FATORES DE RISCO E PREVENÇÃO PARA SUICÍDIO EM MÃES DE CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202503072218


Brenda Kayene Camargos Villas Bôas1
Renan Merlin Cuani2
Ana Carolina Merlin Barboza3
Sandra Leal Calais4


Resumo  

Este estudo visa identificar os fatores de risco e proteção para o suicídio em mães de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), focando nos desafios emocionais, sociais e familiares que elas enfrentam, uma vez que o diagnóstico impacta profundamente essas mulheres devido às demandas de manejo e cuidado que seus filhos necessitam. A metodologia utilizada foi a revisão de literatura, utilizando 12 artigos sobre o tema, abordando fatores como a qualidade de vida das mães, o impacto emocional do cuidado, as estratégias de enfrentamento e as implicações familiares. Os resultados encontrados indicam que as mães lidam com desafios como a sobrecarga de responsabilidades, a falta de apoio social e os efeitos negativos nas relações familiares e sociais, desenvolvendo exaustão, ansiedade e depressão, contudo, é importante frisar que apesar de tantos aspectos negativos, essas mães buscam conforto e valor vivencial nos progressos que seus filhos demonstram ao longo dos tratamentos, o que acentua ainda mais a importância do apoio emocional de familiares e grupos de suporte, com isso é notório que o diagnóstico precoce e o acompanhamento profissional são essenciais para a adaptação e que redes de apoio social e o fortalecimento dos laços familiares contribuem para a melhora da qualidade de vida. Conclui-se que políticas públicas que ofereçam suporte contínuo às famílias e promovam a inclusão social das crianças com autismo são urgentes e fundamentais para amparar as mães, ajudando-as a enfrentar as demandas do cuidado e os impactos do TEA no contexto familiar. 

Palavras-chaves: Suicídio, Transtorno do Espectro Autista, Fatores de risco, Fatores de proteção e Maternidade. 

1. INTRODUÇÃO  

De acordo com a Associação Americana de Psiquiatria (2023), o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades na comunicação e interação social, além de comportamentos restritos ou repetitivos. Sua gravidade e manifestação variam, e, embora seja permanente, o diagnóstico precoce é fundamental para melhorar o prognóstico, reduzir os sintomas e promover uma melhor qualidade de vida. 

O Centro de Controle de Doenças e Prevenção (CDC) dos EUA indica uma prevalência de TEA de 1 para cada 36 crianças de 8 anos. No Brasil, embora não haja dados oficiais, um estudo preliminar aponta uma incidência de 27,2 casos a cada 10 mil crianças (Júlio-Costa; Starling-Alves; Antunes, 2023). Observa-se um aumento expressivo nos diagnósticos de TEA recentemente (Shaw et al., 2021), tornando-o uma questão de interesse coletivo. A escassez de estatísticas confiáveis e estudos robustos sobre a quantidade de autistas no Brasil destaca a importância de pesquisas sobre o tema (Freire; Nogueira, 2023). 

Considerando as pessoas com TEA, é essencial também focar nos cuidadores, especialmente as mulheres, que assumem esse papel devido a fatores históricos e culturais, cuidando desde crianças até idosos (Laranjeira; Nakamura, 2023). Muitas mães enfrentam um “adoecimento invisível”, o que pode levar a problemas psicológicos significativos, como ansiedade, depressão e até ideações suicidas (Biase, 2023). Há uma responsabilização da mulher em relação aos cuidados frente a adoecimentos ou deficiências, especialmente quando se trata de crianças (Mendes et al., 2020). 

A expectativa em torno da figura da mulher cuidadora implica uma renúncia de aspectos pessoais em prol do cuidado com a criança e a família (Moreira, 2018). Esse papel imposto à mulher torna relevante a discussão sobre os impactos que as demandas recorrentes por pessoas com autismo necessitam, uma vez que traz alterações na rotina familiar, exige uma readequação de papéis e gera consequências diversas em áreas como a ocupacional, financeira, entre outras. 

A sobrecarga materna envolve o fardo emocional e físico enfrentado por muitas mães, especialmente aquelas que cuidam de filhos com deficiência, como o autismo. Esse fenômeno deriva de um padrão cultural que coloca a mulher como principal cuidadora, exigindo que ela dedique todo seu tempo e energia aos filhos. Ademais, o forte vínculo emocional entre mãe e filho intensifica essa responsabilidade no cuidado. Muitas mães dedicam-se integralmente a esse papel, ficando impossibilitadas de trabalhar ou realizar outras atividades. Quando recebem auxílio familiar, ele geralmente ocorre a pedido da própria mãe, em momentos em que precisa realizar algum compromisso ou afazer doméstico, sendo os avós maternos e os irmãos os que mais ajudam. A falta de apoio de outros familiares, como tios e primos, frequentemente está ligada ao estigma de que a criança autista é frágil e de difícil interação (Pinto et al., 2016). 

A dedicação integral assumida pela mãe, que muitas vezes renuncia à profissão e se divide entre marido, filhos e tarefas domésticas, pode trazer sérias consequências físicas e mentais. As queixas mais comuns entre essas cuidadoras incluem dores articulares, depressão, insônia, ansiedade e fadiga, com a maior sobrecarga concentrada no aspecto emocional (Cezar; Smeha, 2011; Pinto et al., 2016; Batista et al., 2008). 

Além dos desafios já mencionados, destacam-se a postergação diagnóstica (a mais citada), a dificuldade em lidar com o diagnóstico e os sintomas, o acesso limitado aos serviços de saúde e ao apoio social, a escassez de atividades de lazer e educacionais, questões financeiras e a preocupação com o futuro. As mães também enfrentam a perda do filho idealizado e os ajustes exigidos por essa nova realidade (Gomes et al., 2015). 

A alta responsabilidade dessas mães nos cuidados com várias áreas e pessoas gera uma sobrecarga que resulta em desgaste físico e emocional, levando ao isolamento, depressão e, em alguns casos, a pensamentos suicidas. Esse estágio ocorre após períodos de depressão e ansiedade, tornando crucial a identificação dos fatores de risco que levam a essas ideações suicidas, para minimizar os fatores estressantes e promover estratégias saudáveis. Esse apoio contribui para melhorar a qualidade de vida da criança e da família e para prevenir o adoecimento dessas mães; o acompanhamento psicológico reduz significativamente ou até elimina as taxas de tentativas de suicídio (Biase, 2023). Segundo Botega (2015), o suicídio ocorre como uma tentativa de interromper uma dor psíquica considerada insuportável, levando ao desejo de cessar a própria vida para aliviar esse sofrimento. 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, há 2 milhões de casos no Brasil. O adoecimento das mães torna-se um tema relevante para estudo e prevenção, focando na promoção de sua saúde. Com o aumento de suicídios de mães de crianças autistas, incluindo casos de filicídio, este trabalho busca dar visibilidade ao sofrimento psíquico dessas mulheres e identificar formas de prevenir o adoecimento das mães de crianças com TEA. Compreender essa vulnerabilidade pode ajudar a desenvolver políticas públicas e intervenções voltadas à melhoria da qualidade de vida dessas mães e ao fortalecimento de um ambiente familiar saudável, pois o acompanhamento psicológico e o apoio social reduzem significativamente as tentativas de suicídio (Biase, 2023). 

2. OBJETIVO  

Identificar os fatores de risco e proteção para o suicídio em mães de crianças com Transtorno do Espectro Autista. 

3. MÉTODO 

A metodologia escolhida foi uma revisão de literatura, visando a análise de artigos científicos e livros publicados entre 2000 e 2023 sobre o adoecimento mental de cuidadores, especialmente mães de crianças com TEA. Segundo Flor et al. (2021), as revisões de literatura são essenciais na pesquisa científica, pois permitem uma análise aprofundada de um campo teórico específico, identificando diversas contribuições, abordagens e perspectivas sobre o tema.  

A pesquisa utilizou bases de dados como Google Scholar, PubMed e periódicos da CAPES para coletar informações sobre o tema. Foram usadas palavras-chave específicas, como “suicídio,” “Transtorno do Espectro Autista,” “fatores de risco,” “fatores de proteção” e “maternidade.” 

A seleção dos artigos e livros baseou-se em sua relevância para entender os desafios das mães de crianças com TEA, com foco na saúde mental. A revisão narrativa possibilitou sintetizar as principais descobertas e discussões da literatura, proporcionando uma visão abrangente sobre o adoecimento mental das mães. 

4. RESULTADOS E ANÁLISE 

Os dados foram analisados qualitativamente para identificar padrões, tendências e lacunas na pesquisa, além de refletir sobre implicações para práticas e políticas de apoio às mães. 

Ao todo, 12 artigos foram selecionados para o estudo, conforme mostrado na tabela a seguir:

Tabela 1 – Artigos selecionados para a revisão de literatura

Fonte: Elaborado pela autora

Os 12 artigos analisados abordam diferentes aspectos da vivência de mães de crianças com autismo, seus desafios emocionais e as implicações para o desenvolvimento infantil. Sifuentes e Bosa (2010) investigam as características da coparentalidade e observam que as tarefas parentais tendem a não ser igualmente divididas entre os pais, o que frequentemente gera conflitos, especialmente no que diz respeito às práticas educativas.  

Pinto et al. (2016), por sua vez, analisam o impacto do diagnóstico do autismo nas relações familiares, enfatizando a sobrecarga materna e as alterações nas dinâmicas familiares. Batista et al. (2008) abordam a vivência das mães, que lidam com sentimentos de solidão e abnegação, colocando sua própria rotina em segundo plano para cuidar dos filhos. Cezar et al. (2011) destacam que a maternidade de crianças com autismo é repleta de desafios, levando as mães a renunciarem à carreira, vida social e relacionamentos, o que provoca sentimentos de incerteza e tristeza. Um fator importante é que mães de pessoas com TEA apresentam níveis mais altos de ansiedade e depressão em comparação às mães de indivíduos com deficiência intelectual (Avci et al., 2002) e enfrentam maior estresse e sofrimento psicológico em relação às mães de crianças com atraso no desenvolvimento, mas sem autismo (Abbott et al., 2009). 

Cuvero (2008) avalia a qualidade de vida dos cuidadores de crianças autistas, destacando as desvantagens em comparação aos cuidadores de crianças saudáveis. Fairthorne et al. (2014) identificam fatores que influenciam a qualidade de vida das mães, apontando o impacto negativo nos relacionamentos e na saúde, mas também reconhecendo as recompensas associadas ao ato de cuidar. Lecrubier et al. (2002) discutem a identificação de distúrbios psiquiátricos na atenção primária à saúde, sugerindo a implementação de ferramentas de triagem e treinamentos para médicos.  

Shu et al. (2000) exploram o impacto do autismo na saúde mental das mães, evidenciando níveis elevados de depressão e ansiedade e a necessidade de um modelo de atenção primária para preveni-los. Nunes e Santos (2010) examinam o itinerário terapêutico das mães em busca de diagnóstico e tratamento, revelando sobrecarga emocional e desamparo quanto ao futuro dos filhos. Constantinidis et al. (2018) abordam as vivências das mães, destacando a importância do diagnóstico e a resistência dos profissionais em fornecê-lo, além de dificuldades de aceitação por parte dos pais.  

Sanini et al. (2010) analisam a relação entre depressão materna e o desenvolvimento da criança autista, com base em uma revisão de literatura. Andrade e Teodoro (2012) discutem o impacto do autismo no funcionamento familiar, destacando a importância do suporte social e de programas de treinamento para os pais. Esses estudos proporcionam uma visão abrangente dos desafios enfrentados pelas mães de crianças com autismo, abrangendo temas como coparentalidade, impactos nas relações familiares, saúde mental materna e estratégias de enfrentamento essenciais. 

Os cuidados com pessoas autistas envolvem várias atividades, incluindo as da vida diária, transporte e saúde (Bosa; Sifuentes, 2010). Essas responsabilidades recaem principalmente sobre as mães, que, devido a uma demanda histórico-cultural, assumem o papel de principais cuidadoras, dedicando-se integralmente aos filhos (Pinto et al., 2016). Essa dedicação das mães muitas vezes leva à abdicação de suas profissões, limitando suas atividades relacionadas aos filhos e aos afazeres domésticos (Batista et al., 2008; Pinto et al., 2016). Como resultado, suas relações sociais e afetivas são comprometidas, o que contribui para impactos físicos e mentais significativos (Cezar e Smeha, 2011; Pinto et al., 2016). Já os pais costumam ser os provedores financeiros e atuam como colaboradores esporádicos (Bosa; Sifuentes, 2010). 

Cuvero (2008) avaliou a qualidade de vida dos cuidadores de indivíduos com TEA, em sua maioria mães, e constatou prejuízos significativos nos aspectos físicos e mentais. O estudo destaca as dificuldades enfrentadas por essas cuidadoras em comparação a cuidadores de crianças saudáveis. Além disso, mães de crianças com TEA apresentam maior risco de estresse parental em relação àquelas que cuidam de crianças com outros transtornos do desenvolvimento (Bosa; Sifuentes, 2010). 

4.1 Fatores de Risco para suicídio em mães atípicas 

O impacto emocional e psicológico sobre as mães de crianças com TEA é um tema relevante, exemplificado pelo caso de Milce Maria Alonso Soares, que, após matar seu filho Cléber Baraldi, de 27 anos, também com TEA, cometeu suicídio. Esse incidente em Águas Claras, Distrito Federal, ilustra a sobrecarga emocional enfrentada por muitas mães de crianças atípicas (Rios; Abreu, 2024). O suicídio materno relacionado a filhos com deficiência revela o intenso estresse, solidão e sentimento de impotência que essas mães enfrentam devido às demandas de cuidados intensivos e à falta de suporte adequado. 

O caso citado destaca a importância de discutir a saúde mental das mães de crianças com autismo. A sobrecarga emocional dessas mulheres, frequentemente invisível, pode se tornar um risco, agravado pela falta de suporte psicológico e social. A ausência de apoio efetivo, como no caso de Milce, pode ser determinante para tragédias desse tipo (Rios; Abreu, 2024).  

Outro caso trágico foi o de uma mãe que, após lançar seu filho de 12 anos de uma janela de hotel, cometeu suicídio. Esse episódio destaca a intensa carga psíquica que algumas mães enfrentam, frequentemente isoladas e sem suporte adequado para lidar com as demandas contínuas de cuidar de uma criança com deficiência. O estresse constante contribui para a deterioração do bem-estar psicológico dessas mães, elevando o risco de comportamentos suicidas. O caso relatado destaca o impacto da falta de apoio psicológico e da marginalização social, agravando o sofrimento emocional. Esses fatores de risco são fundamentais para entender tragédias relacionadas ao suicídio materno, reforçando a importância de intervenções precoces e de apoio psicológico contínuo como estratégias essenciais para mitigar esses riscos e oferecer proteção a mães sob estresse extremo (Rodrigues; Viana, 2013). 

Ximena Agrelo, mãe de Vicente, um jovem de 18 anos com autismo severo, compartilha em um relato honesto o impacto da condição de seu filho em sua vida e na dinâmica familiar. Em um desabafo, Ximena revela que, apesar do amor incondicional, sente um alívio perturbador ao desejar que Vicente morra minutos antes dela, devido à preocupação constante com o futuro dele e sua total dependência para os cuidados diários. O relato também aborda os desafios emocionais e físicos que ela enfrenta, incluindo a dificuldade de lidar com a falta de comunicação de Vicente e o medo constante de que ele não consiga expressar suas dores ou necessidades. Ximena enfatiza que, apesar das dificuldades, nunca romantizou a condição do autismo, reconhecendo as complexidades e os desafios que ele impõe à vida familiar, destacando as questões relacionadas à sobrecarga emocional, à necessidade de suporte e à constante preocupação com o futuro do filho. A maternidade de um jovem com autismo severo, como relatado por Ximena, expõe um dos muitos dilemas que podem contribuir para um aumento do risco de distúrbios psicológicos e suicídios entre mães de crianças com deficiência (Psicologia do Brasil, 2024). 

Com base na reportagem do Portal R7 (2015), no município de Juatuba, em Minas Gerais, Daniela Cristina dos Santos, de 30 anos, confessou ter matado seu filho, Isaque Gonçalves dos Santos, de seis anos, diagnosticado com autismo, afirmando que não aguentava mais ver o sofrimento da criança. O menino foi asfixiado pela mãe, que alegou que o filho estava passando por dificuldades emocionais intensas, embora as investigações não tenham encontrado evidências de abusos sexuais, como inicialmente afirmado pela mulher. Após o crime, Daniela ligou para a polícia e se entregou, demonstrando arrependimento. Embora tenha se mostrado arrependida, ela afirmou que acreditava ter feito o melhor para o filho. O caso gerou uma investigação sobre a saúde mental da mãe e um laudo psiquiátrico foi solicitado para avaliar sua sanidade no momento do crime. Este caso traz à tona as complexas questões psicológicas enfrentadas por mães de crianças com autismo, como sobrecarga emocional, sensação de impotência diante do sofrimento dos filhos e a possível ausência de apoio psicológico adequado, fatores que podem contribuir para o desenvolvimento de ideações suicidas ou de violência.  

De acordo com Chaboudet e Marques (2024), em 7 de agosto de 2024, uma mulher foi presa em Saquarema, no Rio de Janeiro, após confessar publicamente nas redes sociais que havia matado seu filho de 3 anos. A postagem, feita em seu perfil no Facebook, dizia: “Eu matei meu filho, mandem uma viatura para ele ter um enterro digno”, e incluía o endereço onde morava. De acordo com a Polícia Civil, embora ninguém tenha testemunhado o crime, a mãe admitiu, em conversa com familiares, que estrangulou a criança. A criança foi levada para o hospital pelos bombeiros, mas já chegou sem vida. A mulher tentou fugir, mas foi localizada e presa. A Polícia Civil indicou que a mãe sofria de quadros psicóticos e havia tentado suicídio anteriormente, sugerindo que o ato poderia ter sido um surto psicótico.  O caso destaca a gravidade dos fatores psicológicos enfrentados por mães em situações extremas, incluindo transtornos mentais não tratados e a pressão de cuidar de filhos, o que pode resultar em trágicas consequências, como o suicídio ou homicídio de crianças. 

Fairthorne et al. (2014) destacam sobre a mortalidade precoce e as causas principais de morte em mães de crianças com deficiência intelectual ou TEA. Os dados são preocupantes: essas mães apresentam duas vezes mais risco de morte, 40 a 50% mais risco de câncer, 150% de maior chance de doenças cardiovasculares e 200% mais chance de acidentes diversos. Em um estudo epidemiológico, Lecrubier et al. (2002) identificaram altas taxas de depressão (68%) e ansiedade generalizada (28%) entre cuidadores de crianças autistas na Europa Ocidental e em países em desenvolvimento. Essas taxas estavam relacionadas a dificuldades sociais significativas e à presença de eventos estressantes. Da mesma forma, em Taiwan, Shu, Lung e Chan (2000) encontraram uma prevalência de 33% de algum transtorno psiquiátrico entre mães de crianças com TEA. Os autores destacam que a condição autista da criança representa uma sobrecarga emocional, física e financeira para as mães e suas famílias. 

Nunes e Santos (2010), em um estudo que analisou a trajetória materna na busca por compreender os desafios relacionados ao filho com TEA, revelaram mudanças na dinâmica familiar, especialmente na interação entre mãe e filho. Os autores observaram uma situação de vulnerabilidade, onde as mães se dedicam integralmente às crianças, ao mesmo tempo em que precisam cuidar da casa e da família, resultando em sobrecarga emocional e física. O tempo que a criança passa na escola é frequentemente utilizado pelas mães para realizar tarefas domésticas, deixando pouco espaço para atividades de autocuidado. Os resultados também mostraram que as mães enfrentam frustração diante da dificuldade de aprendizagem dos filhos e expressam grande preocupação com o futuro e o bem-estar, especialmente quando não puderem mais exercer o papel de cuidadoras. 

Na Tabela 2 pode-se observar os fatores de risco para suicídio em mães atípicas com base nas pesquisas e estudos levantados: 

Tabela 2 – Fatores de risco de suicídio de mães atípicas

Fonte: Elaborado pela autora

Esses fatores de risco revelam a complexidade dos desafios enfrentados pelas mães de crianças com TEA, com implicações diretas na saúde mental e no bem-estar dessas mulheres. O estresse relacionado ao cuidado, o isolamento social e a falta de apoio estruturado aparecem como fatores críticos, evidenciando a necessidade de intervenções para fortalecer as redes de apoio social e psicológico para essas mães. O suporte adequado pode, assim, ser um fator fundamental na prevenção de transtornos mentais graves, como a depressão e a ideação suicida. 

4.2 Fatores de Prevenção para suicídio em mães atípicas  

A prevenção do suicídio entre mães de crianças com TEA é um tema complexo que envolve uma série de fatores, desde o apoio psicológico até a implementação de políticas públicas voltadas para esse grupo. A falta de suporte familiar e social é um dos maiores desafios, visto que muitas dessas mães enfrentam uma sobrecarga emocional significativa devido às exigências diárias do cuidado com seus filhos. Como apontado por Cuvero (2008) e Bosa e Sifuentes (2010), a ausência de uma rede de apoio pode contribuir para o aumento do risco de adoecimento mental, como depressão e ansiedade, fatores que estão diretamente ligados ao risco de suicídio. 

Além disso, as mães de crianças com TEA frequentemente enfrentam o isolamento social, que pode ser ampliado pela exclusão das crianças com autismo em eventos e interações sociais. Constantinidis, Silva e Ribeiro (2018) destacam que, enquanto as mães lidam com esse estigma social, é crucial criar estratégias de inclusão para as crianças, promovendo ambientes sociais mais acessíveis e acolhedores. A inclusão social das crianças não só melhora seu bem-estar, mas também reduz a pressão emocional sobre as mães, promovendo uma maior sensação de pertencimento e apoio. 

A educação e o empoderamento dessas mães também desempenham um papel fundamental na prevenção do suicídio. Estudos como os de Batista et al. (2008) e Moreira (2018) indicam que a pressão para atender a expectativas culturais sobre o papel da mulher como cuidadora, pode gerar um sentimento de culpa e inadequação. Oferecer suporte psicológico, bem como promover a educação sobre o TEA, pode aliviar essas tensões, ajudando as mães a lidarem melhor com os desafios que enfrentam. A criação de uma rede de apoio sólida, com a inclusão de outros membros da família e profissionais capacitados, pode reduzir significativamente a sobrecarga emocional dessas mães, como ressaltam Sanini, Brum e Bosa (2010), além de facilitar a realização de atividades sociais e o bem-estar geral. 

Assim, a prevenção do suicídio entre mães de crianças com TEA exige um esforço conjunto, que envolve a criação de políticas públicas de inclusão e apoio, o fortalecimento das redes de apoio social e familiar e a promoção de um ambiente mais acolhedor e educativo para essas mães e suas famílias. 

Na Tabela 3, podem ser observados os fatores de proteção relacionados ao suicídio de mães atípicas, com base nas pesquisas e estudos levantados: 

Tabela 3 – Fatores de proteção relacionados ao suicídio de mães atípicas

Fonte: Elaborado pela autora.

Na Tabela 3, são apresentados os fatores de prevenção relacionados ao suicídio de mães de crianças com TEA. Estes fatores, conforme evidenciado por diversos estudos, desempenham um papel essencial na redução do risco de sofrimento emocional e psicológico dessa população. O apoio emocional e social é fundamental, pois contribui significativamente para a redução do estresse e da solidão, fatores amplamente mencionados por Nunes e Santos (2010) e Mota e Vilas Boas (2022).  

Grupos de apoio e redes sociais, por sua vez, permitem o compartilhamento de experiências e reduzem a sobrecarga emocional, como apontado por Christmann et al. (2017). O acompanhamento psicológico, que atua na diminuição dos sintomas de depressão e ansiedade, é outro aspecto importante, como destaca Biase (2023).  

Além disso, é importante uma estrutura familiar forte e colaborativa para ajudar na adaptação e no bem-estar emocional das mães, com base em estudos de Cuvero (2008) e Bosa e Sifuentes (2010). Práticas de autocuidado e a criação de tempo para si mesmas são essenciais para a manutenção da saúde mental e física das mães, conforme observado por Cezar e Smeha (2011). A educação e conscientização sobre o TEA também contribuem para o aumento da empatia e compreensão nas relações sociais, sendo amplamente abordada por Batista et al. (2008) e Moreira (2018).  

Por fim, programas de suporte à parentalidade fortalecem as habilidades parentais e o coping, como demonstrado nos estudos de Avci et al. (2002) e Abbott et al. (2009). Esses fatores de proteção podem ajudar a prevenir o suicídio e promover o bem-estar das mães atípicas, refletindo a importância do apoio social, familiar e psicológico para essa população. Esses fatores são essenciais para a construção de uma rede de apoio sólida que favoreça a saúde mental e a qualidade de vida das mães de crianças com TEA, sendo um ponto chave para a proteção do suicídio nesse grupo. 

CONSIDERAÇÕES FINAIS  

O estudo identificou os desafios emocionais, sociais e familiares que mães de crianças com TEA enfrentam no cotidiano. A partir de uma análise bibliográfica de 12 artigos científicos, foi possível compreender como o diagnóstico de autismo afeta profundamente a vida dessas mães, trazendo uma sobrecarga emocional significativa, dificuldades na interação social e mudanças nas dinâmicas familiares. As dificuldades de comunicação e interação social presentes no TEA não afetam apenas as crianças, mas também impõem desafios diários às mães, que muitas vezes se veem sobrecarregadas, ansiosas e, em alguns casos, até deprimidas.  

Os resultados indicaram que, além dos desafios, as mães também experimentam momentos de satisfação e realização ao perceberem o progresso de seus filhos, destacando a importância do acompanhamento profissional e de diagnósticos precoces para lidar de forma mais eficaz com as dificuldades. No entanto, é evidente que a falta de suporte social adequado e as constantes demandas do cuidado infantil podem aumentar o risco de sofrimento emocional e até mesmo suicídio em algumas mães.  

O estudo mostrou que as estratégias de enfrentamento (coping), o apoio psicológico e o fortalecimento das redes de apoio social e familiar são essenciais para mitigar esses riscos, promovendo uma adaptação mais saudável à nova realidade imposta pelo diagnóstico. A pesquisa também evidenciou a importância das políticas públicas voltadas para o apoio contínuo às famílias de crianças com autismo, oferecendo suporte psicológico, social e institucional.  

Essas políticas poderiam, além de ajudar a melhorar a qualidade de vida das mães, contribuir para a inclusão social das crianças com TEA, criando um ambiente mais acolhedor e integrador para todos os membros da família. A busca por soluções para diminuir o estigma social e promover a inclusão das pessoas com autismo nas diversas esferas da sociedade é fundamental, não apenas para o bem-estar das mães, mas também para o desenvolvimento saudável das crianças. 

Portanto, conclui-se que, embora a maternidade de uma criança com TEA envolva uma série de desafios emocionais e sociais significativos, o apoio adequado pode transformar essas experiências, promovendo qualidade de vida e reduzindo o risco de consequências negativas como o suicídio. As políticas públicas de apoio, às estratégias de enfrentamento e as redes de apoio familiar desempenham um papel crucial na adaptação dessas mães e na criação de um ambiente mais inclusivo e saudável para as famílias que lidam com o autismo. 

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