OBESIDADE EM ADOLESCENTES DO ENSINO MÉDIO: UMA ANÁLISE BIBLIOGRÁFICA DOS IMPACTOS E  DA INTERVENÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

OBESITY IN HIGH SCHOOL ADOLESCENTS: A BIBLIOGRAPHIC ANALYSIS OF THE IMPACTS AND THE  INTERVENTION OF SCHOOL PHYSICAL EDUCATION 

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202510101331


Alfredo Lins Campelo Neto1
Jhonys da Silva Nogueira1
Orientadora: Eva Vilma Alves da Silva2


Resumo  

A obesidade em adolescentes do Ensino Médio se faz um agravante na saúde pública, com  impactos físicos, emocionais e sociais. Este estudo analisou os efeitos da obesidade juvenil e  investigou como a Educação Física escolar pode atuar como intervenção preventiva. Foi  realizada uma pesquisa bibliográfica em bases como SciELO, PubMed e Periódicos CAPES,  considerando publicações entre 2020 e 2025. Os achados indicam que fatores como alimentação  inadequada, sedentarismo, uso excessivo de tecnologias e condições socioeconômicas  influenciam a obesidade. Programas estruturados de Educação Física, aliados a atividades física  e apoio familiar, contribuem para reduzir o índice de massa corporal, melhorar a aptidão física  e fortalecer hábitos saudáveis. Conclui-se que a Educação Física escolar é estratégica na  prevenção da obesidade e promoção da saúde integral.  

Palavras-chave: Obesidade. Adolescência. Educação Física Escolar. Promoção da Saúde.  Prevenção.  

1. INTRODUÇÃO  

A obesidade entre adolescentes é hoje um dos maiores desafios de saúde pública no  Brasil. Esse problema não afeta apenas o corpo, mas interfere diretamente na qualidade de vida,  no bem-estar emocional e no desenvolvimento saudável dos jovens.  

A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem destacado a obesidade como um dos  maiores desafios de saúde pública global, considerando suas repercussões tanto no presente  quanto nas gerações futuras. No Brasil, por exemplo, a prevalência de obesidade entre  adolescentes do ensino médio tem aumentado significativamente nas últimas décadas, refletindo  não só mudanças nos hábitos alimentares, mas também fatores socioeconômicos, ambientais e  comportamentais. Nos últimos anos, a quantidade de crianças e adolescentes com sobrepeso ou  obesidade tem aumentado de forma significativa, gerando preocupação em profissionais de  saúde, educadores e familiares.  

Dados do Instituto Desiderata (2025) mostram que a prevalência de excesso de peso  entre crianças e adolescentes passou de 21,5 % em 2000 para 30,6 % em 2016, evidenciando  uma tendência preocupante que demanda atenção imediata e ações integradas entre escola,  família e comunidade. Segundo a OMS, globalmente “a prevalência de obesidade para crianças  de 5 a 19 anos aumentou de 0,9 % em 1975 para 6,8 % em 2016” (WHO, Guideline:  Management of adolescents with obesity, 2021) Organização Mundial da Saúde. Essa trajetória  global reflete-se também nos contextos nacionais e reforça a urgência de políticas públicas e  intervenções escolares eficazes.  

A obesidade ocorre quando há acúmulo excessivo de gordura no corpo, geralmente  provocado por um desequilíbrio entre o que se consome e o gasto energético diário. Na  adolescência, essa situação é ainda mais preocupante, pois aumenta o risco de desenvolvimento  de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes tipo 2, hipertensão arterial, dislipidemias  e outros problemas metabólicos. Além disso, o excesso de peso pode comprometer a saúde  mental e emocional dos jovens, afetando a autoestima, a socialização e a motivação para praticar  atividades físicas. O Ministério da Saúde (2023) registrou um aumento de 430% nos  atendimentos de crianças e adolescentes com obesidade nos últimos oito anos, mostrando o  crescimento acelerado desse problema. A ABESO (2024) também alerta que mais da metade da  população brasileira encontra-se acima do peso, sendo que quase 20% estão em situação de  obesidade. 

Diversos fatores contribuem para o aumento da obesidade na adolescência. Entre eles,  destacam-se o consumo elevado de alimentos ultraprocessados, ricos em açúcares, gorduras e  sódio; a baixa ingestão de frutas, legumes e fibras; o sedentarismo e o tempo excessivo diante  de telas, como televisão, videogames e smartphones. Esses hábitos, combinados a fatores  socioeconômicos, emocionais e genéticos, tornam os adolescentes ainda mais vulneráveis.  Fatores familiares também influenciam, visto que a presença de hábitos inadequados em casa  pode reforçar escolhas alimentares pouco saudáveis e a falta de prática de atividades físicas.  Estudos recentes indicam que apenas a integração entre ações escolares, familiares e  comunitárias permite a construção de hábitos saudáveis duradouros (BARCELA, HOLDEFER  & ALMEIDA, 2022).  

A escola desempenha um papel central na prevenção da obesidade, especialmente  através da Educação Física. Diferente do que muitos pensam, esta disciplina não se limita ao  desenvolvimento de habilidades motoras ou esportivas, mas atua como ferramenta educativa  essencial na formação de hábitos saudáveis. Quando bem planejada e articulada com estratégias  nutricionais e apoio familiar, a Educação Física contribui para o aumento do gasto energético,  melhora da autoestima, desenvolvimento de habilidades sociais e cognitivas, além de criar um  ambiente de incentivo à prática regular de exercícios. A escola, sobretudo as públicas, tem a  vantagem de alcançar uma grande diversidade de jovens, proporcionando oportunidades iguais  de aprendizagem e acesso a atividades físicas de qualidade (SOUZA et al., 2023; REZENDE et  al., 2022).  

Outro ponto relevante é o impacto psicossocial da obesidade na adolescência. Jovens  com excesso de peso frequentemente enfrentam estigma, bullying e discriminação, tanto no  ambiente escolar quanto no social. Essas situações podem gerar baixa autoestima, ansiedade,  depressão e isolamento social, dificultando a adesão a hábitos saudáveis e à prática de atividades  físicas. A Educação Física escolar, quando aplicada de forma inclusiva e motivadora, tem o  potencial de reduzir esses impactos, promovendo integração social, valorização das habilidades  individuais e incentivo ao movimento de forma prazerosa (MENDES et al., 2024).  

Além do estímulo à prática de exercícios, a escola também contribui para o aprendizado  sobre alimentação equilibrada e escolhas conscientes. A integração da Educação Física com a  educação nutricional reforça a importância de combinar movimento e alimentação saudável,  prevenindo o ganho de peso excessivo e reduzindo o risco de doenças futuras. Programas que  associam orientações nutricionais, acompanhamento psicológico e atividades físicas  estruturadas apresentam maior efetividade, mostrando resultados positivos na composição  corporal, na melhoria do condicionamento físico e na saúde mental dos adolescentes  (FERREIRA & FRANÇA, 2021; FREITAS, 2024). 

A adolescência é uma fase crucial para a formação de hábitos que tendem a se perpetuar  na vida adulta. Assim, investir na prevenção da obesidade nesse período, por meio de práticas  de Educação Física bem planejadas e interdisciplinares, é essencial para garantir não apenas a  saúde física, mas também a saúde emocional e o desenvolvimento integral dos jovens. Estudos  demonstram que programas escolares estruturados promovem melhor adesão às atividades  físicas, reduzem o índice de massa corporal e incentivam a construção de rotinas mais saudáveis,  contribuindo para a qualidade de vida e o bem-estar geral (SANTOS et al., 2023).  

Diante desse cenário, este trabalho tem como objetivo analisar os impactos da obesidade  na saúde de adolescentes do Ensino Médio e investigar como a Educação Física escolar pode  atuar como estratégia de prevenção e promoção da saúde. Pretende-se compreender de que  forma a disciplina pode contribuir para o desenvolvimento de hábitos saudáveis, para a  prevenção de doenças e para o fortalecimento da autoestima, destacando a importância da  articulação entre escola, família e comunidade para maximizar os efeitos das intervenções. A  compreensão desse papel é essencial para apoiar professores, gestores e profissionais de saúde  na implementação de estratégias eficazes de enfrentamento da obesidade juvenil, especialmente  no contexto das escolas públicas, onde o impacto social das ações crescentes.  

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA  

2.1 Fatores associados à obesidade em adolescentes  

A obesidade na adolescência resulta da interação de múltiplos fatores, incluindo hábitos  alimentares, nível de atividade física, aspectos genéticos, psicológicos e socioeconômicos. O  consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, aliado à baixa ingestão de frutas, legumes e  fibras, é um dos principais responsáveis pelo aumento do sobrepeso nessa faixa etária (Oliveira  et al., 2024).  

O sedentarismo, frequentemente reforçado pelo uso intenso de dispositivos eletrônicos como  televisão, computadores, smartphones e videogames, reduz o gasto energético diário (Santos,  Silva & Sanches, 2023). Fatores genéticos e histórico familiar aumentam a predisposição ao  ganho de peso, enquanto condições socioeconômicas, como acesso limitado a alimentos  saudáveis e espaços seguros para atividades físicas, tornam alguns adolescentes mais  vulneráveis (Miranda et al., 2022; Brasil, 2022).  

Aspectos emocionais, como estresse, baixa autoestima e depressão, estão associados a padrões  alimentares inadequados e à inatividade física, reforçando o excesso de peso (Reis et al., 2023;  Silva & Oliveira, 2025). Compreender essa complexidade multifatorial é fundamental para  desenvolver estratégias eficazes de prevenção e políticas públicas voltadas para adolescentes  (Neves et al., 2021).  

2.2 O papel da Educação Física na prevenção da obesidade  

A Educação Física escolar desempenha papel essencial na prevenção da obesidade, estimulando  a prática regular de atividades físicas e promovendo equilíbrio energético. Um currículo escolar  bem estruturado e intervenções educativas direcionadas aumentam a adesão dos adolescentes à  atividade física diária, reduzindo os riscos associados ao excesso de peso (Ferreira & Almeida,  2021).  

Além dos benefícios físicos, a prática regular de exercícios melhora a saúde mental, reduz  ansiedade e depressão, e fortalece a autoestima dos jovens (Mendes et al., 2024). Aulas  diversificadas e prazerosas desenvolvem habilidades motoras como agilidade, equilíbrio e  coordenação, tornando a atividade física mais motivadora e sustentável ao longo do tempo  (Souza et al., 2023). Quando integrada a outras áreas do conhecimento, a Educação Física se  torna eixo estratégico na promoção da saúde integral (Santos et al., 2024).  

2.3 A importância da escola na promoção da saúde 

A escola é um local estratégico para promover comportamentos saudáveis desde a infância,  beneficiando as crianças diretamente e também suas famílias, pares e comunidades mais amplas,  (OMS, 2023). Nesse sentido, o ambiente escolar ultrapassa sua função tradicional de ensino  formal, tornando-se um espaço de construção de valores, atitudes e práticas que impactam a  saúde física, emocional e social dos estudantes.  

Quando aliada à Educação em Saúde, a escola transforma-se em uma poderosa aliada na  prevenção de doenças e na formação de cidadãos mais conscientes e comprometidos com seu  bem-estar e o do coletivo. A integração de temas como alimentação equilibrada, higiene, saúde  mental, sexualidade e prática regular de atividade física ao currículo escolar contribui  significativamente para o desenvolvimento de habilidades para a vida, fortalecendo a autonomia  dos estudantes em suas escolhas cotidianas.  

Além de transmitir conhecimento, a escola oferece espaço seguro e estruturado para prática  regular de exercícios e suporte emocional, favorecendo habilidades sociais, autonomia e  resiliência (Reis et al., 2023; Brasil, 2023). Criar uma cultura de saúde e bem-estar fortalece  autoestima e confiança, protegendo contra sedentarismo e comportamentos de risco (Santos,  2024). Assim, a escola atua como ambiente estratégico para enfrentar a obesidade juvenil,  complementando o papel da família e políticas públicas.  

2.4 Políticas públicas e programas governamentais  

O Brasil tem desenvolvido políticas voltadas à prevenção e cuidado da obesidade em crianças e  adolescentes. A Estratégia Nacional de Prevenção e Atenção à Obesidade Infantil (PROTEJA),  lançada em 2021 pelo Ministério da Saúde, promove ações integradas entre saúde, educação,  assistência social e agricultura, incentivando ambientes saudáveis e atividade física (MS, 2024).  

Essas iniciativas reforçam o entendimento de que a promoção da saúde infantil exige um esforço  coletivo e intersetorial, com foco na criação de ambientes que favoreçam escolhas saudáveis  desde os primeiros anos de vida. A Organização Mundial da Saúde destaca que, ações eficazes  para combater a obesidade infantil exigem intervenções integradas que comecem precocemente  e envolvam escolas, famílias e comunidades (OMS, 2023). Dessa forma, políticas públicas  como o PROTEJA e o PSE representam avanços importantes ao reconhecerem a escola como  um espaço privilegiado para a implementação dessas estratégias. Ao articular saúde e educação,  essas ações contribuem para a redução das desigualdades sociais e o fortalecimento de uma  cultura de cuidado, prevenção e promoção do bem-estar de crianças e adolescentes em todo o  país. 

O Programa Saúde na Escola (PSE) fortalece a avaliação antropométrica, promoção de  alimentação saudável e incentivo à atividade física (MS, 2022). Diretrizes como a Portaria  Interministerial nº 1.010/2006 regulam a alimentação escolar, restringindo ultraprocessados e  promovendo refeições adequadas (MEC, 2023). A OMS também enfatiza a necessidade de  políticas que incentivem estilos de vida saudáveis desde a infância.  

2.5 Tecnologias digitais e impacto no estilo de vida  

O uso crescente de tecnologias digitais transforma a rotina dos adolescentes, influenciando seus  hábitos de saúde. Aproximadamente 74,4% dos adolescentes brasileiros passam tempo  excessivo diante de telas, ultrapassando o limite recomendado de duas horas por dia (Antoniassi  et al., 2024). Esse comportamento sedentário aumenta o risco de obesidade e está associado à  piora da dieta, pois coincide frequentemente com consumo de ultraprocessados (UFPR, 2024;  Ministério da Saúde, 2025).  

A Educação Física nas escolas públicas enfrenta desafios como falta de infraestrutura,  equipamentos insuficientes, poucas horas-aula e sobrecarga dos professores (Silva et al., 2023;  Barcellos & Pereira, 2024). Fatores socioeconômicos e culturais também limitam a participação  dos alunos, especialmente em regiões vulneráveis.  

Apesar disso, tecnologias digitais podem ser aliadas da saúde, quando utilizadas de forma  educativa. Aplicativos, jogos gamificados e plataformas online incentivam hábitos mais ativos  e saudáveis, oferecendo acompanhamento e desafios, principalmente quando integrados à  escola e família (Brasil, 2024).  

2.6 Estratégias interdisciplinares  

A obesidade juvenil requer ações integradas envolvendo professores, nutricionistas, psicólogos  e familiares. Projetos combinando Educação Física e orientação nutricional têm resultados mais  eficazes na redução do excesso de peso (Freitas, 2024; Ferreira & França, 2021). Atividades  lúdicas, circuitos e esportes coletivos aumentam engajamento e motivação, reforçados por  feedback positivo e apoio da comunidade escolar (Souza et al., 2023).  

Novas metodologias e tecnologias vêm sendo incorporadas à Educação Física para enfrentar  sedentarismo e obesidade. Aplicativos, plataformas online e aulas personalizadas aumentam  engajamento e monitoram evolução dos adolescentes (Brasil, 2024). Políticas como PROTEJA  incentivam integração entre Educação Física e orientação nutricional, fortalecendo ações  preventivas (MS, 2024). Valorizar o professor, melhorar infraestrutura e reforçar parcerias com  escola, família e comunidade são passos essenciais para que a Educação Física cumpra seu papel  na promoção da saúde integral. 

3. METODOLOGIA  

Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa teórica, realizada por meio de revisão  bibliográfica, com o objetivo de analisar a relação entre obesidade em adolescentes do Ensino  Médio e a atuação da Educação Física escolar na prevenção dessa condição. A revisão  bibliográfica permite identificar, avaliar e sintetizar informações de estudos recentes,  oferecendo um panorama atualizado sobre o tema e garantindo embasamento científico  consistente.  

A busca de literatura foi realizada nas bases SciELO, PubMed, Google Scholar e  Periódicos CAPES, utilizando combinações de palavras-chave como “obesidade em  adolescentes”, “Educação Física escolar”, “prevenção da obesidade” e “atividade física na  adolescência”. Foram considerados artigos publicados entre 2020 e 2025, voltados para  adolescentes com idade entre 12 e 18 anos, abordando intervenções ou programas de Educação  Física escolar.  

Após a busca inicial, aproximadamente 120 artigos foram encontrados. A leitura de  títulos e resumos permitiu excluir 80 artigos que não atendiam aos critérios de inclusão, seja por  não terem relação direta com obesidade juvenil ou por focarem exclusivamente em adultos ou  doenças não relacionadas. Dos 40 artigos restantes, 25 foram lidos na íntegra e utilizados para  compor a revisão final, garantindo que apenas pesquisas relevantes e atualizadas fossem  consideradas.  

3.1 Análise de Dados  

A análise dos artigos selecionados foi realizada de forma crítica e sistemática. As  informações relevantes foram organizadas em quadros comparativos, permitindo sintetizar  dados sobre fatores que causam obesidade, impactos na saúde física e mental, intervenções de  Educação Física e resultados obtidos em diferentes contextos escolares.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES  

A obesidade entre adolescentes do Ensino Médio é um problema crescente de saúde  pública no Brasil, impactando diretamente a qualidade de vida, saúde física e mental dos jovens.  Dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE, 2023) mostram que  aproximadamente 9,9% dos adolescentes apresentam obesidade, enquanto 28,6% estão com  sobrepeso. Esses números reforçam que a adolescência é um período crítico, pois hábitos  adquiridos nesta fase tendem a persistir na vida adulta, aumentando o risco de doenças crônicas,  como hipertensão, diabetes tipo 2 e dislipidemias (Silva et al., 2022).  

Os estudos revisados indicam que a obesidade resulta de fatores multifatoriais,  combinando genética, alimentação inadequada e sedentarismo. Silva et al. (2022) destacam que  filhos de pais obesos têm maior predisposição ao excesso de peso, evidenciando a influência  genética. Além disso, o aumento do tempo em frente às telas, associado ao consumo de  alimentos ultraprocessados, intensifica o risco de obesidade (Cesar et al., 2021; Barros &  Oliveira, 2020).  

A prática regular de atividades físicas mostra-se um fator protetor importante.  Adolescentes que participam de programas estruturados de Educação Física escolar apresentam  melhorias nos parâmetros antropométricos, redução do IMC e maior conscientização sobre  hábitos saudáveis (Souza et al., 2023; Brasil, 2022). Intervenções integradas, que unem  Educação Física e orientação nutricional, são ainda mais eficazes, reduzindo sedentarismo,  desenvolvendo habilidades motoras e promovendo bem-estar psicológico (Rezende et al., 2022;  Lima & Rezende, 2023).  

Além dos benefícios físicos, a Educação Física escolar contribui para a formação de  hábitos saudáveis, socialização e fortalecimento da autoestima. Quando combinada com  políticas públicas e programas educativos, a disciplina se torna uma ferramenta poderosa na  prevenção da obesidade juvenil (Barcela, Holdefer & Almeida, 2022).  

Os dados corroboram para o envolvimento da família e da comunidade escolar é  decisivo. Adolescentes que recebem incentivo em casa e apoio na escola apresentam maior  adesão à atividade física e a hábitos alimentares adequados (Cesar et al., 2021). Isso reforça a  necessidade de programas interdisciplinares, que contemplem exercícios, educação nutricional  e suporte psicológico.  

Tabela 1: Prevalência da Obesidade e Fatores Associados em Adolescentes Brasileiros (1218  anos)  

Indicadores Porcentagem  (%) Fonte 
Adolescente com obesidade 9,9 PeNSE, 2023 
Adolescente com sobrepeso 28,6 PeNSE, 2023 
(≥150 Adolescentes ativos  minutos/semana)  36,9 Covitel, 2023 
Jovens com consumo regular de frutas 33,5 Covitel, 2023 
Jovens com consumo frequente de  ultraprocessados 24,3 Covitel, 2023 

Os dados apresentados no gráfico evidenciam a dimensão preocupante da obesidade em  adolescentes brasileiros entre 12 e 18 anos. A prevalência de obesidade atinge quase 10% desta  população, enquanto o sobrepeso atinge mais de 28%, totalizando quase 40% dos jovens com  excesso de peso, fato que alerta para a necessidade de intervenções urgentes no âmbito escolar  e familiar (PeNSE, 2023).  

Além disso, observa-se que apenas 36,9% dos adolescentes alcançam a recomendação  mínima de 150 minutos semanais de atividade física, situação que contribui para o agravamento do quadro nutricional (Covitel, 2023). O consumo alimentar também apresenta desafios, com  apenas um terço da população juvenil consumindo frutas regularmente, e quase um quarto  mantendo elevada ingestão de alimentos ultraprocessados, fator determinante para o  desequilíbrio energético.  

Esses indicadores reforçam a importância de estratégias integradas na escola,  especialmente através da Educação Física e de programas de orientação nutricional, que podem  potencializar a formação de hábitos saudáveis, promover a conscientização e reduzir os índices  de obesidade juvenil. A colaboração entre escola, família e comunidade revela-se fundamental  para a eficácia dessas ações.  

Estudos recentes mostram que programas de Educação Física estruturados e  diversificados aumentam a adesão dos adolescentes à atividade física, melhoram habilidades  motoras e contribuem para a saúde mental, pois reduz o estresse, ansiedade e depressão, melhora  a autoestima através da prática de atividades físicas (Ferreira & Almeida, 2021; Souza et al.,  2023; Mendes et al., 2024).  

A tabela a seguir mostra como os jovens percebem e se envolvem nas aulas de Educação  Física, revelando o quanto essa disciplina pode influenciar a adoção de hábitos ativos e a  construção de um estilo de vida mais saudável.  

Tabela 2: Engajamento dos adolescentes em Educação Física e hábitos saudáveis

Indicador Percentual (%)Fonte / Contexto Escolar
Adolescentes que
participam ativamente das
aulas de Educação Física
47,8Pesquisa revisada, escolas públicas, 2023 
Adolescentes que relatam
aumento da motivação para
se exercitar fora da escola
39,2Souza et al., 2023 
Adolescentes que percebem
melhora da autoestima com
EF
38,7
Estudos de intervenção, 2023 
Adolescentes que
incorporam hábitos de
atividade física em casa
32,4Covitel, 2023 
Adolescentes que relatam
incentivo da família para
prática de exercícios
34,6Covitel, 2023 

A análise dos dados revela que quase metade dos adolescentes participa de forma ativa das aulas de Educação Física, e muitos relatam maior motivação para se exercitar fora da escola. Além disso, observa-se melhora na autoestima e consciência sobre a importância da prática regular de exercícios.

Esses resultados reforçam que a Educação Física é mais do que movimento: é um espaço  de transformação, capaz de estimular hábitos saudáveis desde a adolescência. Quando  combinada com o incentivo familiar, sua eficácia aumenta significativamente, evidenciando a  importância da articulação entre escola e família (Barcela, Holdefer & Almeida, 2022; Cesar et  al., 2021).  

Intervenções integradas entre Educação Física, orientação nutricional e suporte  psicológico demonstram efeitos positivos na redução do sedentarismo e do índice de massa  corporal, contribuindo para a formação de hábitos duradouros (Rezende et al., 2022; Lima &  Rezende, 2023). Portanto mesmo em escolas públicas, a disciplina pode funcionar como um  verdadeiro motor de prevenção da obesidade, promovendo saúde física, mental e social para os  adolescentes.  

CONCLUSÃO  

A Educação Física escolar contribui de forma significativa para a prevenção da  obesidade em adolescentes do Ensino Médio. As atividades físicas regulares promovem o  equilíbrio energético, fortalecem a autoestima e favorecem a saúde mental, mostrando-se  essenciais para a formação de hábitos saudáveis.  

A articulação entre escola, família e comunidade potencializa os efeitos das  intervenções, permitindo que os adolescentes incorporem mudanças de comportamento de  maneira duradoura. A integração da Educação Física com orientações nutricionais e estratégias  educativas amplia o impacto das ações preventivas, promovendo a saúde integral dos estudantes.  

Embora as políticas públicas e programas escolares existentes ofereçam suporte  importante, desafios como infraestrutura limitada, falta de recursos e sedentarismo  impulsionado pelo uso excessivo de tecnologias ainda precisam ser enfrentados. O estudo  evidencia a necessidade de projetos interdisciplinares, metodologias inovadoras e incentivo à  participação dos adolescentes para garantir a efetividade das ações.  

Os objetivos propostos neste trabalho são atingidos, uma vez que a pesquisa demonstra  como a Educação Física escolar atua como ferramenta estratégica na prevenção da obesidade,  destacando sua relevância tanto no aspecto físico quanto psicossocial dos adolescentes.  Limitações incluem a dependência de estudos bibliográficos e a ausência de coleta de dados  primários, indicando que pesquisas futuras poderiam explorar intervenções práticas em  contextos escolares específicos.  

A implementação de programas integrados, a valorização da disciplina e a promoção de  hábitos saudáveis desde a adolescência apresentam potencial para reduzir a prevalência de  obesidade, contribuindo para a formação de indivíduos mais saudáveis, ativos e conscientes em  relação à própria saúde.  

REFERÊNCIAS  

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1Discente do Curso Superior de Educação Física do Instituto Fametro Campus Sede. e-mail:  alfredolins0810@hotmail.com/ jhonysriver_28@hotmail.com
2Docente do Curso Superior de Educação Física do Instituto Fametro Campus Sede. Mestre em Ciências do  Movimento Humano: Aspectos Biocomportamental. e-mail: eva.silva@fametro.edu