AUTORES:
AMANDA A. L. N. DE QUEIROS1,
ADRIELLI BRITES-FERREIRA2,3,
ELIANE O. GUEDES-AGUIAR3,4,5
BRUNO B. MONTEIRO-OLIVEIRA2,3,5
1 Programa de Pós-graduação Fisioterapia em Uroginecologia e Obstetrícia da Interfisio/Faculdade Redentor.
2 Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental, Faculdade de Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
3 Laboratório de Vibrações Mecânicas e Práticas Integrativas, Departamento de Biofísica e Biometria e Policlínica Américo Piquet Carneiro. Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
4 Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro 20551-030, Brasil
5 Faculdade Bezerra de Araújo. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Resumo
Contextualização: A dispaurenia é uma condição na qual a mulher se queixa de dor ou desconforto persistente ou recorrente associado à tentativa de penetração vaginal completa. A reabilitação do assoalho pélvico é uma abordagem multidisciplinar na qual a fisioterapia pélvica está inserida e de extrema importância na redução dos sinais e sintomas e consequentemente é possível melhorar da qualidade de vida. Objetivo: O objetivo dessa revisão narrativa foi avaliar os efeitos do tratamento fisioterapêutico pélvico na qualidade de vida em mulheres com diagnóstico de dispaurenia. Método: As buscas foram realizadas em três bases de dados: Pubmed, Scopus e Embase no dia 14 de julho de 2021. As palavras-chave de busca foram (((dyspareunia pelvic) or (dyspareunia)) AND (physiotherapy)) and (quality of life))). Resultados: Identificou-se um total de 192 artigos, dos quais foram incluídos 4 estudos. O nível de evidência foi de II para um estudo, III-2 para um estudo e III-3 para dois estudos. Conclusão, o tratamento fisioterapêutico pélvico se demostrou eficaz na melhoria da qualidade de vida em mulheres com dispaurenia pois reduz a dor, aumenta a força dos músculos do assoalho pélvico, aumenta a atividade e satisfação sexual, contudo, é necessário realizar mais estudos para reforçar os achados relatados.
Palavras-chave: Fisioterapia pélvica, treinamento da musculatura do assoalho pélvico, dispaurenia, qualidade de vida, saúde feminina
Abstract
Background: Dyspaurenia is a condition in which a woman complains of persistent or recurrent pain or discomfort associated with attempted full vaginal penetration. Pelvic floor rehabilitation is a multidisciplinary approach in which pelvic physiotherapy is inserted and is extremely important in reducing signs and symptoms and, consequently, it is possible to improve quality of life. Objective: The aim of this narrative review was to evaluate the effects of pelvic physical therapy treatment on the quality of life of women diagnosed with dyspaurenia. Method: Searches were performed in three databases: Pubmed, Scopus and Embase on July 14, 2021. The search keywords were (((dyspareunia pelvic) or (dyspareunia)) AND (physiotherapy)) and (quality of life))). Results: A total of 192 articles were identified, of which 4 studies were included. The level of evidence was II for one study, III-2 for one study and III-3 for two studies. Conclusion: Pelvic physical therapy treatment has been shown to be effective in improving the quality of life in women with dyspaurenia as it reduces pain, increases the strength of the pelvic floor muscles, increases sexual activity and satisfaction, however, it is necessary to carry out more studies to reinforce the reported findings.
Keywords: Pelvic physiotherapy, pelvic floor muscle training, dyspaurenia, quality of life, female health
1 – INTRODUÇÃO
A disfunção sexual feminina é uma condição altamente prevalente que abrange quatro domínios primários: transtorno do desejo sexual hipoativo, transtorno da excitação, transtorno orgástico e transtorno de dor sexual (FOSTER; MEARS; GOLDMEIER, 2009).
O termo \”dor sexual” implica uma qualidade exclusivamente sexual para a experiência da dor, caracteriza dispareunia (PUKALL et al., 2005) a presença de uma condição dolorosa que interfere na função sexual (BASSON et al., 2004) e na qualidade de vida (GIL et al., 2009). Pode ter um impacto significativo na saúde física e mental, levando à depressão, ansiedade (LATTHE et al., 2006), hipervigilância à dor, imagem corporal negativa (WEINBERGER et al., 2019) e baixa autoestima.(PAZMANY et al., 2013) Portanto, o gerenciamento imediato é fundamental para tratar essa condição.
Dispareunia é queixa de dor ou desconforto persistente ou recorrente associado à tentativa de penetração vaginal completa e pode ser categorizada em superficial, profunda, pós-operatória e com movimento vaginal peniano. (ROGERS et al., 2018).
Os estudos publicados sobre dispareunia relatam uma prevalência na população mundial feminina de 34% a 46% (MARIN et al., 2000), no entanto, devido às diferenças culturais, a prevalência de dispareunia é muito diferente em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento. Em um estudo no Irã com 319 mulheres, entre as idades reprodutivas de 15 e 49 anos, 54,5% das mulheres tinham dispareunia (SOBHGOL; ALIZADELI CHARNDABEE, 2007). Em uma revisão sistemática de 2016 no Brasil, a prevalência de dispareunia variou de 1,2% a 56,1%. (WOLPE et al., 2017).
A etiologia da dispareunia abrange condições estruturais, inflamatórias, infecciosas, neoplásicas, traumáticas, hormonais e psicossociais (BASSON et al., 2004; LATTHE et al., 2006), incluindo cistite intersticial, aderências, violência sexual ou abuso sexual. (POLLAND et al., 2019) Devido à sua etiologia multifatorial, uma abordagem multidisciplinar composta por uma equipe de ginecologia, fisioterapia, tratamento da dor, terapia sexual e profissionais de saúde mental especializados em dor crônica (CARE, 2016) tem se mostrado benéfica no tratamento da dispareunia.
A reabilitação do assoalho pélvico (AP) tem mostrado resultados promissores no tratamento da dispareunia (FOSTER; MEARS; GOLDMEIER, 2009) e o tratamento fisioterapêutico do AP é uma abordagem fundamental para o tratamento para dispareunia. (GHADERI et al., 2019; ROSENBAUM, 2005).
Os elementos musculoesqueléticos do AP desempenham um papel importante na dispareunia. É reportado pelos estudos que os músculos do assoalho pélvico (MAPs) apresentam redução da força muscular e hiperatividade simultaneamente na dispareunia. (GOLDFINGER et al., 2009; PIASSAROLLI et al., 2010).
Técnicas manuais incluem alongamento, liberação miofascial, pressão, facilitação neuromuscular proprioceptiva e massagem aplicada externamente no períneo e internamente para aumentar a flexibilidade, liberar tensões musculares e pontos de gatilho nos MAPs, (ROGERS et al., 2018) melhorando a consciência dos MAPs, normalizando a hiperatividade e aumento da força dos MAPs (MONTENEGRO et al., 2008).
O agulhamento a seco é uma técnica na qual o profissional introduz agulhas de acupuntura nos pontos-gatilho de dor (KAMANLI et al., 2005), outra técnica é a aplicação de anestésicos locais, geralmente lidocaína, dirigida por palpação do ponto-gatilho de dor, pode ser externa ou transvaginal (ALSHIEK et al., 2020) e a aplicação da toxina botulínica tipo A, um potente relaxante muscular, em pontos-gatilho de dor refratários para reduzir a dor pélvica (ZOOROB et al., 2015).
O treinamento dos músculos do assoalho pélvico (TMAP) é recomendado pela International Continence Society como uma forma de prevenir e tratar a disfunção dos MAPs, dada a natureza minimamente invasiva e baixo potencial para complicações (FRAWLEY et al., 2021). O TMAP com ou sem biofeedback: podem melhorar a função sexual em mulheres com distúrbios do AP ou dor (ROGERS et al., 2018).
A abordagem fisioterapêutica é um recente tratamento das disfunções sexual feminino, e o fisioterapeuta é um membro importante da equipe multidisciplinar, tendo como objetivos avaliar, prevenir e tratar as doenças sexuais (MENDONÇA; AMARAL, 2011). O fisioterapeuta traz informações que na grande maioria é desconhecida pelas mulheres informando-as sobre a anatomia, funcionalidade e sobre a importância da saúde sexual (MARIANI, 2002). O tratamento proporciona a melhora da saúde e função sexual que resultaria em melhor bem-estar, qualidade de vida e autoestima das mulheres (EFTEKHAR et al., 2014).
O objetivo dessa revisão narrativa é avaliar os efeitos do tratamento fisioterapêutico pélvico na qualidade de vida em mulheres com dispareunia.
2 – METODOLOGIA
A revisão foi relatada com base nas diretrizes do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analysis (PRISMA) (LIBERATI et al., 2009).
Métodos de pesquisa para identificação de estudos.
Os bancos de dados online Scopus, Pubmed e Embase foram acessados para pesquisa no dia 14 de julho de 2021 e para as buscas foram utilizados os seguintes descritores de busca (((dyspareunia pelvic) OR (dyspareunia)) AND (physiotherapy)) AND (quality of life))). Cada título e resumo foi avaliado de forma independente por dois autores (AALNQ/AB-F) se houvesse algum conflito um terceiro revisor decidiria de forma independente (BBMO).
As palavras-chave foram utilizadas na pesquisa foram definidas através da estratégia PICO, onde P – mulheres com dispareunia, I – fisioterapia pélvica, C – sem restrições de comparações permitindo comparações com placebo, cuidados habituais ou intervenção e O – qualidade de vida.
Critérios de elegibilidade.
2.1 Critérios de Inclusão
Estudos foram considerados elegíveis quando analisaram os efeitos do tratamento fisioterapêutico pélvico na qualidade de vida em mulheres com diagnóstico de dispareunia, não houve restrição de ano e foram incluídos artigos nos idiomas inglês e português do Brasil.
2.2 Critérios de exclusão
Os critérios de exclusão permitiram a eliminação de publicações desnecessárias. As exclusões dos artigos foram: (a) com desfechos não relacionados a mulheres com dispareunia; (b) tratadas com outra técnica sem ser fisioterapia pélvica; (c) resenhas ou resumos, livro de cartas, comunicações breves, editoriais, congresso e respostas; (d) publicado em um idioma diferente do inglês e português.
2.3 Coleta e análise de dados
Todas os artigos duplicados foram removidos. A revisão foi conduzida seguindo quatro fases: (i) registros foram identificados por meio de pesquisa de banco de dados e triagem de referência (Identificação), (ii) dois revisores (AALNQ/AB-F) examinaram independentemente títulos e resumos e estudos irrelevantes foram excluídos com base em critérios de elegibilidade (Triagem), (iii) textos completos relevantes foram analisados para elegibilidade (Elegibilidade), e todos os estudos relevantes foram incluídos na revisão narrativa e (4) a discordância foi resolvida por um terceiro revisor (BBMO). Os mesmos pesquisadores foram responsáveis pela extração de dados dos estudos incluídos.
Para avaliar o nível de evidência de cada publicação foi utilizado o National Health and Medical Research Council (NHMRC) (MERLIN et al., 2009) como está definido na Tabela 1.
Tabela 1
Nível de Evidência | Definição |
I | Revisão sistemática de estudos de nível II. |
II | Ensaio clínico randomizado. |
III-1 | Ensaio pseudo-randomizado controlado (alocação alternativa, como um estudo cruzado ou algum outro método semelhante). |
III – 2 | Estudo comparativo com controles concorrentes (ensaio experimental não randomizado, estudo de coorte, estudo de caso-controle, série temporal interrompida com um grupo controle). |
III – 3 | Estudo comparativo sem controle concorrente (controle histórico, dois ou mais estudos de braço único, séries temporais interrompidas sem um grupo de controle paralelo). |
IV | Série de casos com resultados pós-teste ou pré-teste/pós-teste. |
Dados relativos às informações dos estudos autor e ano, dados demográficos (tamanho da amostra, média da idade), protocolo, tratamento fisioterapêutico, resultados e nível de evidência foram extraídos conforme demostrado na tabela 2.
Tabela 2 | |||||
Autor ano | População | Protocolo | Tratamento Fisioterapêutico | Resultados | NE |
Piassarolli et al., 2010 | 26 mulheres Idade média 30,5 5,4 anos IMC médio 25,7 ±4,9 kg/m2 | 10 sessões 1 ou 2 x sem. 50 min. Foram avaliadas antes, após 5 sessões e a após 10 sessões | MAP 10 posições DD, DL e DV; posição de quatro apoios; sentada na cadeira e na bola; e em pé de frente ao espelho. Cada posição, cinco contrações fásicas (rápidas) e 5 contrações tônicas (sustentadas) por 10 s, com um período de relaxamento de 10 s entre cada contração, totalizando, ao final de cada sessão, cerca de cem contrações. As pacientes recebiam uma cartilha com orientações, contendo explicações dos exercícios praticados para serem realizados uma vez ao dia em casa. | Palpação vaginal bidigital / avaliação da força do MAP houve aumento da força com 69% das mulheres apresentando grau 4 ou 5 na avaliação final e melhora total das queixas sexuais. EMG intravaginal as amplitudes das contrações fásicas e tônicas aumentaram significativamente (p<0,0001) ao longo do tratamento. FSFI foi observada melhora significativa (p<0,0001) dos escores ao final do tratamento quando comparado às avaliações inicial e intermediária. | III – 3 |
Juraskova et al. 2013 | 25 mulheres com dispaurenia e sobreviventes de câncer de mama Idade média 51±7,5 anos | O treinamento de relaxamento de MAP realizado por um fisioterapeuta nas sem. 0 e 4, com acompanhamento nas sem. 12 e 26. | MAP 2 x ao dia, hidratante vaginal 3 x / sem. Azeite de oliva como lubrificante durante a relação sexual questionário. | Houve reduções significativas na pressão de MAP e a atividade elétrica para menos do que o inicial leituras de repouso, indicando a eficácia do treinamento de relaxamento MAP. Manometria (p<0,001) e sEMG (p0,001) medições, respectivamente, ao longo dos 4 momentos. VAS-DYS Os efeitos foram estatisticamente significativos, indicando que as mudanças na dispareunia foram curvilíneas durante o período de acompanhamento de 26 sem. SAQ – Houve um aumento gradativo na atividade sexual das mulheres ao longo do estudo com 6/25 mulheres (24%) relatando inatividade sexual na sem. 4; 21/02 mulheres (10%) na sem. 12; e apenas 1/16 mulheres (6%) na conclusão do estudo. FSFI – A pontuação média de satisfação sexual gradualmente aumentou após a linha de base, com máximo benefício alcançado em 12 sem. que foi mantido depois disso. FACT-B efeitos foram estatisticamente significativos, indicando que o curso da qualidade dos escores de vida foi curvilínea durante as 26 sem. período de acompanhamento. A qualidade de vida aumentou a partir da linha de base, com benefício máximo observado em 26 sem. | III-3 |
Farzana et al. 2017 | 30 mulheres com dispareunia superficial pós-natal. Idade (25 – 35 anos) | Grupo A receberam o tratamento de terapia de US. Tratamento 5 min. para cada sessão, 3 x por sem. e um total de 8 sessões. Grupo B foi tratado pela mobilização de cicatriz. Tratamento 3 min. 3 x por sem. durante 3 sem. | Grupo A foram tratados com US. O paciente permaneceu na posição de DL, com a perna estendida e a coxa dobrada para cima e apoiada em um travesseiro. A cabeça do US é coberta com um preservativo, o gel é aplicado dentro e fora do preservativo e o tratamento é feito diretamente sobre a área da episiotomia. Os parâmetros são a F de 3 MHz, a uma I 0,5 W/cm2 com intervalo de pulso de 1: 1. Grupo B foram tratados com mobilização de cicatriz foram submetidos ao procedimento na posição deitado na cama com as pernas abduzidas. O fisioterapeuta deve usar o dedo indicador e o polegar enluvados, aplicar pressão para baixo na parede posterior e, em seguida, manter a pressão para baixo por 1-3 minutos. Em seguida, comece a oscilação suave em todas as direções. | A terapia de US e a mobilização da cicatriz mostram um resultado estatisticamente significativo na redução da dor (EVA) e na melhora da função sexual (FSFI). | III– 2 |
Schvartzman et al 2019 | Grupo MAP 21 mulheres Idade média 51.9 ± 5.3 anos IMC médio 25.4 ± 3.4 kg/m2 Grupo RL 21 mulheres Idade média 50.6 ± 4.7 anos IMC médio 25.8 ± 3.2 kg/m2 | O grupo de TMAP teve 3 sessões iniciais de tratamento envolvendo as etapas: avaliação da função MAP; Termoterapia; liberação miofascial de pontos de gatilho e exercícios. Nas 2 sessões finais de tratamento, biofeedback de EMG. 5 sessões/ 1h. RL recebeu calor na RL com liberação miofascial. 5 sessões/1 h. | PFMT New PERFETC scale para planejar a rotina de exercícios para o dia, infravermelho para MAP, liberação miofascial de pontos de gatilho de MAP, diafragma abdominal, piriforme e músculos iliopsoas e exercícios contração e exercícios de relaxamento guiados por New PERFECT score. RL Infravermelho na lombar com liberação diafragma, piriforme e músculos iliopsoas, sem envolvimento dos MAP. | Os escores de dor no grupo TMAP diminuíram de 7,77 ± 0,38 para 2,25 ± 0,30; e no grupo LB de 7,62 ± 0,29 a 5,58 ± 0,49. FSFI foram maiores nos domínios do desejo, satisfação e dor, e na pontuação geral, com diferenças significativas entre as avaliações inicial e final no PFMT, bem como no grupo RL. QoL demostrou redução pós-tratamento na menopausa e saúde, sexual ciclo de resposta e pontuações gerais, com diferenças significativas entre as duas avaliações no TMAP, bem como no grupo RL. | II |
Abreviações: Cervantes QoL Scale (QoL), decúbito dorsal (DD), decúbito lateral (DL), decúbito ventral (DV), eletromiografia (EMG), escala visual analógica (EVA), frequência (F), Female Sexual Function Index (FSFI), hora (h), índice de massa corporal (IMC), intensidade (I), minuto (min), músculos do assoalho pélvico (MAP), nível de evidência (NE), Quality of Life and Satisfaction Outcomes Cancer-Related Quality of Life (FACT-B), região lombar (RL), segundo (s), semana (sem), Sexual Activity Questionnaire (SAQ), Sexual Satisfaction (FSFI), treinamento dos músculos do assoalho pélvico (TMAP), ultra som (US), Visual analogue score pain assessment of dyspareunia (VAS-DYS).
3 – RESULTADOS
Foram identificados 192 artigos relevantes por meio de uma busca em banco de dados, após a remoção de 74 duplicatas, 118 estudos foram identificados. Durante o processo de triagem, 114 publicações foram excluídas por não estarem relacionadas ao tema abordado pela pesquisa, que não trataram mulheres com dispareunia, revisões narrativas ou sistemáticas e meta-análise, resumo de congresso e cartas ao editor. Finalmente, 4 artigos foram incluídos na revisão narrativa. A Figura 1 mostra o resumo do processo.
Figura 1
Nessa revisão narrativa foram avaliadas 123 mulheres com diagnóstico de dispareunia sendo todas classificadas como adultas com idade variando 25 a 51 anos. O estudo de Piassarolli et al., 2010 (PIASSAROLLI et al., 2010) avaliaram vinte e seis mulheres com média de idade de 35+/- 5,4 anos com DSF incluindo a dispareunia, Juraskova et al., (JURASKOVA et al., 2013) avaliou em vinte cinco mulheres com dispareuna e sobreviventes do câncer de mama com média de idade de 51+/- 7,5 anos, Farzana et at., 2017 (MARIYAM FARZANA; PONMATHI; SIVAKUMAR, 2017) avaliou trinta mulheres com idade entre 25 e 35 anos com dispareunia superficial pós-natal e Schvantzaman et al., 2019 (SCHVARTZMAN et al., 2019) avaliou 42 mulheres com idade média de 51+/- 5,3 anos no grupo que fez intervenção fisioterapêutica para TMAP e 50,6+/- 5,3 anos em mulheres que só realizaram tratamento fisioterapêutico para região lombar sem interferir na MAP.
As técnicas utilizadas para o tratamento da dispareunia foram TMAP (JURASKOVA et al., 2013; PIASSAROLLI et al., 2010; SCHVARTZMAN et al., 2019), ultrassom e mobilização na cicatriz do parto (MARIYAM FARZANA; PONMATHI; SIVAKUMAR, 2017), hidratação com gel vaginal (JURASKOVA et al., 2013), uso de óleo de oliva para utilizar durante o ato sexual (JURASKOVA et al., 2013), termoterapia (SCHVARTZMAN et al., 2019) e liberação miofascial pélvica (SCHVARTZMAN et al., 2019).
Piassarolli et al., 2010 (PIASSAROLLI et al., 2010) prescreveram o TMAP por dez semanas com uma ou duas consultas por semana com duração de cinquenta minutos e utilizaram cartilha na qual a paciente foi orientada realizar TMAP uma vez ao dia. A avaliação foi realizada em três momentos específicos: no início do tratamento, na quinta e na décima consulta fisioterapêutica, Juraskova et al., 2013 (JURASKOVA et al., 2013) prescreveram quatro semanas de tratamento e os pacientes foram acompanhados na décima segunda e vigésima sexta semana. As pacientes realizaram duas vezes TMAP, uso do hidratante vaginal três vezes por semana e durante o ato sexual foram orientadas a utilizar óleo de oliva. Farnaza et al.,2017 (MARIYAM FARZANA; PONMATHI; SIVAKUMAR, 2017) dividiram as pacientes em dois grupos, o grupo A foi tratada com ultrassom na ferida com frequência de 3 MHz, a uma intensidade de 0,5 w/cm2 com intervalo de pulso de 1: 1 por cinco minutos três vezes por semana totalizando oito semanas de tratamento e o grupo B foi tratado com mobilização da cicatriz com movimentos específicos por três minutos, três vezes na semana durante três semanas. Schvartazman et al., 2019 (SCHVARTZMAN et al., 2019) dividiram as pacientes em dois grupos, o primeiro foi tratado com cinco sessões de uma hora do TMAP, liberação miofascial e termoterapia e o outro grupo recebeu termoterapia e liberação miofascial para região lombar.
As variáveis avaliadas sobre qualidade de vidas foram: Female Sexual Function Index (FSFI) que foi utilizada por 4 estudos (JURASKOVA et al., 2013; MARIYAM FARZANA; PONMATHI; SIVAKUMAR, 2017; PIASSAROLLI et al., 2010; SCHVARTZMAN et al., 2019), um estudo (JURASKOVA et al., 2013) utilizou o questionário QoL, Quality of Life and Satisfaction Outcomes Cancer-Related Quality of Life (FACT-B), um estudo (JURASKOVA et al., 2013) utilizou o questionário Sexual Activity Questionnaire (SAQ) , um estudo (JURASKOVA et al., 2013) utilizou a Visual analogue score pain assessment of dyspareunia (VAS-DYS) e um estudo Cervantes QoL Scale foi utilizando por apenas um estudo (SCHVARTZMAN et al., 2019).
O nível de evidencia variou entre II e III – 3 sendo que o II foi reportado em no estudo de Schvartzman et al., 2019 (SCHVARTZMAN et al., 2019), II-2 foi reportado no estudo de Farzana et al., 2019 (MARIYAM FARZANA; PONMATHI; SIVAKUMAR, 2017) e III-3 foi reportado nos estudos de Juraskova et al., 2013, e no Piassarolli et al., 2010. (JURASKOVA et al., 2013; PIASSAROLLI et al., 2010).
4 – DISCUSSÃO
O objetivo dessa revisão narrativa é de avaliar os efeitos do tratamento fisioterapêutico pélvico na qualidade de vida das mulheres com diagnóstico de dispaurenia. Após analisar os estudos incluídos, considerando as limitações e as heterogeneidade das prescrições do tratamento fisioterapêutico, os resultados sugerem que o tratamento fisioterapêutico pélvico é capaz de aumentar a força dos MAP, reduzir a dor, aumentar a atividade e satisfação sexual r consequentemente pode se concluir que a qualidade de vida das mulheres com diagnóstico de dispareunia é aumentada.
O FSFI apresentou melhora em todos os estudos (JURASKOVA et al., 2013; MARIYAM FARZANA; PONMATHI; SIVAKUMAR, 2017; PIASSAROLLI et al., 2010; SCHVARTZMAN et al., 2019) após intervenção fisioterapêutica e de Silva et al., 2017 (SILVA et al., 2017) avaliaram os pontos de gatilho de dor em mulheres com dispaurenia e dividiu em dois grupos (D dispareunia causada por dor nos MAPs e grupo DPC com dor crônica pélvica) e foi prescrito massagem transvaginal pela técnica de Thiele por um período de cinco minutos, uma vez por semana durante quatro semanas e após esse período reportado a melhora significativa em do quadro de dispareunia de acordo com a EVA e o Índice de Dor de McGill (p <0,001) A função sexual, do grupo D apresentou melhora em todos os aspectos da função sexual. Franco et al., 2021 (FRANCO et al., 2021) não reportaram melhora após doze semanas de treinamento dos MAPs em mulheres com diagnóstico de menopausa e disfunção sexual na FSFI porém houve melhora nas sem disfunção sexual no grupo intervenção.
Schvartzman et al., 2019b (SCHVARTZMAN et al., 2019), utilizaram um protocolo de TMAP baseado no New PERFECT, e reportou melhora significativa na queixa de dor, na qualidade de vida e na função sexual para tratar a dispareunia em mulheres climatéricas. No final do estudo também se observou uma melhora na função de contrair e relaxar e o sinergismo dos MAPs.
Ghaderi et al., 2019 (GHADERI et al., 2019) mostrou que o programa de reabilitação do AP melhorou a dor genitopélvica, a função sexual, a força do MAP e a resistência em mulheres com dispareunia sintomática. Os participantes do grupo experimental receberam dez sessões de tratamento, uma vez por semana e durante três meses e fizeram exercícios progressivos para os MAPs em casa todos os dias. O programa de reabilitação do AP consistia em biofeedback digital, técnicas manuais intravaginais, TMAPs supervisionados e eletroterapia. Os resultados confirmam as propostas de Kegel que já acreditava, em 1952, que o desuso, a debilidade e a hipotonicidade dos MAP contribuíam para a incapacidade orgástica e que a reabilitação e o fortalecimento desses tinham efeito positivo na vida sexual de mulheres (KEGEL, 1952).
Juraskova et al., 2013 (JURASKOVA et al., 2013) utilizaram uma nova e simples intervenção não hormonal. A combinação de exercícios de relaxamento dos MAPs, azeite de oliva como lubrificante e um hidratante vaginal à base de policarbófilos (Replens®) foi considerada uma intervenção aceitável e viável. Os participantes relataram melhorias significativas na dispareunia, atividade sexual e satisfação sexual no primeiro mês do estudo, com benefícios máximos observados na semana doze da intervenção. Herbenick et al., 2014, (HERBENICK et al., 2014) recomendaram a aplicação de lubrificante vaginal durante a atividade sexual ou hidratantes vaginais como manutenção pode auxiliar nos sintomas atróficos e dispareunia. Ferguson, Hosmane, Heiman, 2010 (FERGUSON; HOSMANE; HEIMAN, 2010) apoiam a eficácia do óleo de massagem feminino aplicado na vulva antes da atividade sexual, relatam uma melhora no tratamento da disfunção sexual, incluindo excitação e orgasmo. Langlais et al., 2017 (LANGLAIS et al., 2017) apoiam a hipótese de que a aplicação de um creme a base de estrogênio para a mucosa do vestíbulo vulvar, poderia reduzir potencialmente a dispareunia superficial, melhorar satisfação, e diminuir a eritema vulvar.
Os efeitos da terapia de ultrassom sobre a cicatriz complicada da episiotomia é pouco explorada na literatura pois os estudos são escassos. Mariyam, Ponmathi, Sivakumar, 2017b (MARIYAM FARZANA; PONMATHI; SIVAKUMAR, 2017) foi um dos primeiros estudos a comparar a mobilização da cicatriz e a ultrassonografia na dispareunia superficial. Os autores concluíram que a terapia de ultrassom e a mobilização da cicatriz mostram um resultado positivo na redução da dor e na melhora da função sexual em mulheres com dispareunia superficial. A revisão sistemática de Hay-Smith, 2009 (HAY-SMITH, 2009) avaliou os efeitos do ultrassom terapêutico no tratamento da dor perineal aguda, dor perineal persistente ou dispareunia, ou ambos, após o parto e conclui que mulheres tratadas com ultrassom foram menos propensas a relatar dor durante a relação sexual em comparação com o grupo de placebo.
A força dessa revisão narrativa foi demostrar os efeitos do tratamento fisioterapêutico pélvico na qualidade de vida em mulheres com dispaurenia.
Embora importantes achados tenham sido apresentados, algumas limitações desta revisão narrativas devem ser consideradas, por exemplo, a utilização de apenas três bases de dados, sendo necessária a utilização de mais bases de dados para avaliação dos artigos e, assim, melhorar a qualidade desta revisão, pois há uma escassez de estudos avaliando o efeito do tratamento fisioterapêutico na qualidade de vida em mulheres com diagnóstico de dispareunia. Embora alguns termos de pesquisa sejam usados, uma estratégia de pesquisa mais ampla com a adição de outros descritores poderiam ter sido usada para fornecer mais resultados. A necessidade de avaliar a qualidade metodológica e risco de viés para avaliar a qualidade dos estudos selecionados. Além disso, os trabalhos incluídos mostram heterogeneidade nos protocolos utilizados, questionários e a etiologia dessa condição.
5 – CONCLUSÃO.
Em conclusão, a revisão avaliou os efeitos do tratamento fisioterapêutico na qualidade de vida em mulheres com dispaurenia. O tratamento foi eficaz, pois aumentou a força do MAPs, reduziu a dor, aumentou a atividade e satisfação sexual e consequentemente, melhorou a qualidade de vida dessa população
6 – REFERÊNCIAS.
ALSHIEK, J. et al. Vaginal Energy Based Devices – AUGS Clinical Consensus Statement. Female Pelvic Medicine & Reconstructive Surgery, v. 26, n. 5, p. 287–298, 2020.
BASSON, R. et al. Revised definitions of women’s sexual dysfunction. Journal of Sexual Medicine, v. 1, n. 1, p. 40–48, 2004.
CARE, O. P. Persistent Vulvar Pain. The American College of Obstetricians and Gynecologists, v. 128, n. 666, p. 6, 2016.
EFTEKHAR, T. et al. Efeito da comparação da fisioterapia com a cirurgia na função sexual em pacientes com distúrbio do assoalho pélvico: v. 12, n. 1, p. 7–14, 2014.
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