Autor:
SANTOS, Flaviano,
10 período do Curso de Fisioterapia, Uninorte, Manaus.
Orientador:
Prof. Especialista, NATÁLIA GONÇALVES,
Fisioterapeuta.
RESUMO
Dentre as alterações musculares esqueléticas causadas pelas atividades diárias e exercícios físicos, é alta a incidência de inflamação da musculatura do ombro, causada por trauma direto ou indireto. A lesão muscular envolve uma série de processos teciduais. Por sua vez, o processo de cura é subdividido em três estágios: inflamação, proliferação e maturação ou remodelação. O ultrassom terapêutico é uma forma de terapia física projetada para ajudar a acelerar o processo de cicatrização usado para tratar e reparar tecidos lesados. Vários estudos têm mostrado que o uso do ultrassom pode reduzir a inflamação e promover a cicatrização dos tecidos. Objetivo: Analisar o efeito do ultrassom terapêutico no tratamento da tendinopatia do ombro e acelerar o processo de cicatrização. Por meio de pesquisa bibliográfica. Metodologia: A partir de revisões de literatura sobre o tema proposto, essas revisões são retiradas de livros, periódicos e artigos científicos indexados nas seguintes bases de dados: lilac\’s, Scielo, Medline, Pubme, etc. Resultados: foram analisados 10 artigos, dos quais apenas 4 foram utilizados. Conclusão: Realizado este artigo, foram verificados os benefícios do ultrassom na reabilitação da inflamação do tendão supraespinhal.
Palavras-chaves:tendinite, ultrassom terapêutico, supraespinhoso.
ABSTRACT
Among the skeletal muscle changes caused by daily activities and physical exercise, there is a high incidence of shoulder muscle inflammation, caused by direct or indirect trauma. Muscle injury involves a series of tissue processes. In turn, the healing process is subdivided into three stages: inflammation, proliferation and maturation or remodeling. Therapeutic ultrasound is a form of physical therapy designed to help accelerate the healing process used to treat and repair damaged tissue. Several studies have shown that the use of ultrasound can reduce inflammation and promote tissue healing. Objective: To analyze the effect of therapeutic ultrasound in the treatment of tendinopathy of the shoulder and to accelerate the healing process. Through bibliographic research. Methodology: Based on literature reviews on the proposed topic, these reviews are taken from books, journals and scientific articles indexed in the following databases: lilac\’s, Scielo, Medline, Pubme, etc. Results: 10 articles were analyzed, of which only 4 were used. Conclusion: After this article, the benefits of ultrasound in the rehabilitation of supraspinatus tendon inflammation were verified.
Keywords: tendonitis, therapeutic ultrasound, supraspinatus.
1. INTRODUÇÃO
O ombro é uma articulação de alta complexidade que conecta o tronco e os membros superiores, desempenha importante papel biomecânico nas atividades diárias e realiza exercícios de extrema importância nos membros superiores. É composto por ossos, cartilagens, ligamentos, tendões e estruturas musculares, e possui uma estrutura totalmente funcional e complexa (CERQUEIRA, 2020).
Na estrutura muscular, o manguito rotador pode ser proeminente, que é composto pelo supraespinhal, infraespinhal, subescapular e redondo menor, músculos muito fáceis de serem lesados. A lesão do manguito rotador é uma das principais causas de dor no ombro. É uma doença muito comum que afeta 30-50% da população. Portanto, é um problema de saúde comum para as pessoas e tem um impacto negativo na vida pessoal e profissional. Tem uma etiologia multifatorial, como uso excessivo de estrutura, influência mecânica, hereditariedade, idade e comorbidades (Long, 2019).
O mecanismo de lesão da tendinopatia do supraespinhal pode ocorrer devido a fatores externos e internos. Quando há impacto mecânico no espaço subacromial, comprimindo o tendão supraespinhal e a cápsula subacromial, aparecem fatores externos. A compressão contínua pode causar a alteração do acrômio tipo I, que é plano; tipo II, curvilíneo; ou tipo III, deformação em forma de gancho. Em contraste, o fator intrínseco é está relacionada à degeneração do tendão, pouca vascularização, alterações na estrutura biológica e nas propriedades mecânicas devido ao processo natural de envelhecimento, resultando em carga de tração ou lesão por cisalhamento (SANTOS; Aguiar, 2019).
No entanto, estudos mostram que o dano ao tendão supraespinhal é causado principalmente por movimentos repetitivos, causando dor crônica porque não é forte o suficiente para suportar os estresses a que está sujeito (MAGEE et al., 2013).
Em ambos os casos, o paciente sentirá desconforto e com movimentos restritos. A fisioterapia visa proporcionar aos pacientes a melhor qualidade de vida possível (GOMES, 2017).
Este estudo se faz necessário, devido ao aumento de casos de tendinopatia do supraespinhal em jovens adultos, portanto, comprovar a eficácia da fisioterapia através do uso do ultrassom terapêutico para promoção da saúde, redução da dor, melhorar a qualidade de vida e o desempenho para realizar atividades de vida diária (AVD) de forma mais eficaz e verificar se a prática dessa conduta fisioterapêutica reduz a possibilidade de intervenção cirúrgica.
O principal objetivo deste estudo é demonstrar os efeitos benéficos do ultrassom terapêutico no tratamento da tendinite do supraespinhal, por meio de revisão de literatura.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 ANATOMIA DO OMBRO
O ombro possui uma variedade de estruturas anatômicas e pode realizar diferentes movimentos. Essas estruturas trabalham juntas em um ritmo equilibrado para fornecer movimento geral do ombro para todos os planos de movimento: flexão, extensão, adução, abdução, rotação externa, rotação interna, adução e alcance horizontal (CERQUEIRA, 2020).
É composto por três estruturas ósseas: escápula, úmero e clavícula (Figura 1). A escápula tem uma estrutura triangular que dorma o corpo escapularn inclui a espinha escapular, colo escapular, acrômio, fossa glenóide e processo coracóide. A parte dorsal da escápula é dividida pela espinha escapular em fossa supraespinhal e infraespinhal, que fixam os músculos. supraespinhal e infraespinhal, respectivamente, (KADI, 2017).
O úmero tem uma forma esférica que fica na cavidade acetabular da escápula. Na área proximal do úmero, existem duas protrusões ósseas, chamadas tubérculos. O tubérculo menor está localizado no segmento anterior, e o tuberculo maior no segmento posterior, existe um espaço entre eles denominado sulco intertubercular, A clavícula está conectada à haste do esterno na região anterior do tórax por meio de uma extremidade e à escápula na área do acrômio na outra extremidade. (CERQUEIRA, 2020).
A clavícula é um osso em forma de S que está conectado à articulação esternoclavicular por dentro e à articulação acromioclavicular por fora. Apresenta variações de extrema curvatura a forma quase reta, exceto pelo aumento da espessura e da curvatura (KADI, 2017).
Figura 1 – Anatomia óssea do ombro
Ao observamos o movimento da articulação glenoumeral, devemos considerar a diferença entre o tamanho da cabeça do úmero e da glenoide, há mais uma coisa a se prestar atenção, o que se observa é a movimentação do músculo deltóide, e há uma tração no início da elevação do braço que puxa a cabeça do úmero verticalmente para cima e colide com o acrômio do coracóide, por fim tocando no acrômio. Todos esses movimentos em grande escala seriam Impossível, o que torna possível uma ampla gama de movimentos é a ação do manguito rotador e os movimentos da artrocinemática (SILVANO et al.,2016).
2.1.1 Manguito rotador
O manguito rotador é formado por quatro músculos derivados da escápula e inseridos na tuberosidade umeral: supraespinhal, infraespinhal, redondo menor e subescapular (Figura 2). esses músculos trabalham juntos para produzir estabilidade da cabeça umeral na glenóide. (CERQUEIRA, 2020)
Figura 2 – Músculos do manguito rotador.
A função do manguito rotador é estabilizar a articulação glenoumeral e alinhar a cabeça do úmero na glenóide, nutrição das articulações e suporte da cápsula. Embora não seja envolvido no manguito rotador, a cabeça longa do bíceps está localizada entre os músculos subescapular e Supraespinhal. (SILVANO et al., 2016)
O músculo subescapular origina-se da área das costal da escápula, avança sobre a articulação glenoumeral e se insere na tuberosidade pequena do úmero. O músculo supraespinhal origina-se da fossa supraespinhal da escápula e se insere na extremidade superior da tuberosidade maior do úmero. Já o músculo infraespinhal origina-se da fossa infraespinhal da escápula e insere superfície medial da tuberosidade maior do úmero.
O músculo redondo menor origina-se de dois terços da borda lateral da escápula e é inserido na tuberosidade maior do úmero. O subescapular origina-se da fossa subescapular e insere-se na tuberosidade maior do úmero. A bursa produz lubrificação local e promove um movimento suave entre as áreas próximas. (GOMES; PRISCILA; 2017).
Os músculos do manguito rotador pressionam a cabeça do úmero em direção à glenóide, portanto, aumenta sua estabilidade, tornando-a resistente ao deslizamento e translação, resultando em uma rotação separada ou em grupo. Na amplitude média de movimento, todos os estabilizadores estáticos da articulação glenoumeral está frouxa, neste caso, a estabilidade articular é garantido apenas pelo manguito rotador. O manguito rotador é independente da posição da articulação, se fortalecido pela sinergia de outros músculos ou biomecânica articular (CERQUEIRA, 2020).
Na biomecânica, o músculo infraespinhal é responsável por realizar movimentos de abdução e rotação neutra, nestes movimentos realiza o afundamento da cabeça do úmero, por outro lado, ao realizar as ações de extensão e rotação externa, torna-se um elevador. O redondo menor também realizada a rotação externa é ela e o músculo infraespinhal responsável por este mover. Na rotação externa, o músculo subescapular tem um grande efeito inibitório. No entanto, sobre os músculos infraespinhais e redondo menor, indo e voltando para abdução e rotação externa. Sua biomecânica é muito eficaz no movimento rotativo interno até o último grau deste movimento (CHAMBRIARD, et al, 2017).
O músculo supraespinhal (Figura 3) é um estabilizador considerável e compressor de cabeça umeral por participar ativamente de qualquer esporte incluindo levantamento de membros superiores. Este músculo também é responsável pela abdução do braço, mas esse movimento não é causado apenas por função dos músculos supraespinhal, o deltoide que não faz parte do manguito rotador, se faz necessário para realizar um arco completo de movimento. O músculo supraespinhal não pode realizar exercícios de abdução além do ângulo 45º, sem movimento o deltóide. Portanto, alguns autores acreditam que o supraespinhal apenas inicia o movimento de abdução. No entanto, deve-se ressaltar que, como já mencionado, esse músculo faz parte do manguito rotador desempenha uma sinergia fundamental na abdução, onde no movimento do deltóide, o músculo supraespinhal pressiona a cabeça do úmero em direção ao úmero contra cavidade escápular (MAGALHÃES, 2016).
Figura 3 – Músculo supraespinhal
2.2 TENDINITE DO SUPRAESPINHOSO
Os tendões do manguito rotador, especialmente o tendão supraespinhal, são localizado na frente do arco coracoacromial, o ombro está em uma posição neutra. Esta posição faz durante o movimento essas estruturas passarem sob o acrômio durante flexão / abdução do ombro, comprimindo a parte frontal e inferior da articulação do ombro e ligamento coracoacromial (GOMES; PRISCILA; 2017).
O tendão é uma estrutura anti-carga de aparência branca que conecta ossos e músculos. Quando um tendão sofre alguma inflamação, isso é chamado de tendinite e, como outros processos inflamatórios, eles apresentam os seguintes sinais: Dor, vermelhidão, febre e edema podem progredir para lesões microscópicas ou macroscópicas ou até mesmo ruptura. Ao contrário da nutrição muscular e do suprimento sanguíneo, os tendões são indiretamente vascularizados e nutridos, o que faz com que sua recuperação / regeneração após a lesão ocorra de forma lenta (CERQUEIRA, 2020).
O músculo supraespinhal é um dos músculos que mais sofrem sobrecarga do complexo do ombro, porque está localizado na zona crítica de fricção entre o úmero e o acrômio (Figura 4). A realização de exercícios de abdução repetitivos ou de longa duração pode causar fraqueza muscular, degeneração, calcificação, tendinite e até ruptura. A lesão do tendão do manguito rotador começa com tendinite aguda e progride para degeneração do tendão com lesão de espessura parcial evoluindo para ruptura total (SANTOS; AGUIAR, 2019).
Figura 4 – Zona de atrito do músculo supraespinhal
A tendinite é uma das patologias que levam à perda de força, levando a um grande número de incapacidades de realizar atividades cotidianas ou profissionais, principalmente aquelas que precisam elevar os membros superiores, o que exige a integridade do músculo supraespinhal . Se este músculo for limitado, tarefas simples, como pegar um objeto acima da altura do ombro de uma prateleira, podem se tornar operação complexa, afetando a função e a qualidade de vida pessoal (CERQUEIRA, 2020).
A tendinite do supraespinhal geralmente afeta indivíduos acima de 45 anos, é mais comum em mulheres, geralmente ocorre com a execução de tarefas repetitivas piorando a situação. O sintoma mais comum é a dor no ombro irradiando à inserção do deltóide e se observa funções limitadas de flexão e abdução dessa articulação, especialmente para movimento acima da cabeça. No entanto, as consequências das lesões do supraespinhal e outras lesões do manguito rotador está além do escopo clínico. Quando ocorre a lesão do supraespinhal, há limitação para realizar atividades da vida diária, como vestir-se e pentear o cabelo, interfere na pratica esportiva e no trabalho (Santos; Aguiar, 2019).
2.3 ULTRASSOM TERAPÊUTICO
Na fisioterapia, a termoterapia é geralmente classificada como calor de superfície e profundo, em ambos os casos, a transferência de calor para o tecido pode ocorrer de três maneiras diferente formas: condução, convecção e radiação. No caso de tratamento térmico profundo, suas ferramentas de tratamento (ultrassom, Microondas e ondas curtas) podem aquecer a maioria dos tecidos internos, mas têm pouco efeito nos tecidos mais superficiais. A principal forma de transferência de calor é a radiação diatérmica. Mudanças fisiológicas na aplicação do ultrassom terapêutico (UST) em tecidos biológicos, eles são tradicionalmente divididos em duas categorias: efeitos térmicos e efeitos mecânicos (não térmicos). Ambos ocorrem no corpo, mas suas respectivas proporções e tamanhos depende do ciclo de abastecimento e da intensidade de produção (SILVANO et al., 2016).
O ultrassom terapêutico é o recurso eletrofísico mais comumente usados na prática da fisioterapia para tratar dores e lesões musculoesqueléticas e promover a cura de tecido mais superficial. Este recurso usa frequências entre 0,75 e 3 MHz, a maioria dos equipamentos com frequência fixa de 1 ou 3 MHz. A frequência de 1 MHz é absorvida principalmente por tecidos com profundidade de 3 a 5 cm, por isso é recomendado para lesões em pacientes com tecido mais profundo ou tecido subcutâneo. A frequência de 3 MHz é Recomendado para danos a tecidos mais superficiais, com profundidade de 1 a 2 cm (GOMES; PRISCILA; 2017).
O ultrassom é absorvido pelo tecido e convertido em calor, o que ocorre principalmente no nível molecular, a proteína é o tecido mais absorvido. quando penetra nos tecidos, causa vibração celular (micro massagem), produzindo um aumento à permeabilidade da membrana, acelerando assim a velocidade de difusão e passagem de íons (MAIA-FILHO et al., 2011).
O efeito térmico do ultrassom é: aumentar o aporte sanguíneo local e reduzir os espasmos musculares, ganho da extensibilidade das fibras colágenas e a resposta inflamatória. No entanto, o que é mais sério é que o efeito térmico produz ondas estacionárias, podendo danificar o tecido, portanto, pode-se usar o modo pulsado e movimento contínuo do transdutor para atenuar esses efeitos durante o tratamento (GOMES; PRISCILA; 2017).
Na fisioterapia, uma frequência de 1 MHz é usada para tecidos mais profundos e uma frequência de 3 MHz é usada para tecido superficial. Essas ondas sonoras podem ser contínua ou pulsadas. A porcentagem de energia em modo pulsado pode variar de 5% a 50%, mas use o mais comum é 20%. Uma de suas vantagens é suprimir o efeito térmico, ou seja, não permitir que o calor se acumule (MAGALHÃES; MEJIA, 2013).
Os efeitos fisiológicos do aquecimento do tecido incluem: Circulação sanguínea, despolarização das fibras nervosas aferentes, afetando os nervos periféricos, aumentam a elasticidade dos tecidos ricos em colágeno, como tendões, ligamentos e cápsulas articulares e reduzem os espasmos musculares, aliviam o quadro álgico e processos inflamatórios, relaxamento, aumento do metabolismo do tecido e da permeabilidade das membranas. Os efeitos mecânicos do ultrassom terapêutico incluem: massagem, estimulação da regeneração do tecido; reparo do tecido mole, reparo do osso, fluxo sanguíneo do tecido isquêmico crônico, regeneração do tecido, síntese de proteínas, redução do espasmo, normalização do tônus, ativação do ciclo do cálcio e estimulação da fibra nervosa aferente (KAREN; LAURENTI, 2020).
3. APLICAÇÃO DO ULTRASSOM TERAPÊUTICO
Existem dois métodos de aplicação, contínuo e pulsado. Pesquisas mostram que o ultrassom pulsado estimula a quimiotaxia precoce das células células polimorfonucleares PMN, reduzindo assim o tempo do processo inflamatório. A ativação expressiva da fibroplasia confirma a capacidade de cicatrização rápida, que é presente na fase de proliferação celular, o que é extremamente importante para a formação do tecido de granulação, Incluindo fibroblastos, células inflamatórias e componentes neovasculares. Essas características foram verificadas no início da aplicação do ultrassom pulsado. A técnica de aplicação do ultrassom terapêutico é outro fator crucial para que se obtenha resultados satisfatórios. Tradicionalmente, existem três maneiras de aplicar Ultra-som: com gel; subaquático e com bolsa de água. A aplicação de gel é a mais comumente usada das três, esta técnica usa apenas a cabeça e o gel como substância de acoplamento (MAGALHÃES; MEJIA, 2013). A cicatrização de feridas é um evento complexo que envolve a interação de muitos fatores celulares e componentes bioquímicos que ocorrem espontaneamente, sem intervenção externa, no entanto, quando tratada por estimulação, tende a acontecer mais rápido, e melhora a função e o efeito estético. A possibilidade de acelerar a cicatrização das lesões são estudados por inúmeros pesquisadores. Vários estudos têm demonstrado os efeitos benéficos do ultrassom terapêutico nos processos agudo e crônico.
Ultrassom (US) de 1MH, modo pulsado, com intensidade de 0,3 w/cm², utilizado por 5 minutos. O US tem ação sobre vários tecidos, destaca-se, dentre outros, o aumento da angiogênese, do tecido de granulação, do número de fibroblastos e da síntetização de colágeno, a diminuição de leucócitos e macrófagos, nos quais já foram demonstrados o aumento da velocidade de cicatrização, a redução do número de células inflamatórias e a melhora da qualidade na formação de novos tecidos (SILVA; et al, 2017).
4. METODOLOGIA
O presente trabalho realizado por meio de um levantamento bibliográfico, do qual foi coletado, analisado e selecionado periódicos científicos, revistas e livros relacionados a ultrassom na tendinite do supraespinhal como fonte de pesquisa para realização deste estudo. Os sites especializados da Internet, especialmente o banco de dados eletrônico Scielo, foram meios utilizados para localizar as fontes de pesquisa usadas para construir este trabalho.
Os critérios de seleção de livros e artigos são: temas de saúde, Fisioterapia, tópicos relacionados a ortopedia e hipertermia, tendinopatia, anatomia e biomecânica dos músculos do ombro e supraespinhal. Após o processo de seleção da fontes pesquisadas, estes foram revisados novamente, destacou-se as partes a serem utilizadas no contexto da composição deste artigo. Em seguida, a parte destacada foi construída em uma ordem coerente do texto, para que o leitor possa entender claramente ao assunto que se refere.
5. RESULTADO E DISCUSSÃO
Com base nos achados, notou-se que a fisioterapia com ultrassom terapêutico traz benefícios aos pacientes com tendinopatia do Supraspinhoso. Esses estudos como um todo mostram resultados significativos, observando a melhora na dor, melhora na amplitude de movimento e das capacidades funcionais. Depois de selecionar os artigos, todos os materiais selecionados foram lidos e, em seguida, destacou-se as informações mais relevantes para a pesquisa, para compreender melhor e interpretar os resultados encontrados.
A tendinite do supraespinhal é um processo inflamatório do tendão do músculo supraespinhoso e constitui a chamada estrutura do manguito rotador, sua principal função é levantar e abduzir o braço, em outras palavras, uma maneira mais fácil é retirar o braço do corpo, como se estivesse em uma cruz. A tendinite do supraespinhal tem alta prevalência na população e é uma das principais patologias relacionada a LER / DORT (MAGALHÃES; MEJIA, 2013).
Este tipo de lesão com características inflamatórias é muito comum em nossa população, principalmente aquele que precisa trabalhar usando os membros superiores. Pode ser o resultado de vários fatores: Uso por períodos excessivos e prolongados; excesso de peso; golpes na área; cargos ocupado há muito tempo, entre outros. A maioria das tendinites ocorre em pessoas de meia-idade ou idosos, com a medida que envelhecemos, os tendões têm maior probabilidade de sofrer lesões. No entanto, eles também aparecem em jovens. Pessoas que praticam exercícios extenuantes e que realizam tarefas repetitivas (CERQUEIRA, 2020).
O melhor tratamento para lesões de tendão não está claramente descrito. E se Continua a investigar este problema e um dos métodos de tratamento atuais vem sendo realizado por ultrassom terapêutico, para reduzir a inflamação e promover cicatrização de tecidos.
O ultrassom é uma forma não invasiva de tratamento para reparar danos nos tecidos. O método de pulso e de baixa intensidade são os métodos mais selecionados, que podem minimizar o risco de danos nos tecidos e formação de cavitação, que pode estar associada a alta intensidade da terapia de uso contínuo (MAGALHÃES; MEJIA, 2013).
O US terapêutico pode ter efeitos benéficos em vários tecidos, destacar, entre outras coisas, a maior angiogênese do tecido de granulação, o número de fibroblastos e a síntese de colágeno, além de reduzir as células brancas do sangue e os macrófagos, promove uma cicatrização mais rápida e reduzindo o processo de inflamação e construção de novos tecidos (CERQUEIRA, 2020). Em 2016, Kirthika conduziu um estudo usando o US terapêutico para tratar tendinopatias em uma amostra de 30 pacientes, dos quais todos os pacientes participantes obtiveram resultados benefícios do ultrassom.
Silva (2016) utilizou ultrassom terapêutico (US) através dos parâmetros de 1MHZ, modo de pulso, intensidade 0,3 w/cm², por 5 minutos, constatando a melhora da amplitude de movimento, redução da dor e recuperação da função do ombro.
Yildirim et al., (2017) Avaliou as várias durações da terapia de ultrassom no tratamento conservador da tendinite do supraespinhal. 100 indivíduos: 50 com duração de 4 minutos; 50 em 8 minutos. O tratamento com ultrassom pode melhorar efetivamente a redução da dor e aumentar a função. Em termos de alívio da dor e melhora da função, a administração de ultrassom de 8 minutos é mais eficaz do que o tratamento de 4 minutos.
Barroso et al., ( 2021) Para reduzir a dor, edema e inflamação, utilizou ultrassom (US) modo pulsado na primeira visita e modo contínuo nos demais atendimentos, o tempo na área de dor utilizado foi de 5 minutos, frequência de 1MHZ. Durante os 20 dias de fisioterapia, foi observado aumento da ADM para todos os movimentos do ombro. A partir da segunda semana de tratamento, a paciente atingiu amplitude completa de flexão, extensão, abdução, adução e rotação interna. Devido ao desconforto, a rotação externa ficou limitada. Somente a partir da terceira semana, observou uma melhoria para atingir a ADM completa.
No entanto, para uma fisioterapia eficaz e segura, deve-se compreender as características operacionais do equipamento para que trabalhe com precisão em termos de intensidade, frequência, duração da aplicação, uso correto e treinamento de conscientização e manutenção do equipamento (KAREN; LAURENTI, 2020).
Nesse caso, o uso do ultrassom terapêutico é considerado uma resposta eficaz em termos de cicatrização e aceleração da regeneração de tecidos previamente lesados, porém, ressalta-se que os fisioterapeutas devem atentar-se a cada estágio da recuperação. A fim de obter uma melhor com base no uso dessa técnica fisioterapêutica, usando o modo pulsado ou contínuo, é muito importante aproveitar melhor esta técnica fisioterapêutica e conhecer profundamente todas as etapas do processo de cicatrização pela qual a lesão passa.
6. CONCLUSÃO
De acordo com os resultados obtidos, é possível verificar que o tratamentos utilizando o ultrassom terapêutico(US) pode melhorar significativamente as manifestações clínicas da tendinopatia do supraespinhoso. Autores e pesquisadores científicos vem demonstrando que usar terapia de ultrassom é prática benéfica para a reabilitação da tendinite. É por isso que existe a necessidade de compreender as várias fases do processo inflamatório, métodos de tratamento e recursos disponíveis para as melhorar o quadro clínico de pacientes.
Resultados obtidos na análise nos permite concluir que a terapia ultrassônica pode estimular a cicatrização, o que pode acelerar a reparação do tecido em diferentes estágios, e é possível aumentar a velocidade cicatricial.
O objetivo da fisioterapia para tendinite supraespinhal é reduzir o quadro álgico, reduzir a inflamação, restaurar a integridade fisiológica, restaurar a força dos músculos afetados e permitir que o paciente se reintegre às atividades da vida diária. Portanto, a fisioterapia desempenha um papel muito importante no tratamento da tendinite, porque durante o período de aplicação, o ultrassom produzirá efeitos biológicos de curto e longo prazo, ressaltando que o tempo de cicatrização dos músculos e do epitélio sejam respeitados, e o ultrassom seja aplicado de maneira adequada.
Embora resultados positivos tenham sido encontrados em todos os estudos analisados, considerando as dificuldades encontradas na busca de artigos recentes sobre o tema, reitera-se que mais pesquisas sobre o tema são necessárias.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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