REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202401161512
Josiane Horácio Gomes Datsch
RESUMO
A sustentabilidade tem sido um grande desafio para todas as nações e seus governantes bem como a população mundial que busca cada vez mais aprofundar seus conhecimentos acerca deste assunto. Para cada produto consumido existe um custo para o meio ambiente, A educação ambiental é praticada desde os tempos mais antigos. Atualmente isto é muito diferente, pois com o surgimento do capitalismo e das sociedades modernas o mundo se vê obrigado a produzir mais e mais e o consumismo só faz aumentar aumentando deste modo a produção de produtos para os humanos e a degradação do meio ambiente como um todo, diante disso se mostra a importância da educação ambiental. A educação ambiental fundamenta-se atualmente como um dos mais urgentes aspectos da aprendizagem humana, pois cada vez mais o ser humano vem se defrontando com a problemática mundial de questões ambientais. É preciso rever como o ser humano está tratando o meio ambiente, é neste contexto que se deve introduzir a educação ambiental, com a árdua tarefa de ensinar às futuras gerações a importância de se conviver e preservar o meio ambiente.
Palavras-chave: sustentabilidade, educação ambiental.
ABSTRACT
Sustainability has been a major challenge for all nations and their rulers as well as the world population increasingly seeking to deepen their knowledge about this topic . For each product consumed is a cost to the environment , environmental education has been practiced since the earliest times . Currently this is very different because with the rise of capitalism and modern societies the world is forced to produce more and more and consumerism only increases thereby increasing the production of products for humans and degradation of the environment as a whole, before it shows the importance of environmental education . Environmental education is based today as one of the most urgent aspects of human learning , as more humans have been confronting the issue of global environmental issues . It is necessary to review how human beings are trying to improve the environment. In this context, one should introduce environmental education with the arduous task of teaching future generations the importance of living and preserving the environment .
Keywords: sustainability, environmental education.
1. INTRODUÇÃO
A sustentabilidade tem sido um grande desafio para todas as nações e seus governantes bem como a população mundial que busca cada vez mais aprofundar seus conhecimentos acerca deste assunto. Hoje em dia sustentabilidade tornou-se um termo usado para definir ações e atividades que visam suprir as necessidades dos seres humanos, sem com isso prejudicar o futuro das próximas gerações, isto é, a sustentabilidade fica co-relacionada com o desenvolvimento da humanidade e do planeta sem que para isso haja destruição do meio ambiente e dos recursos naturais.
Para cada produto consumido existe um custo para o meio ambiente, de acordo com Spindola, (2001), uma política de informações voltada aos consumidores e produtores acerca dos custos reais dos produtos consumidos, não só imediatos, mas consciente da degradação muitas vezes irreversíveis, objetivando valorar na seara predatória e protecionista o consumo de matérias primas, recursos naturais, energia e geração de descarte de resíduos, torna-se de suma importância.
Frente aos esforços de pessoas que buscam informar a população sobre os malefícios do ser humano ao planeta, surgem mudanças nos gestos das pessoas em relação ao consumo dos recursos naturais. Ao longo de sua história a educação ambiental recebeu definições que foram aprimoradas, a maioria dos indivíduos já percebeu o efeito danoso que alguns gestos têm sobre o meio em que vivem e optaram por mudar tais gestos, com isto mostram que a educação ambiental está surtindo algum efeito sobre as ações dos seres humanos. Assim, partindo deste pressuposto este artigo terá como objetivo principal mostrar a importância da sustentabilidade e da educação ambiental para a humanidade e o meio no qual vivemos, aprimorando o conhecimento acerca do tema educação ambiental.
A educação ambiental é praticada desde os tempos mais antigos, e é com base na história da educação ambiental que esta pesquisa será desenvolvida, pois para Reigota (2009), a educação ambiental é como educação política, visto que a mesma está comprometida com a ampliação da cidadania, da liberdade, da autonomia e da intervenção direta dos cidadãos na busca de soluções e alternativas que permita uma convivência digna e voltada para o bem comum.
Nos tempos das cavernas a sobrevivência dos humanos já estava ligada ao meio ambiente, tendo em vista o que aprendemos nas aulas de história, a caça, a pesca e agricultura primitiva da época, este artigo se justifica através da inserção de conhecimentos de educação ambiental em nosso dia-a-dia, resgatando a história da educação ambiental dentro do contexto de sustentabilidade.
O homem ao longo dos anos tentou dominar a natureza segundo Soarez (2002), nos primórdios da humanidade, existia o que se pode denominar de unicidade orgânica entre o homem e a natureza, sistema no qual o ritmo de trabalho e de vida dos homens acompanhava e se prostrava ao ritmo da natureza.
Atualmente isto é muito diferente, pois com o surgimento do capitalismo e das sociedades modernas o mundo se vê obrigado a produzir mais e mais e o consumismo só faz aumentar aumentando deste modo a produção de produtos para os humanos e a degradação do meio ambiente como um todo, diante disso se mostra a importância da educação ambiental.
2. MATERIAL E MÉTODOS
No presente trabalho utilizou-se uma pesquisa bibliográfica com abordagem descritiva e exploratória. Ao falar da pesquisa propriamente dita, precisamos entender que: é, uma atividade básica da ciência, na indagação e construção da realidade. Ainda de acordo com a autora, a pesquisa alimenta a atividade de ensino e atualiza frente à realidade do mundo.
A metodologia para Santos, (2000) “… é uma atividade pedagógica que visa despertar o espírito de busca intelectual autônoma, (…) a pesquisa acadêmica é antes de tudo, exercício, preparação”. Para este autor a pesquisa acadêmica visa os resultados de outras pesquisas. O objetivo das pesquisas é transformar os conteúdos já existentes em conhecimento próprio.
Para o presente estudo considera-se a pesquisa exploratória adequada, que de acordo com Gil (2009), esta modalidade envolve a pesquisa bibliográfica como meio de explicar o tema pesquisado. O método eleito para este estudo foi a investigação por meio da pesquisa bibliográfica. Para Gil (2009), a pesquisa bibliográfica é “elaborada a partir de material já publicado, constituído de livros, artigos de periódicos e materiais disponíveis na internet. Já para Santos (2000), a utilização total ou parcial de quaisquer destas fontes é o que caracteriza uma pesquisa como bibliográfica. A exploração bibliográfica é a primeira forma de aproximar-se de um assunto, por sua vez desenvolver interesse e pesquisa por este assunto.
Trata-se de um estudo bibliográfico, cuja trajetória metodológica pauta-se na exploração e seleção do material pesquisado, bem como em sua revisão integrativa, contribuindo para o processo de síntese dos resultados de vários estudos, criando um corpo de literatura compreensível..
O levantamento bibliográfico foi realizado em referencial teórico e com pesquisa eletrônica, utilizando palavras chaves como enfermagem, história, cuidador, ergonomia/humanização/motivação. Após o levantamento bibliográfico, realizou-se a leitura exploratória do material encontrado. Pôde-se deste modo obter uma visão global do material, retirando deste a parte pertinente à realização da pesquisa. Em seguida, efetuou-se a leitura seletiva, com a qual se determinou qual material bibliográfico era de interesse deste estudo. Considerando-se o grande número de bibliografias encontradas sobre o tema, restringiu-se a pesquisa à alguns, totalizando 52 artigos dos quais foram selecionados 30, sendo diversos sobre educação ambiental, ecologia, sustentabilidade e metodologia científica. Durante esse processo de análise e de síntese foi fundamental estabelecer uma relação aberta com o texto, permitindo que ele se revelasse em suas intenções.
3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 SUSTENTABILIDADE
Sustentabilidade é um conceito amplamente utilizado para definir ações e atividades humanas que buscam atender às necessidades atuais sem comprometer a capacidade das futuras gerações de suprirem suas próprias demandas. Essa abordagem enfatiza a interdependência entre questões econômicas, sociais e ambientais, promovendo o equilíbrio entre o desenvolvimento e a preservação dos recursos naturais.
De acordo com Cortez e Ortigoza (2007), uma educação ambiental voltada para a reutilização desempenha um papel fundamental na redução do impacto ambiental causado pelo descarte inadequado. Isso ocorre ao reintegrar os produtos descartáveis no sistema produtivo, transformando-os em novos bens e promovendo, assim, o consumo sustentável. Nesse contexto, iniciativas como a reciclagem, o reaproveitamento de materiais e o uso de tecnologias limpas tornam-se indispensáveis.
Seguindo o pensamento de Milaré (2004), a sustentabilidade na produção e no consumo requer um planejamento que evite o desperdício e a criação de necessidades artificiais. Afirmar que “não se pode consumir o que não se produz” é, portanto, um alerta sobre a importância de alinhar os padrões de consumo com as capacidades reais de produção, respeitando os limites naturais do planeta.
O consumo é um elemento essencial para a vida humana, sendo responsável pelo atendimento de necessidades básicas como alimentação, habitação e desenvolvimento pessoal. Feldmann (2007) destaca que, embora o consumo seja indispensável para o bem-estar e o progresso humano, é imprescindível realizar uma análise contínua da capacidade de suporte do planeta frente às práticas de consumo contemporâneas. Essa reflexão torna-se ainda mais relevante diante do avanço de problemas como o esgotamento de recursos naturais e as mudanças climáticas.
De acordo com Sachs (2002), a sustentabilidade deve ser compreendida de forma multidimensional, incluindo a sustentabilidade social, ambiental, econômica e cultural. Por exemplo, práticas como o uso racional da água, o desenvolvimento de energias renováveis e a valorização de culturas locais demonstram como diferentes dimensões podem ser integradas em prol de um futuro sustentável. Adicionalmente, iniciativas como a economia circular, que prioriza o reaproveitamento de recursos ao invés do descarte, têm ganhado destaque como soluções viáveis para minimizar os impactos ambientais.
Exemplos práticos de ações sustentáveis incluem a redução do uso de plásticos descartáveis, como proposto por campanhas globais para eliminar o uso de canudos e sacolas plásticas; a substituição de combustíveis fósseis por fontes de energia renováveis, como solar e eólica; e a promoção de políticas públicas que incentivem práticas de consumo responsável. Empresas que adotam princípios de ESG (Environmental, Social, and Governance) também se destacam ao integrar sustentabilidade em seus modelos de negócios.
Desse modo, a sustentabilidade exige uma mudança de mentalidade coletiva e a implementação de políticas que priorizem o bem-estar humano em harmonia com a preservação ambiental. Somente por meio da integração de práticas sustentáveis no cotidiano, tanto por indivíduos quanto por organizações, será possível alcançar o equilíbrio necessário para assegurar um futuro próspero para as próximas gerações.
3.2 A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO MUNDO
A educação ambiental fundamenta-se atualmente como um dos mais urgentes aspectos da aprendizagem humana, pois cada vez mais o ser humano vem se defrontando com a problemática mundial de questões ambientais. No final da década de 60 emergiu a educação ambiental que está ligada ao movimento internacional que foi promovido após o Relatório de Roma, sendo utilizado pela primeira vez em março de 1965, na Conferência de Educação da Universidade de Keele, na Inglaterra (OLIVEIRA, 20__).
Para Effting (2007), com a urbanização e a evolução da civilização, a percepção do ambiente mudou drasticamente e a natureza passou a ser entendida como “algo separado e inferior à sociedade humana”, ocupando uma posição de subserviência. Ainda hoje com todos os meios de informação que existem no mundo a humanidade ainda não conseguiu perceber a estreita relação entre ela e o meio ambiente.
A problemática ambiental, para Castro et al: (2002), a educação ambiental surge como uma área a ser executada, devido à crescente conscientização acerca da problemática ambiental, do qual é vitimado todo o planeta, sem distinção de países pobres ou ricos. Mas esta consciência da necessidade de políticas ambientais não ocorre de forma igual e em todos os países do mundo, existem inúmeros fatores sociais e culturais que interferem na educação ambiental em alguns países.
A educação ambiental constitui um passo preliminar importante para a implantação da política ambiental que se materializa através de um sistema de gestão ambiental (VALLE, 2000)
A história nos mostra que
a Grécia, por exemplo, constitui-se, ainda hoje, em um verdadeiro referencial no que diz respeito ao conhecimento filosófico tão todos os ramos do saber. Estados, como por exemplo, a Alemanha e o Japão, que, a despeito de terem sido praticamente destruídos nas guerras em que estiveram envolvidos no século XX, encontram-se atualmente integrando a relação de países mais desenvolvidos do mundo. É correto afirmar que isto se deu, primordialmente, em virtude do forte investimento feito em educação. (AMARAL, 2008)
Nestes países se observam investimentos na área de educação ambiental em escolas, nas cidades que são arborizadas e em todo o contexto do seu desenvolvimento. Um exemplo destes fatos recentes da história da educação ambiental no mundo diz respeito à carta de Belgrado que propôs a reforma dos mecanismos educacionais,
(…) formar uma população mundial consciente e preocupada com o ambiente e com os problemas que lhe dizem respeito, uma população que tenha os conhecimentos, as competências, o estado de espírito, as motivações e o sentido de participação e engajamento que lhe permita trabalhar individualmente e coletivamente para resolver os problemas atuais e impedir que se repitam (…) governos e formuladores de políticas podem ordenar mudanças e novas abordagens para o desenvolvimento, podem começar a melhorar as condições de convívio do mundo, mas tudo isso não passa de soluções de curto prazo, a menos que a juventude mundial receba um novo tipo de educação. Isso implicará um novo produtivo relacionamento entre estudantes e professores, entre escolas e comunidades, e entre o sistema educacional e a sociedade em geral (…). (UNESCO – Congresso de Belgrado – 1975)
3.3 EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL
Achados históricos indicam que, já por volta da década de 1970, discutia-se a educação ambiental no Brasil, reconhecendo que a sobrevivência humana está diretamente vinculada ao meio em que vive e à preservação desse espaço. Segundo Kruger (2001), “entre 50 e 40 mil anos atrás, a natureza dominava o homem. Com o surgimento da agricultura há cerca de 10 mil anos atrás, o homem passa lentamente a inverter tal relação.” Esse marco trouxe mudanças significativas na forma como o ser humano interage com o ambiente, refletindo uma evolução no conhecimento e na exploração dos recursos disponíveis.
Nos primórdios, os recursos naturais eram extraídos de maneira parcimoniosa, atendendo apenas às necessidades imediatas, sem desperdícios. Os resíduos gerados integravam-se ao ciclo natural de decomposição, sendo absorvidos pelo meio ambiente sem causar danos à sua integridade. Kruger (2001) também ressalta que “a percepção humana era extremamente desenvolvida, pois era essencial à sua sobrevivência, como na procura por alimentos e na sua proteção de animais e intempéries.” Essa relação equilibrada entre o homem e a natureza contrasta fortemente com os padrões de consumo e exploração que se estabeleceram com o avanço da industrialização.
Com o passar dos anos, a crescente exploração dos recursos naturais tornou evidente a necessidade de políticas e práticas voltadas para a preservação ambiental. Em 1972, a educação ambiental consolidou-se como um instrumento político e ideológico para a implementação de políticas ambientais. Nesse contexto, Oliveira (2023) destaca que “segundo a Constituição Federal do Brasil, a política ambiental é entendida como exercício do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum e essencial à sadia qualidade de vida.” A institucionalização desse direito reforçou a importância da educação ambiental como ferramenta essencial para a conscientização e a promoção de práticas sustentáveis.
O ser humano precisa compreender, de maneira mais profunda, os ensinamentos relacionados ao meio ambiente, visto que dele provêm os recursos básicos necessários para a sobrevivência. Pedrini (1998) afirma que
é indispensável um trabalho de educação em questões ambientais, dirigido, seja às gerações jovens, ou seja, aos adultos, o qual dê a devida atenção aos setores menos privilegiados da população, a fim de favorecer a formação de uma opinião pública bem informada, uma conduta dos indivíduos, das empresas e das coletividades (…) com a proporção e melhoria do meio em toda a sua dimensão humana (…).
Essa perspectiva evidencia o papel crucial da educação ambiental na construção de uma sociedade mais consciente e responsável.
A partir desse panorama, percebe-se a urgência de rever as atitudes humanas em relação ao meio ambiente. É nesse contexto que a educação ambiental surge como um mecanismo indispensável para conscientizar as futuras gerações sobre a importância de preservar e conviver em harmonia com o meio ambiente (Reigota, 2009). Essa tarefa é árdua, mas fundamental, pois envolve a promoção de mudanças culturais e comportamentais que impactam diretamente a sustentabilidade do planeta.
Exemplos de iniciativas bem-sucedidas em educação ambiental incluem programas de reciclagem em comunidades, projetos de reflorestamento liderados por escolas e campanhas de conscientização realizadas por ONGs. Além disso, a inserção de temas ambientais no currículo escolar brasileiro tem sido uma importante estratégia para sensibilizar crianças e jovens sobre os desafios ambientais contemporâneos (Oliveira, 2023)
Ao longo dos anos, a educação ambiental tem desempenhado um papel cada vez mais central na agenda política e social, contribuindo para a criação de políticas públicas que abordam questões como a conservação da biodiversidade, a redução da poluição e o combate às mudanças climáticas. Dessa forma, a educação ambiental torna-se uma ponte entre o conhecimento científico e as práticas cotidianas, promovendo uma transformação cultural em direção à sustentabilidade.
Em suma, a educação ambiental no Brasil é uma ferramenta indispensável para a construção de uma sociedade mais equilibrada e consciente. Somente por meio de uma abordagem educativa abrangente e inclusiva será possível garantir que as gerações futuras compreendam o valor do meio ambiente e adotem práticas que assegurem sua preservação. O desafio está em implementar essas ações de forma consistente, envolvendo todos os setores da sociedade e promovendo uma cultura de respeito e cuidado com o planeta.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados da pesquisa demonstram que a educação ambiental tem desempenhado um papel central no desenvolvimento de práticas sustentáveis no Brasil, especialmente a partir da década de 1970. Durante esse período, o conceito de educação ambiental começou a ser sistematicamente incorporado como ferramenta para enfrentar os desafios impostos pela degradação ambiental. Segundo Pelicioni (1997), esse processo se caracteriza como um esforço contínuo para conscientizar indivíduos e comunidades sobre os problemas ambientais e as possíveis soluções.
A Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA), implementada em 1999, reforçou a necessidade de integrar questões ambientais aos currículos escolares em todos os níveis de ensino. Dias (1992) aponta que essa integração é essencial para promover uma visão crítica e interdisciplinar sobre o meio ambiente, proporcionando aos estudantes uma compreensão mais profunda dos desafios ecológicos contemporâneos.
A literatura consultada revela que um dos principais desafios para a implementação efetiva da educação ambiental no Brasil é a formação adequada dos educadores. Pádua e Tabanez (1998) enfatizam que a capacitação contínua dos professores é fundamental para estimular mudanças comportamentais e culturais nas comunidades escolares. Assim, a formação docente é um aspecto crucial para o sucesso das políticas de educação ambiental.
Outro ponto destacado é a importância de alinhar a educação ambiental aos princípios do desenvolvimento sustentável. Sachs (1993) observa que práticas como a substituição de recursos não renováveis por alternativas renováveis e a limitação do consumo excessivo são elementos indispensáveis para a sustentabilidade. Essas práticas demandam uma compreensão sistêmica das inter-relações entre a sociedade e a natureza, algo que pode ser promovido por meio da educação ambiental.
Além disso, a participação comunitária é um componente central das iniciativas de educação ambiental. Jacobi (1997) argumenta que a educação ambiental deve estimular práticas participativas, promovendo o engajamento coletivo na busca por soluções para problemas ambientais locais. Nesse sentido, a educação ambiental ultrapassa os limites escolares e envolve diversos setores da sociedade.
Apesar dos avanços alcançados, ainda existem barreiras estruturais que dificultam a plena implementação da educação ambiental, como a falta de recursos e o apoio limitado por parte das instituições. Sorrentino (1998) destaca que esses desafios incluem a necessidade de resgatar valores como responsabilidade e solidariedade, além de promover uma visão crítica e interdisciplinar sobre as questões ambientais.
A pesquisa também aponta um crescimento significativo na produção acadêmica sobre sustentabilidade e educação ambiental no Brasil. Vieira e Amaral (2013) identificaram uma tendência de aumento no número de publicações científicas, com maior diversidade de abordagens metodológicas e temáticas. Esse crescimento reflete o amadurecimento do campo, embora ainda haja espaço para avanços em termos de disseminação e impacto social.
A interdisciplinaridade é outro aspecto destacado na educação ambiental. De acordo com Leff (2001), essa área é caracterizada por sua abordagem multirreferencial, envolvendo conceitos e saberes de diferentes campos do conhecimento. Essa característica é essencial para abordar a complexidade dos problemas ambientais de forma integrada.
Por fim, a educação ambiental desempenha um papel crucial na formação da cidadania, promovendo a reflexão sobre responsabilidades individuais e coletivas em relação ao meio ambiente. Reigota (1998) ressalta que a educação ambiental deve ser vista como um ato político, voltado para a transformação social e a promoção de práticas sustentáveis.
Assim, a análise dos resultados evidencia que, apesar dos avanços obtidos, ainda há desafios significativos a serem superados para consolidar a educação ambiental como um componente central das políticas públicas e das práticas educativas no Brasil. A superação dessas barreiras requer um esforço conjunto de todos os setores da sociedade, reforçando o papel da educação ambiental como ferramenta para a construção de um futuro mais sustentável.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente pesquisa buscou aprofundar o entendimento sobre a relevância da sustentabilidade e da educação ambiental no Brasil, ressaltando seu papel fundamental na construção de uma sociedade mais consciente e comprometida com a preservação ambiental. Observou-se que a educação ambiental, ao longo das últimas décadas, tem evoluído de um conceito emergente para uma política estruturada, especialmente com a implementação da Política Nacional de Educação Ambiental em 1999, que solidificou sua importância no cenário educacional e ambiental do país.
Com base nas análises realizadas, conclui-se que a sustentabilidade não é apenas um conceito teórico, mas uma prática indispensável para a sobrevivência humana e para o equilíbrio ecológico. A educação ambiental emerge como o principal instrumento para promover essa sustentabilidade, integrando valores, conhecimentos e práticas que podem transformar comportamentos individuais e coletivos. Nesse contexto, destaca-se a necessidade de um enfoque interdisciplinar, capaz de englobar aspectos sociais, econômicos e ambientais.
Apesar dos avanços normativos e conceituais, a implementação efetiva da educação ambiental enfrenta desafios significativos. Um dos principais entraves identificados é a formação insuficiente de educadores, que muitas vezes não possuem as ferramentas necessárias para abordar a complexidade das questões ambientais em sala de aula. Além disso, a falta de recursos e de políticas públicas consistentes dificulta a expansão dessas práticas em contextos educacionais e comunitários.
A participação comunitária também se mostrou essencial para o sucesso da educação ambiental. A pesquisa revelou que iniciativas locais, como programas de reciclagem e projetos de reflorestamento, têm grande potencial para engajar a população e fomentar mudanças culturais. Contudo, essas ações precisam ser ampliadas e receber apoio governamental para alcançar resultados mais significativos.
Outro aspecto importante é o papel das instituições de ensino na promoção da educação ambiental. As escolas têm a responsabilidade de atuar como agentes transformadores, integrando a educação ambiental ao currículo de forma transversal e promovendo reflexões críticas sobre os desafios ambientais. Para isso, é essencial que os gestores educacionais invistam em capacitação docente e na elaboração de materiais pedagógicos específicos.
Além disso, a relação entre educação ambiental e cidadania merece destaque. Ao formar cidadãos mais conscientes de suas responsabilidades em relação ao meio ambiente, a educação ambiental contribui para o fortalecimento de uma sociedade mais justa e equilibrada. Essa relação evidencia que as questões ambientais não podem ser desvinculadas das dimensões sociais e políticas.
A pesquisa também evidenciou que a sustentabilidade depende de uma mudança de mentalidade coletiva, que envolve tanto indivíduos quanto organizações. Práticas como a economia circular, a redução do consumo de plásticos e a substituição de fontes de energia fósseis por alternativas renováveis são exemplos concretos de como é possível integrar sustentabilidade às atividades cotidianas e empresariais.
Contudo, é fundamental que a educação ambiental seja promovida de forma contínua e abrangente, alcançando todos os segmentos da sociedade. A inclusão de temas ambientais nos currículos escolares, aliada à promoção de campanhas de conscientização, pode ampliar o alcance das ações educativas e criar uma base sólida para mudanças duradouras.
Finalmente, conclui-se que a educação ambiental, quando integrada à sustentabilidade, é uma ferramenta poderosa para enfrentar os desafios ambientais globais. No entanto, seu sucesso depende de uma abordagem colaborativa, que envolva governos, instituições educacionais, organizações não governamentais e a sociedade civil como um todo.
Assim, reforça-se a importância de políticas públicas que priorizem a educação ambiental como estratégia essencial para a construção de um futuro sustentável. Somente com um esforço coletivo e contínuo será possível garantir que as próximas gerações possam viver em um planeta equilibrado, com recursos naturais preservados e qualidade de vida para todos.
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