A DISPUTA LINGUÍSTICA NO ENSINO SUPERIOR E O IMPACTO NA FORMAÇÃO DOCENTE EM TIMOR-LESTE

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202502281600


Salvador dos Santos da Cruz


RESUMO

A política linguística de Timor-Leste tem sido um dos temas mais controversos do cenário educacional e acadêmico do país. Desde a reintrodução do português como língua oficial em 2002, sua implementação no ensino superior tem gerado desafios institucionais, pedagógicos e socioculturais. Apesar da legislação recente que determina o português como língua principal do ensino superior, persistem resistências entre acadêmicos, docentes e estudantes, que argumentam que o mercado de trabalho prioriza o inglês e o indonésio. O debate se intensifica diante da percepção de que a política linguística favorece o português em detrimento do tétum, questionando o equilíbrio entre as duas línguas oficiais. Este artigo analisa criticamente a disputa linguística no ensino superior timorense, considerando os impactos na formação docente, na qualidade do ensino e na empregabilidade dos graduados. A pesquisa baseia-se em uma abordagem qualitativa, com revisão bibliográfica e análise documental de políticas educacionais e acadêmicas vigentes. Os resultados indicam que a fragmentação linguística nas universidades compromete a equidade no acesso à educação e amplia desigualdades sociais. Diante disso, propõem-se estratégias que conciliem a valorização do português com as necessidades do contexto sociolinguístico nacional, como programas estruturados de ensino bilíngue, maior capacitação docente e produção acadêmica em língua portuguesa adaptada à realidade timorense.

Palavras-chave: Política linguística; Ensino superior; Formação docente; Português e tétum em Timor-Leste; Identidade e educação.

ABSTRACT

The language policy of Timor-Leste has been one of the most controversial topics in the country’s educational and academic landscape. Since the reintroduction of Portuguese as an official language in 2002, its implementation in higher education has posed institutional, pedagogical, and sociocultural challenges. Despite recent legislation mandating Portuguese as the primary language of higher education, resistance persists among academics, teachers, and students, who argue that the labor market prioritizes English and Indonesian. The debate intensifies with concerns that language policies favor Portuguese over Tétum, raising questions about the balance between the two official languages. This article critically analyzes the linguistic dispute in Timorese higher education, considering its impact on teacher training, education quality, and graduate employability. The research follows a qualitative approach, based on bibliographic review and documentary analysis of current educational and academic policies. The findings indicate that linguistic fragmentation in universities compromises equal access to education and exacerbates social inequalities. Thus, strategies are proposed to reconcile the promotion of Portuguese with the realities of the national sociolinguistic context, such as structured bilingual education programs, enhanced teacher training, and the development of Portuguese-language academic materials adapted to Timor-Leste’s reality.

Keywords: Language policy; Higher education; Teacher training; Portuguese and Tétum in Timor-Leste; Identity and education.

1. INTRODUÇÃO

A escolha da língua de ensino no sistema educacional de um país não se limita a um aspecto pedagógico; ela reflete disputas identitárias, políticas e socioeconômicas. Em Timor-Leste, a política linguística adotada desde a independência, em 2002, definiu o português e o tétum como línguas oficiais, enquanto o inglês e o indonésio foram classificados como línguas de trabalho. No entanto, a implementação dessas diretrizes gerou debates acalorados dentro da comunidade acadêmica e política timorense, principalmente no que se refere ao papel do português no ensino superior e sua relação com o mercado de trabalho.

O português, historicamente associado à administração colonial, foi marginalizado durante a ocupação indonésia, período em que o indonésio se tornou o idioma oficial da educação e da administração pública (Gonçalves, 2012). Com a independência, a reintrodução do português visava fortalecer a identidade nacional e integrar Timor-Leste à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) (Maia; Silva Carneiro, 2018). No entanto, mais de duas décadas após essa decisão, a consolidação do português como língua acadêmica ainda encontra resistências estruturais e socioculturais, gerando um cenário de fragmentação linguística no ensino superior.

Um dos desafios mais recentes nessa disputa linguística foi a aprovação do novo Decreto-Lei sobre o Ensino Superior, que estabelece o português como a principal língua de ensino, pesquisa e instrução, enquanto o tétum deve ser utilizado como língua de apoio. Embora essa medida tenha sido justificada pelo governo como um passo essencial para fortalecer o ensino universitário e padronizar a formação acadêmica no país, o diploma gerou fortes reações entre acadêmicos e gestores educacionais. O jurista e docente Avelino Coelho questiona a valorização excessiva do português, argumentando que a Constituição timorense estabelece igualdade de status entre o português e o tétum, o que deveria refletir-se na prática educacional. Essa posição também é compartilhada pelo reitor da Universidade da Paz (Unpaz), que critica a imposição do português como uma barreira para os jovens, que preferem o inglês e o indonésio devido às demandas do mercado de trabalho (Coelho, 2023).

Além da disputa ideológica e política, há também um problema estrutural: a maioria dos estudantes timorenses enfrenta dificuldades no acesso a materiais acadêmicos em português. Segundo Henriques e Ramos (2023), muitos alunos universitários não têm proficiência suficiente na língua para acompanhar as leituras exigidas nos cursos superiores, já que grande parte das publicações acessíveis nas universidades está em inglês ou indonésio. Essa dificuldade não apenas compromete a qualidade da formação acadêmica, mas também reforça o desinteresse dos jovens pelo português como língua de ensino e pesquisa.

Diante desse cenário, este artigo tem como objetivo analisar criticamente a disputa linguística no ensino superior de Timor-Leste e seus impactos na formação docente. Para isso, será realizada uma revisão bibliográfica de estudos sobre políticas linguísticas e identidade nacional, considerando as contribuições de autores como Ângelo Ferreira, Barbosa, Diniz, Gonçalves e Maia, além de documentos oficiais e legislações recentes. O estudo também busca responder às seguintes questões: como a política linguística impacta a formação de professores universitários? De que forma a disputa entre o português e outros idiomas afeta a qualidade do ensino superior? E quais estratégias podem ser adotadas para promover um equilíbrio entre a valorização do português e as exigências do mercado de trabalho?

A relevância deste artigo reside no fato de que a política linguística timorense influencia diretamente o desenvolvimento acadêmico do país, a qualidade da formação dos professores e a empregabilidade dos graduados. Além disso, a disputa entre o português, o tétum e outras línguas estrangeiras reflete tensões identitárias e sociais, que transcendem o ambiente universitário e impactam a trajetória futura do ensino superior timorense.

Ao longo desta reflexão, serão discutidos o contexto histórico e linguístico de Timor-Leste, os desafios enfrentados pelas universidades na implementação do português, o impacto dessa disputa na qualificação dos docentes e as possíveis soluções para construir um sistema educacional mais equilibrado e inclusivo.

2. CONTEXTO HISTÓRICO E LINGUÍSTICO DE TIMOR-LESTE

A trajetória linguística de Timor-Leste reflete as múltiplas influências históricas e políticas que moldaram o país ao longo dos séculos. Diferentemente de outras nações póscoloniais, onde a língua do colonizador se consolidou como principal meio de comunicação, o português sempre teve uma presença limitada na sociedade timorense. Durante o domínio português, que se estendeu do século XVI até 1975, o ensino da língua foi restrito a uma pequena elite, enquanto a maioria da população utilizava o tétum e outros idiomas locais no cotidiano (Batoréo; Casadinho, 2009). Esse fator contribuiu para que, mesmo após séculos de administração colonial, o português não tenha se tornado um idioma amplamente falado pela população em geral.

A situação linguística sofreu uma reviravolta drástica com a invasão da Indonésia, em 1975. Durante os 24 anos de ocupação, o governo indonésio adotou o indonésio como única língua oficial e implementou políticas ativas para erradicar o uso do português nas escolas e instituições públicas (Gonçalves, 2012). O objetivo dessa estratégia era integrar Timor-Leste ao restante do arquipélago indonésio, enfraquecendo seus laços históricos com Portugal e o mundo lusófono. No entanto, a resistência à ocupação levou o tétum a se fortalecer como um símbolo de identidade nacional, sendo amplamente utilizado pelos movimentos independentistas e pela Igreja Católica na luta contra o domínio indonésio (Ferreira, 2019).

Com a independência de Timor-Leste, em 2002, o país se viu diante do desafio de definir sua política linguística e estabelecer diretrizes para o sistema educacional. A Constituição determinou que o tétum e o português seriam as línguas oficiais, enquanto o inglês e o indonésio seriam línguas de trabalho (Pazeto, 2006). A escolha do português foi justificada por diversos fatores, incluindo a necessidade de reinserção do país na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e a busca por uma identidade nacional distinta da indonésia. Além disso, a adoção do idioma visava possibilitar o acesso da população timorense a sistemas jurídicos, administrativos e educacionais de base lusófona, diferenciando Timor-Leste de seus vizinhos do Sudeste Asiático (Maia; Silva Carneiro, 2018).

Entretanto, mais de duas décadas após a independência, a implementação do português como língua de ensino ainda encontra desafios significativos. De acordo com Ferreira (2021), um dos principais entraves é o fato de que grande parte dos docentes e estudantes universitários não possuem fluência suficiente no idioma, já que a geração formada durante a ocupação indonésia teve seu aprendizado baseado no indonésio. Esse cenário se reflete no ensino superior, onde muitas disciplinas são ministradas de maneira híbrida, combinando português, tétum e, em alguns casos, indonésio ou inglês.

Outro fator que dificulta a consolidação do português é a carência de materiais acadêmicos na língua. Henriques e Ramos (2023) apontam que a maioria dos livros utilizados nas universidades timorenses são publicados em inglês, o que acaba por reforçar a dependência desse idioma no ambiente acadêmico. Essa realidade cria uma contradição: enquanto o governo reforça a importância do português como idioma oficial do ensino, a prática revela um cenário no qual os estudantes são obrigados a lidar predominantemente com materiais em outras línguas.

O impacto dessa fragmentação linguística se estende para além do ambiente universitário, afetando a identidade cultural e a coesão social do país. Diniz e Straforini (2022) destacam que a política linguística de Timor-Leste não se resume à definição dos meios de instrução, mas também influencia a forma como os cidadãos percebem sua própria identidade nacional. A resistência ao português em determinados setores da sociedade reflete a dificuldade de estabelecer uma política linguística que atenda simultaneamente às demandas educacionais, às necessidades do mercado de trabalho e às aspirações culturais dos timorenses.

Essa realidade tem levado a um debate contínuo sobre o futuro da política linguística no país. Enquanto o governo insiste na manutenção do português como língua predominante no ensino superior, acadêmicos e gestores educacionais argumentam que a imposição do idioma pode criar barreiras para o acesso à educação de qualidade. Esse embate se reflete na recente legislação que determina a obrigatoriedade do português no ensino superior, uma medida que, segundo críticos como Avelino Coelho, pode desconsiderar a importância do tétum na construção da identidade acadêmica timorense.

Compreender esse contexto histórico e linguístico é fundamental para analisar os desafios enfrentados na formação docente e os impactos da disputa linguística na qualidade da educação superior em Timor-Leste. Na próxima seção, será abordada a disputa linguística no ensino superior, evidenciando as diferentes perspectivas sobre a implementação do português nas universidades e os desafios estruturais enfrentados por docentes e estudantes.

3. A DISPUTA LINGUÍSTICA NO ENSINO SUPERIOR

A disputa linguística no ensino superior de Timor-Leste reflete um embate entre a oficialização do português como principal língua acadêmica e a realidade sociolinguística do país, onde o tétum, o inglês e o indonésio também exercem papéis importantes. Esse debate não se restringe a uma questão técnica de ensino, mas envolve identidade nacional, inserção no mercado de trabalho e políticas educacionais. Se, por um lado, o governo reforça a necessidade de consolidar o português como idioma principal do ensino superior, por outro, estudantes, docentes e instituições acadêmicas enfrentam dificuldades estruturais e questionam a viabilidade dessa imposição.

3.1 Resistência ao Português e a Fragmentação Linguística nas Universidades

Embora a Constituição timorense reconheça o português e o tétum como línguas oficiais, a adoção do português como idioma predominante no ensino superior tem sido alvo de contestação por parte de acadêmicos e dirigentes universitários. A recente legislação que torna o português obrigatório no ensino superior foi criticada por figuras como Avelino Coelho, que argumenta que a medida dá um peso desproporcional ao português em detrimento do tétum. Essa crítica se sustenta na própria Constituição, que determina que ambas as línguas devem ser igualmente valorizadas pelo Estado, o que, segundo os opositores da medida, não tem ocorrido na prática (Coelho, 2023).

A resistência ao português também se manifesta no ambiente acadêmico. Instituições privadas, como a Universidade da Paz (UNPAZ), questionam a imposição do idioma, alegando que ela cria barreiras para os estudantes que não possuem fluência na língua. De acordo com Diniz e Straforini (2022), muitas universidades privadas preferem utilizar o inglês e o indonésio, pois esses idiomas são mais valorizados pelo mercado de trabalho e possuem maior disponibilidade de materiais acadêmicos acessíveis. Além disso, a ausência de uma capacitação docente eficaz em português contribui para que os professores optem por lecionar em línguas com as quais têm maior domínio, resultando em um ensino bilíngue informal ou até na manutenção do indonésio como idioma predominante.

3.2 O Impacto da Disputa Linguística no Mercado de Trabalho

A tensão linguística no ensino superior reflete diretamente nas oportunidades profissionais dos graduados timorenses. A exigência da proficiência em português para cargos no setor público favorece aqueles que tiveram acesso a uma educação mais voltada para o idioma, criando desigualdades no acesso a oportunidades de trabalho (Diniz; Straforini, 2022). Por outro lado, o setor privado, especialmente nas áreas de comércio e turismo, valoriza mais o inglês e o indonésio, gerando um descompasso entre a formação acadêmica e as demandas do mercado (Maia; Silva Carneiro, 2018).

Essa dualidade faz com que muitos estudantes busquem universidades que priorizem o inglês e o indonésio, pois esses idiomas são considerados mais úteis para sua inserção profissional. Segundo Ferreira (2019), esse fenômeno tem levado à criação de um mercado acadêmico segmentado, no qual universidades públicas mantêm o português como língua de instrução, enquanto universidades privadas adaptam seus currículos para atender às exigências do setor privado. Essa fragmentação compromete a coesão do sistema educacional e dificulta a padronização da formação dos profissionais timorenses.

3.3 Consequências para a Qualidade do Ensino Superior

A disputa linguística no ensino superior impacta diretamente a qualidade da educação oferecida. Segundo Henriques e Ramos (2023), a imposição do português sem uma infraestrutura adequada de capacitação docente e materiais acadêmicos resulta em dificuldades para alunos e professores. Muitos estudantes enfrentam barreiras para compreender textos técnicos em português, enquanto os professores, por sua vez, recorrem ao uso do tétum ou do indonésio para facilitar a aprendizagem.

Além disso, a escassez de livros e publicações acadêmicas em português dificulta o desenvolvimento de uma cultura científica na língua oficial. Como destaca Ferreira (2021), grande parte da produção acadêmica timorense ainda depende de fontes estrangeiras, muitas delas em inglês, o que reforça a influência desse idioma no meio acadêmico. Essa realidade coloca os estudantes timorenses em uma posição de desvantagem em relação a seus pares de outros países lusófonos, que possuem acesso mais facilitado a publicações e eventos científicos na língua portuguesa.

3.4 Alternativas para uma Política Linguística Equilibrada

Diante desse cenário, pesquisadores e gestores educacionais têm proposto alternativas para mitigar os efeitos da disputa linguística e promover um ensino mais inclusivo. Henriques e Ramos (2023) sugerem um modelo de ensino bilíngue estruturado, no qual o português seja introduzido de maneira progressiva, sem excluir o uso do tétum como língua de apoio. Essa abordagem permitiria que os estudantes desenvolvessem sua proficiência no português sem comprometer sua compreensão dos conteúdos acadêmicos.

Outra proposta relevante é o fortalecimento dos programas de capacitação docente em língua portuguesa. Segundo Ferreira (2021), investir na formação de professores é essencial para garantir que o português seja ensinado de maneira eficaz e sem comprometer a qualidade do ensino. Além disso, Diniz e Straforini (2022) defendem a ampliação da produção de materiais acadêmicos em português, reduzindo a dependência de publicações estrangeiras e facilitando o aprendizado dos estudantes.

O alinhamento entre as políticas linguísticas do ensino superior e as exigências do mercado de trabalho também é um aspecto crucial. Como apontam Barbosa, Diniz e Paulino (2020), é fundamental que as universidades estabeleçam parcerias com o setor privado para garantir que os graduados tenham proficiência tanto no português quanto em outras línguas de relevância profissional. Isso permitiria que os estudantes desenvolvessem um perfil mais competitivo e aumentaria sua empregabilidade em diferentes setores da economia.

A disputa linguística no ensino superior de Timor-Leste é um reflexo dos desafios enfrentados pelo país na consolidação de sua política educacional e linguística. A imposição do português como língua acadêmica, sem um suporte adequado para sua implementação, tem gerado desigualdades e dificuldades no processo de ensino-aprendizagem. No entanto, soluções equilibradas, que considerem a diversidade linguística do país e as necessidades do mercado de trabalho, podem contribuir para a construção de um sistema educacional mais inclusivo e eficiente. Na próxima seção, será analisado o impacto dessa disputa na formação docente e as dificuldades enfrentadas pelos professores na adoção do português como língua de ensino.

4. O IMPACTO DA POLÍTICA LINGUÍSTICA NA FORMAÇÃO DOCENTE

A política linguística adotada em Timor-Leste após a independência trouxe desafios significativos para a formação e a atuação dos docentes no ensino superior. A escolha do português como língua oficial e principal idioma de instrução nas universidades demandou um esforço massivo de capacitação docente, além da produção de materiais didáticos adequados ao novo cenário. Entretanto, a realidade mostra que, mais de duas décadas após a independência, a implementação do português como língua de ensino enfrenta dificuldades estruturais e pedagógicas que comprometem a formação dos professores e, consequentemente, a qualidade da educação superior no país.

4.1 A Falta de Proficiência em Português Entre os Docentes

Um dos principais entraves à adoção do português no ensino superior é a limitada proficiência linguística dos docentes. A maioria dos professores universitários recebeu sua formação durante o período da ocupação indonésia, quando o indonésio era a língua predominante no sistema educacional. Como resultado, muitos desses docentes não possuem fluência suficiente em português para lecionar integralmente no idioma, recorrendo frequentemente ao tétum e ao indonésio para complementar suas aulas (Ferreira, 2021). Essa realidade compromete o aprendizado dos estudantes e dificulta a consolidação do português como língua acadêmica.

A ausência de programas contínuos de capacitação docente agrava essa situação. Segundo Diniz e Straforini (2022), os treinamentos oferecidos pelo governo e pelas universidades são esporádicos e insuficientes para garantir que os professores desenvolvam uma proficiência adequada na língua portuguesa. Como consequência, muitos docentes acabam adotando práticas improvisadas, alternando entre o português e outras línguas para atender às necessidades dos alunos. Essa falta de padronização na língua de ensino gera inconsistências na aprendizagem e prejudica a uniformidade da formação acadêmica em Timor-Leste.

Além disso, o desinteresse de parte dos professores em aprimorar suas habilidades no português reflete um problema mais profundo: a percepção de que a língua não é valorizada pelo mercado de trabalho e que o ensino bilíngue, com ênfase no inglês ou no indonésio, oferece melhores oportunidades para os alunos. Henriques e Ramos (2023) destacam que, sem incentivos institucionais e financeiros para o aperfeiçoamento da língua, muitos professores não veem a necessidade de investir na sua capacitação em português, perpetuando um ciclo de deficiência linguística no ensino superior.

4.2 A Deficiência na Formação de Professores para o Ensino em Português

Outro desafio estrutural da implementação do português no ensino superior é a carência de programas robustos de formação docente. Embora a Universidade Nacional Timor Lorosa’e (UNTL) e outras instituições privadas ofereçam cursos de formação pedagógica, Ferreira (2019) observa que esses programas não possuem um currículo plenamente adaptado às exigências do ensino bilíngue e variam significativamente em relação à ênfase dada ao português. Essa desigualdade compromete a preparação dos professores e impacta diretamente a qualidade do ensino oferecido nas universidades do país.

A falta de materiais didáticos em português também representa um entrave significativo. Segundo Pazeto (2006), grande parte dos livros e recursos pedagógicos utilizados no ensino superior ainda são publicados em inglês ou indonésio, dificultando a transição para um sistema educacional baseado na língua portuguesa. Como resultado, muitos professores enfrentam dificuldades para encontrar materiais apropriados para suas aulas, recorrendo a traduções improvisadas ou ao uso de referências estrangeiras que nem sempre estão alinhadas à realidade timorense.

A escassez de incentivos para o aprimoramento profissional dos docentes também é um fator que contribui para a baixa qualificação em português. Henriques e Ramos (2023) apontam que a valorização da carreira docente em Timor-Leste ainda é limitada, com salários baixos e poucas oportunidades de desenvolvimento profissional. Essa falta de apoio institucional desencoraja os professores a investirem em sua formação linguística, perpetuando a dificuldade de consolidação do português como idioma acadêmico no ensino superior.

4.3 As Consequências da Falta de Formação Docente para a Qualidade do Ensino

A precariedade da formação docente impacta diretamente a qualidade do ensino superior em Timor-Leste. Um dos principais reflexos desse problema é a dificuldade dos estudantes em desenvolver habilidades de escrita e produção acadêmica em português. Como destaca Ferreira (2021), muitos alunos enfrentam barreiras para redigir trabalhos acadêmicos, artigos científicos e relatórios técnicos no idioma, o que compromete sua participação em eventos acadêmicos e sua inserção no meio científico internacional.

Além disso, a falta de uniformidade na formação dos docentes e a fragmentação linguística nas universidades criam desigualdades entre os estudantes. Barbosa, Diniz e Paulino (2020) afirmam que aqueles que tiveram maior exposição ao português ao longo de sua educação básica e secundária possuem vantagens significativas em relação aos colegas cuja formação foi baseada predominantemente no tétum ou no indonésio. Essa desigualdade se reflete não apenas no desempenho acadêmico, mas também nas oportunidades profissionais, uma vez que a fluência em português continua sendo um critério essencial para ingressar no serviço público e em determinadas áreas do setor privado.

Outro efeito preocupante da deficiência na formação docente é a desmotivação dos professores. Henriques e Ramos (2023) apontam que a falta de infraestrutura e de apoio governamental para a capacitação faz com que muitos docentes se sintam desvalorizados, resultando em um ensino de baixa qualidade. Esse cenário, além de comprometer a formação dos alunos, perpetua a resistência ao português no meio acadêmico e reforça a percepção de que o idioma não é uma necessidade prioritária para o desenvolvimento profissional e intelectual dos estudantes timorenses.

4.4 Propostas para Melhorar a Formação Docente em Português

Diante dos desafios enfrentados pelo ensino superior timorense, diversas propostas podem ser implementadas para fortalecer a formação docente e garantir a consolidação do português como língua acadêmica. Ferreira (2021) sugere a criação de programas permanentes de capacitação linguística para professores universitários, incluindo cursos intensivos de português e metodologias específicas para o ensino da língua.

Outra medida relevante seria a ampliação das parcerias entre universidades timorenses e instituições de ensino de países lusófonos. Henriques e Ramos (2023) destacam que intercâmbios acadêmicos e programas de formação no exterior poderiam contribuir significativamente para o aprimoramento da fluência dos docentes, permitindo-lhes vivenciar o português em um contexto imersivo e aprofundar seu conhecimento linguístico.

Além disso, Barbosa, Diniz e Paulino (2020) enfatizam a necessidade de investir na produção de materiais didáticos em português que sejam adaptados ao contexto timorense. Essa iniciativa reduziria a dependência de fontes estrangeiras e facilitaria o aprendizado dos alunos, promovendo uma melhor integração entre o ensino da língua e a realidade sociocultural do país.

Por fim, políticas de valorização da carreira docente, como aumento salarial e incentivos para a formação continuada, seriam fundamentais para fortalecer o ensino superior e garantir que o português possa se consolidar de forma sustentável no país. Henriques e Ramos (2023) apontam que a motivação dos professores é um elemento crucial para o sucesso da implementação do português, e medidas que melhorem suas condições de trabalho podem contribuir significativamente para a qualidade do ensino.

A consolidação do português como língua acadêmica em Timor-Leste depende não apenas da imposição legislativa, mas também da criação de condições adequadas para que professores e estudantes possam utilizá-lo de maneira eficaz. No próximo tópico, será analisado o impacto dessa disputa na qualidade da educação e nas oportunidades do mercado de trabalho, discutindo os desafios e possíveis soluções para integrar as exigências acadêmicas e profissionais em um contexto multilíngue.

5. IMPLICAÇÕES NA QUALIDADE DA EDUCAÇÃO E MERCADO DE TRABALHO

A disputa linguística no ensino superior de Timor-Leste não se restringe à escolha da língua de instrução nas universidades, mas também afeta a qualidade da educação e as oportunidades de inserção profissional dos graduados. A fragmentação linguística nas instituições de ensino superior, a ausência de uma política educacional consolidada e a discrepância entre as exigências do mercado de trabalho e a política linguística governamental criam um cenário de incerteza para estudantes e docentes. Como consequência, a fluência em português, que deveria ser um fator de fortalecimento acadêmico, tem se tornado um elemento de desigualdade educacional, ao passo que o domínio do inglês e do indonésio tem sido um diferencial competitivo no setor privado.

5.1 Impacto da Disputa Linguística na Qualidade da Educação Superior

A ausência de um modelo linguístico uniforme no ensino superior compromete a qualidade da formação acadêmica em Timor-Leste. Como apontam Maia e Silva Carneiro (2018), a falta de uma estratégia clara para a implementação do português como língua acadêmica resulta em inconsistências no processo de ensino-aprendizagem. Em muitas universidades, a adoção do português ocorre de forma parcial e desordenada, levando docentes e estudantes a recorrerem ao tétum e ao indonésio para compensar lacunas na compreensão dos conteúdos. Esse modelo híbrido dificulta a imersão no idioma e prejudica a consolidação do português como língua científica e acadêmica.

Ferreira (2021) observa que um dos reflexos mais evidentes dessa instabilidade linguística é a dificuldade dos estudantes em desenvolver habilidades de leitura e escrita acadêmica em português. Muitos alunos apresentam dificuldades na elaboração de textos acadêmicos, na interpretação de artigos científicos e na realização de pesquisas no idioma oficial. Isso compromete não apenas o desempenho dos universitários, mas também a produção científica nacional, limitando a participação de pesquisadores timorenses em eventos e publicações internacionais de língua portuguesa.

Outro fator que afeta a qualidade do ensino superior é a carência de materiais didáticos em português. Henriques e Ramos (2023) destacam que grande parte da literatura acadêmica utilizada nas universidades timorenses ainda é produzida em inglês ou indonésio, o que força professores e alunos a trabalharem com traduções improvisadas e limita a apropriação de conteúdos dentro de um contexto local. A falta de livros, artigos e recursos pedagógicos em português não apenas dificulta a aprendizagem, mas também reforça a percepção de que o idioma não tem utilidade acadêmica e profissional dentro do país.

Além disso, Barbosa, Diniz e Paulino (2020) ressaltam que a desigualdade na exposição ao português ao longo da educação básica e secundária cria um desnível acadêmico significativo entre os estudantes. Aqueles que tiveram maior contato com o idioma desde cedo apresentam melhor desempenho nas universidades, enquanto os que foram educados predominantemente em tétum ou indonésio enfrentam dificuldades adicionais para acompanhar o conteúdo acadêmico. Essa disparidade contribui para a exclusão de estudantes que não possuem fluência suficiente no português, tornando a língua um obstáculo em vez de um instrumento de inclusão e desenvolvimento acadêmico.

5.2 Repercussões da Disputa Linguística no Mercado de Trabalho

As tensões linguísticas no ensino superior timorense também impactam diretamente o mercado de trabalho, criando desafios tanto para os graduados quanto para os empregadores. Como aponta Pazeto (2006), a falta de alinhamento entre a política linguística educacional e as demandas do setor produtivo tem gerado um descompasso na formação profissional dos estudantes, que se veem obrigados a equilibrar as exigências acadêmicas com as necessidades do mundo do trabalho.

No setor público, a proficiência em português continua sendo um requisito essencial para diversas carreiras, especialmente nas áreas da administração governamental, do sistema jurídico e da diplomacia. Diniz e Straforini (2022) destacam que a legislação timorense reforça a obrigatoriedade do uso do português em processos administrativos e concursos públicos, favorecendo candidatos que tiveram acesso a uma formação acadêmica mais voltada para o idioma oficial. Essa exigência tem gerado um efeito excludente, dificultando a inserção de profissionais que não desenvolveram uma fluência avançada na língua portuguesa ao longo de sua trajetória acadêmica.

Por outro lado, no setor privado, especialmente nas áreas de comércio, turismo e tecnologia, o inglês e o indonésio são as línguas mais valorizadas. Como afirmam Maia e Silva Carneiro (2018), empresas que mantêm relações comerciais com parceiros internacionais ou que atuam em setores estratégicos dentro da ASEAN tendem a priorizar a contratação de profissionais fluentes em inglês ou indonésio. Isso tem levado algumas universidades privadas a darem maior ênfase ao ensino desses idiomas, em detrimento do português, reforçando a discrepância entre a política educacional governamental e as exigências do mercado.

Outro aspecto crítico é a percepção dos próprios estudantes em relação à utilidade do português para suas carreiras. Ferreira (2019) argumenta que muitos jovens universitários timorenses enxergam o aprendizado do português como uma exigência burocrática e não como uma vantagem competitiva. Esse desinteresse pelo idioma se reflete na baixa adesão a programas de formação complementar em português e no aumento da procura por cursos em inglês e indonésio. Como consequência, o país enfrenta um paradoxo linguístico: enquanto a legislação reforça a obrigatoriedade do português no ensino superior, o mercado de trabalho valoriza mais outras línguas, gerando insegurança entre os graduados sobre quais competências linguísticas priorizar.

5.3 Possíveis Soluções para o Alinhamento da Educação ao Mercado de Trabalho

Diante desses desafios, especialistas sugerem diversas estratégias para promover um equilíbrio entre a política linguística educacional e as demandas do mercado de trabalho. Henriques e Ramos (2023) defendem a implementação de um modelo de ensino bilíngue mais estruturado, que combine o português e o tétum de maneira equilibrada, permitindo que os estudantes desenvolvam proficiência em ambas as línguas ao longo de sua formação acadêmica.

Outra proposta relevante é o fortalecimento de programas de formação profissional que contemplem a realidade multilíngue do país. Barbosa, Diniz e Paulino (2020) sugerem que parcerias entre universidades, governo e setor privado poderiam viabilizar cursos específicos voltados para a capacitação de profissionais em português, inglês e indonésio, garantindo que os graduados saiam das universidades preparados para atuar em um mercado de trabalho cada vez mais globalizado.

Ferreira (2021) destaca que a ampliação do acesso a materiais didáticos em português também é fundamental para a consolidação do idioma como língua acadêmica e profissional. Investimentos na produção científica local e em publicações adaptadas ao contexto timorense poderiam reduzir a dependência de fontes estrangeiras e fortalecer a identidade educacional do país.

Por fim, políticas de incentivo à formação docente, como intercâmbios acadêmicos e programas de capacitação contínua em língua portuguesa, seriam essenciais para garantir que a qualidade do ensino não seja comprometida pela barreira linguística. Henriques e Ramos (2023) apontam que o desenvolvimento de um corpo docente altamente qualificado e fluente em português pode representar um passo crucial para a superação das dificuldades enfrentadas no ensino superior timorense.

A disputa linguística em Timor-Leste continua sendo um desafio central para o sistema educacional e o mercado de trabalho. No próximo tópico, serão apresentadas as considerações finais e recomendações para a construção de uma política educacional mais equilibrada e inclusiva, que contemple tanto a necessidade de valorização do português quanto a importância de uma abordagem flexível para a realidade multilinguística do país.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A disputa linguística no ensino superior de Timor-Leste, após duas décadas da reintrodução do português como língua oficial, continua sendo um tema central e problemático na esfera educacional do país. Esta questão vai muito além do campo linguístico, refletindo diretamente desafios históricos, culturais, sociais e políticos que impactam a qualidade da formação acadêmica, a identidade nacional e as oportunidades profissionais oferecidas aos jovens timorenses. O presente artigo procurou oferecer uma reflexão crítica sobre as origens e implicações desse cenário complexo, destacando o embate entre o português e o tétum, bem como os desafios reais vivenciados por estudantes e professores nas universidades timorenses.

Foi possível observar que a escolha do português como língua oficial do ensino superior, embora justificada pela necessidade de inserção política e econômica na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), enfrenta sérias resistências na prática cotidiana das universidades. A predominância histórica do indonésio, reforçada pela ocupação que se estendeu por quase três décadas, ainda apresenta grande influência sobre docentes e estudantes. Em paralelo, o crescente papel do inglês, estimulado pelo mercado de trabalho globalizado e pelas relações comerciais com países vizinhos, acentua a fragmentação linguística e aumenta o desinteresse dos jovens pelo aprendizado efetivo do português.

A pesquisa apontou que o recente decreto-lei do ensino superior, estabelecendo o português como língua principal e o tétum como apoio, embora busque fortalecer a identidade nacional e acadêmica, gerou controvérsias e críticas dentro das universidades e da sociedade civil timorense. Como apontado pelo reitor da Universidade da Paz e outros especialistas como Avelino Coelho, muitos acadêmicos argumentam que essa legislação não reflete adequadamente a realidade sociolinguística do país e acaba por prejudicar o desenvolvimento educacional e a empregabilidade dos graduados. Tal contexto evidencia que a política linguística implementada não conseguiu superar plenamente os desafios impostos pela realidade social timorense.

A fragilidade linguística presente no corpo docente timorense é outro aspecto preocupante evidenciado pelo estudo. A maioria dos professores universitários possui formação acadêmica realizada no período indonésio, com pouca ou nenhuma imersão na língua portuguesa, o que dificulta sua atuação profissional plena e limita a qualidade do ensino. Ademais, a falta de materiais didáticos adequados em português e de programas consistentes de capacitação docente agrava ainda mais essa situação, criando um ciclo de insuficiência educacional e prejudicando a qualidade acadêmica dos estudantes.

Diante desse cenário, fica claro que há necessidade urgente de uma política educacional linguística mais flexível e adaptativa, que contemple efetivamente as necessidades e realidades locais. Como sugerido por autores como Henriques e Ramos (2023), Ferreira (2021), Barbosa, Diniz e Paulino (2020), é fundamental a criação de um modelo bilíngue estruturado que valorize tanto o português quanto o tétum. Isso permitiria uma transição gradativa e realista ao português, assegurando uma base linguística sólida e significativa para docentes e estudantes.

Além disso, faz-se necessário ampliar significativamente a formação continuada dos professores universitários, por meio de cursos permanentes e intercâmbios acadêmicos com países lusófonos. A produção científica local, a criação de materiais pedagógicos contextualizados e investimentos estratégicos na publicação acadêmica em português também são medidas fundamentais para fortalecer a posição da língua oficial no ensino superior.

O alinhamento entre as exigências do mercado de trabalho e as políticas linguísticas educacionais precisa ser repensado com urgência. Parcerias estratégicas entre universidades, setor privado e governo são essenciais para capacitar os estudantes em múltiplas línguas, garantindo-lhes maior empregabilidade sem negligenciar a valorização e o domínio adequado do português. Uma política educacional bem-sucedida deverá reconhecer as múltiplas realidades e demandas sociais do país, permitindo aos jovens timorenses transitar com segurança entre diferentes contextos linguísticos.

Por fim, esta reflexão crítica aponta que, para além da legislação vigente, é necessária uma política linguística construída através de amplo diálogo com docentes, estudantes e especialistas timorenses, que possam oferecer contribuições valiosas com base em suas vivências cotidianas. A solução desse impasse linguístico deve ter como prioridade central a qualidade da educação superior e a justiça social, permitindo que o ensino universitário contribua efetivamente para o desenvolvimento sustentável, a inclusão social e a construção da identidade nacional em Timor-Leste.

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