INTERVENÇÃO OSTEOPÁTICA PRECOCE EM RECÉM-NASCIDO PRÉ-TERMO E DOR EM BEBES: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA


CENTRO UNIVERSITÁRIO FAMETRO
CURSO DE FISIOTERAPIA


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Autora:
Cássia Barbosa Rocha¹;kateane Pinho Barbosa1,
Orientador:
Denilson da Silva Vera2

1Acadêmica Finalista do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário de Manaus – FAMETRO
2Fisioterapeuta Mestre; Docente do Centro Universitário de Manaus – FAMETRO


RESUMO

Artigo desenvolvido através de revisão literária, como o objetivo de avaliar a pratica osteopática como eficaz no tratamento de bebês que apresentam complicações, usando as técnicas adequadas para redução de tempo de internação, custos hospitalares e outros eventos adversos. Neste sentindo, a literatura escolhida para defesa do tema em questão, aborda os principais benefícios do método osteopático e suas contribuições, possibilitando ao fisioterapeuta conhecer as principais disfunções e sintomas dos bebês compreendendo de maneira correta como lidar, avaliar e trata-los. O estudo também visa discorrer sobre como funciona o OMT e as técnicas que os Osteopatas utilizam e como as técnicas aplicadas funcionam e oferecem maior conforto favorecendo o organismo e permitindo a recuperação mais rápida do corpo, esclarecendo como o profissional deve atuar mediando aos sintomas do bebe e como a osteopatia pediátrica é fundamental para reabilitar a saúde das crianças com ênfase nos recém-nascidos.

Palavras-chave: Osteopatia, OMT, recém-nascido, tratamento osteopático.

ABSTRACT

Article developed through literature review, with the objective of evaluating the osteopathic practice as effective in the treatment of babies who present complications, using appropriate techniques to reduce length of hospital stay, hospital costs and other adverse events. In this sense, the literature chosen to defend the theme in question, addresses the main benefits of the osteopathic method and its contributions, enabling the physiotherapist to know the main dysfunctions and symptoms of babies, understanding in a correct way how to deal with, evaluate and treat them. The study also aims to discuss how OMT works and the techniques that Osteopaths use and how the applied techniques work and offer greater comfort favoring the body and allowing a faster recovery of the body, clarifying how the professional should act mediating the baby\’s symptoms and how pediatric osteopathy is essential to rehabilitate the health of children with emphasis on newborns.

Keywords: Osteopathy, OMT, newborn, osteopathic treatment.

INTRODUÇÃO

O parto prematuro é considerado prematuro o nascimento antes da 37ª semana de idade gestacional, nascer nesse período é um risco de vida, diante disso a prematuridade é uma das principais causas de morte infantil ate os 5anos. Em comparação com recém-nascidos a termo, a probabilidade de ser afetado por problemas de saúde, atrasos no desenvolvimento e cognitivos no primeiro ano de vida é maior em bebês prematuros. (LOTTO e LINHARES, 2018)

Durante a internação dos RN nas UTINs a medicina tem se esforçado muito nos últimos anos sobre como manejar essa criança, com todos os cuidados preventivos ainda assim podem ocorrer sequelas em curto prazo como a alterações no metabolismo e catabolismo do RN, aumentando também o estresse que poderá levar a maior gasto energético e consequentemente distúrbios nutricionais e até uma possível perda de peso. (CARNEIRO et. al, 2016).

Os estudos mostram e comprovam a necessidade de melhorar os cuidados de saúde e o manejo da dor em recém-nascidos de termo e pré – termo, 90% dos recém-nascidos sofrem com condições tratáveis. Com isso o tratamento osteopático (OMT) nos primeiros dias de vida é fundamental para prevenção de assimetrias cranianas, tensões no nervo vago, refluxo, problemas de sono, cólicas, gases, irritabilidade e reduzindo tempo de internação. ( CERRITELLI, et. al, 2015)

No sentindo de proporcionar melhora no desenvolvimento do RN, inclui-se no tratamento os recursos da Intervenção Osteopática que é definida como uma pratica da medicina alternativa, que consiste no uso de técnicas de mobilização e manipulação, o que ajuda o corpo a se curar sozinho. Engloba a aplicação de procedimentos manuais que são semelhantes a massagens para ajudar na recuperação, manutenção e restabelecimento do equilíbrio entre corpo e mente.

Os estudos desenvolvidos comprovam que a intervenção osteopática possui um efeito positivo no tratamento de bebês prematuros, pois, os estímulos utilizados influenciam na redução de dias de internação fazendo com que, haja a melhora no desenvolvimento dos RN e desta forma, consolida o incentivo da aplicação dos recursos osteopáticos para o tratamento nestes casos. Embora poucos estudos que abordem o tema em questão, é correto afirmar que as literaturas que estudam e analisam a aplicação da Osteopatia registram resultados positivos e significativos.

A osteopatia (OMT) utiliza técnicas especificas que abrange mais de vinte tipos de tratamentos manuais realizados por osteopatas, entre elas estão as técnicas de TMO de escolha no tratamento de bebês prematuros são liberação miofascial, tensão ligamentar / membranosa equilibrada, fluídica indireta e ela vem trazendo benefícios para melhora do quadro clínico do bebe, ganho de peso.

De uma maneira geral a osteopatia avalia e trata todas essas funções do corpinho do bebe promovendo uma mobilidade desses tecidos, devolvendo essa função e proporcionando que ele se organize de forma natural, o tratamento costuma ser rápido e as respostas muito boas. (VARELA, 2020)

O objetivo desde estudo foi, portanto, a partir de estudos publicados em sites de busca de pesquisas acadêmicas, avaliar até que ponto a medicina osteopática é eficaz em comparação com o grupo controle na redução do tempo de permanência, custos hospitalares e eventos adversos em bebês prematuros.

METODOLOGIA

A presente pesquisa trata-se de uma revisão integrativa da literatura, com objetivo descrever acerca da temática apresentada ao longo do trabalho, que é baseada em artigos científicos. Para realizar esta busca foram utilizados os seguintes descritores: Osteopatia, recém-nascido, pré- termo, neonatal, prematuridade. A pesquisa será realizada através de um estudo de revisão de artigos sobre o tema escolhido, no qual o método de análise é de caráter quantitativo e não experimental.

Para a coleta dos artigos foram usadas as bases de dados online: MEDLINE (Literatura internacional em ciências da saúde), PUBMED (Sistema Online de busca e Analise de Literatura), PEDro, SCIELO Org (Scientific electronic library online). A busca dos artigos resultou: 30 artigos no PUBMED, 15 artigos no SCIELO, 10 MEDLINE e 5 PEDro. Dos quais, foram usados 10 artigos para a realização da revisão dessa pesquisa.

Os critérios de inclusão foram artigos datados durante o período de 2011 a 2020, artigos de revisão bibliográfica, ensaios clínicos, estudos transversais e pesquisas quantitativas. Os critérios de exclusão foram artigos posteriores ao ano de 2011 e que não fossem pertinentes diretamente ao tema proposto, como o tratamento realizado por demais profissionais e não por Osteopatas e tratamentos não vinculados ao tratamento osteopático manipulativo (OMT).

Com a base de dados escolhida, para alcançar os objetivos e realização da discussão da pesquisa, verificou-se a eficiência do tratamento osteopático manipulativo (OMT) de forma precoce em recém-nascidos era uma ferramenta com grandes benefícios conforme os estudos dos autores, comparando os dados assim expostos em cada estudo.

Figura 1. Desenho Metodológico

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RESULTADOS

A revisão foi baseada em dez artigos selecionados com os temas pertinentes aos objetivos dessa pesquisa. A tabela 1 mostra a lista dos artigos escolhida para então discussão nesse trabalho.

Tabela 2 – Intervenção osteopática precoce em recém-nascido pré-termo e dor em bebes

ANOAUTOROBJETIVOTIPO DE ESTUDORESULTADO
2011Ferreira e FerreiraAbordar as contribuições da osteopatia para crianças e mulheres no período peri e neonatal, considerando os aspectos positivos na qualidade de vida da família.Revisão Bibliográfica.Osteopatas são treinados para detectar padrões de tensão em todo o corpo todo, incluindo a coluna vertebral e crânio. Utilizam seu senso altamente desenvolvido, a palpação, para avaliar os movimentos sutis do crânio do bebê / corpo, e utilizam técnicas igualmente suaves para liberação de restrições, e para estimular nos bebês os próprios mecanismos de cura inerentes, auxiliando o retorno a estado mais equilibrado.
2014GemelliObjetivo deste estudo foi avaliar a aplicação de um POT desenvolvido para bebês de zero a um ano através de um método quantitativo.Estudo descritivo longitudinal.Entende-se que o protocolo tenha atingido os mecanismos de causa do RGE, e, portanto a associação do POT com o tratamento medicação pode ser sugerido na abordagem do RGE em bebês de zero a um ano de idade.
2017Lanaro et. alAvaliar até que ponto a medicina osteopática é eficaz em comparação com o grupo controle na redução do tempo de permanência, custos hospitalares e eventos adversos em bebês prematuros.Revisão sistemáticaA presente revisão sistemática mostrou a eficácia clínica do TMO na redução de tempo de permanência e custos em uma grande população de bebês prematuros.
2018Cupim et. alInvestigar o efeito da Osteopatia no tratamento de dores na coluna vertebralEstudo quantitativo transversalOs resultados demonstraram melhora na qualidade de vida em todos os oito domínios, sendo os Aspectos Sociais o de melhor resultado, com uma melhora de 45,000%, já o Estado Geral de Saúde obteve o menor resultado 6,667%.
2018CarvalhoAnalisar através de uma revisão de literatura a efetividade da intervenção fisioterapêutica precoce em RNPT moderado em unidades de terapia intensiva neonatalRevisão de literaturaO estudo sugeriu que a intervenção fisioterapêutica precoce possibilita o desenvolvimento motor, cognitivo, comportamental ou socioemocional dos RNPT.
2018SchneiderConstruir e analisar de maneira participativa estratégias de educação permanente e matricialmente em Osteopatia com/para profissionais da saúde, com especial atenção para a Atenção Primária a 31 Saúde e Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) do município de Florianópolis.Pesquisa quantitativaOs resultados também apontam para algumas dificuldades envolvendo o ato de diversificar as formas de aprendizagem do cuidado tanto no meio acadêmico como na subjetividade dos profissionais participantes. Isto esteve associado a um estranhamento e despreparo ao lidar com uma natural imprevisibilidade de aprendizagem por meio da vivência e compartilhamento de consultas reais e não teóricas
2020Vilagra et. alAvaliar a efetividade do tratamento manipulativo osteopático nos valores da FC, Sp02 e FR e comparar com o efeito do toque estático.Ensaio clínicoHouve significância estatística no pós-intervenção imediata, para a redução da FC para os dois grupos e para o G2 também foram identificados aumento da SpO2 e redução da FR na avaliação de 10 minutos e 24 horas pós-intervenção. Portanto, conclui-se que para neonatos, uma única intervenção osteopática pode induzir a alterações benéficas sobre os sinais vitais.
2020Valera et. alExpor o tratamento osteopático manipulativo (OMT) nos primeiros dias de vida é fundamental na prevenção de assimetrias cranianas, tensões no nervo vago, refluxo, problemas de sono, irritabilidade e reduzindo tempo de hospitalização.Revisão sintéticaO OMT em cuidados neonatais contribui na redução da duração da internação hospitalar, na resolução de problemas gastrointestinais, no manejo da dor, na melhoria da assimetria craniana, problemas relacionados à compressão nervo vago, minimizando e corrigindo disfunções somáticas e com papel importante na avaliação precoce.
2020Kaiser et. atApresentar dados descritivos de pacientes pediátricos recebendo TMO em um ambulatório de medicina neuromusculoesquelética / OMM.Pesquisa quantitativa, coleta de dados.Os registros eletrônicos de saúde revisados ​​no presente estudo revelaram dados descritivos de pacientes pediátricos que se apresentaram a uma clínica OMM; esses dados raramente foram documentados na literatura anterior. Eles podem ser usados ​​por médicos para entender melhor o papel do OMM como uma abordagem médica adjuvante pediátrica e para identificar condições a serem utilizadas em estudos de resultados futuros com base em queixas de apresentação comuns.
2020GomesEste estudo definiu dois objetivos principais: identificar os eventos adversos após a aplicação do OMT, percebendo que técnicas têm maior probabilidade de desencadeá-los, e verificar que técnicas os estudantes do Curso de Licenciatura em Osteopatia utilizam e se acautelam as eventuais contraindicações à sua utilização.Estudo exploratório quantitativo.A Scoping Review incluiu a análise detalhada de 8 artigos, onde se verificou que a prática da Osteopatia é segura para o doente. Na grande maioria das vezes em que houve reporte da ocorrência de eventos adversos, estes são menores ou moderados. Os eventos adversos major são muito raros, mas com grande impacto na vida dos doentes, sendo desencadeados, sobretudo pelas técnicas HVLA (High Velocity Low Amplitude).

Ferreira e Ferreira (2011) definem a Osteopatia como medicina osteopática que é uma abordagem holística de cuidados de saúde, centrada na pessoa a qual reconhece a importância da relação entre a estrutura do corpo e seu funcionamento. Os Osteopatas aplicam a TMO- Tratamento Manipulativo Osteopático para tratar gestantes e crianças que apresentam uma grande variedade de condições pediátricas integrando o conjunto das PICs- Praticas Interativas complementares. Neste caso, a abordagem osteopática pode reduzir significativamente as ocorrências de complicações gestacionais e diminuir o número de dias de internações de prematuros e disfunções gastrointestinais.

Em seus estudos Gemelli (2014) discorre sobre o tratamento osteopático como um direcionamento que atua nos conflitos mecânicos na região crânio-cervical, determinados por tensões musculares que geram desequilíbrios dos sistemas de controle visceral que quando alterado envia comandos alterados para os órgãos gerando sobrecarga e sintomas.

Neste caso, o desenvolvimento e aplicações de um protocolo osteopático, podem ser utilizados em bebes com refluxo, onde a osteopatia pode ser utilizada para tratar as causas do refluxo e o desenvolvimento de um protocolo de tratamento osteopático para o refluxo segue a tendência na Engenharia Biomédica onde são determinadas diretrizes em tratamentos específicos tornando-os mais eficazes ocorrendo a orientação da prática clínica dos profissionais, podendo favorecer a redução drástica de medicamentos no período da infância. (GEMELLI, 2014, APUD SANTOS ET AL, 2012).

Lanaro et. al (2017) indicam que atualmente existe 25 tipos técnicas de tratamento manipulativo manual (OMT), e são usados para tratar a DS dentro da estrutura do corpo, incluindo estruturas esqueléticas, artrodiais e miofaciais. A pesquisa foi realizada em bebes prematuros e o TMO foi realizado por osteopatas, aonde houve resultados secundários como: redução de custos, ganho de peso, morbidade, medida como eventos clínicos adversos, ou seja, efeitos colaterais respiratório e resultados de desenvolvimento neurológico de longo prazo com medicação de 1,3,6,12 e 24 meses usando testes motores e cognitivos, portanto quanto mais precoce for a intervenção OMT, maior será o beneficio para os recém-nascidos, ele traz benefícios tanto financeiros quanto demonstra ser um procedimento seguro e com desfecho de curto prazo.

Cupim et. al (2018) em seus estudos resumiram que o uso da Osteopatia como recurso fisioterapêutico para problemas na coluna vertebral era uma das ferramentas mais bem utilizadas, as técnicas de terapia manual para dores na coluna, suas filosofias, avaliações e métodos de tratamento são fundamentais na contribuição do profissional fisioterapeuta, possibilitando uma importante ferramenta, para a avaliação e tratamento das disfunções encontradas.Através da coleta de dados por um questionário que incluía quinze pacientes com idades entre 20 a 50 anos e ambos os sexos, concluiu-se que a Osteopatia ajudou na diminuição da sensação de dor dos participantes, imediatamente a qualidade de vida deles melhorou, até mesmo os que foram tratados para a dor lombar crônica. Cupim et. al (2018) finalizaram: ”A busca por estratégias contra dores na coluna lombar merece uma atenção especial por parte dos pesquisadores e clínicos, pois representam um problema de saúde, acometendo todas as classes sociais, ambos os sexos e todas as idades, em especial na fase mais produtiva da vida.”.

Valera et.al (2020) indica que o uso do tratamento osteopático manipulativo (OMT) nos recém-nascidos prematuros e a termo em UTIs são de grandes benefícios, pois com seu uso ocorre a prevenção de assimetrias cranianas, tensões no nervo vago, refluxo, problemas de sono, irritabilidade e reduzindo tempo na hospitalização, usado em cuidados neonatais contribui na resolução de problemas gastrointestinais, no manejo da dor. A Osteopatia é um sistema autônomo de cuidados de saúde baseado no diagnóstico diferencial, prevenindo e tratando disfunções somáticas sem o auxilio de fármacos. Os autores sintetizam que o tratamento manipulativo (OMT) nos primeiros dias de vida da criança era fundamental em muitos aspectos, eram utilizados várias técnicas manuais terapêuticas, algumas com objetivo de aumentar a amplitude de movimento, melhorar a função fisiológica e apoiar a homeostase que foi alterada por disfunção somática. Valera et. AL (2020) concluíram que “a atuação da Osteopatia de forma precoce tende a ter redução de tempo de internação, custo hospitalar, redução de eventos gástricos, redução das repercussões de alterações cranianas no neonato e benefícios quanto ao manejo da dor.”.

Vilagra, et. al (2020), em seu estudo discutem que a disfunção somática ou osteopática era descrita como uma restrição da mobilidade dos tecidos corporais, em recém-nascidos, suas causas e consequências são um tema de grande relevância, essas disfunções somáticas em recém-nascidos tem sido associadas à irritabilidade, sintomas respiratórios e circulatórios. Algumas relações foram estabelecidas e apresentadas em estudos sendo as mais frequentes: perímetro encefálico, ser do sexo masculino, tempo de duração do parto, posicionamento pélvico do bebê, distócia fetal, assincletismo fetal. A efetividade do tratamento manipulativo osteopático (TMO) sobre a frequência cardíaca (FC), a saturação de oxigênio (SpO2) e a frequência respiratória (FR) em recém-nascidos a termo com disfunções somáticas e com a dificuldade para mamada. Concluíram que para os neonatos saudáveis o toque estático e a TMO determinam uma redução na valoroção da FC, os resultados do estudo mostraram que o efeito imediato do TMO na FC e SpO2 em prematuros recém-nascidos, estes resultados também levantam a discussão de o Toque Estático e a TMO produzem estímulos e resposta autonômica imediata ao estímulo.

Kaiser et. AL (2020) coletaram dados de quinhentos e trinta e sete pacientes para a elaboração de seus estudos, abrangendo os que receberam o tratamento OMT, concluíram que a medicina manipulativa osteopática era considera um método seguro e muito ativo para as inúmeras condições pediátricas comumente vista nesses pacientes, o tratamento osteopático manipulativo (OMT) foi usado para tratar condições musculoesqueléticas, como torcicolo, dor no pescoço e escoliose, e condições não musculoesqueléticas, como a asma e a constipação. Assim como nos outros artigos, esse também enfatiza a redução de gastos quando usado OMT e que seus benefícios são rapidamente vistos.

Gomes 2020, em seus estudos obteve as informações de que, o tratamento manipulativo osteopático é composto por várias técnicas como as de mobilização de tecidos moles e as técnicas de mobilização articular com impulso (HVLA). Também, é composto por um conjunto vasto de várias técnicas muito diferentes entre si tanto no objetivo quanto na sua execução técnica.

Schneider (2018) faz uma análise detalhada onde desenvolve em seus estudos que, a osteopatia depende do contato manual para o diagnóstico e tratamento sendo desenvolvida de um ponto de vista clinico, ao redor do aperfeiçoamento da observação, do toque e da manipulação com as mãos do terapeuta sobre o corpo do usuário e assim, incorpora aspectos físicos, sociais, psicológicos e do contexto de vida. Os osteopatas utilizam vários modelos explicativos acerca das relações entre estes princípios e aquilo que se observa clinicamente, com o objetivo de organizar a sua racionalidade clínica, para planejar, intervir e avaliar a evolução terapêutica. Esses principais modelos, podem ser:

– O modelo biomecânico que observa a relação das estruturas anatômicas e sua disposição no espaço;

– O modelo respiratório/circulatório que se preocupa com a manutenção de ambientes extracelulares e intracelulares através do fluxo desimpedido de oxigênio e nutrientes e da remoção de resíduos celulares já metabolizados;

– O modelo neurológico que considera a influência da função neurológica proprioceptiva, da atividade de nociceptores e do sistema nervoso autônomo na manutenção das condições necessárias a autorregulação;

– O modelo biopsicossocial que reconhece as várias reações e estresses psicológicos que podem afetar a saúde e o bem-estar dos indivíduos;

– O modelo biogenético que observa a dinâmica do corpo em manter um equilíbrio entre a produção, distribuição e ganho de energia.

Essa coexistência dos modelos explicativos, bem como de uma extensa diversidade de técnicas e abordagens terapêuticas, é característica do conhecimento técnico e prático da osteopatia.

Em relação ao tratamento e intervenção osteopática nos bebes, Carvalho (2018) em seus estudos direcionados a Intervenção Fitoterápicas em Bebês, define esse tratamento como de caráter sistemático e contínuo, onde são utilizadas técnicas e recursos terapêuticos aptos para estimular todas as variáveis que estão interferindo no desenvolvimento do RN, com o intuído de melhora e favorecimento de desenvolvimento motor, cognitivo, sensorial, linguístico e social evitando e diminuindo efeitos deletérios. Falando dos recursos utilizados na intervenção são citados:

– Estimulação Tátil;

– Vestibular;

– Proprioceptiva;

– Visual;

– Auditiva.

Os recursos acima descritos favorecem o DNPM do RNPT moderado, que ocorre através de atividades motoras precoces como:

– Alongamentos;

– Mobilização Articular;

– Co-contração;

– Posicionamento Funcional na Incubadora.

Sendo assim, a intervenção fisioterápica é eficaz demonstrando que o tempo de internação hospitalar é considerado um dos principais fatores que irão contribuir para o custo da hospitalização, mas que, os tratamentos clínicos de Intervenção Osteopáticas no tratamento de RNPT moderado e deve ser sugerido o encorajamento deste recurso como um mecanismo protetor e promotor do DNPM.

DISCUSSÃO

Com os principais pontos em relação à Intervenção Osteopática, destaca-se a abordagem detalhada através dos estudos de autores que buscaram esclarecer as causas e consequências que a disfunção somática pode influenciar no RN e defendem o tratamento osteopático como um dos principais métodos eficazes para o desenvolvimento e progresso dos bebês prematuros.

Assim, Vilagra et. al (2020), enfatizam sobre a disfunção somática e as relações que foram estabelecidas e que culminaram neste problema e, de que maneira, o tratamento manipulativo osteopático- TMO possui grande efetividade de modo que possibilita a melhora sobre a frequência cardíaca (FC), saturação de oxigênio (SpO2) e a frequência respiratória (FR) concluindo esse tratamento para os neonatos saudáveis, onde o toque estático reduz a valoração da FC e o efeito vem a ser imediato produzindo estímulos e respostas rápidas.

Para compreender detalhadamente a Intervenção Osteopática, Schneider 2018 através de uma análise detalhada explica que a osteopatia é dependente do contato manual para que o diagnóstico e tratamento sejam desenvolvidos e exemplifica os modelos que são utilizados pelos osteopatas, para que haja organização e funcionalidade desde o planejamento a evolução terapêutica. E desta forma, para dar engajamento a Osteopatia e suas técnicas, Valera et, al (2020) e Cupim et, al (2018), abordam em seus estudos as técnicas utilizadas em bebes em casos específicos como problemas na coluna vertebral, refluxo e redução do tempo de intervenção e garantem que o OMT traz benefícios e possui vasta contribuição para o profissional fisioterapeuta, além dos resultados satisfatórios.

Esses estudos ocorreram através da coleta e análise de dados, evidenciando o sucesso da intervenção osteopática, pois, Lanaro et, al (2020) e Gomes (2020) discorrem sobre os tipos de técnicas existentes de OMT, mais precisamente 25 e destaca- se com grande importância a ocorrência de resultados secundários como a redução de custos. Kaiser et, al (2020) e Gramelli (2014), defendem a utilização do tratamento osteopático sendo considerado um método seguro e ativo para tratar várias condições pediátricas.

A definição da Medicina Osteopática dada por Ferreira e Ferreira (2011), reafirma que as aplicações das técnicas osteopáticas, reduzem ocorrências que podem surgir no período gestacional e diminuir os dias de internação de bebês prematuros e problemas como disfunções gastrointestinais.

Com base nas análises e resultados citados pelos autores em destaque, é correto afirmar que o OMT além de possuir eficácia, deve ganhar mais espaço para a contribuição dos avanços e desenvolvimento de RN nas condições de disfunção somática, auxiliando o fisioterapeuta no manejo das técnicas adequadas para a redução das complicações e progressos de bebês recém-nascidos prematuros.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A osteopatia é um sistema independente de cuidados de saúde que são baseados no diagnóstico diferencial, que tem como principal objetivo prevenir e tratar disfunções somáticas sem o auxílio de medicamentos. Os recém-nascidos e pré-termos tem necessidades de não apenas alcançar uma estabilidade clínica, mas como a amadurecimento de seus diversos sistemas orgânicos, o tratamento osteopático manipulativo (OMT) em seus primeiros anos de vidas fornecem técnicas que só tendem a trazer benefícios para o bebê.

A prevenção de assimetrias cranianas, tensões no nervo vago, refluxo, problemas de sono e irritabilidade, e o mais benéfico de todos é a redução de tempo na hospitalização assim como a redução de despesas médicas. Portanto a importância da pesquisa do tema é de fundamental estudo uma vez que o uso precoce do tratamento osteopático manipulativo é uma terapia sem nenhuma contraindicação.

Diante dos objetivos propostos podemos afirmar que o uso da medicina osteopática de prevenção fornece ao recém-nascido inúmeros benefícios, a realização da avaliação osteopática pode além de melhorar ou sanar os pontos já citados, como os de demais problemas alimentares digestivos (cólicas, flatulência excessiva, refluxo) igualmente como a assimetrias/dinâmicas em relação à amamentação. Adicionando também que o uso do TMO em alguns estudos também indica a estabilização da frequência cardíaca do recém-nascido quando usado juntamente o toque estático.

O profissional Osteopata auxilia na redução do tempo de internação, nas repercussões de alterações cranianas e principalmente trás benefícios quanto ao manejo da dor do recém-nascido.

Deste modo nos estudos realizados foram demonstrados que a atuação da osteopatia no âmbito neonatal tem grande impacto assistencial, emocional e financeiro, por conseguinte é de importância seu uso e estudo quanto à saúde do recém-nascido.

REFERÊNCIAS

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CERRITELLI ET. AL. Osteopathic manipulative treatment and pain in preterms: study protocol for a randomised controlled trial. Trials. 2015 Mar 8;16:84. doi: 10.1186/s13063-015-0615-3. PMID: 25872943; PMCID: PMC4362649.

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FERREIRA E FERREIRA. Contribuições da osteopatia: periodo peri e neonatal. Práticas Integrativas e Complementares em Saúde,2011.

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