ANÁLISE ECONÔMICA DOS SORTIMENTOS EM POVOAMENTOS DE Pinus elliottii SOB REGENERAÇÃO ESPONTÂNEA EM DIFERENTES DENSIDADES INICIAIS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7784975


Maycon Thuan Saturnino da Silva1
Afonso Figueiredo Filho2
Allan Libanio Pelissari3
Cícero Jorge  Fonseca Dolácio4
Jorge Danilo Zea Camaño5 


Resumo 

Análise econômica dos sortimentos em povoamentos de Pinus elliottii sob regeneração espontânea em  diferentes densidades iniciais. Pinus elliottii Eng. var. elliottii é uma espécie arbórea introduzida na região  Sul do Brasil que tem mostrado alta capacidade regenerativa. No entanto, a produção de madeira a partir  dessa espécie é comumente realizada por meio do plantio de mudas devido, principalmente, à falta de  conhecimento técnico acerca do manejo da regeneração natural da espécie. Com base nessa premissa, o  objetivo do estudo foi avaliar e comparar economicamente os sortimentos e a produção de madeira da espécie proveniente da regeneração natural, sob diferentes densidades populacionais, na região costeira do  estado do Rio Grande do Sul, Brasil. O experimento foi instalado em 2005 em um talhão de P. elliottii que  se encontrava em regeneração natural desde 2002, após o corte raso de um povoamento implantado por  mudas. A avaliação do experimento foi realizada em 2019, quando o povoamento se encontrava com  aproximadamente 18 anos de idade. Foram avaliados 4 tratamentos, sendo uma Testemunha (T0), com  cerca 55.240 árvores ha-1 e três intensidades de densidade populacional: 1.000 (T1), 2.000 (T2) e 3.000  (T3) árvores ha -1. O polinômio do 5° grau foi ajustado para estimar os sortimentos de madeira por  tratamento e consequentemente o valor da madeira. Para isto, foram cubadas 15 árvores por tratamento,  considerando a distribuição diamétrica, totalizando 60 árvores amostradas. Os tratamentos foram avaliados  por meio de critérios aplicados para análise de investimentos florestais: Valor Presente Líquido (VPL),  Valor Presente Líquido Anualizado (VPLa), Razão Benefício/Custo (Razão B/C) e Taxa Interna de Retorno  (TIR). Os resultados indicaram que a variação da densidade populacional interferiu no desenvolvimento  dos indivíduos, bem como nos sortimentos e na receita gerada. No entanto, todos os tratamentos demostraram-se economicamente viáveis, embora os regimes de manejo com menores densidades iniciais  mostraram-se mais atrativo na análise comparativa, onde T1 apresentou superioridade, seguido por T2, T3  e T0. Desse modo, pode-se concluir que o manejo da regeneração natural de P. elliottii consiste em uma  técnica rentável para produção de madeira para diferentes fins, apresentando ser um método menos oneroso,  de baixo custo inicial, com maiores benefícios ambientais e até mesmo com maior rentabilidade e produção,  consoante o manejo utilizado, quando comparado com a técnica de plantio.

Palavras-chave: Manejo de Pinus elliottii com regeneração espontânea, Silvicultura, manejo florestal,  planejamento florestal, sortimento da madeira, viabilidade econômica. 

INTRODUÇÃO 

Com a redução da oferta de madeira nativa na região sul do Brasil foi necessário suprir o mercado  com madeira produzida em plantios florestais. Os povoamentos comerciais com espécies arbóreas começaram a se expandir rapidamente a partir da década de 1960 com a introdução de diversas espécies  exóticas, entre as quais, destacaram-se o Pinus taeda L. e Pinus elliottii Engelm., por apresentarem rápido  crescimento, boa produtividade, grande capacidade de adaptação e madeira com características atrativas ao mercado consumidor (SCHWEITZER, 2016). 

O crescimento contínuo de reflorestamento com espécies do gênero Pinus no decorrer dos anos  nessa região fomentou diversos estudos em busca de conhecimento silvicultural e melhoria de determinadas  características das espécies, com o intuito de proporcionar aumento da produção e redução de custos

(DOLDAN, 1990; ROCKWOOD et al., 2001; PALUDZYSZYN FILHO, 2002; SCHIMIZU, 2006; LEITE  et al., 2006; NOGUEIRA et al., 2008; INOUE et al., 2011; MARTINEZ et al., 2012; CARDOSO et al.,  2013; KOHLER et al., 2015; TAMBARUSSI et al., 2018).Por esse motivo, a tendência dos reflorestadores  é utilizar a técnica de plantio, seja por mudas ou sementes, quando planejam implantar povoamentos  comerciais, em razão, principalmente, dos conhecimentos técnicos existentes.  

No Brasil, a formação de povoamentos florestais a partir da regeneração natural é uma prática  pouco difundida, principalmente, devido a ampla lacuna na literatura técnico-científica acerca de estudos na área. No entanto, este procedimento pode gerar menores custos, comparativamente ao plantio, por não  depender de equipamentos de preparo do solo, disponibilidade de mudas em viveiros ou sementes  beneficiadas e menor suscetibilidade a pragas e doenças (AHRENS, 1997). 

Ademais, a condução de regeneração natural possibilita inúmeros benefícios ambientais, como a  estabilização e resiliência de solos pobres em nutrientes e degradados, redução da erosão e aumento da  capacidade de absorção de água (REISSMANN; WISNEWSKI, 2005). Além disso, foram criadas  restrições ao cultivo de pinus em algumas regiões do Brasil, que restringem o plantio e o replantio em  algumas áreas, onde a continuidade do cultivo só pode ser realizada por meio da condução da regeneração  natural (FERRARI et al., 2017). 

No Brasil, o potencial da regeneração natural de pinus pode ser constatado a partir da existência  de diversos indivíduos estabelecidos de forma natural, sejam em povoamentos poucos adensados, solos  expostos com maior iluminação e até mesmo em fragmentos secundários de floresta nativa (SECCO et al.,  2019). A alta propensão regenerativa do pinus pode ser atribuída à dispersão anemocórica de suas sementes  e pela adaptação em sítios que possuem solos arenosos e nutricionalmente pobres (BOGNOLA et al., 2018). 

Apesar da capacidade regenerativa, os empresários do Setor Florestal de Plantadas têm dúvidas  sobre como manejar os povoamentos comerciais oriundos de regeneração natural, principalmente no que  concerne à densidade populacional mais adequada para produção de madeira de determinados sortimentos. Adicionalmente, a identificação do sortimento da floresta é peça essencial para fins de planejamento e  otimização do melhor aproveitamento da madeira produzida, pois possibilitam a quantificação dos  múltiplos produtos existentes, de maneira que proporcione o maior retorno financeiro (FIGUEIREDO  FILHO et al., 2014).  

Nesse sentido, constata-se a necessidade de estudos sobre o manejo e crescimento de povoamentos  comerciais oriundos da regeneração natural, buscando analisar tecnicamente a sua viabilidade econômica  e proporcionar informações a respeito do volume de madeira produzido, assim como os seus sortimentos,  que vão delimitar seu uso final e, consequentemente a receita gerada com a comercialização do produto no  mercado. 

Diante disso, esta pesquisa teve por objetivo avaliar e comparar economicamente os sortimentos e  a produção de madeira de Pinus elliottii Eng. var. elliottii em diferentes densidades populacionais  provenientes de regeneração natural em plantios da espécie no sul do Brasil. Para isso, as seguintes  hipóteses foram formuladas: a) a condução da regeneração natural de pinus é uma técnica economicamente  viável para produção de madeira para os vários sortimentos; b) a densidade populacional possui influência  direta no crescimento diamétrico individual e no sortimento do povoamento. 

MATERIAL E MÉTODOS 

Localização da área de estudo 

A área experimental deste estudo está situada no município de Balneário Pinhal, estado do Rio  Grande do Sul, nas coordenadas geográficas de 53° 03′ de longitude Oeste e de 30° 03″ de latitude Sul. A  região tem clima do tipo Cfa, segundo a classificação de Köeppen, com temperatura média anual variando  entre 18° e 19 °C, índice pluviométrico de 1.300 mm (ALVARES et al., 2013), solo do tipo paleossolo,  embora a maior parte da região seja composta por dunas, as quais são predominantemente constituídas de  areias quartzosas, derivadas de sedimentos marinhos, lacustres, eólicos e aluviais (TOMAZELLI et al.,  2017), que determinam baixa capacidade produtiva ao local.  

Delineamento experimental 

Os dados foram coletados em um experimento que foi instalado no segundo semestre de 2005 em  um talhão de Pinus elliottii Eng. var. elliottii de 0,81 hectares com aproximadamente 18 anos de idade, que  se encontrava em regeneração natural desde 2002, e com índice de sítio de 19 m. O povoamento antigo,  que cobria o local, foi implantado por mudas e sofreu o corte raso em decorrência de um incêndio florestal.  Quatro densidades de árvores ha¹ foram avaliadas em parcelas com área igual a 450 m² (15 m x 30 m) e  seis repetições (Figura 1). Entre as parcelas experimentais, um corredor de 3 m foi alocado, no qual as  árvores foram sistematicamente raleadas, conforme esquema representado na Figura 1. 

Figura 1. Localização e distribuição das parcelas e subparcelas do povoamento experim ental de Pinus  elliottii Eng. var. elliottii estabelecidas no município de Balneário Pinhal, Rio Grande do Sul, Brasil. Em que, T0 é o Tratamento Testemunha com densidade estimada de 55.240 árvore ha¹, T1 é o Tratamento 1, com densidade de 1.000  árvores ha-1, T2 é o Tratamento 2 com densidade de 2.000 árvores ha-1, e T3 é o Tratamento 3 com densidade de 3.000 árvore ha¹. 

As parcelas do Tratamento T0 não sofreram intervenções silviculturais, representando a densidade  original da regeneração natural espontânea no local. Os demais tratamentos foram derivados de uma  condição similar à testemunha, porém procederam-se raleamento e desbastes dos indivíduos até que cada  parcela dos Tratamentos T1, T2 e T3 contivesse, respectivamente, 45 (ou 1.000 árvores ha -1), 90 (ou 2.000  árvores ha-1) e 135 (ou 3.000 árvores ha -1) árvores. 

O raleamento foi aplicado primeiramente, com cerca de quatro anos de idade do povoamento, permanecendo cerca de 270 árvores (6.000 árvores ha-1) por parcela. Para auxiliar na definição dos indivíduos que deveriam permanecer nos tratamentos, cada parcela foi subdividida em 18 subparcelas de 25 m² (5 x 5 m) (Figura 2). Após a seleção, o desbaste foi realizado de acordo com o número de árvores estipulado para cada tratamento. Os indivíduos remanescentes foram escolhidos pelo maior diâmetro medido à 1,30 m do solo (DAP), desenvolvimento uniforme e retilíneo do fuste e procurando-se manter eqüidistância entre os indivíduos. As árvores desbastadas ficaram sobre o solo, para gerar matéria orgânica.

Figura 2. Esquema de distribuição das subparcelas para definição dos indivíduos que seriam desbastados no povoamento experimental de Pinus elliottii Eng. var. elliottii estabelecidas no município de Balneário  Pinhal, Rio Grande do Sul, Brasil. 

Em que, T0 é o Tratamento Testemunha com densidade estimada de 55.240 árvore ha¹, T1 é o Tratamento 1, com densidade de 1.000  árvores ha-1, T2 é o Tratamento 2 com densidade de 2.000 árvores ha-1, e T3 é o Tratamento 3 com densidade de 3.000 árvore ha¹. 

Coleta de dados 

Dentro de cada parcela, a contagem de todos os indivíduos remanescentes foi realizada,  possibilitando identificar a mortalidade ocorrida no experimento. Para avaliação dos tratamentos, cada  parcela foi subdivida em subparcela, gerando uma área por parcela de 200 m² (10 m x 20 m), como  demonstrado na Figura 1.

Posteriormente, foi mensurado o diâmetro à 1,30 m do solo (DAP) de todos os indivíduos,  evitando-se assim, a influência do efeito de borcomercial (vc).da. Foram calculados os valores médios do DAP em cada  tratamento e, assim, realizada a análise estatística. A comparação estatística foi feita por meio da análise de  variância (ANOVA) com prévia constatação de homogeneidade das variâncias pelo teste de Bartlett. No  caso da ANOVA revelar diferença estatística ao nível de 5% de significância , realizou-se o teste de  comparação de médias de Tukey, mantendo-se o mesmo nível de significância de 5%.  

Cubagem e afilamento 

A distribuição diamétrica do povoamento foi avaliada para determinar as árvores a serem  amostradas para cubagem rigorosa, garantindo que os indivíduos coletados representassem toda extensão  da amplitude diamétrica. O número de classes de diâmetro foi determinado pela fórmula proposta por  Sturges (1926). Deste modo, 60 indivíduos foram selecionados, sendo 15 para cada tratamento.  Posteriormente, a altura total (h) foi medida e as árvores amostradas foram cubadas pelo método de Smalian  (FINGER, 2006) para estimar o volume comercial (vc). Para isto, os diâmetros mensurados nas alturas de  0,1 m, 0,5 m, 0,9 m, 1,30 m, 2,0 m, 3,0 m e sucessivamente a cada 1 m até o diâmetro mínimo comercial  de 8 cm, foram utilizados.  

O modelo de afilamento de 5º grau (SCHÖEPFER, 1966) foi ajustada para cada tratamento  individualmente com os dados da cubagem rigorosa. Esse modelo de afilamento é um dos mais empregados  no sul do Brasil e constantemente utilizado em inventário florestais quando se objetiva avaliar o  desenvolvimento da forma do fuste e quantificar multiprodutos de madeira (FIGUEIREDO FILHO et al.,  2015). 

Para a estimativa dos diâmetros com casca ao longo do fuste das árvores, a função de afilamento  foi utilizada na sua forma original (Equação 1). Para obtenção do volume, foi aplicada a técnica de  integração, a qual propicia obter os volumes correspondentes a qualquer porção do fuste da árvore (Equação  2) (SCOLFORO; THIERSCH, 2004). 

Em que, DAP é diâmetro à 1,30 do solo (cm) com casca, di é o diâmetro com casca correspondente a qualquer altura hi ao longo do fuste da árvore (cm), h é a altura total da árvore (m), hi é a altura ao longo do fuste (m),xxx são os parâmetros a serem estimados, e é o erro aleát β̂0, β̂1, β̂2,, β̂3, β̂4, β̂5 são os parâmetros a serem os parâmetros a serem estimados, e εi e o erro aleatório.

Em que, v é o volume total ou parcial com casca estimado (m3), h1 é o limite inferior (m), h2 é o limite superior e f(x) é o modelo em função da variável dependente di

A qualidade estatística das estimativas realizadas pelo modelo de afilamento foi avaliada por meio
do coeficiente de determinação ajustado (R2aj.), erro padrão de estimativa em porcentagem (Syx%) e distribuição gráfica dos resíduos (%).

Sortimento da madeira 

A avaliação econômica de uma floresta depende preponderantemente das dimensões da madeira  que definem o seu uso final e, consequentemente, da receita a ser gerada com a colocação desses produtos  no mercado (FIGUEIREDO FILHO et al., 1992). Desse modo, é necessário determinar, previamente, o  sortimento da madeira, quantificando os percentuais de volume total a ser utilizado para os diferentes usos. 

Assim, foram consideradas as classes de sortimentos utilizadas pela empresa proprietária da área  experimental (Tabela 1), assim como os respectivos valores por m3 de cada sortimento. A partir dessas  classes de sortimentos, a função de afilamento foi aplicada para estimar o número de toras e respectivos  volumes para cada sortimento. 

Tabela 1. Classes de sortimentos e preços da madeira serrada de Pinus elliottii Eng. var. elliottii.

*O valor da cotação do dólar norte-americano (US$) em relação ao real brasileiro (R$) utilizado foi de 1,00 US$ para R$5,30. Valor médio para o ano de 2022.

Avaliação econômica 

Os dados referentes aos custos fixos e variáveis para o sistema de manejo aplicado nos tratamentos  são demostrados na Tabela 2. Foi considerado o corte final do experimento aos 18 anos, idade no qual as  informações dendrométricas foram levantadas para o presente estudo, assim como a quantidade de  indivíduos presentes em cada parcela. A partir dessas informações, o fluxo de caixa foi construído para  cada tratamento. 

Tabela 2. Descrição dos custos relacionados às atividades de condução dos povoamentos de Pinus elliottii Eng. var. elliottii.

** Custo variável de acordo com a Taxa Mínima de Atratividade (TMA) do projeto. O valor estabelecido de compra da terra foi de US$ 963,58 ha-1

Na sequência, determinou-se os índices de viabilidade econômica, onde a sensibilidade dos indicadores econômicos foi analisada quanto à oscilação da Taxa Mínima de Atratividade (TMA%): C1 é o Cenário 1 com TMA de 4% a.a., C2 é o Cenário 2 com TMA de 3,5% a.a. e C3 é o Cenário 3 com TMA de 3% a.a. As taxas de investimento para TMA foram determinadas com base nas principais taxas de juros utilizadas pelos mercados: Taxa Básica Financeira (TMF), Taxa Referencial (TR), Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) e Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC).

Com a finalidade de avaliar e comparar a viabilidade econômica dos tratamentos com suas  respectivas taxas, os métodos mais indicados para esse tipo de análise no setor florestal são os que  consideram o valor do capital no tempo, pois os investimentos possuem retornos em longo prazo (VITALE;  MIRANDA, 2010). Assim, os métodos utilizados neste trabalho foram: Valor Presente Líquido (VPL),  Valor Presente Líquido Anualizado (VPLa), Razão Benefício Custo (Razão B/C) e Taxa Interna de Retorno  (TIR), conforme as expressões descritas por Rezende e Oliveira (2013). 

Embora cada um dos métodos possui vantagens e desvantagens, todos eles são apropriados para  auxiliar os administradores na tomada de decisão, com respeito às oportunidades de investimento no campo  florestal (BITTENCOURT et al., 2009). 

RESULTADOS

O teste de Bartlett caracterizou homogeneidade das variâncias para o DAP (p-valor: 0,7837), ao  nível de 5% de significância. A análise de variância (ANOVA) exibiu diferença significativa entre um ou  mais tratamentos (Fcalculado: 29,13),indicando que a densidade populacional exerceu influência sobre o DAP dos indivíduos, ao nível de 5% de significância . Dessa forma, aplicou-se o teste de Tukey, na mesma probabilidade, para identificar as médias estatisticamente distintas. 

Os resultados, bem como as estatísticas descritivas do DAP para o conjunto de dados amostrados  por tratamento estão apresentados na Tabela 3.

Tabela 3. Análise descritiva e estatística do diâmetro à 1,30 m do solo (DAP) dos indivíduos amostrados  aos 18 anos de idade para os tratamentos de densidade populacional da regeneração natural de Pinus elliottii Eng. var. elliottii.

Em que, valores seguidos de mesma letra são estatisticamente iguais, ao nível de 5% de significância pelo teste de Tukey, T0 é o Tratamento Testemunha com densidade estimada de 55.240 árvore ha-1, T1 é o Tratamento 1, com densidade de 1.000 árvores ha-1, T2 é o Tratamento 2 com densidade de 2.000 árvores ha-1, e T3 é o Tratamento 3 com densidade de 3.000 árvore ha-1 .

O DAP médio apresentou baixa variação entre os tratamentos, de acordo com a disparidade das  densidades testadas, sendo o menor encontrado no tratamento testemunha (T0), com densidade  populacional inicial superior, e o maior no tratamento com a densidade populacional inicial inferior (T1).  De acordo com o teste de Tukey, em relação à média do DAP, constatou-se que os tratamentos T2 e T3  possuem semelhança estatística, e os demais tratamentos diferem entre si. 

Os valores do DAP entre os tratamentos não seguiram o padrão esperado em relação a variação densidade populacional inicial, onde T2 (2.000 árvores ha¹) apresentou DAP mínimo e máximo inferior a  T3 (3.000 árvore ha¹) e DAP máximo semelhante a T0 (55.240 árvore ha¹), ambos tratamentos de maior  densidade populacional inicial.  

Os tratamentos exibiram diferença nas frequências absolutas por classes diamétricas, indicando  que as maiores intensidades de desbastes tendem a equilibrar o número de indivíduos nas classes  superiores (Figura 3). Observa-se que, o Tratamento testemunha (T0) apresentou maior frequência nas  classes iniciais, os Tratamentos 2 e 3 (T2 e T3) nas classes centrais, observando maior homogeneidade na  distribuição da frequência das classes para T2, e o tratamento T1 demonstrou maior frequência nas classes  com diâmetro mais elevado.

Figura 3. Distribuição diamétrica para os tratamentos do manejo populacional da regeneração natural de  Pinus elliottii Eng. var. elliottii. Em que, T0 é o Tratamento Testemunha com densidade estimada de 55.240 árvore ha¹, T1 é o Tratamento 1, com densidade de 1.000  árvores ha-1, T2 é o Tratamento 2 com densidade de 2.000 árvores ha-1, e T3 é o Tratamento 3 com densidade de 3.000 árvore ha¹.

As estatísticas de ajuste e precisão do modelo de afilamento apresentaram (Tabela 4) para os quatro  tratamentos, variação de 0,9692 a 0,9823 para o coeficiente de determinação ajustado (R2aj.) e de 5,01% a 6,49% para o erro padrão da estimativa relativo (Syx %) para estimar diâmetros com casca ao longo do fuste. 

Tabela 4. Coeficientes estimados e estatísticas para estimar o diâmetro ao longo do tronco da função de afilamento do polinômio de 5° grau para os tratamentos do manejo populacional de Pinus elliottii Eng. var.elliottii.

Em que, T0 é o Tratamento Testemunha com densidade estimada de 55.240 árvore ha-1, T1 é o Tratamento 1, com densidade de 1.000 árvores ha-1, T2 é o Tratamento 2 com densidade de 2.000 árvores ha-1, T3 é o Tratamento 3 com densidade de 3.000 árvore ha-1,β̂0, β̂1, β̂2,β̂3,β̂4,β̂5 são os coeficientes estimados, Syx% é o erro padrão da estimativa, e R2aj. é o coeficiente de determinação ajustado.

Os resíduos percentuais gerados a partir das estimativas dos diâmetros ao longo do tronco (Figura
4) em todos os tratamentos se mostraram uniforme. De modo geral e conforme as estatísticas de ajuste e precisão, o modelo apresentou bom desempenho.

Figura 4. Distribuição dos resíduos para estimar os diâmetros com casca ao longo do tronco para os
tratamentos do manejo populacional de Pinus elliottii Eng. var. elliottii.
Em que, T0 é o Tratamento Testemunha com densidade estimada de 55.240 árvore ha-1, T1 é o Tratamento 1, com densidade de 1.000 árvores ha-1, T2 é o Tratamento 2 com densidade de 2.000 árvores ha-1, e T3 é o Tratamento 3 com densidade de 3.000 árvore ha-1.

Entre os tratamentos de manejo para os sortimentos estabelecidos (Tabela 5), a opção T1, de menor
densidade populacional inicial, apresentou maior produção de volume comercial (491,64 m3), seguido por T3 (472,44 m3), T2 (463,95 m3) e T0 (368,98 m3). Em relação à receita bruta total, T1 exibiu também o maior valor entre os tratamentos (US$ 6.658,35), sendo superior às opções T2 US$6.232,31), T3 (US$5.987,33) e T0 (US$ 4.713,31).

Tabela 5. Volume comercial e receita bruta dos sortimentos por hectare para os tratamentos do manejo populacional da regeneração natural de Pinus elliottii Eng. var. elliottii.

Em que, T0 é o Tratamento Testemunha com densidade estimada de 55.240 árvore ha-1, T1 é o Tratamento 1, com densidade de 1.000 árvores ha-1, T2 é o Tratamento 2 com densidade de 2.000 árvores ha-1, T3 é o Tratamento 3 com densidade de 3.000 árvore ha-1), Processo é o diâmetro com casca na extremidade mais fina da tora 15,0≤ 8,0 (cm), Serraria 2 é o diâmetro com casca na extremidade mais fina da tora 26,0≤ 15,1 (cm), Serraria 1 é o diâmetro com casca na extremidade mais fina da tora 26,0 > (cm), , Ni é o número de árvores inicial ou após o desbaste, e Nf é o número de árvores final aos 18 anos de idade.
*O valor da cotação do dólar norte-americano (US$) em relação ao real brasileiro (R$) utilizado foi de 1,00 US$ para R$5,30. Valor médio para o ano de 2022.

Na avaliação dos sortimentos (Tabela 5), os tratamentos apresentaram maior percentual de volume para Serraria 2, sendo superior para T1(69,83%), tratamento com menor densidade inicial, seguido por T3 (66,39%), T2 (59,65%) e T0 (45,37%).

A madeira para Processo, a qual representa a classe do produto com menor diâmetro comercial, apresentou maior representatividade nos tratamentos com densidade mais elevada (T3) ou ausência de desbaste (T0). Para os demais sortimentos (Serraria 1 e Serraria 2), não foi possível observar relação direta entre os volumes produzidos com a densidade populacional inicial dos tratamentos.

Em relação ao número de indivíduos por hectare desde a instalação do experimento, T0 apresentou mortalidade de 54.037 árvores ha-1 (97,81%), T2 de 844 árvores ha-1 (42,22%), T3 de 1.663 árvores ha-1 (55,43%) e T1 se diferenciou dos demais tratamentos, com ingresso de 93 árvores ha-1 (9,25%).

Os cenários (Tabela 6), apresentaram Razão B/C>1, VPL e VPLa maior que 0 e TIR maior que a TMA, demonstrando-se viáveis economicamente, de acordo com Rezende e Oliveira (2008). Para comparação e discussão dos resultados, foi definido o cenário C3 (TMA%: 3% a.a.) como padrão, por apresentar maior rentabilidade ao investimento.

Tabela 6. Indicadores econômicos para os tratamentos e cenários do manejo populacional da regeneração natural de Pinus elliottii Eng. var. elliottii.

Em que, T0 é o Tratamento Testemunha com densidade estimada de 55.240 árvore ha-1, T1 é o Tratamento 1, com densidade de 1.000 árvores ha-1, T2 é o Tratamento 2 com densidade de 2.000 árvores ha-1, T3 é o Tratamento 3 com densidade de 3.000 árvore ha-1), Processo é o diâmetro com casca na extremidade mais fina da tora 15,0≤ 8,0 (cm), Serraria 2 é o diâmetro com casca na extremidade mais fina da tora 26,0≤ 15,1 (cm), Serraria 1 é o diâmetro com casca na extremidade mais fina da tora 26,0 > (cm), , Ni é o número de árvores inicial ou após o desbaste, e Nf é o número de árvores final aos 18 anos de idade.

*O valor da cotação do dólar norte-americano (US$) em relação ao real brasileiro (R$) utilizado foi de 1,00 US$ para R$5,30. Valor médio para o ano de 2022.

Na avaliação dos sortimentos(Tabela 5), os tratamentos apresentaram maior percentual de volume
para Serraria 2, sendo superior para T1(69,83%), tratamento com menor densidade inicial, seguido por T3 (66,39%), T2 (59,65%) e T0 (45,37%).
A madeira para Processo, a qual representa a classe do produto com menor diâmetro comercial,
apresentou maior representatividade nos tratamentos com densidade mais elevada (T3) ou ausência de desbaste (T0). Para os demais sortimentos (Serraria 1 e Serraria 2), não foi possível observar relação direta entre os volumes produzidos com a densidade populacional inicial dos tratamentos.
Em relação ao número de indivíduos por hectare desde a instalação do experimento, T0 apresentou
mortalidade de 54.037 árvores ha-1 (97,81%), T2 de 844 árvores ha -1 (42,22%), T3 de 1.663 árvores ha-1 (55,43%) e T1 se diferenciou dos demais tratamentos, com ingresso de 93 árvores ha-1 (9,25%).
Os cenários (Tabela 6), apresentaram Razão B/C>1, VPL e VPLa maior que 0 e TIR maior que a
TMA, demonstrando-se viáveis economicamente, de acordo com Rezende e Oliveira (2008). Para
comparação e discussão dos resultados, foi definido o cenário C3 (TMA%: 3% a.a.) como padrão, por
apresentar maior rentabilidade ao investimento.

Tabela 6. Indicadores econômicos para os tratamentos e cenários do manejo populacional da regeneração natural de Pinus elliottii Eng. var. elliottii.

Em que, C1 é o Cenário 1 com TMA de 4% a.a., C2 é o Cenário 2 com TMA de 3,5% a.a., C3 é o Cenário 3 com TMA de 3% a.a.,  T0 é o Tratamento Testemunha com densidade estimada de 55.240 árvore ha¹, T1 é o Tratamento 1, com densidade de 1.000 árvores  ha-1, T2 é o Tratamento 2 com densidade de 2.000 árvores ha-1, T3 é o Tratamento 3 com densidade de 3.000 árvore ha¹, VPL é o  Valor Presente Líquido, VPLa é o Valor Presente Líquido Anualizado, Razão B/C é a Razão Benefício Custo, e TIR é a Taxa Interna  de Retorno. 
*O valor da cotação do dólar norte-americano (US$) em relação ao real brasileiro (R$) utilizado foi de 1,00 US$ para R$5,30. Valor  médio para o ano de 2022. 

Entre os tratamentos de densidade populacional, a opção T1 exibiu melhor desempenho pelos  indicadores econômicos avaliados, seguido por T2, T3 e T0. Contudo, nota -se que houve disparidade entre  os critérios de análise de investimento, sendo que T1 apresentou maior VPL (US$ 1.624,54), VPLa (US$  118,12) e Razão B/C semelhante ao T0 (1,71). Por outro lado, a TIR foi menor para T1, no qual T0  demostrou superioridade entre todos os tratamentos (16,4%).

DISCUSSÃO 

Os resultados do presente estudo corroboram com o pressuposto de que o manejo da regeneração  natural de Pinus elliottii Eng. var. elliottii consiste em uma técnica economicamente viável para produção  de madeira para diversos fins, cujos custos do manejo e produção de volume por sortimento foram avaliados  para quatro diferentes densidades populacionais. Com isso, essas considerações permitiram observar que a variação da densidade populacional interferiu no desenvolvimento diametrico do povoamento (Tabela e  Figura 3) e consequentemente nos sortimentos e na rentabilidade econômica entre os tratamentos (Tabelas  5 e 6). 

Por meio da análise descritiva (Tabela 3) e da distribuição diamétrica (Figura 3), observou-se que  menores densidades populacionais exibiram maiores DAP médio e menores CV%, evidenciando que a  estrutura diamétrica do povoamento está diretamente relacionada com o espaço vital disponível para os  indivíduos (ASSMANN, 1961; DAVID et al., 2017). 

Por esse motivo, constata-se que a variação da distribuição diamétrica entre os tratamentos (Figura 3) tem relação com a intensidade de desgaste aplicado, visto que os tratamentos se encontram no mesmo  sítio. Tendências similares foram apresentadas por Sayer et al. (2004) ao realizarem o estudo em uma  floresta de Pinus taeda de 17 anos no estado de Louisiana nos Estados Unidos. Na pesquisa, os autores  observaram que o tratamento com desbaste (749 árvores ha-1) apresentou DAP médio superior de 8 cm, quando comparado com o tratamento sem desbaste (2.990 árvores ha-1), constatando-se o efeito da intervenção silvicultural na estrutura diamétrica do povoamento. 

Os tratamentos exibiram alta taxa de mortalidade desde a instalação do experimento,  principalmente para maiores densidades populacionais, bem como baixo ingresso de novos indivíduos, em  que somente o tratamento de menor densidade (T1) apresentou regeneração no levantamento dos dados do  inventário florestal (Tabela 5). Porém, confrontando os resultados encontrados, acredita -se que o ingresso  de novos indivíduos, e por consequência a mortalidade, seja superior e tenha ocorrido nos demais  tratamentos, visto que não é possível diferenciar as árvores sobreviventes das regenerantes nos anos  subsequentes a instalação do experimento. 

No entanto, considera-se que o ingresso de novas árvores no decorrer do experimento, principalmente, para os tratamentos com maior densidade não seja elevado. Pois, povoamentos com  maiores densidades têm a propensão de possuir menor ingresso de novos indivíduos devido à diminuição  da disponibilidade de luz e aumento da profundidade da serapilheira (STEIN; KIMBERLING, 2003;  PUHLICK et al., 2012). Além disso, identificou que o número de indivíduos entre os tratamentos não  apresentou grandes diferenças entre si ao final do experimento, demonstrando condições de equilíbrio da  densidade a longo prazo. Tal resultado pode ser atribuído a capacidade de suporte do local, uma vez que a  dinâmica do povoamento está intrinsecamente ligada aos fatores edáficos (BRAGA et al., 1999; ORTIZ et  al., 2006; COSENZA et al., 2015). 

A elevada taxa de mortalidade identificada no experimento se deve ao alto adensamento  populacional, que aumenta a competição intraespecífica e interfere no crescimento das árvores  (SCHNEIDER et al., 2014). Além disso, a mortalidade representa outra circunstância a ser considerada na variação diamétrica encontrada para os tratamentos (Figura 3 e Tabela 5), assim como para os volumes de  madeira nos sortimentos gerados (Tabela 5). A liberação de espaço vital ocasiona maior disponibilidade e  distribuição dos atributos biofísicos que influenciam no crescimento e na forma do fuste (NOGUEIRA et  al., 2008).

De acordo com Schneider et al. (2008), povoamentos menos adensados apresentam maior  proporção de copa e maior ganho de volume na porção basal, adquirindo uma forma mais afilada.  Entretanto, em maiores densidades, onde as árvores estão sujeitas a competição intensa, produzem fustes  com menos e mais finas ramificações, havendo tendência de ocorrer maior depósito de volume nas posições  superiores, de tal maneira que adquirem uma forma mais cilíndrica. 

Além dos fatores mencionados, que podem ter influenciado no desenvolvimento dos indivíduos e  nos sortimentos produzidos (Figura 3 e Tabela 5), a qualidade do sítio constitui de outro aspecto a ser  considerado, uma vez que o sítio do local de estudo é de baixa produtividade em decorrência,  principalmente, do solo arenoso, que possui capacidade reduzida de retenção de água, dificultando a oferta  de nutrientes nas plantas. 

Segundo Figueiredo Filho et al. (2014), a capacidade produtiva do local influencia a forma do  tronco, assim como a distribuição do incremento ao longo do fuste. Em sítios com baixa capacidade  produtiva, os indivíduos, comumente, apresentam maior conicidade e, como consequência, o fuste é mais  afilado. Em contrapartida nos sítios com alta capacidade produtiva, o incremento tende ser acumulado na  seção superior do tronco, exibindo fustes mais cilíndricos, portanto, os resultados observados podem ser  diferentes para sítios de maior ou menor produtividade. 

Na avaliação dos tratamentos por volume de sortimento, notou -se a ausência de um comportamento padronizado em relação a variação da densidade populacional inicial, principalmente, para  os sortimentos Serraria 1 e Serraria 2, onde o tratamento testemunha (T0), de maior densidade inicial,  apresentou volume superior na classe de sortimento com maior valor agregado (Serraria 1) quando  comparado aos tratamentos com densidade populacional inferior (T1 e T3). 

Tal resultado pode ser concernente a mortalidade e/ou à regeneração de novos indivíduos em cada  tratamento ao longo do experimento. Esses fatores, como dito anteriormente, alteram a dinâmica de  desenvolvimento das árvores, ocasionando maior variabilidade dos diâmetros ao longo do fuste e, por consequência, maior variação nos sortimentos (SANQUETTA et al., 2003). 

Além disso, por se tratar de regeneração, os indivíduos não possuem espaço vital similares e a  mortalidade e/ou ingresso ocorreu de forma natural, não levando em consideração espaçamento entre as  árvores. Desta forma, dentro de cada tratamento podem existir pequenos grupos, mais ou menos adensados,  responsáveis pela criação de microclimas e influenciando diretamente nos volumes e os sortimentos  produzidos (Tabela 5) e, consequentemente, a análise financeira (Tabela 6).  

A viabilidade econômica apresentada para todos os cenários dos tratamentos (Tabela 6), em  relação a oscilação da TMA, pelos indicadores adotados está provavelmente atribuída aos baixos custos  iniciais da condução da regeneração. Em povoamentos implantados, os custos referentes a implantação e  manutenção do povoamento representam, aproximadamente, 59% dos custos das operações realizadas  (CHICHORRO et al., 2017). 

Para os indicadores econômicos utilizados, T1 foi o mais rentável financeiramente seguido de T2,  T3 e T0 (Tabela 6). Nota-se que embora o tratamento testemunha (T0) tenha exibido melhor desempenho  da TIR e da Razão B/C em relação aos demais tratamentos, foi considerado inferior do ponto de vista  econômico por possuir o menor VPL e VPLa. Nos casos em que há conflito entre os indicadores, o método  do VPL ou VPLa devem ser priorizados para análise da viabilidade intrínseca de um projeto, pois  representam o lucro atual obtido após a remuneração do capital investido, submetidos a uma determinada taxa de desconto arbitrada (TMA%) (SILVA et al., 2002). 

Diferentemente, o método da TIR consiste em encontrar a taxa de juros que torna os fluxos de  caixa equivalentes, ou seja, os fluxos de caixa positivos seriam similares ao investimento e necessidades de capital exigidas (STIVIECH; MANTOVAN, 2013) e por este motivo, acredita -se que a superioridade apresentada pelo tratamento testemunha (T0) seja em relação ao menor investimento, visto que não foi  realizado raleio e desbaste em relação aos demais tratamentos.  

Apesar da viabilidade econômica evidenciada nos tratamentos da regeneração natural, acredita -se que seja possível obter maior lucratividade com a realização de desbastes ao longo do ciclo do povoamento.  De acordo com pesquisas realizadas para plantios convencionais (GOMES et al., 1999; SCOLFORO et al.,  2001; ACERBI JR et al., 2002), o manejo em regimes de desbastes ocasiona aumento na rentabilidade, devido ao maior valor agregado para madeiras de maiores sortimentos. 

No entanto, cabe ressaltar que a escolha do melhor regime de manejo vai além da superioridade na rentabilidade, tornando-se necessário considerar previamente a destinação da madeira. Evidentemente, os resultados apresentados são válidos para a situação analisada e são diretamente influenciados pelos atributos biofísicos do sítio, custos do povoamento e valor comercial da madeira, podendo gerar alterações nos critérios de viabilidade econômica avaliados. Desta forma, para utilizar esta metodologia como suporte à tomada de decisão, torna-se necessário que os resultados sejam confrontados, previamente, e analisados por diferentes aspectos que levem em consideração a visão estratégica da empresa.

CONCLUSÕES 

No estudo realizado, os resultados obtidos permitem concluir que o manejo da regeneração natural  de Pinus elliottii var. elliottii para produção de madeira, demonstra-se economicamente viável para diferentes densidades populacionais, exibindo maior rentabilidade econômica em povoamentos com menores densidades iniciais. 

Os resultados alcançados possibilitam identificar as densidades populacionais mais apropriadas  para produção de determinados sortimentos, assim como a receita gerada com a venda da madeira. Tais  considerações são de fundamental relevância para empreendimentos que visam manejar a regeneração natural de Pinus elliottii para produção de madeira para múltiplos usos. 

Torna-se necessário que novos estudos sejam realizados para diferentes sítios florestais, em regiões onde plantações florestais ocupem áreas expressivas, propondo-se investigar por meio de  manipulação experimental, quais fatores específicos (ambientais, biológicos e silviculturais) influenciam na capacidade produtiva e nos sortimentos gerados para povoamentos oriundos de regeneração natural.  

AGRADECIMENTOS 

À empresa Celulose Irani S.A., detentora da área experimental do presente estudo e fornecedora das informações de preços e custos utilizados, além do apoio financeiro com as despesas para coleta de  dados.

O presente trabalho foi realizado com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico  e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil  (CAPES) – Código de financiamento 001.

REFERÊNCIAS 

ACERBI JR, F.W.; SCOLFORO, J.R.S.; OLIVEIRA, A.D. de; MAESTRI, R. Modelo para prognose do  crescimento e da produção e análise econômica de regimes de manejo para Pinus taeda L. Revista Árvore,  v. 26, p. 666-713, 2002. 

AHRENS, S. O manejo de recursos florestais no Brasil: conceitos, realidades e perspectivas. Tópicos em  manejo florestal sustentável. Colombo: EMBRAPA-CNPF, 1997. p. 5-18. 

ALVARES, C.A.; STAPE, J.L., SENTELHAS, P.C.; Gonçalves, J.L.M.; SPAROVEK, G. Köppen’s  climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift, v. 22, p.711-728, 2013. 

AMATEIS, R. L.; BURKHART, H. The influence of thinning on the proportion of peeler, sawtimber, and  pulpwood tress in Loblolly pine plantations. South African Journal of Applied Forestry, v. 29, p.158- 162, 2005. 

ASSMANN, E. The principles of forest yield study. New York: Pergamon Press, 1961. 506p. 

BITTENCOURT, A.; SANTOS, A.; HOEFLICH, V.; BERGER, R. O cultivo do Nim Indiano (Azadirachta  indica A. Juss.): uma visão econômica. Floresta, v.39, p.629-642, 2009. 

BOGNOLA, I.A.; LAVORANTI, O. J.; HIGA, A. R.; COUTINHO, R. T.; BOBKO, A.; RIBAS JUNIOR,  U. Dispersão de sementes, regeneração e rebrota de Pinus taeda no Planalto Norte do Estado de Santa  Catarina, Brasil. Brazilian Journal of Forestry Research, v. 38, p.1-10, 2018. 

BRAGA, F. A.; BARROS, N. F.; SOUZA, A. L.; COSTA, L. M. Características ambientais determinantes  da capacidade produtiva de sítios cultivados com eucalipto. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 23,  n. 2, p. 291-298, 1999. 

CARDOSO, D.J.; LACERDA, A.E.B.; ROSOT, M.A.D.; GARRASTAZÚ, M.C.; LIMA, R.T. Influence  of spacing regimes on the development of loblolly pine (Pinus taeda) in southern Brazil. Forest Ecology  and Management, v. 310, p. 761–769, 2013.

CHICHORRO, J.F.; SILVA, A.L.P. da; ANDRADE, W.S. de P.; HEGEDUS, C.E.N.; KUBOYAMA,  F.A.Q. Custos e índices econômicos de povoamentos de eucalipto do Programa Produtor Florestal no  Espírito Santo. Pesquisa Florestal Brasileira, v.37, p. 447-456, 2017. 

COSENZA, D.N.; LEITE, H.G.; MARCATTI, G.E.; BINOTI, D.H.B.; ALCÂNTARA, A.E.M.; RODE,  R. Classificação da capacidade produtiva de sítios florestais utilizando máquina de vetor de suporte e rede  neural artificial. Scientia Forestalis, v. 43, n. 108, p. 955-963, 2015 

DAVID, H. C.; PÉLLICO NETTO, S.; ARCE, J. E., CORTE, A. P. D.; MARINHESKI FILHO, A.;  ARAÚJO, E. J. G. Efeito da qualidade do sítio e do desbaste na produção de pinus. Floresta e Ambiente, v.  24, p. e00096414, 2017. 

DOLDAN, M. E. Q. Desenvolvimento da altura dominante de Pinus taeda L. como resposta aos estímulos  dos fatores do meio, na região de Ponta Grossa. Revista Floresta, v. 20, p. 54-55, 1990. 

DURYEA, M.L.; DOUGHERTY, P.M. Manual de regeneração florestal. Kluwer Academic Editora,  1991. 437p. 

FASSOLA, H.E.; MOSCOVICH, F. A.; FERRERE, P.; RODRIGUEZ, A. F. Evolución de las principales  variables de árboles de Pinus taeda L. sometidos a diferentes tratamientos silviculturales en el nordeste de  la provincia de Corrientes, Argentina. Ciência Florestal, v. 12, n. 2, p. 51-60, 2002. 

FIGUEIREDO FILHO, A.; MACHADO, S.A.; HOSOKAWa, R.T.; KIKUTE, P. Avaliação econômica da  resinagem em floresta de Pinus elliottii Engelm. var. elliottii. Instituto de Pesquisas e Estudos FlorestaisCircular Técnica. v. 45, p. 48-63, 1992. 

FIGUEIREDO FILHO, A.; RETSLAFF1, F.A.S.; KOHLER, S.V.; BECKER, M.; BRANDES, D. Efeito  da idade no afilamento e sortimento em povoamentos de Araucaria angustifolia. Floresta e Ambiente,  v.22, n.1, p.50-59, 2015. 

FINGER, C.A.G. Biometria florestal. Santa Maria: UFSM/CEPEF/FATEC, 2006. 284p.  

FISCHER, H. HUTH, F.; HAGEMANN, U.; WAGNER, S. Developing restoration strategies for temperate  forests using natural regeneration processes. Restoration of Boreal and Temperate Forests, v. 2, p.103- 164, 2016. 

FERRARI, L. S.; NAKAJIMA, N.; SILVA, S.A.; ANSOLIN, R.D.; MOREIRA, D.; CIARNOSCHI, L.;  KASPRAZAK, L. F. F. Equações de volume para condução da regeneração natural de Pinus elliottii Engelm. Revista Espacios, v. 38, n. 42, p. 19 – 31, 2017. 

INOUE, M.T.; FIGUEIREDO FILHO, A.; ARAUJO, A.J.; Lima, R. Crescimento juvenil de Pinus  taeda em função do espaço vital de crescimento. Floresta, v. 41, p. 57-62, 2011. 

JANKOVSKI, T. Estudo de alguns aspectos da regeneração natural induzida em povoamentos de  Pinus taeda L. e Pinus elliottii Engelm. L. 1996. 160 f. Teses (Doutorado em Engenharia Florestal) – Setor  de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Paraná, Curitiba. 

KOHLER, S. V.; KOEHLER, H. S.; FIGUEIREDO FILHO, A.; ARCE, J. E.; MACHADO, S. D. A.  Evolução do sortimento em povoamentos de Pinus taeda nos estados do Paraná e Santa Catarina. Floresta,  v. 45, p. 545-554, 2015. 

LEITE, H.G.; NOGUEIRA, G.S.; MOREIRA, A.M. Efeito do espaçamento e da idade sobre variáveis de  povoamentos de Pinus taeda L. Revista Árvore, v.30, p. 603-612, 2006.  

MARTINEZ, D. T.; RESENDE, M. D. V. de; COSTA, R. B. da; HIGA, A. R.; SANTOS, G. A. dos; FIER,  I. S. N. Estudo da interação genótipo x ambiente em progênies de Pinus taeda por meio da análise de  parâmetros genéticos. Floresta, v. 42, p. 539 – 552, 2012.

MATTEI, V.L.; LONGHI, S.J. Avaliação da regeneração natural de Eucalyptus paniculata Smith. Ciência  Florestal, v.11, n.1, p.55-65, 2001. 

MOREIRA, J.M.M.A.P.; OLVEIRA, E.B; ÇIEBSCH, D.; MIKICH, S.B. Avaliação econômica do  cultivo de Pinus spp. para um sistema de produção modal no Sul do Brasil. In: CONGRESSO  FLORESTAL PARANAENSE, 5., 2015, Curitiba . Novas tecnologias florestais: anais. Curitiba:  Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal, 2015. p. 12 – 23. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/131781/1/2015-J.Mauro-CFP-Avaliacao.pdf.Acesso  em 20 dez. 2020. 

NOGUEIRA, G. S.; LEITE, H. G.; REIS, G. G.; MOREIRA, A. M. Influência do espaçamento inicial sobre  a forma do fuste de árvores de Pinus taeda L. Revista Árvore, v. 32, n. 5, p. 855-860, 2008. 

ORTIZ, J. L.; VETTORAZZI, C. A.; COUTO, H. T. Z.; GONÇALVES, J. L. M. Relações espaciais entre  o potencial produtivo de um povoamento de eucalipto e atributos do solo e do relevo. Scientia Florestalis,  n. 72, p. 67-79, 2006. 

PALUDZYSZYN FILHO, E.; FERNANDES, J. S. C.; RESENDE, M. D. V. Avaliação e seleção precoce  para crescimento de Pinus taeda. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 37, p. 1719 – 1726, 2002. 

PEZZUTTI, R. V.; FLEIG, F. D.; FINGER, C. A. G.; SCHNEIDER, P. R. Estudo e modelagem do  crescimento em diâmetro de povoamentos de Pinus taeda L. submetidos a podas e desbastes na Argentina.  Ciência Florestal, v. 26, n. 4, p. 1225-1237, 2016.  

PUHLICK, J.J.; LAUGHLIN, D.C.; MOORE, M.M. Factors influencing ponderosa pine regeneration in  the soutwestern USA. Forest Ecology and Management, 264, 10-19, 2012. 

REISSMANN, C. B.; WISNIEWSKI, C. Aspectos nutricionais de plantios de Pinus. Nutrição e  fertilização florestal, p. 135-166, 2005. 

REZENDE, J.L.P.; OLIVEIRA, A.D. Análise Econômica e Social de Projetos Florestais. 3.ed. Viçosa:  UFV, 2013. 389 p. 

ROCKWOOD, D. L.; HUBER, D. A.; WHITE, T. L. Provenace and family variability in slash pine (Pinus  elliottii var. elliottii Engelm.) grown in southern Brazil and northeastern Argentina. New Forest, v. 21, p.  115-125, 2001. 

SANQUETTA, R. C.; ARCE, J.E.; MELLO, A.A.; SILVA, E.Q.; BARTH FILHO, N.; MATOSKI, S.L.S.  Produção de madeira livre de nós em povoamento de Pinus taeda em função da densidade de plantio.  Revista Cerne, n. 2, p.129-140, 2003.  

SHIMIZU, J.Y. Pinus na silvicultura brasileira . Revista da madeira, v. 16, p. 4-14, 2006. 

SWORD SAYER, M. A.; GOELZ, J. C. G.; CHAMBERS, J. L.; TANG, Z.; DEAN, T. J.; HAYWOOD, J.  D.; LEDUC, D. J. Long-term trends in Loblolly pine productivity and stand characteristics in response to  thinning and fertilization in the West Gulf region. Forest ecology and management, v. 192, p. 71-96,  2004. 

SCHNEIDER, P. R. Introdução ao manejo florestal. Santa Maria: UFSM, 1993. 348p. 

SCHNEIDER, P.R.; FINGER, C.A.G. Determinação de regimes de desbaste para povoamentos de Pinus  elliottii E. do Planalto Ocidental no estado de Santa Catarina. Ciência Florestal, v. 4, n. 1, p. 43-59, 1994.  

SCHNEIDER, P. S. P.; FINGER, C. A. G.; SCHNEIDER, P. R. Relação da razão do quociente diâmetro e  área basal com o autodesbaste em povoamentos equiâneos de Pinus taeda L. Ciência Florestal, v. 24, n.2,  p.437-443, 2014. 

SCHWEITZER, V. R. Origem do “lenho anormal de compressão” e efeitos sobre a qualidade da  madeira de Pinus taeda da região serrana de Santa Catarina. 2016. 96 f Dissertação (Mestrado) – Curso  de Pós-Graduação em Engenharia Florestal, UFPR, Curitiba, 2016.

SCHÖEPFER, W. Automatisierung des Massen, Sorten und Wertberechnung stenender  Waldbestande Schriftenreihe Bad. [S.l.]: Wurtt-Forstl. 1966. Não paginado. 

SCOLFORO, J.R.S.; ACERBI, F.W.J.; OLIVEIRA, A.D.; MAESTRI, R. Simulação e avaliação  econômica de regimes de desbastes e desrama para obter madeira de Pinus taeda livre de nós. Ciência  Florestal, v. 11, p. 121–139, 2001. 

SCOLFORO, J. R. S.; THIERSCH, C. R. Biometria Florestal: medição, volumetria e gravimetria.  Lavras: UFLA/FAEPE, 2004, 285p. 

SECCO, R. T.; ACRAI, L.A.; CORAIOLA, M. Regeneração natural em área de corte raso de Pinus taeda L. Ciência Florestal, v. 29, n. 1, p. 208-220, 2019. 

SILVA, M. L. da; JACOVINE, L.A. G.; VALVERDE, S. L. Economia florestal. Viçosa: UFV, 2002,  178p. 

SOARES, T.L.; CARVALHO, R.M.M.A.; VALE, A.B. Avaliação econômica de um povoamento de  Eucalyptus grandis destinado a multiprodutos. Revista Árvore, v.27, n.5, p.689-694, 2003. 

STEIN, S.J.; KIMBERLING, D.N. Germination, establishment, and mortality of naturally seeded  southwestern ponderosa pine. Western Journal of Apllied Forestry, v.18, n.2, p. 109-114, 2003. 

STIVIECH, V.; MANTOVAN, E.A. Análise de investimentos: Controvérsias na utilização da TIR e  VPL na comparação de projetos, 2013. Disponível em:  <http://revista.unicuritiba.edu.br/index.php/percurso/article/view/657/495>. Acesso em: 20 agos. 2020. 

STURGES, H.A. The choice of a class interval. Journal of the American Statistical Association, v. 21,  n. 153, p. 65-66, 1926. 

TAMBARUSSI, E. V.; MARQUES, E.G.; ANDREJOW, G. M.P.; PERES, F. S. B.; PEREIRA, F.B.  Análise dialélica na avaliação do potencial de híbridos de Pinus elliottii x Pinus caribaea para a formação  de populações de melhoramento. Scientia Forestalis, v. 46, p. 395- 403, 2018. 

TRIANOSKI, R.; IWAKIRI, S.; MATOS, J.L.M.; PRATA, J.G. Avaliação de espécies alternativas de  rápido crescimento para produção de painéis de madeira aglomerada de três camadas. Scientia Forestalis, v. 39, p. 97-104, 2011. 

TOMAZELLI, L.J.; DILLENBURG, S. R.; VILLWOCK, J. A. Late Quaternary geological history of Rio  Grande do Sul coastal plain, southern Brazil. Revista Brasileira de Geociências, v.30, p. 474-476, 2017.  

VIRGENS, A.P.; FREITAS, L.C.; MOREIRA, A.C.D.; LUZ, D.S. Análise econômica e de sensibilidade  em projetos de reflorestamentos no Estado da Bahia. Enciclopédia Biosfera, v.1, p; 120-127, 2015. 

VITALE, V.; MIRANDA, G.M. Análise comparativa da viabilidade econômica de plantios de Pinus taeda e Eucalyptus dunnii na região centro-sul do Paraná. Floresta, v. 40, n. 3, p. 469-476, 2010.


1Federal University of Paraná, Graduate Program in Forest Engineering, Curitiba, Paraná, Brazil – mayconthuan@hotmail.com

2Midwestern Paraná State University, Department of Forest Sciences, Irati, Paraná, Brazil – afigfilho@gmail.com

3Federal University of Paraná, Department of Forest Sciences, Curitiba, Paraná, Brazil – allanpelissari@gmail.com

4Federal University of Paraná, Graduate Program in Forest Engineering, Curitiba, Paraná, Brazil -cicero_dol.a.cio@hotmail.com

5Doctor and MSc in Forest Engineering, Medellin, Colombia – jdzeaca@gmail.com