REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202506121239
Renatha Malena Tavares Passos1; Rosa Maria Rodrigues da Costa2; Juliana Severina Barbosa Rodrigues2; Deusilete Peres Santana2; Gracieli Alves de Souza Tedesco2; Iquelini Silva Moreira2; Renata Perez2; Suelaine Pires Ribeiro Moura2; Irene da Costa Cavalcante2; Leda de Oliveira Victor2
RESUMO
O presente artigo tem como tema a importância das brincadeiras e dos jogos na educação infantil de 3 a 4 anos bem como a linha da docência nesta mesma área. O referido artigo discorrerá também sobre a importância do ato de brincar, para o desenvolvimento e a aprendizagem da criança. O objetivo deste é de proporcionar situações onde a criança conheça o significado do brincar, conceituar os principais termos utilizados para designar o ato de brincar, tornando-se também fundamental compreender o universo lúdico, onde a criança comunica-se consigo mesma e com o mundo, aceita a existência dos outros, estabelece relações sociais, constrói conhecimentos, desenvolvendo-se integralmente, e ainda, os benefícios que o brincar proporciona no ensino-aprendizagem infantil. Portanto, para realizar este trabalho, utilizamos a pesquisa bibliográfica, fundamentada na reflexão de leitura de livros, artigos, revistas e sites, bem como pesquisa de grandes autores referente a este tema.
Palavras-chave: Brincadeiras Jogos. Educação Infantil. Ludicidade.
INTRODUÇÃO
Este artigo está voltado para a linha de pesquisa docência na educação infantil. A ideia torna-se importante a partir do momento em que possui grande relevância, em compreender que a arte de brincar, contar e ouvir histórias fazem parte da infância e ainda desenvolve o intelecto e a imaginação.
Por ser o primeiro passo para o desenvolvimento cinético da criança, cabe ao professor desenvolver estratégias de aprendizagem para os conteúdos escolares de forma lúdica e prazerosa sendo assim, os alunos aprendem com prazer e satisfação pois, as brincadeiras e as histórias promovem gozo e alegria.
O tema esta relacionado aos eixos estudados nas disciplinas durante o curso de pedagogia, os quais farão parte do instrumento de trabalho do educador quando o mesmo estiver em seu campo de trabalho. Assim, faz-se necessário compreensão e vasto conhecimento dos profissionais da área, os quais pretendem atuar na educação, desde o infantil ao nível universitário, uma vez que o professor como mediador do conhecimento precisa ter mais experiência que o educando.
A educação infantil é o primeiro e decisivo passo para atingir a continuidade no ensino, com produção e eficiência desejáveis. Nesse período da vida da criança, são relevantes todos os aspectos prováveis de sua formação, pois como ser do processo e do desenvolvimento social dar-se-a passos definitivos para uma vida escolar e em sociedade adequadas ao seu processo de conhecimento como membro de uma sociedade na qual está inserido.
Nesta fase, sua personalidade começa a consolidar -se, seu autocontrole e a segurança começam a firmar-se. Portanto, um cuidado especial deve ser tomado pelos educadores para que possam, de maneira integral e harmônica, desenvolverem personalidades ajustadas, equilibradas, fundamentos necessários para uma boa formação.
Para a grande maioria das crianças a educação infantil oferece possibilidades nas quais as famílias muitas vezes não tem condições de proporcionar. No momento em que a criança transpõe o limite da família e passa a conviver com outras crianças, passa a descobrir outros ambientes começando aí uma nova formação, tanto social como intelectual.
Vygotsky (1979) afirma que a criança aprende muito brincando, visto que este ato desenvolve a sua capacidade cognitiva, emocional, social e psicológica, enquanto aparentemente ela o realiza para se distrair e gastar a sua energia. Piaget (1998) caracteriza o brincar como uma atividade que reflete os estados internos do sujeito diante de uma realidade vivida ou imaginada. Nessa perspectiva, a criança vai se constituir como sujeito a partir do brincar: é brincando que a criança pode se tornar uma chefe, um pai, um professor e um general. (VELASCO, 1996). Através dessas significações atribuídas ao brincar, Santos (1995) aponta que este ato é uma atividade natural, espontânea e necessária a criança, no qual representa uma peça importantíssima ao seu desenvolvimento. Sua função transcende o mero controle de habilidades, sendo muito mais abrangente. A importância do brincar é evidente, uma vez que através desse ato a criança constrói o seu próprio mundo.
Desenvolver um trabalho sobre jogos e brincadeiras torna-se prazeroso e a medida que vamos conhecendo a satisfação dos pequenos tornamo-nos orgulhosos do nosso trabalho. Faz-se necessário também, entender que os jogos e brincadeiras devem ser explorados por professores, não só do infantil, como também em outras áreas de ensino. Uma vez que nos dias atuais o construtivismo, a consciência fonológica, as brincadeiras e as historinhas fazem parte do real cotidiano da criança enquanto mentor educacional. E todos os anos ganham mais adeptos dessa realidade. De acordo com a BNCC, o brincar faz parte do mundo da criança como forma de aprendizagem. Seria importante que os profissionais os quais atuam em creches e pré-escolas tivessem uma vasta experiência de formação na área de educação infantil.
A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Este artigo foi desenvolvido justamente para um maior aprofundamento em conhecimento sobre as oportunidades em que os brinquedos e os jogos podem ofertar. Os jogos podem ser vistos como um meio de socialização da criança no ambiente escolar. É importante que os educadores da educação infantil estejam preparados para enfrentar as necessidades afetivas e os conflitos normais que a criança apresenta quando chega no espaço educacional. E sua adaptação muitas vezes vai depender da forma como ela for recebida e orientada. Portanto, o educador deverá conhecer suas necessidades básicas, suas características evolutivas e ter informações quanto aos aspectos de saúde, higiene e nutrição infantil.
Segundo Piaget, o desenvolvimento intelectual e afetivo dar-se por meio de estágios ou fases sucessivas e constantes o que não exime a existência de diferenças individuais, pois cada criança tem seu tempo podendo alcançar maturidade em fases diferentes. Nesta fase as brincadeiras e os jogos são excelente ferramentas para desenvolver a aprendizagem dos conteúdos. O brincar é uma forma de linguagem que a criança usa para compreender e interagir consigo e com os outros. O objetivo das brincadeiras é proporcionar situações nas quais a criança possa explorar e observar o ambiente com atitude de curiosidade percebendo-se como integrante e ao mesmo tempo, independente de seus pares e agentes de transformação do seu meio. E ainda reconhecer a importância do brincar com outras crianças de sua idade, as quais estão inseridas nas creches com faixa etária de 3 a 4 anos.
O brincar infantil não pode ser considerado apenas brincadeiras superficiais, sem valor educativo, pois o verdadeiro e profundo da brincadeira é justamente acordar, despertar e vivenciar forças de fantasia nas quais, por sua vez, chegam a ter uma ação direta sobre formação e sobre a estruturação do pensamento da criança. Nas brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação. Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da interação e da utilização e experimentação de regras e papéis sociais (BRASIL, 1998, p. 22).
De acordo com RCNEI, Brasil, (1998) Ao brincar a criança aprende a conhecer, a fazer, a conviver e a ser, favorecendo o desenvolvimento da autoconfiança, curiosidade, autonomia, linguagem e pensamento. O fato de a criança, desde muito cedo, poder se comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde representar determinado papel na brincadeira faz com que ela desenvolva sua imaginação.
É por meio do brincar que a criança forma conceitos, seleciona ideias, percepções e se socializa cada vez mais. As brincadeiras são atividades que auxiliam na formação, socialização, desenvolvendo habilidades psicomotoras, sociais, físicas, afetivas, cognitivas e emocionais. Ao participar de brincadeiras e jogos as crianças expõem seus sentimentos, aprendem, constroem, exploram, pensam, sentem, reinventam e se movimentam. Assim, fantasiando a criança revive angústias, conflitos, alegrias, desiste e refaz, deixando de lado a sujeição às ordens e exigências dos adultos, inserindo-se na sociedade onde assimilam valores, crenças, leis, regras, hábitos, costumes, princípios e linguagens: As crianças são capazes de lidar com complexas dificuldades psicológicas através do brincar. Elas procuram integrar experiências de dor, medo e perda. Lutam com conceitos do bem e do mal.
O lúdico é considerado prazeroso devido a sua capacidade de absorver a criança de forma única, intensa e total possibilitando demonstrar sua personalidade e conhecer melhor a si mesma. Segundo Kishimoto, (2001), enquanto a criança brinca, sua atenção está concentrada na atividade em si e não em seus resultados ou efeitos. “É no brincar, e somente no brincar, que o indivíduo, criança ou adulto, pode ser criativo e utilizar sua personalidade integral; e é somente sendo criativo que o indivíduo descobre o eu (WINNICOTT, 1975, p.80).”
No ato de brincar a criança estabelece vínculos entre as características do papel assumido, suas competências e as relações que possuem com outros papéis, ou seja, no lúdico a criança transforma os conhecimentos que já possuem anteriormente em conceitos gerais com os quais brinca.
Vygotsky (1991) nos evidencia as características infantis, ao apontar a importância da linguagem e da percepção que envolve sentido e significado que o mundo, vestem pelas crianças. O brincar intensifica a percepção infantil que por sua vez direciona seu pensar de maneira cada vez mais equilibrada, favorecendo aprendizagem ao longo do seu crescimento.
Ao desenvolver suas potencialidades, a criança aprende a interagir, vencendo suas dificuldades tomando decisões no que tange a situações conflituosas. Por exemplo, o brinquedo se torna desafio que estimula novas descobertas. Assim, fica claro então, que o brincar para a criança não é apenas uma questão de diversão, mas também de educação, construção, socialização e desenvolvimento de suas potencialidades.
Vygotsky (1984) atribuiu relevante papel ao ato de brincar na construção do pensamento infantil. Por meio do brincar a criança revela seu estado cognitivo, visual, auditivo, tátil, motor, seu modo de aprender e entrar em uma relação cognitiva com o mundo de eventos, pessoas, coisas e símbolos.
O brincar é uma atividade natural, espontânea e necessária. Para brincar é preciso que as crianças tenham certa independência para escolher seus companheiros, os papéis que assumirão no decorrer da brincadeira, o tema, o enredo, todos dependendo unicamente da vontade de quem brinca. Por meio do lúdico a criança constrói seu próprio mundo, dá evolução aos pensamentos, colaborando sobremaneira no aspecto social, integrando-se na sociedade.
Nesta etapa da educação básica na qual atende crianças de zero a cincos anos. O profissional precisa aumentar a criatividade, o entusiasmo, a alegria e observar o desenvolvimento das crianças no decorrer d brincadeira. Portanto, é necessário que o educador entenda o brincar de cada criança. Para que o mesmo examine o universo infantil, é preciso ter um conhecimento teórico, prático, com capacidade de observação e vontade. Através da observação do lúdico, o educador pode obter importantes informações sobre o brincar.
A fase primeira de desenvolvimento de zero aos três anos são crianças atendidas nas creches ou instituições equivalentes. Quando completam cinco anos vão para as pré-escolas. Esta fase compreende o desenvolvimento, entre o zero e os quatro anos. Nela as crianças são atendidas nas creches ou instituições equivalentes (ibidem, 2013).
Contudo a organização reflete e m uma mudança de concepção próxima das creches. Em que eram consideradas como ação de assistência social ou de apoio às mulheres, assim as instituições passam a fazer parte de uma preparação educativa que deve ser articulada aos outros níveis de ensino formal e estender-se por toda a vida).
Na primeira etapa deste percurso orienta-se, não só para conteúdo ou conhecimento formal, mas também, para o desenvolvimento social.
Assim a educação infantil atua sobre dois eixos fundamentais: a interação e a brincadeira, bem como o ambiente escolar no qual deve refletir estão preocupação.
Sendo assim, a indicação é que o espaço seja dinâmico, vivo, brincável, explorável, transformável e acessível para todos. (ibidem, 2013). As creches estão vinculadas às normas educacionais do sistema de ensino ao qual pertencem.
Devem contar também, com a presença de profissionais da educação em seu quadro de pessoal e estão sujeitas à supervisão pedagógica do órgão responsável pela administração da educação. O desenvolvimento é a busca do equilíbrio superior, como processo de equilíbrio constante. Por meio desse processo surgem novas estruturas de pensamento, novas formas de conhecimento, mas mesmo assim, as funções do desenvolvimento serão as mesmas. (PIAGET, 1973). Ainda, segundo Piaget (1999), o desenvolvimento psíquico do ser humano se inicia desde o nascimento e, na fase adulta, se estabiliza.
Para melhor entender esse processo, pode-se comparar o crescimento orgânico da criança, que se encontra em evolução chegando a atingir o nível estável na sua fase adulta. Na fase de zero a dois (0 a 2) anos, a criança conquista o mundo por meio de percepção e dos movimentos sendo assim, o recém-nascido reduzir – se aos exercícios dos reflexos. O Desenvolvimento é acelerado dando suporte para novas habilidades motoras como, por exemplo: andar, pegar, olhar, apontar entre outras.
No decorrer desse estágio, os reflexos podem ser progressivamente substituídos pelos esquemas e somados aos símbolos lúdicos. (PIAGET, 1973). Ao mesmo tempo a criança aprende a organizar suas atividades em relação ao ambiente, conseguindo esse passo para ser organizar as informações recebidas dos sentidos e, com isso a aprendizagem vai progredindo com acertos e erros tentativas de resolver os problemas (PIAGET,1973).
Os jogos também fazem parte do desenvolvimento da criança enquanto educação infantil. E quando são bem organizados permitem que as crianças enriquecem a sua identidade pessoal/coletiva e realizem novas descobertas. Tais pontos são fundamentais porque é jogando que se aprende, e extrai conhecimento de suas vivências este fator é essencial para o desenvolvimento integral da criança.
Então, os jogos na Educação Infantil não são utilizados apenas para o divertimento, entretenimento e lazer das crianças, mas também para que a mesma supere suas dificuldades, saiba respeitar regras, se relacione com o mundo, seja autônoma e crítica, bem como saber desenvolver a consciência corporal, aprenda a se conhecer e conhecer ao outro os quais, estão a sua volta, estabelecendo relações entre os sujeitos e os papéis que estes assumem. É importante ressaltar que os jogos na Educação Infantil são sinônimos de prazer e alegria, sendo um fator indispensável à formação de nossa cultura (FREIRE, 2005).
Já Kishimoto (1998) ressalta que o jogo, os brinquedos e as brincadeiras são termos que terminam se misturando as diversas brincadeiras e jogos, faz-de-conta, jogos simbólicos, sensório motores, intelectuais, individuais, coletivos, dentre outros mostram as multiplicidades das categorias de jogos. 25 O jogo é uma atividade que contribui para o desenvolvimento da criatividade da criança tanto na criação como também na execução. Os jogos são importantes, pois envolvem regras como ocupação do espaço e a percepção de lugar.
Na atualidade, já há algumas tendências em que o educador elabora jogos e brincadeiras que exigem mais raciocínio lógico das crianças. Essas atividades terminam favorecendo o desenvolvimento de habilidades motoras e sensoriais e estimulam o raciocínio, ou seja, jogos de construção e não fabricados por uma indústria qualquer.
Kishimoto (2001) comenta que os jogos podem ser visto como um objeto de atividades que possui um sistema de regras a ser obedecidos pelos participantes que distinguem uma modalidade de outra, também pode ser apenas um vocábulo usado no cotidiano para designar algo dentro de um determinado contexto social.
Dessa forma pode compreender o jogo diferenciando significados atribuídos a ele por culturas diferentes, peles regras ou pela situação imaginárias que possibilita a delimitação das ações em função das regras e pelos objetos que o caracterizam.
De acordo com Piaget (1973) o período sensório motor é relacionado ao desenvolvimento mental que é iniciado a partir da capacidade de reflexo da criança e vai até quando a mesma inicia a sua própria linguagem ou outros meios simbólicos para representar o mundo pela primeira vez.
As emoções das crianças funcionam como um canal importante para o contato com os adultos, tanto pelo toque corporal como mudança no tom de voz e nas expressões faciais.Desse modo vai dando sentido ao processo de aprendizagem. (ibidem, 1973). A criança imita os adultos e assim, vai criando suas próprias reações como: balançando o corpinho e batendo palminhas.
Logo que a criança começa aprender a andar movendo-se de um lado para o outro sem rumo específico, começa a amadurecer o sistema nervoso e aperfeiçoa seu andar tornando-se mais segura, independente e instável. (ibidem, 1973)
Há situações que a criança revive uma cena e imita com gestos levantando os braços, colocando as mãos em posição de rezar ou mesmo balançando a cabeça quando não aceita algo oferecido pelo adulto. (PIAGET, 1973).
Piaget (1978, p. 119) trata dos jogos infantis como meio pelo qual as crianças começam a interagir consigo mesmas e com o mundo externo, e chega a afirmar que tudo é jogo durante os primeiros meses de existência, salvo algumas exceções, apenas, como a nutrição ou certas emoções como medo e a cólera.
Do nascimento até cerca de dois anos, as crianças estão na fase sensório motor, de acordo com Piaget (1978, p.120), o que prevalece são os jogos de exercício que se constituem como exercícios adaptativos, na qual a criança explora o mundo ao seu redor para conhecê-lo e para desenvolver seu próprio corpo e depois de ter aprendido ela começa a fazê-los por puro prazer.
Esse período se caracteriza pelo desenvolvimento e pelas ações. Nele existe uma inteligência prática e um esforço de compreensão das situações através das percepções e do movimento. Quando ela refaz por prazer tem início às primeiras manifestações lúdicas. Nesta altura, Piaget conclui que, em outras palavras, um esquema jamais é por si mesmo lúdico, ou não lúdico, e o seu caráter de jogo só provém do contexto ou do funcionamento atual.
Para Antunes (2004, p.31),brincando a criança desenvolve a imaginação, fundamenta afetos, explora habilidades e, na medida em que assume múltiplos aspectos, fecunda-se as competências cognitivas e interativas. Nesse sentido, quando a criança brinca, ela esta exercitando aquilo que vivencia na sua realidade, se vive num ambiente acolhedor, com carinho, ela retratará isso nas brincadeiras, se vive em um ambiente de confusão, de conflitos, essas ações também serão vivenciadas em suas brincadeiras.
Segundo Vygotsky (1994), a aprendizagem precede o desenvolvimento.
Nesse sentido, precisa compreender que a criança sempre esta aprendendo, antes de desenvolver suas habilidades e capacidades, e nesse processo de construção do conhecimento ela vai desenvolvendo gradativamente o que vai aprendendo.
Piaget (1998) afirmava que os jogos são essenciais na vida da criança. De início tem-se o jogo de exercício que é aquele em que a criança repete uma determinada situação por puro prazer, por ter apreciado seus efeitos.
Para que as crianças possam exercer sua capacidade de criar ,é imprescindível que haja riqueza e diversidade nas experiências que lhes são oferecidas nas instituições, sejam elas mais voltadas às brincadeiras ou às aprendizagens que ocorrem por meio de uma intervenção direta. (RCNEI, 2008, vol 1).
A brincadeira é uma linguagem infantil que mantém um vínculo essencial com aquilo que é o não brincar. Se a brincadeira é uma ação que ocorre no plano da imaginação isto implica que aquele que brinca tenha o domínio da linguagem simbólica. Isto quer dizer que é preciso haver consciência da diferença existente entre a brincadeira e a realidade imediata que lhe forneceu conteúdo para realizar-se. (RCNEI, 2008, vol 1).
Nesse sentido, para brincar é preciso apropriar-se de elementos da realidade imediata de tal forma atribuir-lhes novos significados. Essa peculiaridade da brincadeira ocorre por meio da articulação entre a imaginação e a imitação do real. (ibidem, 2008).
Toda brincadeira é uma imitação transformada, no plano das emoções e das ideias, de uma realidade anteriormente vivenciada. Isso significa que uma criança que, por exemplo, bate ritmicamente com os pés no chão e imagina-se cavalgando em um cavalo, está orientando sua ação pelo significado da situação e por uma atitude mental e não somente pela percepção imediata dos objetos e situações.
No ato de brincar, os sinais, os gestos, os objetos e os espaços valem e significam outra coisa daquilo que aparentam ser. Ao brincar as crianças recriam e repensam os acontecimentos que lhes deram origem, sabendo que estão brincando. (RCNEI, 2008, vol 1). O principal indicador da brincadeira, entre as crianças, é o papel que assumem enquanto brincam.
Ao adotar outros papéis na brincadeira, as crianças agem frente à realidade de maneira não literal, transferindo e substituindo suas ações cotidianas pelas ações e características do papel assumido, utilizando-se de objetos substitutos. (RCNEI, 2008, vol. 1). A brincadeira favorece a autoestima das crianças, auxiliando-as a superar progressivamente suas aquisições de forma criativa.assim, o brincar contribui, para a interiorização de determinados modelos de adulto, no âmbito de grupos sociais diversos. Essas significações atribuídas ao brincar transformam-no em um espaço singular de constituição infantil. (ibidem, 2008).
Nas brincadeiras, as crianças transformam os conhecimentos que já possuíam anteriormente em conceitos gerais com os quais brinca. Por exemplo, para assumir um determinado papel numa brincadeira, a criança deve conhecer alguma de suas características. (RCNEI, 2008, vol 1).
Seus conhecimentos provêm da imitação de alguém ou de algo conhecido, de uma experiência vivida na família ou em outros ambientes, do relato de um colega ou de um adulto, de cenas assistidas na televisão, no cinema ou narradas em livros etc. (RCNEI, 2008, vol. 1).A fonte de seus conhecimentos é múltipla, mas estes se encontram, ainda, fragmentados.
É no ato de brincar que a criança estabelece os diferentes vínculos entre as características do papel assumido, suas competências e as relações que possuem com outros papéis, tomando consciência disto e generalizando para outras situações. (ibidem, 2008).
Estas categorias de experiências podem ser agrupadas em três modalidades básicas, quais sejam, brincar de faz-de-conta ou com papéis, considerada como atividade fundamental da qual se originam todas as outras; brincar com materiais de construção e brincar com regras.
As brincadeiras de faz-de-conta, os jogos de construção e aqueles que possuem regras, como os jogos de sociedade (também chamados de jogos de tabuleiro), jogos tradicionais, didáticos, corporais etc., propiciam a ampliação dos conhecimentos infantis por meio da atividade lúdica. (RCNEI, 2008, vol 1).
Para Froebel (2008, p.47): “[…] as brincadeiras são o primeiro recurso no caminho da aprendizagem”. É o adulto, na figura do professor, portanto, que, na instituição infantil, ajuda a estruturar o campo das brincadeiras na vida das crianças.
Consequentemente, é a criança que organiza sua base estrutural, por meio da oferta de determinados objetos, fantasias, brinquedos ou jogos, da delimitação e arranjo dos espaços e do tempo para brincar. Por meio das brincadeiras os professores podem observar e constituir uma visão dos processos de desenvolvimento das crianças em conjunto e de cada uma em particular, registrando suas capacidades de uso das linguagens, assim como de suas capacidades sociais e dos recursos afetivos e emocionais que dispõem. (RCNEI, 2008, vol 1).
Kishimoto (2010, p. 27); “Quando brinca, a criança toma certa distancia da vida cotidiana e entra no mundo imaginário”. Winnicott, (1982, p. 163) diz: “A criança adquire experiência brincadeira. A brincadeira é uma parcela importante da sua vida. As experiências tanto externas como internas podem ser férteis para o adulto, mas para a criança essa riqueza encontra- se principalmente na brincadeira e na fantasia”.
A intervenção intencional baseada na observação das brincadeiras das crianças, oferecendo-lhes material adequado, assim como um espaço estruturado para brincar permite o enriquecimento das competências imaginativas, criativo e organizacional infantil. (RCNEI, 2008, vol 1)
Cabe ao professor organizar situações para que as brincadeiras ocorram de maneira diversificada para propiciar às crianças a possibilidades de escolherem os temas, papéis, objetos e companheiros com quem brincar ou os jogos de regras e de construção, e assim elaborarem de forma pessoal e independente suas emoções, sentimentos, conhecimentos e regras sociais. (RCNEI, 2008, vol 1)
É preciso que o professor tenha consciência que na brincadeira as crianças recriam e estabilizam aquilo que sabem sobre as mais diversas esferas do conhecimento, em uma atividade espontânea e imaginativa. (ibidem, 2008)
Nessa perspectiva não se deve confundir situações nas quais se objetiva determinadas aprendizagens relativas a conceitos, procedimentos ou atitudes explícitas com aquelas nas quais os conhecimentos são experimentada de uma maneira espontânea e destituída de objetivos imediatos pelas crianças. (RCNEI, 2008, vol 1).
Pode-se, entretanto, utilizar os jogos, especialmente aqueles que possuem regras, como atividades didáticas. É preciso, porém, que o professor tenha consciência que as crianças não estarão brincando livremente nestas situações, pois há objetivos didáticos em questão. (RCNEI, 2008, vol 1)
Winnicott (1982, p.163): “A brincadeira é a prova evidente e constante da capacidade de criar, que quer dizer vivência”.
Freire (1945, p.43) diz que: A escola pensa estar educando para o aprendizado dos símbolos, e estes, representados pelos números, letras e outros sinais, são reconhecidos socialmente. Considerando que a procedência de brincar implica em diversas áreas de conhecimento e atinge todas as partes do cognitivo, social e o emocional.
Froebel (2001, p.58) assim conceitua a ludicidade: É a qualidade daquilo que estimula através da fantasia, do divertimento ou da brincadeira, trata-se de um conceito bastante utilizado na educação, principalmente a partir da criação da ideia de jardim de infância, bem como o uso de jogos e brinquedos, que deviam ser organizados e sutilmente dirigidos pelo professor.
O brincar deve ter lugar prioritário na vida da criança. Por ser uma das linguagens expressivas do ser humano, proporciona a comunicação, a descoberta do mundo, a socialização e o desenvolvimento integral. (CECB.EDU, 2013).
O lúdico é um instrumento que permite a inserção da criança na cultura, por meio do qual se podem permear suas vivências internas com a realidade externa. É um facilitador para a interação com o meio, embora seja muito pouco explorado. (ibidem, 2013)
O brincar é uma atividade culturalmente definida e representa uma necessidade para o desenvolvimento infantil. Historicamente, o homem sempre brincou, por meio dos diversos povos e culturas e no decorrer da história, mas ao longo do tempo, as formas de brincar, os espaços e os tempos e as brincadeiras, os objetos foram se transformando. (ibidem, 2013).
As brincadeiras na rua, em casa e na escola, e as festas, são parte profundamente significativa para a inserção no universo social. Com o brincar, se faz o processo de humanização ética da criança, por isso, deve ser utilizado para o desenvolvimento das crianças, tanto em casa, como na escola, por isso deve haver parceria entre família e escola. A criança não se desenvolverá, se um não tiver o auxílio do outro, se um jogar a responsabilidade para outro. Todos são responsáveis pela educação, pelo desenvolvimento da criança. (ibidem, 2013).
Os jogos e as brincadeiras são de suma importância no que tange ao desenvolvimento infantil e para a vida de uma criança, pois ao brincar a criança espontaneamente adquire uma aprendizagem mais prazerosa, é um momento de comunicação consigo mesma buscando através de sua realidade a sua imaginação.
Segundo (Freitag, 2012 p.07) Brincando, as crianças exploram e renetem sobre a realidade cultural na qual estão inseridas, questionando regras e papéis sociais, demonstrando assim, através do brincar, situações que ainda não conseguem expor através de palavras. Dessa forma, o brincar proporciona para a criança a autonomia que ela tem de si, do mundo, e assim explorando toda a sua imaginação, interação com o mundo.
Faz-se necessário compreender que tanto os jogos, como as brincadeiras são indispensáveis para a aprendizagem. A utilização de recursos pedagógicos possibilita que as crianças se envolvam de maneira positiva, buscando um processo significativo para o cotidiano dela,colaborando para ainteração entre ela e o seu professor nos quais se relacionam de modo prazeroso, reconhecedor e interativo. (Santos, 2010).
Ao realisar esta pesquisa, foi possibilitado, aos educadores um maior conhecimento no que tange ao brincar na educação infantil e no processo das varias facetas do processo de desenvolvimento da criança. .
CONCLUSÃO
Concluindo que por meio do lúdico a criança tem a oportunidade de organizar seu próprio mundo utilizando seus melhores recursos e passos. Pois ao utilizar um instrumento facilitador como é o caso do lúdico,facilita o ensino faz com que o ensino-aprendizagem perceba a proposta criativa e recreativa do caráter mental ou físico permitindo que o educando possa imaginar, criar, funcionando como um laboratório de aprendizagem.
De acordo com (Silva, 2007, p.13): O brinquedo e a instrução escolar organiza habilidades e criança conhecimentos socialmente disponíveis, que passará a introduzir. Durante as brincadeiras, todos os aspectos da vida da criança convertem-se em temas de jogos, portanto na escola, o conteúdo a ser lecionado como papel do adulto especialmente treinado para ensinar, deve ser cuidadosamente planejado para atender as reais necessidades da criança.
Os jogos e brincadeiras fazem parte da nossa vida e da vida de nossos antepassados,nos acompanham de geração em geração mesmo que de forma aperfeiçoada.Ou seja, muitas brincadeiras vestiram-se formas novas mas permanece em nossas tradiçoes. É importante que educandos saibam valorizar, explorar o que ele tem de melhor para que no futuro saibam a importância do lúdico na vida deles.
Sendo assim a ação do professor da educação infantil e como mediador do conhecimento entre as crianças e os diversos universos do mundo social em que eles estão inseridos possibilite à construção de regras cooperativas na qual desenvolva capacidades de descobrir suas habilidades por meio do mundo sonoro, da expressão corporal, buscando descobrir individualmente o meio social com a participação das crianças e dos educadores a capacidade de se interagir, coletivamente expressando suas ideias.
Por isso que a formação continuada fortalece o trabalho do professor tanto no que tange a educação infantil como tambem de outros educadores que intermeia como papel facilitador do processo de aprendizagem bem como das brincadeiras e os jogos nos quais faz -se necessário a mesclagem do momento em que ele dirije e orienta o processo de ensino aprendizagem.
REFERÊNCIAS
ANTUNES, Celso. Educação infantil: prioridade imprescindível. Rio de janeiro: Vozes, 2004. Brincadeiras infantis. Disponível em: http://mundinhodacrianca.blogspot.com.br/2009/09/atividades-estimutivas-para-bebes-de0.html. Acesso em 10 de setembro de 2013.
ESPAÇO MÃE E CRIANÇA. DisponíveL em: http://www.fisher-price.com/pt_BR/playtime/joyoflearning/jolage18to24months.html#!/activities/tcm:215-12375
KISHIMOTO, Tizuko Mochida. Jogo, brinquedo e brincadeira. In: O jogo e a educação infantil (org.). 5 ed. São Paulo: Cortez 2001.
KISHIMOTO, Tizuko Mochida [org.]. O brincar e suas teorias. São Paulo: Cengage Learning, 2008.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida (Org.) Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 3ª Ed. São Paulo: Cortez 1998.
Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo: Cortês, 1999.
O brincar e suas teorias. São Paulo: Pioneira, 2002.
Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 7ª Ed. São Paulo: Cortez, 2003.
PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança. 3ªed. Rio de Janeiro: ed. Zahar, 1973.
PIAGET, J. A formação do símbolo: imitação, jogo e sonho, imagem e representação. 3. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1998.
A construção do real na criança. 3ª ed. 5ª reimpressão. São Paulo: Ática 2003.
PIAGET, J. O juízo moral na criança. 3. ed. São Paulo: Summus, 1999. (ed. orig. 1932).
VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes 1991.
KRAMER, Sônia. AS CRIANÇAS DE 0 A 6 ANOS NAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS NO BRASIL: EDUCAÇÃO INFANTIL E/É FUNDAMENTAL. Educ. Soc., Campinas, vol. 27, n. 96 – Especial, p. 797-818, out. 2006 797 Disponível em http://www.cedes.unicamp.br acesso em 10 de setembro de 2013.
FREIRE, João Batista. Educação de corpo inteiro. São Paulo: Scipione, 1989.
FRIEDMANN, Selma. (et. al.). O direito de brincar. São Paulo: Edições Sociais: Abrinq, 1998, 4. Ed.
FROEBEL. F. A Educação do Homem. Tradução de Maria H. C. Bastos. Passo Fundo, RS: UPF, 2001.
Brinquedos educacionais. São Paulo. Ática, 1994.
WINNICOTT, D.W. A criança e seu mundo. 6. Ed. Rio de Janeiro. LTC, 1982.
Sistema educacional Relacionado Educação infantil – Creche. Disponível em: http://www.brasil.gov.br/sobre/educacao/sistema–educacional/creche. Acesso em 10 de setembro de 2013.
1Graduada em Recursos Humanos – Faculdade Sensu. Especializada em Gestão em Segurança Pública e Privada – Faculdade Sensu. Licenciada em Pedagogia – Faculdade Sensu. Acadêmica em Direito– UNIVAR. Email-renathamalena16@gmail.com.
2Licenciada em Pedagogia – UNIVAR. Especializada em Atendimento Escolar Especializado – Faculdade Metropolitana. Email – rosamariarodrigues2009@hotmail.com.
2Licenciada em Pedagogia – UNIVAR. Especializada em Educação Infantil, Letramento e Alfabetização – AJES. Email – julianaisabg@gmail.com.
2Licenciada em Pedagogia – UNIVAR. Especializada em Psicopedagogia Clínica Institucional – UNIVAR. Email – deusilete.ps.bg@gmail.com.
2Licenciada em Pedagogia – UFMT. Especializada em Alfabetização e Letramento – FAVENI. Email – ga.tedesco@hotmail.com.
2Licenciada em Pedagogia – Faculdade UNOPAR. Especializada em Educação Infantil e Especial -FACIPAN. Email – iquelinimoreira@gmail.com.
2Licenciada em Pedagogia – Faculdade UNIVAR. Especializada em Psicopedagogia – FACIPAN. Email – renata.jrp83@gmail.com.
2Licenciada em Pedagogia – Faculdade Anhanguera. Especializada em Educação Infantil e Letramento – Faculdade Afirmativo – Email – suelainemoura60@gmail.com.
2Licenciada em Pedagogia – UNIVAR. Especializada em Psicopedagogia – FAVENI. Email – rosamariarodrigues2009@hotmail.com.
2Licenciada em Pedagogia – UNOPAR. Especializada em Psicopedagogia Institucional, Clinica e TEA – Faculdade Dom Alberto. Email – irenecavalcante-18@hotmail.com.
2Licenciada em Pedagogia – – Faculdades Integradas de Várzea Grande. Especializada em Psicopedagogia – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Jales -Five. Email – ledavictoroliveira@gmail.com.