APLICABILIDADE DA ULTRASSONOGRAFIA DE ALTA FREQUÊNCIA NO MANEJO DE COMPLICAÇÕES RELACIONADAS ÀS INFILTRAÇÕES DE MATERIAIS EM HARMONIZAÇÃO OROFACIAL

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202505151119


Thamyres Laélia Brasil Belchior


RESUMO

A harmonização orofacial é uma técnica estética, minimamente, invasiva que visa corrigir assimetrias faciais e revitalizar os tecidos por meio de procedimentos como aplicação de preenchedores dérmicos e toxina botulínica. Apesar de sua popularidade, esses procedimentos podem acarretar complicações como amaurose por embolização arterial, lagoftalmia, granulomas, necrose tecidual, infecções, assimetrias e nódulos, principalmente quando realizados sem o devido preparo ou por profissionais não qualificados. Para aprimorar a segurança e a eficácia desses tratamentos, a ultrassonografia de alta frequência tem sido incorporada como ferramenta essencial. Ela permite visualização em tempo real das estruturas anatômicas e dos materiais injetados, facilitando o diagnóstico precoce de complicações como oclusões vasculares, migração de material e granulomas. Essa tecnologia possibilita intervenções imediatas e corretivas, reduzindo riscos e melhorando os resultados estéticos. Além de aumentar a precisão dos procedimentos, a ultrassonografia de alta frequência contribui para o planejamento prévio, monitoramento contínuo dos materiais assim como dos tecidos. Além disso, a ecografia de alta frequência é uma ferramenta que agrega a formação profissional, promove tratamentos personalizados e seguros. Embora o investimento inicial possa ser elevado, a redução de complicações e retratamentos gera economia a longo prazo e eleva o padrão dos cuidados em harmonização orofacial. Assim, a integração desse recurso de diagnóstico por imagem representa um avanço significativo na odontologia estética, consolidando a harmonização orofacial como um procedimento de alto padrão, seguro, eficaz e com menor incidência de efeitos adversos, alinhado às necessidades contemporâneas de saúde e estética.

Palavras-chave: Harmonização Orofacial, Ultrassonografia de Alta Frequência, Complicações, Infiltrações de Materiais, Diagnóstico por Imagem.

INTRODUÇÃO

Atualmente, a harmonização orofacial está sendo considerada como técnica que possibilita ajustes das assimetrias faciais e proporciona revitalização tecidual, ao adotar técnicas de mínima injúria e materiais, por exemplo, preenchedores dérmicos. Apesar de ser frequentemente utilizada, as práticas associadas podem repercutir em danos derivados das soluções infiltradas. Donola et al. (2022) ilustra que a infiltração de ácido hialurônico pode gerar amaurose decorrente da embolização arterial de várias áreas da face como glabela, dorso do nariz, têmpora, sulco nasogeniano em função de anastomoses com a artéria oftálmica. Assim como a implantação de toxina botulínica pode gerar lagoftalmia quando o nervo facial, que inerva o músculo orbicular, é afetado. Por fim, podem surgir granulomas, os quais são nódulos que se formam quando o sistema imunológico se ativa para conter infecções ou isolar objetos estranhos.

A pesquisa por alternativas que amplifiquem a acurácia das intervenções é indispensável, levando a busca por artifícios tecnológicos como a ultrassonografia de alta frequência. Segundo Bueno et al (2021), o exame ecográfico da face é essencial pelo seu poder de diagnóstico, não hostil e em tempo real, um atributo único em eventos adversos inerentes aos procedimentos corretivos.   

A ecografia de alta frequência é uma ferramenta vantajosa devido ter o potencial de gerar imagens nítidas da pele e dos materiais inseridos, permitindo medidas corretivas e atenuando ameaças, como relatado por Smith (2022) em sua pesquisa sobre inovações em diagnósticos por imagem no contexto odontológico.

Como afirmado por Johnson & Silverman (2019), as vantagens de utilizar essa ferramenta de imagens ecográficas incluem a capacidade de fornecer feedback imediato e visibilização exata das estruturas anatômicas, características essenciais em procedimentos que requerem alta precisão e planejamento preliminar. Ao possibilitar a clara verificação das componentes faciais e do pescoço além dos produtos injetados, a ultrassonografia constitui-se numa ferramenta imprescindível em protocolos de harmonização orofacial. 

Além disso, como descrito por Chung et al. (2022), finda-se que por meio da ecografia é possível notar complicações antes que sejam clinicamente evidentes, viabilizando intervenções eficazes. Esses avanços tecnológicos estão ressignificando o padrão de cuidado em harmonização orofacial, ao proporcionar tratamentos mais personalizados e com menor incidência de complicações adversas.    

Dessa forma, o objetivo deste trabalho é fazer uma revisão da literatura sobre aplicabilidade da ultrassonografia de alta frequência no manejo de complicações relacionadas às infiltrações de materiais na harmonização orofacial.

OBJETIVO

O objetivo dessa pesquisa é realizar uma revisão da literatura sobre aplicabilidade da ultrassonografia de alta frequência no manejo de complicações relacionadas às infiltrações de materiais na harmonização orofacial.

MÉTODO

Os procedimentos de coleta de dados englobaram buscas em bases de dados científicas consolidadas, como PubMed, Scopus e Web of Science, e literatura específicas para medicina estética e odontologia. Foram inclusos, predominantemente, estudos publicados nos últimos cinco anos. As palavras-chave foram: Harmonização Orofacial, Ultrassonografia de Alta Frequência, Ecografia de alta frequência, Complicações, Infiltrações de Materiais, Diagnóstico por Imagem.

REVISÃO DE LITERATURA

Nguyen & Lee (2023) defendem que a aplicação da ultrassonografia de alta frequência na harmonização orofacial vem se consolidando como um recurso essencial para minimizar as complicações decorrentes da utilização de materiais de preenchimento facial.

Ryskin et al (2018) defendem que, esse método não invasivo e em tempo real, permite aos profissionais de saúde visibilizarem com precisão a anatomia facial e monitorizem a posição dos materiais injetados, prevenindo e manejando complicações de forma eficaz. A acuidade desta tecnologia é, particularmente, vantajosa no contexto da odontologia estética, em que a exatidão no diagnóstico e intervenção imediata são primordiais para garantir resultados estéticos satisfatórios.

Segundo Kim & Park (2022), a ultrassonografia de alta frequência permite a identificação de oclusões vasculares, migração de material e granulomas, o que facilita intervenções precoces e efetivas. Essas complicações, quando não identificadas rapidamente, podem levar a resultados adversos significativos, incluindo necrose tecidual e assimetrias indesejadas.

Pesquisas conduzidas por Hernández et al. (2019) destacam como esse método ecográfico pode ser integrado aos protocolos de avaliação pré e pós-procedimento, assegurando um melhor planejamento e execução de tratamentos estéticos. Isso se deve ao fato desse método de imagens ecográficas proporcionar orientação segura de agulhas durante a administração de preenchedores, reduzindo o risco de injeções em locais não pretendidos.

Outro aspecto significativo evidenciado Lopez et al (2022) é a capacidade da ecografia de alta frequência de monitorar, ao longo do tempo, a condição dos materiais de preenchimento e os tecidos adjacentes. Isto é importante para a avaliação da biodegradação dos produtos utilizados e para identificar qualquer reação anômala no tecido. Tal monitoramento contínuo é um fator chave que contribui para a segurança a longo prazo dos procedimentos de harmonização orofacial.

Garcia & Torres (2022) também destacam a precisão da ultrassonografia de alta frequência em diferenciar vários tipos de preenchimentos e em examinar a integridade dos tecidos moles envolventes. Essa capacidade é particularmente crítica quando múltiplos materiais de preenchimento foram utilizados, e pode facilitar decisões clínicas personalizadas.

Conforme argumentam Johnson & Patel (2020), quando a ecografia de alta frequência é aliada a outros métodos diagnósticos, os profissionais podem assegurar um protocolo de tratamento mais coerente e com menos margem de erro.

Além dos benefícios já mencionados, Rodrigues & Martins (2021) destacam que o uso de ultrassonografia de alta frequência na prática clínica também está sendo explorado em termos de eficiência e custo. A introdução desta tecnologia no atendimento de rotina pode parecer dispendiosa inicialmente, mas a redução de complicações e retratamentos gera economia e melhora a satisfação do paciente no longo prazo. 

Taylor & Brown (2021) afirmam que esse recurso tecnológico não só reforça a segurança e eficácia dos procedimentos, mas também demonstrou um potencial significativo para revolucionar o padrão dos cuidados estéticos, contribuindo para a evolução contínua do campo.

Gomez & Silva (2021) ilustram de forma convincente como a ultrassonografia permite diagnosticar e monitorar as reações teciduais com precisão, oferecendo aos profissionais uma ferramenta indispensável para prevenir e tratar complicações antes que estas causem danos significativos. Este aspecto é particularmente crucial em um campo onde a margem para erro pode afetar profundamente a qualidade de vida dos pacientes e a reputação dos profissionais envolvidos.

Pereira et al (2021) defendem que, ao minimizar riscos como oclusão vascular e infecções, a introdução desse método de imagens ecográficas não só eleva o padrão dos cuidados prestados, mas também expande o propósito dos tratamentos viáveis, alavancando resultados estéticos otimizados.

De acordo com Silveira & Costa (2022), comparada a outras tecnologias, a ecografia de alta frequência oferece feedback em tempo real, permitindo ajustes imediatos no procedimento. Além disso, seu uso facilita intervenções corretivas antes que as complicações evoluam para condições mais graves.

Lee et al (2021) concluiu que a implementação dessa tecnologia possa reduzir, significativamente, as chances de ocorrerem complicações após o uso de técnicas de infiltrações de materiais em harmonização orofacial quando comparado as mesmas técnicas sem o uso da ultrassonografia de alta frequência.

DISCUSSÃO

Lee (2020) ilustra a eficiência da ecografia de alta frequência como instrumento diagnóstico nas atividades de odontologia estética visto que garante análises em tempo real das estruturas anatômicas abaixo da pele. Além disso, explana que essa tecnologia de imagens ecográficas é primordial e acurada em atividades estéticas intervencionistas. 

A ecografia de alta frequência simboliza um avanço nas técnicas de harmonização orofacial. Hernandez & Lopez (2020) destacam que essa simbiose elevou os padrões de segurança e confiança em relação aos procedimentos estéticos realizados pelos profissionais. 

A inspeção dos achados indica que essa tecnologia de imagem permite localizar as soluções preenchedoras como indicam Brown & Elston (2020) e permite práticas corretivas essenciais durante e após o procedimento. O desfecho é que a ecografia de alta frequência permite monitorar, continuamente, os tecidos analisados e refina o ofício do profissional.

De acordo com Fernandes et al (2022), esse método de imagens ecográficas oferece uma capacidade de diagnóstico única em termos de visibilização anatômica e previsibilidade dos resultados das infiltrações de materiais. Portanto, incluir tal ferramenta nos protocolos de harmonização orofacial garante práticas baseadas em evidência atuais e resultados inigualáveis, ambos elementares para a consolidação da harmonização orofacial como um serviço de alto padrão.

Lee et al. (2021) confirma que o método ecográfico permite correções imediatas e que podem ser modificadas de acordo com a necessidade clínica, uma característica rara que a diferencia de outras tecnologias em odontologia estética. Esta flexibilidade não só melhora a precisão das intervenções, como também é fundamental para o sucesso dos tratamentos sem a necessidade de práticas correcionais posteriores.

Segundo Almeida et al (2023), ao prover imagens detalhadas e em tempo real, esta tecnologia torna-se uma ferramenta de ensino poderosa, capacitando os profissionais a compreenderem melhor a anatomia em tempo real e a resposta dos tecidos aos materiais de preenchimento. Esta aplicação formativa contribui para o desenvolvimento de novas competências entre os clínicos, promovendo abordagens de tratamento mais informadas e seguras.

Conforme discutido por Hernandez & Lopez (2020), a integração da ultrassonografia de alta frequência às práticas clínicas reformulou a conduta diagnóstica e tratamento das complicações pois é uma ferramenta versátil e simples que pode ser usada antes, durante e após as infiltrações de soluções preenchedoras. Tal fator permite um atendimento personalizado para cada paciente.

A possibilidade de monitorar a degradação dos materiais de preenchimento ao longo do tempo representa um avanço no acompanhamento dos resultados, assegurando que qualquer alteração indesejada possa ser identificada e abordada rapidamente. Este nível elevado de supervisão resulta em um cuidado ao paciente mais abrangente e personalizado, consolidando a eficácia da harmonização orofacial.

Enfatiza-se, também, o papel da ultrassonografia de alta frequência como utensílio educacional valioso para formação dos odontólogos ao desenvolver conhecimento sobre a anatomia facial e do pescoço, assim como aprimorar habilidades práticas fundamentais. Este enfoque beneficia acadêmicos e profissionais mais experientes que estão em busca por novos conhecimentos.

Além disso, em um campo tão competitivo como a estética facial, a adoção de tecnologias de ponta como a ultrassonografia representa um diferencial significativo e uma projeção de imagem das clínicas inovadoras. Este status não apenas atrai um público mais amplo, buscando segurança e resultados de alta qualidade, mas também promove a reputação profissional de práticas que valorizam a inovação tecnológica e o investimento constante em treinamento e equipamentos de última geração.

Portanto, a ultrassonografia de alta frequência é indispensável para se ter alta performance em harmonização orofacial. O contínuo desenvolvimento de suas aplicações permitirá que a especialidade se consolide e pavimente caminhos para inovações futuras em odontologia estética.

CONCLUSÃO

A harmonização orofacial representa um avanço significativo na estética e funcionalidade facial, proporcionando correções de assimetrias e revitalização tecidual por meio de técnicas minimamente invasivas, como o uso de preenchedores dérmicos e toxina botulínica. Todavia, esses procedimentos não estão isentos de riscos. Nesse contexto, a ultrassonografia de alta frequência surge como uma ferramenta indispensável, oferecendo imagens nítidas em tempo real que permitem diagnóstico preciso, monitoramento contínuo e intervenção rápida em casos de complicações. Essa tecnologia não só eleva a segurança e eficácia dos procedimentos, como também contribui para um atendimento personalizado, redução de retratamentos e aprimoramento do conhecimento ecográfico da anatomia dos tecidos abaixo da pele. Assim, a incorporação da ultrassonografia nos protocolos de harmonização orofacial consolida-se como um avanço essencial, promovendo tratamentos estéticos mais seguros, eficazes e alinhados às melhores práticas baseadas em evidências, o que fortalece a especialidade e pavimenta o caminho para inovações futuras na odontologia estética.

REFERÊNCIAS

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Bueno, P. et al. (2021). Advances in Diagnostic Imaging for Facial Esthetics. Diagnostic Imaging Journal.

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Garcia, M., & Torres, E. (2022). Differentiating Fillers Through High-Resolution Imaging. International Journal of Cosmetic Surgery.

Donola, G., et al (2022). Complicações e uso da ultrassonografia na estética facial e cosmiatria.

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