REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7335837
Ana Caroline Mota Ibañez
Ana Paula Araujo
Camila Miranda Camilo
Wanderley Tashiro1
Ginarajadaça Ferreira dos Santos Oliveira2
RESUMO: Neste artigo pretendemos apresentar por meio de uma revisão bibliográfica a atuação dos Terapeutas Ocupacionais junto a incidências de consequências adquiridas pelo uso excessivo de Aparelhos Eletrônicos de Tela, os chamados AET’s. Elegemos como principais AET’s os tablets, videogames e notebooks, tão utilizados por crianças e adolescentes. O ser humano em seu desenvolvimento cognitivo desenvolve habilidades e competências que são intensificadas pelo domínio visual. Nessa fase, os olhares e as sensações visuais são intensificados pela incidência da luz o que faz com que aparelhos eletrônicos assumam algumas vezes a função de deter a atenção, mas isso pode acarretar diferentes problemas em se tratando de postura corporal, dimensão lúdica, e, em casos mais extensos, estrutura osteomuscular. Partindo da análise dos impactos do uso excessivo de aparelhos eletrônicos de tela (AETs), no desenvolvimento infantil, por meio de uma pesquisa bibliográfica, o texto mostra ainda uma definição de AET’s, e seu impacto no desenvolvimento infantil. O profissional da TO, inserido nesse contexto pode auxiliar a reverter esse quadro, instruindo pais, e responsáveis, professores e demais pessoas que lidam com crianças a minimizar o uso das tecnologias evitando assim, transtornos e deficiências que prejudiquem seu melhor desenvolvimento.
PALAVRAS-CHAVE: Desenvolvimento infantil; Aparelhos Eletrônicos de Tela; Terapia Ocupacional.
1. INTRODUÇÃO
Nos últimos tempos os meios de comunicação vêm crescendo e junto com ele os dispositivos móveis, aparelhos eletrônicos de tela chamados AETs. Todos nós utilizamos celulares, tabletes, videogames e notebooks. Diariamente pais, mães, professores, educadores físicos, fisioterapeutas e outros profissionais e pessoas engajadas com crianças relatam que sua crescente relação com instrumentos tecnológicos vem prejudicando sua atenção, equilíbrio, raciocínio, cognição, postura e outras.
A cada instante surgem novidades, aplicativos, jogos, vídeos, seriados, filmes, elementos que nos integram mais aos meios eletrônicos. No caso das crianças e adolescentes, seu uso é imperativo, e, faz parte da vida. Longe de demonizar seu uso, o mais importante é sensibilizar as pessoas ao uso limitado por parte das crianças uma vez que interação social, passeios, conversas jogos táteis e que envolvam atividade física ainda é necessário a uma melhor formação psicomotora.
A neurologista infantil Celina Reis, do ISD (Instituto Santos Dumont), afirma que a criança entregue por tempo demais aos equipamentos eletrônicos, acaba por desconectar seu cérebro dos estímulos exteriores. Nesse sentido, “as crianças muito pequenas podem apresentar problemas em seu desenvolvimento, com prejuízo na linguagem (atraso de fala e dificuldade na comunicação social), imaturidade sensório-motora, prejuízo no desenvolvimento de funções cognitivas” A pandemia também teve seu papel no aumento da exposição infantil às telinhas, segundo a neurologista, uma vez que “as atividades laborais e escolares passaram a acontecer de forma remota e o uso dos dispositivos eletrônicos foi o meio necessário para o modo de vida remota.” A cientista identificou ainda que “crianças e adolescentes passaram a usar rotineira e excessivamente os eletrônicos, tanto para o estudo, como para a comunicação social e o lazer”, o que ocasionou o descontrole e a perda dos “limites do uso e mesmo após a retomada das atividades presenciais, a rotina e necessidade dos eletrônicos ficou instalada nas pessoas”, analisa.
Segundo Ferland F. (2006) desde o início do século XX, estudos apontam que o brincar contribui para o bem-estar da criança e previne o aparecimento de outros problemas. No campo da terapia ocupacional o brincar é valorizado por apoiar e embasar suas intervenções em teorias e pesquisas interdisciplinares, o que inclui as teorias do desenvolvimento.
O impacto do tempo de tela no crescimento e desenvolvimento da criança e adolescentes, em tempo exagerado, faz com que a longo prazo estes desenvolvam dificuldades e problemas inclusive cognitivos. Sabe-se e aceitamos que a tecnologia estará doravante cada vez mais presente em nosso cotidiano. Logo, isto torna-se urgente a instrumentalização dos profissionais para os efeitos negativos que a exposição prolongada poderá impactar na vida das crianças e suas famílias. (SANTANA, RUAS e QUEIROZ, 2021. p. 172)
De acordo com Caldeira e Oliveira, (2007) afirmam que as práticas cotidianas dos terapeutas ocupacionais na área da infância apresentam transformações quanto à utilização do brincar. Portanto, sistematizar e analisar essas práticas pode contribuir para a produção de conhecimento na área e reflexão sobre o brincar na atenção à população infantil.
Pesquisas apontam e apostam na relevância dos benefícios advindos pelas brincadeiras e interações que proporcionam o melhor funcionamento psicomotor. O ideal ao profissional da TO é orientar as famílias a uma progressiva mudança de hábitos, evitando o uso excessivo de aparelhos eletrônicos de tela (AETs), como celulares, tabletes, videogames e notebooks mudando a rotina de muitas crianças favorecendo sua interação social progredindo em seu desenvolvimento infantil.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Histórico da Terapia Ocupacional
A história segundo Soares (1991, p.139), Terapia Ocupacional surgiu, basicamente, de dois processos: da ocupação de doentes crônicos em hospitais de longa permanência e da restauração da capacidade funcional dos incapacitados físicos. Nos hospitais de longa permanência, os programas terapêuticos adotavam atividades recreativas ocupacionais e laborterápicas inseridas no contexto da dinâmica institucional. Nos programas de reabilitação aos incapacitados físicos, as atividades de autocuidado, lazer ou produtivas visavam à restauração da capacidade funcional e ao desempenho ocupacional na vida cotidiana. Sob essa perspectiva, a história da Terapia Ocupacional é estreitamente vinculada às diferentes concepções de ação humana, incorporadas às estratégias de reabilitação, na atenção asilar aos doentes mentais ou psiquiátricos e nas instituições de reabilitação aos incapacitados físicos.
A Primeira Guerra Mundial teve início em 1914, contudo, os Estados Unidos apenas se inseriram de forma oficial em 1917, sendo assim, a profissão reconhecida nesse mesmo ano nesse país não surge como resultado imediato da Guerra e sim nesse contexto. Tal momento histórico possibilitou um grande desenvolvimento e expansão da profissão, uma vez que a terapia ocupacional se configurou como uma das profissões que compunham as “auxiliares da reconstrução”, lidando com lesões e deficiências geradas pela Guerra, participando ativamente nos processos de reabilitação (SANZ VALER; RUBIO; PASTOR, 2013; MORRISON, 2016).
No Brasil, formalmente, a história da profissão remonta ao período pós II Guerra Mundial e às estratégias de implantação de programas de reabilitação na América Latina, preconizadas por organismos internacionais (ONU, OIT, Unesco). (BARTALOTTI; DE CARLO, 2001, p.31).
Segundo Morrison (2016), apoiado em Quiroga (1995), as principais dificuldades no desenvolvimento da profissão, para as primeiras terapeutas ocupacionais, se centraram em dois principais aspectos: 1) o posicionamento dentro do campo da medicina; 2) a terapia ocupacional ser considerada como uma profissão de mulheres.
De acordo com a Associação Americana de Terapia Ocupacional, da sigla em inglês ‒ AOTA (AMERICAN…, 2008), a Terapia Ocupacional atua na promoção de saúde através do envolvimento na ocupação e seus aspectos de intervenção dividem-se em: Áreas de Ocupação, Fatores do Cliente, Habilidades de Desempenho, Padrões de Desempenho, Demandas da Atividade e Contextos e Ambientes.
Sarah Gonçales Holanda (2021) define que a “Terapia Ocupacional atua em diversas áreas para prevenir e tratar pessoas com quaisquer comprometimentos que afetem nas Atividades de Vida Diária (AVDs) – podem ser cognitivos, psicomotores ou socioemocionais; ter origens congênitas, traumáticas ou adquiridas”. A autora também considerou que “AVDs” são atividades relacionadas ao autocuidado e podem ser divididas em alimentação, higiene, vestuário e mobilidade. “Sem essas funções nos tornamos dependentes de outras pessoas ou recursos”. (HOLANDA, 2021)
2.2 A relevante contribuição dos terapeutas ocupacionais junto a crianças e adolescentes
Quando falamos em TO para crianças e adolescentes, diferentes pensamentos, dúvidas e razões surgem na cabeça da maioria das pessoas. Somos atrelados a pensar a TO e sua funcionalidade com público adulto, profissional que se ocupa (como diz o nome da terapia) cotidianamente de uma atividade, ou ação que pode gerar desconforto ou problemas na saúde e bem-estar.
Com as crianças e adolescentes, a terapia ocupacional viabiliza a promoção na prevenção, tratamento e reabilitação desses quando apresentem alguma alteração sensorial, afetiva, cognitiva ou psicomotora. Nesse sentido, o objetivo é o de auxiliar essas crianças e adolescentes na realização correta de suas atividades dando-lhes autonomia, domínio e controle no melhor desenvolvimento.
De acordo com a TO Sthephanny Maria Rampazo (2019):
Quando uma criança não completa as etapas esperadas do desenvolvimento infantil, ou responde de forma diferente aos estímulos sensoriais do ambiente, a Terapia Ocupacional Infantil pode auxiliar avaliando o motivo pelo qual esta mudança está ocorrendo e planejando estratégias que auxiliem no desenvolvimento dessas habilidades.
Em alguns casos, mesmo com as brincadeiras e estimulações realizadas pelas mamães e papais, a criança pode não responder conforme o esperado.
Nesse momento, o terapeuta ocupacional infantil tem as estratégias e recursos necessários para avaliar e intervir no desenvolvimento do pequeno.
O importante é fazer a criança vivenciar todos os estímulos necessários. Assim, ela terá um desenvolvimento motor, cognitivo e sensorial completos, e será capaz de aprender novas habilidades. (RAMPAZO, 2019.)
Assim, o TO junto a crianças e adolescentes atua como um profissional que antes de tudo orienta, orienta pais, mães e outros profissionais imersos no mundo infantil a fim de promover recursos e estratégias que melhor edifiquem o desenvolvimento dos pequenos. A meta é sempre o bem-estar a procura de uma vida saudável no qual a cognição, o sensório e o motor sejam bem estabelecidos. O terapeuta ocupacional pode utilizar na atenção à criança atividades lúdicas, expressivas e criativas como recursos terapêuticos e também a indicação de equipamentos assistivos, visando desenvolver e/ou ainda descobrir novas habilidades (CARLO; BARTALOTTI, 2001).
Pela revisão bibliográfica é possível considerar um número considerável de projetos, intervenções e ações de TO’s junto a crianças e adolescentes. Gomes e Oliver (2010) mostraram que a prática de intervenção com crianças como a pesquisa são muitas vezes realizadas pelas universidades em parceria com outros serviços do território ou em hospitais e ambulatórios próprios. Grande parte dos trabalhos localizados acontece em hospitais, ambulatórios, centros de reabilitação, escolas, creches, espaços comunitários, abrigos e organizações não governamentais (ONGs). (GOMES e OLIVER, 2010).
2.3 Aparelho Eletrônico de Tela (AET’S)
A cartilha publicada pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Emergências e Desastres em Saúde da Fiocruz, enfatiza que:
Nesse momento, o uso das telas (TV, smartfones, tablets, computadores) tem sido um aliado importante na manutenção dos laços sociais e afetivos das crianças. Embora o tempo diante de telas precise ser observado, e seja necessário garantir a adequação e a qualidade do conteúdo, há de se ter mais flexibilidade em seu uso (FRIOCRUZ, 2020, p. 7).
O crescente uso dos aparelhos eletrônicos de tela tem trazido diferentes preocupações à pais e profissionais que lidam com as infâncias, uma vez que pais e responsáveis se veem diante de uma dificuldade em impor limites para as crianças e a falta de conhecimento sobre como lidar com essa relação virtual (HERMES, 2017). Apesar disso, esse uso é fundamental para continuar com o contato social em meio ao isolamento causado pela pandemia da Covid-19. No entanto, os pais apresentam dificuldade em impor limites e cuidado com os perigos virtuais como pedofilia, cyberbullying, influências à prática da mutilação e suicídio, entre outros. (REIS; REIS, 2019). A Secretaria de segurança pública (2019), orienta que os pais e responsáveis estejam atentos a alguns cuidados com o manejo de redes sociais e aplicativos por crianças e adolescentes, evitando que sejam vítimas de crimes de assédio e aliciamento pela internet.
Tomando como marco a pandemia da COVID-19, Silva e Souza (2021) destacaram que o isolamento causado pela pandemia da Covid-19, provocou aumento de estresse por em crianças e pais, tornou-se presente no dia a dia em grau de toxidade, trazendo malefícios a curto e a longo prazos, também considerou embasado na SBP que a curto prazo é comum ser desenvolvido o transtorno do sono, irritabilidade, ansiedade, baixa imunidade. E, longo prazo, atraso no desenvolvimento, transtorno de ansiedade e depressão, dificuldade nas relações, queda no rendimento escolar e outras dificuldades de manejo na vida (SBP, 2020).
Com as motivações e realização de atividades essenciais como brincadeiras, práticas de música, danças, instrumentação artística, e outras, o desenvolvimento das crianças assume sua estrutura favorável, aqui, o papel do terapeuta é elementar uma vez que os profissionais da área possuem a formação, e conhecimento necessários para condicionarem seus pacientes e encaminhados em busca de uma perfeita harmonia corpo-mente e, indicar procedimentos úteis a pais e responsáveis para lidar com as crianças nessa ordem.
3. Metodologia da pesquisa:
A pesquisa bibliográfica é aquela que se realiza, segundo Severino (2007, p, 122) […] registro disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em documentos impressos, como livros, artigos, teses etc. Utilizam-se dados de categorias teóricas já trabalhadas por outros pesquisadores e devidamente registrados. Os textos tornam-se fontes dos temas a serem pesquisados. O pesquisador trabalha a partir de contribuições dos autores dos estudos analíticos constantes dos textos.
Corrobora Gil (2007, p. 17), que a pesquisa é definida como:
[…] procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa desenvolve-se por um processo constituído de várias fases, desde a formulação do problema até a apresentação e discussão dos resultados.
O presente trabalho trata-se de uma pesquisa de revisão bibliográfica qualitativa, cujo enfoque será a partir da análise do discurso de outros artigos científicos, além de buscas no Google Acadêmico utilizando os seguintes descritores: “Brincar” “Tecnologia na Infância” “Telas” “Impactos na infância” que discutem diretamente a temática proposta, entre os dispositivos móveis e o desenvolvimento infantil. Em suma, a maioria dos artigos escritos de 2016 a 2020. Neste caso, o trabalho foi realizado em dois momentos, buscou uma abordagem linear dos conceitos dos aparelhos eletrônicos de tela (AETS) com base em livros, revistas para um melhor entendimento do assunto. No segundo momento, ocupou-se em um estudo mais aprofundado sobre o impacto dos aparelhos eletrônicos de tela (AETS) durante à epidemia do COVID.
Minayo (2001, p. 44) define metodologia de forma abrangente e concomitante:
[…] a como a discussão epistemológica sobre o “caminho do pensamento” que o tema ou o objeto de investigação requer; b) como a apresentação adequada e justificada dos métodos, técnicas e dos instrumentos operativos que devem ser utilizados para as buscas relativas às indagações da investigação; c) e como a “criatividade do pesquisador”, ou seja, a sua marca pessoal e específica na forma de articular teoria, métodos, achados experimentais, observacionais ou de qualquer outro tipo específico de resposta às indagações específicas.
Por fim, a metodologia sistêmica e de abordagem será embasada nos padrões que a Associação Brasileira de Normas Técnicas a ABNT, propõe para uma revisão de literatura, na qual a busca, leitura, escolha, sistematização dos textos dar-se-á procurando responder nossas inquietações de alunos e pesquisadores envolvidos nessa questão pertinente a nosso métier.
Através dos variados temas e assuntos que estão dispostos junto a questão da tecnologia e seu acesso pelas crianças esse estudo bibliográfico possibilitou verificar qual seria o papel da TO diante desse crescente cenário e da crescente incidência de doenças e problemas acarretados pelo uso constante e exagerado dos eletrônicos nisso, de acordo com a lógica que define o processo de desenvolvimento, isto é, os aspectos cognitivos, biológicos, psicológicos e sociais.
4. Resultados e Discussões
4.1 As crianças e a utilização dos Aparelhos Eletrônicos de Tela (AET’s)
Imagem 01: Crianças utilizando Aparelhos Eletrônicos de Tela (AET’s)
A cena acima retratada comum e tão cara a famílias da atualidade nos leva a uma série de discussões a respeito: a proximidade da tela com os olhos, a posição física que as crianças estão, o que elas estão vendo, e por quanto tempo estão assim. O tempo de uso diário ou a duração total/dia do uso de tecnologia digital deve ser limitado e proporcional às idades e às etapas do desenvolvimento cerebral-mental-cognitivo-psicossocial das crianças e adolescentes. “Equilibrar as horas de jogos on-line com atividades esportivas, brincadeiras, exercícios ao ar livre ou em contato direto com a natureza é garantir insumos para o crescimento e desenvolvimento com afeto e alegria” (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2016, p. 03).
Vale destacar que o avanço tecnológico é uma necessidade do nosso tempo, lembramos que:
Nos últimos anos assistimos a uma supremacia dos dispositivos eletrônicos. As Tecnologias da Informação e Comunicação permitiram que o mundo ficasse muito menor, e se tornaram arte e parte da globalização. De um lado, o processo foi facilitado e acelerado ao permitir acesso instantâneo e fácil à informação sobre o que está acontecendo em qualquer lugar do mundo, diluindo assim as fronteiras. De outro lado, transformaram-se em um fator a mais da globalização: ter um telefone celular ou estar conectado à internet, ter acesso a determinados conteúdos na rede, nos transforma em parte da sociedade globalizada, nos iguala e nos uniformiza com milhões de pessoas de qualquer parte do mundo (CHALEZQUER e SALA 2009, p.31).
Do final do último século, vemos a constituição de um período histórico sem precedentes, em que o desenvolvimento das tecnologias da informação e comunicação, em especial a Internet, não só encurtou as distancias geográficas, como produziu reflexos sobre os conceitos de tempo e espaço, fatores que provocaram uma série de mudanças nas formas de relacionamento interpessoais (SILVA, 2009, p.19).
Segundo Meneghel (2016), sem limites para o uso de tecnologia, as crianças deixam de brincar no mundo real e de ter uma rotina, o que interfere inclusive no ritmo de construção do seu desenvolvimento cognitivo. Segundo a pesquisa de Finotti et al. (2019) tem-se observado crescentemente entre crianças dependentes de tecnologias, os episódios de:
[…] desconforto, ansiedade, nervosismo ou angústia quando ficam sem seu Telefone Inteligente (TI), ou quando são privados de seu uso (ficam sem bateria, sem sinal ou sem acesso à internet). Os sintomas são semelhantes aos encontrados em pacientes com outros tipos de dependências químicas e comportamentais (p. p. 2-3).
SMOHAN A, et al. (2021), mostra que o uso de dispositivos eletrônicos como celulares, tablets e computadores por crianças e adolescentes tem aumentado significativamente ao longo dos anos. Os dados de suas pesquisas numeram que em 2018, cerca de 42% das crianças com idade entre 5 e 7 anos em todo o mundo possuíam um tablet e 5% delas tinham seu próprio celular. Ressalta-se que a atual situação vivenciada pelo mundo devido à pandemia de COVID-19, causada pelo vírus SARS-CoV-2, contribui ainda mais com o aumento do tempo de uso de dispositivos eletrônicos, uma vez que devido a impossibilidade de aulas presenciais, atividades coletivas, atividades em locais públicos e o distanciamento social, acarretou uma maior aquisição e uso de tecnologias e afins às crianças.
Antona et. al. (2018), apresentou que as principais contribuições do smartphones para surgimento de males na visão deve-se a luminosidade demasiada da tela, assim como do brilho, sendo que o efeito causado se potencializa quando o usuário mantém por longo tempo o dispositivo próximo ao rosto, o que ocorre com frequência.
Uma pesquisa realizada pelo Officina Sophia3 no ano de 2016 onde com participação de aproximadamente 1500 entrevistas nas regiões sudeste e nordeste brasileiro, contabilizou importantes dados sobre a condição e predileção do uso de eletrônicos entre as crianças. A faixa etária dos respondentes era ente 7 e 12 anos sendo 53% do sexo masculino e 47% feminino. A metodologia contou com uma fase inicial qualitativa, que buscou validar o questionário com cinco minigrupos em São Paulo, e com um segundo momento para a sondagem quantitativa. Nesta etapa, as crianças responderam às perguntas presencialmente em um tablet. Houve ainda entrevistas pessoais para a obtenção de depoimentos. (OFICCINA SOPHIA, 2016)
Gráfico 01: o que as crianças gostam de fazer na internet e os pais não deixam?
Vemos que o predomínio do acesso a redes sociais ocupa maior parte do gráfico de restrições por parte dos pais sobre conteúdos permitidos às crianças, há segundo aponta o gráfico e a pesquisa um interesse em saber o que as crianças estão consumindo nas redes. O gráfico seguinte é importante para nosso texto.
Gráfico 02: Como as crianças brasileiras de 7 a 12 anos estão acessando a internet
Majoritariamente o uso dos Aparelhos Eletrônicos de Tela AET’s são o meio de acesso das crianças a internet, e em casa é o local preferível a essa atividade. Isso acarreta diferentes e sérios problemas a saúde dessas crianças, uma vez que a exposição a luminescência, a sons em volumes elevados, bem como a postura incorreta agem como fatores definidores de danos a saúde e bem-estar a longo prazo.
Outro fator que também colabora para maior exaustão do globo ocular conforme relatado por Antona et. al. (2018) é o movimento de deslizar a tela para dar continuidade a leitura. Este esforço do órgão para acompanhar a leitura é uma das causas do cansaço do mesmo.
E como muitos também o utilizam a noite e até de madrugada, períodos em que a iluminação natural é praticamente escassa ou nula, e as luzes são apagadas para não comprometer o sono dos demais, sobrando apenas a lume do aparelho, a probabilidade de adquirir alterações na visão aumenta drasticamente.
Como Hammell (2020) argumenta, os terapeutas ocupacionais lidam com processos de reconstrução de vida após interrupções ocupacionais. Nesse processo, destaca-se a importância de aprender a cuidar de si mesmo e dos outros, fazer escolhas e vivenciar sentimentos de pertencimento e conexão, prazer, propósito e significado ao se engajar em ocupações.
De acordo com a Associação Americana de Terapia Ocupacional, da sigla em inglês – AOTA (AOTA, 2008), a Terapia Ocupacional atua na promoção de saúde através do envolvimento na ocupação e seus aspectos de intervenção dividem-se em: Áreas de Ocupação, Fatores do Cliente, Habilidades de Desempenho, Padrões de Desempenho, Demandas da Atividade e Contextos e Ambientes.
Os contextos comportam os elementos que exercem influência no desempenho de funções ou desempenho ocupacional, definidos pelo domínio e processo da prática da Terapia Ocupacional, e são categorizados em cultural, pessoal, temporal e virtual. Importante na compreensão do uso da RV para Terapia Ocupacional, o contexto virtual é descrito como a interação por simulação, que pode ocorrer em tempo real ou em tempo aproximado, podendo ser feito sem o contato físico direto (AOTA, 2014).
Em iniciativa no ano de 2019, a Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS) propôs que fossem feiras alterações e adesivo de um selo para embalagens orientando sobre o uso de dispositivos eletrônicos por crianças.
Segundo o site da organização, os benefícios e prejuízos das tecnologias é um foco de atenção de todos os profissionais que lidam com as questões da saúde durante a infância e a adolescência. Estudos científicos comprovam que a tecnologia influencia comportamentos através do mundo digital, modificando hábitos na infância que podem causar prejuízos e danos à saúde física e mental dos jovens, com impacto em diversos aspectos. A neurociência comprovou, através de exames de Ressonância Magnética, que o uso excessivo de telas prejudica o desenvolvimento cerebral das crianças. Por isso, elas não devem ser expostas de forma precoce a dispositivos eletrônicos. (MÜLLER, FERREIRA, e AMANTEA, 2019).
Imagem 02: Selo sugerido para embalagens orientando o uso de dispositivos eletrônicos por crianças
No contexto da Terapia Ocupacional, os jogos eletrônicos visam à manutenção da saúde e qualidade de vida, e são vistos como meios que desenvolvem aptidões físicas, mentais e psicoemocionais, além de contribuir na função motora e cognitiva de indivíduos com ou sem alguma necessidade especial (OLIVEIRA; SILVA; ZAPAROLI, 2011).
4.2 O Terapeuta Ocupacional enquanto condutor de melhorias a esse cenário
O profissional da TO pode assumir diferentes funções junto a problemáticas que envolvam o desenvolvimento, a estrutura e o condicionamento do bem-estar humano em diferentes faixas etárias. Uma das soluções crescentemente apontada no núcleo da terapia ocupacional brasileira tem sido a referente a participação social e a integração do terapeuta na solução de questões vinculadas a inserção de pessoas em produtivas atividades de sociabilidade. Silva e Oliver (2019) apontam para a necessidade de uma análise crítica sobre as abordagens reducionistas e individualizadas que pouco problematizam a contextualização da vida das pessoas imersas em conflitos macrossociais, políticos e culturais. Segundo as autoras, um exemplo de definição da participação social, frequentemente usada na terapia ocupacional, está presente nas ações com a reabilitação com ênfase no território (OLIVER et al., 2003). Essa ênfase no território visa desenvolver estratégias a partir da realidade local, onde o profissional da TO intervém em favor da qualidade da vida das pessoas. Assim podemos considerar como sendo:
(…) uma estratégia para criar e implementar políticas públicas para esse segmento, contribuindo para a constituição de rede de referência de serviços de saúde, de reabilitação, educação ou de preparação para atividades de geração de renda e trabalho, com maior enraizamento no contexto sociocultural. (OLIVER et al., 2003, p 144).
A tecnologia é um instrumento rico que possui um amplo campo de informações que demandam um potencial de dados para construção do aprendizado. Com objetivo de permitir focos fundamentais que agregam na formação e no desenvolvimento das crianças, quando usados de modo educacional que permitam essas crianças usarem esses dispositivos nas atividades com aplicativos infantis com fins educativos (GAÍVA et al., 2018).
De acordo com a World Federation of Occupational Therapy (WFOT), na definição de Terapia Ocupacional, a ocupação aparece como o meio para se alcançar a saúde e o bem-estar das pessoas e comunidades, a tradução foi feita por Maitê Barbosa (2020):
A terapia ocupacional é uma profissão de saúde centrada no cliente, preocupada em promover a saúde e o bem-estar através da ocupação. O principal objetivo da terapia ocupacional é permitir que as pessoas participem das atividades da vida cotidiana. Os terapeutas ocupacionais atingem esse resultado trabalhando com pessoas e comunidades para melhorar sua capacidade de se envolver nas ocupações que desejam, precisam ou 60 devem fazer, ou modificando a ocupação ou o ambiente para melhor apoiar seu engajamento ocupacional. (WFOT, 2012, texto eletrônico, tradução de BARBOSA, 2020).
A isso, a pesquisadora Maitê Barbosa (2020), acrescenta que tanto a WFOT, quanto a International Society for Occupational Science (ISOS) esclarecem que as ocupações são “as várias atividades cotidianas que as pessoas fazem como indivíduos, nas famílias e com as comunidades para ocupar o tempo e trazer significado e propósito à vida. Ocupações incluem coisas que as pessoas precisam, querem e devem fazer” (ISOS, 2009, texto eletrônico, tradução de BARBOSA, 2020).
Para melhor execução de possíveis atividades em prol de um eficiente desenvolvimento os conceitos estrutura da prática, abordagem e modelo de prática, organiza as intervenções que os terapeutas ocupacionais adotam, o esquema a seguir sintetiza essa lógica:
A compreensão dos conceitos: estrutura da prática, abordagem e modelo de prática os coloca como termos distintos e que indicam uma forma de organizar a intervenção pelos terapeutas ocupacionais que os adotam. Isto quer dizer que estes devem ser muito bem entendidos por aqueles que se propõem a utilizar as suas terminologias, métodos, formas de avaliar e intervir com a clientela assistida. A escolha por esse modo de intervir influencia diretamente o que e como se pesquisar em terapia ocupacional, uma vez que os modelos e abordagens indicam os referenciais a serem adotados pelos pesquisadores. (CRUZ, 2018. p. 507)
Nesse sentido, nossa atuação enquanto terapeutas ocupacionais perpassa pela integridade e cooperação objetivando a promoção e inserção das crianças em atividades lúdicas e físicas que priorize seu movimento, sua locomoção e sua ação. A estrutura prática seria o norte, o momento inicial no qual seria modelado o plano da ação; a abordagem deve ser adequada a situação, no caso, adequado ás crianças e suas particularidades culturais, sociais, e econômicas, já o modelo de prática é a síntese, as atividades a serem executadas como leitura dinâmicas, corridas, jogos de futebol, vôlei, queimada, e outras.
5. Considerações Finais:
O presente trabalho trata-se de uma pesquisa bibliográfica qualitativa, cujo enfoque será a partir da análise do discurso de outros artigos científicos, além de buscas no Google Acadêmico utilizando os seguintes descritores: “Brincar” “Tecnologia na Infância” “Telas” “Impactos na infância” que discutem diretamente a temática proposta, entre os dispositivos móveis e o desenvolvimento infantil. Em suma, a maioria dos artigos escritos de 2016 a 2020. Neste caso, o trabalho foi realizado em dois momentos, buscou uma abordagem linear dos conceitos dos aparelhos eletrônicos de tela (AET’s) com base em livros, revistas para um melhor entendimento do assunto. No segundo momento, ocupou-se em um estudo sobre o papel dos profissionais da TO frente ao uso dos AET’s por crianças.
Precaver melhorias de vida nas crianças a partir de sua inserção nas atividades de movimento requer uma análise estrutural na qual diferentes fatores como cultura, nível de escolaridade, artifícios regionais sejam considerados visando estabelecer uma relação maior participação como medida de romper com o uso demasiado dos aparelhos de tela. A partir dos textos lidos e aqui sintetizados e questionados, torna-se necessária assumir como apontou Cruz (2018) uma imposição de pensar, teorizar, avaliar e intervir em terapia ocupacional de modo acrítico e descontextualizado, pelo contrário, deve ser inerente ao profissional que opte pela escolha de um modelo, incorporá-lo criticamente em sua prática e pesquisa, adequando-o à sua realidade.
Por fim, a leitura de modelos ou arquétipos de terapias ocupacionais utilizados no Brasil assume uma propositura na qual a volta a referenciais teórico-metodológicos que esses terapeutas adotam pode ser um elo de auxilio que objetiva a compreensão das diferenças pelas práticas desenvolvidas. Cruz 2018, aponta que isto pode contribuir para caracterizar a terapia ocupacional brasileira de forma distinta e para dialogar com as variadas formas de fazer terapia ocupacional no mundo, uma questão cada vez mais emergente.
Por fim, pela leitura e análise da produção bibliográfica na área de terapia ocupacional junto a crianças e adolescentes, podemos verificar de forma panorâmica a prática, ainda muito vinculadas a instituições de ensino e concentrada na região sudeste do Brasil. A maioria desses trabalhos são intervenções de saúde, de educação assistência social e promoção de qualidade de vida.
Acreditamos ainda que o terapeuta ocupacional pode ser um importante agente de contribuição no que tange a criação e desenvolvimento de propostas visando a promoção e mantimento da saúde, prevenção de doenças, distúrbios e no cuidado para reabilitação, adequação e inserção de pacientes. O terapeuta também se torna necessário em ações que enfatizem a assistência, e as pesquisas sobre os processos de sua intervenção na melhoria da qualidade de vida das crianças e adolescente envolvidos nessa questão.
6. Referências:
1. ANTONA B. et al, Symptoms associated with reading from a smartphone in conditions of light and dark, Applied Ergonomics; Madrid,Espanha; Vol.68,p. 12-17, 2018. Disponível em: www.elsevier.com/locate/apergo. ISSN:0003-6870.
2. BARBOSA, M. M. A. As Práticas da Terapia Ocupacional: uma investigação a partir do conceito de ocupação coletiva. 2020 285f. Tese de Doutorado em Terapia Ocupacional – Programa de Pós-graduação em Terapia Ocupacional, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2020.
3. BARTALOTTI, C. C.; CARLO, M. M. R.P. (Org.). Terapia bibliográfica do período de 1999 a 2009. Rev. Ter. Ocup. Univ. São Paulo, v. 21, n. 2, p. 121-129, maio/ago. 2010.
4. CALDEIRA, V. A, OLIVER, F. C. A criança com deficiência e as relações interpessoais numa brinquedoteca comunitária. Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum. 2007;17(2):98-110. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rbcdh/v17n2/11.pdf
5. CHALEZQUER, C. S.; SALA, X. B. A Geração Interativa na Ibero-América. Crianças e adolescentes diante das telas. Faculdade de Comunicação, Universidade de Navarra, Espanha, 2009. Crianças e adolescentes na internet. 2019. Disponível em: http://www.ssp.am.gov.br/depcaorienta-pais-sobre-ameacas-contra-criancas-e-adolescentes-na-internet/.
6. CRUZ, D.M.C. Os modelos de Terapia Ocupacional e as possibilidades para a prática e pesquisa no Brasil. Rev. Interinst. Bras. Ter. Ocup. Rio de Janeiro. 2018. v.2(3).
7. FERLAND, F. O Brincar e a Criança. In: Ferland F. O model lúdico: o brincar, a criança com deficiência física e a terapia ocupacional. São Paulo: Roca; 2006.
8. FIOCRUZ. Saúde Mental e Atenção Psicossocial na Pandemia COVID-19: recomendações gerais. 2020. Disponível em: https://www.fiocruzbrasilia.fiocruz.br/wpcontent/uploads/2020/04/Sa%C3%BAde-Mental-e-Aten%C3%A7%C3%A3o-Psicossocialna-Pandemia-Covid-19-recomenda%C3%A7%C3%B5es-gerais.pdf.
9. GAÍVA Maria Aparecida Munhoz, MONTESCHIO Caroline Aparecida Coutinho, MOREIRA Mayrene Dias de Sousa, SALGE Ana Karina Marques. Avaliação do crescimento e desenvolvimento infantil na consulta de enfermagem. Av Enferm.36(1):9-21; 2018.
10. GIL, A C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2007.
11. GOMES, M. L.; OLIVER, F. C. A prática da terapia ocupacional junto à população infantil: revisão
12. GONÇALES, Sarah Holanda. Conheça as vantagens da terapia ocupacional para crianças. NotreDame Intermédica, 2021. Disponível em: https://www.gndi.com.br/saude/blog-da-saude/terapia-ocupacional-para-criancas
13. HAMMELL, K. W. (2020). Engagement in living during the COVID-19 pandemic and ensuing occupational disruption.Occupational Therapy Now, 22 (4), 7-8
14. HERMES, A. I. Infância, mídia e tecnologias digitais: a percepção dos pais sobre o sobre o uso dos telefones celulares pelas crianças. Disponível em: https://repositorio.unisc.br/jspui/bitstream/11624/2021/1/Andr%c3%a9ia%20In%c3%aas%20Hermes.pdf
15. MINAYO, M. C. S. (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 2001.
16. MOHAN, A. et al. Prevalence and risk factor assessment of digital eye strain among children using online e-learning duringthe COVID-19 pandemic: Digital eye strain among kids (DESK study-1). Indian journal of ophthalmology, 2021; 69(1): 140-144.
17. MÜLLER, H., FERREIRA, C. T. e AMANTEA, S. Uma Lei para alertar sobre os riscos do uso excessivo de telas na infância. Sociedade de Pediatria do Rio Grande do SUL – SPRS. 2019. Disponível em: https://www.sprs.com.br/sprs2013/noticias/detalhe.php?id=23&detalhe=997
18. OLIVER, F. AOKI, M.; TISSI, M. C.; NICOLAU, S. M. Reabilitação com ênfase no território – Jardim D’Abril e Jardim Boa Vista, no município de São Paulo. In: Rev. Ter. Ocup. Univ. Paulo, v. 14, n. 3, p. 141-6, set./ dez. 2003.
19. RAMPAZO, Stephanny Maria. Meu filho precisa de Terapia Ocupacional? Fofuuu, 2019. Disponível em: https://fofuuu.com/blog/meu-filho-precisa-de-terapia-ocupacional-infantil/
20. REIS, N. M; REIS, R.F. Sociedade tecnológica: orientação dos perigos virtuais para crianças e adolescentes utilizando jogo interativo – Conexão segura kids. In: CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 6., 2019. Anais eletrônicos […]. Disponível em: https://www.editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/62644.
21. SANTANA, M. I., RUAS, M.A., QUEIROZ, P. H. B. O impacto do tempo de tela no crescimento e desenvolvimento infantil. Revista Saíde em foco. edição nº 14, 2021. Disponivel em: revistaonline@unifia.edu.br
22. SBP. Pais e filhos em confinamento durante a pandemia de COVID-19. 2020. Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/22420cNAlerta_Pais_e_Filhos_em_confinamento_COVID-19.pdf.
23. SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo: Cortez, 2007.
24. SILVA, A. C. C. da, OLIVER, F. C. Participação social em terapia ocupacional: sobre o que estamos falando?. In: Cad. Bras. Ter. Ocup., São Carlos, v. 27, n. 4, p. 858-872, 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/cadbto/v27n4/2526-8910-cadbto-25268910ctoAR1883.pdf. DOI. 10.4322/2526-8910.ctoAR1883.
25. SILVA, N. Q. da. e SOUZA, R. C. F. de. Percepção dos pais sobre o uso de aparelhos eletrônicos por crianças de 6 aos 12 anos no contexto da COVID-19. Artigo, Trabalho de Conclusão de Curso de Psicologia, UNISUL, 2021. Disponível em: https://repositorio.animaeducacao.com.br/bitstream/ANIMA/20060/1/ARTIGO_TCC_Natalia_final_revisto.pdf
26. SILVA, R. L. A. proteção integral dos adolescentes Internautas: Limites e possibilidades em face dos riscos no Ciberespaço. 2009. Disponível em:<http://www.livrosgratis.com.br/arquivos_livros/cp108419.pdf>
27. SILVEIRA, D. T., CÓRDOVA, F. P. A pesquisa Científica. In: GERHARDT, Tatiana Engel; SILVEIRA, Denise Tolfo. Métodos de pesquisa. Rio Grande do Sul: UFRGS 2009. p. 31-42. Disponível em: http://www.ufrgs.br/cursopgdr/downloadsSerie/derad005.pdf Acessado dia 03/06/2022.
3Instituição que realiza pesquisas e informações estatísticas sobre variados temas de relevância social, política, cultural e de saúde. Ver mais no endereço: http://officinasophia.com.br/pt-BR/conhecimento/spreadings.
1Graduandos em Terapia Ocupacional na Faculdade Martha Falcão – Wyden – Manaus, AM.
2Orientadora. Dra. Biotecnologia- UFAM