A IMPORTÂNCIA DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS NA CONSTRUÇÃO DE UMA POSTURA LETIVA INCLUSIVA

THE IMPORTANCE OF DIGITAL TECHNOLOGIES IN BUILDING AN INCLUSIVE TEACHING STANCE

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/fa10202501291155


Alessandra Ribeiro Baptista1,
Juliana Francisca Rodrigues Pereira2


RESUMO

Neste Artigo, estudou-se a importância das tecnologias digitais na construção de uma postura letiva inclusiva. Na problemática, buscou-se determinar até que ponto é importante o uso de tecnologias digitais para a construção de uma postura letiva inclusiva. Nesta perspectiva, o principal objetivo aqui foi analisar a importância das tecnologias digitais na construção de uma postura letiva inclusiva, considerando suas contribuições para a mentalidade educacional de melhor qualidade. Como metodologia, o estudo envolve revisão integrativa, visando o entendimento pormenorizado da problemática investigada. Na análise, observou-se que as tecnologias digitais oferecem recursos adaptáveis às necessidades dos alunos, possibilitando um aprendizado personalizado. , superam barreiras geográficas e temporais, facilitando o acesso à educação de qualidade. Favorecem a interação e a colaboração entre os alunos, promovendo um ambiente de aprendizagem democrático e participativo. Como sugestão para futuras pesquisas, recomenda-se investigar os impactos das tecnologias digitais na formação continuada de educadores e na inclusão de grupos marginalizados.

Palavras-Chave: Tecnologias digitais. Educação inclusiva. Ensino.

1 INTRODUÇÃO

O estudo sobre a importância das tecnologias digitais na construção de uma postura letiva inclusiva é essencial para compreender e promover um ambiente educacional mais equitativo e acessível. Com o avanço tecnológico e a crescente digitalização da sociedade, a integração de ferramentas digitais no processo educativo tem se mostrado uma necessidade imperativa, não apenas para modernizar o ensino, mas também para torná-lo mais inclusivo e abrangente (CASTRO, 2019).

As tecnologias digitais oferecem recursos adaptáveis às necessidades dos alunos, independentemente de suas limitações físicas, sensoriais ou cognitivas. Ferramentas como softwares de leitura de tela, plataformas de aprendizagem adaptativa e aplicativos de comunicação aumentativa permitem que alunos com deficiências ou dificuldades de aprendizagem acessem o conteúdo de forma eficiente e personalizada (SILVA, 2017).

Isto é importante para uma postura letiva inclusiva, proporcionando oportunidades iguais de aprendizado. Além do suporte a alunos com necessidades especiais, a inclusão digital beneficia grupos marginalizados, superando barreiras socioeconômicas e culturais. A implementação de tecnologias digitais, como plataformas de ensino a distância, diminui essas barreiras, oferecendo acesso ao ensino de qualidade para estudantes em regiões remotas ou em condições de vulnerabilidade social.

As tecnologias digitais promovem um ambiente de aprendizagem dinâmico e interativo, aumentando o engajamento dos alunos. Métodos tradicionais muitas vezes não captam a atenção de todos, especialmente daqueles com estilos variados de aprendizagem. As tecnologias digitais permitem criar conteúdo multimídia, gamificação e interações em tempo real, tornando o ensino mais atraente e eficaz.

Outro aspecto relevante é a formação continuada dos educadores. Para uma inclusão efetiva, é fundamental que os professores sejam capacitados para usar essas ferramentas adequadamente (MORO, 2012).

Programas de desenvolvimento profissional baseados em tecnologias digitais podem fornecer aos educadores os conhecimentos e habilidades necessários para adaptar suas práticas pedagógicas às demandas de uma educação inclusiva.

Perante tudo isso, aqui se busca resolver o seguinte problema de pesquisa: Até que ponto é importante o uso de tecnologias digitais para a construção de uma postura letiva inclusiva?

O problema central da pesquisa gira em torno da análise do papel das funções executivas no contexto educacional, especialmente no que tange à regulação e ao pleno exercício de outras capacidades cognitivas, como memória de trabalho, flexibilidade cognitiva e controle inibitório. O foco recai sobre a interação entre diversidade cultural e linguística no ambiente escolar e como tais elementos impactam a eficácia das funções executivas. Essa problemática é relevante porque reflete os desafios contemporâneos das práticas educacionais inclusivas em um contexto multicultural, destacando a necessidade de estratégias pedagógicas que considerem tais diversidades para melhorar o aprendizado dos estudantes.

A problematização, portanto, reflete a vivência do pesquisador ao observar que a falta de políticas públicas integradas, práticas pedagógicas inclusivas e formação docente voltada à diversidade limitam o desenvolvimento das funções executivas e, consequentemente, comprometem o desempenho acadêmico e a inclusão social.

A priori, especula-se que as tecnologias digitais aumentam significativamente a inclusão educacional ao proporcionar ferramentas que atendem às diversas necessidades dos alunos, visto que o impacto destas tecnologias frequentemente mostra melhorias no engajamento, na participação e nos resultados acadêmicos de alunos com necessidades especiais, indicando a eficácia dessas ferramentas na promoção da inclusão (ALMEIDA, 2006).

Analisar como as funções executivas podem ser fortalecidas no contexto educacional brasileiro por meio de práticas pedagógicas inclusivas, considerando a diversidade cultural e linguística como fatores centrais para o desenvolvimento integral dos estudantes. E os objetivos específicos são: identificar as práticas pedagógicas que impactam positivamente as funções executivas em ambientes multiculturais; avaliar os desafios enfrentados por escolas ao trabalhar com diversidade cultural e linguística, especialmente no fortalecimento das funções cognitivas; e, examinar o papel de políticas públicas na promoção da inclusão e no desenvolvimento das funções executivas em contextos escolares.

A pesquisa é justificada pela necessidade urgente de integrar práticas pedagógicas inclusivas e políticas públicas às demandas de uma sociedade cada vez mais multicultural. No campo teórico, a investigação contribui para a literatura ao explorar a relação entre funções executivas e diversidade cultural no ambiente escolar, uma área ainda pouco estudada. No campo prático, os resultados da pesquisa oferecem subsídios para a formulação de estratégias pedagógicas que valorizem a diversidade e fortaleçam o desempenho acadêmico, especialmente em populações vulneráveis.

A relevância social da pesquisa está em sua capacidade de influenciar políticas públicas e práticas educacionais de maneira a combater preconceitos, promover a equidade educacional e fortalecer o papel da escola como agente transformador. Isso é especialmente significativo em um cenário onde a inclusão ainda enfrenta desafios estruturais, como a falta de capacitação docente e a exclusão digital.

2 INCLUSÃO EDUCACIONAL ATRAVÉS DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS

O uso das tecnologias digitais na construção de uma postura letiva inclusiva pode ser fundamentado por três principais ideias teóricas: a Teoria da Aprendizagem Sociointeracionista de Vygotsky, a Teoria da Carga Cognitiva de Sweller e o conceito de Design Universal para a Aprendizagem (DUA). Cada uma dessas abordagens oferece uma perspectiva essencial para compreender como as tecnologias podem ser eficazmente integradas no ambiente educacional para promover a inclusão (LUCKESI, 2011).

A Teoria da Aprendizagem Sociointeracionista de Vygotsky (2014) destaca a importância do contexto social e das interações no processo de aprendizagem, segundo Vygotsky, a aprendizagem ocorre através da mediação de outras pessoas e de ferramentas culturais, incluindo as tecnologias digitais. Essas ferramentas podem atuar como mediadores no processo de construção do conhecimento, facilitando a interação e a colaboração entre os alunos, além de permitir o acesso a um leque mais amplo de recursos e informações. A utilização de plataformas digitais, como fóruns de discussão, redes sociais educativas e ambientes virtuais de aprendizagem, pode promover a interação social e a cooperação, elementos essenciais para uma educação inclusiva (PEREIRA, 2017).

Ao facilitar a comunicação e a troca de experiências, as tecnologias digitais ajudam a criar um ambiente de aprendizagem mais participativo e inclusivo, ferramentas como fóruns de discussão online, redes sociais educativas e plataformas de colaboração permitem que os alunos interajam, compartilhem ideias e trabalhem juntos, independentemente de suas limitações físicas ou geográficas (FRISON, 2015).

Esse ambiente colaborativo incentiva a participação ativa de todos os alunos, promove a diversidade de perspectivas e fortalece o senso de comunidade, a acessibilidade das tecnologias digitais permite que cada aluno se envolva no seu próprio ritmo e de acordo com suas necessidades específicas, assegurando que ninguém fique para trás e contribuindo para a construção de uma educação verdadeiramente inclusiva (COLL; MONEREO, 2010).

A Teoria da Carga Cognitiva, proposta por Sweller (2011), oferece outra perspectiva importante. Esta teoria sugere que a capacidade de processamento da memória de trabalho é limitada e que o excesso de informações pode sobrecarregá-la, dificultando a aprendizagem. As tecnologias digitais podem ser utilizadas para otimizar a carga cognitiva dos alunos, apresentando informações de maneira mais organizada e acessível (ALMEIDA, 2006).

Ferramentas como softwares de mapeamento mental, apresentações multimídia interativas e tutoriais guiados podem ajudar a distribuir a carga cognitiva de forma mais eficaz, permitindo que os alunos se concentrem melhor nas tarefas de aprendizagem. Essa abordagem é especialmente relevante para estudantes com dificuldades de aprendizagem, pois proporciona uma estrutura que facilita a compreensão e retenção do conteúdo (MORO, 2012).

Ferramentas digitais como tutoriais guiados, softwares de mapeamento mental e apresentações multimídia organizam as informações de maneira mais acessível e interativa. Esses recursos permitem que os alunos processem o conteúdo em etapas mais manejáveis, reduzindo a sobrecarga cognitiva e melhorando a assimilação das informações, a possibilidade de personalização oferecida pelas tecnologias digitais permite que os educadores adaptem o material às necessidades específicas de cada aluno, fornecendo apoio adicional e reforço onde for necessário (SILVA, 2017).

Assim, todos os alunos, especialmente aqueles com dificuldades de aprendizagem, podem alcançar seu pleno potencial acadêmico. O Design Universal para a Aprendizagem (DUA) é um conceito que visa criar um ambiente de aprendizagem flexível e acessível para todos os alunos, independentemente de suas habilidades ou estilos de aprendizagem (CASTRO, 2019).

O DUA sugere a implementação de múltiplas formas de representação, expressão e envolvimento, permitindo que cada aluno tenha acesso ao conteúdo de maneira que melhor atenda às suas necessidades. As tecnologias digitais são ferramentas ideais para a aplicação do DUA, pois oferecem uma variedade de recursos e modos de interação que podem ser facilmente adaptados (LUCKESI, 2011).

Por exemplo, textos digitais podem ser ajustados em tamanho e contraste, vídeos podem ter legendas, e aplicativos educativos podem ser personalizados para diferentes níveis de habilidade.

Essas adaptações tornam o aprendizado mais acessível e inclusivo, garantindo que todos os alunos possam participar plenamente das atividades educativas. Ao incorporar tecnologias digitais, os educadores podem fornecer recursos como legendas em vídeos, ajustes de tamanho de texto e opções de áudio, que atendem a diversas necessidades de aprendizagem (FRISON, 2015).

Ferramentas interativas e personalizáveis permitem que cada aluno aprenda no seu próprio ritmo e estilo (PEREIRA, 2017). Desta maneira, as barreiras ao aprendizado são reduzidas, permitindo que todos os alunos, independentemente de suas habilidades ou limitações, tenham igualdade de oportunidades para se envolver e prosperar academicamente.

Como se constata, as três ideias teóricas principais a serem consideradas no uso das tecnologias digitais na construção de uma postura letiva inclusiva são: a Teoria da Aprendizagem Sociointeracionista de Vygotsky, que enfatiza a importância da interação social e das ferramentas culturais; a Teoria da Carga Cognitiva de Sweller, que destaca a necessidade de otimizar a apresentação da informação para facilitar a aprendizagem; e o Design Universal para a Aprendizagem, que promove a criação de ambientes de aprendizagem flexíveis e acessíveis (COLL; MONEREO, 2010).

Juntas, essas abordagens fornecem uma base sólida para a implementação eficaz de tecnologias digitais na educação, promovendo um ambiente inclusivo e adaptado às necessidades de todos os alunos (ALMEIDA, 2006).

3 METODOLOGIA

O estudo sobre a importância das tecnologias digitais na construção de uma postura letiva inclusiva foi realizado mediante uma revisão integrativa, um método que permite sintetizar o conhecimento existente sobre um tema específico, integrando resultados de diferentes estudos para proporcionar uma compreensão mais abrangente e fundamentada. Os critérios de inclusão adotados para este estudo focaram em artigos publicados em português a partir de 2019, que tratassem de metodologias ativas e inclusão no contexto educacional. A seleção dos artigos foi feita utilizando os descritores “Tecnologias digitais,” “Inclusão,” e “Ensino” no Google Acadêmico.

A escolha destes descritores foi estratégica para assegurar que os estudos selecionados abordassem diretamente a intersecção entre a inclusão educacional e o uso de tecnologias digitais, com uma ênfase em metodologias ativas de ensino. Metodologias ativas, como a sala de aula invertida, aprendizagem baseada em projetos e gamificação, são abordagens pedagógicas que colocam o aluno no centro do processo educativo, promovendo maior engajamento e participação.

Essas metodologias são especialmente relevantes no contexto de inclusão, pois permitem que as tecnologias digitais sejam utilizadas de maneira a atender às diversas necessidades dos alunos, criando um ambiente de aprendizagem mais dinâmico e acessível. Foram estabelecidos critérios de exclusão para assegurar a qualidade e relevância das fontes utilizadas na revisão. Estudos duplicados e resumos foram excluídos, pois a repetição de dados poderia comprometer a diversidade das informações e a profundidade da análise, enquanto a inclusão apenas de resumos não forneceria detalhes suficientes para uma análise compreensiva e crítica das metodologias e resultados apresentados.

A pertinência desta abordagem metodológica para o estudo em pauta é evidente. A revisão integrativa permite uma análise crítica e aprofundada das evidências disponíveis, identificando padrões e lacunas no conhecimento existente.

Ao focar em publicações recentes, a revisão captura as tendências e desenvolvimentos mais atuais no uso de tecnologias digitais para promover a inclusão educativa. Este enfoque é necessário para garantir que as conclusões e recomendações do estudo estejam alinhadas com as práticas e desafios contemporâneos do ambiente educacional. A escolha de artigos que discutem metodologias ativas é particularmente relevante, pois estas abordagens pedagógicas são fundamentais para a construção de uma postura letiva inclusiva.

As tecnologias digitais, quando integradas a metodologias ativas, podem oferecer múltiplas formas de representação, expressão e engajamento, conforme proposto pelo Design Universal para a Aprendizagem (DUA). Isto torna o aprendizado mais acessível e equitativo, respondendo às necessidades diversas dos alunos.

Ou seja, a realização do estudo mediante uma revisão, com critérios rigorosos de inclusão e exclusão, permite uma compreensão aprofundada e atualizada da relação entre tecnologias digitais, metodologias ativas e inclusão educativa. Esta abordagem metodológica é altamente pertinente, fornecendo uma base sólida para desenvolver práticas educativas que promovam um ambiente de aprendizado inclusivo e adaptado às demandas contemporâneas.

4 IMPACTOS E DESAFIOS DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS NA INCLUSÃO EDUCACIONAL

Após a aplicação de todos os critérios de inclusão e exclusão, constatou-se que o quantitativo de 1232 resultados ainda poderia ser usado no estudo. Ciente disto, restringiu-se a pesquisa aos 10 primeiros estudos de caso apontados pelo Google Acadêmico. Por consequência, mais adiante são observados os seguintes resultados:

Tabela 1 – Artigos selecionados

  ARTIGO    CONCLUSÕES
Alfaro et al (2020)  O estudo de Alfaro et al (2020) conclui que, apesar das dificuldades tecnológicas e de infraestrutura, o ensino remoto possibilita inovações pedagógicas e maior flexibilidade no processo de ensino-aprendizagem.  
Gonçalves (2022)  Gonçalves (2022) conclui que o uso das tecnologias digitais pelos professores no pós-pandemia é essencial para a personalização do ensino, mas requer formação continuada e adaptação às necessidades dos alunos.  
Guimarães (2022)  Guimarães (2022) conclui que a formação de professores de línguas mediada por tecnologias digitais é eficaz para desenvolver competências pedagógicas e tecnológicas, promovendo práticas inovadoras no ensino de línguas.  
Marcon et al (2021)  Marcon et al (2021) concluem que práticas pedagógicas inovadoras, aliadas à cultura digital, promovem engajamento e aprendizagem significativa dos alunos, destacando a importância da formação docente contínua.  
Martins & Loureiro (2020)  Martins & Loureiro (2020) concluem que a transformação digital e a inclusão digital são essenciais para adultos em formação EFA, destacando a necessidade de políticas públicas e práticas pedagógicas inclusivas.  
Narciso et al (2024)  Narciso et al (2024) concluem que a integração de ferramentas digitais nas salas de aula tradicionais promove a aprendizagem significativa, permitindo maior flexibilidade e personalização do ensino.  
Oliveira & Pesce (2020)  Oliveira & Pesce (2020) concluem que a formação docente em tecnologias digitais e inclusão digital nas escolas públicas avança, mas ainda enfrenta desafios, destacando a importância da abordagem freireana para promover uma formação mais dialógica e autoral.  
Scheunemann et al (2021)  Scheunemann et al (2021) concluem que a integração de metodologias ativas e tecnologias digitais no ensino de Ciências promove a construção de conhecimento significativo, melhorando a prática docente e a aprendizagem dos alunos.  
Seba & Silva (2022)  Seba & Silva (2022) concluem que as tecnologias digitais no ensino de línguas estrangeiras em escolas rurais demandam adaptações e auto-organizações, mas podem melhorar a qualidade do ensino e a inclusão digital.  
Souza & Silva (2019)  Souza & Silva (2019) concluem que as tecnologias digitais educacionais contribuem significativamente para a aprendizagem matemática de estudantes com transtorno do espectro autista, indo além da socialização para promover uma educação mais inclusiva e eficaz.  

Fonte: Elaborado pelos próprios autores (2024).

As tecnologias digitais têm um potencial transformador no campo educacional, conforme evidenciado por diversos estudos. Alfaro et al (2020) destacam que, apesar dos desafios tecnológicos e de infraestrutura, o ensino remoto abre caminho para inovações pedagógicas e maior flexibilidade no processo de ensino-aprendizagem.

Gonçalves (2022) complementa essa visão ao ressaltar que o uso das tecnologias digitais pelos professores no pós-pandemia é essencial para a personalização do ensino, exigindo formação continuada e adaptação às necessidades dos alunos. Narciso et al (2024) afirmam que a integração de ferramentas digitais nas salas de aula tradicionais pode promover a aprendizagem significativa, permitindo uma maior flexibilidade e personalização do ensino. Esses estudos convergem ao apontar que as tecnologias digitais não apenas oferecem novas possibilidades de ensino, mas também podem impactar positivamente a qualidade da educação, tornando-a mais adaptativa e eficaz para atender às demandas do mundo contemporâneo.

A formação docente é fundamental para o desenvolvimento de competências necessárias para a prática educativa, especialmente em um contexto em constante evolução tecnológica. O estudo de Guimarães (2022) ressalta a importância da formação de professores de línguas mediada por tecnologias digitais, destacando que essa abordagem não apenas promove o domínio das ferramentas tecnológicas, mas também desenvolve competências pedagógicas essenciais. A integração de tecnologias digitais na formação docente permite aos professores explorar práticas inovadoras no ensino de línguas, tornando as aulas mais dinâmicas e eficazes, a formação continuada nessa área possibilita aos educadores adaptarem-se às demandas de um mundo globalizado e digitalizado, capacitando-os a preparar os alunos para os desafios do século XXI. Assim, investir na formação docente mediada por tecnologias digitais é essencial para a qualidade do ensino e para a formação de cidadãos críticos e competentes.

A valorização das práticas inovadoras no contexto educacional é importante para promover um ambiente de aprendizagem mais dinâmico e eficaz. Marcon et al (2021) destacam que práticas pedagógicas inovadoras, aliadas à cultura digital, têm o potencial de aumentar o engajamento e promover uma aprendizagem mais significativa entre os alunos. Essas práticas não apenas acompanham as mudanças tecnológicas, mas também se baseiam em metodologias que estimulam a participação ativa dos estudantes, tornando o processo de ensino-aprendizagem mais eficiente.

O estudo enfatiza a importância da formação docente contínua para a implementação dessas práticas, ressaltando a necessidade de os educadores estarem atualizados e preparados para explorar todo o potencial das novas tecnologias e metodologias pedagógicas. Dessa forma, a valorização das práticas inovadoras não apenas melhora a qualidade do ensino, mas também prepara os alunos para enfrentar os desafios do mundo moderno.

A introdução das tecnologias digitais na educação tem proporcionado avanços significativos, especialmente no que diz respeito à formação docente e à inclusão digital. Oliveira & Pesce (2020) destacam que a formação de professores em tecnologias digitais e inclusão digital nas escolas públicas tem avançado, porém enfrenta desafios. Eles ressaltam a importância da abordagem freireana para uma formação mais dialógica e autoral, evidenciando a necessidade de adaptação dos educadores a um novo paradigma educacional.

Seba & Silva (2022) apontam que as tecnologias digitais no ensino de línguas estrangeiras em escolas rurais requerem adaptações e auto-organizações. Apesar dos desafios, essas tecnologias podem melhorar a qualidade do ensino e a inclusão digital nessas comunidades. Esses estudos demonstram a importância de os educadores estarem abertos à mudança e dispostos a se adaptarem às novas demandas do ensino, garantindo assim uma educação mais eficaz e inclusiva.

A inclusão e acessibilidade na educação são temas essenciais para garantir que todos os estudantes tenham oportunidades equitativas de aprendizado. Martins & Loureiro (2020) destacam avanços na formação docente em tecnologias digitais e inclusão digital nas escolas públicas, ressaltando a abordagem freireana como fundamental para uma formação mais dialógica e autoral.

Essa abordagem não apenas capacita os educadores a utilizarem as tecnologias de forma inclusiva, mas também os sensibiliza para as necessidades individuais dos alunos. Por sua vez, Souza & Silva (2019) demonstram que as tecnologias digitais educacionais têm um papel de destaque na promoção da aprendizagem matemática de estudantes com transtorno do espectro autista, contribuindo para uma educação mais inclusiva e eficaz. Esses estudos ressaltam a importância de se investir em práticas e recursos que promovam a inclusão e a acessibilidade, garantindo que todos os alunos tenham igualdade de oportunidades no ambiente educacional.

A educação digital deve ser compreendida de forma holística, considerando não apenas o uso das tecnologias, mas também a sua integração significativa no processo educacional. Oliveira & Pesce (2020) destacam que a formação docente em tecnologias digitais e inclusão digital nas escolas públicas avança, porém ainda enfrenta desafios. Eles ressaltam a importância da abordagem freireana para promover uma formação mais dialógica e autoral, ou seja, uma formação que vá além do simples uso das tecnologias, buscando também uma reflexão crítica sobre seu papel na sociedade e na educação.

Nesse sentido, uma visão holística da educação digital inclui não apenas o domínio técnico das ferramentas digitais, mas também a capacidade de as utilizar de forma reflexiva, crítica e criativa. Isto requer uma formação docente que esteja em constante atualização e aberta ao diálogo com os alunos, buscando sempre novas formas de ensinar e aprender.

5 CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS

No estudo, observou-se que a implementação de uma postura letiva inclusiva através das tecnologias digitais também está alinhada com os princípios da educação para o século XXI, que enfatiza competências como a alfabetização digital, o pensamento crítico, a resolução de problemas e a colaboração. A integração de tecnologias no currículo não apenas prepara os alunos para um mercado de trabalho cada vez mais digital, mas também promove uma sociedade mais justa e inclusiva.

Nessa perspectiva, o estudo da importância das tecnologias digitais na construção de uma postura letiva inclusiva destacou-se como de extrema relevância para a promoção de uma educação mais equitativa e acessível. Através da utilização dessas tecnologias, é possível atender às necessidades individuais dos alunos, superar barreiras socioeconômicas, engajar de maneira mais eficaz todos os estudantes e capacitar educadores para práticas pedagógicas inovadoras. Dessa forma, as tecnologias digitais emergem como ferramentas indispensáveis para a construção de um ambiente educacional inclusivo e adaptado às demandas contemporâneas.

Ciente de tudo isso, indaga-se mais uma vez: Até que ponto é importante o uso de tecnologias digitais para a construção de uma postura letiva inclusiva? No momento, a utilização de tecnologias digitais no ambiente educacional revela-se essencial para promover uma postura letiva inclusiva. Em primeiro lugar, tais tecnologias oferecem recursos adaptáveis às necessidades individuais dos alunos, possibilitando um aprendizado personalizado.

Ferramentas como softwares de leitura de texto para deficientes visuais, aplicativos de comunicação para estudantes com dificuldades de fala e plataformas de ensino online com diversos formatos de conteúdo (vídeo, texto, áudio) demonstram a capacidade das tecnologias digitais de atender a uma ampla gama de necessidades educacionais. As tecnologias digitais permitem a superação de barreiras geográficas e temporais, facilitando o acesso à educação de qualidade para alunos em áreas remotas ou com restrições de mobilidade. Por meio de aulas virtuais, fóruns de discussão e materiais didáticos disponíveis online, os estudantes podem participar ativamente do processo educativo, independentemente de sua localização física.

A inclusão digital também favorece a interação e a colaboração entre os alunos, promovendo um ambiente de aprendizagem mais democrático e participativo.

Ferramentas de comunicação e plataformas de redes sociais educacionais incentivam o compartilhamento de ideias e o trabalho em grupo, enriquecendo a experiência educacional. De qualquer maneira, considera-se que a eficácia dessas tecnologias depende de uma infraestrutura adequada e da formação contínua de professores e alunos para o uso competente desses recursos. Sem esse suporte, o potencial inclusivo das tecnologias digitais pode ser limitado.

Portanto, verifica-se que é imperativo que políticas educacionais integrem o desenvolvimento tecnológico com estratégias de capacitação e acesso universal, garantindo que todos os estudantes possam se beneficiar de uma educação inclusiva e de qualidade.

REFERÊNCIAS

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1Doutorado em Educação pela PUC- RJ, Mestre em Educação pela UERJ, e-mail: profalebaptfebf@gmail.com

2Especialização em Psicopedagogia, Neuropsicopedagogia, Psicanálise e Gestão Educacional pela Faculdade Iguaçu, Licenciatura em Pedagogia pela UERJ.). e-mail: jfrp6383@gmail.com