VACINAÇÃO DE COVID-19 ENTRE OS ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7414115


Ana Paula Oliveira
Marcos Filipe Carboni de Souza
Renata Cristina Schmidt


Resumo: Identificar através da pesquisa, uma análise da literatura, apontando a aceitação ou rejeição da vacina e motivos que levaram os estudantes a terem receio. A pesquisa será baseada em uma revisão de literatura, contendo artigos já selecionados para exposição do problema apresentado, em questão a vacina. Através de uma revisão sistemática de literatura onde se utilizou um estudo descritivo com o objetivo de buscar por artigos, manuais, recomendações científicas, no qual foram encontrados 137 artigos consultados no período temporal de fevereiro de 2022 a maio de 2022. Esse estudo tem como proposta, concluir e reunir informações sobre opiniões da eficácia da vacina entre esses universitários. A partir do resultado dessa revisão, preservamos a compreensão que embora o vírus ainda não tenha total controle e conhecimento científico, os estudantes optaram por aceitar a vacina, para a sua própria segurança e de seus familiares. 

Palavras Chaves: Enfermagem; Covid-19; Vacina; Estudantes.

INTRODUÇÃO

Em dezembro de 2019, surgiu o primeiro caso da doença coronavírus, uma síndrome respiratória aguda grave, infecção de alto contágio que impactou seriamente a saúde pública e a economia global. A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou como uma pandemia em 11 de março de 2020. O surto da doença se espalhou significativamente, causando milhões de casos e mortes. Desde o início da pandemia, os governantes buscam intervenções para a disseminação do aumento do número de pessoas contaminadas pelo Coronavírus (Ludovino L. de A., et al.).

Com o avanço de pessoas contaminadas, governos de muitas cidades ao redor do mundo criaram medidas preventivas para a proteção da população, na intenção de controle e disseminação da COVID-19, o distanciamento da população, o uso de máscaras e as vacinas foram medidas de segurança preventivas para diminuir o mais rápido possível a evolução do coronavírus. Desde a aprovação da vacina, estudos revelam que o controle geral da doença melhorou em vários países, sendo assim, o objetivo se tornou a vacinar o maior número de pessoas (Santos IS., et al.).

Ao se atingir elevadas coberturas vacinais, além de reduzir casos de doença na população-alvo estabelecida para a vacinação, contribui para a diminuição da circulação de agentes infecciosos nas comunidades. Portanto, a importância da vacinação não está somente na proteção individual, mas também porque ela evita a propagação em massa de doenças que podem levar à morte ou a sequelas graves (Gerbassi R. R., et al.).

No entanto, nas últimas décadas, a oposição à vacinação foi ampliada e surgiu o fenômeno da hesitação vacinal. Esse fenômeno é definido como um conjunto de crenças, atitudes e comportamentos (isolados ou combinados), exibidos por pessoas comuns e, em alguns casos, também por profissionais de saúde, em relação às suas próprias imunizações ou às de seus filhos, causando diminuição da cobertura vacinal e um risco aumentado de epidemias de doenças evitáveis. O medo de possíveis danos após o recebimento da vacina gera preocupação entre as pessoas, possivelmente levando a uma redução na captação da vacina (Ludovino L. de A., et al.).

Sendo a vacinação um cuidado de enfermagem e de responsabilidade do enfermeiro, isso exige um amplo conhecimento sobre as vacinas, a fim de ser realizado com segurança.

A enfermagem precisa ser proativa, saber da dificuldade da população, para procurar meios de ajudar e resolver as necessidades existentes. Pois, o profissional da enfermagem responsável pela vacinação, deve ser capacitado e oferecer uma assistência humanizada, orientando sobre os benefícios da imunização e sobre os efeitos adversos, tirando dúvidas, proporcionar segurança a pessoa vacinada para garantir sempre nas campanhas sua participação. Assim, também é esperado que os estudantes de enfermagem adquiram e disseminem o conhecimento acerca da vacinação, pois estes devem estar aptos a trabalhar, em seus ambientes laborais e com educação em saúde (Elbay RY., et al.).

Considerando que durante a fase universitária, na maioria das vezes, é o início do período em que jovens adultos se tornam independentes e responsáveis por suas próprias decisões, desde questões financeiras, até questões de saúde (Miranda FMA., et al.). Sendo os estudantes universitários, considerados pela sociedade em geral, como um norte em questão de posicionamento frente a circunstâncias, este estudo teve como objetivo analisar na literatura os motivos que levaram os estudantes universitários a negarem e a aceitarem a vacinação contra a Covid-19 e assim reunir informações que possam auxiliar os enfermeiros nas futuras campanhas de vacinação (Elbay RY., et al.).

MÉTODO

Revisão da literatura narrativa tendo como objetivo verificar os motivos que levaram os estudantes universitários a negarem e a aceitarem a vacina contra a Covid-19.

A revisão foi desenvolvida através de pesquisa bibliográfica, as buscas foram realizadas nas bases de dados do SciELO e na Biblioteca Virtual da Saúde (BVS) que inclui o MEDLINE, MEDRXIV e LILACS. A coleta de dados ocorreu no período de 23 de fevereiro de 2022 a 02 de maio de 2022. Os descritores foram utilizados conforme o DECS-Descritores de Ciências da Saúde, sendo: Vacina, Covid-19, estudantes universitários e os descritores em inglês com Vaccine, Covid-19, university students. 

Os artigos foram pesquisados sem nenhum filtro, possibilitando uma pesquisa abrangente. Adotaram-se os seguintes critérios de inclusão: textos completos, gratuitos, disponibilizados eletronicamente, no idioma português, inglês ou espanhol, que abordassem o tema da vacinação contra Covid-19 nos estudantes universitários da área da saúde. Como critério de exclusão: artigos não relacionados ao tema, textos duplicados nas bases de dados, textos incompletos, revisão de literatura e textos envolvendo outros temas sem relação ao tema abordado.

A busca nas bases de dados trouxe 136 artigos e foram excluídos 116. Ao final do processo, 20 artigos contemplaram os critérios de inclusão. 

RESULTADOS

Os 20 artigos selecionados foram organizados em quadro com as seguintes informações: ano, revista, autor, tipo de pesquisa, objetivo e resultado, organizados em forma cronológica por ano (QUADRO 1)

Por ser um tema atual, o ano dos artigos é a partir de 2021, sendo 16 artigos do ano de 2021 e 4 artigos 2022, a maioria dos estudos trata-se de pesquisa transversal.

Fonte: Elaborado pelos autores.

QUADRO 1. Estudo selecionados para análise.

Ano/Revista/AutoresTipo de estudoObjetivoResultados
1) 2021, PASTORINO, et alMDPIPesquisa Transversal, aplicação de questionário Investigar as intenções de vacinação contra gripe e COVID-19 de uma amostra de 436 estudantes universitários italianos.Os resultados de uma pesquisa na web mostram que 94,73% estavam dispostos a se vacinar contra o COVID-19 quando disponível. 
2) 2021, MANNING, et alNursing Outlook Pesquisa transversal O objetivo deste estudo foi descrever os fatores de docentes de enfermagem e estudantes de enfermagem associados à prontidão para a vacina COVID-19.A maioria dos docentes em tempo integral (60%) pretendia receber a vacina; mas apenas 45% dos professores adjuntos e alunos relataram a intenção de se vacinar.
3) 2021, TAYE, et al, Clinical epidemiology and Global HealthEstudo transversal Avaliar a aceitação da vacina, fatores associados e barreiras percebidas entre estudantes universitários, Etiópia.A proporção de aceitação da vacina COVID-19 foi de 69,3%, foram considerados fatores associados à aceitação da vacina COVID-19.
4) 2021, LI, et al Taylor & Francis onlineUma pesquisa transversal Informar a hesitação vacinal e fatores relacionados entre estudantes de medicina por meio de uma pesquisa transversal, a fim de fornecer informações e sugestões para campanhas de vacinação contra COVID-19.O número de estudantes que gostariam de ser vacinados contra a COVID-19 foi de 1.209, representando 57,2%. Portanto, o número total de “Hesitação Não Vacinar” foi de 1.292, representando 58,8% entre todos os estudantes de medicina. 
5) 2021, PETERSON, et al, SAGE journalsPesquisa Transversal OnlineDeterminar a taxa de vacinação COVID-19 entre estudantes de medicina e suas atitudes em relação à vacinação e razões para hesitação vacinal.Um total de 234 estudantes de 720 estudantes de medicina responderam a pesquisa. A maioria dos estudantes foram vacinados 60,4%. 
6) 2021, HOSSAIN et al, Taylor Francis OnlineEstudo transversalAvaliar o conhecimento, as percepções, a atitude e a aceitação da vacina COVID-19, bem como explorar os fatores que afetam o conhecimento, as percepções, a atitude e a aceitabilidade da vacina. Enquanto 78% deles relataram ter conhecimento adequado e aceitaram a vacina. No entanto, 37% dos alunos que apresentaram percepções negativas sobre a vacina 
7) 2021, MAJEED et al, Scielo Analytics VaccimonitorEstudo transversal Determinar o status vacinal e as barreiras à vacinação entre os estudantes universitários, utilizando uma técnica de amostragem aleatória simples na maior universidade do setor público do Sul de Punjab, Paquistão.Dos 380 participantes, 328 (86,31%) eram do sexo masculino e 52 (13,68) do sexo feminino.Considera vacina segura: 212 (55,8%) Indecisos:50 (13.2%) Consideram não segura: 118 (31,0%) 
8) 2021, KHALIS et al, MDPI Estudo transversalDeterminar a disposição e identificar atitudes e crenças preditivas de aceitação da vacina COVID-19 entre estudantes de ciências da saúde no Marrocos.No geral 26,9% dos participantes relataram estar dispostos a receber a vacina COVID-19 A maioria dos participantes (83,6%) indicou que o conhecimento dos possíveis efeitos colaterais da vacina seria importante em suas decisões de vacinação. Cerca de 42% dos participantes relataram que seu estado de saúde e que as durações da proteção proporcionada pela vacina são determinantes importantes nas escolhas para se vacinar. No entanto, menos participantes relataram a idade da vacinação (24,2%), custo da vacina gratuita ou cobertura por plano de saúde (16,2%), opinião de seus amigos e familiares (23,7%) e país de origem da vacina (23,7%) como fatores que afetaria a intenção de receber a vacinação COVID-19
9) 2021, LI, et alBMC Part of Springer NatureEstudo transversalO objetivo do estudo é entender os fatores que afetam a preferência e a vontade de tomar a vacina entre estudantes universitários de universidades de Hong Kong, utilizando um questionário online. Com 65% de probabilidade de tomar a vacina entre os entrevistados. 
10) 2021, MOHAMMED, et alPLOS ONEEstudo transversal on-line Investigar os fatores associados à aceitação da vacina COVID-19 entre estudantes de ciências da saúde no noroeste da Nigéria.324 (73,6%) estavam dispostos a tomar a vacina se solicitados pelos chefes de suas instituições. A maioria dos entrevistados afirmou que não recomendaria a vacina COVID-19 para outras pessoas 276 (62,7%), também não estava disposto a pagar pela vacina 372 (84,5) e não confiava no governo em relação à vacina 324 (73,6% ).
11) 2021, WOTRING, et al,Springer Link
 
Frequências e porcentagens e análise de regressão logística ordinal. Reduzir a hesitação e aumentar a conscientização sobre as vacinas. Metade relatou estar vacinada. Dos não vacinados, 49% não pretendiam se vacinar e 22% estavam indecisos. As razões para hesitação incluíram não confiar que a vacina foi totalmente testada (85%), medo de possíveis efeitos colaterais (78%), não confiar que a vacina é segura (72%), não confiar no governo dos EUA (61%) e ter lido relatos negativos da mídia sobre a vacina (60%).
12) 2021, MO, et al, MDPI
 
Estudo TransversalInvestigou a associação entre benefícios pessoais percebidos, variáveis ​​que refletem motivos externos (ou seja, benefícios sociais percebidos, coletivismo e orgulho nacional) e a intenção de receber a vacinação COVID-19 entre estudantes universitários na China.O estudo encontrou prevalência de intenção de vacinação COVID-19 de cerca de 37%. Se a eficácia da vacina fosse de 80% e, como esperado, caiu para cerca de 19,8% se a eficácia fosse de apenas 50%.
13) 2021, HAMDAN, et al, Cambridge University PressEstudo randomizado transversal Identificar fatores que predizem as intenções comportamentais de estudantes matriculados na Universidade Americana de Beirute para obter uma vacina COVID-19.A aceitação da vacina COVID-19 foi alta (87%).
14) 2021, ALTULAIHI, et al, Cureus Estudo transversalExplorar a percepção dos aspirantes a médicos em relação à vacina COVID-19 em Riad, Arábia Saudita.A taxa geral de aceitação da vacina entre os estudantes de medicina foi de 66,2%
15) 2021, ANDRADE, Elsevier, ScienceDirectA amostragem conta com conveniência não probabilística.Abordamos uma amostra de estudantes universitários venezuelanos e testamos se a hesitação vacinal está ou não associada a crenças conspiracionistas e traços de personalidade paranóica.71% pretendem tomar a vacina, 13% estão indecisos e 16% não pretendem tomar a vacina
16) 2021, WANG, et al, Taylor e Francis onlinePesquisa transversal Explorar a diferença entre as intenções de vacinação contra COVID-19 dos estudantes universitários chineses no exterior e no país e os fatores de influência usando o Modelo de Crenças em Saúde.  Mais da metade dos entrevistados (536, 64,3%) relataram intenções de vacinação
17) 2022, MORO, et al, Springer Link Pesquisa transversalExplorar a hesitação dos estudantes de medicina em relação à vacina COVID-19 e avaliar o medo do COVID-19 e sua relação com a hesitação. Em relação ao desfecho primário, 60 participantes (6,7%) relataram hesitação vacinal (4 alunos declararam “Não” e 56 “não sei”). Entre eles, 44 alunos (73,3%) receberam a vacina após 1 ano da aprovação da vacina, enquanto 2 alunos (3,3%) ainda não a receberam e 14 (23,3%) ainda não tinham certeza.
18) 2022, KHALAFALLA, et al, MDPI VACCINES Estudo transversal Medir o nível de aceitação da vacina entre estudantes da Universidade de Jazan e identificar seus preditores. A resposta com maior proporção de concordância entre os participantes foi “COVID-19 é uma doença que se espalha rapidamente, então todos, inclusive eu, são suscetíveis a doença”, correspondendo a aproximadamente 86,5% do total de participantes na questão vacinal.
19) 2022, TSUTSUMI, et al, MDPIEstudo TransversalInvestigou a relação entre o estado psicológico de estudantes universitários japoneses e sua vontade de serem vacinadosNeste estudo, 129 (76,3%) participantes do grupo não vacinados estavam dispostos a receber a vacina. 
20) 2022, MOSE, et al, PLOS ONEEstudo transversalAvaliar a hesitação da vacina COVID-19 e seus fatores associados entre estudantes de medicina e ciências da saúde da Universidade Wolkite.O nível de hesitação da vacina COVID-19 foi de 41,2%, 310 (73,8%) dos participantes do estudo acreditam que a vacina COVID-19 é eficaz para controlar a pandemia

Fonte: Elaborado pelos autores.

O quadro 2 apresenta a relação dos estudos encontrados, mostrando a porcentagem de aceitação da vacina da Covid-19 entre os estudantes universitários e os países responsáveis pelo estudo. 

Quadro 2 – Porcentagem de aceitação da vacina contra a Covid-19 entre os estudantes universitários e o país do estudo.

ARTIGOPaís de origemAceitação dos estudantes
1Itália94,73%
2Estados Unidos45%
3Etiópia69,3%
4China57,2%
5Estados Unidos60,4%
6Bangladesh78%
7Paquistão55,8%
8Marrocos26,9%
9Hong Kong65%
10Nigéria73,6%
11Estados Unidos50%
12China37%
13Líbano87%
14Arábia Saudita66,2%
15Venezuela 71%
16China64,3%
17Itália73,3%
18Arábia Saudita86,5%
19Japão73,6%
20Etiópia73,8%

Fonte: Elaborado pelos autores (com utilização das referências).

Entre os artigos selecionados a média de aceitação da vacina entre os estudantes foi de 61,1% com desvio padrão de 21,4%. Isso mostra a divergência nos índices de aceitação entre os estudantes, por isso, o quadro 3 apresenta os principais motivos que levaram os estudantes a negarem e a aceitarem a vacina.

Quadro 3. Motivos que levaram os estudantes a negarem e aceitarem a vacina da Covid-19

Motivos que levaram os estudantes a negarem a vacina
Religião
Influência dos amigos e familiares
Produção recente da vacina/Pouco tempo de testes
Estilo de vida mais natural
Não confiança no governo
Falta de conhecimentos dos efeitos colaterais
Divulgação na mídia sobre os possíveis efeitos maléficos da vacina
Motivos que levaram os estudantes a aceitarem a vacina
Segurança para a família e amigos
A vacina como a melhor forma de prevenir doença
Solicitação da vacina no trabalho ou universidade
Sensação de segurança próximo das pessoas
Encerrar a pandemiaAumento do número de óbitos

Fonte: Elaborado pelos autores. 

Dentre os artigos selecionados o principal motivo que levou os estudantes a negarem a vacina contra a Covid-19 foi a falta de informações sobre os possíveis efeitos colaterais e o curto período de testes para aprovação da vacina, porém, os estudantes que aceitaram a vacina foram motivados principalmente pela segurança de seus familiares. 

DISCUSSÃO

Neste estudo foram apresentados vários fatores que levaram os estudantes a negarem a vacina contra a Covid-19. Em um estudo os autores relatam que as inúmeras teorias de conspiração que foram criadas sobre o vírus e as fake News influenciam muito sobre essa aceitação da vacina, pois o público adulto-jovem que usa as mídias digitais para repassarem opiniões próprias de um determinado assunto, acabam repassando ideias equivocadas sobre a doença, influenciando na decisão alheia para a vacinação (Pires Brito S., et al.).

O principal motivo que gerou a desconfiança sobre a vacina na população foi o pouco tempo de estudo e testes com as vacinas contra a Covid-19. A falta de conhecimento aliado ao medo, gera insegurança entre os estudantes, colocando em debates a eficácia da vacina, utilizando como base de fundamentações os efeitos colaterais, que é algo comum na maioria das vacinas que necessitam de estudos mais avançados (Ludovino L. de A., et al.).

De fato, a rejeição da vacina entre estudantes universitários está relacionada à falta de conhecimento apropriado, dúvidas sobre a eficácia da vacina e o receio sobre os efeitos colaterais causados pelas vacinas contra o vírus. Como acontece em muitos medicamentos, algumas reações adversas podem ser comumente apresentadas por nosso corpo, porém, por muitas das vezes a falta de conhecimento, faz com que essa informação seja um pressuposto para a população negar ou hesitar a vacina (PradoA. D., et al.).

Em um estudo feito em Hong Kong os autores falam da importância de maiores evidências sobre a segurança e eficácia das vacinas dos diferentes fabricantes para reduzir a insegurança vacinal entre estudantes universitário, já que a falta de informação sobre sua eficácia e efeitos colaterais contribui para a recusa da vacina (Ludovino L. de A., et al.).

Ao mesmo tempo, a literatura relata que os universitários que não tinham conhecimento sobre a gravidade da transmissão do vírus, faziam parte dos “descrentes” da vacinação. A rejeição da vacina ainda é discutida pelo governo, a falta de confiança na vacina ajuda o vírus a invadir a sociedade de modo geral, e isso acarreta altos números de internações da população ou mesmo o número de óbitos (Gerbassi R. R., et al.).

Como alguns desses universitários também são residentes no campus da universidade, alguns afirmaram que para a permanência desses estudantes na residência somente seria permitida a comprovação da vacinação da Covid-19. Levando isso em consideração, muitos acharam que foram coagidos a vacinar-se. A informação também seria de estudantes que têm empregos, normalmente de atendimento ao público, que foram convidados a se imunizarem por meio da vacina, portanto, sendo nulo a liberdade de aceitar a vacina ou não (Ludovino L. de A., et al.).

A aceitação da vacina do coronavírus entre estudantes foi em maioria, a preocupação com a gravidade de transmissão da doença COVID-19, preocupados com a segurança dos familiares, tomaram a vacina como meio de prevenção (Soares A. L. de S., et al.).

A literatura relata a importância dos profissionais de saúde da linha de frente, incluindo estudantes de enfermagem, que desempenharam um papel central em tranquilizar os pacientes e o público de que as vacinas COVID-19 são seguras e eficazes. Estudantes com mais interesse sobre a situação pandêmica, conseguiram entender melhor a importância da vacina (Ludovino L. de A., et al.).  

A literatura comprova que ainda há estudantes que não aceitam a vacina como forma de prevenção, e muitas das vezes optam por outros meios de imunização e prevenção do vírus, por insegurança na eficácia e por pouco tempo de estudo e desenvolvimento da vacina da Covid-19. Os que aceitaram a vacina, não havia dúvidas de que é a melhor forma de prevenção e a segurança de todos (Miranda FMA., et al.).

O contexto mundial em que está inserido este cenário pandêmico, reflete em muitas das decisões tomadas pelos universitários. Desde a questão familiar, até a questão pessoal, o direito de aceitar a vacina deve ser respeitado e considerado no âmbito profissional (Munn Z., et al.). 

CONCLUSÃO

Concluímos que o principal motivo que levou os estudantes a negarem a vacina contra a Covid-19 foi a falta de informações sobre os possíveis efeitos colaterais e o curto período de testes para aprovação da vacina, porém, os estudantes que aceitaram a vacina foram motivados principalmente pela segurança de seus familiares.

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