ORCHIECTOMY IN A HORSE WITH BILATERAL CRYPTORCHIDISM: CASE REPORT
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202502191300
Sávio Costa Nolêto¹; Pedro Ferreira de Sousa Junior²; Marcilene dos Santos Leal³; Gabriel Satoru Ohashi⁴; Kenney de Paiva Porfírio⁵; Gliére Silmara Leite Soares⁶; Fernanda Vieira Henrique⁷; Taysa Carla de Oliveira Freitas⁸; Wagner Costa Lima⁹; Géssica Giselle Almeida Silva Araújo¹⁰; Gabriele Maria Callegaro Serafini¹¹; Manoel Lopes da Silva Filho¹².
Resumo
O criptorquidismo é uma afecção diagnosticada rotineiramente na clínica de equinos, sendo caracterizado pela falha na descida de um ou ambos os testículos para o escroto, e considerado como o mais prevalente defeito dos órgãos reprodutores nos do desenvolvimento equinos. Dessa forma, objetivou-se relatar o caso de um equino com criptorquidismo bilateral submetido à cirurgia de orquiectomia. Foi atendido no HVU da UFPI/CPCE, um equino, sem raça definida, com oito anos de idade pesando 370 kg, pelagem alazão tostado, vacinado e vermifugado. Através do exame ultrassonográfico observou-se ambos os testículos ectópicos, de localização subcutânea. Com isso, indicou-se a realização da cirurgia para remoção doa testículos. O animal foi anestesiado utilizando como MPA acepromazina 0,03 mg/kg e xilazina 0,5 mg/kg, ambos por via intravenosa (IV); indução anestésica com diazepam 0,05 mg/kg e cetamina 3 mg/kg/IV; e manutenção com isoflurano diluído em oxigênio 100%. A técnica escolhida foi a aberta, sendo realizado no testículo direito a hemostasia e ressecção com emasculador e, no testículo esquerdo, ligadura com fio polipropileno 2-0, seguido de redução de espaço morto com categute 1-0 e dermorrafia com fio náilon 0.50mm. Após o procedimento, o animal se recuperou sem complicações e com a ausência de edema ou abscesso, recebendo alta posteriormente. Conclui-se que o procedimento cirúrgico é a melhor forma de resolução do criptorquidismo, evitando o surgimento de uma possível neoplasia.
Palavras-chave: Cavalo. Cirurgia. Ectopia. Bilateral.
1 INTRODUÇÃO
A orquiectomia é um dos procedimentos mais comuns na clínica de equinos em animais que não são destinados à reprodução com o intuito de tornar o comportamento do cavalo menos agressivo. No entanto, em alguns casos é necessária uma cautela maior para a realização dessa cirurgia, principalmente em casos de equinos com criptorquidismo (GOBBI, 2018). O termo criptorquidia tem origem no grego “kriptos” que significa escondido, e “orchis” que significa testículo, sendo assim, criptorquidia significa a ausência de um ou ambos os testículos no seu lugar habitual, o escroto (SCHADE et al., 2017). No entanto, o animal continua apresentando características comportamentais de um garanhão (DIAS et al., 2021).
Alguns fatores são apontados como as causas dessa doença, dentre elas pode-se destacar a falha de desenvolvimento do gubernáculo durante a fase embrionária o que resulta em inadequada expansão do anel vaginal e do canal inguinal para a passagem do testículo (SCHUMACHER, 2019). Segundo Schade et al. (2017) e Schumacher (2019) os possíveis fatores que levam ao criptorquidismo são: falha no testículo em regredir suficientemente em tamanho para atravessar o anel vaginal; pressão abdominal insuficiente para causar expansão do processo vaginal; e deslocamento do testículo dentro da cavidade pélvica, onde a pressão abdominal levaria a uma tensão ineficaz do gubernáculo. Além disso, alguns pesquisadores apontam causas relacionadas ao metabolismo hormonal diminuído e fatores genéticos (THOMASSIAN, 2005; SCHADE et al., 2017).
Os cavalos podem apresentar criptorquidismo uni ou bilateral e serem classificados de acordo com a localização dos testículos, apresentando-se principalmente de três formas (ARIGHI, 2007). Nos casos em que os testículos e epidídimo encontram-se dentro da cavidade abdominal, o paciente é caracterizado como criptorquida abdominal. Quando o testículo passa pelo anel vaginal, porém não consegue ultrapassar o anel inguinal, é denominado criptorquida inguinal. Além dessas situações, existem animais nos quais os testículos estão na região subcutânea, porém não permitem o deslocamento manual para o escroto, sendo denominados de testículos ectópicos (RIBEIRO et al., 2014). Nos casos de criptorquidismo abdominal e inguinal, há uma subclassificação quanto à localização do testículo e do epidídimo: criptorquidismo completo, quando o testículo e epidídimo estão dentro da cavidade ou incompleto quando apenas o testículo está alojado na região inguinal ou abdominal (SCHADE et. al., 2017).
O diagnóstico dessa doença pode ser realizado por meio da anamnese, onde se obtém o histórico do animal, associada a um exame clínico por meio de palpação e inspeção da região escrotal (SCHUMACHER et al., 2013). Uma das técnicas que podem ser usadas para diagnóstico do criptorquidismo é a palpação externa, mesmo não sendo um procedimento tão eficaz e causando incomodo para o animal, possibilita identificar a localização testicular criptorquida, permitindo avaliar a área escrotal e inguinal (CARLOS et al., 2018). No entanto, é necessária a utilização de exames complementares como ultrassonografia abdominal e/ou retal permitindo identificar a localização e tamanho do testículo que não desceu, sendo considerado uma forma de diagnóstico definitivo (RABELO et al., 2017).
Além da anamnese, exame clínico e de imagem, pode também ser feita a dosagem hormonal, visto que esses animais possuem uma alta concentração de hormônios em comparação a animais castrados, porém esta não deve ser utilizada como diagnóstico definitivo, pois existem variações na concentração dos hormônios (SCHUMACHER et al., 2013).
Em relação ao tratamento para o criptorquidismo, pode ser utilizada administração hormonal com GNRH (Hormônio liberador de gonadotrofinas), com o intuito de aumentar o tamanho dos testículos e estimular a sua descida para a bolsa escrotal (CATTELAN et al., 2004). No entanto, sua utilização é controversa, visto que alguns animais não respondem ao tratamento (RABELO et al., 2017). Nesse sentido, o tratamento mais utilizado é a orquiectomia do testículo presente na bolsa escrotal e do testículo ectópico. De acordo com Thomassian (2005), o tratamento cirúrgico de criptorquidectomia é o mais eficaz, apresentando resolução definitiva do problema.
Nesse contexto, o presente trabalho tem como objetivo relatar a técnica cirúrgica utilizada para correção de criptorquidismo bilateral através da técnica aberta em um paciente da espécie equina atendido no Hospital Veterinário Universitário (HVU) da Universidade Federal do Piauí (UFPI) – Campus Professora Cinobelina Elvas (CPCE).
2 RELATO DE CASO
Foi atendido no HVU da UFPI – CPCE, um equino, sem raça definida (SRD), com oito anos de idade pesando 370 kg, pelagem alazão tostado, vacinado e vermifugado. A queixa relatada pelo proprietário era de que o equino não possuía os dois testículos no escroto, porém apresentava um comportamento de garanhão e era muito agressivo.
Ao realizar o exame físico, o equino apresentava frequência cardíaca de 40 BPM (batimentos por minuto), TPC (tempo de preenchimento capilar) de dois segundos, temperatura retal de 38,0 ºC, frequência respiratória de 14 MRPM (movimentos respiratórios por minuto), escore corporal 3 (na escala de 1 a 5), motilidade gastrointestinal com peristaltismo normal e mucosas normocoradas. Segundo o tutor o animal estava se alimentando normalmente e as fezes e urina estavam normais. No exame específico, realizou-se a palpação da região inguinal onde identificou-se os dois testículos na região inguinal, ambos no subcutâneo. Com isso, realizou-se um exame ultrassonográfico para uma melhor avaliação da estrutura palpada e tecidos acometidos.
Nesse sentido, o animal foi contido em um tronco e realizado o exame de imagem, constatando no laudo ultrassonográfico: testículos ectópicos, ambos de localização subcutânea inguinal ipsilaterais, com dimensões pequenas (TE: 6,37cm x 4,41cm x 4,09 cm; TD: 7,8cm x 4,7cm x 3,84cm, medidas aproximadas do comprimento, altura e largura respectivamente), de aspecto ovalado, heterogêneo, predominantemente hipoecogênico, associado a moderada perda da arquitetura interna e múltiplas nodulações isoecóicas pouco definidas (Figura 1). Túnica albugínea espessa e de contornos irregulares em ambos os testículos. Observou-se ao mapeamento com o Collor doppler, intensa vascularização interna em padrão mosqueado. Ausência de líquido livre ou estruturas intra-abdominais adjacentes aos testículos. Vasos do plexo pampiniforme com calibre preservado, sem evidências de imagens ecogênicas em seu interior ou sinais que indiquem fluxo turbulento. Além disso, notou-se em ambas as regiões inguinais dorsais aos testículos, área hipoecogênica alongada, com dimensões aproximadas de 3,27cm e 3,33cm (antímero esquerdo e direito, respectivamente), sugerindo ser este o diâmetro aproximado dos anéis inguinais.
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Fonte: HVU da UFPI-CPCE.
Na impressão diagnóstica foram observados achados ultrassonográficos compatíveis com ectopia testicular bilateral, estando ambos os testículos subcutâneos inguinais ipsilaterais, atróficos e com aspectos ecográficos que têm como principais diferenciais degeneração parenquimatosa ou processo neoplásico. Os anéis herniários estavam evidentes. Não se observou a presença de estruturas intra-abdominais em ambas as regiões inguinais. O plexo pampiniforme apresentava aspecto preservado, sem sinais de trombose ou torção vascular. Dessa forma foi confirmada a presença dos testículos na região subcutânea, avaliado o canal inguinal e a ausência de demais órgãos, fechando o diagnóstico em criptorquidismo bilateral.
Na oportunidade, realizou-se um hemograma sendo observada uma leve alteração nos leucócitos (leucocitose) na classe dos neutrófilos (Tabela 1). Após a avaliação do resultado do hemograma, foi marcada a cirurgia do paciente para o dia sete de dezembro, ficando sobre jejum de sólidos por 12 horas e hídrico por seis horas.
Tabela 1. Resultado do exame de hemograma realizado no equino sem raça definida de 8 anos de idade atendido no HVU, com leucocitose como principal alteração verificada.
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O animal foi conduzido para a sala de indução anestésica, onde se realizou medicação pré-anestésica com acepromazina na dose de 0,03 mg/kg por via intravenosa (IV), promovendo uma tranquilização leve. Quinze minutos após, foi realizado o acesso venoso com cateter 18G na veia jugular, sendo então administrada xilazina na dose de 0,5 mg/kg/IV, havendo um efeito sedativo moderado. Em seguida, realizou-se a indução anestésica com diazepam na dose de 0,05 mg/kg associado na mesma seringa à cetamina na dose de 3 mg/kg/IV.
O animal foi suspenso por meio de uma talha e posicionado sobre a mesa cirúrgica, permitindo observar de forma bem evidente os dois testículos na região subcutânea. Procedeu-se à intubação do animal com o traqueotubo número 22 e a manutenção anestésica foi baseada em anestesia inalatória com isoflurano diluído em 100% de oxigênio. Além disso, foi feito um bloqueio anestésico locorregional infiltrativo subcutâneo na linha de incisão e perineural nos funículos com cloridrato de lidocaína sem vasoconstrictor a 2% no volume de 15mL/funículo e 20mL na linha de incisão.
Em seguida, foi feita a antissepsia prévia com iodo povidona seguida de antissepsia definitiva com clorexidina 2%. Logo, foi feita a identificação e isolamento do testículo direito e realizado uma incisão sobre o mesmo, incisando-se as túnicas até expor o testículo, sendo rompido o ligamento da cauda do epidídimo de forma manual para evitar hemorragia.
Realizou-se o divulsionamento do epidídimo que estava levemente aderido, de forma manual e exposto todo o funículo espermático. Para a secção do testículo, foi utilizado um emasculador, deixando agir por três minutos e realizando a remoção do testículo (Figura 2 a). No testículo esquerdo, foi feita uma ligadura em massa no ducto deferente e outra no funículo espermático utilizando fio de polipropileno 2-0 (Figura 2 b).
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Fonte: HVU da UFPI-CPCE.
Após verificar a ausência de hemorragia, realizou-se a redução de espaço morto com fio categut 1-0 e padrão cushing e demorrafia com fio nylon agulhado 0.50 em padrão Wolff (Figura 3).
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Fonte: HVU da UFPI-CPCE.
Após o procedimento, o animal se recuperou bem da anestesia, mantendo-se em estação em torno de 50 minutos após o fim da anestesia inalatória, sem demonstrar agitação durante a recuperação. No pós-operatório foi realizada limpeza por meio da realização de ducha e aplicada uma fina camada de pomada antibiótica e cicatrizante e spray repelente na área afetada. Foi administrado anti-inflamatório à base de flunixim meglumine na dose de 1,1 mg/kg/IV por três dias seguidos e antibiótico à base de Penicilina G procaína, Penicilina G Benzatina e Di-hidroestreptomicina na dose de 25.000 UI/kg/IM a cada 48 horas, durante cinco dias, totalizando três aplicações, além de dexametasona na dose de 0,1 mg/kg em dose única com o intuito de evitar o edema.
No dia seguinte, o animal foi avaliado pela equipe técnica do HVU. O mesmo apresentava parâmetros fisiológicos normais e a ferida cirúrgica estava sem alterações, permitindo a sua alta hospitalar.
3 DISCUSSÃO
O equino atendido no HVU, possuía uma conduta agressiva segundo o tratador, apresentando comportamento característico de um garanhão, mostrando-se agitado frente aos demais equinos e éguas presentes próximo às baias. De acordo com Thomassian (2005) e Batista e Moura (2016), os equinos criptorquidas apresentam esse comportamento de garanhão devido à produção de testosterona pelas células de Leydig não ser comprometida. Essa conduta normalmente acaba sendo alterada alguns meses após a orquiectomia (SCHUMACHER, 2019). No paciente em questão não foi possível observar se o comportamento do animal mudou após a castração pois não se obteve mais informações sobre o animal após a alta hospitalar. No entanto, em alguns casos o animal pode continuar com o comportamento de garanhão mesmo após a castração incluindo até mesmo os que a castração ocorreu antes da puberdade (LINE, HART & SANDERS, 1985).
O cavalo do presente relato era um criptorquida bilateral inguinal, sendo identificado por meio de palpação dos testículos na região inguinal com o animal em estação. Esse tipo de criptorquidismo não é muito comum na rotina clínica, visto que a prevalência maior é a unilateral, podendo ser tanto no testículo esquerdo, quanto no direito (ARIGHI, 2007).
Outro ponto relevante é que os dois testículos estavam na região inguinal, porém, segundo os estudos de Schumacher (2019), gônadas retidas do lado esquerdo geralmente são abdominais, apenas as do antímero direito frequentemente apresentam-se na região inguinal.
O diagnóstico do paciente foi realizado com base no histórico do animal e exame físico por meio de palpação, porém foi feito o exame de ultrassonografia para confirmação do diagnóstico. Segundo Cattelan et al. (2004), a palpação externa, na região escrotal e inguinal, pode ser utilizada como forma de diagnóstico, porém deve ser cuidadosamente explorada visando a identificação do testículo de forma precisa ou de alguma cicatriz de intervenção cirúrgica anterior. Em cavalos acometidos por criptorquidismo inguinal, o testículo retido poderá ser palpado externamente no canal inguinal (FINGER et al., 2012). No entanto, o animal acompanhado foi submetido à ultrassonografia abdominal para obter mais informações e fechar o diagnóstico. De acordo com Schambourg et al. (2006) a avaliação ultrassonográfica transabdominal e inguinal no diagnóstico e localização do testículo retido em cavalos criptorquidas apresenta alta sensibilidade (97,6%) e especificidade (100%), podendo ser realizada em equinos de qualquer tamanho sem necessitar de contenção química. No paciente do presente relato foi realizada apenas a ultrassonografia inguinal, visto que os testículos já haviam sido localizados à palpação externa.
Após a confirmação do diagnóstico, foi solicitado um hemograma para avaliar o estado geral do paciente antes de ser submetido ao tratamento cirúrgico. Sendo observado uma discreta anemia, porém com hemácias morfologicamente normais e uma leucocitose por neutrofilia discreta. Apesar dessas pequenas alterações, o animal apresentava-se rígido e sem alterações nas plaquetas, permitindo ser submetido ao procedimento cirúrgico.
Com isso, animal foi submetido a um tratamento cirúrgico para a remoção das gônadas. De acordo com Thomassian (2005), o tratamento cirúrgico é o tratamento de eleição para os animais criptorquidas, podendo ser utilizadas variadas técnicas para se alcançar resultados positivos. A técnica realizada foi a aberta, com a utilização do emasculador no testículo direito e de ligaduras no testículo esquerdo com fio polipropileno. Segundo França (2005), a realização de ligaduras efetivas e a utilização de fios apropriados são de fundamental importância para reduzir a perda de sangue e evitar o sangramento excessivo, porém deve-se atentar ao risco de reação. Por outro lado, a utilização do emasculador para promover a hemostasia dos vasos apresenta maior risco de hemorragia (FINGER et al., 2012). No relato de caso em questão, ambas as técnicas foram efetivas para promover hemostasia, não havendo complicações trans ou pós-operatórias.
Todo o procedimento foi realizado com o animal sob efeitos de anestesia geral e posicionado em decúbito dorsal. De acordo com Hendrickson (2006), a realização desse procedimento pode ser feita em decúbito sob efeito de sedação e analgesia utilizando a associação de medicamentos sedativos, opioides e anestésicos locais e utilizando a anestesia geral, permitindo a realização de um procedimento mais seguro. Além disso, Carlos et al. (2018) destacam que há vantagens que podem ser relatadas quanto ao uso do procedimento cirúrgico com o animal em decúbito, como a facilidade na identificação das estruturas, a amputação sem tensão e a redução de dor pós-operatória, além da capacidade de avaliação do coto seccionado.
Após a remoção dos testículos, foi realizada a redução de espaço morto e a dermorrafia da região. Essa técnica permite algumas vantagens como cicatrização mais rápida da região, e consequentemente um retorno as atividades de forma mais precoce, minimizando a ocorrência de eventração através da ferida cirúrgica ou infecção por contaminação. No entanto, pode optar também pela cicatrização por segunda intensão, sem realizar a síntese na pele, ocorrendo a cicatrização de forma aberta e acarretando em um maior número de complicações pós-operatórias segundo (GOBBI, 2018).
Logo após o final da cirurgia, o animal retornou da anestesia sem agitação, mantendo-se em estação 50 minutos após a finalização do procedimento. Durante o pós-operatório, o animal não apresentou edema e nem inflamação no dia seguinte da cirurgia. No entanto, é necessária uma limpeza diária, visto que existe a chance de contaminação da ferida cirúrgica devido à alta chance de contaminação com a cama da baia ou até mesmo com o ambiente contaminado com fezes (FINGER et al., 2012).
4 CONCLUSÃO
Portanto, o procedimento cirúrgico é a melhor forma de resolução do criptorquidismo, evitando o surgimento de uma possível neoplasia. Além disso, evita a ocorrência da propagação dessa alteração hereditárianas gerações futuras.
REFERÊNCIAS
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THOMASSIAN, A. Enfermidade dos Cavalos. 4ª ed. São Paulo: Livraria Varela, p. 239-240, 2005.
¹Graduado em Medicina Veterinária pela Universidade Federal do Piauí, Campus Professora Cinobelina Elvas. E-mail: savionoleto17@ufpi.edu.br
²Graduado em Medicina Veterinária pela Universidade Federal do Piauí, Campus Professora Cinobelina Elvas. E-mail: pedrojunior.19@hotmail.com
³Discente do Curso Superior de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Piauí, Campus Professora Cinobelina Elvas. E-mail: marcilenevet@gmail.com
⁴Graduado em Medicina Veterinária pela Universidade Federal do Piauí, Campus Professora Cinobelina Elvas. Aprimoramento em Anestesiologia Veterinária (UNIJUÍ). E-mail: gabriel.satoru@hotmail.com
⁵Docente do Curso Superior de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Piauí, Campus Professora Cinobelina Elvas. Doutor em Zootecnia Tropical (PPGZT/UFPI). E-mail: kenney@ufpi.edu.br
⁶Graduada em Medicina Veterinária pela Universidade Federal Rural de Pernambuco, Unidade Acadêmica de Garanhuns. Doutora em Ciência Veterinária (UFRPE). E-mail: glieresilmara@hotmail.com
⁷Graduada em Medicina Veterinária pela Universidade Federal Rural de Pernambuco, Unidade Acadêmica de Garanhuns. Doutora em Ciência e Saúde Animal (PPGCSA/UFCG). E-mail: dra.fernandahenrique@ufpi.edu.br
⁸Graduada em Medicina Veterinária pela Universidade Federal do Piauí, Campus Professora Cinobelina Elvas. E-mail: taysadfreitas@ufpi.edu.br
⁹Docente do Curso Superior de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Piauí, Campus Professora Cinobelina Elvas. Doutor em Ciência Animal (PPGCA/UFPI). E-mail: wagnercl@ufpi.edu.br
¹⁰Graduada em Medicina Veterinária pela Universidade Federal Rural de Pernambuco. Doutora em Ciência Veterinária (UFRPE). E-mail: gessigiselle@hotmail.com
¹¹Docente do Curso Superior de Medicina Veterinária da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Campus de Ijuí. Doutora em Cirurgia Veterinária (PPGMV/UFSM). E-mail: gabriele.serafini@unijui.edu.br
¹²Docente do Curso Superior de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Piauí, Campus Professora Cinobelina Elvas. Doutor em Ciência Veterinária (UFRPE). E-mail: manoellopes@ufpi.edu.br