens diferenciais em relação aos seus competidores. Assim a firma materializa a produção quando esta for a melhor solução, em vez de ceder seus direitos a outras firmas (Dunning, 2001). A exploração das vantagens oferecidas aborda entradas em forma de licenciamento ou investimento externo direto (instalação de subsidiárias ou aquisição), não explicando em seu modelo original o processo de joint venture. Mas que se usufrua de suas vantagens competitivas no processo de internacionalização da firma (Johanson; Vahlne, 1990).

Nos anos 1990, desviando-se da concepção de distritos industriais, a economia regional adquire uma nova dimensão que remete a uma nova abordagem teórica: os clusters regionais. O desenho desta nova concepção de concentração industrial deveu-se, por um lado, à existência de regiões de crescimento que continham clusters dinâmicos e, por outro lado, ao fato de as abordagens mais tradicionais da política regional não funcionarem de forma satisfatória. Michael Porter (1993), com seu trabalho sobre a vantagem competitiva das nações, faz uma nova releitura das economias externas por Alfred Marshall. A sua base de estudo foi a análise dos fatores que influenciaram a vantagem comparativa dos setores nacionais, associados a uma elevada concentração geográfica, de sucesso mundial.

  1. Metodologia

O presente estudo foi desenvolvido a partir de uma pesquisa bibliométrica, com o levantamento dos artigos realizado na base de dados Scopus, a partir dos seguintes descritores: “teoria dos clusters / cluster’s theory”; “aglomeração de empresas / agglomeration of companies”; e “internacionalização / internationalization”.

Como critério de inclusão foram considerados artigos publicados dentro do recorte temporal de 1993 a 2021, considerando como marco a teoria dos Clusters de Michael Porter (1993), com vistas a mapear os aglomerados de empresas como tópico emergente, identificando o período que vem intensificando os estudos sobre o assunto, considerando somente aqueles publicados em língua portuguesa, inglesa ou espanhola. Foram excluídos artigos não disponíveis em formato completo, publicados fora do recorte temporal, em outra linguagem de publicação e/ou repetidos nas bases de dados.

Com a realização detalhada do estado da arte a partir dos descritores citados, foi feito em seguida uma análise de acoplamento bibliográfico e uma análise de cocitação para se ter a dimensão da importância do aglomerado no âmbito da internacionalização. Neste sentido, se buscou a aplicação do software VOSviewer com foco no acoplamento bibliográfico e cocitação dos documentos. Em primeiro lugar, foram examinadas as ligações entre as palavras-chave utilizadas na pesquisa, procurando esclarecer o quanto ocorre em maior peso os termos que têm maior destaque nas co-relações. Em segundo lugar foi realizado um mapeamento por autores onde se destacam os autores mais citados no âmbito da internacionalização.

As realizações bibliográficas e análises gráficas e de conteúdo foram obtidos a partir dos seguintes passos:

– Pesquisa na base dados com as palavras-chave;

– Leitura manual dos artigos e seleção dos mesmos para o refino dos dados;

– Análise bibliométrica dos artigos;

– Análise das correlações através do VOSviewer;

– Descrição dos resultados.

Os resultados foram analisados a partir de um estudo descritivo de abordagem quantitativa, com foco em compreender o que os diferentes autores estão publicando sobre o assunto tratado.

  1. Resultados e discussão

4.1 Quantitativo por documentos e período

A pesquisa sobre alinhamentos da aglomeração de empresas tem encontrado respaldo em diferentes autores, que se interessam por melhor compreender o assunto, por isso no presente estudo delimitou-se a seleção de artigos àqueles que tivessem sido escritos com base na Teoria de Porter. A partir dos descritores foram encontradas 377 publicações na Scopus e 126 na Science Direct, verificando-se um pico de publicações sobre o assunto no ano de 2020 na Scopus, conforme demonstrado no Gráfico 1.

Gráfico 1. Resultados encontrados na Scopus distribuídos por ano de publicação

Fonte: Elaborado pelo autor.

É possível verificar, ainda, que o assunto foi tomando maior proporção com o tema, com um número crescente de publicações discorrendo sobre os alinhamentos da aglomeração de empresas. Chama-se atenção que em 2021, mesmo com a pesquisa sendo realizada no mês de junho, já seja possível verificar um maior número que em 2018, o que evidencia que, provavelmente, esse número irá dobrar, visto que ainda se tem metade do ano em andamento.

No Science Direct também se verificou resultado semelhante, com pico de publicações no ano de 2020, conforme é possível verificar no Gráfico 2.

Gráfico 2. Resultados encontrados na Science Direct distribuídos por ano de publicação

Fonte: Elaborado pelo autor

Diferentemente do que se verificou na Scopus, na Science Direct, as publicações oscilaram mais, não apresentando um crescimento constante, identificando-se que entre 1993 e 1995 não foram publicados estudos sobre o assunto na referida base de dados, fato também verificado no ano de 1998. 

Considerando as duas bases de dados, foi verificado que a estratégia de pesquisa com os descritores “Cluster” AND “Internationalization” foi a que gerou mais resultados, conforme se demonstra no Gráfico 3.

Gráfico 3. Resultados encontrados a partir das estratégias de pesquisa

Fonte: Elaborado pelo autor

Dessa forma, ao mapear as publicações de 1993 a 2021 verifica-se que o termo “cluster” tem sido bem mais utilizado que “agglomeration”, o que evidencia um maior número de pesquisas dentro da teoria de Porter.

4.2 Mapeamento por palavras-chave

Fonte: Base Scopus

Quando se fez o mapeamento científico, foi observado na nuvem de palavras-chave que prevaleceu com grande evidência a palavra internacionalização, pois é com a nuvem de palavras que, segundo Silva e Jorge (2019) se tem a oportunidade de identificar em que área há uma concentração maior do termo que se está investigando. Assim, percebeu-se que a internacionalização caminha bem próximo da globalização e da inovação, que são terminologias muito discutidas nestes últimos anos.

4.3 Mapeamento por autores

Neste mapeamento pudemos identificar alguns conjuntos de autores que emplacaram suas pesquisas no campo da economia, como Porter e Makell, outros no campo da saúde, negócios, inovação ou empreendedorismo. Os autores constituem a base de atualização dos artigos publicados em cada base, assim como, servem de referência para nortear os estudos no campo da internacionalização.

Fonte: Base Scopus

A realização dos mapeamentos serviu como fonte para descrever a concentração em determinadas áreas de estudo apontando indicadores que formulam um embasamento teórico amplo e robusto para a realização de análises. Serve também, para se estabelecer um comparativo entre os campos de estudo e a temática que está sendo mais aplicada em cada contexto de pesquisa. Neste sentido, acreditamos que muitas ideias poderão ser implementadas na composição de estudos futuros sobre internacionalização.

Após esse mapeamento inicial os critérios de exclusão da pesquisa foram aplicados, sendo excluídos 565 artigos por não estarem disponíveis em formato completo e 399 por não tratarem dos alinhamentos da aglomeração de empresas ou não considerarem a teoria de Porter. 

Dessa forma, os artigos foram analisados considerando a teoria de Clusters de Porter, a partir disso, foram selecionados 09 artigos para compor esta análise, estando estes apresentados na Tabela 1.

Tabela 1. Caracterização dos artigos por autor, ano, título, periódico e local da pesquisa

Autor(es) (ano)TítuloPeriódicoLocal da pesquisa
Álvarez e Torrecillas (2020)Interactive learning processes and mergers andacquisitions in national systems of innovationTransnational Corporations ReviewMadrid – Espanha
Amdam et al. (2020)Keeping up with the neighbors: The role of cluster identity inInternationalizationJournal of World BusinessNão encontrado
Mitic e Rakita (2020)The role of social andbusiness networks in the internationalization of bornglobal firms: evidence from serbMarket TrzisteSérvia
Petry et al. (2020)The creative economy:an ethnographic framework forhandicrafts in the Alto Solimõesregion of the Brazilian AmazonInternational Journal of SocialEconomicsAmazonas – Brasil
Van Schinjdel (2019)TCKF-Connect: A Cross-Disciplinary ConceptualFramework to Investigate Internationalization withinthe Context of Entrepreneurial EcosystemsJ. Open Innov. Technol. Mark. ComplexAustrália
Berns, Gondo e Sellar (2020)Whole country-of-origin networkdevelopment abroadJournal of International Business StudiesEstados Unidos
Srivastava, Singh e Dhir (2020)Culture and International business research: A review and research agendaInternational Business ReviewÍndia 
Urzelai e Puig (2018)Developing international social capital: The role of communities of practiceand clusteringInternational Business ReviewReino Unido
Zhou et al. (2021)Maritime knowledge clusters: A conceptual model and empirical evidenceMarine PolicyAustrália

Fonte: Elaborado pelo autor

Considerando os artigos selecionados e descritos na Tabela 1, é possível verificar que foram publicados dentro do recorte temporal dos últimos três anos, sendo oito em 2020, um em 2018, um em 2019 e um em 2021, verificando-se que estudar os alinhamentos da aglomeração tem sido uma preocupação mais recente. 

A área de negócios foi a principal área de publicação dos artigos selecionados, sendo o International Business Review o periódico que mais recebeu publicações sobre o assunto. As pesquisas selecionadas são de diferentes partes do mundo, podendo-se dizer que é uma preocupação global entre os especialistas em negócios, verificando-se somente uma pesquisa realizada no Brasil, porém, publicada em língua inglesa.

Prosseguindo com a análise dos artigos, foi considerado seus objetivos e metodologia utilizada, estando os resultados apresentados na Tabela 2.

Tabela 2. Caracterização dos artigos por objetivo e metodologia

Autor(es) (ano)ObjetivoMetodologia
Álvarez e Torrecillas (2020)Operacionalizar um processo de aprendizagem bilateral resultante da ligação entre um processo de internacionalização (seguido por empresas de economias emergentes) e a geração de dois processos interativos processos: aprendizagem doméstica e aprendizagem no exterior.Pesquisa empírica construída a partir de análise fatorial e cluster, e metodologia de dados de painel dinâmico para uma amostra de 78 países, incluindo economias desenvolvidas e em desenvolvimento.
Amdam et al. (2020)Explorar as implicações da identidade coletiva de um cluster regional na internacionalização das empresas.O estudo baseia-se em um banco de dados de 64 entrevistas em profundidade realizadas ao longo de um período de quatorze anos de 2000 a 2013, cobrindo três projetos de pesquisa relacionados. Esses projetos ocorreram em 2000–2001, 2007–2008 e 2011–2013.
Casprini et al. (2020)Identificar os artigos e periódicos mais ativos e influentes no campo da aglomeração, revelando redes de colaboração e grupos de contribuições para a literatura existente.Revisão Bibliométrica
Gupta, Pandey e Sebastian (2020)Analisar o estado atual da pesquisa sobre orientação empreendedora internacional (IEO).Revisão Bibliométrica
Mitic e Rakita (2020)Examinar as especificidades das empresas nascidas globais de um país europeu pós-transição no que diz respeito ao papel das redes sociais e de negócios no processo de internacionalização.Quatro casos foram escolhidos por julgamento para a análise. Foi aplicada replicação literal e teórica.
Petry et al. (2020)Recorrer a conceitos da literatura de economia criativa para apresentar uma proposta de conceituação das indústrias criativas a partir das ideias subjacentes aos conceitos de distritos industriais e da tripla hélice.Revisão de Literatura
Van Schinjdel (2019)Examinar os fenômenos ainda pouco pesquisados ​​associados à internacionalização no contexto de ecossistemas empresariais.Revisão de Literatura
Berns, Gondo e Sellar (2020)Realizar um exame qualitativo de dois grupos de organizações italianas no exterior.Criamos dois estudos de caso interpretativos históricos, usando as regiões com a maior concentração de empresas italianas e investimentos fora da Itália em diferentes momentos.
Srivastava, Singh e Dhir (2020)Explorar o papel da cultura e dos negócios internacionais nos resultados da internacionalização por meio de uma revisão sistemática e análise de artigos publicados entre 2009 e 2019.Revisão de literatura
Urzelai e Puig (2018)As comunidades geográficas de prática (CoP) que são formadas por firmas de IED do mesmo país de origem (os chamados clusters de país de origem).Estudo de caso indutivo de expatriados de 13 subsidiárias espanholas co-localizadas na China.
Zhou et al. (2021)O estudo propõe e testa um modelo conceitual de Clusters de Conhecimento Marítimo (MKC) e as relações entre seus componentesForam utilizados dados de pesquisas de 203 profissionais de navegação localizados em Cingapura. Três perspectivas teóricas, a saber, visão relacional, visão baseada no conhecimento e visão baseada em recursos, têm sido empregadas.

Fonte: Elaborado pelo autor

Conforme é possível verificar na Tabela 2, existe uma variedade de campos de pesquisa explorados a partir da aglomeração de empresas, o que evidencia os diferentes caminhos que podem ser seguidos em análises sobre o assunto. Resultado também verificado nas pesquisas de Casprini et al. (2020) e de Gupta, Pandey e Sebastian (2020) que, examinarem as ligações entre temas de pesquisa e raízes teóricas sobre o assunto, avançaram em uma estrutura integrativa, esclarecendo a variedade de caminhos de pesquisa disponíveis sobre a internacionalização de empresa. 

Na revisão da literatura realizada por Van Schinjdel (2019), restou evidenciado que após quase uma década de pesquisa sobre aglomerações entre empreendedores, os fenômenos relacionados à sua internacionalização ainda são pouco estudados, fator que demonstra a necessidade de um olhar voltado para o alinhamento da aglomeração entre pequenas empresas, principalmente pela importância desses negócios para a economia.

Por sua vez, Srivastava, Singh e Dhir (2020) agruparam os resultados da revisão de literatura em oito grupos mais pesquisados, os quais: cultura nacional, prevenção de incerteza externa, transferência e colaboração de conhecimento, práticas de gestão, desempenho da empresa, mentalidade empreendedora, interação e desempenho da empresa. Esses agrupamentos revelaram a influência da distância cultural nos negócios internacionais não apenas para acadêmicos e formuladores de políticas, mas também para profissionais.

Os resultados da pesquisa de Álvarez e Torrecillas (2020) sugerem que a aglomeração de empresas no exterior promove o aprendizado, compensando as fragilidades domésticas em termos de capacidades científicas e tecnológicas e, também, em termos de arcabouço institucional. A partir disso verifica-se o potencial de transferência de conhecimento e capacidades em aglomerações. Resultados estes que remetem à teoria dos clusters de Porter, que considera que na aglomeração, os setores se reforçam e colaboram entre si.

Resultado semelhante foi verificado na pesquisa realizada por Amdam et al. (2020), que evidenciaram a importância da identidade do cluster nesse processo, visto que envolve um contexto de valores e normas compartilhados, com as informações e recursos viajando facilmente.

Os benefícios da aglomeração de empresas também são verificados na pesquisa de Mitic e Rakita (2020), que verificaram padrões semelhantes dos países em desenvolvimento aos dos países desenvolvidos, destacando o contexto das pequenas empresas. De acordo com os autores, as principais implicações para empreendedores provavelmente estejam na área de promoção da cooperação entre pequenas empresas e aumento de suas interações pessoais e comerciais por meio do desenvolvimento de parques industriais / tecnológicos, clusters industriais e incubadoras de empresas.

Considerando o contexto das indústrias criativas, Petry et al. (2020) verificaram que a ideia de criatividade em um ambiente de produção de indústrias criativas, baseado no trabalho coletivo, incentiva a concentração de artesãos em uma área geográfica específica, aproveitando competências individuais diversas e distintas em diferentes etnias, culminando em um rico ambiente de negócios. Essas externalidades são fruto de efeitos de rede, convertidos em conhecimento para uso social, fortalecimento de parcerias com entidades de vendas, cooperação em marketing, desenvolvimento de ambiente de cluster e investimento em treinamento formal com ênfase em design de artesanato.

Berns, Gondo e Sellar (2020) consideram o contexto da formação de redes, mencionando que as externalidades de rede das cidades são muito menos compreendidas do que as externalidades de aglomeração. Uma das razões para isso é que os elementos substantivos dos efeitos de rede potenciais – por exemplo, comunicação, transporte, logística, comércio, migração – são estudados separadamente, onde as cidades nem sempre são o principal foco de atenção. Além disso, enquanto as relações externas de localização e processos de cluster podem ser estudadas como cadeias produtivas industriais específicas, para o efeito da urbanização a dimensão externa tem sido negligenciada. 

Os resultados verificados por Urzelai e Puig (2018) sugerem que existem mecanismos específicos baseados nas conexões informais e interações repetidas facilitadas por uma linguagem comum e relações não competitivas que criam um capital social internacional nas comunidades geográficas de prática. Além disso, verificaram que existe uma heterogeneidade na forma como esses mecanismos são desenvolvidos e utilizados pelas firmas-membro, e isso se deve a fatores organizacionais e individuais, bem como à dinâmica das lideranças.

Por fim, Zhou et al. (2021) verificaram que os clusters de conhecimento marítimo são fundamentados por componentes críticos, nos quais o cluster de conhecimento local pode desenvolver mecanismos sistêmicos globais, fortalecendo ainda mais os vínculos globais. Assim, faz-se fundamental que os formuladores de políticas públicas se esforcem para criar um ambiente de cluster local favorável com as empresas marítimas localizadas nas proximidades geográficas e tendo redes locais, base de conhecimento e fluxos de conhecimento. De acordo com os autores, esse fator é base para o crescimento desses clusters.

O conceito de cluster foi introduzido e popularizado por Porter (1993), segundo o qual as empresas formam um sistema interdependente, tanto internamente quanto em relação às empresas fornecedoras, canais de distribuição e consumidor final. No complexo, os setores se reforçam e colaboram entre si obtendo grandes benefícios na cadeia: a informação é disseminada melhor e mais rápida, a execução de projetos conjuntos é estimulada, a rivalidade de um setor se espalha para outros, estimulando a pesquisa e o desenvolvimento e a introdução de novas estratégias e técnicas. Dessa forma, o agrupamento de setores amplia e acelera a criação de fatores competitivos, gerando spillovers.

Um cluster pode assumir múltiplas formas, dependendo da profundidade de integração das empresas e da sofisticação do setor. Geralmente reúne empresas produtivas ou de serviços, fornecedores de insumos, componentes, máquinas e serviços especializados, instituições financeiras e indústrias relacionadas. Da mesma forma, em um cluster é comum encontrar empresas da última fase da cadeia de suprimentos: operadores logísticos, varejistas, distribuidores e até clientes; além de fornecedores laterais da cadeia, como fabricantes de produtos complementares e fornecedores de infraestrutura especializada (KRUGMAN, 2015).

A teoria de Clusters, com origens na teoria marshalliana de distritos industriais, ganhou um novo impulso com os estudos publicados recentemente por Porter. Em sua teoria, aspectos de economia geográfica, complexos industriais e dinâmica competitiva fundem-se para caracterizar o cluster porteriano. O construto do cluster, entretanto, ainda necessita de maior formalização para ser plenamente operacionalizável. Nesse sentido, os críticos de Porter questionam se o conceito de cluster é aplicável aos países em desenvolvimento (KIRSCHBAUM; SAKAMOTO; VASCONCELOS, 2014). 

Dessa forma, salienta-se que a ligação entre aglomeração de empresas e obtenção de vantagens competitivas é reconhecida como uma ideia originalmente proposta por Marshall. De acordo com Clarkson et al. (2007, p. 347), o teórico apontou que a aglomeração de empresas promove “o conhecimento e o know-how, que se acumulam nas regiões e se socializam localmente em uma ‘atmosfera indústria local’ que, por sua vez, incentiva a criação inovadora de novas ideias”

Por sua vez, Porter (1993) assume a ideia de inovação como razão fundamental para a obtenção de vantagens competitivas, tomando como base a ideia de Marshall, ele considera que os clusters são fonte para para tanto, de acordo com o autor: “as empresas obtêm vantagem competitiva através de atos de inovação. Eles abordam a inovação em seu sentido mais amplo, incluindo novas tecnologias e novas maneiras de fazer as coisas” (PORTER, 1990, p. 6). 

As evidências empíricas dos trabalhos de Porter (1993) justificam os postulados de Marshall no sentido de que a formação de agrupamentos gera sinergias entre os participantes da indústria; que a principal dessas sinergias é o aumento da inovação e que esta, por sua vez, é a causa da geração de vantagens competitivas do grupo de empresas aglomeradas em uma região.

Nesta ordem de ideias, um compromisso regional com a promoção de um determinado cluster – por exemplo, a logística – num determinado local, aproveitando as vantagens territoriais comparativas, constitui uma estratégia para melhorar a competitividade de toda a região. 

Diante disso, entende-se que as empresas “aglomeradas” se beneficiam por estarem localizadas próximas a outras similares por possuírem pontos fortes e necessidades competitivas comuns. Um cluster industrial caracteriza-se pela atividade econômica comum das empresas aglomeradas e pelo potencial do cluster para aumentar a eficiência coletiva das transações através de mecanismos de articulação empresarial. 

  1. Conclusão

Apesar das divergências e pontos de vista diferentes sobre o processo de globalização, há um consenso de que a inovação e o conhecimento são os principais fatores que definem a competitividade e o desenvolvimento de nações, regiões, setores, empresas e até indivíduos. Os efeitos da inovação podem ser vistos não apenas nas empresas, mas também na sociedade, na economia e no meio ambiente.

As indústrias que iniciam com esta evolução tecnológica, alcançam desempenho inovador e estratégico, melhoram a qualidade do seu processo e garantem maior satisfação do seu cliente devido sua facilidade em atender suas necessidades com soluções inovadoras. As indústrias que não optarem por estas mudanças provavelmente ficarão atrasadas com as novas tecnologias e perderão competitividade. 

Ao final deste estudo foi possível verificar que entre 1993 e 2021 as pesquisas sobre clusters se intensificaram, verificando-se um crescimento constante no número de publicações sobre o assunto, sendo o ano de 2020 o que se apresentou com maior número de estudos no período. Os resultados ainda demonstraram heterogeneidade de pesquisas realizadas sobre o assunto, abrangendo diferentes ramificações, com uma prevalência de estudos que apontam para o compartilhamento de informações e recursos entre as empresas como principal benefício da aglomeração. A lacuna de pesquisas foi verificada em relação aos aglomerados envolvendo pequenas empresas, verificando-se, ainda, um significativo potencial não só de estudos, mas também para incentivos públicos, dada a importância desses negócios para o desenvolvimento econômico e social.

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