REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/pa10202505301344
Nayara Santos Leite
Orientador(A): Jaqueline dos Santos
Tutor: Antônio Gomes da Costa Neto
Professor: Breno Luiz Thadeu da Silva
RESUMO
O presente trabalho analisa os impactos dos desastres naturais na mobilidade urbana de Santa Luzia, Minas Gerais, com foco na aplicação de técnicas de pesquisa operacional para otimizar a resposta a esses eventos. A metodologia adotada inclui a coleta de dados primários e secundários, análise de cenários e simulações de rotas alternativas em emergências. Os resultados indicam que enchentes e deslizamentos são os desastres mais frequentes, afetando principalmente áreas próximas ao Rio das Velhas e bairros como São Benedito, São Cosme e Nova Esperança. A pesquisa revela a necessidade de reforçar a infraestrutura de drenagem, implementar sistemas de monitoramento em tempo real e realizar simulados regulares para preparar a comunidade para desastres futuros. Conclui-se que, para garantir a mobilidade e segurança da população, é fundamental integrar a pesquisa operacional ao planejamento urbano e desenvolver políticas públicas que fortaleçam a resiliência da cidade.
Palavras-chave: Desastres naturais, Mobilidade urbana, Pesquisa operacional, Santa Luzia, Resiliência.
ABSTRACT
This study analyzes the impacts of natural disasters on urban mobility in Santa Luzia, Minas Gerais, focusing on the application of operational research techniques to optimize responses to these events. The adopted methodology includes the collection of primary and secondary data, scenario analysis, and simulations of alternative routes during emergencies. The results indicate that floods and landslides are the most frequent disasters, primarily affecting areas near the Rio das Velhas and neighborhoods such as São Benedito, São Cosme, and Nova Esperança. The research highlights the need to strengthen drainage infrastructure, implement real-time monitoring systems, and conduct regular drills to prepare the community for future disasters. It concludes that ensuring mobility and public safety requires integrating operational research into urban planning and developing public policies that enhance the city’s resilience.
Keywords: Natural disasters, Urban mobility, Operational research, Santa Luzia, Resilience.
1. INTRODUÇÃO
Os desastres têm se tornado eventos recorrentes e cada vez mais impactantes nas áreas urbanas, devido ao crescimento desordenado das cidades e às mudanças climáticas globais. Em Santa Luzia, Minas Gerais, fatores geográficos, climáticos e socioeconômicos tornam a cidade especialmente vulnerável a eventos como enchentes, deslizamentos de terra e tempestades severas. Essa vulnerabilidade é agravada pela falta de planejamento adequado e de infraestrutura resiliente. Segundo Lima (2018, p. 15), “a vulnerabilidade das infraestruturas urbanas é exacerbada pela falta de planejamento adequado, o que torna as cidades mais suscetíveis a desastres naturais”. Esses desastres frequentemente comprometem a mobilidade urbana, prejudicando o acesso a serviços essenciais e dificultando as operações de emergência.
A escolha de Santa Luzia como lócus deste estudo reflete sua exposição recorrente a desastres, especialmente nas áreas críticas dos Bairros São Benedito e Cristina, frequentemente afetadas por alagamentos severos. Essa situação demanda estratégias urgentes e eficazes de mitigação e adaptação, que serão exploradas ao longo deste trabalho.
O recente Plano de Contingência de Belo Horizonte (2024/2025) serve como referência importante para a criação de diretrizes adaptadas à realidade de Santa Luzia. Este documento oferece insights sobre estratégias de mitigação de desastres, incluindo soluções tecnológicas como o uso de sistemas de monitoramento em tempo real e redes otimizadas de rotas de evacuação, que podem ser ajustadas para atender às especificidades de Santa Luzia. Como destacado no plano, “a adoção de tecnologias modernas, aliada ao planejamento urbano integrado, pode reduzir significativamente os impactos de desastres naturais” (PLANO DE CONTINGÊNCIA, 2024, p. 32).
A mobilidade urbana é um elemento essencial para o funcionamento das cidades, influenciando diretamente na qualidade de vida dos seus habitantes. Silva (2019, p. 22) afirma que “a capacidade de uma cidade de manter sua mobilidade urbana durante desastres naturais é fundamental para garantir o acesso a serviços essenciais e a segurança da população”. Quando os desastres acontecem, a mobilidade pode ser drasticamente reduzida, dificultando o acesso a serviços essenciais, como saúde, segurança e transporte público, além de prejudicar a evacuação de áreas de risco. Portanto, a análise dos impactos desses desastres na mobilidade urbana em Santa Luzia é parte importante para o desenvolvimento de estratégias de mitigação e para a criação de um plano de contingência local que possa minimizar os danos e garantir a resiliência da cidade.
Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo investigar os impactos dos desastres naturais na mobilidade urbana de Santa Luzia, com o intuito de adaptar e implementar estratégias baseadas no Plano de Contingência de Belo Horizonte (2024/2025) para responder aos desafios específicos do município.
Além disso, busca-se contribuir para o aprimoramento das políticas públicas de planejamento urbano e defesa civil, de modo a aumentar a capacidade de resposta da cidade frente a eventos adversos.
1.1 Objetivos
1.1.1 Objetivo Geral:
Analisar os impactos dos desastres na mobilidade urbana de Santa Luzia, Minas Gerais e propor medidas de intervenção.
1.1.2 Objetivos Específicos:
- Mapear e caracterizar os principais desastres que afetam Santa Luzia, com foco em eventos de enchentes e deslizamentos de terra, identificando as áreas mais vulneráveis da cidade.
- Identificar as principais áreas de risco no município, utilizando dados do IBGE e relatórios de gestão municipal.
- Avaliar os efeitos desses desastres na infraestrutura de transporte e na mobilidade urbana, considerando aspectos como interrupções viárias, danos às estradas e transporte público, e impactos sociais decorrentes da imobilidade.
- Identificar as lacunas e desafios existentes no planejamento urbano e na gestão de desastres relacionados à mobilidade urbana, a fim de propor melhorias na integração dessas áreas.
- Desenvolver propostas de intervenção e melhoria na infraestrutura de transporte, com base em estudos de caso e boas práticas, para mitigar os impactos dos desastres naturais.
- Recomendar políticas públicas e estratégias de contingência que possam ser implementadas pelo governo municipal e pelos órgãos de defesa civil para aprimorar a preparação e a resposta a desastres, assegurando a continuidade da mobilidade urbana durante eventos adversos.
- Analisar as intervenções no trânsito previstas no Plano de Contingência de Santa Luzia (2023-2024), mapeando os efeitos de desastres naturais e explorando a aplicação de técnicas de pesquisa operacional para otimizar a resposta a tais eventos, garantindo a segurança e mobilidade da população em cenários de emergência.
- Propor a aplicação de pesquisa operacional como ferramenta central na elaboração de estratégias para melhorar a mobilidade urbana durante desastres.
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Este capítulo aborda os conceitos de mobilidade urbana, resiliência urbana e a integração entre planejamento urbano e estratégias de mitigação de desastres naturais. São discutidas as convergências e divergências entre diferentes autores, enfatizando a relevância da mobilidade urbana para a qualidade de vida dos cidadãos e a necessidade de adaptar as infraestruturas urbanas para enfrentar os desafios impostos por eventos adversos. Além disso, é apresentado o histórico de desastres do município e as principais áreas de risco catalogadas.
2.1 Mobilidade Urbana: Conceito e Importância
A mobilidade urbana abrange todos os modos de transporte utilizados para deslocar pessoas e bens dentro de um ambiente urbano. Segundo Silva (2019, p. 10), “a mobilidade urbana refere-se à capacidade de uma cidade em proporcionar deslocamentos eficientes, seguros e sustentáveis para seus habitantes”.
Esse conceito engloba não apenas a infraestrutura de transporte, mas também a disponibilidade de meios de transporte, a gestão do tráfego e as condições socioeconômicas que influenciam o acesso das pessoas aos serviços urbanos. Em consonância, Santos (2020, p. 37) destaca que uma boa mobilidade urbana é fundamental para o desenvolvimento econômico, social e ambiental das cidades, permitindo o acesso equitativo a serviços essenciais, como saúde, educação e emprego, além de minimizar impactos negativos, como congestionamentos e poluição.
A infraestrutura de transporte urbano inclui vias de tráfego, ciclovias, ferrovias e sistemas de transporte público, como ônibus, trens e metrôs. Almeida (2021, p. 58) enfatiza que investir em um transporte público de qualidade pode reduzir significativamente a dependência de veículos particulares, resultando em menos tráfego, poluição e consumo de energia. Outro aspecto crucial é o transporte ativo, que envolve modos não motorizados, como caminhar e andar de bicicleta. Costa (2022, p. 63) argumenta que a promoção do transporte ativo não apenas melhora a saúde pública, mas também contribui para a sustentabilidade urbana, ao reduzir a pegada de carbono e melhorar a qualidade do ar.
2.2 Impactos dos Desastres Naturais na Mobilidade Urbana
Os desastres naturais, como enchentes, deslizamentos de terra e tempestades, podem causar interrupções significativas na mobilidade urbana, afetando tanto a infraestrutura quanto a capacidade de resposta das cidades. Oliveira e Souza (2020, p. 88) apontam que a resiliência urbana depende fortemente da capacidade de uma cidade em responder rapidamente a esses eventos, minimizando os impactos negativos na população e na infraestrutura de transporte. A integração entre planejamento urbano e estratégias de mitigação de desastres é vital para garantir que as cidades estejam preparadas para enfrentar essas situações adversas. Lima (2018, p. 42) observa também que a vulnerabilidade das infraestruturas de transporte em áreas urbanas é uma das principais preocupações em face de desastres naturais, especialmente em regiões de topografia acidentada e com alta densidade demográfica, como é o caso do município de Santa Luzia.
Ferraz (2019, p. 102) destaca a importância de desenvolver planos de evacuação eficientes, rotas alternativas e sistemas de alerta precoce como medidas essenciais para aumentar a resiliência da mobilidade urbana. O Plano de Contingência de Santa Luzia (2023-2024) exemplifica essa abordagem, prevendo intervenções no trânsito, como o bloqueio de vias e a criação de rotas alternativas, para minimizar os impactos das inundações. Além disso, o Manual de Simulado de Santa Luzia ressalta a importância de distinguir entre o Plano de Contingência e o Plano de Evacuação Emergencial, sublinhando a necessidade de considerar todos os riscos identificados para garantir uma resposta integrada e eficaz. Esses eventos, como enchentes que isolam bairros inteiros e paralisam a economia local, evidenciam a fragilidade da infraestrutura de transporte frente a desastres naturais.
1. METODOLOGIA
A metodologia adotada neste estudo foi planejada para analisar os impactos dos desastres na mobilidade urbana de Santa Luzia, utilizando como base o Plano de Contingência de Belo Horizonte (2024/2025). O desenvolvimento do trabalho foi estruturado em etapas sequenciais, que englobam desde a coleta e análise de dados até a aplicação prática de modelos de otimização e simulação, adaptando as diretrizes do plano de Belo Horizonte ao contexto local.
3.1 Coleta de Dados
A primeira etapa consistiu na coleta de dados relevantes para o estudo, que foram extraídos de fontes primárias e secundárias.
- Dados primários: foram realizadas entrevistas com gestores municipais responsáveis pela mobilidade urbana e defesa civil em Santa Luzia.
- Dados secundários: foram coletados a partir de documentos oficiais, como o Plano de Contingência de Belo Horizonte (2024/2025), e outras fontes acadêmicas e governamentais. Os dados incluem informações sobre áreas de risco, intervenções no trânsito e procedimentos de simulados.
3.2 Limitações do Estudo
Apesar das contribuições significativas, o estudo apresenta algumas limitações que devem ser consideradas. A precisão dos resultados depende da qualidade dos dados disponíveis e, embora o Plano de Contingência e o Manual de Simulado ofereçam informações valiosas, a ausência de dados atualizados em tempo real pode limitar a eficácia das simulações. Além disso, a variabilidade climática e a imprevisibilidade dos eventos naturais impõem desafios adicionais à modelagem dos cenários. Outra limitação é a abrangência geográfica do estudo, que focou em áreas específicas de Santa Luzia. Estudos futuros poderiam expandir essa análise para incluir outras regiões da cidade ou mesmo cidades vizinhas.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Neste capítulo, são discutidos os principais achados da pesquisa, relacionando-os com os objetivos propostos e com a literatura existente. A análise dos impactos dos desastres naturais na mobilidade urbana de Santa Luzia foi realizada com base em dados obtidos através do Plano de Contingência de Santa Luzia (2023-2024), bem como em simulações e modelagens matemáticas.
4.1. Principais Achados
A análise dos dados coletados revelou que as enchentes e deslizamentos são os principais desastres que impactam a mobilidade urbana em Santa Luzia. O Plano de Contingência aponta que as regiões mais vulneráveis a esses eventos estão situadas próximas ao Rio das Velhas e seus afluentes, caracterizadas por alta densidade populacional e infraestrutura de transporte limitada. Entre as áreas mais afetadas, destacam-se os bairros São Benedito, São Cosme e Nova Esperança.
A vulnerabilidade dessas regiões é exacerbada pela falta de infraestrutura adequada para escoamento de águas pluviais, resultando em alagamentos frequentes durante períodos de chuva intensa. O impacto desses eventos na mobilidade urbana é significativo, com interrupções em rotas principais, como a Avenida Brasília e a Avenida Joaquim Rodrigues da Rocha, que são cruciais para a conectividade entre diferentes regiões da cidade.
A simulação dos cenários de desastres, utilizando dados do Manual de Simulado (plano de contingência MINAS GERAIS, 2021), confirmou a criticidade dessas áreas, mostrando que as rotas de evacuação tradicionais muitas vezes se tornam intransitáveis durante eventos de enchente, o que aumenta o tempo de resposta das equipes de emergência e compromete a segurança da população. O manual sublinha a importância da diferenciação entre Plano de Contingência e Plano de Evacuação Emergencial, destacando que ambos precisam ser considerados em qualquer cenário de desastre, com a integração de todos os riscos identificados (MINAS GERAIS, 2021).
4.2. Discussão dos resultados
Os resultados obtidos indicam que a infraestrutura de transporte de Santa Luzia é altamente suscetível a interrupções causadas por desastres naturais. Isso está alinhado com as observações de Lima (2018), que destaca a vulnerabilidade das infraestruturas urbanas em áreas propensas a desastres. Além disso, as simulações demonstram que as rotas alternativas e os corredores de emergência, previstos no Plano de Contingência e reforçados no Manual de Simulado (MINAS GERAIS, 2021), são cruciais para mitigar os impactos desses eventos. Esses resultados corroboram as recomendações do Manual de Simulado, que enfatiza a necessidade de planejamento antecipado, treinamentos periódicos e realização de simulados para assegurar uma resposta rápida e coordenada durante crises (MINAS GERAIS, 2021).
4.3. Contribuição para a Área
Este estudo oferece uma análise detalhada dos impactos dos desastres naturais na mobilidade urbana de uma cidade de médio porte como Santa Luzia. A aplicação de técnicas de pesquisa operacional para simular cenários e otimizar rotas de evacuação demonstra a aplicabilidade dessas ferramentas no contexto de gestão de crises urbanas. O uso de modelagens matemáticas, combinado com os dados do Plano de Contingência e do Manual de Simulado, proporciona uma base sólida para a tomada de decisões informadas e eficientes, aplicáveis não apenas em Santa Luzia, mas também em outras cidades com características semelhantes. Isso destaca a importância da integração de treinamentos e simulados regulares, conforme sugerido pelo Manual de Simulado (MINAS GERAIS, 2021), para preparar a comunidade e os gestores públicos para lidar com os desafios das emergências.
5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
A pesquisa realizada sobre os impactos dos desastres naturais na mobilidade urbana de Santa Luzia, utilizando dados do Plano de Contingência de Belo Horizonte (2024/2025), permitiu uma análise aprofundada das vulnerabilidades da cidade e das possíveis soluções para mitigar esses impactos. A seguir, são apresentados os principais pontos da conclusão, juntamente com recomendações detalhadas, incluindo dados, tabelas e referências extraídas do plano de Belo Horizonte e de outros documentos relevantes.
5.1. Conclusão
Os resultados deste estudo demonstram que a infraestrutura de mobilidade urbana em Santa Luzia é severamente impactada por desastres naturais, principalmente enchentes e deslizamentos de terra. As regiões mais afetadas incluem áreas localizadas próximas ao Rio das Velhas, como São Benedito, São Cosme, Nova Esperança e Cristina, todas identificadas como áreas de alto risco. O documento aponta que 60% das vias críticas da cidade estão em áreas vulneráveis, o que compromete a mobilidade durante eventos de chuva intensa e limita a capacidade de resposta das equipes de emergência.
Durante enchentes severas, avenidas como a Avenida Brasília e a Avenida Joaquim Rodrigues da Rocha se tornam intransitáveis, interrompendo rotas essenciais. Essa fragilidade reflete a falta de planejamento adequado e de infraestrutura de drenagem eficiente. O estudo destaca a necessidade urgente de fortalecer a infraestrutura de drenagem, criar rotas alternativas e melhorar os sistemas de alerta precoce, como recomendam tanto o Plano de Contingência quanto o Manual de Simulado de Belo Horizonte. A implementação de tais soluções está conectada às recomendações práticas deste trabalho, que incluem intervenções estruturais, capacitação comunitária e adoção de tecnologias de monitoramento em tempo real. Essas medidas são complementadas pela proposta de integração de técnicas de pesquisa operacional, que visam otimizar as respostas a desastres naturais e aumentar a resiliência da cidade.
5.2. Recomendações
Com base nos achados da pesquisa, recomenda-se as seguintes ações para aprimorar a resiliência da mobilidade urbana em Santa Luzia, considerando a viabilidade prática e os recursos disponíveis para o contexto local. Essas recomendações foram fundamentadas no Plano de Contingência para Enfrentamento de Desastres em Santa Luzia 2022/2023 (SANTA LUZIA, 2022) e nas entrevistas com gestores municipais, garantindo alinhamento às necessidades específicas do município.
5.2.1. Reforço da Infraestrutura de Drenagem
A insuficiência do sistema de drenagem é uma das principais causas de enchentes recorrentes. Segundo o Plano de Contingência para Enfrentamento de Desastres em Santa Luzia 2022/2023, a ampliação das estruturas de drenagem, especialmente nas áreas de maior risco, é uma medida essencial para mitigar os impactos desses eventos (SANTA LUZIA, 2022).
5.2.2. Criação de Rotas Alternativas e Corredores de Emergência
A criação e sinalização de rotas alternativas para uso em emergências, especialmente em áreas suscetíveis a enchentes, são estratégias recomendadas pelo Plano de Contingência. Destaca-se a necessidade de garantir que essas rotas permaneçam desobstruídas e em boas condições durante crises (SANTA LUZIA, 2022).
5.2.3. Implementação de Sistemas de Monitoramento em Tempo Real
A adoção de tecnologias de monitoramento em tempo real para acompanhar o clima e o tráfego podem fornecer informações cruciais para a tomada de decisões rápidas. O Plano de Contingência recomenda a instalação de estações pluviométricas em áreas de risco elevado, câmeras de monitoramento viário nas principais vias de acesso e sistemas de alerta meteorológico para prever eventos climáticos extremos (SANTA LUZIA, 2022).
5.2.4. Capacitação e Planejamento Comunitário
O envolvimento da comunidade é essencial para garantir a eficácia dos planos de contingência. Conforme destacado no Plano de Contingência, recomenda-se a realização de campanhas de conscientização e simulações periódicas de evacuação, bem como o treinamento da população em primeiros socorros e respostas a desastres (SANTA LUZIA, 2022).
5.2.5. Integração da Pesquisa Operacional no Planejamento Urbano
A pesquisa operacional deve ser integrada ao planejamento urbano de Santa Luzia, utilizando modelos matemáticos e simulações para otimizar as respostas a desastres naturais. Segundo o Plano de Contingência, a aplicação dessas ferramentas pode prever os impactos de diferentes cenários e auxiliar no planejamento de soluções eficientes para a mobilidade urbana em situações adversas (SANTA LUZIA, 2022).
5.3. Considerações Finais
As recomendações apresentadas visam aumentar a resiliência de Santa Luzia diante de desastres naturais, assegurando uma mobilidade urbana eficiente em situações adversas. A integração de tecnologias de monitoramento, capacitação comunitária e melhorias na infraestrutura são passos essenciais para mitigar os impactos desses eventos e proteger a população. Este estudo contribui significativamente para o avanço do conhecimento no campo do planejamento urbano e gestão de desastres, fornecendo uma base sólida para pesquisas futuras e intervenções práticas. A aplicação das recomendações propostas pode servir de modelo para outras cidades que enfrentam desafios semelhantes.
5.4. Recomendações para Futuros Trabalhos
Com base nos resultados e nas limitações identificadas, recomenda-se que futuros trabalhos explorem a integração de sistemas de monitoramento em tempo real para melhorar a precisão das simulações e a resposta a desastres. Além disso, a aplicação das técnicas de pesquisa operacional em outras áreas urbanas pode oferecer insights valiosos para a criação de redes de mobilidade urbana mais resilientes. A realização de simulados periódicos e treinamentos para a população, conforme descrito no Manual de Simulado (MINAS GERAIS, 2021), também deve ser uma prioridade para assegurar uma resposta eficiente e coordenada durante crises.
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