ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA EM PACIENTES COM COVID-19.

PERFORMANCE OF RESPIRATORY PHYSIOTHERAPY IN PATIENTES WITH COVID- 19

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Eliane Santos Lima

Autoras:
Eliane Santos Lima¹,
Ana Rúbia Teixeira Mendonça².
¹ Acadêmica Finalista do Curso de Fisioterapia da Faculdade Metropolitana de Manaus – Fametro
² Acadêmica Finalista do Curso de Fisioterapia da Faculdade Metropolitana de Manaus – Fametro

A


RESUMO

Introdução: O coronavírus, é um vírus zoonótico, um RNA vírus da ordem Nidovirales, da família Coronaviridae, esta é uma família de vírus que causam infecções respiratórias, os quais foram isolados pela primeira vez em 1937 e descritos como tal em 1965, em decorrência do seu perfil na microscopia parecendo uma coroa. Objetivos: Relatar a atuação da Fisioterapia Respiratória em pacientes com COVID- 19. Metodologia: A técnica utilizada foi uma abordagem de revisão de literaturas de caráter qualitativo não experimental, onde as bases de dados foram os sites: Scielo, Pubmed, revistas cientificas e livros publicados nos anos de 2020 a 2021. A pesquisa foi realizada no período de 25 de maio 2020 a setembro 2021. Resultados: Ao examinar os artigos foi elaborado uma tabela contendo as análises dos mesmo em ordem cronológica. Discussão: Os protocolos e tratamentos elaborados pelo fisioterapeuta mostrou-se eficaz na recuperação e preservação da integridade dos indivíduos com covid- 19. Conclusão: O trabalho realizado pelo fisioterapeuta mostrou-se positivo na recuperação e preservação da integridade dos pacientes, pois, melhora a qualidade de vida, e a capacidade funcional antes e após a covid- 19.

Palavras-chaves: Fisioterapia, Reabilitação cardiorrespiratória, Exercício respiratórios.

ABSTRACT:

Introduction: The coronavirus is a zoonotic virus, an RNA virus of the order Nidovirales, of the Coronaviridae family, this is a family of viruses that cause respiratory infections, which were isolated for the first time in 1937 and described as such in 1965, due to its profile on microscopy looking like a crown.Objectives: Report the role of Respiratory Physiotherapy in patients with COVID-19. Methodology: The technique used was a non-experimental qualitative literature review approach, where the databases were the sites: Scielo, Pubmed, scientific journals and books published from 2020 to 2021. The research was carried out in the period of 25 from May 2020 to September 2021. Results: When examining the articles, a table was created containing their analysis in chronological order. Discussion: The protocols and treatments developed by the physiotherapist proved to be effective in the recovery and preservation of the integrity of individuals with covid- 19. Conclusion: The work performed by the physiotherapist proved to be positive in the recovery and preservation of the integrity of patients, as it improves quality of life and functional capacity before and after covid- 19.

Keywords: Physiotherapy, Cardiorespiratory rehabilitation, Respiratory exercise.

INTRODUÇÃO

Coronavírus é um vírus zoonótico, um RNA vírus da ordem Nidovirales, da família Coronaviridae. Esta é uma família de vírus que causam infecções respiratórias, os quais foram isolados pela primeira vez em 1937 e descritos como tal em 1965, em decorrência do seu perfil na microscopia parecendo uma coroa. Os tipos de coronavírus conhecidos até o momento são: alfa coronavírus HCoV-229E e alfa coronavírus HCoV-NL63, beta coronavírus HCoV-OC43 e beta coronavírus HCoV-HKU1, SARS-CoV (causador da síndrome respiratória aguda grave ou SARS), MERS-CoV (causador da síndrome respiratória do Oriente Médio ou MERS) e SARS-CoV2, um novo coronavírus descrito no final de 2019 após casos registrados na China. Este provoca a doença chamada de COVID-19 (LIMA, 2020).

Segundo Barbosa et al., (2020) o novo coronavírus mostrou uma taxa de transmissão bastante alta e em 30 de janeiro já haviam registros de mais 7.818 casos de pessoas infectadas pelo vírus em 18 países, e 170 pessoas já haviam falecido na China por COVID19, diante dessa situação a Organização Mundial da Saúde (OMS) notificou situação de Emergência em Saúde Pública de Interesse Internacional. Os casos de COVID-19 foram se alastrando rápido no mundo e em 11 de março a OMS decretou situação de pandemia, momento em que se registrava mais de 118 mil casos da doença em 113 países com cerca de 4 mil óbitos.

Para Mendes et al., (2020)covid- 19 é infecção viral das vias aéreas onde afeta diretamente as células epiteliais/alveolares e endoteliais, onde há descamação dos pneumócitos, presença da membrana hialina, inflamação e formação intersticial com infiltrações de linfócitos.

O Coronavírus SARS-CoV-2 é um vírus de RNA de cadeia simples, com cerca de 29,7 kb, na qual se reconhece 13 genes que formam 14 proteínas conhecidas. A partícula viral é esférica pleomórfica com projeções bulbosas na superfície formando uma coroa em torno das partículas, com tamanho entre 70 e 140 nanômetros.

Pertence à família Coronaviridae que é formada por cinco gêneros, segundo o Comitê Internacional de Taxonomia Viral, sendo dois deles de relevância para a saúde humana, os quais encontram-se na lista oficial da Classificação de risco dos agentes biológicos do Ministério da Saúde (MS). Os gêneros Alphacoronavirus – contém o Coronavirus Humano 229 e o gênero

Betacoronavirus – no qual encontra-se o vírus OC43, que foram classificados como sendo da classe de risco 2, com exceção de MERS-CoV e SARS-CoV relacionados à Síndromes Respiratórias Agudas Graves que foram incluídos na classe de risco 3. Todavia, o SARS-CoV-2, ainda não consta na lista oficial da Classificação de risco dos agentes biológicos do MS, (BINSFELD e COLONELLO, 2020).

De acordo com Wu et al., (2020) o diagnóstico é dado a partir de exame físico onde o paciente apresenta falta de ar quando está em estado grave, sons respiratórios enfraquecidos, macicez a percussão e frêmito toracovocal aumentado ou diminuído. Exame radiológico de tórax. Dos casos de infecção de SARS-CoV- os indivíduos apresentam sintomas de tosse seca, febre, fadiga, dispneia etc., outros com ou sem congestão nasal e coriza. Há casos que apresentam outros sintomas do trato respiratório superior.

Não há indicação para uso de rotina de hidroxicloroquina, cloroquina, azitromicina, lopinavir/ritonavir, corticosteroides ou tocilizumabe no tratamento da COVID-19. Heparina deve ser utilizada em doses profiláticas no paciente hospitalizado, mas não deve ser realizada anticoagulação na ausência de indicação clínica específica. Antibacterianos e oseltamivir devem ser considerados somente nos pacientes em suspeita de coinfecção bacteriana ou por influenza, respectivamente (FALAVIGNA e DALPIZZOL, 2020).

A COVID-19 é uma doença infectocontagiosa, podendo evoluir com alterações no sistema cardiorrespiratório, dito isto, MAINARDI et al., (20121) relata que à necessidade da reabilitação fisioterapêutica, através de diversos condutas de exercícios respiratórios, para proporcionar que os pacientes retornem as suas AVD’ s, sem sinais de desconfortos respiratórios, diminuição de cansaço e melhora na SPo2. Com isso se dá a importância da fisioterapia na evolução e após a doença para que não haja sequelas que podem vir a interferir na vida do paciente.

Diante de fatos e acontecimentos nos quais a população mundial se encontra perante as causas da pandemia da COVID- 19 nos indivíduos, a fisioterapia mostra o quanto é necessária fazer parte da equipe multiprofissional nos cuidados hospitalares, como nas sequelas, na reabilitação musculoesquelética e cardiopulmonar dos pacientes pois as síndromes respiratórias podem ou não acarretar em fatores graves dos pacientes acometidos. Ou após a alta para cuidados de reabilitação, pois as sequelas são grandes e podem gerar outras patologias futuramente.

O objetivo do presente artigo é relatar como o profissional de fisioterapia atua em quadros de pacientes com síndromes respiratórias causadas pela Covid- 19.

METODOLOGIA

A pesquisa científica é iniciada por meio da pesquisa bibliográfica, em que o pesquisador busca obras já publicadas relevantes para conhecer e analisar o tema problema da pesquisa a ser realizada. A pesquisa bibliográfica é primordial na construção da pesquisa científica, uma vez que nos permite conhecer melhor o fenômeno em estudo. Os instrumentos que são utilizados na realização da pesquisa bibliográfica são: livros, artigos científicos, teses, dissertações, anuários, revistas, leis e outros tipos de fontes escritas que já foram publicados (SOUSA, OLIVEIRA e ALVES, 2021).

Diante disso, o artigo foi realizado por meio de uma revisão literária, onde as bases de dados foram os sites: Scientific Eletronic Library Online (Scielo), Serviço de U.S. National Library of Medicine (Pubmed), em idiomas português e inglês. Foi realizada seleção de revista e jornais cientificos: Revista Brasileira de Geriatria, Revista Eletrônica, Revista Elsevie, Revista Brasileira de Terapia Intensiva,

Brazilian Journal of Health Review, ULAKES Journal of Medicine, Journal of Physiotherapy, publicados nos anos de 2020 a 2021.

A pesquisa foi realizada no período de 25 de maio 2020 a setembro 2021. Os descritores para os achados foram: Covid-19, Fisioterapia, Reabilitação cardiorrespiratória e exercício respiratórios. Foram inclusos 17 artigos publicados de acordo com os critérios para inclusão: entre 2020 a 2021, em língua inglesa e portuguesa. Foram exclusos os artigos que não apresentavam um resultado significativo e com títulos fora do tema.

Para tanto, essa revisão literária de caráter qualitativo, quantitativo experimental, teve a intenção de delinear o papel da fisioterapia, e selecionou literaturas que abordam o conteúdo para elaboração da tabela de resultados importantes para mostrar a qualidade dos tratamentos fisioterapêuticos elaborados juntos a equipe multiprofissional direcionado ao tratamento de pacientes com e após à Covid- 19.

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Figura 1: fluxograma de revisão da literatura. Fonte: Eliane Santos Lima, 2021
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RESULTADOS

AUTORANOMETODOLOGIARESULTADO
Pires e Telles2020Estudo retrospectivo.O fisioterapeuta respiratório hospitalar no Brasil tem a autonomia de definir e aplicar os parâmetros de ventilação mecânica em pacientes intubados. A Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensivapublicou diretrizes da Covid-19 que recomendam utilizar modo ventilatório controlado a volume ou pressão e posição prona quando PaO2/FiO2<150mmHg. A ventilação não invasiva (VNI) e cânula nasal de alto fluxo, no caso de Covid-19, não devem ser estratégias ventilatórias de primeira linha. Há um grande risco de disseminação do vírus nesta modalidade, pois podem ocorrer falhas, e além disso a interface tipo capacete não está disponível nas unidades de terapia intensiva brasileiras em geral.
Thomas et al2020Estudo de caráter documental retrospectivoEsse documento foi preparado com resultados afim de fornecer informações aos fisioterapeutas e centros de cuidados de saúde agudos sobre o papel potencial da fisioterapia no tratamento de pacientes hospitalizados com COVID-19 confirmado ou suspeito. A fisioterapia pode ser benéfica no tratamento respiratório e reabilitação física de pacientes com COVID-19.
Avila, Pareira e Torres2020Estudo de caráter documental retrospectivo.As pessoas recuperadas da COVID-19, principalmente as que desenvolveram o quadro mais grave da doença, possivelmente apresentarão algumas limitações físicas e funcionais após sua recuperação. Assim, elas precisarão de atendimento fisioterapêutico domiciliar ou ambulatorial visando a recuperação física e funcional, bem como a manutenção de potencialidades presentes e adquiridas durante esse processo.
Matos e Schaper2020Estudo de caráter documental retrospectivo.A fisioterapia pode ser benéfica no tratamento respiratório e na reabilitação de pacientes com COVID-19. O papel do Fisioterapeuta é melhorar o funcionamento respiratório e físico do paciente, objetivando aliviar seus sintomas e aumentar suas atividades funcionais. Embora tosse produtiva seja um dos sintomas menos comum (34%), a fisioterapia pode ser indicada caso os pacientes com a COVID-19 apresentem secreções copiosas nas vias aéreas e não sejam capazes de removê-las independentemente. Isto pode ser avaliado caso a caso e as intervenções aplicadas deverão ser baseadas em indicações clínicas.
Silva e Sousa 2020 Estudo de caráter documental retrospectivo Estudos realizados com pacientes que apresentam a SARS causada pela forma mais antiga de coronavírus (SARSCoV) mostraram redução da capacidade cardiorrespiratória, limitação musculoesquelética e redução da qualidade de vida mesmo após o término da doença. Isso mostra a necessidade de recuperação desses pacientes quanto à sua capacidade funcional. Para a melhoria desses sintomas, é importante o monitoramento realizado pelo fisioterapeuta, bem como um programa intensivo de reabilitação física proposto para esses pacientes, com períodos variáveis de 6 meses a 2 anos.
Alqahtani et al 2020Estudo de pesquisa quantitativa.Até onde sabemos, este é o primeiro estudo a relatar as práticas globais de suporte ventilatório clínico e as barreiras encontradas por profissionais de saúde que lidam com pacientes COVID-19. Nossos resultados mostram que as práticas clínicas gerais envolvendo suporte ventilatório carecem de uniformidade, com uso limitado de protocolos padrão, e a maioria dos profissionais de saúde trabalha fora das diretrizes gerais de tratamento. Descobrimos que, das muitas barreiras encontradas, o aumento da carga de trabalho da equipe, a falta de equipe treinada e a escassez de EPI foram os principais impedimentos para um tratamento eficiente.
Wang et al 2020Estudo de caráter documental retrospectivo.A medicina física, os médicos de reabilitação e a reabilitação podem desempenhar um papel fundamental na restauração da função e na limitação da deficiência nesta pandemia. As intervenções de medicina física, reabilitação e reabilitação pulmonar nos fornecem ferramentas adicionais na luta contra COVID-19 e podem incluir nutrição, vias aéreas, postura, técnica de limpeza, suplementação de oxigênio, exercícios respiratórios, alongamento, terapia manual e atividade física.
Tozato et al 2021Estudo de caso.Os resultados do protocolo com 3 meses de acompanhamento da RCP demonstraram recuperação cardiovascular, avaliada pelo duplo produto, redução da sensação de dispneia aos esforços, aumento da força muscular periférica e independência funcional relatada e observada ao longo da reabilitação.
Imamura et al 2021 Estudo retrospectivo. Houve uma melhora significativa na MIF antes e após o tratamento de reabilitação em regime de internamento (p < 0,0001). A força muscular e a capacidade de locomoção melhoraram significativamente (p < 0,01). Os fatores mais importantes relacionados ao tempo de tratamento de reabilitação do paciente internado foram melhora nos escores da MIF (r de Spearman = 0,71) e ganho de massa magra (r de Spearman = 0,79)

DISCUSSÃO

Pires e Telles (2020) relatam que os protocolos utilizados por fisioterapeutas em pacientes com covid-19 foram elaborados em cima de experiências já vividas em outros países. Os autores relatam que no momento em que iniciou o surto da pandemia não havia tratamento medicamentoso, e os profissionais de saúde buscaram entender o que acontecia com os pacientes para poder aplicar um método que tivesse eficácia. O atendimento aos pacientes era prioridade da fisioterapia, pois apesar da rotina pesada de trabalho eles eram treinados para registrar os dados dos pacientes de forma precisa e detalhada,para que futuros trabalhos possam ser realizados em cima desses dados para um tratamento rápido e eficaz.

Thomas et al., (2020), e Wang et al., (2020) afirmam que, a clínica medica junto a reabilitação fisioterapêutica executam um trabalho excepcional, pois suas técnicas, conhecimentos e experiências fornecem informações e preparam novos profissionais afim de promover a qualidade de vida dos pacientes hospitalizados e com alta medica da covid-19. Esses estudos retrata a fisioterapia como a profissão estabelecida no mundo como os profissionais que costumam trabalhar em enfermidades de hospitais em UTIs, principalmente a fisioterapia respiratória que se concentra nas condições agudas e crônicas visando a melhora e recuperação física após uma doença. É a área que mais beneficia o tratamento respiratório e reabilitação física dos pacientes com covid-19. O objetivo da reabilitação pulmonar dos pacientes com covid-19 é a melhora dos seus sintomas, melhora da dor, diminuição das complicações, e aumentar a capacidade funcional e qualidade de vida dos mesmos. A reabilitação pulmonar deve ser elaborada de acordo com cada paciente.

Alqahtani et al., (2020) mostra no seu estudo que as técnicas respiratórias com aparelhos ou terapia manual são usadas e aplicadas de acordo com critérios escolhidos pelos profissionais para cada paciente, porém com a demanda alta de infectados hospitalizados, e variações de técnicas que se enquadravam para a melhora de cada um, tornou o trabalho do fisioterapeuta respiratório e a equipe multiprofissional muito cansativo e o aumento de carga horaria. A falta de EPI tornou- se um dos fatores que delimitaram e afetaram a mecânica de suporte ventilatório desses pacientes.

Para Matos e Schaper (2020) os profissionais de fisioterapia que atuamna área da UTI- Unidade de Terapia Intensiva, podem trabalhar com as técnicas de higiene brônquica para remoção de secreção dos pacientes que são ventilados mecanicamente. Trabalham com as técnicas de posicionamento funcional com os casos mais graves de insuficiência respiratória causada pela Covi-19, as técnicas de posicionamento auxiliam para o aumento da oxigenação arterial. A atuação do fisioterapeuta é proporcionar intervenções como mobilização, reabilitação e exercícios respiratórios e funcionais, para surtir um efeito eficaz nos pacientes, porem há pacientes que podem estar com os mesmos sintomas, mas não reagem bem ao mesmo tratamento proporcionado, a avaliação individual é importante nesse momento. Os autores ainda relatam sobre o cuidado dos profissionais sobre o contagio, e da necessidade do uso correto dos EPIs, das cargas horarias, para que não haja sobrecarga nas equipes nos hospitais.

De acordo com Silva e Sousa (2020) para a melhora do quadro dos pacientes com covid-19, é necessário que o fisioterapeuta monitore os mesmos, para obter um ótimo programa intensivo de reabilitação física indicado para cada paciente, a preocupação em estudar esses pacientes requer um tempo maior, pois quando infectado os indivíduos apresentam a necessidade de um tratamento nas fases agudas, crônicas e até mesmo após a cura, pois as sequelas também se tornam um agravante para possíveis doenças futuras. E o papel do fisioterapeuta respiratório não está ligado apenas aos hospitalizados, mais também aos pacientes que tem quadro leves e são tratados em casa, para se ter uma melhora significativa no quadro cardiorrespiratório.

Avila, Pereira e Torres (2020) e Imamura et al. (2021) enfatizam que todas as intervenções fisioterapêuticas é colocada sobre prescrição correta de exercícios físico específicos dos quais podem ser ou não direcionados a pacientes com covid-19, tais como alongamentos, mobilização, fortalecimento muscular, deambulação, treino funcional com resistência, ciclos ergométricos etc. deve ser aplicados de acordo com os limites do paciente, verificar batimentos cardíacos, pressão arterial, verificar se até 72 horas não houve quadro de febre, no paciente precisa estar estável a saturação. De acordo com os estudos o fisioterapeuta aplica esses protocolos para uma melhora nos quadros mais graves, pois, possivelmente o paciente poderá apresentar limitações funcionais após sua alta hospitalar, assim sua recuperação durante ou após a covid19 será focada ao seu retorno físico e funcional íntegros.

Tozato et al., (2021) retrata em seu estudo que os resultados nos seus casos houve eficácia no protocolo aplicado, com a fisioterapia houve aumento de força muscular periférica, variando entre 20% até seis vezes seu valor inicial. Que em todos os casos o acompanhamento da fisioterapia cardiopulmonar teve seus resultados diferenciados, pois, uns pacientes responderam ao tratamento com rapidez, outros com intercorrências, porém todos com sucesso no resultado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com o surgimento da pandemia da covid-19, a profissão de fisioterapia respiratória ganhou um espaço amplo dentro de uma equipe multiprofissional, pois o fisioterapeuta pode aplicar tratamentos de grandes proporções no cuidado com esses pacientes, pois, além de trabalhar na prevenção das complicações que podem surgir no aspecto físico funcional ele trabalha na prevenção antes da confirmação de pacientes positivos, no fortalecimento pulmonar desses indivíduos.

Por tanto, a atuação do fisioterapeuta é necessária no âmbito hospitalar, contribui para evitar complicações cardiorrespiratórias nos pacientes internados e em quem já se curou da doença recuperando sua capacidade pulmonar e motora.

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