REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7288221
Nathalia Pasquini
Larissa dos Reis Andrade
Raike Silva de Santana
Anna Carolina Lima Ratier de Paula
Anderson Henrique da Silva
Orientador: Prof MSc Uerley Magalhães Franchi
RESUMO
A síndrome da fragilidade é uma conseqüência do envelhecimento relacionado ao processo de adoecimento crônico. Aproximadamente 20% da população, que está em processo de envelhecimento, cai todos os anos. As quedas podem resultar em fraturas se causarem conseqüências graves de lesões, como lesões permanentes, distúrbios da mobilidade, declínio funcional.
A síndrome da fragilidade é verificada com base em cinco características biológicas, como apresentar diminuição da velocidade da marcha, perda de peso, redução da força manual, diminuição da atividade física e aumento da exaustão. Essa síndrome é caracterizada por sua idade multidimensional e implica em maior vulnerabilidade para os idosos. A atividade física da aptidão, é um fator determinante para o processo de envelhecimento. Os idosos apresentam uma infinidade de sintomas como dores, fraqueza muscular, déficit de equilíbrio, distúrbios da marcha, entre outros, que dificultam o exercício no solo. As atividades físicas melhoram a qualidade de vida, reduzem o risco de quedas e promovem o aumento da força muscular, condicionamento aeróbico, flexibilidade e equilíbrio. A Hidroterapia utiliza exercícios no meio aquático que são os ideais para prevenir, manter, retardar e melhorar as disfunções físicas e psicológicas do envelhecimento, pois possuem algumas vantagens na população idosa, como por exemplo, a diminuição do peso corporal sobre as articulações permitindo a realização de atividades, se tornando um recurso prazeroso, seguro e com diversos benefícios.
Objetivo: O estudo atual tem como foco apresentar o impacto da fisioterapia aquática no equilíbrio dos idosos frágeis, traçando uma melhora no tratamento fisioterapêuticos para esses pacientes. Metodologia: Trata-se de uma revisão de literatura, com analise de artigos científicos nos últimos 15 anos. As bases de dados utilizadas foram: SCIELO, PUBMED, PEDro.
Palavras-chaves: Fisioterapia aquática, Idoso frágeis, Reabilitação, Equilíbrio.
ABSTRACT
The frailty syndrome is a consequence of aging related to the process of chronic illness. Approximately 20% of the population, which is in the process of aging, falls every year. Falls can result in fractures if they cause severe injury consequences such as permanent injuries, mobility disturbances, functional decline.
The frailty syndrome is verified based on five biological characteristics, such as presenting decreased walking speed, weight loss, reduced manual strength, decreased physical activity, and increased exhaustion. This syndrome is characterized by its multidimensional age and implies greater vulnerability for the elderly. Physical activity of fitness, is a determining factor in the aging process. The elderly have a multitude of symptoms such as pain, muscle weakness, balance deficit, gait disturbances, among others, that make it difficult to exercise on the ground. Physical activities improve quality of life, reduce the risk of falls, and promote an increase in muscle strength, aerobic conditioning, flexibility, and balance. Hydrotherapy uses aquatic exercises that are ideal for preventing, maintaining, delaying, and improving the physical and psychological dysfunctions of aging, for they have some advantages in the elderly population, such as the reduction of body weight on the joints, allowing the performance of activities, becoming a pleasurable, safe, and beneficial resource.
Objective: The current study focuses on presenting the impact of aquatic physical therapy on the balance of the frail elderly, outlining an improvement in physical therapy treatment for these patients. Methodology: This is a literature review, with analysis of scientific articles from the last 15 years. The databases used were: SCIELO, PUBMED, PEDro.
Key words: Aquatic Physical Therapy, Frail elderly, Rehabilitation, Balance.
1. INTRODUÇÃO
Durante o processo de envelhecimento, ocorrem diversas alterações biológicas, físicas e psicológicas sobre o corpo humano, afetando a saúde. A maioria das alterações, trazem conseqüências na funcionalidade do indivíduo, ocasionando, maior vulnerabilidade e maior incidência de processos patológicos,e desenvolvendo modificações de ordem psicológica e social, assim, impedindo-o muitas vezes em realizar tarefas simples e diárias, resultando dependência à outra pessoa.(LINDA et al., 2001) (COELHOet al, 2014) (CARVALHO, 2002)
A síndrome da fragilidade, é o conjunto dessas modificações naturais do corpo, que podendo apresentar algumas dessas características mensuráveis como: Diminuição de força de preensão manual, baixo gasto energético, diminuição da velocidade na marcha, perda de peso involuntário, diminuição do nível de atividade física e grande exaustão e fadiga. A partir dessa análise, o indivíduo poderá ser classificado como pré-frágil, frágil e não frágil (o idoso frágil é aquele que apresenta maior vulnerabilidade sendo mais suscetível a eventos deletérios como quedas, hospitalizações, descompensação de doenças de base e óbito) Aproximadamente, 20% da população, que se encontra em processo de envelhecimento, caem a cada ano. As quedas podem resultar em fratura se causar sérias conseqüências, como lesões permanentes,perturbação na mobilidade, declínio funcional.(LEE, 2000).
A síndrome de fragilidade é uma conseqüência do envelhecimento relacionada ao processo da doença crônica. Essa síndrome é caracterizada por sua multidimensional idade e implica maior vulnerabilidade para o idoso. Os conseqüentes efeitos dessas mudanças relacionadas à idade, que incluem sarcopenia, disfunção imunológica e desregularão neuroendócrina, aumentam a vulnerabilidade do organismo ao estresse, reduzindo a habilidade de adaptar, compensar ou modular esses estímulos muscular. A síndrome da fragilidade é verificada a partir de cinco características biológicas, como apresentar diminuição da velocidade da marcha, perda de peso, redução de força manual, diminuição de atividade física e aumento de exaustão, mesmo sendo um processo natural do corpo, a velhice quando não é cuidada e prevenida a diminuição de força, de fibras e dificuldades funcionais, acabam trazendo muitas quedas à idosos. Por ter também certa fragilidade na massa óssea, o idoso tem mais probabilidades em fraturas e dificuldades na consolidação das mesmas.(FHON et al., 2013), (LINDA et al., 2001) Segundo LEE, 2000, a atividade física, é um fator determinante para o processo de envelhecimento, pois além de garantir um envelhecimento saudável, previne algumas doenças, promove bem-estar psicológico, além de preservar a função motora e intensificar a realização de atividades diárias, garantindo assim uma vida mais ativa e independente aos idosos. Além de contribuir para a melhora da flexibilidade e da força, aumentando a perspectiva de vida, e minimizando os efeitos degenerativos provocados pelo envelhecimento. (GAZZOLA ET AL, 2004). O idoso apresenta uma multiplicidade de sintomas como dor, fraqueza muscular, déficit de equilíbrio, desordens na marcha, dentre outros, que dificultam os exercícios em solo. Efetivamente, a prática de atividades físicas, reduz a perda de saúde ósseas e musculares, diminuindo assim maiores riscos de fraturas em até 60%. As atividades físicas aprimoram a qualidade de vida, reduz o risco de quedas e promove aumento da força muscular, do condicionamento aeróbico, da flexibilidade e o equilíbrio(CANDELORO; CAROMANO, 2008)
2. HIDROTERAPIA
A hidroterapia é uma forma de terapia muito antiga, 2400 a.C., usada pelos egípcios, muçulmanos e assírios como proposta de cura, diminuição da dor e purificação, com o passar do tempo foi se desenvolvendo e se tornando tão importante no momento presente quanto antigamente (CUNHA et., 1998). Utiliza-se uma piscina de água quente, como uma agente de resistência para a execução de atividades terapêuticas. É uma opção diferente e dinâmica. Mantém a interação do grupo praticante, deixando-os mais à vontade e relaxados. Esta técnica leva em consideração as propriedades físicas da água (densidade relativa e gravidade, empuxo, megacentro, pressão hidrostática, água em movimento fluxo laminar ou turbulento, refração, tensão superficial e temperatura), utilizadas de maneira eficaz para melhorar a qualidade de vida do paciente (SILVA, 2018).A piscina deve manter a temperatura entre 33° a 37°, já que devido a esse aquecimento ocorrem diversos efeitos como o de relaxamento muscular, redução da sensibilidade á dor e redução também dos espasmos (MEDICINA E SAÚDE, 2014).
A Hidroterapia utiliza exercícios no meio aquático que são os ideais para prevenir, manter, retardar e melhorar as disfunções físicas e psicológicas do envelhecimento, pois possuem algumas vantagens na população idosa, como por exemplo, a diminuição do peso corporal sobre as articulações permitindo a realização de atividades, se tornando um recurso prazeroso, seguro e com diversos benefícios. (FERREIRA E RAMOS 2012) (RESENDE et al, 2018). Sendo que na água, a capacidade de movimentação é mais rápida, permitindo a prática de exercícios aeróbios, como corridas e até saltos, a libertação de substâncias químicas reduz a dor e produz uma sensação de bem estar, mesmo após o final dos exercícios, o trabalho aeróbio promove uma melhoria do equilíbrio e da coordenação motora, reduzindo o risco de quedas, o relaxamento diminui o stress, aumentando autoestima e confiança, a sensação de perda de peso e de dor são fundamentais para uma melhoria física, a realização de exercício físico, pelos idosos produz adaptações biológicas que proporcionam a melhoria do funcionamento de vários sistemas, e de atividades motoras que ajudam na prevenção de várias doenças, normalizando o estado emocional e facilitando a socialização (CAMPION 2000).
2.1 BENEFÍCIOS
A terapia aquática é extremamente benéfica no âmbito do equilíbrio, força e alongamento dos idosos, os princípios físicos atuantes (fluxo turbulento, flutuação, empuxo e temperatura), através da imersão dos mesmos na água, permite a melhor performance do trabalho de mobilidade corporal, flexibilidade e ganho de força, de forma segura e gradual, isso acontece de modo que o paciente realize os exercícios relaxados, aliviando outros sintomas que o incomodam devido a temperatura, tornando a terapia prazerosa e eficiente (LETIER et al., 2013). Estudos investigam os efeitos benéficos da hidroterapia no controle e manutenção do equilíbrio e da postura dos idosos, subseqüentes a situações instáveis dessa população, sendo que alguns estudiosos já confirmaram o benefício da manutenção através das atividades aquáticas hidroterápicas (MEEREIS et al., 2013).
Além de possuir, propriedades físicas da água, que ajudam principalmente na melhora do centro de gravidade sobre sua base de sustentação, equilíbrio e força, a partir de estímulos visuais, vestibular e somatossensorial, que acaba ficando debilitado pelo próprio processo de envelhecimento, resultando em mais instabilidade e futuramente quedas aos idosos, pela sua fraqueza. Os exercícios feitos para melhora de força, flexibilidade e equilíbrio em meio aquático são de baixos impactos às articulações e menos riscos de quedas ou lesões, por ser viscosa, desacelera o movimento e prolonga o tempo para retornar a postura. O meio aquático proporciona sensação de redução do peso corporal, assim possibilita maior liberdade de movimentos, mais tranqüilidade e segurança durante a execução dos exercícios, uma vez que o risco de lesões por quedas é mínimo. Além disso, a pressão hidrostática da água sobre o corpo traz benefícios ao organismo, da mesma forma de qualquer outra atividade física de baixo impacto feito ao solo, como a caminhada. A hidroterapia busca tanto reabilitar quanto manter a sanidade corporal dos idosos, garantindo assim sua independência e saúde corporal.
2.1.2 CONTRA INDICAÇÃO
Há contra-indicações absolutas na terapia aquática, como feridas abertas e infectadas, sintomas agudos de trombose profunda, infecções de pele e gastrointestinais, doença sistêmica e tratamento radioterápico em andamento, também requer afastamento do paciente com processos micóticos e fúngicos graves, processos infecciosos e inflamatórios agudos na região do pescoço e face, como inflamações dentárias, amigdalites, faringites, sinusite e rinites pois costumam apresentar piora com a imersão da água. Os problemas cardíacos graves, hipotensão e hipertensão descontrolada, insuficiências respiratórias e epilepsia devem ser acompanhados com cuidado, e merecem atenção especial pacientes com incontinências urinárias e fecal. Indivíduos que tem problemas como náuseas, doenças renais, diabetes, vertigem, diminuição da capacidade vital e deficiência tireóidea deve entrar em contato com seu médico para estudar a indicação. Devem se ter precauções com pacientes com fobia à água, e pacientes que utilizam aparelho de surdez não utilizar dentro da piscina (BIASOLI, MACHADO, 2006).
3. OBJETIVOS
Esse trabalho de Conclusão de Curso tem como alvo analisar a literatura sobre o Impacto da fisioterapia aquática no equilíbrio de idosos frágeis, com apresentações de resultados sobre o tema decidido, com base nos artigos científicos, relacionando esse método com a melhora do equilíbrio dos idosos frágeis.
3.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
– Verificar se a hidroterapia com suas propriedades vai ajudar de alguma forma a reabilitação desses idosos;
– Verificar se a intervenção de exercícios na água vai melhorar sua vida diária em um todo;
– Verificar se o real impacto da hidroterapia vai pendurar no equilíbrio total desses idosos.
3.1.1 OBJETIVO GERAL
– Deparar com os benefícios que a hidroterapia pode proporcionar no equilíbrio de idosos frágeis.
4. METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão de literatura. Onde se encontra uma forma de pesquisa que utiliza como fonte de dados a literatura sobre determinado tema. No presente estudo são análises de artigos científicos no período dos últimos 15 anos, com intuito de trazer avanços na área além de mostra um quadro atualizado, que continham base de dados que favorecessem a pesquisa em relação aos idosos com certa fragilidade inseridos na fisioterapia aquática.
Foram incluídos ensaios clínicos publicados no período dos últimos 15 anos que avaliaram a atuação da fisioterapia aquática no equilíbrio em idosos fragilizados. Foram excluídos estudos que abordaram a realização da fisioterapia aquáticas associadas a outras intervenções fisioterapêuticos. Os critérios que foram levado em consideração, foi que abordasse o tema descrito, que fizessem sentido em relação a busca, que contivesse os temas como hidroterapia, reabilitação, equilíbrio e melhoras na qualidade de vida dos idosos, e apresentasse a pontuação maior ou igual a 5 na escala de PEDro.
O levantamento de dados foi realizado em bases eletrônicas, em forma de ensaios clínicos, na língua inglesa e portuguesa. A base de dados pesquisadas foram: Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), US National Library go Medicine (PUBMED) e O Physiotherapy Evidence Database (PEDro) optando pelos estudos que obtiveram pontuação acima de 5. A pesquisa foi desenvolvida com base na estratégia PICO (acrônimo para P: população/pacientes; I: intervenção; C: comparação/controle; O: desfecho/outcome) que auxilia na construção da pergunta de pesquisa e da busca bibliográfica.
O processo para a escolha dos artigos foi apresentado por meio do fluxograma e os elementos fundamentais da questão de pesquisa e da construção da pergunta para a busca bibliográfica através da Tabela PICO (Tabela 1).
Os descritores utilizados foram: Fisioterapia aquática, Idosos fragéis, recuperação, fisioterapia, fragilidade. Disposto a aprofundar ainda mais a busca de dados, foram acrescentados: Hidroterapia, quedas.
TABELA 1 – Tabela PICO
Acrônimo | Descrição |
P – População | Idosos Frágeis |
I – Intervenção | Prevenção, equilíbrio |
C – Controle/Comparação | Fisioterapia Aquática |
O – Desfecho/outcome | Aumento da qualidade de vida |
RESULTADOS
Inicialmente a pesquisa foi realizada em bases de dados eletrônicas, onde foram encontrados 16 estudos, que abrangiam conteúdos que se enquadravam, e foram analisados e lidos na íntegra pelos 5 integrantes e examinadores desse estudo de revisão dessas literaturas.
Na Figura 1 podemos analisar o fluxograma onde é apresentado o resultado de exclusão e inclusão desses estudos, para o desenvolvimento da revisão, onde 10 do total dos artigos foram selecionado, que atenderam os critérios da pesquisa. Na Tabela 1, foi detalhado com mais precisão o que cada estudo apresentava de forma independente, para que pudesse ser mostrado o intuito de cada artigo e o que eles traziam como conteúdo.
FLUXOGRAMA
Figura 1 – Fluxograma da revisão: critérios de busca, quantidade de artigos selecionados, excluídos em cada etapa e incluídos:
AUTOR/ANO | OBJETIVO | AMOSTRA | INTERVENÇÃO | RESULTADOS |
FRANCIULLI, PATRÍCIA et al (2015) | Avaliar a efetividade do protocolo de hidroterapia e cinesioterapia no equilíbrio, agilidade e nos riscos de quedas em idosos | 14 Idosos ; G1- (n=11 hidroterapia); G2- (n=11 cinesioterapia) C.Inclusão: < 60 anos, e nível 5 na escala de deambulação funcional, com histórico de queda nos últimos 12m. C.Exclusão: dispnéia ao exercício, >80% nas sessões, praticar outro tipo de atividade física e/ou fisioterapia. | 2 meses, 2x por semana por 40min, = 16 atendimentos. G1 – Along, marcha em fila, marcha em apoio unipodal, e com um pé a frente do outro G2 – along, treino de equilíbrio em superfície instável, marcha c/obstáculos | Os protocolos estudados foram efetivos na melhora do equilíbrio e agilidade de idosos com quedas |
SIQUEIRA, ALISSON; et al (2017) | Avaliar o efeito da fisioterapia aquática para o equilíbrio e capacidade funcional de idosos. | 11 Idosos; C.Inclusão: conseguir realizar marcha independente e realizar suas atividades de vida diária sem ajuda; e ter entre a 60 e 73 anos. C.Exclusão: idosos sem marcha independente, que precisasse de ajuda nas AVD´S e que estivessem praticando outro tipo de atividade física e/ou fisioterapia. | 3 meses, 3x por semana, por 40min. Exercícios de aquecimento, fortalecimento de membros superiores e membros inferiores, equilíbrio com os olhos abertos e fechados, exercícios aeróbicos e alongamento. | O programa de fisioterapia aquática pode melhorar o equilíbrio em idosos, minimizando os fatores de risco das quedas |
Tabela 1 – Características dos artigos selecionados nesta revisão bibliográfica.
NÚBIA C. P. AVELAR; et al (2010) | Comparar o impacto de um programa estruturado de exercícios de resistência muscular dos MMII dentro e fora d’água no equilíbrio estático e dinâmico em idosos. | 46 Idosos; C.Inclusão = ou >60 anos; e ser capaz de realizar o Get Up And Go Test; C.Exclusão: paciente que estavam em tratamento fisioterapêuticos, apresentavam doenças respiratórias, cardíacas, faziam uso de próteses de MI, uso de drogas/medicamentos que interfiram no equilíbrio, e os que não tem controle esfincteriano. | 2x por semana, durante 6 semanas interruptas. Com exercícios de aquecimentos (caminhada, alongamentos globais); exercícios de resistência muscular de MMII; resfriamento (caminhada por 3min). | Dos 46 idosos, 36 completaram o estudo. Apesar da amostra ser pequena, demonstrou que tanto um programa de resistência á fadiga dos MMII na água quanto no solo proporcionaram melhora significativa no equilíbrio estático e dinâmico. Além disso, conclui-se que o treinamento aquático de resistência muscular poderá ser usado como técnica alternativa ao treinamento convencional de fisioterapia. |
EMMILY NUNES SANTOS; et al (2021) | Avaliar se houver melhora do equilíbrio dos idosos, após realizar tratamento em piscina terapêutica, verificar se a técnica poderia prevenir quedas. | 8 pacientes; C.Inclusão: 60 a 79 anos, boa mobilidade, marcha independente. C.Exclusão: Não foi citado. | 5 sessões, de 40min, com 14 exercícios em cada sessões, em piscina aquecida. Exercícios seguiam uma ordem inicial de adaptação ao meio aquático, conforme terminavam de executar os exercícios propostos, faziam alongamentos dos principais grupos musculares das pernas e, no último momento, realizavam exercícios para equilíbrio estático e dinâmico. | O treino em piscina aquecida é eficaz para a manutenção e/ou aumento do equilíbrio na população idosas, podendo ser uma conduta utilizada de forma preventiva. |
MARCOS SALICIO; et al (2015) | O objetivo do estudo foi avaliar a qualidade de vida de idosos praticantes de hidroterapia e sedentários, residentes no município de Várzea Grande-MT | 100 idoso de ambos os sexos, 50 do grupo GA (ativo) e 50 GS (sedentário); C.INCLUSÃO: 60 a 80 anos; não fumantes e sem patologias que pudessem interferir na mobilidade física. C.EXCLUSÃO: Idosos com limitações cognitivas impossibilitados de responder aos questionários ou que se recusassem a responder qualquer item do questionário. | Meses, 3x por semana por 50min, 39 atendimentos. GA – alongamentos MMSS e MMII, marcha em fila, Treino de marcha com obstáculo e treino de equilíbrio; GS – alongamentos MMSS e MMII, marcha em la, Treino de marcha com obstáculo é treino de equilíbrio | A hidroterapia mostrou ser uma atividade segura e positiva para o desempenho de idosos com potencial para reduzir o risco de quedas e isolamento social, fragilidade e perdas cognitivas que ocorrem com o envelhecimento. |
TEXEIRA; et al (2021) | O objetivo foi verificar os efeitos da hidroterapia na melhora da capacidade funcional, qualidade de vida e equilíbrio em idosos. | 15 indivíduos de ambos o gêneros, > 60 anos. C. Exclusão: idosos que se ausentaram por mais de 3 dias, com disfunções cardiovasculares, feridas abertas, doenças de pele e dispositivo eletrônico. C.Inclusão: Não foi citado. | 32 sessões de hidroterapia , em grupo de 6 idosos por turma, em 4 meses, com 50 minutos; 2x por semana. Exercícios de aquecimento, fortalecimentos, alongamentos, aeróbicos, técnicas de relaxamento, equilíbrio, dentre outros. | Verificou-se que o efeito da hidroterapia foi significativo para 4 dos 8 critérios, analisados, sendo eles, estado geral de saúde, vitalidade, limitação por aspectos emocionais e saúde mental |
CUNHA, LAZZARESCHI; et al (2009) | Demonstrar os benefícios da fisioterapia aquática na influência do equilíbrio em idosos que não sofreram quedas. | 53 idosos (13 homens e 40 mulheres); Divididos em grupos, G1- solo, G2- água, G3- conforme randomização; C. Inclusão: >60 e <75 anos, levando em critério aqueles que não sofreram quedas nos últimos 6 meses; C. Exclusão: aqueles que não concordaram com o estudo, que tenham déficit de compreensão, com limitação na execução dos movimentos , insuficiência cardíaca, e pressão arterial não controlada. | 1fase : treinamento dos fisioterapeutas cegos ao estudo; 2 fase: avaliação dos idosos 10 por dia; 3fase: elaboração dos exercícios, 20 sessões, durante 7 a 8 semanas consecutivas, 3x por semana; 45 minutos, em dupla, exercícios de alongamento (10 min), fortalecimento (30min), relaxamento (5min); 4 fase: reavaliação dos idosos; 5 fase: análise de dados obtidos durante todo o tratamento e avaliação. | Pode -se notar que teve um aumento significativo na melhora do equilíbrio nos idosos que não praticavam atividade física, aumento no tempo de execução no teste TUGT , melhora em todos os domínios da SF-36 em ambos os grupos, com maior prevalência no grupo água. |
REBECA DE PAULA FREIRE; et al (2016) | O objetivo desse estudo foi avaliar o equilíbrio estático e dinâmico de idosos antes e após um programa de fisioterapia aquática voltado para prevenção de quedas. | 14 idosos, com a idade média de 67 anos. C.Exclusão: portadores de déficit visual grave, parkinson de grau avançado, demências, próteses em MMII, ou órteses em coluna vertebral, ou possuem contra-indicação para exercícios físicos aquáticos. C.Inclusão: consentir sua participação pela assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. | Agosto a setembro de 2015, contanto 16 terapias que foram distribuídas em 2x por semanas com duração de 50 minutos cada. Foram aplicados exercícios hidrocinesioterapêuticos, o treinamento foi composto por fases: fase: aquecimento de MMII e MMSS; fase: exercícios de fortalecimentos MMII; fase: treino de equilíbrio e marcha fase: alongamento e relaxamento de MMII. | O programa aquático foi eficaz para aumentar o equilíbrio em solo dos estudados, o que contribui para redução de quedas. |
JULIANA, SIEGA; et al (2020) | O objetivo classificar sob a ótica da classificação internacional de funcionalidade, e incapacidade e saúde (CIF), os praticantes de exercícios aquáticos com algum tipo de doença crônica não transmissível (DCNT) e com fibromialgia de uma unidade de saúde (US). | 35 pacientes, sendo 20 de hidroginástica (GRUPO DCNTs); e 15 de hidroterapia (fibromialgia) C.Inclusão: = ou >60 anos, freqüentadores das atividades aquáticas na US, e com diagnóstico de DCNTs ou de fibromialgia. C.Exclusão: pacientes que apresentassem limitações impossibilitando movimentação, comunicação e expressão durante as entrevistas ou com pontuação abaixo de 25 MEEM. | Para os pacientes do grupo de fibromialgia teve maior eficaz a caminhada (37,50%); Para o grupo de DCNTs foi mais eficaz a musculação sendo de (30,77%); | Houve diferença significativa entre os grupos nas variáveis do TUG, da VM, nos itens da autoavaliação, ambiente e na média dos domínios da qualidade de vida. |
ESTELE CAROLINE WELTER MEEREIS; et al (2013) | Foi avaliar a influência de uma programa de hidrocinesioterapia em piscina rasa no equilíbrio postural do idosas institucionalizadas. | 8 idosas; C.Inclusão: gênero feminino, >60 anos. C.Exclusão: contra-indicação para pratica de atividades aquáticas, incapacidade para manutenção da postura em pé e marcha, | 1x por semana, totalizando 15 sessões, cada uma com duração de 50 minutos. O protocolo de hidrocinesioterapia foi composto por exercícios físicos para melhorar a coordenação motora, o equilíbrio, força muscular, a resistência, a respiração, além de adaptação ao meio líquido e atividades lúdicas e de recreação para proporcionar as idosas um momento de lazer e descontração | Foi observada uma melhora no controle postural após a intervenção , visto que ocorreu diminuição do deslocamento do centro de pressão, principalmente na direção ântero-posterior. |
DISCUSSÃO
Pesquisa realizada pela revista de Saúde e pesquisa de Maringa PR (2017) aponta que um programa de fisioterapia aquática pode melhorar o equilíbrio em idosos, minimizando os fatores de risco de quedas. Os resultados apresentaram melhoria significativa para o grupo que realizou hidroterapia, tanto no equilíbrio postural quanto na marcha. No estudo de Porto Alegre de 2015, concorda que a hidroterapia foi efetiva para a melhora do equilíbrio e da agilidade dos idosos com histórico de quedas. Com isso, evidenciou-se que a fisioterapia aquática causa uma propensão à melhoria no equilíbrio postural e, conseqüentemente, redução do risco de quedas em idosos. De acordo com Santos e Santos (2010), o exercício físico em idosos, quando realizado adequadamente, pode ter inúmeros benefícios, dentre eles aumento na capacidade funcional, diminuição da incidência de infecções, melhora da saúde cardiovascular, aumento da massa muscular, melhora no aspecto psicológico, entre outros. Portanto, o ambiente aquático pode ser um estímulo para melhorar o controle do equilíbrio. No atual artigo, Douriset al (2003) relata que o suporte oferecido pela água permite maior independência na manutenção de posturas, fazendo com que os idosos tenham menos medo de movimentar-se. Podendo afirmar que os idosos tornaram-se mais ágeis e independentes quanto à mobilidade e a realização das atividades de vida diária. Segundo o estudo (2015), cita que Simmons e Hansen (1996) evidenciou que após cinco semanas de intervenção com exercícios realizados na piscina e no solo, verificaram que os exercícios aquáticos foram mais efetivos na melhora dos indicadores de quedas. Segundo os autores, o grupo que realizou os exercícios aquáticos foi beneficiado pelos princípios físicos da água. Esses princípios, dentre eles a viscosidade, o empuxo e a pressão hidrostática, permitem que o idoso diminua as compensações biomecânicas (base de suporte aumentada, diminuição da oscilação de membros superiores, aumento do ângulo de flexão dos joelhos, lordose cervical e cifose torácica), melhorando o controle postural, o equilíbrio e a marcha
“A melhoria no equilíbrio deve-se à atração molecular no meio líquido que, quando posta em movimento, gera uma resistência (viscosidade) que é responsável pelo suporte oferecido aos idosos durante a hidroterapia. Isto sugere uma melhora do equilíbrio dentro da água, o que reflete em uma melhora em solo (RUOTI et al, 2000)”
O estudo de Teixeira (2021), foi verificar se os efeitos da hidroterapia traria melhora na capacidade funcional e qualidade de vida juntamente com o melhor equilíbrio em idosos, e podendo concluir que o efeito foi significativo, dentro os 8 critérios apresentado 50% foi válido, sendo eles estado geral de saúde, vitalidade, limitação por aspecto emocionais e saúde mental.
No estudo de Cunha, Lazzareschi; et al (2009), a divisão da amostra foi bem elaborada em 3 grupo com idosos de ambos o sexo, e seguiu de 5 fases desde a avaliação inicial desses idosos, treinamento dos examinadores e avaliação final juntamente com analise desses dados para melhor elaboração do estudo, com o intuito de demonstrar benefícios da fisioterapia aquática que pudesse influenciar no equilíbrio em idosos sem históricos de quedas nos últimos 6 meses, onde pode-se notar um aumento significativo na melhora do grupo 2, que foi realizado na água, diferente do grupo 1 que foi no solo e grupo 3 conforme estudos randomizados.
Idosos praticantes de hidroterapia de forma regular apresentaram melhor estado geral de saúde quando comparados a idosos sedentários, concordando com Silva et , que constataram que indivíduos considerados ativos e que praticam exercícios físicos têm melhor qualidade de vida. Todos os escores analisados foram melhores para GA (grupo ativo), sugerindo assim que a hidroterapia apresentou efeito positivo na saúde dos idosos, corroborando com Freitas et al, que avaliou os indivíduos idosos com recurso do SF-36, também encontrou melhora em todos as variáveis para o grupo de ativos. A maior participação das mulheres idosas observada neste estudo também foi relatado por Freitas et al.
Em estudo de avaliação da qualidade de vida em idosos na cidade de Santa Maria- RS e Salicio et al, um estudo abordando a prática de hidroterapia em idosos na cidade de Cuiabá-MT. Estes achados fortalecem a hipótese de que as idosas têm buscado mais a prática de exercícios físicos como recurso para o cuidado com a saúde. No presente estudo foi observado que o maior declínio da qualidade de vida dos idosos sedentários foi provavelmente devido as limitações da CF (capacidade funcional).
A melhora da autonomia, no estado de humor e nos aspectos cognitivos, gera uma resposta positiva em sintomas de depressão e ansiedade, vitalidade, bom estado geral e satisfação com aparência física, fortalece os dados encontrados que demonstraram maiores escores para os indivíduos do GA. Resultados semelhantes foram observados no estudo de Oliveira et al, 30 dos que se identificaram relatam melhora em cerca de 21% na vitalidade de idosos praticantes de dança sênior, podendo este fato ser explicado pela desenvolvimento da disposição que a atividade física oferece de forma similar, Fibra et al.
Um programa de fisioterapia aquática em idosos, observaram que a atividade física é capaz de interferir de forma positiva na qualidade de vida de idosos saudáveis, em especial no aspecto psicológico, corroborando com o presente estudo que identificou melhora da saúde mental no grupo praticante de hidroterapia. Os achados do estudo fortalecem a necessidade de um olhar mais amplo para o cuidado da saúde dos idosos, concluindo-se que a prática regular de hidroterapia favorece uma evolução significativa na qualidade de vida em idosos.
O estudo (2010) cita que foi selecionado 46 idosos, porém somente 36 completaram o estudo e foram reavaliados após o período de seis semanas de intervenção fisioterapêutica. E podemos afirmar que o estudo demonstrou que tanto um programa de resistência á fadiga dos MMII na água quanto no solo proporcionaram melhora significativa no equilíbrio estático e dinâmico. Além disso, conclui-se que o treinamento aquático de resistência muscular poderá ser usado como técnica alternativa ao treinamento convencional de fisioterapia.
Já os testes de mobilidade funcional se relacionam com estrutura e função corporal e com atividade e participação social, a participação nas atividades de hidroginástica e hidroterapia é possível observar que o grupo DCNTs tem maior concentração na faixa de tempo superior a 5 anos.
REFERÊNCIAS
1. SANTOS, Emmily. O efeito da hidroterapia na recuperação do equilíbrio e prevenção de quedas em idosos. DOSSIÊ – A Fisioterapia: As novas possibilidades de atuação na saúde coletiva. Rev. Longeviver, Ano III, n. 12, Out/Nov/Dez. São Paulo, 2021: ISSN 2596-027X
2. FREIRE, Rebeca. Efeitos de um programa aquática voltado para a prevenção de quedas em idosos de comunidade/ Effects os na aquatic program for the prevention of falls in community elders. Rev Fisioter S Fun. Fortaleza, 2016 Ago-Dez; 5(2): 33-39
3. CUNHA, Márcio. A influência da fisioterapia na prevenção de quedas em idosos na comunidade: estudo comparativo. Motriz, Rio Claro, v.15 n.3 p.527536, jul./set. 2009
4. SIQUEIRA, Alisson. Efeito de um programa de fisioterapia aquática no equilíbrio e capacidade funcional de idososRevista Saúde e Pesquisa, v. 10, n. 2, p. 331-338, maio/agosto 2017 – ISSN 1983-1870 – e-ISSN 2176-9206
5. SIEGA, Juliana. Idosos praticantes de exercícios aquáticos: um olhar biopsicossocial de acordo com a Classificação internacional de funcionalidade, incapacidade e saúde (CIF). R. bras. Qual. Vida, Ponta Grossa, v. 12, n. 2, e10989, abr./jun. 2020.
6. FRANCIULLI, Patricia. Efetividade da hidroterapia e da cinesioterapia na reabilitação de idosos com histórico de quedas. Estud. interdiscipl. envelhec., Porto Alegre, v. 20, n. 3, p. 671-686, 2015.
7. AVELAR, Nubia. Efetividade do treinamento de resistência a fadiga dos membros inferiores dentro e fora d’água, no equilíbrio estático e dinâmico de idosos. Effectiveness of aquatic and non-aquatic lower limb muscle endurance training in the static and dynamic balance of elderly people. Rev Bras Fisioter. 2010;14(3):229-36.
8. MEEREIS, Estele. Influência da hidrocinesioterapia no equilíbrio postural de idosas institucionalizadas. Motriz, Rio Claro, v.19 n.2, p.269-277, abr./jun. 2013
9. SALICIO, Marcos. Hidroterapia como recursos para melhora da qualidade de vida de idosos. Hydrotherapy as a Resource for Improve of the Elderly Life’s Quality. revista inspirar – movimento e saude. Edição 48 – Volume 18 – Número 4 – OUT/NOV/DEZ – 2018
10. TEIXEIRA, Lucas. Efeitos da hidroterapia na capacidade funcional, qualidade de vida e equilíbrio em idosos. centro universitário de lavras curso de graduação em fisioterapia, Lavras-MG 2021.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado pelos alunos do 8° semestre do curso de Graduação de Fisioterapia da Universidade Cruzeiro do Sul, Campus São Miguel Paulista.
Orientador: Uerley Magalhães Franchi