CÂNCER DE MAMA: INCIDÊNCIA, AVANÇOS TERAPÊUTICOS COM INIBIDORES DE CDK4/6 E DESAFIOS NO TRATAMENTO ONCOLÓGICO NO SUS

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/dt10202512171041


Cláudia Hossri Carvalho1


RESUMO

O câncer de mama configura-se como a neoplasia maligna de maior incidência entre mulheres no Brasil e no mundo, representando um dos principais problemas de saúde pública. Apesar dos avanços no rastreamento e tratamento, a mortalidade permanece elevada, especialmente em países em desenvolvimento, onde persistem desigualdades no acesso aos serviços de saúde. Nesse contexto, o aprofundamento no conhecimento dos mecanismos moleculares, como a atuação das ciclinas e das quinases dependentes de ciclinas (CDK4/6), possibilitou o desenvolvimento de novas terapias, destacando-se os fármacos palbociclib, ribociclib e abemaciclib, que revolucionaram o manejo clínico da doença ao ampliar a sobrevida e a qualidade de vida das pacientes. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) desempenha papel essencial ao garantir o acesso universal e integral ao tratamento oncológico, embora ainda existam desafios relacionados à regionalização dos serviços, à demora no início da terapêutica e à incorporação de novas tecnologias. Dessa forma, conclui-se que o enfrentamento do câncer de mama exige estratégias integradas que unam prevenção, diagnóstico precoce, inovação terapêutica e fortalecimento das políticas públicas de saúde. 

Palavras-chave: Câncer de mama. Ciclinas. Inibidores de CDK4/6. Palbociclib. SUS. 

1. INTRODUÇÃO 

A mama é uma parte do corpo feminino que exerce funções importantes para o processo de reprodução da espécie, pois as glândulas mamárias produzem o leite que é essencial para o crescimento dos bebês da espécie nos primeiros meses de vida. Além disso, também está associada de forma secundária no processo de reprodução por participam da sexualidade e da dinâmica de atração entre parceiros. Embora não tenha função biológica direta nesse processo, integram o comportamento sexual por ser uma área erógena. Logo, um processo patológico que atinge diretamente essa estrutura pode ter diversos impactos na vida da mulher.  (SANTOS; SANTOS; VIEIRA, 2014) 

O câncer de mama constitui-se como um dos principais problemas de saúde pública mundial, apresentando elevada incidência e significativa mortalidade, sobretudo entre mulheres. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA, 2023), é a neoplasia maligna mais comum entre as mulheres no Brasil, representando cerca de 30% dos diagnósticos anuais de câncer nesse grupo populacional. Globalmente, estima-se que mais de 2,3 milhões de novos casos tenham sido registrados em 2020, configurando-se como a principal neoplasia feminina em quase todas as regiões do mundo (SUNG et al., 2021). 

A mortalidade associada ao câncer de mama, embora tenha apresentado declínio em países desenvolvidos devido aos avanços no rastreamento e tratamento, ainda se mantém elevada em nações em desenvolvimento. No Brasil, em 2021, foram registradas aproximadamente 18 mil mortes em decorrência da doença, reforçando a necessidade de estratégias eficazes de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento (INCA, 2023). Além disso, fatores como desigualdade socioeconômica, acesso limitado a serviços de saúde e baixa adesão aos exames de rastreamento contribuem para a manutenção de altos índices de mortalidade (MARTINS et al., 2020). 

A relevância do estudo sobre o câncer de mama justifica-se pela magnitude epidemiológica e pelo impacto social, econômico e emocional que a doença acarreta. A identificação precoce da neoplasia é determinante para a melhoria do prognóstico e a redução da mortalidade, sendo, portanto, fundamental o desenvolvimento de pesquisas que fortaleçam políticas públicas de saúde e ampliem a conscientização da população acerca da importância do rastreamento regular (SILVA; LIMA; OLIVEIRA, 2019). Dessa forma, compreender a incidência e os fatores associados à mortalidade por câncer de mama é essencial para subsidiar ações que promovam maior equidade no cuidado oncológico. 

2. O CÂNCER DE MAMA E SEUS DESAFIO DE DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO. 

2.1. ANATOMIA DAS MAMAS E FUNÇÃO 

    As mamas estão localizadas sobre o músculo peitoral maior, na parede anterior do tórax, sendo um órgão par; cada mama apresenta uma aréola e uma papila. A função principal é a produção do leite para a amamentação, mas, devido a sua função secundária associada à processo de sexualidade e à dinâmica da atração, desempenha um papel muito importante no psicológico da mulher, pois é culturalmente visto como um símbolo feminilidade e erotismo, influenciando a autoimagem e a perceção de atratividade. (BRASIL, 2002). 

    Internamente a mama possui de 15 a 20 lóbulos, que fazem parte do processo de lactação, e esses lóbulos se ligam aos ductos lactíferos, que levam o leite até a papila. Todo esse sistema é envolvido por tecido adiposo, que dá forma e volume ao seio. A aréola contém pequenas glândulas chamadas de Montgomery, que ajudam a lubrificar a região. Na parte lateral, existe a cauda de Spence, uma extensão do tecido mamário que se projeta em direção à axila, já externamente, a mama repousa sobre o músculo peitoral maior, sendo sustentada por ligamentos e tecido fibroso que mantém sua estrutura.  

    2.2. CONCEITO DE CÂNCER DE MAMA  

      O câncer de mama surge principalmente da multiplicação desordenada de células que revestem os ductos lactíferos, regiões onde se origina a maior parte dos tumores, caracterizados como carcinomas ductais, responsáveis por mais de 90% dos casos. Outras áreas menos comuns que podem ser afetadas são os lóbulos mamários, leões precursores como hiperplasia ductal atípica, neoplasia lobular e carcinoma ductal in situ, também representam estágios iniciais de transformação celular (RAMALHO et al., 2024). 

      É importante ressaltar que nem todo nódulo que aparece na região da mama é maligno. O câncer de mama é definido como um tumor maligno, o que se diferencia dos tumores benignos principalmente pelo comportamento agressivo.  

      Enquanto que os nódulos benignos são bem delimitados, móveis, de crescimento lento e geralmente não aumentam de tamanho, já os tumores malignos apresentam caráter infiltrativo, podendo invadir tecidos ao redor e evoluir rapidamente. (NAZÁRIO; REGO; OLIVEIRA, 2007) 

      De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA, 2023), trata-se da principal neoplasia que acomete mulheres no Brasil, correspondendo a aproximadamente 30% de todos os casos de câncer feminino. Em escala global, estudos apontam que, em 2020, mais de 2,3 milhões de novos casos foram diagnosticados, consolidando-se como um desafio de saúde pública com impacto significativo na mortalidade feminina (SUNG et al., 2021). 

      2.3. FATORES DE RISCOS ASSOCIADOS AO SURGIMENTO DO CÂNCER DE MAMA. 

      Diversos fatores estão associados ao aumento do risco de desenvolvimento da doença. Entre eles, destacam-se aspectos genéticos, como mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, e fatores hormonais e/ou relacionados à menarca precoce, menopausa tardia, nuliparidade e uso prolongado de terapia de reposição hormonal (MARTINS et al., 2020). Além disso, hábitos de vida não saudáveis, como sedentarismo, consumo excessivo de álcool, tabagismo e obesidade, também contribuem para a elevação do risco (SILVA; LIMA; OLIVEIRA, 2019). 

      Podemos destacar as mutações que acontecem nos genes BRCA1 e BRCA2, que são responsáveis pela supressão tumoral. Esses genes têm a capacidade de impedir o crescimento descontrolado de células, o que previne o desenvolvimento de câncer. Quando esses genes são incapazes de controlar o crescimento desordenado devido a mutações germinativas, o risco de desenvolver câncer de mama e ovário aumenta consideravelmente. As portadoras dessas mutações gênicas também enfrentam maior probabilidade de desenvolverem tumores agressivos ou bilaterais. Assim, os genes BRCA1 e BRCA2 são marcadores de predisposição genética hereditária ao câncer de mama, justificando rastreamento intensificado e estratégias preventivas personalizadas (CASAUBON et al., 2023). 

      A prevenção e o diagnóstico precoce são fundamentais para a redução da mortalidade. O exame clínico das mamas, a mamografia e a conscientização sobre a importância do rastreamento são ferramentas essenciais para a detecção em estágios iniciais, possibilitando maior chance de cura e melhores desfechos terapêuticos (INCA, 2023). Contudo, barreiras como desigualdade social, dificuldade de acesso a serviços de saúde e ausência de programas de rastreamento estruturados dificultam a adesão a medidas preventivas, especialmente em países em desenvolvimento (COSTA; REZENDE; FERREIRA, 2021). 

      Os hormônios estrogênios e progesterona são os principais hormônios femininos e têm papel fundamental na proliferação das células mamárias, estimulando o ciclo celular e aumentando a taxa de divisão das células epiteliais da mama. Esse estímulo constante pode favorecer o acúmulo de danos no DNA, criando um ambiente propício para mutações. O estrogênio, especialmente, pode gerar espécies reativas e atuar como fator promotor de crescimento, acelerando a multiplicação de células predispostas. Em mulheres com maior exposição hormonal, por fatores como idade precoce da menarca, terapia hormonal ou ciclos reprodutivos mais longos, o risco de alterações celulares aumenta. Com o tempo, esses estímulos podem contribuir para a transformação de células normais em células cancerígenas, tornando o câncer de mama uma neoplasia fortemente influenciada pelo ambiente hormonal. (SILVA et al., 2004) 

      2.4. PRINCIPAIS ESTÁGIOS DO CÂNCER DE MAMA 

      O estágio do câncer de mama segue o sistema AJCC (American Joint Committee on Cancer), que organiza a doença do estágio 0 ao IV. O estágio 0 corresponde ao carcinoma in situ, quando as células alteradas permanecem confinadas aos ductos ou lóbulos, sem invasão dos tecidos vizinhos. No estágio I, o tumor é pequeno (geralmente até 2 cm), permanece limitado ao tecido mamário e apresenta pouco ou nenhum comprometimento dos linfonodos. O estágio II abrange tumores maiores, entre 2 e 5 cm, ou aqueles que já atingiram alguns linfonodos axilares, mas ainda sem grande extensão local. (MARTIN; SAUNDERS; NEEDLES, 2021) 

      O estágio III indica doença localmente avançada, com presença importante em linfonodos, possível aderência à pele ou parede torácica e maior risco de progressão. Já o estágio IV caracteriza o câncer metastático, quando as células tumorais se espalham para órgãos distantes, como ossos, fígado, pulmão ou cérebro, representando a fase mais grave da doença. Esse sistema de estágios ajuda a definir o prognóstico e orientar a escolha do tratamento. (MARTIN; SAUNDERS; NEEDLES, 2021) 

      O tratamento do câncer de mama pode variar de acordo com o estágio da doença e as características biológicas do tumor, englobando modalidades como cirurgia, quimioterapia, radioterapia, terapia hormonal e terapias-alvo. Nos últimos anos, os avanços em medicina personalizada e imunoterapia têm contribuído para ampliar as opções terapêuticas, proporcionando maior sobrevida e qualidade de vida às pacientes (BARROS; SANTOS; AMARAL, 2022). 

      “Os tumores de mama apresentam comportamento biológico heterogêneo, resultado direto das alterações moleculares que influenciam proliferação, sobrevivência celular e capacidade metastática. Do ponto de vista biológico, destacam-se três eixos fundamentais: (i) dependência hormonal, mediada principalmente pela ativação dos receptores de estrogênio e progesterona; (ii) amplificação de vias de sinalização proliferativa, como PI3K/AKT/mTOR e ciclina D– CDK4/6; e (iii) instabilidade genômica, que contribui para a aquisição progressiva de mutações e maior agressividade tumoral. Esses mecanismos determinam o subtipo molecular, influenciam diretamente a resposta terapêutica e orientam a escolha das terapias sistêmicas. Nesse cenário, a compreensão dos padrões biológicos do tumor torna-se essencial para guiar estratégias terapêuticas mais precisas e direcionadas.” (BARROS; SANTOS; AMARAL, 2022, p. 48–49). 

      O câncer de mama representa uma condição de elevada relevância epidemiológica e social, que exige a integração entre ações de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento eficaz. Além do investimento em tecnologias médicas, é imprescindível o fortalecimento das políticas públicas de saúde que garantam acesso universal e equitativo ao cuidado oncológico. 

      2.5. CICLINAS E INIBIDORES DE CDK4/6 

      Os hormônios femininos são responsáveis por estimular a proliferação das células mamárias, estimulando o ciclo celular e aumentando a taxa de divisão das células epiteliais da mama. Eles atuam ativando proteínas dentro dessas células, que por vez acionam proteínas reguladoras do ciclo celular. Essas proteínas funcionam como “botões de controle”, impulsionando a célula a avançar pelas fases do ciclo celular e favorecendo sua multiplicação (SILVA et al., 2004). 

      O ciclo celular é um processo altamente controlado que determina quando a célula deve crescer, replicar seu DNA e se dividir. Esse controle é realizado por um conjunto de proteínas específicas, entre as quais se destacam as ciclinas e as quinases dependentes de ciclinas (CDKs). Durante a fase G1, uma das etapas mais importantes do ciclo, ocorre a preparação da célula para a replicação do DNA. Nesse momento, a ciclina D se liga às proteínas CDK4 e CDK6, formando um complexo essencial para a continuidade do ciclo celular. Esse complexo promove a fosforilação da proteína do retinoblastoma (pRb), que normalmente atua como um “freio” impedindo que a célula avance para a fase S. Quando pRb é fosforilada, ela perde sua capacidade de bloqueio, permitindo que o fator de transcrição E2F seja liberado e ative genes necessários para a replicação do DNA, impulsionando a célula para a próxima fase (SHERR; ROBERTS, 2016). 

      Nas células tumorais, essa via de sinalização torna-se hiperativada, levando a uma proliferação celular exagerada e desregulada. Muitas vezes, há aumento da expressão de ciclina D, mutações que inativam a pRb ou ainda superestimulação de CDK4/6, o que faz com que as células cancerígenas avancem rapidamente pelo ciclo celular sem os mecanismos normais de controle. Esse desequilíbrio contribui diretamente para o surgimento e progressão de diversos tipos de câncer, incluindo o câncer de mama hormônio-dependente, no qual estímulos hormonais podem intensificar ainda mais a ativação dessa via proliferativa (MALUMBRES; BARBACID, 2009). Assim, a desregulação do complexo ciclina D–CDK4/6 é um ponto-chave na biologia tumoral e se tornou alvo fundamental para terapias modernas. 

      Nesse contexto, os inibidores de CDK4/6 surgem como uma importante estratégia terapêutica, por atuarem diretamente no controle da divisão celular. Esses medicamentos bloqueiam a atividade quinase das proteínas CDK4 e CDK6, impedindo que elas continuem fosforilando de forma exagerada a proteína pRb. Quando a pRb permanece ativa, ela funciona como um “freio” natural da célula, evitando que ela avance para a próxima fase do ciclo celular. Com isso, os inibidores conseguem interromper a multiplicação desordenada das células tumorais, mantendo-as bloqueadas na fase G1 e reduzindo a capacidade de crescimento do câncer (SCALTRITI; HERRERA-ABREU; PRAT, 2017). 

      Entre os fármacos dessa classe, os mais utilizados são o palbociclibe, o ribociclibe e o abemaciclibe. Eles apresentaram resultados clínicos importantes, principalmente quando combinados com a hormonioterapia, oferecendo maior controle da doença e prolongando a sobrevida livre de progressão. Essa combinação se mostrou especialmente eficaz em mulheres com câncer de mama avançado, receptor hormonal positivo e HER2 negativo, que é um dos tipos mais comuns da doença. Assim, os inibidores de CDK4/6 representam um avanço terapêutico relevante, trazendo novas possibilidades de tratamento e melhor qualidade de vida para as pacientes (TURNER et al., 2018). 

      Os estudos clínicos mostram que a combinação dos inibidores de CDK4/6 com a terapia endócrina traz resultados muito mais eficazes do que o uso isolado da hormonioterapia. Essa associação aumenta de forma significativa o tempo em que a doença permanece controlada, retardando a progressão tumoral e oferecendo maior estabilidade clínica às pacientes. Esse benefício tem sido observado de maneira consistente em diferentes estudos, reforçando a importância dessa estratégia terapêutica para mulheres com câncer de mama receptor hormonal positivo e HER2 negativo (GOETZ et al., 2017). 

      Outro ponto importante é que esses medicamentos apresentam um perfil de efeitos colaterais considerado manejável. Entre as reações mais comuns estão neutropenia, fadiga e diarreia, mas, na maioria dos casos, esses sintomas podem ser controlados com ajustes de dose, pausas temporárias ou acompanhamento clínico adequado. Por isso, mesmo sendo uma terapia mais moderna, os inibidores de CDK4/6 têm se mostrado seguros e bem tolerados, o que contribui para que mais pacientes consigam manter o tratamento de forma contínua e com boa qualidade de vida (SPRING; BANO; GOEL, 2019). 

      Os inibidores de CDK4/6 representam um avanço no tratamento oncológico, reforçando a importância do entendimento dos mecanismos moleculares do ciclo celular para o desenvolvimento de terapias direcionadas. Sua utilização clínica evidencia o impacto da biologia molecular translacional no manejo do câncer, possibilitando abordagens mais eficazes e personalizadas para pacientes. 

      2.6. PRINCIPAIS MEDICAMENTOS: PALBOCICLIB, RIBOCICLIB E ABEMACICLIB 

      Os inibidores de CDK4/6 constituem uma classe de agentes antineoplásicos que revolucionaram o tratamento do câncer de mama metastático receptor hormonal positivo (RH+) e HER2 negativo. Entre os fármacos atualmente disponíveis, destacam-se o palbociclib, o ribociclib e o abemaciclib, que apresentam eficácia clínica comprovada e perfil de toxicidade manejável (TURNER et al., 2018). 

      O Palbociclib foi o primeiro inibidor de CDK4/6 aprovado para uso clínico, demonstrando benefícios significativos quando associado à terapia endócrina. Ensaios clínicos, como o PALOMA-2 e o PALOMA-3, evidenciaram aumento expressivo na sobrevida livre de progressão em pacientes tratadas com a combinação de palbociclib e inibidores da aromatase ou fulvestranto (FINN et al., 2016). O principal evento adverso associado ao seu uso é a neutropenia, que geralmente pode ser manejada por meio da suspensão temporária da medicação ou ajuste de dose (CRONIN et al., 2020). 

      O ribociclib também se consolidou como uma terapia eficaz, especialmente após os resultados dos estudos MONALEESA, que demonstraram não apenas aumento da sobrevida livre de progressão, mas também ganho significativo na sobrevida global em combinação com a hormonioterapia (HORTOBAGYI et al., 2022). Assim como o palbociclib, apresenta neutropenia como principal toxicidade, mas requer monitoramento adicional devido à possibilidade de prolongamento do intervalo QT e alterações hepáticas (TRONTO; DI LEO, 2020). 

      O abemaciclib, por sua vez, diferencia-se por sua maior seletividade relativa para CDK4, além de poder ser administrado em doses contínuas devido à menor incidência de neutropenia grave. Estudos como o MONARCH-2 e o MONARCH-3 confirmaram sua eficácia no tratamento de pacientes com câncer de mama metastático RH+ e HER2−, associado à terapia endócrina, com impacto positivo tanto na sobrevida livre de progressão quanto na sobrevida global (SLAMON et al., 2020). Seus principais efeitos adversos incluem diarreia, fadiga e náusea, sendo geralmente manejáveis com suporte clínico adequado (SPRING; BANO; GOEL, 2019). 

      Palbociclib, ribociclib e abemaciclib representam avanços significativos no manejo do câncer de mama avançado, permitindo maior controle da doença, melhor qualidade de vida e aumento da sobrevida das pacientes. A escolha entre os diferentes fármacos depende do perfil clínico, comorbidades e tolerância individual, reforçando a importância da personalização do tratamento oncológico. 

      2.7. TRATAMENTO ONCOLÓGICO E SUS 

      O tratamento oncológico no Brasil é garantido como um direito constitucional por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), que assegura a universalidade e integralidade do atendimento à população. A Política Nacional de Atenção Oncológica estabelece diretrizes para a prevenção, diagnóstico precoce, tratamento e cuidados paliativos, estruturando uma rede de atenção que busca reduzir a mortalidade e melhorar a qualidade de vida dos pacientes com câncer (BRASIL, 2013). 

      A organização da atenção oncológica no SUS ocorre por meio dos Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACON) e das Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON), responsáveis por ofertar serviços como cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia, imunoterapia e cuidados paliativos (INCA, 2023). Esses centros constituem a base da rede oncológica e visam garantir atendimento integral e multiprofissional aos usuários. 

      Já a Política Nacional para a Prevenção e Controle do Câncer destaca que a Atenção Primária à Saúde (APS) deve funcionar como a porta de entrada principal do SUS, sendo responsável por grande parte das ações de promoção da saúde, prevenção e identificação precoce de doenças. Na APS ocorre o primeiro contato da usuária com o sistema, e é também nesse nível que se organizam as ações de acolhimento, orientação e acompanhamento contínuo, fortalecendo o vínculo e garantindo que o cuidado seja integral e contínuo ao longo do tempo (BRASIL, 2013). 

      Além disso, a APS exerce a função de coordenar o cuidado dentro da Rede de Atenção à Saúde, articulando os fluxos entre diferentes serviços e garantindo o encaminhamento adequado para exames, consultas especializadas, diagnóstico e tratamento. Isso significa que o enfrentamento do câncer não depende apenas de unidades de alta complexidade, como CACON e UNACON, mas sim de uma rede estruturada, integrada e regulada, onde a APS desempenha papel essencial para reduzir atrasos, organizar trajetórias e melhorar o acesso das pacientes aos serviços oncológicos (BRASIL, 2013). 

      Apesar dos avanços, persistem desafios relacionados à distribuição desigual dos serviços oncológicos no território nacional, à sobrecarga dos centros especializados e ao tempo de espera para início do tratamento. Estima- se que uma parcela significativa dos pacientes não inicia a terapêutica dentro do prazo legal de 60 dias após o diagnóstico, estabelecido pela Lei nº 12.732/2012, o que impacta negativamente o prognóstico (MATTOS; ARAÚJO; CRUZ, 2021). 

      Além da lei de 2012, também temos a Lei nº 13.896, sancionada em 2019, reforça a importância do diagnóstico precoce ao garantir que toda suspeita de câncer seja investigada em até 30 dias pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Essa legislação determina que, sempre que um exame inicial indicar possibilidade de malignidade, a paciente deve ter acesso rápido aos exames complementares necessários para confirmar ou descartar o diagnóstico. A intenção da lei é reduzir atrasos que podem comprometer o prognóstico, agilizando a entrada da paciente na linha de cuidado oncológico e fortalecendo o papel da rede de saúde na detecção precoce da doença. 

      O apoio psicológico é extremamente importante, o acolhimento da mulher que teve o diagnóstico de câncer de mama tem um papel fundamental no alcance de bons resultados. O atendimento para essa paciente precisa de se dar de forma integral seguindo os princípios do SUS, por uma equipe multiprofissional para que a mulher consiga lidar com o impacto de todas as etapas do tratamento. Pesquisas mostram que mulheres que tiveram um bom acompanhamento e suporte adequado apresentam melhor qualidade de vida e estão mais preparadas para o pós-tratamento. (PAREDES et al., 2013). 

      A importância de um diagnóstico precoce é essencial para evitar a necessidade de uma mastectomia, pois quando é necessário a realização a mulher enfrenta não apenas mudanças físicas, mas também o impacto da mudança emocional da identidade corporal. A reconstrução mamária assume papel essencial nesse processo, promovendo melhoras significativas da autoestima, da autoimagem e do bem-estar. A reconstrução, portanto, não é apenas um procedimento técnico, mas um componente chave do cuidado integral, onde o aspecto psicológico e social deve ser tratado como prioridade no caminho de retomada da vida e da integridade da mulher, por isso é essencial que o SUS oferte essa etapa no tratamento da mulher para assim alcançar a integralidade do atendimento. (PAREDES et al., 2013). 

      “A reconstrução mamária deve oportuna e integralmente ser garantida às mulheres submetidas à mastectomia, nos termos da garantia constitucional da saúde e dos direitos da mulher, sendo considerado procedimento de caráter reparador e essencial para a integralidade do cuidado oncológico.” (GUIMARÃES; DA SILVA; FREITAS, 2022, p. 124) 

      No Brasil, o direito à reconstrução mamária após o tratamento do câncer é garantido por legislação específica. A Lei nº 9.797/1999 assegura que toda mulher submetida à mastectomia tem direito à cirurgia plástica reconstrutiva pelo SUS, seja de forma imediata ou tardia. Esse direito foi ampliado pela Lei nº 12.802/2013, que determina a realização da reconstrução no mesmo ato cirúrgico da mastectomia sempre que houver condições clínicas, incluindo simetrização da mama contralateral e reconstrução de aréola e mamilo. Essas normas reforçam a importância da integralidade no cuidado oncológico e reconhecem o impacto físico e emocional causado pela perda da mama. 

      Outro ponto relevante diz respeito ao acesso a novas tecnologias terapêuticas, como os inibidores de CDK4/6 e as terapias-alvo, que representam avanços importantes para o tratamento do câncer de mama, especialmente nos casos avançados e hormônio-dependentes. Entretanto, a incorporação dessas tecnologias ao Sistema Único de Saúde (SUS) enfrenta dificuldades, principalmente pelo alto custo desses medicamentos e pela necessidade de análises rigorosas sobre sua real efetividade clínica. A inclusão de qualquer nova tecnologia depende de avaliações criteriosas realizadas pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (CONITEC), que considera evidências científicas, impacto orçamentário e benefícios para a população. (SOUZA; MORAES; SILVA, 2020). 

      Esse processo de avaliação é fundamental para garantir que o SUS mantenha sua sustentabilidade, equilibrando inovação e acesso universal. No entanto, ele também pode gerar demora na disponibilização de terapias que já demonstram bons resultados na prática clínica internacional. Assim, mesmo com sua eficácia comprovada, muitos pacientes esbarram em barreiras que vão desde o custo elevado até a capacidade de oferta pelos serviços especializados. (SOUZA; MORAES; SILVA, 2020). 

      Além dessas barreiras, o acesso às novas terapias ainda apresenta desigualdades regionais importantes. Regiões como Norte e Nordeste enfrentam maior dificuldade de oferta desses tratamentos, seja pela menor disponibilidade de centros especializados, seja pela limitação de recursos destinados à oncologia. Essas diferenças ampliam as disparidades no cuidado e fazem com que mulheres de diferentes regiões do país tenham oportunidades distintas de acesso às terapias mais avançadas, reforçando a necessidade de fortalecer a rede assistencial de forma equitativa (COSTA; REZENDE; FERREIRA, 2021); 

      O tratamento oncológico no SUS reflete os princípios de universalidade, integralidade e equidade, sendo um marco na garantia do direito à saúde. Contudo, para que a política oncológica seja efetivamente eficaz, torna-se essencial avançar em estratégias de descentralização dos serviços, qualificação profissional, incorporação de novas terapias e fortalecimento das ações de prevenção e deteção precoce do câncer. 

      3. METODOLOGIA 

        O presente trabalho caracteriza-se como uma pesquisa de natureza qualitativa, com caráter exploratório e descritivo, fundamentada em revisão bibliográfica. A escolha dessa abordagem justifica-se pela necessidade de reunir, analisar e discutir conhecimentos já produzidos sobre o câncer de mama, sua incidência, mortalidade, tratamento, bem como a atuação do Sistema Único de Saúde (SUS) na atenção oncológica. 

          A revisão bibliográfica foi realizada em bases de dados nacionais e internacionais, como SciELO, PubMed, LILACS e Google Scholar, além de documentos oficiais disponibilizados pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) e pelo Ministério da Saúde. Para a seleção dos materiais, foram utilizados descritores como “câncer de mama”, “ciclo celular”, “inibidores de CDK4/6”, “palbociclib”, “ribociclib”, “abemaciclib” e “tratamento oncológico no SUS”

          Os critérios de inclusão abrangeram artigos publicados entre 2002 e 2024, em português e inglês, que apresentassem relevância científica e relação direta com os objetivos da pesquisa. Foram priorizados ensaios clínicos, revisões sistemáticas, diretrizes internacionais e publicações oficiais de órgãos de saúde. Os critérios de exclusão compreenderam estudos com informações desatualizadas, publicações duplicadas e materiais sem rigor metodológico adequado. 

          Após a seleção, os trabalhos foram organizados em categorias temáticas que nortearam a discussão: (i) epidemiologia do câncer de mama, (ii) mecanismos moleculares e terapias-alvo, (iii) principais medicamentos inibidores de CDK4/6, e (iv) políticas públicas e tratamento oncológico no SUS. A análise foi desenvolvida a partir da leitura crítica dos textos, estabelecendo-se conexões entre os achados científicos e o contexto da saúde pública no Brasil. 

          A metodologia adotada possibilitou a construção de uma base sólida para a compreensão do câncer de mama e suas estratégias terapêuticas, bem como para a análise da importância do SUS na garantia de acesso ao tratamento oncológico. 

          4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 

            O câncer de mama continua sendo um grande desafio para a saúde pública no Brasil, principalmente por causa da sua alta frequência e das dificuldades no diagnóstico precoce. Mesmo com campanhas e avanços nos serviços de saúde, muitas mulheres ainda descobrem a doença em estágio avançado, o que interfere no tratamento. Por isso, reforça-se a importância do rastreamento e da informação, garantindo que mais mulheres conheçam os sinais da doença e busquem atendimento. 

              Ao longo do trabalho, foi possível entender melhor como a estrutura da mama, os hormônios e os mecanismos do ciclo celular se relacionam com o desenvolvimento do câncer. Os hormônios femininos estimulam naturalmente a proliferação das células mamárias, e quando há alterações em proteínas que controlam esse processo, como as ciclinas e as CDK4/6, o risco de crescimento desordenado aumenta. Compreender essa base biológica ajuda a esclarecer por que alguns tipos de câncer de mama são mais influenciados por hormônios do que outros. 

              Com base nessas informações, os inibidores de CDK4/6 surgem como uma alternativa importante no tratamento do câncer de mama hormônio-dependente. Esses medicamentos agem diretamente no controle da divisão celular e, quando combinados com a hormonioterapia, trazem resultados melhores, aumentando o tempo de resposta ao tratamento. Porém, apesar da eficácia comprovada, o acesso a essas terapias ainda é limitado no sistema público, o que mostra a necessidade de melhorias e investimentos na saúde da mulher. 

              Também se destaca o papel das políticas públicas e dos programas de prevenção, que precisam ser fortalecidos e adaptados às realidades de cada região. A educação em saúde, a ampliação do acesso aos exames e o incentivo à realização da mamografia são ações essenciais para reduzir desigualdades e melhorar o diagnóstico precoce. Quanto mais cedo a doença for identificada, maiores são as chances de tratamento eficaz e recuperação  

              Diante de tudo isso, conclui-se que o enfrentamento do câncer de mama depende de uma soma de esforços: informação, prevenção, diagnóstico precoce, tratamento adequado e políticas públicas efetivas. Os avanços científicos mostram caminhos promissores, mas é fundamental que eles cheguem a todas as mulheres de forma igualitária. Assim, é possível melhorar a qualidade de vida, reduzir a mortalidade e oferecer um cuidado mais completo e humano para quem enfrenta a doença. 

              REFERÊNCIAS 

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              1https://orcid.org/0009-0009-6539-2643