INCÊNDIOS FLORESTAIS E QUEIMADAS: IMPACTOS DE SAÚDE EM COMUNIDADES INDÍGENAS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7742478


Valéria Moreira da Silva1
Cristiano Lucas de Menezes Alves1
Adnilson de Almeida Silva2
Ari Miguel Teixeira OTT3
Wanderley Rodrigues Bastos4


Resumo

O objetivo deste trabalho é reunir em revisão narrativa da literatura textos disponíveis sobre os impactos de saúde em comunidades indígenas pela poluição atmosférica de incêndios florestais e queimadas. Foi realizado busca utilizando descritores relacionados à poluição do ar, serviços de saúde indígena e incêndios florestais, totalizando 13 artigos. Foram considerados artigos científicos completos publicados entre 2012 e 2022 nas bases eletrônicas PUBMED e SCOPUS. Observa-se escassez de estudos específicos sobre impactos da poluição atmosférica na saúde, possíveis agravos que acometem os povos indígenas no Brasil e déficit na literatura científica sobre o monitoramento da qualidade do ar em terras indígenas. A poluição do ar é um fator limitante para o desenvolvimento humano, e há deficiência de ações de monitoramento e vigilância em saúde dos povos tradicionais na Amazônia Brasileira. É imprescindível que se elabore estratégias que favoreçam o mapeamento das áreas críticas e o monitoramento da qualidade do ar, proporcionando o conhecimento integrado do modo de vida e do grau de vulnerabilidade a que estão expostos os povos indígenas.

Palavras-chave: Incêndios Florestais. Poluição do ar. Serviços de Saúde Indígena.

Abstract

The objective of this work is to bring together, in a narrative review, available texts on the health impacts on indigenous communities due to atmospheric pollution from forest fires and burnings. A search was carried out using descriptors related to air pollution, indigenous health services and forest fires, totaling 13 articles. Complete scientific articles published between 2012 and 2022 in PUBMED and SCOPUS electronic databases were considered. There is a shortage of specific studies on the impacts of air pollution on health, possible injuries that affect indigenous peoples in Brazil and a deficit in the scientific literature on monitoring air quality in indigenous lands. Air pollution is a limiting factor for human development, and there is a lack of health monitoring and surveillance actions for traditional peoples in the Brazilian Amazon. It is essential to develop strategies that favor the mapping of critical areas and the monitoring of air quality, providing integrated knowledge of the way of life and the degree of vulnerability to which indigenous peoples are exposed.

Keywords: Forest Fires. Air Pollution. Indigenous Health Services.

INTRODUÇÃO

Contínuos debates sobre o crescente número de incêndios florestais e queimadas na Amazônia Brasileira tem sido discutido em órgãos públicos de defesa do Meio Ambiente, organizações conservacionistas e sociedade de modo geral. As notícias alertam para uma exacerbação de focos de queimadas a partir de 2019. Relatórios do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) dão conta que 345 Terras Indígenas (TIs) foram afetadas por queimadas, aumentando em 87% em relação a 2018, dados esses obtidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) através de monitoramento realizado com o satélite Aqua MT da NASA. Naquele ano o impacto das queimadas sobre as TIs se intensificou também sobre áreas interditadas e com restrição de uso por conta da suspeita ou presença confirmada de grupos indígenas isolados, aponta o CIMI. 

Também o INPE (2021), aponta aumento gradativo da taxa consolidada de desmatamento nos nove estados da Amazônia Legal Brasileira (ALB) (Acre, Amazonas, Rondônia, Mato Grosso, Roraima, Tocantins, Pará, Amapá e 181 municípios do Estado do Maranhão). A estimativa de desmatamento por corte raso na ALB no ano de 2021 foi de 13.235 km2. O valor consolidado da área desmatada por corte raso entre o período de 1 de agosto de 2019 e 31 de julho de 2020 foi de 10.851 km2, apresentando aumento de 7,13 % em relação à taxa de desmatamento calculada em 2019 para os nove estados.

 De acordo com o Boletim Diário das Áreas Protegidas e Territórios Indígenas com Focos Ativos do Programa de Queimadas do INPE, o Brasil apresentou em 30 de setembro do corrente ano, 48 focos ativos de queimadas em Unidades de Conservação (UC) e 44 em TIs indígenas (INPE, 2022). Em 2020 a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – APIB chamou atenção que a destruição da floresta caminhou lado a lado com o aumento do rebanho bovino na Amazônia, passando de 47 milhões de animais no ano 2000 para cerca de 85 milhões atualmente. Das 215 milhões de cabeças de gado em todo o Brasil, quase 40% são oriundos da Amazônia, sendo que a pecuária parece ocupar 80% da área desmatada da região. 

É plausível supor que o aumento de queimadas e incêndios florestais “implicam em maior procura pelos serviços de saúde, principalmente em áreas com populações vivendo em cenário de vulnerabilidades sócio econômica” (BRASIL, 2020, p.7). Entretanto as atividades agropastoris e desenvolvimentistas na Amazônia têm potencial contaminante de solo, rios e peixes, causando ainda mais vulnerabilidade às populações tradicionais (OLIVEIRA et al, 2018). Em verdade, a saúde de povos indígenas no Brasil tem sido caracterizada por grandes desvantagens sendo que o primeiro e único sistemático levantamento representativo do perfil epidemiológico nessa população, identificou graves problemas, diretamente relacionados aos determinantes sociais, como acesso a água potável, acesso a serviços básicos de saúde, escolaridade e renda, dentre outros (SANTOS et al, 2022; COIMBRA Jr, 2014).

Talvez o que não está bem relacionado é o impacto das queimadas e poluição atmosférica na saúde de povos indígenas, levantando-se a hipótese que esse tema tem sido pouco abordado e/ou talvez não existam elementos capazes para se conduzir estudos, como por exemplo monitores de material particulado em TIs e estudos epidemiológicos apropriados, relatórios técnicos dos órgãos responsáveis e visibilidade de alertas e denúncias realizadas. 

 REFERENCIAL TEÓRICO

Estamos em ano de Censo Demográfico e os recenseadores estão inclusive visitando os domicílios indígenas e as TIs no Brasil. No último censo, em 2010, foram contabilizadas 305 etnias distintas, que somavam aproximadamente 900.000 pessoas (0,4% da população nacional), distribuídos em 724 TIs e fora delas, falantes de 280 línguas distintas (SANTOS et al, 2022; BORGES et al., 2020). A esse quantitativo populacional somam-se outros grupos ditos isolados ou de recente contato, pois a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) identificou mais de 114 registros em toda a Amazônia Legal (AL) e 19 TIs com povos de recente contato. Dados do Instituto Socioambiental (ISA) apontam ainda que 48 povos têm parte de sua população residindo nos países de fronteira (Venezuela, Peru, Bolívia, Colômbia e Guiana), caracterizando uma população transitória no Brasil, talvez não incluída nos censos (naquele e neste em curso).  

Kabad et al. (2020), identificou uma intensificação de análises acerca da saúde dos povos indígenas a partir de 2010, discussão que vinha marcada sobre aspectos epidemiológicos e diagnósticos em saúde, inserindo-se a partir disso, pauta relacionada às políticas de saúde indígena e ao Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SASISUS). Nessas publicações encontramos evidências de grande exposição à níveis comprometedores de insalubridade, que estão expostos os indígenas, contudo as observações permeiam quase sempre questões de acesso à água potável, coleta de resíduos sólidos e esgotamento sanitário (MARINHO et al, 2021; OLIVEIRA et al, 2018; ALVES, 2016; COIMBRA Jr, 2014). 

Autores postulam que ser indígena no Brasil nos anos 2020 traduz em geral uma condição de desigualdade social em relação à população geral, implicando necessariamente a piores indicadores de saúde. Carga excessiva de doenças infecto parasitárias, como as respiratórias infecciosas, sobretudo com internação entre crianças, maior chance de mortalidade infantil, exposição a anemia e desnutrição na infância, rápido processo de transição nutricional e a crescente onda de violência impõe piores condições aos indígenas (SANTOS et al, 2022; KABAD et al, 2020; MARINHO et al, 2019; CARDOSO et al, 2019; CARDOSO et al, 2015).

No que diz respeito aos impactos e a vulnerabilidade às mudanças climáticas nas TIs, e populações tradicionais na Amazônia Brasileira, parece não haver estudos sobre agravamento e/ou propagação de doenças por poluentes atmosféricos, advindos de queimadas e incêndios florestais. Em extensa revisão sobre exposição de povos indígenas a poluentes ambientais ao redor do mundo, Fernández-Llamazares e colaboradores (2020), não identificaram estudos em grupos indígenas brasileiros, contudo evidenciam que são estes povos diretamente afetados por atividades poluidoras, alertando inclusive para existência de incineradores de resíduos sólidos nas TIs, prática observada no âmbito familiar também no Brasil (COIMBRA Jr, 2014). 

As informações sobre morbidade de indígenas por problemas respiratórios não estão disponibilizadas nas plataformas públicas do Sistema Único de Saúde (SUS). Para verificar o impacto das doenças respiratórias nas comunidades indígenas no Brasil, apesar de existir o Sistema de Informação da Atenção à Saúde Indígena (SIASI), (REIS et al, 2022), é necessário solicitar via Lei de Acesso à informação, um consolidado ou relatório específico para a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI). Mais complexo seria analisar questões sobre a qualidade do ar e agravos em saúde que acometem povos indígenas no Brasil. Não se tem notícia de monitoramento de qualidade do ar em TIs tão pouco faz parte das ações programáticas em saúde da SESAI. 

Em um estudo de análise sobre as influências dos focos de calor em duas TIs no estado de Mato Grosso/MT, observou-se que a distribuição espacial dos focos de calor nas TIs  apresenta “padrões diferenciados em relação a outras áreas e entre si” e que a maior intensidade de focos foi em áreas próximas às rodovias, resultando de queimadas provocadas por não indígenas e, em uma das TIs, apresentava a cultura do uso do fogo na caça, por meio do círculo do fogo, dessa maneira os focos apresentava-se disperso no território (ABREU; SOUZA, 2016). 

Segundo nota técnica do Observatório de Clima e Saúde da Fiocruz (2020) é necessário reforçar os sistemas de saúde e o controle das queimadas na Amazônia Ocidental, no arco do desmatamento, principalmente o:

Norte do Mato Grosso e sudeste do Pará, onde se concentram populações indígenas vulneráveis; e o Pantanal, que vem sendo fortemente impactado pelas queimadas e apresentam altas taxas de incidência de Covid-19 (SOUSA et al., 2020, p.1). 

Em referência ao controle e ações de monitoramento em algumas áreas ainda é muito precário, exigem complexas tecnologias e de alto custo, impossibilitando a avaliação da concentração de poluentes atmosféricos, além de não ser possível estimar a concentração de PM2,5 ug/m3, especialmente na Amazônia brasileira, região mais impactada pela poluição do ar no Brasil, conforme estudo da Universidade de Chicago (GREENSTONE; FAN, 2020). A queima de biomassa florestal ou queimadas compõem a principal fonte de emissão de poluentes atmosféricos nas regiões do Brasil central e na Amazônia (FERNANDES; HALCON; NOVAIS, 2021). 

Dentre os poluentes atmosféricos, tem se destacado a fração com diâmetro médio menor ou igual a 2,5 microgramas (µm), chamado de PM2.5, evidenciando impactos na saúde humana por ser aerotransportado e de fácil penetração nas vias aéreas superiores, alcançando órgãos vitais dos sistemas respiratórios e cardiovascular, especialmente em crianças, pessoas idosas e indivíduos com comorbidades, como por exemplo, Hipertensão Arterial, Diabetes Mellitus e outras (ASSAF et al., 2019). Recentemente a Organização Mundial de Saúde (OMS) comunicou novas diretrizes globais de qualidade do ar, atualizando os parâmetros para os poluentes identificados com maior evidência de exposição e efeitos nocivos à saúde. As concentrações médias anuais de PM 2,5 µg/m3 não superior a 5 µg/m3 e Dióxido de Nitrogênio (NO2) não superior a 10 µg/m3, embora as diretrizes não sejam juridicamente vinculativas, os órgãos responsáveis deverão rever a política de qualidade do ar em todo o mundo (OMS, 2021).

A queima de biomassa e os incêndios florestais produzem vários poluentes, entre eles o:

Material particulado (PM), dióxido de enxofre (S02), óxidos de nitrogênio (NOx), monóxido de carbono (CO), Ozônio (O3), hidrocarbonetos (HC), Poluentes Climáticos de Vida Curta (PCVC) como o carbono negro; além de outras substâncias altamente tóxicas (BRASIL, 2020, p.6). 

Quando inalamos a fumaça das queimadas e dos incêndios florestais, aumenta a probabilidade de riscos de infecções respiratórias agudas, especialmente nas populações vulneráveis (crianças, portadores de doenças crônicas e pessoas idosas), tornando-os vulneráveis a complicações graves. 

Segundo Caumo et al. (2022, p.204) é um desafio quantificar a exposição da população em uma base regional, bem como é “importante compreender os efeitos potenciais da fumaça dos incêndios florestais para a saúde, em especial dos grupos mais vulneráveis, como gestantes, pessoas idosas e indígenas”. Os impactos à saúde pela exposição à poluentes atmosféricos podem ser agravados em comunidades na Amazônia brasileira que residem distantes da zona urbana, e que apresentam dificuldades de acesso às unidades de saúde. Nesse sentido aumenta a probabilidade de agravamento de uma doença ou o adiamento na procura de profissionais da saúde (RODRIGUES et al., 2017).

 MÉTODO

Trata-se de um estudo de caráter exploratório realizado em setembro de 2022 por meio de um levantamento de informações qualitativas nas bases de dados eletrônicas PUBMED (MEDLINE) e SCOPUS, visando identificar e sintetizar os estudos científicos divulgados no cenário nacional e internacional. De forma complementar foi realizada análise documental em literatura cinzenta, site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE/Programa de Queimadas) e Observatório de Clima e Saúde da Fiocruz.

Foi realizada uma revisão de literatura narrativa por meio de leitura em artigos científicos completos no período de 2012 a 2022, sem restrição de idioma. Segundo Casarin (2020, p.1) a revisão narrativa é uma ferramenta metodológica para a “descrição do estado da arte de um assunto específico, sob o ponto de vista teórico ou contextual, não utiliza critérios explícitos e sistemáticos para a busca e análise crítica da literatura”. Para a elaboração da questão norteadora, utilizou-se a estratégia acrônimo PVO conforme a apresentação a seguir P: população indígena, V: poluição atmosférica e O: impactos na saúde da população indígena. A estratégia permitiu a elaboração da pergunta de pesquisa: Quais os impactos ambientais e na saúde indígena relacionado com poluentes atmosféricos nas TIs? Para isso, utilizaram-se as expressões de busca por meio da associação dos descritores indexados no Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): Incêndios florestais; Poluição do ar; Serviços de Saúde Indígena e no Medical Subject Headings (MESH): Wildfires; Air Pollution; Health Services, Indigenous com o emprego dos operadores booleanos AND e OR. 

 O acesso às bases de dados eletrônica se deu pelo portal de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), utilizando o acesso remoto via Comunidade Acadêmica Federada (CAFe). As pesquisas no PUBMED, renderam 101 publicações e no SCOPUS 134. Na triagem, publicações que não eram artigos originais e completos (ex.: cartas de comunicação, abstracts para congressos, manuais e etc.) e as duplicatas foram descartados, permanecendo 13 artigos para avaliação quanto à elegibilidade para inclusão na revisão, destes 08 foram da PUBMED e 05 do SCOPUS.  Dos 101 artigos na PUBMED, foram excluídos 93, sendo que 02 não estavam completos e 91, não atenderam a pergunta norteadora e no SCOPUS dos 134, 129 foram excluídos por não atenderem a pergunta norteadora. Os critérios utilizados para inclusão das publicações era ter as expressões utilizadas nas buscas no título ou palavras-chave, ou ter explícito no resumo que o texto se relacionava com a pergunta de pesquisa. Foram selecionados artigos científicos publicados entre 2012 e agosto de 2022. 

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Apesar da escassez de estudos específicos sobre monitoramento do ar atmosférico em TIs na região da Amazônia brasileira e nos estudos encontrados, comprova-se que a poluição atmosférica, principalmente pelo material particulado de diâmetro 2.5 microgramas por metro cúbico (PM 2,5 µg/m3) está diretamente relacionada aos incêndios florestais e  queimadas, sendo observado com mais frequência nos períodos secos e em eventos de estiagem prolongada (SHRIVASTAVA et al., 2019; SOTO-GARCÍA, et al., 2011). Outro achado da revisão foi o déficit de estudos sobre o impacto da poluição atmosférica na saúde dos povos indígenas na Amazônia brasileira. 

Estudos realizados em cenários urbanos, evidenciam que além dos impactos ambientais, a poluição provocada pelas queimadas tem efeitos nocivos para a saúde humana. A relação entre poluição atmosférica e a associação a processos patológicos foram observados em estudos nacionais e internacionais (BROWN et al., 2016; FILHO et al., 2017; NETO et al., 2018; TESSUM et al., 2021). Esses estudos mostraram que além do impacto ambiental provocado pela exposição, foi encontrada associação significativa de doenças cardiovasculares e a exposição ao PM 2,5 µg/m3

Considerando-se ainda que, as TIs e as UCs estão sendo fortemente exploradas com atividades de mineração, acarretando prejuízos e ameaça na subsistência dos povos isolados, o relatório de violência contra povos indígenas no Brasil (CIMI, 2021), apontou um estudo realizado pelo Instituto Escolhas e publicado em fevereiro de 2021, intitulado Áreas protegidas ou áreas ameaçadas, registrou que o: 

Brasil possuía 6,2 milhões de hectares ameaçados pela busca por ouro em áreas protegidas da ALB, área esta que equivale a 40 vezes a cidade de SP, sendo que desse total, 3,8 milhões de hectares estão em UC e 2,4 milhões de hectares estão em TIs (CIMI, 2021, p.74). 

Corroborando para esta revisão, identificou-se estudos que comprovaram a relação entre a exposição ao material particulado fino emitido em queimadas e as internações hospitalares por doenças respiratórias (CARNESECA; ACHCAR; MARTINEZ, 2012; RODRIGUES; IGNOTTI; HACON, 2013). A poluição atmosférica gerada pela queima de biomassa tem sido associada ao aumento de morbimortalidade por doenças respiratórias, principalmente em função do material particulado, composto tóxico e multielementar gerado por essa queima (BATESON; SCHWARTZ, 2008; RODRIGUES; IGNOTTI; HACON, 2013). Outros processos patológicos, a saber, inflamação sistêmica e estresse oxidativo, aterosclerose, trombose, disfunção endotelial, hipertensão, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), asma, disposição ao câncer, remodelação cardíaca e arritmia, estão correlacionados a exposição à poluição atmosférica por PM 2,5 µg/m3 (HAMANAKA; MUTLU, 2018). Contudo, não foram identificados estudos específicos que abordem os efeitos da poluição atmosférica na qualidade de vida e na saúde das populações indígenas. Resumidamente e não tendo a pretensão de identificar todos os possíveis trabalhos existentes, listam-se algumas publicações encontradas na revisão de literatura, ilustradas no quadro 1:

Quadro 1: Estudos científicos relacionados ao impacto na saúde entre grupos indígenas no Brasil e no Mundo (Lista não exaustiva) do período de 2012 a 2022.

AutorAnoEtnia/EstadoMaterial/AnáliseResultado
Flores-Ramírez et al.2021Tenek/ MéxicoBioquímica renal e poluentesAssociação de poluentes as lesões renais
Andrade et al.2021Avá Canoeiros, Karajá, Javaé e Isolados/TocantinsImagens de satélite (MODIS, Landsat e Resourcesat e os registros Programa das Brigadas FederaisA redução do número de áreas atingidas pelo fogo no final da estação seca, ajudou a criar um mosaico de fragmentos de vegetação nativa sem fogo.
Abreu; Souza.2016Bororo e Xavante/MTSensoriamento pelo satélite NOAA-12 e NOAA-15Os focos de calor apresentaram padrões distintos, o que pode ser atribuído a diferentes formas de utilização do fogo por essas etnias.
Howard et al.2021CanadáAnálise de prontuários de internação e incêndios florestaisNíveis mais altos de PM10 e internações em hospitais para populações indígenas.
Kramer et al.2020Swinomish/EUAAnálise laboratorial dos filtros para hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (PAHs)Impacto por diferentes fontes antropogênicas de PM2,5 contaminados por PAHs de fontes locais e regionais próximas.
Heraganahally et al.2019Norte do Território da AustráliaEstudo retrospectivo sobre Doença pulmonarTaxas altas de tabagismo e DPOC.  Mortalidade e internações hospitalares elevadas.
Sangha et al.2021Savanas do norte tropical da AustráliaProjeto “Savanna Burning Methodology (SBM) sob o Carbon Farming Initiative Act Para bons resultados é necessário sistema de governança etnicamente orientado.
Fitzpatrick et al.2021Etnias de Norte de Alberta, CanadáEntrevistas qualitativas Subsídios para o serviço de saúde e adequação para a assistência
Hessburg et al.2021Oeste da América do NorteRevisão de literatura Hagmann et al.( 2021 ) e Prichard et al. ( 2021 )Conhecimento tradicionais e manejo de ecossistemas
Masri et al.2021CalifórniaCalifornia Fire and Resource Assessment Program  e do National Interagency Fire Center,  dados demográficos foram obtidos do American Community SurveyA barreira linguística e falta de acesso a alimentos tradicionais, que podem ser superados no futuro com planos de ação que levem em conta tais necessidades.
Mayer et al.2019Hopi Way/AlascaGrupos focais organizados por idade e localização geográfica Incluir valores e práticas tradicionais em futuras intervenções para reduzir os riscos à saúde ambiental. Os riscos ambientais à saúde estavam fortemente associados à perda percebida de valores e práticas tradicionais Hopi Way.
Montesanti et al.2021Cinco etnias de Norte de Alberta, CanadáPesquisa participativa baseada na comunidade (CBPR) em parceria com o Comitê Consultivo Comunitário e pesquisadores indígenas baseados na comunidadeMelhor compreensão das respostas de enfrentamento entre povos e comunidades indígenas durante e após um evento de desastre. Destacamos considerações importantes para governos, provedores de serviços, políticas e tomadores de decisão para melhor apoiar os povos indígenas após um desastre ou crise de saúde pública.
Timler; Sandy2020Secwépemc e Cree/ CanadáDiálogo com o uso dos Princípios OCAP Indígenas (Propriedade, Controle, Acesso e Posse)Potencialidades para apoiar a segurança alimentar indígena e saúde e bem-estar vão desde o envolvimento com as práticas tradicionais de saúde, plantas medicinais e suplementos nutricionais Euro-Ocidentais.

CONCLUSÕES 

Diante da escassez de pesquisas sobre impactos da poluição atmosférica incidente nas TIs da Amazônia Brasileira e a falta de monitoramento da qualidade do ar nessas reservas etnoambientais, indaga-se que as populações indígenas estão especialmente vulneráveis aos efeitos nocivos dos poluentes atmosféricos. A elaboração de um plano de ação adaptativo às mudanças climáticas e o acompanhamento rigoroso da situação de saúde deve ser discutido, sobretudo pelos agentes responsáveis pela atenção à saúde dos povos tradicionais. Como observado na literatura, as TIs encontram-se afetadas mediante ameaças de invasão e degradação de seus territórios e as mudanças climáticas provocadas pelos incêndios florestais e queimadas, bem como à exposição de mercúrio em decorrência das atividades de mineração, contaminando as águas dos rios e os peixes, necessários para a subsistência.

As populações expostas principalmente à alta emissão de material particulado fino para a atmosfera nas estações de seca, quando ocorrem maior número de incêndios florestais e queimadas na região amazônica, estão vulneráveis ao aparecimento de agravos à saúde, principalmente as doenças respiratórias e cardiovasculares. Nesse sentido, parece não haver ações de monitoramento e vigilância nas TIs que relacionem dados ambientais e de monitoramento espacial e dados de morbimortalidade durante período crítico, sendo justificável a elaboração de estratégias que favoreçam o monitoramento contínuo pela SESAI.  

Essa tese é reforçada pela tendência de destruição acentuada das florestas amazônicas por queimadas, grilagem de terra e o déficit de ações de preservação e controle da biodiversidade. Nossa análise corrobora para a realização de pesquisas científicas que busquem compreender o cenário e as complexidades dos povos indígenas amazônicos, a fim de contribuir em políticas públicas intersetoriais, que fortaleçam o serviço de saúde indígena com ações de vigilância e controle de agravos à saúde e controle ambiental.

REFERÊNCIAS

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Graduada (o) em Enfermagem, Doutoranda (o) do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente/PGDRA/UNIR, e-mail: valeria.moreira@unir.br; cristiano@unir.br 

2 Docente do Departamento de Geografia da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), e-mail adnilson@unir.br

3 Docente do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de Rondônia, e-mail ariott@unir.br

4 Docente do Departamento de Biologia da Universidade Federal de Rondônia, e-mail bastoswr@unir.br