TECNOLOGIAS DIGITAIS NO ENRIQUECIMENTO CURRICULAR: FORMAÇÃO CONTINUADA E IMPACTOS NA EDUCAÇÃO BÁSICA

DIGITAL TECHNOLOGIES IN CURRICULUM ENRICHMENT: CONTINUING EDUCATION AND IMPACTS ON BASIC EDUCATION

TECNOLOGÍAS DIGITALES EN EL ENRIQUECIMIENTO CURRICULAR: EDUCACIÓN CONTINUA E IMPACTOS EN LA EDUCACIÓN BÁSICA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202412121140


Vania Cristina Marques¹;
Orientador: Robson Alex Ferreira².


Resumo

Este artigo, está baseado na dissertação de mestrado da autora, analisa o uso das tecnologias digitais no enriquecimento curricular: formação continuada e impactos na educação básica. A pesquisa, de natureza qualitativa descritiva, foi realizada em uma escola pública no município de Sinop, Mato Grosso, e envolveu 30 professores. Um curso de formação continuada foi oferecido aos professores, com foco na utilização de ferramentas digitais como suporte pedagógico. O objetivo do encontro formativo, foi apresentar e discutir sobre as potencialidades dessas ferramentas e sua aplicação no contexto educacional. A fundamentação teórica apoia-se em autores como Valente (2018), Kenski (2013) e Moran (2000), que discutem sobre as tecnologias digitais no contexto educacional. Os resultados indicam que as tecnologias digitais, quando adequadamente integradas ao currículo, promovem um ambiente inclusivo e estimulante, facilitando o desenvolvimento do potencial dos estudantes. Contudo, foi identificado que muitos professores carecem de formação continuada sobre o uso de tecnologias digitais para atender aos estudantes.

Palavras-chave: Inovação Tecnológica. Recursos. Ensino. Práticas Pedagógicas.

Abstract

This article, based on the author’s master’s thesis, analyzes the use of digital technologies in curriculum enrichment: continuing education and impacts on basic education. The research, of a qualitative descriptive nature, was carried out in a public school in the municipality of Sinop, Mato Grosso, and involved 30 teachers. A continuing education course was offered to teachers, focusing on the use of digital tools as pedagogical support. The objective of the training meeting was to present and discuss the potential of these tools and their application in the educational context. The theoretical foundation is supported by authors such as Valente (2018), Kenski (2013) and Moran (2000), who discuss digital technologies in the educational context. The results indicate that digital technologies, when properly integrated into the curriculum, promote an inclusive and stimulating environment, facilitating the development of students’ potential. However, it was identified that many teachers lack continuing education on the use of digital technologies to serve students.

Keywords: Technological Innovation. Resources. Teaching. Pedagogical Practices.

Resumen 

Este artículo, basado en la tesis de maestría de la autora, analiza el uso de las tecnologías digitales en el enriquecimiento curricular: formación continua e impactos en la educación básica. La investigación, de carácter cualitativo descriptivo, se llevó a cabo en una escuela pública del municipio de Sinop, Mato Grosso, e involucró a 30 docentes. Se ofreció un curso de educación continua a los docentes, centrado en el uso de herramientas digitales como apoyo pedagógico. El objetivo de la reunión de capacitación fue presentar y discutir el potencial de estas herramientas y su aplicación en el contexto educativo. La fundamentación teórica se apoya en autores como Valente (2018), Kenski (2013) y Moran (2000), quienes abordan las tecnologías digitales en el contexto educativo. Los resultados indican que las tecnologías digitales, cuando se integran adecuadamente en el currículo, promueven un entorno inclusivo y estimulante, facilitando el desarrollo del potencial de los estudiantes. Sin embargo, se identificó que muchos docentes carecen de formación continua sobre el uso de las tecnologías digitales para atender a los estudiantes.

Palabras clave: Innovación Tecnológica. Recursos. Enseñanza. Prácticas Pedagógicas..

Introdução

As tecnologias digitais têm impactado significativamente a sociedade em diversos âmbitos, e na educação não é diferente. O uso das Tecnologias Digitais de Comunicação e Informação (TDICs) no contexto escolar tem o potencial de transformar o processo de ensino-aprendizagem, proporcionando um ambiente de aprendizado dinâmico e interativo. No entanto, a implementação eficaz dessas ferramentas ainda enfrenta desafios, especialmente relacionados à formação continuada dos professores e à adaptação das metodologias tradicionais às inovações tecnológicas.

Este artigo visa discutir o impacto das tecnologias digitais no ambiente escolar, com foco na transformação das práticas pedagógicas. A pesquisa qualitativa descritiva foi realizada em uma escola pública de Sinop, Mato Grosso, e envolveu a participação de 30 professores que passaram por um curso de formação para o uso das TDICs em sala de aula.

Durante a formação continuada realizada na escola, foram introduzidas ferramentas digitais, com o objetivo de auxiliar os professores a incorporarem as tecnologias digitais em suas práticas pedagógicas. A aceitação por parte dos educadores foi positiva, destacando o potencial dessas tecnologias para enriquecer o processo de ensino e proporcionar um ambiente educacional engajador e acessível a todos os estudantes. Os resultados obtidos fornecem uma análise sobre os desafios e as potencialidades da integração das tecnologias digitais no contexto escolar.

As tecnologias digitais no espaço escolar

Iniciamos com uma análise sobre a visão idealizada da “escola do futuro”, explorando como as expectativas para as instituições educacionais no século XXI foram estabelecidas pela necessidade de adaptação às rápidas evoluções tecnológicas de nossa sociedade. Há muito tempo sonhamos com uma escola que pudesse acompanhar as mudanças na sociedade na mesma velocidade em que a sociedade está sendo transformada. De acordo com Valente (2018), é inegável que avanços e mudanças estão ocorrendo em todos os aspectos da sociedade, inclusive na área educacional. Porém, sabe-se que ainda estamos longe de alcançar o tão sonhado objetivo, no que diz respeito às tecnologias digitais, da escola do futuro, uma escola que seja voltada às necessidades e interesses dos estudantes, com currículos enriquecedores e abordagens metodológicas atrativas.

Para elucidar, diferenciamos tecnologia de tecnologias digitais, a primeira inclui qualquer ferramenta desenvolvida ao longo da história humana, já as tecnologias digitais, como foco nos recursos de comunicação e informação. Este último é central para nossa discussão voltada para a educação de estudantes com altas habilidades. Neste sentido Kenski, (2003, p. 21), afirma que, “o conceito de tecnologias engloba a totalidade de coisas que a engenhosidade do cérebro humano conseguiu criar em todas as épocas, suas formas de uso, suas aplicações”. Assim, os materiais escolares como lápis, caneta, caderno são considerados materiais tecnológicos, pois em algum momento na história da sociedade foi resultado de pesquisas e necessidade.

Já as tecnologias digitais, especialmente as Tecnologias Digitais de Comunicação e Informação (TDICs), desempenham um papel central na educação. Optamos por incluir ferramentas e aplicativos utilizados em rede, com ou sem acesso à internet. É preciso reconhecer que, muitas vezes, o termo “tecnologia” pode gerar discussões muito amplas. Por isso, usaremos o termo “tecnologias digitais” para situar e compreender melhor esse fenômeno presente na sociedade atual. É essencial e urgente debater essa temática na educação. Valente (2018), e Moran (2000), enfatizam a necessidade de integrar as tecnologias digitais de forma crítica e reflexiva no ambiente educacional, promovendo um ensino dinâmico e acessível.

Valente (2018), observa que, embora setores administrativos da educação tenham começado a adotar tecnologias digitais, para os setores burocráticos, muitas práticas pedagógicas ainda não utilizam essas ferramentas de maneira eficaz.

Assim, em plena era digital, a questão que se coloca é: o que as instituições de ensino estão proporcionando aos seus estudantes? Nada muito diferente ou inovador. Pelo contrário, ainda oferecem uma educação tradicional, baseada na informação que o professor transmite e em um currículo que foi desenvolvido para a era do lápis e papel (Valente, 2018, p. 18).

Essa persistência apresentada por Valente (2018), em modelos educacionais ultrapassados limita e desestimula a criatividade e a inovação. Nesta direção Moran (2000) aponta que é imprescindível que as instituições de ensino reavaliem suas práticas pedagógicas para incorporar tecnologias digitais que promovam um ambiente de aprendizagem mais rico e coerente. As tecnologias digitais, como forma de enriquecimento curricular nas escolas, são fundamentais para todos os estudantes da unidade escolar e com os usos das tecnologias digitais é possível desenvolver aulas mais dinâmicas, atuais e estimular a criatividade dos estudantes. Neste sentido:

Não há dúvida de que as novas tecnologias de comunicação e informação trouxeram mudanças consideráveis e positivas para a educação. Vídeos, programas educativos na televisão e no computador, sites educacionais, softwares diferenciados transformam a realidade da aula tradicional, dinamizam o espaço de ensino- aprendizagem, onde, anteriormente, predominava a lousa, o giz, o livro e a voz do professor (Kenski, 2003, p. 50).

Neste contexto, as tecnologias digitais têm o potencial de transformar radicalmente as práticas pedagógicas ao enriquecer e diversificar os processos de ensino e aprendizagem.

Contudo, é fundamental refletir sobre as resistências encontradas diante dessas mudanças. Muitas escolas ainda se apegam a métodos tradicionais, em que predominam o professor, a lousa e o giz, mesmo dispondo de recursos tecnológicos avançados como lousas digitais com acesso à internet. Essa persistência nos métodos convencionais subutiliza ferramentas interativas que poderiam potencializar significativamente a educação (Moran, 2013).

Entender que a resistência de muitos professores ao uso de tecnologias digitais pode ser minimizada por meio de formação continuada e suporte institucional, além disso, as escolas devem ser incentivadas a repensar os currículos para integrar tecnologias digitais que possibilitem práticas pedagógicas inovadoras, especialmente adequadas para estimular e engajar estudantes com altas habilidades (Almeida 2003).

A escola da forma que se apresenta, quando se afasta as inovações tecnológicas, seja por não formar os professores ou por proibir seus usos, corre um grande risco de não conseguir preparar os estudantes para os desafios e expectativas do futuro em sociedade. Da forma que está a sociedade, a cada dia que passa mais digitalizada e conectada, ter nas escolas uma prática docente que ignora todas essas inovações das tecnologias digitais pode limitar o desenvolvimento e a criatividade dos estudantes (Marcolla; Porto, 2004).

Com as tecnologias atuais a escola pode transformar-se em espaços ricos de aprendizagens significativas, presenciais e digitais, que motivem os alunos a aprenderem ativamente, a pesquisar o tempo todo, a serem proativos, a saberem tomar iniciativas a saber interagir (Moran, 2013).

Portanto, essa inclusão das tecnologias digitais na educação seja feita de forma crítica e reflexiva, que tenha pautado a garantia de que essas tecnologias digitais seja uma ferramenta de apoio ao ensino e não uma ferramenta milagrosa que por si só vai garantir toda a formação acadêmica do estudante (Ponte, 2000).

Ao partimos do pressuposto de que o maior desafio para a aceitação dessas tecnologias digitais são os métodos conservadores é fundamental que tenhamos discussões sobre o equilíbrio entre as práticas docentes tradicionais e inovadoras de forma que o uso das tecnologias digitais possa ampliar as possibilidades de aprendizagem sem que elas comprometam a qualidade do ensino. A prática docente na escola atual deve ser pautada pela constante reflexão, buscando sempre o desenvolvimento integral dos estudantes e a sua preparação para os desafios do futuro (Porto, 2006).

À medida que avançamos no século XXI, a inclusão digital torna-se um pilar fundamental nas estratégias de modernização educacional. Para que as escolas possam preparar os estudantes para a era digital, é necessário haver uma infraestrutura que suporte o acesso a recursos tecnológicos avançados e que promova um ambiente de aprendizagem conectado e interativo (Almeida, 2003).

Sobre essa formulação, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) passou por uma atualização em 2023, a qual está em consonância com o que temos abordado até agora. Essa atualização trouxe uma reflexão sobre o papel da escola na preparação para um mundo cada vez mais conectado e tecnológico. No artigo 4º, a lei estabelece que a:

Educação digital, com a garantia de conectividade de todas as instituições públicas de educação básica e superior à internet em alta velocidade, adequada para o uso pedagógico, com o desenvolvimento de competências voltadas ao letramento digital de jovens e adultos, criação de conteúdos digitais, comunicação e colaboração, segurança e resolução de problemas (Brasil, 2023, p. 10).

A garantia de conectividade mencionada reflete um compromisso com a modernização educacional, onde a alta velocidade da internet se torna uma ferramenta essencial para o uso pedagógico. O desenvolvimento de competências, como o letramento digital, é crucial para que jovens e adultos consumam e criem conteúdos digitais relevantes, além de se engajarem em comunicação e colaboração online. Adicionalmente, a ênfase na segurança e na resolução de problemas digitais prepara os estudantes para navegar de maneira segura e eficiente no ambiente online. Esses elementos, ao serem incorporados nas práticas educativas, ampliam as possibilidades pedagógicas (Lemos, 2004).

Esse é um dos avanços na legislação educacional; contudo, é necessário refletir sobre as condições reais para a implementação dessas mudanças. Embora no século passado já se imaginasse a escola do futuro, a realidade atual ainda não atende plenamente a essas demandas. Isso sugere que a escola não tem acompanhado os avanços e transformações que a sociedade enfrenta. Garantir conectividade às escolas e, ao mesmo tempo, proibir o uso dessa conectividade pelos estudantes não faz sentido para a escola do futuro, um futuro que já se tornou presente (Valente, 2014).

Atualmente, os aparelhos celulares são amplamente utilizados para fazer chamadas e principalmente para uma variedade de outras funções. De fato, fazer ligações é uma das funções menos utilizadas pelos usuários desses dispositivos móveis. O celular se destaca como uma das tecnologias digitais mais presentes nas vidas das pessoas, desde estudantes do ensino fundamental até universitários. Entende-se que sua presença constante transforma a maneira como nos comunicamos, aprendemos e interagimos.

O telefone celular apresenta-se, neste início do século XXI, como um objeto de desejo por parte das mais variadas faixas-etárias, além, é claro, de criar um imenso campo para o consumo, por meio da venda de aparelhos, serviços e acessórios. Além de aplicativos que já estão presentes nos modelos, há outros serviços disponibilizados, bem como novos e modernos aparelhos que acabam gerando enormes quantias e lucros. Na telefonia celular, tudo se converte num lucrativo negócio (Born, 2006, p. 35).

Se partimos desse princípio de que, os aparelhos celulares fazem parte da vida dos sujeitos que estão inseridos nas escolas, mesmo que, a intenção inicial de comprar ou de quem comprou não seja para fins de estudar e sim para fins de entretenimento, movimentando o mercado lucrativo que envolve as tecnologias digitais e suas atualizações, é preciso que se faça o uso desse equipamento de forma benéfica ao processo de ensino e aprendizagem dos estudantes, pois muitos desses aparelhos oferecem recursos que podem tornar o aprendizado mais dinâmico e enriquecedor a todos os estudantes (Antônio, 2010).

Com isso, ao propormos essa dinâmica para a escola da forma em que está hoje, certamente será um desafio, pois hoje em muitas escolas estão configuradas como um lugar, espaço físico em que o professor “tem que” transmitir o conhecimento. Colocando em xeque todo o trabalho que estimule pesquisas e questionamentos, como proposto por Freire (1987). Neste sentido, percebemos a urgência de uma reflexão sobre a escola que estamos produzindo e para qual sociedade, pois essa escola em que as crianças ficam enfileiradas, condicionadas ao sino4 para a rotina, já não comporta mais.

Para Valente (2018), as tecnologias digitais fazem parte da vida dos estudantes, neste cenário, o educador não pode mais ser um mero transmissor do conhecimento, se faz necessário que desenvolva ambientes propício estimular a criatividade tendo a ciência de que inserir as tecnologias digitais nas escolas não significa trocar o caderno pelas telas, mas de pensar metodologias utilizando esses recursos para potencializar ao máximo todos os estudantes.

Neste sentido, a escola precisa compreender o quanto antes, as transformações que ocorrem, os estudantes já não são mais os mesmos e já não fazem as leituras como se faziam no século passado e ao mesmo tempo nunca se leu tanto na história, a diferença é que são leituras diferentes, são leituras com estímulos visuais e auditivos com interação, assim.

O uso das tecnologias em educação, da perspectiva orientada pelos propósitos da Sociedade da Informação no Brasil, exige a adoção de novas abordagens pedagógicas, novos caminhos que acabem com o isolamento da escola e a coloquem em permanente situação de diálogo e cooperação com as demais instâncias existentes na sociedade, a começar pelos próprios alunos (Kenski, 2003, p. 77).

As afirmações de Kenski (2003), nos alerta a repensar sobre a importância da educação e da tecnologia na sociedade contemporânea. A autora também considera que as tecnologias digitais podem ser utilizadas para ampliar um sistema educacional mais interativo, conectado e inclusivo, em que por meio dessas tecnologias é possível conectar-se com o mundo ao seu redor possibilitar que os estudantes sejam cidadãos críticos, reflexivos e ativos na sociedade que por sinal, está cada vez mais digitalizada e conectada.

Incorporar os investimentos em recursos tecnológicos como computadores, notebooks, lousa digital, mesa interativa, entre outros, vem sendo pauta de muitas políticas de governo federal, o Decreto Nº 11.713, de 26 de setembro de 2023, institui a Estratégia Nacional de Escolas Conectadas (ENEC), em seu Art. 2º os seguintes objetivos.

I – Promover a universalização da conectividade de estabelecimentos de ensino da rede pública da educação básica;

II – Fomentar a equidade de oportunidades de acesso às tecnologias digitais no processo de ensino e aprendizagem; e

III – Contribuir com a aprendizagem digital e com o aperfeiçoamento da gestão por meio da ampliação do acesso à internet e às tecnologias digitais pelos estudantes, pelos professores e pelos gestores da rede pública de educação básica. (Brasil, 2023)

Esses objetivos estabelecidos no decreto nº 11.713/2023, destacam a importância de garantir que todos os estabelecimentos de ensino da rede pública estejam conectados e equipados com tecnologias digitais. São passos fundamentais para assegurar que todos os alunos, independentemente de sua localização ou condição socioeconômica, tenham as mesmas oportunidades de aprendizado. Além disso, o decreto enfatiza a necessidade da aprendizagem digital, disponibilizando acesso à internet e às tecnologias digitais, essas diretrizes são cruciais para garantir que os investimentos em recursos tecnológicos sejam acompanhados de estratégias de formação e suporte contínuo, promovendo assim uma educação inclusiva e de qualidade.

O Estado de Mato Grosso, por meio da Lei nº 12.008/2023, implementou o Programa Educa MT, que inclui o processo seletivo “Pacto pela Digitalização”. Este programa visa selecionar Multiplicadores de Encontros Formativos, oferecendo bolsas aos classificados. Esses multiplicadores são responsáveis por promover a utilização de ferramentas digitais na educação, capacitando outros educadores e ampliando o uso eficaz das tecnologias digitais nas escolas.

O processo seletivo, detalhado no Edital nº 012/2023/GS/SEDUC/MT, estabelece critérios rigorosos para a seleção, incluindo a análise de competências digitais aplicadas e a formação de um cadastro de reserva. Os profissionais selecionados têm a responsabilidade de disseminar conteúdos e cursos, tanto na modalidade presencial quanto à distância, com o objetivo de potencializar e ampliar as ações de melhoria da aprendizagem. Além disso, a capacitação dos multiplicadores inclui um treinamento intensivo para que esses multiplicadores estejam preparados para liderar a transformação digital nas escolas de Mato Grosso.

A capacitação e o suporte contínuo aos gestores escolares são fundamentais para a efetividade das políticas de inovação tecnológica nas escolas. Em Sinop, o Decreto nº 054/2024 reforça essa necessidade ao alterar o Decreto nº 185/2013, incorporando novas diretrizes para o uso de recursos tecnológicos na rede pública municipal de ensino. O decreto destaca a importância de capacitar e articular os gestores escolares para atender às especificações do Programa de Inovação e Educação Conectada (PIEC). Segundo o documento, é essencial “capacitar, articular e assessorar os gestores escolares (diretor/coordenador pedagógico) para atender as especificações do Programa de Inovação e Educação Conectada (PIEC), Lei nº 11.713, de 26 de setembro de 2023, que institui a Estratégia Nacional de Escolas Conectadas e as demandas advindas da Lei nº 14.533, de 11 de janeiro de 2023 – que Institui a Política Nacional de Educação Digital do Ministério da Educação” (Decreto nº 054/2024, Sinop, 2024).

Esse enfoque sobre ensinar “como utilizar” as ferramentas tecnológicas é fundamental, pois a simples aquisição de equipamentos tecnológicos não são o suficiente para garantir seu uso eficaz; é necessário um investimento contínuo na formação e no suporte aos profissionais da educação para que possam integrar essas ferramentas de forma efetiva nas práticas pedagógicas.

A vivência plena da cultura digital na escola só será possível quando a articulação entre as políticas públicas se efetivarem, o professor for fortalecido e a integração entre as práticas sociais e as práticas escolares efetivamente acontecerem, tornando a cultura digital um pressuposto básico da cultura escolar (Bonilla; Pretto, 2015, p.515).

Neste sentido, a inclusão digital vai além do acesso e engloba a habilidade de utilizar tecnologias para ampliar o alcance e a profundidade da aprendizagem. É preciso que as escolas criem ambientes que promovam o pensamento crítico e a criatividade, permitindo que os estudantes não só consumam conteúdo digital, e sim que se tornem criadores de conteúdo, preparando-os assim para as demandas complexas da sociedade contemporânea.

Para Bacich e Moran (2017), as tecnologias digitais emergem como ferramentas indispensáveis na educação de estudantes, pois permitem a personalização do aprendizado a um nível altamente sofisticado. Ao incluir recursos tecnológicos que favorecem a autonomia e criatividade, os educadores podem oferecer um repertório mais rico de oportunidades educacionais. Esse ponto de vista estimula a mente desses estudantes e os prepara para enfrentar os desafios de um mundo globalizado e tecnologicamente avançado, cultivando habilidades críticas para a cidadania global.

Assim sendo, as discussões evidenciaram que, apesar da disponibilidade de tecnologias avançadas, muitas escolas ainda estão ancoradas em paradigmas tradicionais que não aproveitam plenamente o potencial dessas ferramentas para enriquecer o currículo e estimular o desenvolvimento dos estudantes. Portanto, é imperativo que as instituições educacionais repensem seus métodos e adotem uma abordagem mais inovadora e inclusiva, garantindo que todos os estudantes possam prosperar em um ambiente educacional que valoriza e cultiva suas capacidades únicas em um mundo cada vez mais digitalizado.

Metodologia

Neste momento apresentamos o percurso metodológico desenvolvido a fim de alcançarmos os objetivos elencados com a pesquisa. Para Prodanov e Freitas (2013), a pesquisa científica deve apresentar características que permitam ao pesquisador, por meio de um estudo planejado e científico, alcançar respostas para questões previamente elaboradas.

Nesse sentido, optou-se em adotar a pesquisa qualitativa descritiva, considerando que estudos qualitativos no campo da educação frequentemente demonstram que o ambiente de aprendizagem é um espaço essencial para investigações dessa natureza. Conforme destacam Menezes e Silva (2005, p. 20), “o ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave. É descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente”.

Os métodos qualitativos são escolhidos por sua capacidade de explorar significados em um nível de realidade que não é quantificável. De acordo com Bauer e Gaskell (2003, p. 65), a pesquisa qualitativa “envolve crenças, atitudes, valores e motivações, em relação aos comportamentos das pessoas em contextos sociais específicos”.

Segundo Gil (2002, p. 42), o principal objetivo da pesquisa qualitativa descritiva “é a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis”.

Essa definição de Gil (2002), ressalta a importância da pesquisa qualitativa descritiva no entendimento aprofundado de contextos específicos e dinâmicas complexas. Ao descrever detalhadamente as características de um fenômeno e explorar as relações entre variáveis, este tipo de pesquisa possibilita uma compreensão que é essencial para formular intervenções eficazes ou estratégias pedagógicas. Em nosso estudo, essa abordagem é particularmente valiosa, pois permite capturar as nuances das experiências e percepções dos professores sobre a utilização de tecnologias digitais na educação.

De acordo com os protocolos estipulados para pesquisa envolvendo seres humanos, esta pesquisa foi submetida ao comitê de ética, na Plataforma Brasil, com o Parecer nº 6.079.030 aprovado, detalhando todas as fases e ferramentas usadas para coletar dados.

Contexto e participantes da pesquisa

A pesquisa foi realizada na Escola Municipal de Educação Básica (EMEB) Prof.ª Leni Teresinha Benedetti, localizada em uma região a dez quilômetros do centro da cidade de Sinop- MT, na Rua Joao Pedro Moreira de Carvalho, 1870, Jardim América. abrangendo um zoneamento de recepção dos alunos com cerca de dez bairros, fundada no ano de 1987.

A Escola Municipal de Educação Básica Prof.ª Leni Teresinha Benedetti, onde ocorreu a pesquisa é uma escola localizada na região distante da área central de Sinop, a escola em questão oferece aulas nos períodos matutino e vespertino, distribuídas em 26 turmas regulares e 2 turmas de Atendimento Educacional Especializado (AEE), atendendo um total de 840 estudantes.

Após o convite feito a todos os professores da unidade escolar durante uma reunião pré-agendada, 30 professores aceitaram participar da pesquisa. O critério para a inclusão e exclusão dos professores foi a disponibilidade para participar de um curso de extensão que seria oferecido pela pesquisadora.

A estes professores foi entregue um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, no qual entre outros descritores, existe um comprometimento de proteger a identidade dos participantes para evitar qualquer constrangimento que pudesse impactar suas vidas pessoais. Assim, no decorrer do estudo, usei a inicial “P” para designar de forma anônima os professores participantes, tanto nas entrevistas quanto nas observações das suas práticas pedagógicas.

Utilizamos como instrumento de pesquisa a entrevista semiestruturada5, as observações das práticas pedagógicas dos professores e o diário de campo6.

As entrevistas aconteceram em dois momentos, a primeira realizada antes do curso de extensão, a qual nomeamos de entrevista inicial (EI) e a segunda realizada ao final do curso de extensão, denominada de entrevista final (EF). Algumas narrativas dos professores registradas no diário de campo ocorreram durante o encontro formativo possibilitados pelo curso de extensão e rodas de conversas na sala dos professores. Foram realizadas também observações em práticas pedagógicas de alguns professores que participaram da pesquisa.

Resultados e discussão

A inclusão das tecnologias digitais no ambiente educacional pode transformar as práticas pedagógicas, e ainda estimular o enriquecimento curricular, bem como, proporcionar um aprendizado dinâmico e interessante para os estudantes (Valente, 2018). No entanto, para que essa se torne uma realidade efetiva nas escolas, é fundamental avaliar a qualidade e a abrangência das formações continuadas oferecidas aos educadores. Nesta pesquisa, propomo-nos a compreender como as tecnologias digitais contribuem para o ensino aprendizado dos estudantes.

Dessa forma, iniciamos as entrevistas com professores que atuam na unidade escolar para compreender suas experiências prévias com formações continuadas em tecnologia digital. Os dados obtidos ao questionarmos os participantes sobre sua participação em formações com a temática Tecnologia Digital, representados pela Figura 1, foram essenciais, pois forneceram uma base importante para refletir sobre o impacto dessas oportunidades de desenvolvimento profissional.

Figura 1 – Formação para o uso de tecnologias digitais na escola

Fonte: Elaborado pela pesquisadora, 2023

Para compreender o impacto das tecnologias digitais no enriquecimento curricular, fez-se necessário, investigar sobre as formações ofertadas aos professores na unidade escolar em que a pesquisa aconteceu. Dos trinta professores entrevistados, apenas seis, que corresponde a 20% dos participantes, haviam participado de formações continuadas sobre essa temática. As respostas revelaram que essas formações foram, muitas vezes, aligeiradas7 e sem contexto prático adequado:

Na época que passou a pandemia, surgiu algo assim bem limitado, mas surgiu sim. Sem coerência, ensinar a editar vídeo aula, mas já teve sim. Na escola teve. Foi sobre a lousa digital, teve uma palestra de uma hora mais ou menos, enfatizava mais o valor da lousa digital do que as formas de trabalhos com ela (P11, entrevista inicial (EI), 25-07-2023).

Já há bastante tempo. Assim, não, não. Fulano veio, Fulano veio ano passado. Quando a gente fez a lousa digital nós tivemos, né, curso. (P21, entrevista inicial (EI), 26-07-2023).

Tecnologia digital… Eu sei que teve, teve o curso da Lousa, eu não sei que época foi isso que teve esse curso da Lousa, na verdade eu nem tinha prestado atenção, não participei dessa formação (P14, entrevista inicial (EI), 25-07-2023).

Foi. Pela secretaria de educação, mas como é muito longe onde eu moro, não tive condições de ir. Não foi aqui na escola, foi em outro espaço (P13, entrevista inicial (EI), 25-07-2023).

Só no CEFORME (P6, entrevista inicial (EI), 24-07-2023).

Foi um encontro de duas horas. Lá do CEFORME (P16, entrevista inicial (EI), 25-07-2023).

Percebe-se, pelas respostas dos participantes, uma disparidade na qualidade e no acesso às formações ofertadas. Os relatos destacam que a localização das formações se apresenta como uma barreira para a participação. Os participantes mencionam que foram oferecidas duas formações: a primeira no CEFORME, onde se concentram as formações da rede municipal de ensino, e a segunda na própria unidade escolar. No entanto, os participantes criticam a motivação das formações, que muitas vezes são percebidas como apressadas e ineficazes para promover um verdadeiro enriquecimento curricular.

Marcolla e Porto (2004), em uma pesquisa realizada na Universidade Federal de Pelotas-RS, concluíram que, embora professores e formadores compreendam a importância das tecnologias digitais no processo de ensino e aprendizagem, essa realidade parece distante quando se trata das condições materiais necessárias para sua efetiva implementação. É fundamental refletir sobre a importância de desafiar o academicismo, um dos pilares da cultura escolar convencional. Todos os envolvidos no processo educacional: professores, formadores de docentes, administrações educacionais, especialistas universitários, famílias, meios de comunicação e os próprios estudantes, foram formados dentro de um currículo disciplinar tradicional, em que, todas as disciplinas e conteúdos são vistos como indispensáveis. Essa visão tradicional precisa ser questionada para abrir espaço a práticas pedagógicas mais inovadoras e inclusivas, que considerem as necessidades reais dos estudantes.

Para o participante, P8:

Tecnologias digitais, de uma forma bem mais clara, bem prática, é uma praticidade na realidade. É uma praticidade, apesar de que a tecnologia tem seu lado negativo, porque inibe muito a escrita, porém ela tem seu lado positivo. Hoje eu posso explicar a um aluno, por exemplo, um vídeo para um melhor esclarecimento a respeito de tal assunto, ou seja, usando a tecnologia de forma lúdica (P8, entrevista inicial (EI), 24-07-2023 grifo nosso).

Essa percepção da participante P8 evidencia um dos debates contemporâneos sobre o uso das tecnologias digitais na educação. Embora exista uma preocupação com a possível redução da prática da escrita tradicional, o uso de recursos audiovisuais pode enriquecer o processo de ensino, tornando-o mais acessível e envolvente para todos os estudantes. Valente (1999), argumenta que a integração das tecnologias no ambiente educacional deve buscar um equilíbrio entre a inovação e as práticas pedagógicas tradicionais, promovendo um aprendizado significativo e diversificado. Durante a aula no laboratório de informática da unidade escolar, foi possível observar que a prática pedagógica da participante P27 está enraizada em uma abordagem tradicional. A participante instruiu os alunos a copiarem um texto do caderno para o computador, mas a atividade não tinha um propósito educativo claro, além de manter os alunos ocupados:

(01) Alunos entram na sala com o caderno, posiciona o caderno ao lado do computador e inicia a aula de informática, a professora diz aos alunos que é para eles copiarem tudo o texto no word. (Diário de campo, pesquisadora, 08-08-2023)

Para integrar as tecnologias digitais no ambiente escolar é fundamental que as máquinas não sejam simplesmente vistas como livros didáticos eletrônicos. Bonilla e Pretto (2015), destacam que as tecnologias não precisam estar necessariamente incorporadas com pedagogia de maneira tradicional, nem devem ser apenas mais um recurso didático digitalizado. Em vez disso, é essencial compreender a importância dos computadores na escola como ferramentas que possibilitam a conexão entre professores, alunos e a comunidade com o mundo exterior. Dessa forma, a escola pode se estabelecer como parte integrante das redes de conexões globais, ampliando as oportunidades de aprendizado e interação. Essa abordagem revela uma percepção limitada sobre o potencial das tecnologias digitais como ferramentas de enriquecimento curricular, utilizando-as apenas como uma forma de manter a disciplina e não como um recurso pedagógico inovador. Durante esta atividade a professora fez o seguinte comentário:

(02) Aqui eu gosto de ver eles digitando o texto assim eles ficam quietinhos e não dão trabalho (Diário de campo, pesquisadora, 08-08-2023).

Além disso, a interação da participante da pesquisa com os estudantes demonstra uma atitude excludente, especialmente em relação aos alunos novos ou com dificuldades:

(03) Menino, isso tá errado, você tem que dar espaço, eu já ensinei”, disse a professora. Outra criança falou: “professora, ele é aluno novo”. A professora respondeu: faz aí do seu jeito então, mas tá errado! (Diário de campo, pesquisadora, 08-08-2023).

Essa abordagem não incentiva a exploração e o desenvolvimento das habilidades tecnológicas dos alunos, mas sim mantém a estrutura tradicional de ensino, em que, a tecnologia é vista como uma ferramenta de controle comportamental e não como um meio de facilitar a aprendizagem criativa e significativa. Em um momento de diálogo entre pesquisadora e participante, no momento da aula a P27 afirmou que:

(04) Eu ameaço eles, se eles não fizerem todas as tarefas na sala eu tiro a informática. Aí eles fazem, então eu tenho a informática como uma moeda de troca com eles (Diário de campo, pesquisadora, 08-08-2023).

As falas dos participantes P8 e P27 revelam uma dicotomia na percepção e utilização das tecnologias digitais na educação. P8 reconhece o potencial das tecnologias para tornar o ensino mais acessível e envolvente, embora expresse preocupações sobre a redução da escrita tradicional. Em contraste, P27 demonstra uma abordagem tradicional e disciplinar, utilizando a tecnologia como ferramenta de controle comportamental, sem um propósito educativo claro. Essa dicotomia destaca a necessidade de uma formação contínua e de práticas pedagógicas inovadoras que integrem as tecnologias digitais de maneira significativa e inclusiva no currículo escolar.

Porto (2006), aponta para a importância de incorporar tecnologias de forma significativa, promovendo um ambiente educacional que aproveite os recursos digitais para enriquecer o currículo e envolver os alunos em processos de aprendizagem dinâmicos e interativos. Segundo a autora, a formação contínua dos professores é essencial para que eles possam utilizar essas tecnologias de maneira eficaz, proporcionando uma educação que responda às demandas contemporâneas e prepare os alunos para um mundo tecnologicamente avançado.

Outra questão levantada com a participante P5, foi a questão do acesso aos recursos de tecnologia digital, uma vez que, a inclusão digital nas escolas é fundamental para garantir que todos os estudantes tenham acesso às ferramentas tecnológicas necessárias para seu desenvolvimento acadêmico e pessoal. Em muitas comunidades, a escola é o único local onde os alunos têm acesso a computadores e outros recursos digitais. Kenski (2003), destaca que as tecnologias digitais podem democratizar o acesso ao conhecimento, oferecendo oportunidades iguais de aprendizagem para todos os estudantes.

As tecnologias eu acredito no uso delas mesmo porque hoje a gente vive numa sociedade que nem todos tem a situação financeira de adquirir. Então às vezes quando vir para a escola ter o conhecimento dessas tecnologias às vezes em casa nem todos tem uma condição de ter um computador à sua mão. Hoje o celular está mais acessível que também ajuda bastante a trabalhar tem vários jogos disponíveis online que eles podem estar passando de fase (P5, entrevista inicial (EI), 24-07-2023, grifo nosso).

Essa observação de P5 sublinha a importância de as escolas oferecerem acesso a tecnologias digitais como uma forma de inclusão social e educacional. A escola emerge como uma das principais instituições sociais responsáveis por proporcionar aos estudantes a oportunidade de se apropriarem das tecnologias digitais.

Bonilla e Pretto (2015) destacam que, em muitos casos, a escola se torna o principal, senão o único, espaço onde os estudantes têm acesso a ferramentas tecnológicas. Essa realidade sublinha a importância da inclusão digital nas escolas como um meio de democratizar o acesso ao conhecimento e reduzir as desigualdades sociais. Para isso, é essencial que as escolas disponibilizem esses recursos e desenvolvam estratégias pedagógicas inovadoras que aproveitem ao máximo o potencial das tecnologias para enriquecer o currículo e promover a inclusão de todos os alunos.

É evidente que as tecnologias digitais desempenham um papel crucial na educação contemporânea. Valente (1999) e Kenski (2003) ressaltam que a integração dessas ferramentas no processo de ensino e aprendizagem pode transformar significativamente a dinâmica educativa, especialmente considerando que os estudantes de hoje estão imersos em um contexto digital desde cedo.

Então hoje nós temos uma geração que é uma geração digital. Então a partir do momento que eu uso essas ferramentas ao meu favor para poder estar contribuindo na aprendizagem do aluno o aluno tem muito mais facilidade de aprender ali com aquela ferramenta que ele já está habilitado (P1, entrevista inicial (EI), 24-07-2023).

Então a tecnologia digital na verdade esses alunos eles acabam indo para esse lado mesmo. E em sala de aula se você conseguir ter ferramentas para possibilitar essa experiência para esse aluno é uma possibilidade de você não ser tão limitador na vida dele (P2, entrevista inicial (EI), 24-07-2023, grifo nosso).

Essas afirmações evidenciam a percepção dos educadores sobre a necessidade de adaptar as práticas pedagógicas às características da geração atual. Cordeiro e Bonilla (2015) argumentam que o modelo tradicional de ensino, no qual o professor recebe uma formação para transmitir conhecimento de forma uniforme e padronizada, planejando o conteúdo de maneira igual para todas as turmas ao longo do ano, já não é mais eficaz.

Ao utilizar as tecnologias digitais de forma estratégica, os professores podem facilitar a aprendizagem e promover um ambiente educativo mais inclusivo e dinâmico. Se assim for, essas práticas, permitem que os alunos explorem seu potencial ao máximo, utilizando ferramentas com as quais já estão familiarizados e confortáveis (Moran, 2013).

A integração das tecnologias digitais no ambiente escolar vai além da realização de atividades voltadas para o processo de escrita ou para a aplicação de avaliações. É essencial que essas ferramentas sejam utilizadas como meio para estabelecer um diálogo significativo entre alunos e professores, facilitando a comunicação e a expressão de ideias. Em um mundo cada vez mais digitalizado, a capacidade de usar tecnologias para promover a interação e o entendimento mútuo são significantes para a criação de um ambiente educacional inclusivo e dinâmico.

Tem um aluno que não tem a comunicação verbal então facilita muito a comunicação pelo computador pelo tablet uma forma dele se expressar e eu compreender o seu conhecimento ali pela facilidade que ele tem com o manuseio com a tecnologia (P29, entrevista inicial (EI), 26-07-2023).

O depoimento da participante P29 exemplifica como as tecnologias digitais podem ser ferramentas poderosas para promover a inclusão e facilitar a comunicação de alunos com necessidades específicas. Ao utilizar computadores e tablets, esses alunos conseguem se expressar e demonstrar seu conhecimento de maneira mais eficaz, superando as limitações impostas pela falta de comunicação verbal. Isso evidencia a importância de adaptar as práticas pedagógicas para incluir recursos tecnológicos que atendam às diversas necessidades dos estudantes, promovendo um ambiente de aprendizado inclusivo e acessível.

Diante do exposto, é indicado que as instituições educacionais adotem uma abordagem proativa na integração das tecnologias digitais, promovendo formações continuadas eficazes e acessíveis para os educadores. Assim será possível transformar a dinâmica educacional, garantindo que todos os alunos, possam beneficiar-se das oportunidades oferecidas pelas tecnologias digitais. Esse compromisso com a inovação e a inclusão é essencial para preparar os estudantes para os desafios do século XXI, criando um ambiente de aprendizagem que valorize e potencialize as capacidades de cada indivíduo.

Encontro formativo sobre a inovação tecnológica nas práticas pedagógicas 

Nesta seção, apresentamos os resultados obtidos a partir da realização de um encontro de formação continuada, ocorrido na unidade escolar no mês de agosto de 2023. O encontro teve como foco apresentar aos professores algumas ferramentas tecnológicas para incluírem em suas práticas pedagógicas.

Ponte (2000), aponta que entre os professores existe uma variedade de atitudes em relação às tecnologias digitais nas práticas pedagógicas. Enquanto alguns demonstram desconfiança e evitam ao máximo utilizá-las, outros as incorporam em sua vida diária, mas encontram dificuldades em integrá-las em suas práticas profissionais. Há ainda aqueles que tentam usar em suas aulas sem modificar substancialmente suas abordagens pedagógicas.

Almeida e Silva (2018), destacam a importância de uma abordagem crítica e reflexiva no uso das tecnologias, visando a promoção de práticas pedagógicas inovadoras e inclusivas, bem como, aborda a necessidade de formação continuada de educadores para que possam utilizar essas tecnologias de forma eficaz, enriquecendo o currículo e proporcionando uma educação de qualidade.

Neste sentido, após a realização do curso de extensão na unidade escolar perguntamos aos participantes se a proposta de formação continuada foi válida para sua realidade escolar e considerando que o processo formativo não se esgota e perguntamos também se deveria ser realizada novamente com relação a outras temáticas, os participantes destacaram que:

Sim, eu acho a proposta de formação continuada é válida, pois a realidade da nossa escola é diferente das outras escolas do centro. Nós atendemos famílias que vêm da periferia, da classe mais baixa, então essa proposta de formação continuada com novas ideias para avançar ainda mais no aprendizado dos nossos alunos é muito válida (P1, entrevista final (EF), 04-12-2023).

Sim, considero que a formação foi extremamente válida e enriquecedora para minha prática docente. Acredito que deveria ser realizada novamente, abordando outras temáticas que são igualmente necessárias para o nosso contexto escolar (P7, entrevista final (EF), 04-12-2023).

Os depoimentos dos participantes, coletados na entrevista final, após a realização do curso de extensão, indicam a relevância e o impacto positivo da formação continuada no contexto escolar. As respostas destacam a adequação e a necessidade de tais formações, considerando as realidades específicas da escola, que atende uma população diversa e com desafios próprios.

A apreciação pela formação revela a importância de adaptar os conteúdos às necessidades dos professores e alunos, proporcionando um aprendizado contextualizado e eficaz. Além disso, a sugestão de que novas temáticas sejam abordadas em futuras formações reforça a ideia de que o processo de desenvolvimento profissional é contínuo e deve ser alimentado por iniciativas que respondam às demandas emergentes do ambiente escolar.

Também foram indagados aos participantes sobre suas expectativas sobre o curso, e se tem alguma sugestão para continuidade de pesquisas nessa área. As respostas foram positivas e cheias de inquietações apresentando várias possibilidades e temáticas a serem ainda desenvolvidas, apontando uma inquietação, bem como, um anseio por formações continuadas que levem em consideração o contexto educacional da unidade escolar:

Alcançou meus objetivos e expectativas. Sinto que minha prática foi enriquecida e que aprendi novas formas de integrar as tecnologias digitais no currículo. Para a continuidade das pesquisas, acho importante investigar mais sobre como essas tecnologias podem ser adaptadas para diferentes disciplinas e níveis de ensino, além de trazer mais inovações tecnológicas para o ambiente escolar (P5 entrevista final (EF), 04-12- 2023).

A formação foi excelente e correspondeu às minhas expectativas. Gostaria que continuassem com essas iniciativas, talvez incluindo mais estudos de caso e experiências práticas de outras escolas que já implementaram essas tecnologias com sucesso. Acredito que isso enriqueceria ainda mais o nosso aprendizado e aplicabilidade das tecnologias no dia a dia (P18, entrevista final (EF), 2023).

A análise das respostas dos professores antes e após a formação continuada revela uma transformação significativa na percepção e utilização das tecnologias digitais nas práticas pedagógicas. Inicialmente, os professores destacaram a falta de qualidade e acesso às formações, além das barreiras logísticas que dificultavam a participação. No entanto, após a realização do curso, os participantes reconheceram a importância e a eficácia da formação, sugerindo a continuidade e a ampliação das temáticas abordadas.

Porto (2006), argumenta que o potencial educativo das tecnologias digitais depende de oferecer aos professores condições materiais e promover a sensibilização e preparação adequada dos professores, levando em consideração o contexto em que atuam. Neste sentido, entende-se que é notável a necessidade de investir em formações continuadas que ofereçam conteúdos práticos e aplicáveis, capazes de transformar as práticas pedagógicas e promover uma educação inclusiva e inovadora.

Todo o processo formativo foi composto por teoria e prática, com conteúdo que pudessem ser desenvolvidos com os estudantes nas aulas envolvendo recursos e ferramentas de tecnologia digital.

Ao observar uma aula no início da pesquisa em que o participante estava utilizando a lousa digital para “tomar” a tabuada dos estudantes, surgiu a necessidade de inserir logo no primeiro módulo do curso algumas ferramentas possíveis para tornar as aulas mais dinâmicas e envolventes:

(04) A professora colocou na lousa a tabuada de matemática, uma foto, com uma régua a professora mostrava e os alunos respondiam 2×1=2 2×2=4 assim por diante. Em seguida e professora deixou a tabuada na lousa aberta e na outra parte do quadro ela escreveu algumas contas de multiplicação para que os alunos escrevessem (Diário de campo, pesquisadora, 25-07-2023).

Essa observação revelou que a utilização da lousa digital de maneira convencional não maximiza o potencial interativo dessa tecnologia. Como argumenta Kenski (2003), a integração das tecnologias na educação deve ir além da simples replicação dos métodos tradicionais. Além disso, fica claro que as tecnologias por si só não garantem enriquecimento ou mesmo aulas interativas e personalizadas. A prática pedagógica evidenciada demonstra um uso tradicional da lousa digital, com a professora empregando uma abordagem repetitiva para ensinar a tabuada aos alunos.

A partir dessa observação, foi organizado o primeiro encontro formativo, apresentamos aos participantes três ferramentas digitais sendo elas: Canva8, Padlet9  e Jamboard10,  que podem ser incorporadas às práticas pedagógicas dos professores. O objetivo foi proporcionar momentos formativos para a utilização dessas ferramentas. Foi notável o comprometimento e participação dos professores na formação ofertada, assim que encerramos o momento formativo, tive o convite de uma participante do 3º ano, período vespertino, para que eu fosse observar a aula dela. A participante compartilhou no momento da formação que havia inscrito os alunos no concurso municipal, promovido pela Secretaria Municipal de Esporte Educação e Cultura (SMEEC), na categoria cartaz digital, mas que não sabia nem o que fazer, e que a formação contribuiu para a aula do laboratório de informática para a construção do cartaz, a observação foi realizada:

(05) A aula estava organizada com o tema PAZ, a professora dividiu em dois momentos, no primeiro, os alunos foram pesquisadores, buscando online no google imagens que poderiam usar para criar o cartaz, no segundo momento usaram a ferramenta canva para construir o cartaz. (Diário de campo, pesquisadora, 09-08-2023).

Como observa Kenski (2003), a formação adequada permite que os educadores utilizem as tecnologias de forma eficaz e transformem suas metodologias de ensino, promovendo um ambiente de aprendizagem envolvente. No caso observado, a utilização do Google para pesquisa e do Canva para a criação de cartazes digitais envolveu os alunos ativamente no processo de aprendizagem e desenvolveu habilidades importantes, como a pesquisa online e a competência digital.

Acompanhamos a elaboração até a premiação dos cartazes e dois selecionados em âmbito municipal, a professora convidou a família para prestigiar as produções dos estudantes conforme apresentado na Figura 2.

Figura 2 – Construção e apresentação do cartaz digital

Fonte: acervo pessoal da pesquisadora, 2023

Esses momentos reforçam o aprendizado e a aplicação prática das ferramentas digitais, bem como, fortalecem o vínculo entre a escola, os estudantes e suas famílias, promovendo um ambiente de reconhecimento e valorização do esforço e da criatividade dos estudantes, possibilitando um enriquecimento.

Ainda inspirada pelo primeiro módulo do curso de extensão, outra participante nos convidou para observar uma aula que ela organizou com seus alunos no laboratório de informática, utilizando a ferramenta Jamboard.

A aula foi planejada como um jogo de palavras, em que, a professora utilizou um microfone para ditar palavras sorteadas. Participaram 27 estudantes, e a professora preparou para cada tela do computador duas cartelas com palavras e os nomes dos alunos. Cada criança precisava encontrar a sua cartela e marcar um “X” na palavra que fosse sorteada, proporcionando um momento de aprendizado interativo e colaborativo, representado pela Figura 3.

Figura 3: Aula de informática 2º ano – bingo de palavras

Fonte: acervo pessoal da pesquisadora, 2023

A atividade, desenvolvida pela participante, além de promover a alfabetização de maneira lúdica e envolvente, também incentivou o uso das tecnologias digitais como ferramentas educativas. De acordo com Porto (2006), a incorporação de recursos tecnológicos no ambiente escolar pode facilitar a interação e a aprendizagem, tornando o processo educativo dinâmico e acessível para todos os alunos. A professora relatou que essa metodologia inovadora contribuiu significativamente para o engajamento e o interesse dos alunos, demonstrando a eficácia das tecnologias digitais em transformar as práticas pedagógicas tradicionais.

Assim, podemos inferir que, através da formação desenvolvida com os professores da unidade escolar, algumas práticas pedagógicas foram repensadas. Na entrevista final, ao perguntarmos aos participantes se consideravam que adquiriram novos conhecimentos sobre as tecnologias digitais na educação, obtivemos respostas como:

Eu aprendi muito com essa formação sobre essas ferramentas digitais, nessas novas tecnologias que são inseridas nas escolas. Teve coisas que eu não conhecia, ferramentas que eu não nem sabia como utilizar (P7, entrevista final (EF), 04-12-2023).

Então, a partir de ter esse conhecimento delas e poder ver a funcionalidade dela dentro da escola, foi muito satisfatório. E, claro, eu gosto muito dessa tecnologia, eu utilizo ela muito no meu dia a dia, mas como tem coisas muito novas a cada dia, saber um pouco a respeito delas foi muito gratificante. (P5, entrevista final (EF), 04-12-2023).

Sim, como fazer e criar cartões e convites no Canva. Possibilitou aquisição do conhecimento do Canva, uma plataforma online de design e comunicação visual (P18, entrevista final (EF), 04-12- 2023).

A partir dessas respostas, é evidente que o curso de extensão teve um impacto significativo no desenvolvimento das competências tecnológicas dos professores. A participante P5 destacou a descoberta e o aprendizado sobre novas ferramentas digitais, além de valorizar a aplicabilidade prática dessas tecnologias no ambiente escolar. A participante P18 enfatizou a aquisição de habilidades específicas, como a criação de cartões e convites utilizando o Canva, o que demonstra a relevância da formação em proporcionar conhecimentos aplicáveis e úteis para o cotidiano escolar. Esses depoimentos reforçam a importância de investir em formações continuadas focadas em tecnologias digitais, promovendo um ambiente de aprendizado contínuo considerando a realidade e contexto escolar.

Considerações Finais

Os resultados da pesquisa mostram que as tecnologias digitais, quando adequadamente integradas ao currículo, podem enriquecer o processo de ensino e aprendizagem, tornando-o dinâmico e acessível. No entanto, para que isso ocorra de forma efetiva, é necessário investir em formação continuada dos professores, possibilitando que eles se apropriem dessas ferramentas e as utilizem de maneira pedagógica.

Embora as tecnologias digitais já façam parte da vida cotidiana de grande parte dos estudantes, muitas escolas ainda não conseguem incorporá-las suas práticas pedagógicas, limitando o desenvolvimento de um ambiente de aprendizagem interativo e participativo. A resistência a essas mudanças muitas vezes decorre da falta de suporte institucional e de formação adequada para os professores.

As falas dos participantes após a formação destacaram a importância do uso de ferramentas como Canva, Padlet e Jamboard no cotidiano escolar. Alguns professores relataram que a inclusão dessas tecnologias digitais possibilitou aulas interativas e atrativas, promovendo um maior engajamento dos alunos. Além disso, a formação foi vista como uma oportunidade valiosa para repensar as práticas pedagógicas e integrar metodologias digitais de forma eficaz. Esses resultados reforçam a necessidade de se investir continuamente em formações que capacitem os educadores a utilizarem ferramentas digitais de forma inovadora e transformadora, ampliando as possibilidades de ensino e aprendizagem.

Futuras pesquisas devem investigar formas de integrar as TDICs ao currículo de maneira a atender às diferentes realidades educacionais, permitindo que as escolas adaptem suas práticas às demandas da sociedade contemporânea. Assim, será possível preparar os estudantes para os desafios do século XXI em um ambiente de aprendizagem conectado e tecnologicamente avançado.


4O sino escolar é um dispositivo sonoro utilizado nas instituições de ensino para sinalizar o início e o término das aulas, bem como intervalos e outras atividades programadas. Esse barulho é um componente clássico do ambiente escolar, condicionando a rotina diária dos estudantes e professores, marcando o tempo de forma rígida e estruturada.
5A entrevista semiestruturada é uma técnica de coleta de dados em que o pesquisador utiliza um roteiro com perguntas abertas, permitindo flexibilidade para explorar novos temas que possam surgir durante a entrevista. Essa metodologia é amplamente utilizada em pesquisas qualitativas, pois proporciona uma compreensão mais profunda do objeto de estudo a partir das perspectivas dos entrevistados. De acordo com Minayo (2008), a entrevista semiestruturada possibilita ao pesquisador abordar aspectos complexos e subjetivos, sendo eficaz para captar a diversidade de opiniões e experiências dos participantes.
6O diário de campo é uma ferramenta fundamental na pesquisa qualitativa, utilizado pelo pesquisador para registrar de maneira sistemática suas observações, reflexões e impressões durante o trabalho de campo. Segundo Minayo (2008), o diário de campo permite ao pesquisador captar detalhes contextuais que não são facilmente detectáveis por outros métodos de coleta de dados, contribuindo para uma análise mais rica e profunda dos fenômenos estudados.
7O conceito de “escola aligeirada”, conforme abordado por José Carlos Libâneo (2016) refere-se a um modelo educacional que prioriza a rapidez e a quantidade em detrimento da qualidade do ensino. Caracteriza-se pela simplificação do currículo, superficialidade no ensino, precarização das condições de trabalho dos professores, e uma intensa pressão por resultados imediatos. Este modelo de escola tende a negligenciar a formação integral dos alunos, acentuando desigualdades educacionais e desumanizando o processo educativo ao focar excessivamente em metas quantitativas e na preparação para avaliações padronizadas. Libâneo critica essa abordagem e defende uma educação que valorize a formação integral do aluno, promovendo o desenvolvimento cognitivo, emocional, social e ético, em um ambiente democrático e inclusivo (Libâneo, 2016).
8O Canva é uma ferramenta de design gráfico online que permite aos usuários criarem diversos tipos de materiais visuais, incluindo apresentações, infográficos, ilustrações e redes sociais. Fundado em 2012, o Canva oferece uma interface intuitiva que facilita o uso, mesmo para quem não possui experiência prévia em design gráfico.
9O Padlet é uma plataforma digital que permite a criação de murais colaborativos online. Utilizado em contextos educacionais e corporativos, o Padlet facilita a troca de ideias, a colaboração e a organização de informações em um espaço virtual interativo. Os usuários podem adicionar textos, imagens, links, vídeos e outros tipos de conteúdo, tornando-o uma ferramenta versátil para atividades pedagógicas e projetos em grupo.
10O Jamboard é uma ferramenta digital colaborativa desenvolvida pelo Google, que permite a criação de quadros brancos virtuais em que, os usuários podem adicionar textos, desenhos, imagens e notas adesivas em tempo real. o Jamboard será descontinuado em 2024, conforme anunciado pelo Google.

Referências

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¹Mestra em Educação Inclusiva, Programa de pós graduação Educação Inclusiva da Universidade Estadual de Ponta Grossa (PROFEI/UNEMAT). Email vania.marques@unemat.br. ORCID: 0009-0004-9587-2203. Lattes http://lattes.cnpq.br/4823321754043190
²Doutor em Educação pela UNESP – Campus Presidente Prudente, e Professor do Programa de Pós-Graduação stricto sensu em Educação Inclusiva da Universidade Estadual de Ponta Grossa (PROFEI/UNEMAT). Email robsonalex@unemat.br ORCID: 0000-0003-2138-2928. Lattes:  http://lattes.cnpq.br/14255924272