AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS E COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA NAS SALAS DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS

ASSISTIVE TECHNOLOGIES AND ALTERNATIVE COMMUNICATION IN MULTIFUNCTIONAL RESOURCE ROOMS

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ma10202402101606


Aline Nascimento Paz1
Anderson Henrique Gueniat da Silva2
Hilda Paula Eugenia da Silva3
Jigriola Duarte dos Santos4
Patric Everton da Silva Nascimento5
Pedro Rogério de Oliveira Santos6
Rafael Rocha Soares7
Rodrigo da Cunha Ferreira8
Rosane Simonetti9
Valeria Carvalho Sampaio10
Orientador: José Roberto de Lima Candido11


Resumo

A sala de recursos é um ambiente separado, seja uma sala de aula ou uma sala designada menor, onde um programa de educação especial pode ser ministrado a um aluno com deficiência, individualmente ou em um pequeno grupo. Neste espaço é possível usar a tecnologia assistiva e a comunicação alternativa como estratégia pedagógica. A tecnologia assistiva é a tecnologia usada por indivíduos com deficiência para desempenhar funções que de outra forma seriam difíceis ou impossíveis, os sistemas de comunicação aumentativa e alternativa (CAA) é o termo usado para equipamento especializado ou software de computador, que permite aumentar a qualidade e a consistência do trabalho feito com o aluno com dificuldade ou distúrbio na fala ou escrita.  O presente trabalho tem como objetivo geral conhecer a importância das salas de recursos multifuncionais na aprendizagem e desenvolvimento dos alunos com necessidades educativas especiais e aqueles com dificuldade de aprendizagem.  Este trabalho de ordem metodológica bibliográfica e qualitativa de autoria dos alunos mestrandos do Programa de Mestrado em Ciências da Educação da Universidade Leonardo da Vinci de Assunção, Paraguai, ressaltou que a sala de recursos é para alunos que se qualificam para serviços de educação especial ou para alunos de educação geral que precisam de alguma instrução especial em um ambiente individualizado ou em pequenos grupos durante uma parte do dia. As necessidades individuais são atendidas em salas de recursos, os alunos veem ou são levados à sala de recursos por vários motivos. Mais comumente, eles vão para acessar os materiais educacionais de uma maneira que melhor se adapte aos seus estilos e capacidades de aprendizagem.

Palavras-chave: Sala de recursos. Educação inclusiva.  Tecnologia assistiva. Comunicação aumentativa e alternativa.

Abstract

The resource room is a separate environment, either a classroom or a smaller designated room, where a special education programme can be delivered to a student with a disability, either individually or in a small group. In this space it is possible to use assistive technology and alternative communication as pedagogical strategies. Assistive technology is technology used by individuals with disabilities to perform functions that would otherwise be difficult or impossible, and augmentative and alternative communication (AAC) systems is the term used for specialised equipment or computer software that makes it possible to increase the quality and consistency of the work done with a student with a speech or writing difficulty or disorder.  The general aim of this work is to understand the importance of multifunctional resource rooms in the learning and development of students with special educational needs and those with learning difficulties.  This bibliographical and qualitative methodological work by master’s students from the Master’s Programme in Educational Sciences at the Universidad Leonardo da Vinci in Asunción, Paraguay, highlighted that the resource room is for students who qualify for special education services or for general education students who need some special instruction in an individualised environment or in small groups for part of the day. Individual needs are met in resource rooms, students come or are brought to the resource room for various reasons. Most commonly, they go to access educational materials in a different way.

Keywords: Resource room. Inclusive education. Assistive technology. Augmentative and alternative communication.

1 INTRODUÇÃO

A sala de recursos é um ambiente projetado na escola para atender alunos com necessidades especiais de aprendizagem em uma sala de aula regular e aqueles que não estão diagnosticados com deficiência, mas possuem dificuldade de aprendizagem, estes receberam ajuda especializada alguns dias por semana de um professor de educação especial para fortalecer os conceitos aprendidos em sala e ensiná-lo a acompanhar o trabalho de aula.

Uma alternativa para a sala de recursos é a tecnologia assistiva, que consiste em um item ou equipamento que ajuda o educando com deficiência a aumentar, manter ou melhorar as suas capacidades funcionais, os dispositivos de tecnologia assistiva podem ser de alta ou baixa tecnologia.  Temos também a comunicação aumentativa/alternativa é um subconjunto da Tecnologia Assistiva.  A CCA está relacionada a dispositivos e serviços que compensam (temporária ou permanentemente) distúrbios graves de comunicação expressiva (ou seja, o grave comprometimento da fala e da escrita). É apropriado para qualquer aluno que não seja capaz de se comunicar efetivamente com a fala. E alunos que esteja tendo dificuldade em entender e usar a linguagem oral (VARELA; OLIVER, 2013).

Dada a importância de sincronizar a sala de recursos com o currículo da sala de aula, deve haver uma comunicação frequente e colaboração entre os professores para que esteja organizada e tenham interesses em comum, com foco na dificuldade do aluno. Temos por problema de pesquisa:  Como os avanços recentes nas tecnologias assistivas e comunicação alternativa podem melhorar significativamente a eficácia das práticas da sala de recursos? 

Melhorar a educação especial é um desafio. Todas as escolas deveriam possuir uma sala de recursos, para melhorar o desempenho e os resultados dos alunos com necessidades especiais e dos alunos com dificuldades, mas essa prática não é uma realidade na maioria de nossas escolas.

Essa pesquisa tem por objetivo geral conhecer a importância das salas de recursos multifuncionais na aprendizagem e desenvolvimento dos alunos com necessidades educativas especiais e aqueles com dificuldade de aprendizagem.  Por objetivos específicos: compreender   o que é tecnologia assistiva e da comunicação alternativa e ampliada; pesquisar alguns itens que compõem a comunicação alternativa; entender como as salas de recursos multifuncionais necessitam de um professor especialista em educação especial para atender esses educandos.  Justifica-se  a importância dessa pesquisa pois  para muitos alunos com deficiência, a tecnologia assistiva (TA) é extremamente importante na remoção de barreiras à mobilidade, comunicação, socialização e aprendizagem. 

2 METODOLOGIA

Este trabalho  de ordem bibliográfica foi desenvolvido a partir de um material já elaborado, constituído principalmente, por livros, artigos científicos e textos eletrônicos, buscando explicar um problema, a partir de referenciais teóricos já publicados.  Inicialmente foi realizada a busca de artigos considerando a base de dados o Google Acadêmico, os descritores e suas combinações em português e inglês que foram utilizados são: comunicação alternativa, tecnologia assistiva, educação especial, sala de recursos multifuncional, dificuldade de aprendizagem, educação inclusiva.   

3  SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS 

De acordo com o decreto brasileiro 7.611 (BRASIL, 2011), o serviço de educação especial é definido como o “conjunto de instituições continuamente organizadas, com acessibilidade e recursos pedagógicos e atividades” que visam complementar a educação de alunos com deficiência e transtorno global de desenvolvimento.  O suporte disponível nas salas de aula de recursos multifuncionais pode ser contínua ou limitada de tempo. Este serviço deve ser integrado com o da escola e o programa pedagógico com a participação da família do aluno. 

A  Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN) (BRASIL, 1996) em seu art. 58, reformulado pela Lei nº 12.796, de 2013, onde enfatiza que todo e qualquer discente com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação têm  igualdade de direitos educacionais, o Artigo 3  do decreto fortalece a articulação entre educação especial e regular, para garantir o acesso, a participação e o aprendizado dos alunos considerados como público-alvo de educação especial.

As Salas de Recursos Multifuncionais no Brasil foram criadas nos anos 80, porém começou a ser pensada desde a década de 70, com o objetivo de atender as pessoas com algum tipo de deficiência que frequentavam o ensino regular, visando ampliar seus conhecimentos e oportunizando o desenvolvimento de suas capacidades, com a finalidade de superar as lacunas do ensino regular. De acordo com Santos (2018) a criação do programa Sala de Recurso Multifuncional se deu da seguinte maneira:

No ano de 2003, no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Ministério da Educação (MEC) implantou uma Política de Educação Inclusiva: direito à diversidade, por meio de vários programas e ações. Na educação Especial, o programa Sala de Recurso Multifuncional, visava à construção de um sistema educacional direcionado à inclusão de 11 todos ao ensino escolar. Além do programa da sala de recurso, criou-se o programa de Complementação ao Atendimento Educacional Especializado às Pessoas Portadoras de Deficiência (PAED), instituído pela Lei n. 10.845 de 05 de março de 2004 que tem a finalidade de atender os alunos do ensino regular integrado a sala de recurso (SANTOS, 2018, p.10-11). 

Às vezes, a sala de aula regular pode ser barulhenta e cheia de distrações, e os alunos vêm para a sala de recursos para melhor se concentrar e absorver o material, especialmente quando novas informações estão sendo introduzidas. Em outros momentos, o material ensinado na sala de aula de educação geral está acima do nível do aluno e a sala de recursos serve como um local mais tranquilo, onde o aluno pode estudar o material em um ritmo mais lento (CRESCÊNCIO; BRUNONI, 2021).

Muitas vezes, os alunos também vão à sala de recursos para serem avaliados e testados, seja para suas necessidades especiais ou quaisquer outros exames acadêmicos, pois a sala de recursos oferece um ambiente menos perturbador e, portanto, uma melhor chance de sucesso. Em relação ao teste de necessidades especiais, para determinar a elegibilidade para educação especial, uma criança é reavaliada a cada três anos e, na maioria dos casos, a reavaliação ocorre na sala de recursos (CRESCÊNCIO; BRUNONI, 2021).

Muitas salas de recursos também atendem às necessidades sociais de seus alunos, pois o ambiente de pequenos grupos é menos ameaçador e os alunos que às vezes ficam fora das classes de educação geral estão mais dispostos a sair de suas zonas de conforto e fazer amigos. 

A sala de recursos também oferece mais prontamente oportunidades para intervenções comportamentais, e os professores frequentemente treinam os alunos em suas habilidades sociais, muitas vezes ajudando-os a assumir responsabilidades de liderança, como ajudar outro aluno a aprender (SANTOS, 2018). 

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES – TECNOLOGIA ASSISTIVA  

A Tecnologia Assistiva (TA) é uma ampla gama de equipamentos, serviços, estratégias e práticas concebidas e aplicadas para minorar os problemas funcionais encontrados pelos indivíduos com deficiências (COOK; HUSSEY, 2019). 

O uso de tecnologia pelos professores nas salas de recurso multifuncionais vem aumentando, de laptops a aplicativos educacionais. São vários os benefícios quando se trata de tecnologia assistiva principalmente na área de educação especial. O objetivo da TA é incentivar um senso de independência, proporcionando-lhes acesso ao mesmo nível de aprendizagem que seus pares. Também oferece a oportunidade para a educação especial passar mais tempo com seus colegas que frequentam sala de recursos, o que pode resultar em maior autoestima e habilidades sociais (BERSCH, 2013). 

Em 16 de novembro de 2006, a Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República – SEDH/PR, através da portaria nº 142, instituiu o Comitê de Ajudas Técnicas – CAT, que reuniu um grupo de especialistas brasileiros e representantes de órgãos governamentais, em uma agenda de trabalho (BRASIL – SDHPR, 2012). De acordo com essa portaria ficou decretado: 

O CAT foi instituído como objetivos principais de: apresentar propostas de políticas governamentais e parcerias entre a sociedade civil e órgãos públicos referentes à área de tecnologia assistiva; estruturar as diretrizes da área de conhecimento; realizar levantamento dos recursos humanos que atualmente trabalham com o tema; detectar os centros regionais de referência, objetivando a formação de rede nacional integrada; estimular nas esferas federal, estadual, municipal, a criação de centros de referência; propor a criação de cursos na área de tecnologia assistiva, bem como o desenvolvimento de outras ações com o objetivo de formar recursos humanos qualificados e propor a elaboração de estudos e pesquisas, relacionados com o tema da tecnologia assistiva. (BRASIL – SDHPR, 2012) 

Juntamente com a necessidade de TA na educação especial, surge a necessidade de profissionais de educação especial auxiliar no uso dessas tecnologias da maneira mais eficiente possível. Desde medir o sucesso até ajudar outros profissionais da educação na equipe dos alunos, os profissionais da escola certamente desempenham um papel essencial na criação de um ambiente de sucesso (COOK; HUSSEY, 2019). 

É importante lembrar que a tecnologia assistiva não pretende substituir um professor.  A assistência pode incluir uma grande variedade de coisas.  A escola também pode precisar treinar o aluno, a família e os professores como usá-lo. Tudo isso garantirá o uso adequado e resultados mais eficazes. De acordo com Alves (2017, p.31): 

O acesso à tecnologia assistiva, na verdade, um direito do aluno com deficiência, a fim de que o mesmo possa exercer direitos dos mais fundamentais, que, com frequência, na ausência dessas tecnologias, não poderiam ser exercidos, como, por exemplo, o direito à comunicação, a interação, a expressão autônoma do pensamento, ao aprendizado, entre outros.

Quando uma criança recebe um dispositivo de tecnologia, é importante garantir que ela entenda por que o está usando. Um notebook não deve ser usado por uma criança para jogar jogos não educativos, por exemplo. Muitas vezes, é dado aos alunos para ajudar com suas habilidades de escrita se eles tiverem problemas de coordenação motora fina. Eles também podem ser usados ​​para organizar eletronicamente trabalhos escolares e notas para uma criança que tem dificuldade de função executiva com notas e pastas tradicionais. Quando usada corretamente, a tecnologia assistiva tornará o aluno mais capaz de funcionar em seu ambiente acadêmico atual (ALVES, 2017).  

Há diversos  tipos de tecnologia assistiva para diferentes dificuldades de alunos especiais, a maioria pode ser usada na escola, algumas são específicas para o auxílio da vida em casa, mas que o professor da sala de recurso pode estar orientando os pais a adquirir ou até ajudando confeccionar materiais adaptados: 

Auxílios para a vida diária: auxílios de autoajuda para uso em atividades como comer, tomar banho, cozinhar, vestir-se, ir ao banheiro, manutenção da casa etc.  

Aparelhos para deficientes auditivos: Aparelhos para populações específicas, incluindo dispositivos de escuta assistida (infravermelho, sistemas de circuito FM), aparelhos auditivos, TTYs, sistemas de alerta visual e tátil etc. (ALVES, 2017).

Auxílios para Deficientes Visuais: Auxílios para populações específicas, incluindo lupas, Braille ou dispositivos de saída de fala, telas grandes, circuito fechado de televisão para ampliar documentos etc. 

Comunicação Aumentativa e Alternativa (AAC): Dispositivos eletrônicos e não eletrônicos que ajudam pessoas com deficiência de fala e/ou audição a se comunicarem: placas de comunicação, sintetizadores de fala, máquinas de escrever modificadas, ponteiros de cabeça, software de texto para voz. (Veremos melhor este item no próximo capítulo). 

Auxílios de acesso ao computador: Headsticks, indicadores luminosos, teclados modificados ou alternativos, interruptores ativados por pressão, som ou voz, telas sensíveis ao toque, software especial, software de voz para texto que permite que pessoas com deficiência usem um computador. Esta categoria inclui software de reconhecimento de voz (BASEGIO, 2016).

Controles Ambientais: Sistemas eletrônicos que ajudam as pessoas a controlar vários aparelhos, interruptores de telefone, TV ou outros aparelhos que são ativados por pressão, sobrancelhas ou respiração. 

Modificações Residência/Trabalho: Adaptações estruturais que removem ou reduzem barreiras físicas: rampa, elevadores, troca de banheiros, abridores automáticos, portas ampliadas. 

Auxílios de Mobilidade: Dispositivos que auxiliam as pessoas a se locomoverem em seus ambientes: cadeiras de rodas elétricas ou manuais, modificações de veículos para viagens, patinetes, muletas, bengalas e andadores (ALVES, 2017).

Próteses e Órteses: Substituição ou aumento de partes do corpo com membros artificiais ou outros auxílios ortopédicos, como talas ou suspensórios. Existem também próteses para ajudar com limitações ou déficits cognitivos, incluindo fitas de áudio ou pagers (que funcionam como avisos ou lembretes) (BASEGIO, 2016).

Recreação: Dispositivos para permitir a participação em eventos esportivos, sociais e culturais. Os exemplos incluem audiodescrição para filmes, controles adaptativos para videogames, varas de pesca adaptáveis, punhos para segurar remos ou raquetes, sistemas de assentos para barcos (VARELA; OLIVER, 2013).

Assentos e Posicionamento: Assentos adaptados, almofadas, mesas de pé, cintos de posicionamento, suspensórios, almofadas e cunhas para manter a postura e dispositivos que fornecem suporte corporal para ajudar as pessoas a realizar uma série de tarefas diárias (BASEGIO, 2016).

Animais de serviço: Um animal de serviço como qualquer cão-guia (para deficientes visuais e cegos), cão de sinalização (para deficientes auditivos ou surdos) ou outro animal treinado individualmente para prestar assistência a um indivíduo com deficiência. 

Modificações do veículo: Auxiliares de direção adaptáveis, controles manuais, cadeiras de rodas e outros elevadores, vans modificadas ou outros veículos motorizados usados ​​para transporte pessoal (EDUCAMUNDO, 2018).  

As tecnologias assistivas em ambientes de ensino podem impedir que alunos com deficiência sejam colocados em salas de aula segregadas ou tenham uma ajuda em tempo integral para falar ou escrever em seu nome. Em vez disso, as crianças com deficiências cognitivas, motoras, de fala, visuais ou auditivas agora têm uma ferramenta que lhes permite se adaptar a uma sala de aula regular e na sala de recurso usando tecnologia assistiva, tornando-as necessárias para o sucesso na sala de aula (BASEGIO, 2016).

Os professores na sala de recursos têm um papel desafiador, pois precisam projetar todas as instruções para atender às necessidades específicas dos alunos que atendem para maximizar seu potencial de aprendizado. Os professores da sala de recursos trabalham em estreita colaboração com o professor da sala de aula regular da criança e os pais para garantir que o apoio esteja realmente ajudando o aluno a atingir seu pleno potencial.

4.1 COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA 

Dispositivos de comunicação, sistemas, estratégias e ferramentas que substituem ou suportam a fala natural são conhecidos como comunicação aumentativa e alternativa. Essas ferramentas auxiliam uma pessoa que tem dificuldades para se comunicar usando a fala. Basicamente, a comunicação alternativa pode ser ferramentas, sistemas, dispositivos ou estratégias. Essas ferramentas ajudam uma pessoa a se comunicar, quando não pode contar com a fala.  

  A Comunicação Alternativa (CA) visa a compensar e facilitar de forma temporária ou permanente as limitações e os padrões de inabilidade de indivíduos com transtornos expressivos e/ou de compreensão da linguagem falada e/ou escrita. Ela compreende um conjunto de métodos e técnicas ditos com ou sem ajuda. 

Segundo Aquino (2018, p.21): 

Nos sistemas simbólicos não apoiados o aluno utiliza apenas o seu corpo para se comunicar. Esses sistemas incluem os gestos, os sinais manuais, as vocalizações e as expressões faciais. Já, os sistemas simbólicos apoiados requerem instrumentos além do corpo do aluno para produzir uma mensagem. Esses sistemas simbólicos podem ser simples, de baixa tecnologia, como os objetos concretos e símbolos gráficos organizados em pranchas de comunicação ou de alta tecnologia quando incluem os sistemas simbólicos apresentados em comunicadores pessoais ou computadores. 

A comunicação aumentativa e alternativa (CAA) é o uso de símbolos, auxílios, estratégias e técnicas para aprimorar o processo de comunicação. Isso inclui linguagem de sinais, várias placas de comunicação e dispositivos manuais e eletrônicos ajudam aqueles que têm problemas com a comunicação. “Qualquer pessoa que não consiga se comunicar verbalmente pode recorrer ao auxílio de outra comunicação, pode usar como auxílio a Comunicação Alternativa e Ampliada” (CORTES, 2014, p.20).  Alguns exemplos incluem:  

1. Sistemas de comunicação sem auxílio – Confie no corpo do usuário para transmitir mensagens. Exemplos incluem gestos, linguagem corporal e/ou linguagem de sinais. Uma vantagem dos sistemas de comunicação de comunicação sem auxílio é que eles não requerem nenhuma tecnologia além do corpo da pessoa. 

2.  CAA de baixa tecnologia – Qualquer tipo de auxílio que não necessite de baterias ou eletricidade. Isso inclui coisas como uma simples caneta e papel para escrever mensagens, bem como quadros de fotos, que podem ser carregados para ajudar na comunicação. Em quadros de imagens, os usuários podem apontar para imagens, palavras, figuras, desenhos ou letras para comunicar sua mensagem. O apontamento pode ser feito com as mãos do usuário, outras partes do corpo, olhar nos olhos ou um ponteiro nas mãos ou na boca  (MANZINI, 2013).

3.  CAA de alta tecnologia – Qualquer ajuda que exija eletricidade ou batedores. Isso inclui dispositivos especializados, software, aplicativos para smartphones, placas de comunicação eletrônica e teclados. Muitos dispositivos CAA de alta tecnologia são dispositivos geradores de fala, o que significa que podem produzir fala digitalizada quando o usuário digita uma mensagem ou pressiona imagens, palavras ou letras (VARELA; OLIVER, 2013).

Algumas sugestões de comunicação alternativa para se utilizar em alunos/pacientes com problemas na fala:   

Dispositivos Eletrônicos de Fluência- Dispositivos Eletrônicos de Fluência são dispositivos destinados a ajudar a melhorar a fluência de pessoas com gagueira. Eles fazem isso tocando o som da própria voz do usuário de volta ao ouvido, ligeiramente alterado   (MANZINI, 2013).

Feedback Auditivo Atrasado (DAF) - Os dispositivos de Feedback Auditivo Atrasado reproduzem a voz do usuário com atraso de uma fração de segundo. Os dispositivos DAF podem se parecer com aparelhos auditivos ou fones de ouvido com microfone. Também existem aplicativos que podem usar o DAF em chamadas telefônicas (VARELA; OLIVER, 2013).

Feedback de Frequência Alterada (FAA) - Os dispositivos de Feedback de Frequência Alterada (FAA) são semelhantes ao DAF, mas em vez de atrasar o usuário ouvir sua própria voz, eles alteram o tom em que o usuário ouve sua própria voz (MANZINI, 2013).

A comunicação aumentativa e alternativa (CAA) engloba os vários métodos de comunicação usados ​​para complementar ou substituir a fala e a escrita de indivíduos com distúrbios graves de comunicação ou neurológicos. Dá voz àqueles que não podem falar, proporcionando-lhes uma saída positiva para expressar seus desejos, necessidades e decisões, além de permitir mais autonomia, interações sociais positivas e melhorar sua qualidade de vida geral. 

5   CONCLUSÃO

A sala de recursos multifuncional é uma sala de aula especial onde uma criança pode ter suas necessidades educacionais atendidas. Essas crianças geralmente acham difícil aprender em um ambiente maior. É especialmente difícil para eles quando novos conceitos estão sendo apresentados. A criança por algumas horas recebe a atenção de um profissional especialista. A sala de recursos é um lugar onde uma criança pode obter toda a ajuda de que precisa para ter sucesso em seu ambiente de sala de aula regular. 

Vimos nessa pesquisa que a tecnologia assistiva pode fazer parte da sala de recursos, eles são dispositivos adaptativos são auxílios, controles, aparelhos e suprimentos de comunicação ou do tipo adaptativo, que são necessários para permitir que o aluno aumente ou mantenha sua capacidade de realizar as tarefas com independência e segurança. Os dispositivos de Tecnologia Assistiva que tratam da Comunicação Alternativa e Aumentativa podem auxiliar professores a superar as dificuldades na fala de educandos que apresentam distúrbios na comunicação.  

A tecnologia assistiva (TA) está disponível para ajudar indivíduos com muitos tipos de deficiência, de problemas cognitivos a deficiências físicas. Um desenvolvimento importante na educação especial moderna é o advento de tecnologias assistivas e adaptativas que os professores podem usar para ajudar seus alunos a aprender e alcançar os níveis mais altos possíveis. 

 E os educadores podem fazer muitas adaptações simples para alunos com deficiências cognitivas para ajudar a maximizar seu aprendizado na sala de recurso multifuncional. Ajustes simples na profundidade das informações e como essas informações são apresentadas podem ajudar muito um aluno que tem dificuldade com técnicas tradicionais de ensino e avaliação. 

Conclui-se que para muitas pessoas, a capacidade de se comunicar é uma parte tão integral da vida que raramente param para apreciar seu valor em conectá-los aos outros e capacitá-los a conduzir os assuntos de suas vidas.  Para alunos que têm graves deficiências de comunicação, um método de comunicação aumentativa ou alternativa (CAA) pode significar a diferença entre silêncio, isolamento e dependência versus ter uma vida que está entrelaçada com a vida da família, amigos e outros, por meio de comunicação e compartilhamento.  

REFERÊNCIAS

ALVES, David de Abreu. Tecnologia Assistiva e inclusão: a construção da consciência espacial cidadã de deficientes visuais. Orientador: Antônio Carlos Pinheiro. 243 f. Dissertação (Mestrado em Geografia), Universidade Federal do Paraíba, João Pessoa, 2017.

AQUINO, Adelyn Barbosa de. Contribuições do uso da comunicação alternativa para crianças com deficiência intelectual na Educação Infantil. Orientador: Tícia Cassiany Ferro Cavalcante. 114 f. Dissertação (Mestrado Em Educação), Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2018.

BASEGIO, Antonio Carlos. Percursos da Tecnologia Assistiva no contexto de educação inclusiva e a luta por reconhecimento das diferenças. Orientador: Elaine Conte. 175 f. Dissertação (Mestrado em Educação), Centro Universitário La Salle, Canoas, 2016.

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BRASIL. SDHPR – Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência – SNPD. 2012.  Disponível em: http://www.pessoacomdeficiencia.gov. br/app. Acesso em: 25 de jan. 2025. 

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. LDB. 9394/1996. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm. Acessado em: 26 de jan. 2025.

COOK, A.M. e HUSSEY, S. M. Tecnologias Assistivas: Princípios e Práticas. St. Louis, Missouri. Mosby. 5 º edição. 2019. 

CORTES, Clarice das Chagas. Comunicação alternativa: um outro olhar para se comunicar.  2014. Disponível em: http://www.ffp.uerj.br/arquivos/dedu/monografias/ Comunica%C3%A7%C3%A3o%20Alternativa.pdf. Acessado em: Acesso em: 27 de jan. 2025. 

CRESCÊNCIO, Renato; BRUNONI, Décio. Análise e caracterização das salas de recursos multifuncionais no ensino fundamental I no município de Aracruz, Espírito Santo. 2021. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-03072018000200011. Acesso em: 26 de jan. 2025. 

EDUCAMUNDO, 2018. Tecnologia Assistiva: conceitos, recursos e cursos fundamentais. Disponível em: https://www.educamundo.com.br/blog/curso-online-tecnologia-assistiva. Acesso em: 25 de jan. 2025.

MANZINI, E. J. Formação do professor para o uso de tecnologia assistiva. In: Cadernos de Pesquisa em Educação. PPGE/UFES, Vitória, ES. a. 9, v. 18, n. 36, p. 11-32, jul./dez. 2013.

SANTOS, Karine de Freitas. A sala de recurso e a inclusão de alunos com necessidades especiais em Mariana MG. 2018. Disponível em: https://www.monografias.ufop.br/bitstream/35400000/1495/6/MONOGRAFIA_SalaRecursoInclus%C3%A3o.pdf. Acesso em: 27 de jan. 2025.

VARELA, Renata Cristina Bertolozzi; OLIVER, Fátima Corrêa. A utilização de Tecnologia Assistiva na vida cotidiana de crianças com deficiência. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 18, n. 6, p. 1773-1784, June 2013.


1- Aline Nascimento Paz- Bacharela em Serviço Social pela Universidade Anhanguera – UNIDERP. Especialista em Gestão e Elaboração de Projetos Sociais pela Universidade Cândido Mendes – UCAM. Mestranda em Ciência da Educação pela Universidade Leonardo da Vinci – ULDV, Paraguai. Analista em Educação – Assistente Social do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano – IF Baiano campus Senhor do Bonfim – BA. Email: alinexuxo@gmail.com

2 – Anderson Henrique Gueniat da Silva – 01 – Graduado em Filosofia pela Universidade Estadual do Norte do Paraná – UENP. 02 – Graduado em Direito pelo Centro Universitário das Faculdades Integradas de Ourinhos – UniFio. 03 – Especialista em Secretariado Executivo pela Faculdade Focus. 04 – Mestrando em Ciências da Educação pela Universidade Leonardo da Vinci – ULDV, Paraguai. 05 – Atualmente é Agente Universitário de Execução – Técnico Administrativo da Universidade Estadual do Norte do Paraná – UENP – Campus Jacarezinho–PR. 06 – E-mail: ahgdasilva@gmail.com

3 – Hilda Paula Eugenia da Silva – Mestranda em Ciências da Educação pela Universidade Leonardo da Vinci, Paraguai. Licenciada em Pedagogia, Arte, Letras Língua Portuguesa em andamento. Especialista em AEE e Educação Inclusiva, Arte Procedimentos e Técnicas, Supervisão, Orientação Escolar. E-mail: hildapaulasilva@hotmail.com

4 – Jigriola Duarte dos Santos – Mestranda em Ciências da Educação pela Universidade Leonardo da Vinci, Paraguai. Licenciada em Matemática (UNEB) Especialista em Matemática Financeira e Estatística (UCAM). Especialista em Educação Especial e Inclusiva (FACUMINAS). Especialista em Educação Especial (FACUMINAS). Mestranda em Ciências da Educação pela Universidade Leonardo da Vinci. Técnico em Educação do Instituto Federal Baiano. E-mail: ji.duarte@hotmail.com

5 – Patric Everton da Silva Nascimento – Mestrando em Ciências da Educação pela Universidade Leonardo da Vinci, Paraguai. Bacharel em Serviço Social pela universidade Anhanguera – Uniderp. Especialista em Gestão Pública. Especialista em Serviço Social e Educação. Atualmente atua como Técnico Administrativo em Educação no IF-Baiano Campus Senhor do Bonfim. Email: pe.everton@hotmail.com

6 – Pedro Rogério de Oliveira Santos. Mestrando em Ciências da Educação pela Universidade Leonardo da Vinci, Paraguai. Licenciado em Ciências Agrárias pelo IF-Baiano Campus Senhor do Bonfim. Atualmente atua como Técnico Administrativo em Educação pelo IF-Baiano Campus Senhor do Bonfim. oliveirasantos.pros@gmail.com

7 – Rafael Rocha Soares Mestrando em Ciências da Educação pela Universidade Leonardo da Vinci, Paraguai. Licenciado em Pedagogia pela Unigran. Especialista em Educação profissional e tecnológica pelo IFES. Mestrando em Ciências da Educação. E-mail: soaresraael@gmail.com

8 – Rodrigo da Cunha Ferreira Mestrando em Ciências da Educação pela Universidade Leonardo da Vinci, Paraguai. Formação em Educação Física pelo Centro Universitário Presidente Antônio Carlos e Educação Especial pela Faculdade FAVENI. Especialista em Educação Física Escolar, pela Universidade Candido Mendes . Especialista em Educação Física e Psicomotricidade e Educação Física Adaptada, pela Faculdade Única de Ipatinga. E-mail: rodrigo.52@hotmail.com

9 – Rosane Simonetti Mestranda em Ciências da Educação pela Universidade Leonardo da Vinci, Paraguai. Licenciada em Pedagogia, Arte e Educação Especial. Especialização em: Neuropsicopedagogia, Gestão Escolar, Metodologia do ensino da arte, Educação Infantil e Anos Iniciais. Professora da Educação Básica, Escritora freelancer e artista plástica. E-mail: rosane-simonetti@hotmail.com.

10 – Valeria Carvalho Sampaio Mestranda em Ciências da Educação pela Universidade Leonardo da Vinci, Paraguai. Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado da Bahia- UNEB. Especialista em Direito Administrativo. Atualmente atua como Assistente em Administração no IF Baiano Campus Senhor do Bonfim. Valleriavs11@gmail.com

11- Orientador do artigo – José Roberto de Lima Candido. Professor SEDUC/SP. Mestrando em Educação ULDV. Pesquisador no Grupo Africanidades, educação em direitos humanos UFABC/CAPES. Especialista em Educação. Licenciado em Pedagogia; Artes e Filosofia. jrlimacultura@gmail.com