BLAINEY, GEOFFREY. UMA BREVE HISTÓRIA DO MUNDO. EDITORA FUNDAMENTOS EDUCACIONAIS. SÃO PAULO, 2008, 342 P.

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7065525


Autora:
Charlene Pereira de Jesus

Mestranda em Educação pela Universidade Federal de Sergipe. Pós-graduada em Arte e Educação pela Faculdade do Noroeste de Minas – FINOM e em Direitos Infanto-Juvenis no Ambiente Escolar pela Universidade Federal de Sergipe. Graduada em Pedagogia pela Faculdade de Ciências Humanas e Sociais – AGES. Professora das séries iniciais na rede municipal de ensino do município de Paripiranga – BA.
E-mail: professoracharlene@hotmail.com


Com o intuito de proporcionar ao leitor o conhecimento dos primeiros seres de que se tem conhecimento que habitaram a Terra, Geoffrey Blainey, Prof. Da universidade de Harvad e da Universidade de Melboure, escreveu essa obra, trazendo informações precisas da história da humanidade, mostrando as evoluções dos povos, as mudanças geográficas, o surgimento das religiões, dentre outras coisas que refletem até hoje na sociedade atual.

A obra está dividida em três partes, das quais estão subdivididas em capítulos, numa linguagem clara e contagiante, levando o leitor a fazer uma viagem interessante. A primeira parte contém treze capítulos, neles são destacados a questão da evolução humana, as descobertas feitas por eles, a capacidade que tinham de viver em harmonia com o meio ambiente, as mudanças biológicas, bem como o aumento significativo do cérebro, o surgimento da linguagem, a invenção do barco a vela, o surgimento das três religiões universais: Budismo; cristianismo; Islã.

Ao analisar o primeiro capítulo, faz-se necessário perceber, que desde o início de sua história as religiões foram usadas por alguns superiores (naquela época por reis), para camuflar situações difíceis vivenciadas pelos menos favorecidos, fazendo-os aceitá-las com naturalidade, evitando a desordem que por ventura pudesse surgir. O autor exemplifica esse fato com a seguinte passagem: “(…) As religiões universais atraíram de forma especial os imperadores que tentavam governar povos que não tinham uma coesão social” (p. 129). Ainda nessa primeira parte do livro o autor escreve sobre a ascensão de Roma, que de uma pequena cidade expandiu-se paulatinamente, no entanto, a China também se expandia e ambas acreditavam na sua civilização, achando-a superior a qualquer outra.

Na segunda parte do livro, são apresentadas em dez capítulos a história de diversos povos, entre eles alguns cristãos que esperavam a volta de Cristo ou o fim do mundo no ano 1000, esses fatos não ocorreram, um novo período milenar começou, os lugares isolados com a elevação dos mares foram reunificados, muitas doenças começaram a surgir, muitas pessoas morreram de fome ou subnutrição, peste Negra, vinda da Índia se espalhou rapidamente.

Em meio aos capítulos da segunda parte, destaca-se também a invenção do relógio, do papel, do livro e as técnicas da tipografia de Gutenberg, um tipógrafo alemão. Vale ressaltar que o trabalho dos tipógrafos era feito em cidades longínquas, os livros eram de caráter culto e não era acessível a todos, mesmo porque eram escritos em latim. Assim, a técnica da impressão permitiu de certa forma o desenvolvimento intelectual de muitos artistas e arquitetos, que encontravam uma nova forma de ver o mundo. As descobertas continuaram, Colombo aparece na história e ousou ir a procura do oriente, que até então era desconhecido por eles. Na Europa a igreja católica deparava-se com o Martinho Lutero, um questionador da venda de indulgências, assim, ele começou a traduzir a bíblia em alemão, protestava as ações errôneas da igreja católica e acreditava que as pessoas só poderiam ser salvas pela fé. As idéias de Lutero, seus protestos fizeram com que a igreja revisse suas práticas.

Nos últimos capítulos dessa segunda parte, o autor escreve sobre a fase de colonização de um novo mundo, as Américas começavam a ser exploradas, plantas, sementes, frutas, tráficos de minérios são levados para a Europa, as viagens dos navegantes pelos Oceanos revolucionavam a agricultura mundial. Geoffrey termina essa parte mostrando as mudanças ocorridas em diversos países em decorrência das descobertas desses grandes navegantes da história da humanidade.

A terceira e última parte do livro, compõe-se de oito capítulos, marcados pela luta de poderes entre os europeus, que queriam a todo custo permanecer sobre o domínio da América. Os Estados Unidos receberam o apóio da França e conseguiu se livrar da Inglaterra, logo depois os EUA ganhou a independência. Guerras pelo poder e disseminação da língua continuavam, ingleses e franceses guerreavam entre si. Enquanto isso, o deserto sofria transformações, a África exportava escravos, novas gerações afro-americanas surgiam e só após a década de 1820, a imigração africana começou a diminuir.

Esta obra ainda detalha sobre a evolução da ciência, “(…) A ciência e a tecnologia, mais do que em qualquer outro século anterior, haviam dado um grande salto adiante. Embora a Europa estivesse freqüentemente em guerra consigo mesma, também espalhava ciência, religião e civilização às florestas e desfiladeiros mais afastados” (p.258). Mesmo com tanta evolução, a escravidão ainda continuava, os americanos demoraram em contribuir com o fim dela, mesmo porque isso afetaria diretamente o setor político e econômico.

O livro mostra que a história do mundo foi marcada por guerras, luta de poderes, acreditavam eles que pela guerra conseguiriam solucionar mais rapidamente seus problemas, foi quando estourou a Guerra Mundial, nenhuma outra guerra aconteceria, no entanto, tal idéia não vingou, armamentos mais pesados eram utilizados e a disseminação da paz tornava-se mais distante de se tornar um fato real.

Uma Breve História do Mundo é uma obra magnífica, repleta de fatos interessantes, que ajudam a desmistificar ideias errôneas e/ou sem fundamentos acerca da vida e da formação dos povos. O autor foi muito ousado ao tentar contar mesmo que brevemente a História do Mundo em trezentas e quarenta e duas páginas, no entanto, a seriedade dos fatos contados nessa obra, a deixou com um valor imensurável. Portanto, a leitura desse livro é de real importância não só aos historiadores, mas também a todos aqueles que desejam compreender a história dos povos que hoje habitam o planeta Terra.