REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102502121354
Vanusa Rocha Moraes1
Angélica de Oliveira Furtado2
Resumo
Este artigo analisa as dificuldades enfrentadas por professores do Ensino Fundamental I e II em quatro escolas públicas municipais de Afuá, Pará, no contexto da ausência de tecnologias ativas. A pesquisa, de natureza quantitativa, utilizou questionários estruturados aplicados a 55 docentes, abordando duas variáveis principais: Desigualdades Digitais e Habilidades Cognitivas e Capacidades Criativas. Os resultados evidenciaram que a falta de acesso a recursos tecnológicos impacta negativamente o processo de ensino-aprendizagem, limitando a eficácia das práticas pedagógicas e o desenvolvimento de competências essenciais nos alunos. Conclui- se que a inclusão digital é fundamental para a promoção de uma educação equitativa e de qualidade, exigindo políticas públicas que garantam infraestrutura adequada e formação continuada para os educadores.
Palavras-chave: Tecnologias ativas. Desigualdades digitais. Habilidades cognitivas. Capacidades criativas. Inclusão digital.
Abstract
This article analyzes the challenges faced by teachers in Elementary Education I and II at four municipal public schools in Afuá, Pará, in the context of the absence of active technologies. The research, which is quantitative in nature, utilized structured questionnaires administered to 55 educators, focusing on two main variables: Digital Inequalities and Cognitive Skills and Creative Abilities. The results highlighted that the lack of access to technological resources negatively impacts the teaching-learning process, limiting the effectiveness of pedagogical practices and the development of essential competencies in students. It concludes that digital inclusion is crucial for promoting equitable and quality education, necessitating public policies that ensure adequate infrastructure and ongoing training for educators.
Keywords: Active technologies. Digital inequalities. Cognitive skills. Creative abilities. Digital inclusion.
1 Introdução
A integração de tecnologias ativas no ambiente educacional tem se mostrado essencial para a promoção de um ensino dinâmico e inclusivo, especialmente em um mundo cada vez mais digitalizado. No entanto, em contextos rurais, como o município de Afuá, no Pará, a ausência desses recursos representa um desafio significativo para os professores do Ensino Fundamental I e II. Este artigo tem como objetivo analisar as dificuldades enfrentadas por esses docentes na condução de suas práticas pedagógicas sem o suporte de tecnologias ativas, destacando os impactos no processo de ensino-aprendizagem.
A pesquisa foi realizada em quatro escolas públicas municipais de Afuá, utilizando uma abordagem quantitativa por meio de questionários estruturados aplicados a 55 professores. As variáveis analisadas foram Desigualdades Digitais e Habilidades Cognitivas e Capacidades Criativas, com foco na identificação das barreiras que impedem a integração efetiva das tecnologias no cotidiano escolar. A análise dos dados revelou que a falta de acesso a dispositivos digitais e à internet, aliada à escassez de formação docente, limita o potencial pedagógico das tecnologias disponíveis e compromete o desenvolvimento integral dos alunos.
Diante do exposto este estudo contribui para a discussão sobre a importância da inclusão digital na educação, destacando a necessidade de políticas públicas que promovam a equidade no acesso a recursos tecnológicos e a capacitação dos educadores. A superação desses desafios é essencial para garantir uma educação de qualidade, preparando os alunos para os desafios do século XXI.
3 Marco Teórico
A integração de tecnologias ativas no processo de ensino-aprendizagem tem ganhado destaque na literatura educacional, especialmente em um contexto global marcado pela rápida evolução das tecnologias digitais. Segundo Moran (2004), as tecnologias ativas são ferramentas que promovem a interação, a colaboração e a autonomia dos alunos, transformando o papel do professor de mero transmissor de conhecimento para mediador do aprendizado. Essas tecnologias, que incluem plataformas digitais, jogos educativos, simulações e outras ferramentas interativas, têm o potencial de tornar o ensino mais dinâmico e engajador, especialmente no Ensino Fundamental, onde o desenvolvimento de habilidades cognitivas e socioemocionais é fundamental.
No entanto, a implementação dessas ferramentas enfrenta desafios significativos, principalmente em regiões com limitações de infraestrutura e acesso à tecnologia, como é o caso de Afuá, no Pará. As desigualdades digitais, que se referem às disparidades no acesso, uso e benefícios das tecnologias digitais entre diferentes grupos sociais são um dos principais obstáculos (Castells, 2000). Em escolas rurais, a falta de dispositivos tecnológicos e de internet de qualidade limita não apenas o acesso à informação, mas também o desenvolvimento de competências essenciais para o século XXI, como pensamento crítico, resolução de problemas e criatividade (Bento; Belchior, 2016). Neste sentido, Santos (2024) ressalta que a exclusão digital perpetua ciclos de pobreza e desigualdade, marginalizando alunos que já se encontram em situação de vulnerabilidade.
O desenvolvimento de habilidades cognitivas e capacidades criativas é fundamental para a formação de cidadãos preparados para os desafios do mundo contemporâneo. Toledo (2015) argumenta que habilidades como pensamento crítico, resolução de problemas e criatividade são essenciais para a adaptação a um mundo em constante transformação. No entanto, a ausência de tecnologias ativas nas escolas pode limitar o desenvolvimento dessas competências. Moran (2004) destaca que a educação tradicional, baseada em métodos expositivos e repetitivos, não é suficiente para estimular a criatividade e a inovação. A integração de tecnologias digitais no ensino pode proporcionar um ambiente mais dinâmico e interativo, onde os alunos são incentivados a explorar novas ideias e soluções.
A formação docente é um elemento-chave para a efetiva integração das tecnologias ativas no ensino. Segundo Lévy (1993), os professores precisam ser capacitados não apenas no uso técnico das ferramentas digitais, mas também na aplicação pedagógica desses recursos. A formação continuada é essencial para que os educadores possam adaptar suas práticas às demandas contemporâneas e promover um aprendizado mais significativo. No contexto de Afuá, a falta de formação adequada dos professores tem sido um obstáculo para a implementação de metodologias inovadoras. Como apontam Bento e Belchior (2016), a capacitação docente deve incluir estratégias para o uso crítico e criativo das tecnologias, visando à promoção de um ambiente educacional mais inclusivo e equitativo.
A inclusão digital nas escolas requer a implementação de políticas públicas que garantam o acesso equitativo às tecnologias e a formação adequada dos professores. Santos et al (2024) destacam que as políticas de inclusão digital devem considerar as especificidades de cada região, promovendo ações que atendam às necessidades locais. Em Afuá, a falta de investimentos em infraestrutura tecnológica e a escassez de programas de formação docente têm limitado o potencial das tecnologias ativas no ensino. A superação desses desafios exige um compromisso coletivo entre governos, instituições educacionais e a comunidade, visando à construção de um sistema educacional mais justo e inclusivo.
Em síntese, o referencial teórico apresentado destaca a importância das tecnologias ativas para a promoção de uma educação de qualidade e equitativa. No entanto, a implementação dessas ferramentas enfrenta desafios significativos em contextos rurais, como o de Afuá, onde a falta de infraestrutura e formação docente limita o potencial das tecnologias no ensino. A superação desses obstáculos requer a adoção de políticas públicas que garantam o acesso à tecnologia e a capacitação dos professores, visando à formação de cidadãos críticos, criativos e preparados para os desafios do século XXI.
3 Marco Metodológico
Esta pesquisa teve como objetivo central analisar as dificuldades enfrentadas pelos professores do Ensino Fundamental I e II em quatro escolas públicas municipais de Afuá-PA no processo de ensino sem a utilização de tecnologias ativas. O problema de pesquisa foi definido a partir da seguinte questão: Quais as dificuldades enfrentadas pelos professores do Ensino Fundamental I e II em quatro escolas públicas municipais de Afuá-PA no processo de ensino sem a utilização de tecnologias ativas? A ausência de recursos tecnológicos e a falta de formação docente para o uso dessas ferramentas têm impactado negativamente a qualidade do ensino e o desenvolvimento de habilidades essenciais nos alunos, como pensamento crítico, criatividade e colaboração.
Para alcançar esse objetivo, a pesquisa foi estruturada em torno de um objetivo geral e quatro objetivos específicos. O objetivo geral foi analisar as dificuldades enfrentadas pelos professores do Ensino Fundamental I e II em quatro escolas públicas municipais de Afuá-PA no processo de ensino sem a utilização de tecnologias ativas, identificando os impactos na prática pedagógica e no aprendizado dos alunos. Já os objetivos específicos incluíram: (1) identificar as principais barreiras relacionadas à falta de acesso a tecnologias digitais nas escolas pesquisadas; (2) descrever as estratégias pedagógicas utilizadas pelos professores na ausência de tecnologias ativas; (3) avaliar o impacto da falta de tecnologias ativas no desenvolvimento de habilidades cognitivas e criativas dos alunos; e (4) propor recomendações para a implementação de políticas públicas que promovam a inclusão digital nas escolas de Afuá-PA.
A hipótese central que guiou a pesquisa foi a de que a ausência de tecnologias ativas no ensino limita a eficácia das práticas pedagógicas, comprometendo o engajamento dos alunos e o desenvolvimento de habilidades essenciais para as novas demandas da sociedade, como pensamento crítico, criatividade e colaboração. Além disso, a falta de formação docente para o uso de tecnologias e a carência de infraestrutura tecnológica foram consideradas fatores que agravam essas dificuldades.
A pesquisa adotou uma abordagem quantitativa, com foco na coleta e análise de dados numéricos para identificar padrões e tendências relacionados às dificuldades enfrentadas pelos professores. O estudo foi do tipo descritivo, pois buscou descrever e analisar as condições atuais do uso (ou não uso) de tecnologias ativas nas escolas pesquisadas, sem interferir diretamente no ambiente estudado.
O principal instrumento de coleta de dados foi um questionário estruturado, composto por 24 questões fechadas, divididas em duas categorias principais: (1) Desigualdades Digitais, que abordou questões relacionadas ao acesso a dispositivos tecnológicos, infraestrutura de internet e formação docente para o uso de tecnologias; e (2) Habilidades Cognitivas e Capacidades Criativas, que avaliou o desenvolvimento de habilidades como pensamento crítico, resolução de problemas e criatividade entre os alunos.
O questionário foi aplicado a 55 professores do Ensino Fundamental I e II de quatro escolas públicas municipais de Afuá-PA. A escolha dos participantes foi feita por meio de uma amostragem aleatória simples probabilística, garantindo que todos os professores tivessem igual chance de participar da pesquisa. A aplicação do questionário foi realizada de forma presencial, com o apoio das direções das escolas, e os participantes foram informados sobre os objetivos da pesquisa, a confidencialidade das respostas e o caráter voluntário da participação. Todos os professores assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), em conformidade com os princípios éticos estabelecidos pela Resolução nº 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde (CNS).
Os dados coletados foram analisados por meio de estatística descritiva, utilizando ferramentas como frequências, percentuais e médias para organizar e interpretar as informações. A análise foi realizada com o auxílio do software Microsoft Excel, que permitiu a criação de gráficos e tabelas para visualização dos resultados. A interpretação dos dados foi guiada por três etapas principais: (1) organização dos dados, em que os questionários foram tabulados e as respostas categorizadas de acordo com as variáveis de pesquisa; (2) análise quantitativa, com o cálculo de frequências e percentuais das respostas, identificando tendências e padrões; e (3) interpretação crítica, em que os resultados foram confrontados com o referencial teórico, permitindo uma discussão aprofundada sobre as dificuldades enfrentadas pelos professores e os impactos da falta de tecnologias ativas no ensino.
Uma das limitações deste estudo foi o foco em apenas quatro escolas públicas de Afuá- PA, o que pode restringir a generalização dos resultados para outros contextos. Além disso, a pesquisa quantitativa, embora permita a identificação de padrões, não explora em profundidade as percepções e experiências individuais dos professores. Sugere-se que estudos futuros complementem esta investigação com abordagens qualitativas, como entrevistas ou grupos focais, para uma compreensão mais ampla do fenômeno estudado.
A metodologia adotada nesta pesquisa permitiu uma análise sistemática das dificuldades enfrentadas pelos professores no ensino sem a utilização de tecnologias ativas. A combinação de um questionário estruturado com análise quantitativa proporcionou uma visão clara dos desafios relacionados à infraestrutura tecnológica, formação docente e desenvolvimento de habilidades cognitivas e criativas dos alunos. Os resultados obtidos oferecem subsídios para a elaboração de políticas públicas e estratégias pedagógicas que promovam a inclusão digital e a melhoria da qualidade do ensino em Afuá-PA.
4 Marco Analítico
Desigualdades Digitais
Os resultados indicam que 80% dos professores relataram a ausência de dispositivos tecnológicos adequados nas escolas, enquanto apenas 5% afirmaram que as instituições possuem infraestrutura de internet suficiente. A falta de acesso a tecnologias digitais foi identificada como um fator que limita o engajamento dos alunos e a eficácia das práticas pedagógicas. Além disso, 70% dos docentes destacaram a escassez de formação para o uso de tecnologias, o que compromete a integração dessas ferramentas no ensino.
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Este cenário evidencia uma deficiência crítica na infraestrutura tecnológica das instituições educacionais, uma vez que a disponibilidade de recursos digitais é um elemento fundamental para o desenvolvimento de práticas pedagógicas adequadas ao contexto contemporâneo.
A literatura educacional corrobora essa afirmação, destacando que o acesso a ferramentas digitais não apenas facilita o processo de ensino e aprendizagem, mas também atua como um pré-requisito para a promoção de um ensino de qualidade. Bento e Belchior (2016) argumentam que a integração de tecnologias educacionais é imprescindível para a construção de metodologias que atendam à contemporaneidade, uma vez que estas tecnologias possibilitam um engajamento mais adequado por parte dos estudantes.
Habilidades Cognitivas e Capacidades Criativas
A pesquisa revelou que apenas 10% dos alunos demonstram habilidades criativas e de resolução de problemas de forma inovadora. A ausência de tecnologias ativas nas escolas limita o desenvolvimento de competências como pensamento crítico e colaboração, essenciais para as novas demandas sociais. Além disso, 20% dos professores observaram que os alunos se sentem confortáveis para expressar ideias criativas, indicando a necessidade de práticas pedagógicas que incentivem a criatividade.
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De acordo com Azevedo (2022), a habilidade de questionar e investigar constitui um pilar fundamental do pensamento crítico. Essa capacidade de indagar não apenas sobre a veracidade das informações apresentadas, mas também sobre a lógica subjacente às conclusões, é vital para a formação de cidadãos críticos e reflexivos. O desenvolvimento de habilidades de questionamento está intrinsecamente ligado à promoção de uma cultura de investigação e à capacidade de análise crítica do conhecimento.
Além disso, a prática de contestar ideias propicia um ambiente de diálogo reflexivo, no qual os alunos são incentivados a examinar criticamente os conteúdos discutidos em sala de aula. Esse tipo de interação não apenas enriquece as discussões acadêmicas, mas também aprimora a capacidade dos estudantes de articular argumentos e avaliar informações de maneira sistemática. Fomentar um espaço que valorize o questionamento e a busca de evidências é decisivo para a formação de competências que transcendem o âmbito escolar, preparando os alunos para atuarem de maneira independente e crítica na sociedade.
Impacto da Inclusão Digital
Apesar das limitações, 65% dos professores relataram que os alunos utilizam ferramentas digitais esporadicamente para pesquisa e desenvolvimento de ideias. No entanto, apenas 5% dos docentes afirmaram que os alunos reconhecem os benefícios da tecnologia na visualização de conceitos complexos. Esses dados sugerem que a inclusão digital, quando implementada, pode melhorar o engajamento e a qualidade do aprendizado, mas ainda há desafios significativos a serem superados.
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A relevância das ferramentas digitais na educação é corroborada por diversas abordagens acadêmicas, como as apresentadas por Moran (2004), que ressalta a importância da tecnologia na promoção de práticas pedagógicas mais dinâmicas e produtivas. Moran (2004) defende que a inserção de recursos tecnológicos no ambiente educacional pode contribuir para a transformação das metodologias de ensino, proporcionando um espaço onde a interação e colaboração se tornam mais efetivas. Assim, o reconhecimento dos educadores acerca da utilização dessas ferramentas se alinha com as tendências contemporâneas que buscam uma educação mais conectada e integradora.
Assim sendo, a alta porcentagem de professores que percebe a utilização eficaz de ferramentas digitais reforça a ideia de que a inclusão digital é fundamental para a construção do conhecimento. A inclusão digital, nesse contexto, não se restringe apenas ao acesso a dispositivos tecnológicos, mas se estende à capacidade de utilizá-los de maneira crítica e criativa. Essa competência digital tem se mostrado um diferencial importante no desenvolvimento das habilidades dos alunos, permitindo um engajamento mais profundo com os conteúdos abordados em sala de aula.
É importante destacar que, embora os dados sugerem uma adesão positiva ao uso de ferramentas digitais, a expressão “esporadicamente” pode indicar uma utilização inconsistente. Essa intermitência pode ser reflexo de diversos fatores, como a formação dos professores, a infraestrutura disponível nas instituições de ensino e a resistência a mudanças nas práticas pedagógicas tradicionais. Assim, a análise dos fatores que influenciam essa utilização se torna essencial para compreender os desafios enfrentados na implementação das tecnologias educacionais.
Convém ressaltar que, esses dados evidenciam a necessidade de se fomentar um debate contínuo sobre a relação entre tecnologia e educação, buscando estratégias que possibilitem a integração de ferramentas digitais no cotidiano escolar. A formação continuada dos educadores, a melhoria das condições de infraestrutura e o incentivo ao uso crítico das tecnologias podem ser caminhos viáveis para potencializar a educação digital. Assim, torna-se evidente que o papel dos educadores será fundamental na transição para uma educação que não apenas abrace as tecnologias digitais, mas que também promova um aprendizado mais significativo e contextualizado.
5 Considerações Finais
Esta pesquisa buscou analisar as dificuldades enfrentadas pelos professores do Ensino Fundamental I e II em quatro escolas públicas municipais de Afuá-PA no processo de ensino sem a utilização de tecnologias ativas. Os resultados obtidos revelaram um cenário preocupante, marcado pela falta de acesso a dispositivos tecnológicos, infraestrutura de internet insuficiente e formação docente inadequada para o uso de ferramentas digitais. Esses fatores, combinados, limitam a eficácia das práticas pedagógicas e comprometem o desenvolvimento de habilidades essenciais nos alunos, como pensamento crítico, criatividade e colaboração.
A análise dos dados mostrou que 80% dos professores relataram a ausência de dispositivos tecnológicos adequados nas escolas, enquanto apenas 5% afirmaram que as instituições possuem infraestrutura de internet suficiente. Essa carência de recursos impacta diretamente o engajamento dos alunos, uma vez que a falta de tecnologias ativas restringe as possibilidades de interação e colaboração em sala de aula. Além disso, 70% dos docentes destacaram a escassez de formação para o uso de tecnologias, o que compromete a integração dessas ferramentas no ensino e limita a inovação nas práticas pedagógicas.
No que diz respeito ao desenvolvimento de habilidades cognitivas e criativas, os resultados indicaram que apenas 10% dos alunos demonstram habilidades criativas e de resolução de problemas de forma inovadora. A ausência de tecnologias ativas nas escolas limita o desenvolvimento de competências como pensamento crítico e colaboração, essenciais para a construção do conhecimento. Além disso, 20% dos professores observaram que os alunos se sentem confortáveis para expressar ideias criativas, indicando a necessidade de práticas pedagógicas que incentivem a criatividade e a autonomia dos estudantes.
Apesar das limitações, a pesquisa também identificou pontos positivos. Por exemplo, 65% dos professores relataram que os alunos utilizam ferramentas digitais esporadicamente para pesquisa e desenvolvimento de ideias, o que sugere um potencial para a integração de tecnologias no ensino. No entanto, apenas 5% dos docentes afirmaram que os alunos reconhecem os benefícios da tecnologia na visualização de conceitos complexos, evidenciando a necessidade de uma abordagem mais intencional e estratégica no uso dessas ferramentas.
Diante desses resultados, é evidente que a inclusão digital nas escolas de Afuá-PA é uma prioridade urgente. A superação das barreiras identificadas requer a implementação de políticas públicas que garantam o acesso equitativo às tecnologias e a formação adequada dos professores. Investimentos em infraestrutura tecnológica, como a disponibilização de dispositivos digitais e internet de qualidade, são fundamentais para criar um ambiente educacional propício à inovação. Além disso, programas de formação continuada devem ser desenvolvidos para capacitar os docentes no uso pedagógico das tecnologias, permitindo que eles integrem essas ferramentas de forma crítica e criativa em suas práticas.
A pesquisa também destacou a importância de promover um ambiente escolar que valorize a criatividade e a experimentação. A adoção de metodologias ativas, como projetos interdisciplinares, gamificação e aprendizagem baseada em problemas, pode estimular o engajamento dos alunos e o desenvolvimento de habilidades essenciais. Além disso, a criação de espaços de colaboração e troca de experiências entre professores, alunos e a comunidade pode fortalecer o senso de pertencimento e a motivação para o aprendizado.
Em síntese, os resultados desta pesquisa evidenciam a necessidade de ações integradas e estratégicas para promover a inclusão digital nas escolas de Afuá-PA. A superação das dificuldades enfrentadas pelos professores e alunos requer um compromisso coletivo com a melhoria da qualidade do ensino e a promoção de uma educação que prepare os estudantes para os desafios do futuro. A implementação de políticas públicas, a formação docente e a valorização da criatividade são passos fundamentais para transformar o cenário educacional da região, garantindo que todos os alunos tenham acesso a oportunidades equitativas de aprendizado e desenvolvimento.
Referências
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BENTO, A.; BELCHIOR, F. Tecnologias na educação: Desafios e perspectivas. Editora Educar, 2016.
CASTELLS, M. A sociedade em rede. Paz e Terra, 2000. LÉVY, P. As Tecnologias da inteligência. Editora 34, 1993.
MORAN, J. M. A Educação que desejamos: Novos desafios e como chegar lá. Papirus, 2004. SANTOS, M. Inclusão digital e educação: Caminhos para a equidade. Editora Moderna, 2024. Souza, L.;Viana, R. Desigualdades digitais no contexto educacional. Editora Conhecimento, 2023.
SANTOS, R.; RIBEIRO, M. R. F.; CARVALHO, F. da S. P. de. Educação Online: aprender ensinar em rede. Informática na Educação: Série de livros-textos da CEIE/SBC. Dispinível em: https://informaticanaeducacao.uniriotec.br/2017/10/25educacao-online-aprenderensinarem- rede/. Acesso em agosto. 2024
TOLEDO, B. de S. O uso de softwares como ferramentas de ensino-aprendizagem na educação do ensino médio/técnico no Instituto Federal de Minas Gerais. Universidade FUMEC. Belo Horizonte, 2015.
1 Doutora em Educação pela Universidade Católica de Petropólis – UCP. Especialista em Pedagogia Escolar: Supervisão, Orientação e Administração, pelo Centro Universitário Internacional – UNINTER. Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal do Amapá – UNIFAP.
2 Doutora em Educação pela Universidade Católica de Petropólis – UCP; Mestra em Educação pela Universidade Federal do Amapá – UNIFAP; Especialista em Didática do Ensino Superior pela Faculdade de Macapá – FAMA e Novas Tecnologias de Ensino pela Faculdade Educacional da Lapa – FAEL; Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal do Amapá – UNIFAP.