APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS DA QUALIDADE NA GESTÃO DE PROCESSOS DO ESTOQUE PARA OTIMIZAÇÃO E INOVAÇÃO EM UMA CONCESSIONÁRIA DE AUTOMÓVEIS EM MANAUS

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202411170720


Lauren, Cardoso1
Milena Luiza, Silva2;
Sarah Gabrielly, Alves3;
Suzane, Ramos4;
Silvano, Pacheco5;
Ruan, Santos6;
Luciana Oliveira do Valle Carminé7


RESUMO 

A crescente competitividade entre as empresas tem elevado a importância da gestão de estoques como um campo essencial de estudo, que contribui de forma significativa para conquistar uma vantagem competitiva no mercado. Esse entendimento é vital para que as concessionárias de veículos garantam sua permanência e relevância no setor. Na concessionária foi diagnosticado a falta de organização eficaz nos estoques, uma situação intensificada pela recente mudança de locação entre suas unidades. Para compreender o problema e propor melhorias, a pesquisa foi conduzida qualitativamente, por meio de coleta de informações, visita ao estoque da concessionária e aplicação de um fluxograma, com o intuito de entender o processo atual e avaliar a área para possíveis sugestões de otimização. 

Palavras-chaves: Gestão de Estoque, Ferramentas da qualidade, Otimização de processo.

1.INTRODUÇÃO

A gestão de estoque em uma concessionária de automóveis é um fator determinante para o sucesso operacional e estratégico da empresa, especialmente em um mercado competitivo como em Manaus. Uma administração de materiais bem planejada garante que as peças e componentes essenciais estejam sempre disponíveis, minimizando o risco de falta de estoque e otimizando o atendimento ao cliente. Além disso, um controle adequado reduz custos com armazenamento e evita o desperdício de materiais, contribuindo diretamente para a sustentabilidade e rentabilidade da concessionária.

A aplicação de ferramentas da qualidade, como o 5S e a curva ABC, tem se mostrado eficaz para aprimorar a gestão de processos de estoque, promovendo a inovação e a eficiência nas operações. O 5S, por exemplo, envolve uma metodologia focada na organização, limpeza, padronização e disciplina, que visa melhorar o ambiente de trabalho e otimizar a gestão dos materiais. Já a curva ABC permite uma classificação dos itens em estoque com base na sua relevância e consumo, ajudando a concessionária a identificar quais peças têm maior impacto financeiro e operacional, possibilitando um controle mais focado e estratégico.

Dessa forma, a utilização de ferramentas da qualidade no gerenciamento de estoque de uma concessionária de automóveis representa uma oportunidade de inovação e aprimoramento contínuo, essencial para se manter competitivo e atender com excelência às demandas do mercado automotivo em Manaus.

2.REVISAO DE LITERATURA

2.1 GESTÃO DE ESTOQUE

Estoque é a quantidade de produtos ou mercadorias disponíveis em um determinado momento em uma empresa. É uma medida importante para o controle e planejamento das atividades de compras, vendas e produção de uma organização, independentemente de estarem sendo utilizados de maneira produtiva ou não David et al. (2019). 

A Gestão de estoque envolve a coordenação entre diversas áreas, como compras, fornecedores, produção e vendas, para garantir que os níveis de estoque estejam alinhados com a demanda e os objetivos da empresa. Segundo David et al. (2019), a gestão de estoque é fundamental para identificar e resolver problemas na área de estoques de uma organização, além de utilizar ferramentas apropriadas para melhorar seu desempenho. Os autores ressaltam a importância de buscar soluções inteligentes para corrigir deficiências e aumentar o nível de desempenho dos estoques, de modo a atender às necessidades operacionais.

Entender os diferentes tipos de estoque é fundamental para o bom funcionamento de um negócio, pois a escolha correta do tipo de estoque ajuda a reduzir custos e otimizar os investimentos. Segundo Marcelino et al. (2022). Os autores destacam quatro tipos principais de estoque:

a) Estoques de Proteção: Servem para lidar com as incertezas na demanda e no fornecimento. São uma espécie de “reserva” que protege a empresa de imprevistos, evitando que faltem materiais essenciais.

b) Estoques de Ciclo: Aparecem quando diferentes estágios da operação não conseguem fornecer todos os itens de forma simultânea. Isso garante que a produção ou a venda não seja interrompida enquanto um novo lote é produzido ou fornecido.

c) Estoques de Antecipação: São utilizados quando há flutuações previsíveis na demanda ou no fornecimento. Isso ocorre, por exemplo, em épocas sazonais ou em situações onde se espera uma grande demanda ou dificuldades de fornecimento.

d) Estoques de Distribuição: Surgem quando não é possível transportar constantemente materiais entre o fornecedor e o ponto de demanda. Nesse caso, é necessário criar estoques em trânsito, também chamados de estoques de canal de distribuição.  

Para os autores ao compreender esses tipos de estoque, os gestores podem adotar metodologias adequadas para tratar cada um de forma eficiente, minimizando os gastos e garantindo a continuidade das operações.

A gestão de estoques desempenha um papel fundamental na saúde financeira das empresas, já que os estoques são um componente significativo do ativo circulante nos balanços. A eficácia dessa gestão influencia diretamente a liquidez da empresa, garantindo que os valores dos estoques estejam em níveis adequados e alinhados com as disponibilidades financeiras. Accioly et al. (2019), destacam a importância de equilibrar a imobilização de recursos em estoques com a necessidade de garantir a disponibilidade dos produtos nos locais e momentos corretos ao longo da cadeia de suprimentos. Esse equilíbrio é essencial para evitar problemas como a falta ou o excesso de produtos, que podem levar a desperdícios de recursos e custos desnecessários. 

De acordo com Accioly et al. (2019):

Se por um lado os estoques são ativos financeiros cuja imobilização em excesso compromete o retorno do investimento, por outro lado a falta de estoque na hora e nos locais adequados causa prejuízo a toda a cadeia de suprimentos […]. (2019)

Portanto, o controle adequado dos estoques é crucial para otimizar o retorno do investimento e garantir a eficiência operacional da empresa.

2.2 ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS

Souza (2024) defende que o principal objetivo da Administração de Materiais é maximizar a eficácia das vendas e alinhar o planejamento da produção com a programação de vendas. Ele destaca que a administração de estoques deve focar em minimizar o investimento de capital, devido ao alto custo dos estoques e seus impactos financeiros. O estoque funciona como um amortecedor entre compras e vendas, sendo crucial para o funcionamento da empresa. 

Segundo Barros e Queiroz (2018) a administração eficiente de materiais pode trazer vantagens competitivas significativas para uma empresa. Isso ocorre porque ela reduz custos, minimiza os investimentos em estoques e permite melhores negociações com fornecedores, o que, por sua vez, melhora a satisfação dos clientes com os produtos oferecidos. Para alcançar essa eficiência, é essencial planejar e controlar corretamente as quantidades de materiais. Isso evita tanto a ausência de materiais, quanto o excesso, que eleva os custos sem necessidade.

Para Mattos (2023) a administração eficiente de estoques envolve a definição de quantidades ideais e a aplicação de ferramentas que garantam o controle adequado dos níveis de estoque, como os estoques de segurança, classificação ABC e estratégias de reposição, como o just-in-time -JIT. Uma gestão eficaz de estoques contribui para a redução de custos de armazenamento, diminuição da obsolescência dos produtos, melhoria na satisfação do cliente e otimização do fluxo de caixa da empresa. Assim, o gerenciamento de estoques está diretamente ligado à eficiência operacional e ao atendimento das necessidades dos clientes, sendo essencial para garantir a continuidade da produção e a eficiência dos processos.

2.3 FERRAMENTAS DA QUALIDADE 5S, CURVA ABC

De acordo com Souza e Siqueira (2019), as ferramentas da qualidade consistem em métodos bastante compreensíveis e eficazes para identificar problemas e suas causas nas organizações. Essas ferramentas são vistas como facilitadoras no processo de desenvolvimento e melhoria dos processos, permitindo um desdobramento eficaz das questões identificadas para promover inovações e melhorias contínuas.  

Souza e Siqueira (2019) afirmam que as ferramentas da qualidade se baseiam na compreensão de que essas ferramentas são métodos estruturados e sistemáticos, composto por dispositivos, procedimentos, gráficos, numéricos, analíticos, formulações e esquemas de funcionamento. Permitindo que as organizações ajam de maneira fundamentada e orientada por dados para alcançar melhores resultados em termos de qualidade, eficiência e satisfação do cliente, utilizando também outras ferramentas de melhoria como: Fluxograma, Diagrama Ishikawa (Espinha-de-Peixe),

Folha de Verificação, Diagrama de Pareto, Histograma, Diagrama de Dispersão e Cartas de Controle.

Já o 5S é uma metodologia japonesa criada no pós-Segunda Guerra Mundial para promover organização, eficiência e segurança no ambiente de trabalho. Desenvolvido dentro da Toyota, foi essencial na reconstrução industrial do Japão e é a base do Lean Manufacturing.  

a) 5S: O5S é uma metodologia de organização e melhoria do ambiente de trabalho, composta por cinco etapas: Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu e Shitsuke. O conceito visa promover a organização, limpeza, padronização, disciplina e manutenção no ambiente de trabalho. É uma abordagem prática e eficaz para melhorar a eficiência, segurança e produtividade, além de promover um ambiente de trabalho mais agradável e motivador.

Seiri (Senso de Utilização): Consiste em separar o necessário do desnecessário no ambiente de trabalho, eliminando itens não essenciais e mantendo apenas o que é realmente útil para as atividades diárias. De acordo comSantos (2023), o senso de classificação contribui na organização do espaço ao evitar o acúmulo de materiais desnecessários, priorizando o que realmente importa para não desperdiçar recursos. Isso promove uma gestão mais eficiente dos objetos e do ambiente, facilitando a manutenção de um espaço funcional e harmonioso.  

Seiton (Senso de Organização): Envolve organizar de forma eficiente os itens necessários, de modo que sejam facilmente acessíveis e identificáveis.SegundoSantos (2023) nessa fase, o foco está na definição de locais e métodos de armazenamento sistemáticos para todos os objetos, visando facilitar o acesso e o manuseio, o que ajuda a evitar a perda de tempo na localização dos itens.          

Seiso (Senso de Limpeza): Trata da manutenção da limpeza e da higiene no ambiente de trabalho, promovendo a saúde dos colaboradores e a conservação dos equipamentos e das instalações. Para Santos (2023), essa ferramenta não apenas garante a limpeza dos ambientes, mas também facilita a identificação precoce de problemas, contribuindo para a eficácia operacional e a segurança dos processos.  Seiketsu (Senso de Padronização): Consiste em estabelecer padrões e procedimentos claros para manter os três primeiros sensos consistentemente. Dos Santos e Caçador (2020), destacam que o verdadeiro significado do Seiketsu é ter todos os colaboradores comprometidos em seguir os processos de segurança e cuidar da sua saúde de forma ampla. Isso implica em não apenas manter a limpeza e a organização física, mas também em estar atento aos aspectos relacionados à segurança e à saúde no ambiente de trabalho, garantindo um ambiente seguro e saudável para todos os envolvidos. 

Shitsuke (Senso de Autodisciplina): Refere-se à necessidade de cultivar hábitos e comportamentos que promovam a manutenção dos padrões estabelecidos pelos 5S. Isso envolve o engajamento dos colaboradores, a educação contínua e o estabelecimento de uma cultura organizacional que valorize a melhoria contínua e a excelência operacional. Segundo Dos Santos e Caçador (2020), o Shitsuke não só contribui para eficácia operacional, mas também para o fortalecimento do ambiente de trabalho e o desenvolvimento pessoal dos colaboradores.     

b) Curva ABC: Segundo Nunes et al. (2022), a curva ABC é baseada na teoria de Pareto e classifica os itens de estoque em três categorias: A, B e C, conforme sua quantidade e importância de acordo com sua contribuição para determinado critério, como valor monetário, demanda ou impacto no processo. Essa ferramenta facilita a tomada de decisões ao organizar os recursos de acordo com sua prioridade e impacto econômico. A classe A abrange os itens mais valiosos, correspondendo a cerca de 20% dos itens que representam 80% do valor do estoque. A classe B contém itens intermediários, correspondendo a 30% dos itens e 15% do valor. Já a classe C envolve itens de menor relevância econômica, que têm um impacto reduzido no negócio. 

Ana (2021) ressalta que a curva ABC é uma ferramenta valiosa para a gestão de estoque, pois classifica os itens com base em sua importância relativa para a empresa. Ao identificar os itens de maior importância geralmente representados pela categoria A, a empresa pode direcionar sua atenção e recursos para esses itens, garantindo um tratamento adequado e priorizando sua gestão. 

Com base no conceito de Pasquini (2023), a Curva ABC promove uma gestão eficaz de estoque e redução do capital empregado. Além disso, a ferramenta pode auxiliar em diversas estratégias, como a identificação de oportunidades de negócio, o desenvolvimento de políticas de precificação mais assertivas, a otimização dos processos de produção e distribuição, e até mesmo a melhoria do atendimento ao cliente, ao garantir a disponibilidade dos itens mais demandados.

Em resumo, o 5S e a curva ABC não são apenas ferramentas de gestão de estoque, mas também uma aliada poderosa na tomada de decisões estratégicas que impactam diretamente no desempenho e na competitividade das empresas.

2.4 GESTÃO E MAPEAMENTO DE PROCESSO 

A gestão e o mapeamento de processos consistem em analisar, organizar e documentar os fluxos de trabalho de uma empresa. Esse processo visa aumentar a eficiência, cortar custos e elevar a qualidade dos produtos ou serviços. Com o mapeamento, a organização identifica cada etapa, define responsabilidades e identifica oportunidades de aprimoramento, o que oferece uma visão mais clara das operações e facilita decisões e melhorias contínuas.

De acordo com Silva e Lima (2024), A análise de processos de negócios é essencial para as organizações, pois ajuda a reduzir custos, melhorar a qualidade e aumentar a satisfação do cliente. A implementação de uma metodologia padronizada oferece um diferencial competitivo ao garantir operações consistentes e produtivas. O mapeamento de processos, como ferramenta de gestão, permite a compreensão necessária para a melhoria contínua do negócio.

3.MATERIAL E MÉTODOS

A pesquisa caracterizou-se por ser qualitativa de caráter exploratório, com mapeamento e fluxograma, utilizando pesquisas bibliográficas, questionários de dúvidas enviados para os colaboradores da concessionária de automóveis para entender o processo do estoque, concomitantemente, observações visuais e registros fotográficos por parte dos pesquisadores.

A pesquisa de campo na concessionaria de automóveis pelos alunos do curso de Administração da turma ADM222N01 do 5ºPeriodo, utilizaram o método de mapeamento e modelagem, criando um fluxograma do processo do estoque, desde a solicitação de peças, até o cliente final. Isso foi fundamental para identificar os gargalos e pontos críticos no estoque.

Foram utilizadas pesquisas bibliográficas nas bases de dados científicos tais como: Google Acadêmico e Scielo, sendo as principais palavras pesquisadas “estoque”, “ferramentas da qualidade”, “administração de matérias”.  Após a aplicação da pesquisa, realizou-se a tabulação dos dados e consequente análise dos resultados. Conclui-se a pesquisa-ação não apenas permite entender teoricamente os conceitos, mas também aplicá-los diretamente no contexto real. Essa abordagem facilita a implementação de mudanças eficazes e sustentáveis no ambiente estudado. (SOUZA, 2019).

4.RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após a análise in loco mapeou-se o processo conforme a Figura 1, foi aplicado o método 5S: senso de utilização, senso de organização, senso de limpeza, senso de padronização e senso de autodisciplina, conforme abordam as Figuras 2, 3, 4, 5 e 6. Em seguida foram coletados dados durante dois dias de atuação in loco. Logo abaixo segue o fluxograma feito durante a pesquisa: 

Figura 1. Fluxograma

Fonte: Ospesquisadores (2024)

Observa-se na Figura 1 os dados coletados, segundo relato dos colaboradores diante de entrevista presencial, o maior problema apresentado na concessionaria de automóveis era sobre ter conhecimento do que havia no estoque para realização de venda. Além disso, há uma dependência de verificações manuais que podem ser automatizadas, resultando em possíveis atrasos e retrabalhos. Melhorias no controle centralizado de estoque e na comunicação com o cliente ajudariam a agilizar o processo.

A Tabela 1 evidencia a quantidade dos produtos selecionados disponível no estoque.               

Tabela 1. – Planilha de Estoque

                                    Fonte: Ospesquisadores (2024)  

As peças escolhidas são a linha de maior rotatividade, pelo fato de terem um maior fluxo de giro de estoque e gerarem maior valor agregado para a empresa. Com base nessas informações, a próxima etapa é utilizar os métodos disponíveis para analisar a logística e o armazenamento das peças da concessionaria estudada. Essa análise é crucial para desenvolver um plano estratégico que otimize o fluxo logístico e financeiro, contribuindo para alcançar o objetivo principal desta pesquisa.

3.1 IMPLEMENTAÇÃO DA FERRAMENTA DA QUALIDADE 5S NO ESTOQUE

A implementação da metodologia 5S na concessionaria representa um marco significativo na busca pela eficiência operacional e excelência no ambiente de trabalho. Ao adotar os princípios de Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu e Shitsuke, a empresa visa promover a ordem, limpeza e padronização na área do estoque.

Inicialmente, a reação no departamento de estoque foi de adaptação. Com a implementação do senso de utilização, houve uma revisão criteriosa dos itens em estoque, eliminando excessos e otimizando o espaço disponível.

Figura 2. Eliminação excessos        

Fonte: Ospesquisadores (2024)

O senso de limpeza foi bem recebido pelos colaboradores, pois a manutenção regular e a conscientização sobre a importância da limpeza, resultaram em ambientes mais agradáveis e propícios ao bem-estar dos colaboradores. Após a implementação, observou-se uma redução significativa das ocorrências de produtos espalhado pelo estoque.

Figura 3. Limpeza do ambiente

Fonte: Ospesquisadores (2024)

A aplicação do senso de organização foi crucial. A reorganização das peças de acordo com critérios pré-estabelecidos, facilitam o fluxo de trabalho e minimizam as ocorrências de tempo de espera e de localização. Os colaboradores perceberam uma evolução significativa na produtividade. 3 cm superior e esquerda e 2 cm inferior e direita;

Figura 4. Reorganização do estoque com as ferramentas da qualidade 5S

Fonte: Ospesquisadores (2024)

A aplicação do senso de padronização resultou na padronização dos processos de armazenamento, organização e limpeza do estoque. Foram estabelecidos procedimentos claros para cada etapa do processo, garantindo consistência e uniformidade nas operações. Utilizando o senso de padronização os funcionários foram capazes de realizar suas tarefas de forma mais rápida e eficiente, reduzindo o tempo gasto em atividades de busca e movimentação de peças.

Figura 5. Padronização do estoque

Fonte: Ospesquisadores (2024)

Por fim, é necessário que os colaboradores assumam a responsabilidade de autodisciplina pela manutenção e continuidade dos padrões estabelecidos pelos sensos anteriores, assim a empresa pode alcançar uma maior eficiência operacional e reduzir desperdícios de espaço. Fortalecer o hábito de autodisciplina não apenas beneficia o estoque, mas também pode fortalece toda a organização comum todo, estimulando-a rumo ao sucesso à longo prazo. 

Figura 6. Autodisciplina e continuidade

Fonte: Ospesquisadores (2024)

3.2 CURVA ABC

Os dados apresentados na tabela1 são fundamentais para calcular o valor total do estoque e mensurar a importância de cada produto solicitado e vendido. Isso permitirá classificar cada produto de acordo com sua demanda solicitada, relevância financeira, quantidade vendida, valor total do faturamento e reordenar os produtos selecionados para alcançar o custo médio de dois dias de vendas.

Tabela 2. – Classificação em ordem de curva ABC

Fonte: Ospesquisadores (2024)  

Por meio da Tabela 2 foi possível analisar quais produtos que viabilizaram maiores rendimentos em nível de receita para empresa. Os produtos classe A são representados pelos oitos primeiros itens, responsáveis por 80% das vendas, sendo considerado o grupo de maior relevância para a distribuidora, exigindo maior atenção da equipe de vendas, pois de acordo com os dados apresentados, são os produtos mais demandados pelos clientes. O segundo grupo classe B, representa 15% das vendas, um nível de médio impacto para o faturamento, seu grau de exigência pode ser menos rigoroso. Por fim, os produtos da classe C, obtiveram apenas 5% de toda receita arrecadada, em questão financeira tem menor relevância, mais é de fundamental importância para que a empresa consiga atender todos os seus clientes.

Gráfico 1. Curva ABC por faturamento

Fonte: Ospesquisadores (2024)

O gráfico caracteriza a importância de cada produto pesquisado, revelando quais itens tem maior giro e relevância no resultado financeiro da empresa, ao dividir os produtos por classes A, B e C o gestor pode tomar decisões mais assertiva, priorizando as peças de maior demanda e rotatividade. Para otimização do desempenho e a maximização dos resultados da concessionaria.  

 4.  Considerações Finais

Com a implementação das ferramentas da qualidade na gestão de estoque da concessionaria, tanto o gestor como os colaboradores experimentaram uma série de impactos significativos e positivos. O 5S permitiu uma organização mais eficiente do espaço de armazenamento, facilitando a localização e acesso as peças. Isso resultou em uma utilização mais eficaz do espaço disponível, maximizando a capacidade de armazenamento. A curva ABC possibilitou a identificação das peças de maior valor e demanda, permitindo ao gestor priorizar seus esforços e recursos nos itens mais estratégicos para o negócio.

Com as informações fornecidas pelo gráfico da Curva ABC, o gestor da concessionaria, agora pode tomar decisões mais assertivas em dados sólidos. 

Em suma, a implementação de ferramenta da qualidade na concessionaria, não apenas buscou melhorar sua eficiência operacional e revelar insights para obter melhores resultados financeiros, mas também oferecer oportunidades para avanços na gestão de estoque, eficiência operacional e inovação em seu processo.  Essas práticas não são apenas relevantes para a concessionaria, mas também podem ser aplicadas em uma variedade de contextos empresariais que visam promover a excelência e o sucesso organizacional.

4.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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