LEARNING IN THE AGE OF PLATFORMIZATION AND ITS IMPLICATIONS FOR EDUCATION
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ma10202401131256
Domingos Aparecido dos Reis1
Daniela de Jesus Ferreira2
Resumo
A plataformização da educação tem sido objeto de crescente interesse e investigação na literatura acadêmica, refletindo a rápida evolução das tecnologias digitais e seu impacto no processo educacional. Através de uma metodologia de revisão bibliográfica, este estudo busca analisar o uso dessas plataformas no contexto da aprendizagem, identificando tendências, benefícios e implicações. Uma análise abrangente da literatura revela uma série de vantagens atribuídas à plataformização da educação, estas incluem a ampliação do acesso ao conteúdo educacional, a personalização da aprendizagem de acordo com as necessidades individuais dos alunos e a facilitação da colaboração e interação entre estudantes e professores. Em suma, a plataformização da educação representa uma tendência significativa que está transformando a forma como o ensino e a aprendizagem são concebidos e realizados.
Palavras-chave: : TDICs. Plataformização. Cultura Digital. Aprendizagem. Educação.
1 INTRODUÇÃO
O trabalho tem como objetivo analisar as implicações da aprendizagem na era da Plataformização, um fenômeno caracterizado pela crescente digitalização da sociedade. A plataforma digital tem impactado significativamente a forma como as pessoas acessam e compartilham informações, inclusive no contexto educacional. Nesse sentido, torna-se fundamental compreender as implicações desse processo para a prática educacional e para o papel do educador.
Nessa perspectiva, os currículos escolares passaram por modificações com a implementação da Plataformização da Aprendizagem, com intuito de facilitar o ensino dos alunos, permitindo que acessem além dos materiais digitais, participem das atividades colaborativas e avaliações para seu desenvolvimento autônomo e cognitivo. A contextualização do tema envolve a compreensão do contexto atual, no qual a tecnologia exerce uma influência cada vez mais significativa em diversas esferas da vida, incluindo a educação. A plataforma digital permeia as experiências de aprendizagem dos estudantes e impacta diretamente as práticas educacionais. Portanto, é essencial situar o tema dentro desse contexto de transformações tecnológicas e sociais.
A pesquisa busca justificar a relevância de investigar as implicações da aprendizagem na era da Plataformização, considerando a necessidade da compreensão desse fenômeno para a prática educacional. Diante da crescente digitalização da sociedade, é essencial identificar e analisar as implicações enfrentadas pelos educadores e estudantes nesse contexto, a fim de subsidiar a elaboração de estratégias e práticas mais eficazes.
Os objetivos da pesquisa incluem analisar as implicações enfrentadas no processo de aprendizagem na era da Plataformização e seu olhar educacional. Além disso, pretende-se identificar as transformações no papel do educador e as possíveis contribuições das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDICs) para a prática educacional. A pesquisa visa, ainda, fornecer subsídios para o desenvolvimento de estratégias e práticas pedagógicas mais alinhadas com as demandas da sociedade digital.
Moran (2022, n.p) ressalva que o contexto contemporâneo das tecnologias nos permite afirmar que os estudantes cada vez mais apresentam domínio, contudo, apenas o uso das novas tecnologias não basta como suporte de todo processo de ensinar e aprender. Trata-se de um recurso que agrega valor a esse processo e aproxima os estudantes aos conceitos que devem ser apropriados.
As TDICs são ferramentas que visam auxiliar os professores no seu trabalho pedagógico, elas fortalecem a educação. Embora as tecnologias ajudem os professores em sala de aula, a evolução tecnológica permite a busca pelo saber, razão pela qual o acesso ao conhecimento é constante, o que torna a função do professor muito maior do que a de “transmissor do conhecimento” e sim mediador desse aprendizado, assim, as teorias de aprendizagem nos permitem refletir sobre esse novo papel.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A Plataformização da Educação /Aprendizagem, conforme o autor Silva (2022, p.90) “o processo de Plataformização da educação se sustenta também nesse modelo de educação digital [..] garante a metodologia e toda infraestrutura para os alunos, professores e gestores”. Diante do excerto o autor reflete, que a Plataformização e a sociedade digital têm transformado significativamente a forma como interagimos, aprendemos e nos relacionamos com a informação.
A utilidade dos recursos digitais na implementação da educação atual é indiscutível, mas ao lado da gestão da sua funcionalidade, existe um importante objetivo da educação que pode ultrapassar a mera transmissão de conteúdos, porque Rondini, Pedro e Duarte (2020, p. 47):
[…] as TDIC por si só não serão capazes de revolucionar a educação, porque, além da escolha adequada dos recursos que serão utilizados, é preciso adotar estratégias metodológicas assertivas, as quais promovam uma aprendizagem significativa por parte dos estudantes.
As TDICs impactam nosso cotidiano, proporcionando inúmeros benefícios entre eles, novas formas de comunicação, escrever, aprender novo idioma e novos saberes, e nossos espaços escolares os aplicativos educacionais criam possibilidades aos estudantes de desenvolver sua autonomia e protagonismo em seu processo de aprendizagem mais dinâmico, crítico e reflexivo. Conforme Bacich e Moran (2015), a escola de hoje deve levar em consideração que não se adquire conhecimento somente de forma convencional; este deve também ser baseado em competências cognitivas, pessoais e sociais, pois o ensino deve ser proativo e colaborativo. Souza Vieira (2011) complementa que as tecnologias fazem parte da escola e não deve ser imune a isso, ou seja, a escola deve ter o compromisso de preparar os estudantes na promoção do conhecimento pelas TICs e TDICs.
O papel do professor nesse contexto é o de mediador do aprendizado dos alunos, possibilitando sua participação de forma colaborativa e dinâmica para além do senso crítico e sim para estimular o desenvolvimento do pensamento criativo dos educandos. Conforme afirma Manfredini (2014, p.50), “ao utilizar essa nova ferramenta didática, o professor pode acelerar os trabalhos e melhorar muito a apresentação de conteúdo, tornando sua aula muito mais atrativa.”
Na sala de aula, a importância das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs), auxiliam na prática pedagógica com a finalidade de realizar projetos inter/transdisciplinares entre as diversas áreas do conhecimento, transformando novos olhares no processo de aprendizagem dos estudantes. Conforme os autores isso possibilitará um “modelo epistemológico de construção do conhecimento pautado na perspectiva da integração e da superação da fragmentação dos saberes vinculados aos conceitos de interdisciplinaridade, de transdisciplinaridade ou de multirreferenciabilidade” (Lima & Loureiro, 2019, p.114).
Os aplicativos e conteúdos digitais desenvolvidos pela secretaria de educação do Estado de São Paulo, cria paradigmas nas formas de aprender dos estudantes e dá novos olhares nas práticas pedagógicas da equipe docente da rede, conforme afirma
As tecnologias digitais móveis desafiam as instituições a sair do ensino tradicional, em que o professor é o centro, para uma aprendizagem mais participativa e integrada, com momentos presenciais e outros com atividades à distância, mantendo vínculos pessoais e afetivos, estando juntos virtualmente (Moran, 2013, p.30).
A mediação pedagógica pautada pelas TDICs em constante transformação ressignifica os métodos tradicionais em sala de aula, ou seja, maior interação entre aluno-professor e professor-aluno a uma construção de uma aprendizagem mais significativa, crítica e reflexiva no mundo contemporâneo e desafiador.
Por sua vez, na ação do professor na sala de aula e no uso que ele faz dos suportes tecnológicos que se encontram à sua disposição, são novamente definidas as relações entre o conhecimento a ser ensinado, o poder do professor e a forma de exploração das tecnologias disponíveis para garantir melhor aprendizagem pelos alunos (Kenski, 2012, p.19).
Diante desse contexto, a implantação das Plataformização na aprendizagem dos educandos contribui no protagonismo e autonomia no ambiente virtual de aprendizagem (AVA), transformando os saberes por meio de diferentes perspectivas por meio das TDICs, respeitando cada estudante na sua individualidade e ritmo em seu processo ensino aprendizagem.
3 METODOLOGIA
A metodologia de pesquisa adotada para este estudo será de cunho qualitativo, buscando compreender as percepções e experiências dos indivíduos em relação à aprendizagem na era da Plataformização. As técnicas de coleta de dados incluirão entrevistas pelo Google Forms, livros e tese visando captar uma ampla gama de informações sobre a experiência de aprendizagem na era da Plataformização. A análise dos dados será realizada de forma indutiva, buscando identificar padrões e tendências relevantes para o contexto educacional.
Para Marconi & Lakatos (2020, p. 200) “…pesquisa bibliográfica não é mera repetição do que já foi dito ou escrito sobre certo assunto, visto que propicia o exame de um tema sob novo enfoque ou abordagem, chegando a conclusões inovadoras.”
A pesquisa bibliográfica, para Fonseca (2002), é realizada
[…] a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites. [..] que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem, porém, pesquisas científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas publicadas com o objetivo de recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a resposta (Fonseca, 2002, p. 32).
A pesquisa científica inicia-se com a pesquisa bibliográfica, onde o pesquisador busca trabalhos publicados relevantes para compreender e analisar o tema problema da pesquisa que está sendo realizada. Ajuda-nos desde o início porque visa identificar se já existem pesquisas a serem feitas sobre o tema de pesquisa, colaborar no problema e na escolha do método adequado, tudo isso é possível com base em trabalhos já publicados. A pesquisa bibliográfica é essencial na construção da pesquisa científica, pois nos ajuda a compreender melhor o fenômeno em estudo. As ferramentas de pesquisa bibliográfica incluem livros, artigos científicos, teses, dissertações, anuários, periódicos, leis e outras fontes escritas já publicadas.
[…] elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de: livros, revistas, publicações em periódicos e artigos científicos, jornais, boletins, monografias, dissertações, teses, material cartográfico, internet, com o objetivo de colocar o pesquisador em contato direto com todo material já escrito sobre o assunto da pesquisa. Na pesquisa bibliográfica, é importante que o pesquisador verifique a veracidade dos dados obtidos, observando as possíveis incoerências ou contradições que as obras possam apresentar (Prodanov; Freitas, 2013, p. 54)
A pesquisa bibliográfica, conforme Boccato (2006) tem como objetivo mapear e analisar criticamente documentos publicados sobre o tema pesquisado, a fim de atualizar, desenvolver e participar de pesquisas, uma vez definido e delineado o tema, o pesquisador deverá acompanhá-lo para desenvolvê-lo. A revisão bibliográfica baseia-se em livros, teses, artigos e outros documentos publicados que contribuem para o estudo do problema apresentado na pesquisa.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 Aprendizagem na era da plataformização
Com a crescente plataforma digital na educação aprendizagem se intensificam por meio da adaptação e familiarização dos alunos com as plataformas de ensino, a necessidade de integração das TIDCs e a busca pela manutenção da qualidade do ensino são aspectos cruciais a serem enfrentados nesse cenário. Além disso, a plataforma é um desafio para os professores, que muitas vezes precisam se reinventar para acompanhar as tendências educacionais digitais.
O acesso e a inclusão digital significativos na era da Plataformização. Nem todos os alunos possuem acesso igualitário à internet e aos dispositivos necessários para participar plenamente das atividades educacionais online. Isso cria disparidades e exclusões, tornando essencial que os educadores busquem maneiras de garantir a igualdade de oportunidades educacionais para todos os alunos, independentemente de sua situação socioeconômica.
A proliferação de conteúdo online nem sempre assegura a qualidade do material disponível para os alunos. Muitas vezes, o acesso a informações falsas, desatualizadas ou tendenciosas pode gerar confusão e desinformação. Portanto, os educadores enfrentam o desafio de filtrar e selecionar o conteúdo mais relevante e confiável, garantindo que os alunos tenham acesso a recursos educacionais de alta qualidade.
A sobrecarga de informações é uma das principais questões enfrentadas pelos alunos na era da plataformização. O acesso a uma ampla gama de conteúdos digitais e recursos online pode resultar em dificuldades para os estudantes em selecionar, organizar e assimilar as informações relevantes para seu aprendizado. Além disso, a alta disponibilidade de material online pode levar à distração e falta de foco, impactando negativamente na qualidade da aprendizagem. Portanto, é crucial que educadores estejam cientes desse desafio e desenvolvam estratégias para ajudar os alunos a lidar de forma eficaz com a sobrecarga de informações e aprimorar suas habilidades de aprendizagem autônoma.
A personalização do ensino envolve adaptações no conteúdo e nas atividades de acordo com as necessidades individuais de cada aluno. As plataformas educacionais digitais oferecem recursos para a personalização, mas os professores precisam desenvolver habilidades para utilizar essas ferramentas de forma eficaz e garantir que a aprendizagem seja adaptada de maneira significativa para cada aluno, promovendo um ambiente de ensino mais individualizado e inclusivo.
A aprendizagem na era da plataformização está diretamente ligada à necessidade de garantir que todos os estudantes tenham acesso equitativo às tecnologias digitais. A falta de acesso e a exclusão digital podem aprofundar as desigualdades educacionais, dificultando a participação de alunos de baixa renda ou regiões mais remotas. Portanto, é crucial desenvolver políticas e estratégias que promovam a inclusão digital e garantam que todos os estudantes possam se beneficiar das oportunidades de aprendizagem oferecidas pelas plataformas digitais.
A qualidade do conteúdo disponível nas plataformas digitais é crucial na era da plataformização, para garantir que as informações e materiais de ensino sejam precisos, atualizados e relevantes é essencial para promover experiências de aprendizagem significativas. Além disso, é necessário considerar a diversidade de estilos de aprendizagem e necessidades individuais dos alunos ao selecionar e disponibilizar conteúdo. A avaliação constante da qualidade do conteúdo, juntamente com a participação ativa dos educadores na criação e curadoria de materiais, é fundamental para enfrentar esse desafio.
A Plataforma Tarefas SP é uma ferramenta digital desenvolvida para auxiliar na gestão e execução de tarefas escolares e pedagógicas. Geralmente, plataformas como essa são usadas em sistemas de ensino, como o da Secretaria da Educação de São Paulo, para conectar professores, estudantes e gestores educacionais.
Características da Plataforma Tarefas SP:
- Gestão de Atividades: Permite que professores criem, compartilhem e acompanhem tarefas escolares.
- Interatividade: Oferece funcionalidades para interação entre professores e alunos, como feedback em tempo real.
- Acompanhamento de Progresso: Professores podem monitorar o desempenho dos alunos e identificar dificuldades específicas.
- Acessibilidade: Pode ser acessada por dispositivos móveis ou computadores, facilitando o uso por diferentes públicos.
- Integração com o Currículo: Está alinhada aos currículos do estado de São Paulo, garantindo a relevância pedagógica das atividades.
Benefícios:
- Melhora a organização das atividades escolares.
- Estimula a autonomia dos alunos no cumprimento de tarefas.
- Garante uma comunicação eficiente entre os envolvidos no processo educacional.
- Facilita o registro e a análise do desempenho escolar.
Diante da explanação, foi realizado um questionário com 30 perguntas por meio do Google Formulário com 165 educadores nos grupos de professores no aplicativo WhatsApp, destaquei dois gráficos para ilustrar, foi utilizada uma escala de Likert, que pode ser usada em pesquisas de mercado. Nessa escala, as notas 1 e 2 são negativas, 4 e 5 são positivas, e 3 são neutras. A questão (15) que demonstra que 39% dos professores se estressam em aprender novas plataformas digitais, conforme os gráficos (1)
Fonte: Autor
Ao mesmo tempo que tem um grau de estresse por parte dos profissionais da educação em conhecer novas ferramentas digitais, eles comprovam que as plataformas motivas no exercício de ensinar aos estudantes, como mostra a questão (21) no gráfico (2).
Gráfico 2
Fonte: Autor
O desenvolvimento profissional dos educadores para a era da Plataformização é essencial para garantir que estejam preparados para utilizar eficazmente as tecnologias educacionais. Isso inclui a formação em novas ferramentas e plataformas de aprendizagem, bem como o desenvolvimento de competências digitais e pedagógicas para a integração eficaz da tecnologia no ensino. Além disso, os educadores também precisam de atualização constante sobre as tendências e inovações tecnológicas na educação, a fim de adaptar suas práticas pedagógicas e promover uma abordagem inovadora e eficaz no ambiente virtual de aprendizagem.
Com a plataformização da educação, novas competências e habilidades tornam-se indispensáveis para o professor. Ele precisa dominar ferramentas tecnológicas, compreender a lógica e funcionamento das plataformas educacionais, estar apto a adaptar seu planejamento e materiais para o ambiente digital, promover a inclusão e engajamento dos alunos, e desenvolver competências como a capacidade de avaliar criticamente a qualidade das fontes de informação online. Além disso, é essencial que o docente esteja aberto a atualizações constantes e disposição para aperfeiçoar-se em relação às práticas pedagógicas e tecnológicas a fim de se manter eficaz no ambiente digital de ensino.
4.2 Implicações no olhar educacional
As implicações da Plataformização no olhar educacional são vastas, pois o papel do professor tem sido impactado significativamente. Com a facilidade de acesso à informação proporcionada pelas plataformas, o professor deixa de ser o único detentor do conhecimento, tornando-se um mentor e facilitador do processo de aprendizagem. Além disso, a necessidade de capacitação constante para utilizar as ferramentas digitais de forma eficaz e a adaptação para atender às diferentes demandas de aprendizagem dos alunos presentes nesse novo cenário educacional.
A plataforma digital reconfigurou a função do professor, que passa a desempenhar um papel mais ativo na mediação do conhecimento. A ênfase no ensino centrado no aluno exige do professor uma postura de facilitador, estimulando a autonomia e a construção do conhecimento pelos estudantes. Além disso, o docente precisa se adaptar à diversidade de recursos disponíveis nas plataformas, fazendo uso competente dessas ferramentas para promover uma aprendizagem mais significativa e alinhada às demandas atuais.
A era da Plataformização tem impulsionado a reformulação dos modelos pedagógicos tradicionais, dando espaço para práticas mais flexíveis e personalizadas. A adoção de modelos mais dinâmicos e interativos, como a aprendizagem baseada em projetos, o ensino híbrido e a sala de aula invertida, tem se mostrado eficaz diante das possibilidades oferecidas pelas plataformas digitais. Esses novos modelos pedagógicos visam atender às necessidades individuais dos alunos, promovendo maior engajamento e aproveitamento do processo de ensino-aprendizagem.
Com a inserção das plataformas digitais na educação, o olhar educacional precisa se adaptar às novas demandas e possibilidades. Isso envolve uma mudança na forma como o educador enxerga o processo de ensino-aprendizagem, levando em consideração a integração das tecnologias, a personalização do ensino e a necessidade de habilidades digitais por parte dos alunos. O olhar educacional também é impactado pela necessidade de repensar as práticas pedagógicas e os métodos de avaliação, de forma a acompanhar as mudanças no ambiente educacional.
A adaptação curricular se faz necessária diante da plataformização na educação, considerando a incorporação das tecnologias no processo de ensino-aprendizagem. Isso envolve a revisão dos conteúdos, a integração de recursos digitais, a criação de estratégias pedagógicas alinhadas às possibilidades oferecidas pelas plataformas e a valorização de uma abordagem interdisciplinar. Além disso, a adaptação curricular também inclui a necessidade de promover a inclusão digital, garantindo que todos os alunos tenham acesso às mesmas oportunidades educacionais.
A avaliação da aprendizagem em ambientes digitais, demanda a utilização de métodos e ferramentas específicas para mensurar o desempenho dos estudantes. É essencial que as avaliações sejam adaptadas ao contexto digital, levando em consideração a interação dos alunos com a plataforma, a realização de atividades online, e a avaliação de competências digitais. Além disso, é necessário o uso de ferramentas adequadas que possibilitem a coleta e análise de dados de forma mais eficaz, a fim de fornecer um feedback significativo para o processo de ensino-aprendizagem.
No ambiente digital, os métodos de avaliação podem incluir a utilização de questionários online, análise de participação em fóruns de discussão, realização de testes online, e avaliação de projetos colaborativos. Além disso, as ferramentas de avaliação podem englobar plataformas de análise de dados, softwares de correção automática de atividades, e sistemas de acompanhamento do progresso individual dos alunos. É fundamental que os educadores estejam familiarizados com essas ferramentas e métodos, a fim de garantir uma avaliação justa e precisa no contexto da educação digital.
Com o crescimento da plataformização educacional, surgem importantes questionamentos éticos e legais relacionados à privacidade dos dados dos estudantes. A coleta e o uso de informações pessoais requerem cuidados específicos quanto à segurança e proteção dos dados, além do consentimento dos responsáveis. Questões sobre a transparência no uso dos dados, a segurança cibernética e a privacidade online tornam-se cruciais para garantir uma prática educacional ética e legalmente responsável.
Os usos éticos e legais na plataformização educacional incluem a necessidade de estabelecer padrões claros para o uso de dados, a proteção da privacidade dos alunos e a garantia de equidade no acesso às tecnologias educacionais. Além disso, a legislação referente à proteção de dados pessoais e à segurança cibernética deve ser cuidadosamente observada para evitar violações legais. A reflexão contínua sobre os usos éticos e legais dessa transformação digital é essencial para direcionar as práticas educacionais de forma responsável e alinhada com as normativas vigentes.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As inúmeras discussões científicas envolvendo as tecnologias no âmbito escolar, nos traz um novo olhar crítico e reflexivo em nossas práticas pedagógicas, com intuito para o desenvolvimento cognitivo dos estudantes e na transformação em adquirir novos conhecimentos na sala de aula.
Diante das discussões da aprendizagem na era da Plataformização, é necessário que haja uma reflexão profunda sobre as implicações no contexto educacional, ou seja, integração da tecnologia na educação traz consigo grandes mudanças e é fundamental que sejam considerados tanto os aspectos positivos quanto os negativos que surgem. Nesse sentido, a conclusão deste estudo busca abordar de forma abrangente as principais questões levantadas ao longo da pesquisa, levando em consideração as implicações da Plataformização no processo de ensino e aprendizagem.
Ao longo desta pesquisa, as principais implicações da aprendizagem na era da Plataformização estão relacionadas ao acesso e inclusão digital, à qualidade do conteúdo disponível e à personalização do ensino. Dessa forma, o olhar educacional, sendo essencial que sejam considerados na busca por soluções que promovam uma educação de qualidade e acessível a todos.
Com base nas reflexões realizadas, é possível apontar recomendações para a prática educacional que visam adaptações na aprendizagem na era da Plataformização. Dentre elas, destacam-se a necessidade de investimento em infraestrutura tecnológica e capacitação dos professores, a implementação de práticas pedagógicas inovadoras e a promoção de um conteúdo educacional de qualidade e relevante para os estudantes. Além disso, é fundamental considerar a individualidade dos alunos e buscar a personalização do ensino, utilizando a tecnologia de forma eficaz para atender às diferentes necessidades de aprendizagem.
Observamos que as ferramentas digitais e as aplicações fornecem uma variedade de recursos e funções, que pode ser adaptado às necessidades específicas de cada aluno e facilitar um ambiente de aprendizagem mais interativo e dinâmico. Além disso, essas ferramentas permitem combinar diferentes formas de mídias e conteúdo, enriquecer o processo de aprendizagem e estimular a criatividade dos alunos.
No entanto, entendemos também que a eficácia do uso dos aplicativos no ambiente escolar depende de uma abordagem pedagógica adequada e uma infraestrutura tecnológica bem desenvolvida. É importante que os professores recebam apoio e formação adequados para integrar eficazmente estas ferramentas na sua prática docente, garantindo que a sua utilização realmente melhora a qualidade do ensino.
As contribuições deste estudo para a prática educacional incluem a conscientização sobre a importância do olhar na dinâmica escolar, fomentando reflexões sobre as relações de poder e a necessidade de uma educação mais inclusiva. Também destaca a relevância da formação de professores que contemple a sensibilização para o olhar educacional, promovendo ações assertivas e menos discriminatórias. Ademais, sugere a implementação de políticas educacionais que visem a minimização das desigualdades no ambiente escolar.
Finalmente, a utilização das TDICs e suas aplicações nas escolas oferece inúmeras oportunidades para transformar o ensino como os alunos aprendem e os professores ensinam, dessa forma, ao utilizar estas ferramentas, podemos criar ambientes educativos mais inclusivos, inovadores e centrados no aluno, que preparam as novas gerações para os desafios e oportunidades do mundo digital do século XXI.
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1Mestre em Tecnologias Emergentes na Educação. Must University. E-mail: domingos.professor2020@gmail.com
2Professora de História do Campus XIII – UNEB/Itaberaba. Email: dan-his@hotmail.com