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Luana Cristina da Silva (MG)
Acadêmica em Fisioterapia da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, Belo Horizonte – MG.
Mariane Gonçalves de Souza (MG)
Acadêmica em Fisioterapia da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, Belo Horizonte – MG.
Rafaela Guimarães Ferreira (MG)
Acadêmica em Fisioterapia da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, Belo Horizonte – MG.
Dr. Hércules Ribeiro Leite (MG)
Fisioterapeuta, Mestre e Doutor em Ciências Fisiológicas pela UFMG; Pós-Doutor em Fisioterapia pela The University of Sydney (Austrália). Docente Adjunto do Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, Belo Horizonte – MG.
Contextualização: Crianças com Paralisia Cerebral classificadas nos níveis I e II do Sistema de Classificação da Função Motora Grossa (GMFCS), apesar de deambularem sem dispositivos de auxílio, apresentam déficits de equilíbrio, coordenação e agilidade, que são essenciais para a realização de habilidades motoras de alto nível (CLUTTERBUCK; AULD; JOHNSTON, 2018). Estas são caracterizadas por atividades motoras de execução complexa e avançada e são categorizadas pela Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) da Organização Mundial de Saúde (2001) como arremessar, brincar, correr, chutar, escalar, quicar, pular e pegar.
Estas habilidades são fundamentais para a prática de atividades esportivas e recreativas, que apresentam resultados positivos para a melhora da participação, da qualidade de vida, da autoestima, da aptidão física, dentre outros (CLUTTERBUCK; AULD; JOHNSTON, 2020). Sendo assim, avaliar as habilidades motoras de alto nível de mobilidade é importante na prática clínica para guiar as metas e intervenções de forma a inserir as crianças no contexto esportivo. Entretanto, grande parte dos instrumentos padronizados utilizados para avaliação da função motora grossa não são capazes de detectar as limitações nas atividades dessa população, uma vez que avaliam habilidades motoras básicas como rolar, sentar, ajoelhar, ficar em pé e andar (JUNIOR et al., 2020).
Desenvolvimento: Os instrumentos para avaliação de habilidades motoras de alto nível podem ser de administração rápida, por meio de testes que apresentam itens individuais como correr, pular e arremessar ou de longa administração, com pelo menos 50% de itens que avaliam as atividades motoras de execução complexa e avançada (JUNIOR et al., 2020).
Entre os testes que avaliam habilidades únicas, podem ser utilizados: capacidade de subir escadas – Timed Up & Down Stairs (TUDS); capacidade de pular – Vertical Jump e Broad Jump; capacidade de arremessar – Seated Throw; tolerância ao exercício e mobilidade na habilidade de correr – 10×5 Metre Sprint Test (10×5 MST), Ten Metre Shuttle Run Test (SRT) e Muscle Power Sprint Test (MPST).
Entre os testes que avaliam habilidades múltiplas, podem ser utilizados: Força funcional – Functional Strength Measure (FSM); Habilidades motoras grossas gerais – Peabody Developmental Motor Scale (PDMS); Atividades físicas e recreativas – Challenge; Atividades esportivas – Test of Gross Motor Development 2nd (TGMD-2).
Considerações finais: Para a seleção do teste, o profissional deve levar em consideração o tempo disponível para a aplicação, o tipo de habilidade que deseja avaliar e os recursos disponíveis para a avaliação. Por meio da escolha adequada dos instrumentos e da avaliação direcionada para as capacidades específicas de crianças com PC GMFCS I e II, o profissional pode guiar seu raciocínio com o intuito de potencializar as habilidades da criança e permitir a implementação de uma intervenção fisioterapêutica centrada em desenvolver habilidades que são pré-requisitos para a prática esportiva.
Leitura complementar:
CLUTTERBUCK, G.L.; AULD, M.L.; JOHNSTON, L.M. SPORTS STARS study protocol: a randomised, controlled trial of the effectiveness of a physiotherapist-led modified sport intervention for ambulant school-aged children with cerebral palsy. BMC Pediatr. v. 18, n. 1, p. 258, Aug. 2018. doi:10.1186/s12887-018-1190-z
CLUTTERBUCK, G.L.; AULD, M.L.; JOHNSTON, L.M. SPORTS STARS: a practitioner-led, peer-group sports intervention for ambulant children with cerebral palsy. Activity and participation outcomes of a randomised controlled trial [published online ahead of print, 2020 Jun 30]. Disabil Rehabil. p. 1-9, 2020. doi:10.1080/09638288.2020.1783376
JUNIOR, R.R.S.; MOURA, A.L.C.; SILVA, L.C.; SOUZA, M.G.; FERREIRA, R.G.; LEITE, H.R. Avaliação e intervenção fisioterapêutica em crianças com Paralisia Cerebral e alto nível de mobilidade. PROFISIO: Programa de atualização em fisioterapia neurofuncional: Ciclo 7: Volume 4, 2020.
(WHO) World Health Organization. International classification of functioning, disability and health: ICF. 2001.
WEBCOBRAF
No período de Outubro/2020 a Fevereiro/2021, sob a organização do XXIII COBRAF, do 1st International Seminar on Innovative Learning and Healthcare Approaches in Physical Therapy, do 1° Encontro de Fisioterapia nos Distúrbios do Sono e dos eventos parceiros – 5º COBRAFISM, I COBRASFE e COBRASFIPICS, acontecerá o WEBCOBRAF, que consiste em uma série de webinars, que ocorrerão de quinze em quinze dias com diversos temas. Poderão participar do WEBCOBRAF sem custo adicional, todos os que estiverem inscritos no XXIII COBRAF até 5 dias antes de cada webnair. Não perca essa oportunidade! Garanta já a sua participação.
17 DE OUTUBRO
WEBCOBRAF – WEBINAR DE FISIOTERAPIA PEDIÁTRICA
INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO EM FISIOTERAPIA NEUROFUNCIONAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM PARALISIA CEREBRAL COM BASE NA CIF
PALESTRANTES: PartiCipa Brasil & CanChild
17/10/2020 09h30min – 12h00min
Abertura – 5 min de duração
Palestras – 2 horas de duração
Peter Rosenbaum (CanChild, Canadá): F-words para o desenvolvimento da infância e a CIF
Kennea Ayupe (UnB, Brasil): Introdução à avaliação da criança e do adolescente no contexto da CIF
Paula Chagas (UFJF, Brasil): Avaliação dos fatores contextuais de acordo com core-sets da CIF
Robert Palisano (CanChild, USA)/ Hércules Leite (UFMG, Brasil)/ Ana Cristina Camargos (UFMG, Brasil): Avaliação do domínio da Atividade: GMFM, Challenge, Teste de Caminhada de 10 metros e PEDI-CAT
Ana Carolina de Campos (UFSCar, Brasil)/ Egmar Longo (UFRN-FACISA, Brasil): Avaliação do domínio de Participação: PEM-CY e YC-PEM
Aline Toledo (UnB, Brasil)/ Rafaela Moreira (UFSC, Brasil) /Rosane Morais (UFVJM, Brasil): Avaliação do domínio de Função Corporal: EASE, SRT, Teste de Caminhada de 6 minutos, FSA e Mini-mental
Discussão – 20 min de duração
Encerramento – 5 min de duração