REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/dt10202506100854
Gracilene da Silva de Souza Sierpinski
Drº. Amauri Siqueira da Silva
RESUMO
Este artigo analisou os impactos das doenças ocupacionais na qualidade de vida dos docentes da Secretaria de Estado de Educação e Desporto do Amazonas (SEDUC AM). A pesquisa qualitativa, com abordagem fenomenológica, utilizou entrevistas, questionários e análise documental como instrumentos de coleta de dados. Os resultados evidenciaram que doenças como LER/DORT, problemas de coluna, hipertensão arterial e transtornos psicológicos afetaram não apenas a saúde física, mas também o bem-estar emocional e social dos professores. Concluiu-se que há necessidade de ações institucionais voltadas à prevenção e promoção da saúde ocupacional, além de valorização profissional, para melhorar as condições de trabalho e a qualidade de vida dos docentes.
Palavras-chave: Saúde Ocupacional, Doenças Ocupacionais, Qualidade de Vida, Docentes.
ABSTRACT
This article analyzed the impacts of occupational diseases on the quality of life of teachers at the State Department of Education and Sports of Amazonas (SEDUC-AM). The qualitative, phenomenological approach used interviews, questionnaires, and document analysis as data collection instruments. The results showed that diseases such as LER/DORT, back problems, hypertension, and psychological disorders affected not only the physical health but also the emotional and social well-being of teachers. It was concluded that there is a need for institutional actions aimed at prevention and promotion of occupational health, as well as professional appreciation, to improve working conditions and teachers’ quality of life.
Keywords: Occupational Health, Occupational Diseases, Quality of Life, Teachers.
1. INTRODUÇÃO
O exercício da docência no Brasil é marcado por múltiplos desafios que extrapolam as demandas pedagógicas, estendendo-se a condições de trabalho que, muitas vezes, comprometem a saúde e o bem-estar dos professores. Esse cenário é particularmente evidente na Secretaria de Estado de Educação e Desporto do Amazonas (SEDUC-AM), onde docentes enfrentam sobrecarga de trabalho, infraestrutura escolar deficiente, carência de recursos didáticos e, principalmente, ausência de programas de saúde ocupacional eficazes.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2008), as doenças ocupacionais estão associadas a fatores físicos, psicológicos e ambientais que impactam significativamente a qualidade de vida dos trabalhadores. No contexto educacional, esses fatores se traduzem em jornadas extenuantes, estresse emocional, exigências burocráticas e situações de violência simbólica e até física.
Segundo Prodanov e Freitas (2013), a saúde do trabalhador docente é resultado de múltiplas dimensões, incluindo aspectos ergonômicos (como mobiliário inadequado), emocionais (como pressão para resultados e conflitos interpessoais) e sociais (como desvalorização profissional). Essas dimensões interagem de forma dinâmica, provocando um processo de adoecimento que se manifesta em doenças como LER/DORT, hipertensão arterial, diabetes mellitus tipo 2, ansiedade, depressão e síndrome de Burnout, comprometendo a qualidade de vida desses profissionais.
No caso da SEDUC-AM, observam-se relatos frequentes de docentes que convivem com dores musculoesqueléticas, alterações psicológicas e doenças crônicas agravadas pelas condições de trabalho. Um estudo realizado por Sampieri et al. (2013) ressalta que a precarização das condições de trabalho, associada à escassez de programas de prevenção, resulta em elevado índice de adoecimento docente.
Diante desse contexto, é fundamental compreender como as doenças ocupacionais afetam a qualidade de vida dos professores da rede estadual de ensino, considerando não apenas os sintomas físicos, mas também as dimensões emocionais e sociais que impactam seu cotidiano. Este estudo, portanto, busca analisar de forma fenomenológica os impactos das doenças ocupacionais na qualidade de vida dos docentes da SEDUC-AM, utilizando entrevistas, questionários e observações como instrumentos de coleta de dados.
Para Sampieri et al. (2013), pesquisas qualitativas permitem explorar aspectos subjetivos da realidade docente, contribuindo para o desenvolvimento de políticas públicas e práticas pedagógicas que valorizem a saúde e o bem-estar do trabalhador. Assim, este artigo visa oferecer subsídios para que gestores, profissionais de saúde e educadores compreendam as múltiplas dimensões do adoecimento docente, favorecendo a construção de estratégias que promovam a saúde ocupacional e a qualidade de vida no ambiente escolar.
OBJETIVO GERAL
Analisar os impactos das doenças ocupacionais na qualidade de vida dos docentes da SEDUC-AM.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Identificar as principais doenças ocupacionais que acometem os docentes da SEDUC-AM.
• Investigar como essas doenças afetam a motivação e o desempenho profissional.
• Avaliar os efeitos das doenças ocupacionais na vida pessoal e social dos docentes.
• Sugerir ações institucionais para prevenção e promoção da saúde ocupacional docente.
2. JUSTIFICATIVA
Este estudo justifica-se pela necessidade de compreender os impactos das doenças ocupacionais na vida dos docentes da SEDUC-AM. A pesquisa evidencia problemas de saúde ocupacional como LER/DORT, problemas de coluna, hipertensão arterial e transtornos psicológicos, que comprometem a qualidade de vida dos docentes. A relevância deste estudo está no aprofundamento da análise qualitativa das falas dos professores e dos dados coletados durante a pesquisa, destacando as lacunas nas políticas públicas e o impacto das condições de trabalho na saúde do professor.
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A compreensão dos impactos das doenças ocupacionais na qualidade de vida dos docentes requer uma abordagem interdisciplinar que considere aspectos físicos, psicológicos, sociais e organizacionais. Esta seção apresenta uma revisão teórica sobre os principais conceitos que embasam este estudo, com foco na saúde ocupacional, nas doenças relacionadas ao trabalho docente e na qualidade de vida no contexto educacional.
3.1. Saúde Ocupacional no Contexto Docente
A saúde ocupacional, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2008), é o conjunto de atividades destinadas à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, visando à prevenção de doenças e à melhoria da qualidade de vida no ambiente de trabalho. No contexto docente, essas atividades devem considerar a natureza da profissão, que envolve múltiplas demandas físicas e emocionais.
Prodanov e Freitas (2013) destacam que os professores estão expostos a fatores de risco como mobiliário inadequado, postura incorreta, carga horária excessiva, ruído, iluminação inadequada e clima organizacional desfavorável. Esses fatores contribuem para o surgimento de doenças ocupacionais, como LER/DORT, problemas osteomusculares, transtornos psicológicos e doenças metabólicas, que impactam diretamente a saúde e a produtividade dos docentes.
3.2. Doenças Ocupacionais Relacionadas à Docência
De acordo com o Ministério da Saúde (2016), as doenças ocupacionais mais frequentes entre os docentes incluem:
• Lesões por Esforços Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (LER/DORT);
• Problemas na coluna vertebral;
• Hipertensão arterial;
• Diabetes mellitus tipo 2;
• Transtornos de ansiedade, depressão e síndrome de Burnout.
3.2.1. Saúde Ocupacional no Contexto Docente
A saúde ocupacional compreende um conjunto de medidas que visam promover o bem-estar físico, mental e social do trabalhador, prevenindo doenças e acidentes relacionados ao trabalho (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2016). No ambiente escolar, essas medidas devem ser direcionadas para as necessidades específicas da docência, considerando a sobrecarga emocional, a pressão por resultados e as condições de trabalho inadequadas (PRODANOV; FREITAS, 2013).
3.2.2. Doenças Ocupacionais e Docência
No contexto da SEDUC-AM, foram identificadas doenças como hipertensão arterial, diabetes mellitus tipo 2, problemas na coluna, tendinite e bursite (Sierpinski, 2020). Essas doenças, muitas vezes, são agravadas por fatores como carga horária excessiva e sedentarismo (SAMPIERI et al., 2013). De acordo com dados do Ministério da Saúde (2016), doenças psicossociais como ansiedade e depressão também têm aumentado entre os docentes.
3.2.3. Qualidade de Vida no Trabalho Docente
A Organização Mundial da Saúde (2008) define qualidade de vida como a percepção do indivíduo sobre sua posição na vida, considerando fatores culturais e valores pessoais. Para os docentes, essa percepção está relacionada à valorização profissional, ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional e ao suporte institucional (GERHARDT; SILVEIRA, 2009).
3.2.4. Políticas Públicas e Saúde do Trabalhador
O Brasil conta com legislações que visam proteger a saúde do trabalhador, como a NR-17, que trata da ergonomia no trabalho. No entanto, na área da educação, a implementação dessas políticas ainda é insuficiente, resultando em altos índices de adoecimento docente (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2016).
Essas doenças afetam não apenas a saúde física, mas também comprometem a saúde mental e emocional, provocando afastamentos, queda no rendimento profissional e impacto na vida social. Sampieri et al. (2013) ressalta que as doenças psicossociais são potencializadas pela sobrecarga emocional e pela pressão para o cumprimento de metas educacionais.
Quadro 1 – Principais doenças ocupacionais relatadas por docentes da SEDUC AM

3.3. Qualidade de Vida e Saúde do Trabalhador Docente
A qualidade de vida é definida pela OMS (2008) como a percepção do indivíduo sobre sua posição na vida, no contexto da cultura e dos valores nos quais está inserido, em relação aos seus objetivos, expectativas e preocupações. Para docentes, a qualidade de vida no trabalho envolve condições ergonômicas, apoio institucional, valorização profissional e equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Gerhardt e Silveira (2009) enfatizam que a ausência de suporte psicossocial, aliada à precarização das condições de trabalho, agrava os problemas de saúde e compromete a qualidade de vida dos professores. Prodanov e Freitas (2013) acrescentam que ações de promoção da saúde ocupacional devem considerar não apenas a prevenção de doenças físicas, mas também estratégias de apoio emocional, como grupos de acolhimento, psicoterapia e programas de valorização profissional.
3.4. Políticas Públicas e Saúde Ocupacional no Brasil
O Brasil possui políticas públicas de saúde ocupacional que buscam proteger a saúde dos trabalhadores. No entanto, segundo o Ministério da Saúde (2016), a implementação dessas políticas no contexto escolar ainda é incipiente. Muitas vezes, os programas existentes não contemplam a complexidade do trabalho docente, deixando lacunas na prevenção e no cuidado integral.
Para Sampieri et al. (2013), é necessário investir em programas de prevenção que envolvam ergonomia, promoção de saúde mental e capacitação dos professores, garantindo, assim, melhores condições de trabalho e qualidade de vida.
3.5. Lesões por Esforços Repetitivos (LER/DORT)
Segundo o Ministério da Saúde (2016) e relatos dos professores entrevistados (SIERPINSKI, 2020), as LER/DORT são prevalentes entre os docentes, impactando diretamente o rendimento profissional e a qualidade de vida. Um dos entrevistados relatou: “As dores no braço são constantes e me impedem de escrever no quadro”. Prodanov e Freitas (2013) reforçam que essas doenças decorrem da sobrecarga de tarefas e da postura inadequada no ambiente escolar.
3.6. Problemas Osteomusculares na Coluna Vertebral
De acordo com a pesquisa (SIERPINSKI, 2020), as doenças na coluna, como hérnias discais, estão relacionadas ao tempo prolongado em pé e à falta de cadeiras ergonômicas. Esses dados são corroborados por Gerhardt e Silveira (2009), que destacam a importância da ergonomia escolar para prevenir tais problemas.
3.7. Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus Tipo 2
Os docentes também relataram problemas como hipertensão e diabetes, associados ao estresse ocupacional e à carga emocional do trabalho docente. Sampieri et al. (2013) ressalta que esses problemas podem ser agravados por hábitos alimentares irregulares, comuns entre professores devido à carga horária extensa.
3.8. Transtornos Psicológicos: Ansiedade e Depressão
A pesquisa identificou que muitos docentes sofrem de ansiedade e depressão, refletindo no afastamento do trabalho e na redução do rendimento escolar (SIERPINSKI, 2020). A OMS (2008) destaca que a saúde mental é tão importante quanto a saúde física e requer políticas de apoio institucional.
4. METODOLOGIA
Este estudo é de natureza qualitativa, com abordagem fenomenológica, buscando compreender a experiência vivida pelos docentes da SEDUC-AM em relação às doenças ocupacionais e seus impactos na qualidade de vida. Segundo Gerhardt e Silveira (2009), a pesquisa qualitativa permite aprofundar aspectos subjetivos e contextuais, possibilitando a análise de sentidos e significados atribuídos pelos sujeitos às situações que vivenciam.
4.1. Tipo de Pesquisa
Trata-se de uma pesquisa qualitativa de caráter fenomenológico, que busca compreender as experiências vividas pelos professores em relação às doenças ocupacionais (GERHARDT; SILVEIRA, 2009).
4.2. Participantes
Participaram da pesquisa sete professores da SEDUC-AM, com idades entre 44 e 64 anos e tempo de magistério superior a 10 anos (Sierpinski, 2020).
4.3. Instrumentos de Coleta de Dados
Foram utilizadas entrevistas semiestruturadas, questionários e análise documental, seguindo as orientações de Fonseca (2002) e Gerhardt e Silveira (2009). As entrevistas foram gravadas e transcritas na íntegra, permitindo uma análise aprofundada das falas dos professores.
4.4. Análise dos Dados
Os dados foram analisados utilizando a técnica de análise de conteúdo proposta por Bardin (2016), envolvendo as etapas de pré-análise, exploração do material, categorização e interpretação. As categorias foram definidas a partir das falas dos sujeitos, buscando identificar elementos que revelassem os impactos das doenças ocupacionais na vida pessoal, social e profissional dos docentes.
4.5. Delineamento da Pesquisa
Optou-se por um estudo descritivo-analítico, considerando que o objetivo principal é compreender e descrever as percepções dos docentes acerca das doenças ocupacionais e suas repercussões. A fenomenologia, enquanto método, possibilita adentrar na subjetividade dos sujeitos e compreender suas experiências de adoecimento no ambiente escolar.
4.6. Universo e Amostra
A pesquisa foi realizada com professores da rede estadual de ensino de Manaus-AM, vinculados à SEDUC-AM. Participaram 14 sujeitos: sete docentes, três assistentes sociais, dois psicólogos e dois médicos, todos com experiência profissional superior a dois anos na instituição. O critério de inclusão considerou docentes em atividade que relataram experiências com doenças ocupacionais.
4.7. Procedimentos de Coleta de Dados
Foram utilizados três instrumentos principais:
a) Entrevistas semiestruturadas, com roteiro baseado nos objetivos da pesquisa, para captar percepções e experiências individuais;
b) Questionários com perguntas abertas, permitindo aos sujeitos expressar livremente suas vivências;
c) Observação participante, realizada em ambiente escolar, possibilitando o registro de comportamentos, interações e condições de trabalho.
4.8. Procedimentos de Coleta e Análise
As entrevistas foram gravadas (mediante consentimento livre e esclarecido) e transcritas na íntegra. Os questionários foram entregues em formato impresso, recolhidos em sigilo. A observação participante ocorreu em diferentes horários e turnos, garantindo diversidade de situações. Para análise dos dados, utilizou-se a técnica de análise de conteúdo proposta por Bardin (2016), seguindo as etapas de pré-análise, exploração do material, categorização e interpretação.
4.9. Aspectos Éticos
A pesquisa seguiu as orientações da Resolução nº 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 2016), garantindo o anonimato e a confidencialidade dos participantes. Todos os sujeitos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A análise dos dados revelou que as doenças ocupacionais impactam de forma significativa a qualidade de vida dos docentes da SEDUC-AM, afetando não apenas a saúde física, mas também a dimensão emocional, social e profissional. A seguir, apresentam-se os principais resultados organizados em categorias temáticas.
5.1. Principais Doenças Ocupacionais Identificadas
Entre as doenças relatadas, destacaram-se LER/DORT, problemas de coluna, hipertensão arterial, diabetes mellitus tipo 2, ansiedade e depressão. Essas doenças foram associadas, segundo os sujeitos, às condições de trabalho e à falta de ergonomia nas salas de aula.
Um professor relatou:
“Trabalhar em sala de aula, em pé o tempo todo, sem cadeira adequada, me trouxe problemas na coluna que até hoje me prejudicam.”
Esses dados confirmam o que Prodanov e Freitas (2013) afirmam sobre a precarização das condições de trabalho docente, agravando os problemas de saúde.
5.2. Impactos no Desempenho Profissional
Os professores descreveram dificuldades para manter o ritmo de trabalho, redução da motivação e medo de agravamento das doenças. Um dos docentes relatou:
“Depois que comecei a ter dores constantes nos braços, não consegui mais escrever no quadro como antes. Isso me dá desânimo e prejudica meus alunos.” Esse relato corrobora Sampieri et al. (2013), que apontam que as doenças ocupacionais reduzem a produtividade e afetam diretamente a qualidade do ensino.
5.3. Impactos na Vida Pessoal e Social
A vida pessoal e social dos docentes também foi afetada, principalmente em relação ao lazer e às relações familiares. Muitos afirmaram que deixaram de participar de atividades que antes eram prazerosas, como reuniões familiares, viagens e encontros com amigos.
Uma professora desabafou:
“Depois que fui diagnosticada com hipertensão, tenho medo de sair de casa sozinha. Isso me deixou mais isolada e triste.”
Para Gerhardt e Silveira (2009), o isolamento social é um fator que agrava os quadros de ansiedade e depressão, prejudicando a recuperação do trabalhador.
5.4. Necessidade de Apoio Institucional
Os participantes relataram a ausência de programas de prevenção e suporte psicológico na SEDUC-AM, o que contribui para a desvalorização do profissional e o agravamento dos problemas de saúde.
Um psicólogo da rede declarou:
“A Secretaria até oferece algumas campanhas, mas não há um acompanhamento efetivo dos casos. Isso faz o professor se sentir desamparado.” Esse dado reforça a importância de políticas públicas de saúde ocupacional, como destaca o Ministério da Saúde (2016).
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente pesquisa teve como objetivo analisar os impactos das doenças ocupacionais na qualidade de vida dos docentes da SEDUC-AM. Os resultados encontrados confirmaram que essas doenças afetam significativamente a saúde física, emocional, social e profissional dos docentes. Doenças como LER/DORT, problemas de coluna, hipertensão arterial, diabetes mellitus tipo 2, ansiedade e depressão foram identificadas como principais fatores que prejudicam a motivação e o desempenho profissional dos professores, além de impactarem a vida pessoal e social.
Dessa forma, os objetivos específicos foram atendidos, pois o estudo identificou as principais doenças ocupacionais, analisou como elas afetam o desempenho docente e a qualidade de vida, e ainda indicou a necessidade de ações institucionais de prevenção e promoção da saúde. O levantamento das falas dos professores evidenciou que a ausência de políticas públicas de apoio à saúde do trabalhador agrava o cenário de adoecimento e desvalorização da profissão docente.
Conclui-se que é imprescindível a implementação de programas de prevenção, promoção e acompanhamento da saúde ocupacional, com foco em ergonomia, suporte psicológico e valorização profissional, para melhorar as condições de trabalho e a qualidade de vida dos docentes. Recomenda-se também a sensibilização de gestores e formuladores de políticas públicas para a importância da saúde do trabalhador docente, visto que a qualidade da educação está diretamente ligada ao bem-estar desses profissionais.
Sugere-se que futuras pesquisas ampliem o escopo para investigar a relação entre doenças ocupacionais e o desempenho escolar, além de avaliar a eficácia das ações de saúde implementadas no ambiente escolar. Acredita-se que essas medidas poderão contribuir para a redução do adoecimento docente, para a valorização da profissão e para a melhoria da qualidade do ensino.
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