DIGITAL MARKETING STRATEGIES: PROFILE AND PRACTICAL APPLICATION
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202412191455
Ana Lídia Lemes de Assunção Silva
Luane Alves Cedraz
Bernardo Ariel Gonzaga Santana
Wilma Freire Arriel Pereira
Heberson Miliano Carneiro
George Mendes Marra
Resumo
O marketing digital tem se mostrado uma ferramenta poderosa para empresas de diferentes tamanhos e segmentos, principalmente para pequenos negócios que buscam ampliar sua presença no mercado. No entanto, as empresas localizadas em bairros periféricos e de baixa renda enfrentam desafios específicos para a aplicação dessas estratégias. O objetivo desta pesquisa foi identificar o perfil das empresas situadas no Bairro Floresta, em Goiânia, e investigar as estratégias de marketing digital empregadas por elas. Para isso, foi aplicada uma pesquisa de campo por meio de questionários com perguntas fechadas e semi-abertas, que foram preenchidos presencialmente pelos donos ou responsáveis pelos estabelecimentos da região, resultando em 63 respostas válidas. A análise dos dados revelou que a principal dificuldade enfrentada pelos pequenos empresários é a falta de conhecimento sobre as ferramentas e estratégias de marketing digital, seguida pela competição intensa e a dificuldade em medir os resultados das ações. Além disso, o estudo aponta que muitos empresários têm dificuldades em criar conteúdo atrativo e ainda lidam com orçamentos limitados. A pesquisa sugere que a capacitação e o apoio técnico são essenciais para o sucesso das estratégias digitais, destacando a necessidade de maior engajamento com as ferramentas digitais, que se apresentam como um caminho promissor para o crescimento e a competitividade desses pequenos negócios. Este estudo contribui para a compreensão dos desafios e das oportunidades do marketing digital para pequenos negócios em áreas de baixa renda, oferecendo insights que podem ser úteis para políticas públicas e ações de capacitação voltadas para esses empreendedores.
Palavras-chave: Ferramentas digitais. Pequenos negócios. Estratégias digitais. Marketing.
1 INTRODUÇÃO
Os pequenos negócios correspondem a mais de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, refletindo um cenário de crescimento contínuo e sucessivos recordes de formalização. (Sebrae, 2022a). Os pequenos negócios empresariais são compostos pelas Micro e Pequenas Empresas (MPE) e pelos Microempreendedores Individuais (MEI) (Sebrae, 2018).
MEI, ou Microempreendedor Individual, refere-se a um profissional autônomo que, ao se formalizar, obtém um CNPJ. Isso oferece vantagens como facilidade na abertura de contas bancárias, acesso a linhas de crédito e a possibilidade de emitir notas fiscais, além de adquirir direitos e assumir obrigações como pessoa jurídica. As despesas do MEI se limitam ao pagamento mensal do Simples Nacional (Sebrae, 2023).
Atualmente, sete em cada dez novos negócios formalizados no país são MEIs. Dessa forma, o MEI desempenha um papel crucial no fortalecimento da economia, na geração de empregos e na promoção de facilidades para a sociedade (Sebrae, 2022a).
No Brasil, uma ME é caracterizada por uma receita bruta anual de até R$ 360 mil, enquanto uma EPP possui receita entre R$ 360 mil e R$ 4,8 milhões. Esses parâmetros são estabelecidos pela Lei Complementar nº 123/2006, que oferece um tratamento diferenciado às MPEs e aos MEIs com o objetivo de fomentar o crescimento econômico, gerar empregos e fortalecer a economia nacional (Sebrae,2022).
A Lei Geral também instituiu o Simples Nacional, um regime tributário simplificado que facilita o recolhimento de impostos e proporciona benefícios às MPEs e MEIs de acordo com sua receita anual. Além disso, a legislação assegura condições especiais para a participação dessas empresas em licitações públicas e prevê orientação educativa durante fiscalizações, promovendo sua formalização e sustentabilidade (SEBRAE, 2022).
Desde a implementação da Lei Geral, observou-se um aumento expressivo na formalização de pequenos negócios, o que possibilitou acesso a vantagens como crédito e previdência social. Essa formalização contribuiu para a criação de empregos, a inclusão social e a redução das desigualdades, além de impulsionar o desenvolvimento local e a inovação tecnológica (SEBRAE, 2022).
Os pequenos negócios são pilares do empreendedorismo brasileiro, fundamentais para economias locais em áreas periféricas. Contudo, enfrentam desafios como a adoção de estratégias competitivas, destacando a importância de compreender seu contexto e práticas para fortalecer seu papel no desenvolvimento econômico.
Com o avanço das tecnologias digitais e a crescente popularização do acesso à internet, o marketing digital consolidou-se como uma ferramenta indispensável para as empresas. Essa estratégia não só amplia o alcance e fortalece o relacionamento com os clientes, como também eleva a competitividade no mercado (Kotler et al., 2017). O marketing digital representa uma transformação profunda na maneira como as empresas se conectam com os consumidores, permitindo a implementação de estratégias direcionadas e interativas em um ambiente digital dinâmico. Para micro e pequenas empresas, o marketing digital surge como uma oportunidade crucial para competir em mercados específicos, especialmente quando os recursos são limitados e a visibilidade se torna uma necessidade estratégica (Gabriel, 2010).
O empreendedorismo na periferia, especificamente, enfrenta o desafio de se adaptar à transformação digital que a sociedade tem vivenciado nos últimos anos. Nos dias atuais, integrar os negócios ao contexto tecnológico é fundamental para ampliar seu impacto e potencial nas comunidades (Coria, 2024).
O objetivo desta pesquisa é identificar o perfil das empresas situadas em bairros periféricos de baixa renda e investigar as estratégias de marketing digital empregadas em suas operações. Para isso, foi aplicado um questionário contendo perguntas fechadas e semi-abertas.
O questionário foi aplicado presencialmente aos estabelecimentos localizados no Bairro Floresta, obtendo 63 questionários respondidos. Os dados coletados foram analisados para compreender o posicionamento digital dessas empresas, identificar tendências específicas de marketing digital e avaliar a implementação dessas estratégias em suas atividades cotidianas.
Especificamente, a pesquisa pretende responder a: De que maneira as empresas localizadas no Bairro Floresta, em Goiânia, utilizam e aplicam estratégias de marketing digital em suas atividades?
O Bairro Floresta, na região Noroeste de Goiânia, abriga uma população de baixa renda e apresenta crescimento contínuo com investimentos em infraestrutura e novos empreendimentos. O bairro combina residências, comércios e serviços, destacando-se pela localização estratégica e ampla área para projetos futuros (Costa, 2009; Guia Mapa, 2024).
Pequenos negócios ocupam um papel central na economia brasileira, contribuindo significativamente para a geração de empregos e a dinamização de economias locais. Em regiões periféricas ou de menor desenvolvimento socioeconômico, essas empresas enfrentam desafios únicos, mas também representam oportunidades importantes para a inclusão social e o fortalecimento da economia regional. Nesse contexto, compreender suas práticas e adaptação a tendências como o marketing digital é fundamental para identificar caminhos que favoreçam sua sustentabilidade e crescimento.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
O marketing é um elemento central na gestão e na estratégia de uma empresa, sendo o processo pelo qual as organizações criam valor para os clientes e estabelecem relacionamentos sólidos, visando obter valor em troca. Esse valor pode ser compreendido como o atendimento às necessidades dos clientes, bem como a geração de lucro, reconhecimento ou o alcance dos objetivos da empresa (Kotler; Amstrong, 2007).
Hoje na era do marketing 4.0, um conceito que reflete a evolução do marketing como ciência em resposta às constantes transformações do mercado e ao avanço da digitalização. Nesta fase, as empresas procuram adaptar-se rapidamente a um ambiente altamente conectado, onde os consumidores estão cada vez mais rápidos e exigentes em suas decisões de compra. O marketing 4.0 se desenvolve a partir do marketing 3.0, enfatizando que os clientes, conectados ao mundo digital, buscam soluções ágeis, tendências atualizadas e estratégias que atendam de forma eficiente às suas necessidades, destacando a importância da inovação e da agilidade nos negócios (Kotler et al., 2017).
O marketing digital refere-se ao conjunto de estratégias de marketing e publicidade aplicadas na internet, visando alinhar-se ao novo comportamento dos consumidores enquanto navegam online. Não se trata de ações isoladas, mas de um conjunto integrado e eficiente de iniciativas que visam estabelecer um relacionamento contínuo entre a empresa e seus clientes (Torres, 2010).
O marketing digital envolve o uso de dispositivos eletrônicos que utilizam tecnologia computacional, como a Internet, para realizar atividades promocionais. Empresas podem adotar diversas ferramentas nesse processo, como sites, mecanismos de pesquisa, blogs, mídias sociais, vídeos, e-mails, entre outros canais digitais, com o objetivo de alcançar e engajar clientes. Essa abordagem permite uma interação direta e personalizada com o público-alvo, aproveitando as diversas plataformas disponíveis online para fortalecer a presença da marca e impulsionar suas estratégias comerciais (AMA, 2024)
Atualmente, o marketing digital se tornou tão essencial quanto, ou até mais importante do que, os métodos tradicionais de marketing. Em muitos setores, observa-se uma crescente divisão entre o marketing tradicional e o digital, enquanto outras empresas têm inovado ao integrar ambos os métodos de forma eficaz. Independentemente da abordagem escolhida, é crucial que as empresas planejem e implementem uma estratégia de marketing digital sólida e viável, adaptada às necessidades do mercado e às expectativas dos consumidores (AMA, 2024).
Uma pesquisa realizada em 2021 pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostrou que 70% dos pequenos negócios possuem presença digital e realizam vendas por meio de redes sociais, aplicativos e a internet em geral. Esse cenário destaca a importância da informação e do conhecimento para os empreendedores, seja para os que já utilizam o digital ou para os que desejam iniciar nesse ambiente. O marketing digital oferece uma ampla gama de ferramentas e oportunidades para divulgar produtos e serviços, impulsionar as vendas, fortalecer o relacionamento com os clientes e tornar as empresas mais competitivas no mercado (Sebrae, 2024).
O marketing digital para pequenos negócios pode envolver diversas ferramentas, como websites, blogs, marketplaces, e-mail marketing e mídias sociais. Cada uma dessas plataformas oferece maneiras eficazes de alcançar e engajar clientes, fortalecer a marca e expandir o alcance. Sites e blogs, por exemplo, são essenciais para estabelecer uma presença online e fornecer informações valiosas aos consumidores. Já os marketplaces permitem que pequenos negócios acessem um público mais amplo, enquanto o e-mail marketing é uma excelente ferramenta para comunicação direta e personalizada com os clientes. Por fim, as mídias sociais, como Facebook, Instagram e WhatsApp, oferecem canais para interação e promoção, permitindo que as empresas criem uma relação mais próxima com seu público (Sebrae, 2024). Essas ferramentas são essenciais para a construção de uma estratégia de marketing digital bem-sucedida, especialmente em um ambiente competitivo e dinâmico.
As mídias sociais proporcionaram uma grande oportunidade para os pequenos negócios entrarem no ambiente digital. A capacidade de gerar conteúdo e influenciar públicos, antes restrita a grandes corporações, agora está ao alcance de qualquer empreendedor. Isso democratizou a criação de conexões e o engajamento com clientes, permitindo que pequenos negócios aumentem sua visibilidade e competitividade no mercado digital. As mídias sociais mais utilizadas no Brasil são: Facebook, Instagram, Linkedin, YouTube, TikTok, Facebook Messenger (Sebrae, 2024).
Atualmente, micros e pequenas empresas dispõem de ferramentas altamente eficazes para se destacar no mercado digital. Ao utilizarem estratégias de marketing digital e focarem no engajamento como estratégia central, essas empresas conseguem impulsionar suas vendas e alcançar uma vasta audiência, muitas vezes com milhões de visualizações. Aproveitar as oportunidades proporcionadas pela globalização e o fácil acesso ao mercado digital permite que essas empresas compartilhem conteúdos direcionados, despertando nos consumidores o desejo de compra. Ao utilizarem essas plataformas de maneira estratégica, pequenas empresas têm a chance de competir em um cenário globalizado, criando conexões e ampliando sua base de clientes.
3 METODOLOGIA
Este estudo seguiu uma abordagem exploratória quali-quantitativa, com dados coletados por meio de pesquisa primária e consulta a fontes secundárias.
No presente estudo, o questionário foi aplicado presencialmente a 63 estabelecimentos localizados no Bairro Floresta, em Goiânia-GO. Inicialmente, a área foi mapeada com o auxílio do Google Maps, o que possibilitou a identificação prévia dos negócios. Posteriormente, os questionários foram aplicados diretamente aos proprietários ou responsáveis pelos estabelecimentos durante visitas presenciais. Conforme Cervo e Bervian (2002), o questionário é uma ferramenta que permite a obtenção de respostas por meio de um formulário preenchido pelo próprio informante. Esse instrumento foi essencial para a coleta de dados que fundamentam a pesquisa.
Os dados coletados foram organizados e analisados para compreender o posicionamento digital das empresas, identificar tendências específicas de marketing digital e avaliar a aplicação dessas estratégias em suas atividades cotidianas. A análise buscou fornecer um panorama detalhado sobre a integração do marketing digital no contexto empresarial local.
O Bairro Floresta, situado na região Noroeste de Goiânia, caracteriza-se por uma população de baixa renda em situação de precariedade (Costa, 2009). Dados do censo demográfico realizado pelo IBGE em 2010 indicam que a região possuía 5.641 habitantes, sendo 2.806 homens e 2.835 mulheres (IBGE, 2010).
Segundo o Guia Mapa (2024), o Bairro Floresta é uma área que combina residências, comércios e serviços essenciais. Sua localização estratégica, com fácil acesso a diferentes pontos da cidade, favorece a mobilidade dos moradores. Além disso, a região está em processo de crescimento contínuo, com investimentos em infraestrutura e novos empreendimentos, o que desperta interesse de construtoras devido à ampla área disponível para projetos futuros.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Na pesquisa realizada, os participantes puderam responder a perguntas de duas formas: em algumas questões, era possível selecionar apenas uma opção (exclusiva), enquanto em outras, as empresas poderiam escolher mais de uma alternativa (Gráfico 5, Gráfico 7, Gráfico 8, Gráfico 10, Gráfico 15).
Segue a apresentação dos dados obtidos na pesquisa realizada presencialmente entre maio e junho de 2024, junto aos pequenos negócios localizados no Bairro Floresta, na cidade de Goiânia, estado de Goiás.
Ao analisar o Gráfico 1, observa-se que, entre as micro e pequenas empresas do Bairro Floresta, as de tipo MEI representam a maior parcela, correspondendo a 41% do total das empresas pesquisadas. Em seguida, destacam-se as empresas sem CNPJ, que somam 23%, seguidas pelas ME, com 19,7%, EPP, com 16,4%. Esses dados indicam que o MEI é o tipo mais prevalente entre os empreendedores da região.
Já o Gráfico 2 mostra que a maioria das empresas do Bairro Floresta tem um histórico de operação mais longo, com 30% das empresas pesquisadas funcionando há mais de 10 anos. Já 29% das empresas possuem de 2 a 5 anos de funcionamento, enquanto 22% estão em operação há menos de 2 anos. As empresas com um histórico de 5 a 10 anos representam 19% do total.
Gráfico 3 – Distribuição setorial das empresas
Fonte: Elaborado pelos autores.
Ao analisar o Gráfico 3, observa-se que o comércio é o setor predominante, com 28 empresas. Em segundo lugar, está o setor de serviços, com 18 empresas. A combinação de comércios e serviços ocupa a terceira posição, com 16 empresas. Por fim, o setor industrial está representado por 1 empresa. Esses dados refletem as principais áreas de atuação no Bairro Floresta, evidenciando as escolhas mais frequentes entre os empreendedores locais.
Conforme o Gráfico 4, existe uma grande predominância de empresas no bairro que, por diversas razões, não oferecem treinamentos ou capacitações em marketing digital para seus funcionários e colaboradores, representando 82% do total. Em seguida, 13% das empresas indicam oferecer algum tipo de treinamento relacionado ao marketing digital. Por fim, 5% dos empreendimentos no bairro planejam implementar capacitação em marketing digital para seus colaboradores no futuro. Essa ausência ou limitação de treinamentos pode impactar a forma como os clientes, especialmente aqueles que conhecem o estabelecimento por meio da internet, interagem com a empresa. Nesse contexto, o marketing digital se revela essencial para a construção e manutenção da imagem que o negócio deseja projetar.
O Gráfico 5 ilustra os diferentes objetivos que as empresas do Bairro Floresta têm ao utilizar o marketing digital. O principal foco é “conseguir mais pessoas interessadas”, representando cerca de 27,5% das empresas. Seguindo essa prioridade, “vender mais” aparece com 25,5% das respostas. Outros objetivos incluem “interagir com os clientes”, mencionado por 20,6% das empresas, e “tornar a marca mais conhecida”, apontado por 19,6%. Além disso, 6,9% das empresas afirmaram não realizar ações voltadas para esses fins, indicando menor proatividade em estratégias de crescimento e relacionamento com o público.
O Gráfico 6 evidencia que a maior parte das empresas do bairro Floresta confia exclusivamente no proprietário para criar o conteúdo de marketing digital, correspondendo a 82% do total. Em seguida, 11% das empresas delegam essa responsabilidade a colaboradores internos. Além disso, 6% contam com o suporte de organizações especializadas em marketing digital, enquanto apenas 1% utiliza os serviços de freelancers ou profissionais autônomos. Esses dados demonstram a significativa centralização dessa função nas mãos dos proprietários, com menor utilização de suporte externo especializado.
Ao analisar o Gráfico 7 sobre as estratégias para aumentar o engajamento nas redes sociais da empresa nota-se a proeminência da opção “Respondemos rapidamente aos comentários ou mensagens”, correspondendo a cerca de 37% do total, com 33 escolhas dentre as empresas entrevistadas. Logo após, em segundo lugar, está “Fazemos promoções ou sorteios”, com 28,1% do total, representando 25 escolhas. “Não temos uma estratégia para isso” e “Fazemos enquetes e perguntas” possuem, respectivamente, 14,6% e 13,5% das escolhas, com 13 e 12 votos dentre o total. Por último, “Outro” (outras alternativas não especificadas) e “Trabalhamos com influenciadores” apresentam, respectivamente, 2,6% e 3,4%, com apenas 2 e 3 escolhas dentre o total de empresas locais. Torna-se clara, portanto, a predominância de empresas que buscam engajar-se diretamente com seus clientes, valorizando a interação e o retorno para melhorar seus serviços.
Esses dados indicam que a maioria das empresas locais busca interagir com os clientes de maneira direta, valorizando suas opiniões para alinhar-se aos interesses do público. Isso reflete uma tendência de engajamento que, embora diversificada, ainda carece de estratégias mais estruturadas.
Outro dado advindo da pesquisa foi que a grande maioria das empresas do bairro Floresta, representando 93,7% do total, não utiliza e-mail marketing como estratégia para promover seus negócios. Por outro lado, uma pequena parte, equivalente a 4,8% das empresas, recorre ao envio de e-mails com ofertas especiais para atrair clientes. Apenas 1,6% das empresas utilizam e-mails com o objetivo de reengajar clientes e despertar seu interesse novamente. Esses dados refletem uma falta de aproveitamento de uma ferramenta de marketing digital que, embora eficaz, ainda não está sendo amplamente adotada pelas empresas da região.
Esses resultados do Gráfico 8 revelam uma tendência interessante no comportamento das empresas no Bairro Floresta em relação à coleta de feedback dos clientes. A predominância de estratégias como o uso do WhatsApp e a ausência de solicitação de opiniões (24% e 20%, respectivamente) sugere uma abordagem mais informal e, possivelmente, menos estruturada no engajamento com o cliente.
Em seguida, temos as opções “Usamos as redes sociais”, “Pessoalmente” e “Boca a boca”. A opção “Usamos as redes sociais” corresponde a 16% do total de respostas, enquanto “Pessoalmente” representa 12% e “Boca a boca” soma 6%, o que indica uma tentativa de fortalecer a conexão direta e pessoal com os consumidores. Por outro lado, as baixas porcentagens de métodos mais estruturados, como ‘Pedimos avaliações no Google’ (5%) e ‘Ligamos para os clientes’ (4%), podem sinalizar uma falta de conhecimento ou de implementação eficaz de estratégias digitais que promovem um retorno mais mensurável.
Segundo o Gráfico 9, 65% das empresas do bairro não possuem um plano de negócios. Entre as empresas que seguem um modelo de negócios, 30% afirmaram ter um plano estruturado. Por fim, 5% das empresas possuem um plano de negócios, mas indicaram que não o utilizam atualmente.
Ao analisar o Gráfico 10, sobre as estratégias de Marketing Digital utilizadas pelas empresas, nota-se uma grande predominância em três das doze opções: redes sociais gratuitas e de fácil acesso, tanto para as empresas quanto para os clientes. O “WhatsApp”, o “Instagram” e o “Facebook” possuem, respectivamente, 45, 35 e 22 seleções, o que equivale a 28,1% para o “WhatsApp”, 21,9% para o “Instagram” e 13,8% para o “Facebook”, totalizando 63,8% do total de escolhas. Também observamos que as empresas do bairro costumam criar perfis no Google Meu Negócio, onde, ao pesquisar o nome da empresa no Google, aparecem alguns dados básicos que informam o cliente. Essa opção recebeu 21 seleções, representando aproximadamente 13% do total. Em seguida, as opções “Anúncios Pagos Meta”, “Anúncios Pagos” e “Não utilizamos estratégias de marketing digital” possuem a mesma quantidade de seleções, sendo 8 escolhas, o que corresponde a 5% do total. Por fim, “TikTok” e “Site” receberam 4 escolhas cada, totalizando 2,5% cada. “E-mail” e “Marketplace” tiveram apenas 2 seleções, somando 1,3% cada, enquanto o “YouTube” obteve apenas 1 escolha entre as empresas do bairro que responderam ao questionário, totalizando apenas 0,6% do total.
Na análise do gráfico 11, constata-se uma predominância das empresas entrevistadas que não fazem uso de anúncios pagos, totalizando 50 respostas, o que representa pouco mais de 80% do total de empresas entrevistadas. Em menor escala, as empresas que utilizam anúncios pagos, observa-se as demais alternativas, em ordem decrescente de escolha a frequência em que fazem anúncios pagos: “Semanalmente” foi indicado 5 vezes, representando aproximadamente 8% das escolhas; “Mensalmente” foi selecionado por 4 empresas, somando cerca de 6% do total pesquisado; e “Diariamente” foi apontado por apenas 3 empresas, correspondendo a 4,8% do total percentual.
Durante a análise do Gráfico 12, constatamos certa variedade na quantidade de respostas. No entanto, mesmo com essa variação, notamos a predominância de empresas entrevistadas que publicam conteúdo em suas redes digitais semanalmente e diariamente. Ao todo, 20 empresas relataram publicar semanalmente, o que corresponde a pouco menos de 34% do total, enquanto 19 empresas afirmaram realizar postagens diárias, totalizando aproximadamente 32% do percentual total. Em seguida, conforme a quantidade de respostas, apenas 11 empresas indicaram publicar seus conteúdos mensalmente, representando pouco menos de 19% do total. Além disso, a opção “Não fazemos publicações em redes sociais” foi escolhida por 9 empresas, o que, em termos percentuais, corresponde a aproximadamente 15% do total de empresas entrevistadas.
Ao analisar os dados apresentados no Gráfico 13, observa-se uma divisão quase equitativa entre as empresas entrevistadas em relação ao uso da opinião dos clientes para aumentar o engajamento em suas redes sociais. De um lado, 52% das empresas não utilizam as opiniões dos clientes como estratégia para engajamento. Por outro lado, 48% das empresas afirmaram adotar esse recurso para promover o engajamento em suas redes sociais.
Os dados mostram que, ao enfrentar desafios no uso do marketing digital, as empresas do Bairro Floresta apontaram diversos problemas, podendo selecionar mais de uma alternativa. O maior obstáculo, com 27 respostas, foi a falta de conhecimento sobre marketing digital. A competição, com 17 respostas, também é um fator relevante, dificultando a diferenciação. Além disso, 15 empresas não sabem se estão obtendo lucro com as estratégias, e 11 mencionaram a dificuldade de criar conteúdo atraente. O orçamento limitado foi destacado por 8 empresas, enquanto apenas 1 empresa afirmou não ter dificuldades. Esses dados evidenciam a necessidade de capacitação e melhor acompanhamento das estratégias digitais.
5 CONCLUSÃO
A pesquisa realizada nos pequenos negócios do Bairro Floresta permitiu identificar os principais desafios enfrentados pelas empresas ao adotarem o marketing digital. A falta de conhecimento técnico sobre as estratégias digitais emergiu como o principal obstáculo, evidenciando a necessidade urgente de capacitação e de programas de educação voltados para os empreendedores locais. A dificuldade em mensurar os resultados das estratégias também foi um desafio relevante, mostrando que muitas empresas ainda carecem de ferramentas adequadas para avaliar o retorno sobre o investimento (ROI) de suas ações digitais.
A competição também se destacou como um fator limitante, dificultando a diferenciação entre as empresas no ambiente digital, o que sugere que as empresas precisam de estratégias mais robustas para se destacar, especialmente no contexto de um mercado saturado. Além disso, as dificuldades em criar conteúdo atrativo e em acompanhar as demandas do público digital indicam que as empresas precisam investir mais em criatividade e em técnicas de produção de conteúdo que envolvam os consumidores de forma mais eficaz.
Esses resultados confirmam que os pequenos negócios do Bairro Floresta enfrentam barreiras significativas na adoção e otimização do marketing digital. A pesquisa contribui teoricamente ao fornecer uma compreensão mais aprofundada dos desafios enfrentados por empresas de menor porte, especialmente em relação à falta de capacitação e à complexidade do ambiente digital. As implicações práticas dessa pesquisa indicam que é essencial criar iniciativas de capacitação e de acompanhamento estratégico para auxiliar as empresas no desenvolvimento de suas estratégias digitais.
As limitações do estudo incluem o foco em uma única região, o que pode não refletir a diversidade de realidades enfrentadas por pequenos negócios em outras localidades, e a possível influência de percepções pessoais dos empresários sobre suas próprias dificuldades. Para futuras pesquisas, é sugerido expandir a amostra para incluir diferentes regiões e explorar o impacto de programas de capacitação e suporte contínuo no sucesso do marketing digital entre pequenos negócios.
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