REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102411222207
Edimara Paes Dias¹
Haroldo Alves Pereira Junior¹
Reicla Larissa Jakimim Schimidt Villela¹
Arnaldo Gonçalves De Campos¹
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo de relato de experiência e na compreensão do Programa de Residência Pedagógica ofertado pelo Governo Federal para os discentes do Curso de Licenciatura em Ciências da Natureza com Habilitação em Biologia do Campus São Vicente do Centro de Referência de Jaciara, Mato Grosso, Brasil. Contudo, aproximadamente 30 mil discentes de licenciatura receberam bolsas de residentes e iniciaram as atividades em outubro de 2022, é de suma relevância compreendermos sobre o funcionamento e finalidade da RP (Residência Pedagógica) sendo composta por: residentes, preceptores e orientadores que atuam na execução do programa onde é vinculada a formação das disciplinas da Base Nacional Comum Curricular e com objetivo que os discentes que estejam cursando o mínimo 50% do curso, possam aperfeiçoar ou adquirir conhecimentos através da teoria e prática. No primeiro momento estudamos o Plano Individual de Atividades conhecido como PIA, nele se encontram três módulos, no quais, devemos realizar juntamente com o nosso preceptor e orientador cada atividade dentro do prazo de 134 horas exigidas como requisito para o cumprimento de cada desse módulo do Programa Residência Pedagógica. Após o cumprimento das atividades do planejamento individual, o preceptor analisa e valida. Portanto, é um compromisso que devemos ter a responsabilidade de realizar durante o percurso da bolsa, uma forma de aprendizado que iremos adquirindo ao longo do tempo e que iremos utilizar no nosso cotidiano no ambiente escolar, é uma experiência incrível e marcante na formação acadêmica dos cursistas da licenciaturas, pois permite o contato da realidade que iremos atuar futuramente e que possamos como profissional buscar metodologias de ensino/aprendizado conforme a necessidade e a realidade. Entretanto, para que isso, tivemos estudos dirigidos no primeiro módulo com leitura do Projeto Político Pedagógico da escola campo que estamos atuando, fizemos ambientação e observação em sala de aula.
Palavra-chave: Educação, ensino, formação.
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como finalidade de relato de experiência de residente bolsista do Programa de Residência Pedagógica (PRP) ofertada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) tendo como intuito a capacitação do Curso Superior contribuindo para o aperfeiçoamento da formação inicial de licenciados da educação básica do Curso de Licenciatura em Ciências da Natureza com Habilitação em Biologia do Campus São Vicente do Centro de Referências de Jaciara, Mato Grosso, Brasil.
A Residência Pedagógica foi criada em 2018 e é composta por residentes, preceptores e orientadores tendo como objetivo promover a adequação dos currículos e propostas pedagógicas de acordo com a Base Nacional Comum Curricular- BNCC (BRASIL, 2018). Portanto, os discentes estejam cursando a metade do curso para que seja contemplado como residente bolsista da PRP, contribuindo na construção, desenvolvimento, aperfeiçoamento de conhecimentos durante o decorrer das atividades do programa.
No primeiro momento os residentes estudaram o Plano Individual de Atividades (PIA) composto por três modalidades (citar), no quais, devemos realizamos juntamente como o preceptor e orientador, conforme a carga horária de 134 horas exigidas como requisito no cumprimento de cada etapa do PRP, em seguida são analisados e validados pelo próprio preceptor responsável dos residentes. Portanto, é um compromisso, no qual, devemos ter responsabilidade de executar dentro do prazo, de suma relevância na vida acadêmica, permitindo uma visão crítica/reflexiva do ambiente escolar que futuramente iremos atuar como educador.
Contudo, é uma convivência marcante, pois, permite ao residente o contato com ambiente escolar e aluno, como educador possibilita aprimoramento de qualificação profissional, em busca de melhorias no ensino/aprendizagem, métodos inovador, transformador e crítico conforme a necessidade e realidade do ambiente, aluno e sociedade.
Entretanto, no desenvolvimento deste trabalho foram realizados estudos dirigidos e intervenções com os alunos do Curso Técnico do Meio Ambiente do Instituto Federal de Mato Grosso, de Jaciara, Brasil. Sendo feito planejamento com os professores e preceptores das disciplinas e iniciaram as atividades em outubro de 2022 na escola campo, no qual, realizamos estudos dirigidos da demanda do PIA, ambientação, observações em sala de aula e dentre outras modalidades conforme a grade da Residência Pedagógica.
O PROGRAMA DA RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA NO IFMT
O Programa Residência Pedagógica permite que o acadêmico da licenciatura tenha a experiência de interferir com o meio escolar como futuro educador de educação básica. Portanto, é uma de suma relevância na vida acadêmica do licenciado, pois, permite o aperfeiçoamento, construção ou troca de saberes através de teorias e prática conforme a realidade da escola, do aluno e sociedade.
O PRP tem como finalidade na promoção de qualificação da grade curricular e proposta pedagógicas dos licenciados e é de suma importância na formação inicial dos residentes. De acordo com de Linda Darling-Hammond (2000, p. 230.) ressalta que os professores mais preparados para ensinar são mais bem sucedidos e confiantes com os alunos comparados com aqueles que muitas das vezes não tiveram oportunidade ou realidade diferentes das atuais.
Contudo, a Residência Pedagógica e como outras bolsas que são ofertadas aos acadêmicos são oportunidades de qualificação profissional, permitindo potencializar o conhecimento e metodologia de ensino/aprendizado inovador, transformador e crítico/ reflexivo.
Conforme o autor Gatti (2010) ressalta que no início da docência que o licenciado vivencia a experiência de licenciar, ou seja, quando assume sala de aula como docente. Todos os integrantes do Programa da Residência Pedagógica (PRP) participam do processo seletivo dentro do campo de atuação, a partir dos respectivos editais, firmando disponibilidade de horário e colaboração da escola-campo.
A Residência Pedagógica no Instituto Federal de Mato Grosso se iniciou em outubro de 2022. Portanto, o primeiro momento tivemos reuniões com os participantes sendo composto por: Orientadores, preceptores e residentes, por meio do uso de ferramentas e mídias digitais do Google Meet para análise de documentação e validação do e-mail, na apresentação do PRP, no desenvolvimento e execução da planilha conforme o PIA. Por fim, na realização dos módulos de acordo com a carga horária e tempo.
Entretando realizamos estudos dirigidos de leitura documentais como, por exemplo, o Projeto Político Pedagógico (PPP), Proposta Pedagógica Curricular (PPC) e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do Módulo I da ambientação, para que, possamos compreender ou analisar o meio escolar, permitindo a possibilidade de intervenção escolar.
De acordo com IMBERNON (2010) ressalta que o processo de formação deve possibilitar ao acadêmico uma visão crítica/reflexiva por meio de intercessão do orientador e preceptor com o futuro educador, preparando e incentivando o licenciado interferir apesar das dificuldades que possa enfrentar em sala de aula, para que, não tenha aquele “choque de realidade” na questão prática e teoria.
Portanto, o professor perceptor como um profissional experiente no meio educacional, é capaz de incentivar os residentes a darem continuidade constantemente de se aperfeiçoar como professor. De acordo com Alarcão (2015, p.176) relata que:
Os professores desempenham um importante papel na produção e estruturação do conhecimento pedagógico porque refletem, de uma forma situada, na e sobre a interação que se gera entre o conhecimento científico […] e a sua aquisição pelo aluno, refletem na e sobre a interação entre a pessoa do professor e a pessoa do aluno, entre a instituição escola e a sociedade em geral. Dessa forma, têm um papel ativo na educação e não um papel meramente técnico que se reduza à execução de normas e receitas ou à aplicação de teorias exteriores à sua comunidade profissional (2005, p.176).
Conforme o autor Alarcão (2005) ressalta que, o papel do professor é interagir com os alunos, com a comunidade escolar de acordo com a realidade e necessidade de que se enfrentam, que não somente seja um transmissor de conhecimento.
Contudo, a inserção dos residentes na escola-campo permite esse contato com ambiente escolar, tendo a oportunidade para desenvolver o processo de ensinar assimilando a teoria com a prática, no quais, os professores utilizam conhecimentos sobre o conteúdo a ser ensinado, a metodologia de ensino/aprendizagem, além da didática.
A Residência Pedagógica contribui neste aspecto tendo com finalidade de proporcionar ao residente acadêmico à experiência em sala de aula, para aprimorar, desenvolver ou construir seus conhecimentos, métodos de ensino/aprendizagem, intervenções escolares, teorias e práticas educacionais.
De acordo com Perrenoud (2002) ressalta que o profissional deve reunir competências, que não podem acontecer sem saberes abrangentes; saberes acadêmicos; saberes especializados e saberes oriundos das experiências. Contudo, é um conjunto de conhecimentos que proporcionam não somente aperfeiçoamento na formação, mas também é enriquecedor no crescimento profissional como educador.
No decorrer do programa atuamos na escola- campo que contribuíram para aprimoramos a teoria com a prática, desenvolvemos aulas diferenciadas com intuito de promover uma educação de qualidade, transformadora e inovadora, principalmente voltado com a realidade dos alunos como uso de ferramentas digitais e mídias. Mas, também possibilitando que o professor esteja atendo as mudanças, aprendendo e contribuindo com os alunos e ambiente escolar.
O Plano Individual de Atividades (PIA) dentro das ações que chamaram atenção foram as modalidades de produção de materiais pedagógicos sendo: Jogos educacionais, materiais inclusivos e digitais. Sabemos que, é de suma importância a inclusão social principalmente no ambiente escolar. Pois, exigem a atenção da comunidade escolar para viabilizar a todos os alunos, indiscriminadamente, o acesso à aprendizagem.
A educação a distância requer novas práticas pedagógicas; o professor precisa ter formação adequada para lidar com os recursos tecnológicos; a criação de vínculos afetivos é imprescindível para a permanência dos alunos no curso e a efetivação da aprendizagem (CARVALHO e LIMA, 2015, p.201)
Segundo De Carlos (1992) relata que a partir de adaptações curriculares às necessidades do aluno com visão subnormal não se trataria de modificar os conteúdos de ensino, mas, portanto, de como e quando ensiná-lo. A maioria dos profissionais devem estar capacitado para atender os alunos especiais, desenvolvendo metodologia de ensino/aprendizagem na promoção da inclusão social em sala de aula, no ambiente escolar e sociedade. Sabemos que, a principal dificuldade em relação à educação de pessoas com deficiências enfrenta de fato à falta de preparo do ambiente escolar, do docente e familiar.
Portanto, o professor ao mesmo tempo que é mediador do processo de aprendizagem, mas que tem papel fundamental na promoção de práticas de ensino que consolide efetivamente a inclusão social. Cabe ao educando conhecer os seus alunos, suas dificuldades, para que, possam desenvolver materiais pedagógicos inclusivos conforme a sua necessidade e que tenha domínio com conteúdos a serem abordados em sala de aula, utilizando didática especializadas aos educandos.
De acordo com Maciel (2000) ressalta que a inclusão social é direito de todos os alunos, no quais, devem se desenvolverem e adquirir conhecimentos através de ensino de qualidade. O processo educacional inclusivo é de suma importância como elemento formador no ensino de aprendizagem.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Programa Residência Pedagógica contribui para experiência acadêmica dos licenciados com o meio ambiente, no qual, iremos atuar como profissional educador da educação básica.
Nas perspectivas de promover ensino aprendizagem de qualidade e transformador na vida dos integrantes sendo aluno, professor, escola e sociedade.
Contudo, o acadêmico deve dar continuidade na sua formação como professor, possibilitando qualificação profissional como enriquecimento de saberes, aprendizagem e experiências assimilando a teoria com a prática em sala de aula, possibilitando o desenvolvimento de um profissional competente, habilitado e que saberá lidar com as dificuldades que inúmeras das vezes a escola possam enfrentar. Entretanto, que seja não somente como mediador de conhecimento, mas que, seja amigo e incentivador de objetivos dos seus alunos preparando para vida acadêmica, profissional ou pessoal de cada um deles.
REFERÊNCIAS
ALARCÃO, I. Escola reflexiva e a nova racionalidade. Porto Alegre. Artmedid Editora. 2005. Disponível em: file:///C:/Users/coord/Downloads/31448-Texto%20do%20artigo-125516-1-10-20200804.pdf. Acessado 24/01/2024.
BRASIL. CAPES. Edital nº 06, de 03 de março de 2018 – Programa de Residência Pedagógica.
CARVALHO, Marcelly Reis e LIMA, Rosângela Lopes. A Importância da Afetividade na EaD: Uma Perspectiva de Wallon. São Cristóvão/SE, 2015. Disponível em: https://www.editorarealize.com.br/editora/anais/enalic/2021/TRABALHO_EV163_MD3_SA108_ID1033_20102021130510.pdf. Acessado 24/01/2024.
DARLING HAMMOND, Linda. A importância da formação docente. Cadernos Cenpec, Nova série, [S.I.], v. 4, n. 2, jun. 2015. ISSN 2237-9983. Disponível em: file:///C:/Users/coord/Downloads/residncia-pedaggica-e-a-formao-docente.pdf. Acessado 24/01/2024.
GATTI, B. A. Formação de professores no Brasil: características e problemas. Educação & Sociedade, Campinas, v. 31, n. 113, p. 1355-1379, out-dez. 2010. Disponível em: file:///C:/Users/coord/Downloads/apmorila,+6+Experi%C3%AAncias+vivenciadas+no+Programa+Resid%C3%AAncia.pdf. Acessado 25/01/2024.
IMBERNÓN, F. Formação docente e profissional: formar-se para a mudança e a incerteza. 9. ed. São Paulo: Cortez, 2010.
MACIEL M. R. C. Portadores de deficiência a questão da inclusão social. REVISTA São Paulo Em Perspectiva. São Paulo. Vol. 14.n 2. 2000. Disponível em: https://repositorio.ifgoiano.edu.br/bitstream/prefix/2818/1/DIFICULDADES%20ENCONTRADAS%20PELOS%20PROFESSORES%20DA%20EDUCA%C3%87%C3%83O%20INFANTIL%20NO%20PROCESSO%20DE%20INCLUS%C3%83O.pdf. Acessado 29/01/2024.
PERRENOUD, P. A prática reflexiva no ofício de professor: profissionalização e razão pedagógica. Porto Alegre: Artmed, 2002. Disponível em: https://ri.ufs.br/bitstream/riufs/13298/2/RP_%20Historia_Prof_Antonio_SC_2.pdf. Acessado 25/01/2024.
1.Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso, Campus São Vicente, Centro de Referência de Jaciara-Mato Grosso, Brasil. *autor para correspondência: haroldo.junior@ifmt.edu.br