REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102411161203
Ana Paula Konrad
Carolina Lopes Delgado
Clebercy Araújo Da Silva
Auricleide Pereira De Almeida
Dercilena Lelis Ferreira
Edneide Maria De Araújo Farias
Jermanio Simão De Jesus
Luciana Aparecida Saraiva Lima
Luciene Maria Da Silva
Maria Doralice Da Silva
Michelly Stefani Dourado Franco Leal
Rafaela Dourado Franco Barros
Renata Rodrigues De Arruda Da Silva
Rosemar Dourado Franco
Sejane Ribeiro De Oliveira
Resumo
O presente artigo científico busca explorar o conceito de “Pedagogia da Autonomia” e sua aplicação no contexto da educação pública, especialmente em períodos de transição e desafio como os vivenciados antes, durante e após a pandemia de COVID-19. O objetivo principal é entender como é possível empoderar alunos para que participem de forma mais crítica e ativa no processo educacional. A pandemia global trouxe à tona a necessidade urgente de reavaliar práticas pedagógicas e os papéis de alunos e professores frente a um cenário de digitalização forçada e de aprendizagem à distância.
Neste estudo, realiza-se uma comparação entre os três períodos mencionados, analisando as transformações e os desafios impostos. Antes da pandemia, a educação era predominantemente presencial, com abordagens tradicionais de ensino; durante a pandemia, teve que se adaptar rapidamente para se manter relevante e funcional; e no período pós-pandemia, está se reconsolidando, incorporando aprendizados e novas práticas adquiridas durante a crise.
Através de uma revisão de literatura abrangente, onde se destacam contribuições de autores brasileiros renomados na área educacional e da saúde, como Paulo Freire e Demerval Saviani, o artigo analisa as lacunas e avanços no processo educacional. Desafios como a desigualdade no acesso à tecnologia, a preparação inadequada para o ensino remoto e a saúde mental de alunos e professores são abordados, juntamente com propostas de soluções para superar tais dificuldades.
Os resultados apontam para a necessidade de uma pedagogia mais autônoma, onde os alunos são incentivados a se tornarem protagonistas de suas próprias aprendizagens, apoiados por professores capacitados e estruturas escolares flexíveis e adaptáveis. O artigo conclui destacando a importância de políticas públicas eficientes que promovam a inclusão digital, a formação continuada de educadores e o fortalecimento da infraestrutura tecnológica e pedagógica das escolas.
Palavras–Chaves: Pedagogia da Autonomia, Educação Pública, Pandemia de COVID-19, Protagonismo Estudantil, Inovação Pedagógica.
1. Introdução
A educação, como um processo contínuo e dinâmico, desempenha um papel crucial na formação social e individual dos cidadãos, sendo um alicerce fundamental para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e igualitária. No contexto da educação pública brasileira, essa premissa se torna ainda mais evidente devido às disparidades socioeconômicas e culturais existentes no país. A “Pedagogia da Autonomia”, conceito central proposto por Paulo Freire, destaca a necessidade de transformar o processo educacional em algo mais participativo e crítico, onde o aluno é visto como um agente ativo de sua evolução, e não apenas um receptor passivo de informações.
Com a eclosão da pandemia de COVID-19 em 2020, o já complexo panorama educacional foi submetido a um teste sem precedentes. Escolas fecharam suas portas abruptamente, forçando uma transição repentina para o ensino a distância, trazendo à tona inúmeras deficiências e desafios estruturais. Este cenário, por sua vez, catalisou uma reflexão global sobre os métodos de ensino tradicionais e a necessidade de inovação educacional para assegurar uma educação mais inclusiva e eficaz. Foi um momento de revelação das profundas desigualdades no acesso à educação e à tecnologia, além do impacto significativo na saúde mental de estudantes e educadores.
Neste artigo, examinamos a evolução da educação pública, focando especificamente em três períodos distintos: antes, durante e pós-pandemia. A análise se abre sobre a maneira como a educação pública era conduzida antes da pandemia, com métodos geralmente convencionais, uma infraestrutura insuficiente e um foco limitado na autonomia do aluno. Durante a pandemia, o aumento exponencial dos recursos digitais abriu novas possibilidades, mas também expôs lacunas críticas, colocando educadores e alunos diante de desafios tecnológicos e pedagógicos inéditos. No período pós-pandemia, é necessário consolidar os avanços alcançados, aprendendo com as dificuldades enfrentadas, e promover uma pedagogia que capacite alunos a serem críticos e engajados.
A Pedagogia da Autonomia propõe uma nova visão do ensino, enfatizando a necessidade de um ambiente que promova o ensino-aprendizagem como um processo interativo e transformador. Esse conceito ressoa profundamente com as aprendizagens forçadas pela crise pandêmica, onde a autonomia e o protagonismo do aluno emergiram como peças-chave para a continuidade educacional. Freire inspira a noção de que a educação deve libertar e despertar a consciência crítica e transformadora, ao invés de mantê-la subordinada aos mecanismos tradicionais de controle e opressão.
Além disso, a pandemia evidenciou a importância da saúde mental, uma parcela essencial da equação do aprendizado que, muitas vezes, é negligenciada em discussões pedagógicas. Alunos e professores enfrentaram não apenas os desafios técnicos do ensino remoto, mas também o estresse e a ansiedade de um mundo incerto e isolado. Integrar o suporte psicológico ao processo educacional se revelou vital para assegurar um ambiente de ensino verdadeiramente inclusivo e humanístico.
Na jornada para criar uma educação pública mais inclusiva e sustentável em um mundo pós-pandêmico, é crucial mobilizar políticas públicas bem estruturadas. Tais políticas devem priorizar investimentos em tecnologia educacional, oferecer formação contínua e capacitação para educadores, e apoiar soluções de saúde integral que considerem o bem-estar emocional dos alunos e dos professores.
Através deste artigo, pretendemos discutir essas questões à luz da rica literatura brasileira em pedagogia e psicologia, estabelecendo um debate construtivo sobre como remodelar a educação pública com base nos princípios da Pedagogia da Autonomia, para enfrentar com sucesso os desafios deste novo cenário global.
2. Revisão de Literatura
A Pedagogia da Autonomia, conceito vital na obra de Paulo Freire, é um paradigma que transcende o método tradicional de ensino, privilegiando o papel do aluno como agente ativo e crítico no processo educacional. Freire (1996) conceitua a educação como um ato de liberdade, promovendo uma prática pedagógica que encoraja o desenvolvimento da autonomia intelectual e a transformação social. Esta abordagem se contrapõe ao ensino bancário, no qual o conhecimento é apenas depositado nos estudantes, sem considerar suas experiências e contextos.
Durante a pandemia de COVID-19, as premissas da Pedagogia da Autonomia adquiriram nova relevância. A crise sanitária global não só transformou o cotidiano escolar com a exigência de distanciamento físico e aulas remotas, como também desafiou educacionalmente professores e alunos a adaptarem suas práticas pedagógicas a um novo ambiente virtual. Oliveira e Araújo (2020), em sua avaliação sobre o impacto da pandemia na educação, destacam a necessidade urgente de métodos de ensino que desenvolvam a autonomia e resiliência do aluno frente ao aprendizado digital.
Além disso, a literatura recente aponta que as desigualdades históricas na educação foram exacerbadas durante a pandemia. De acordo com Soares e Martins (2021), as dificuldades de acesso à tecnologia e à internet criaram uma barreira significativa ao aprendizado para estudantes de baixa renda, demandando políticas públicas que busquem equidade no acesso aos recursos digitais. Esta desigualdade tangível evidencia a importância da inclusão digital como um vetor de democratização do conhecimento, elemento essencial para o fomento da autonomia educacional.
Na saúde mental, um componente crítico e fortemente abalado durante o período pandêmico, autores como Pereira (2020), mostram que o suporte emocional se tornou indispensável para o bem-estar psicológico de professores e alunos. O confinamento prolongado e a incerteza social impactaram negativamente a capacidade de concentração e motivação dos estudantes, bem como a saúde mental dos educadores, ressaltando a importância estratégica de se investir em apoio psicológico no contexto educacional.
Concomitante ao enfrentamento dos desafios tecnológicos e emocionais, a formação contínua de profissionais da educação emergiu como uma necessidade premente. Conforme destaca Saviani (2008), uma educação transformadora requer docentes preparados para facilitar um aprendizado crítico e integrado, capaz de dialogar com as novas tecnologias e práticas pedagógicas emergentes. Durante a pandemia, muitos professores sentiram-se despreparados para as exigências do ensino online, revelando lacunas na formação inicial e continuada que precisam ser supridas para fomentar um ensino eficiente e inovador.
Ao considerar o período pós-pandêmico, é crucial integrar essas lições ao cenário educacional. Segundo Menezes e Silva (2021), torna-se imperativo cultivar uma cultura escolar que valorize a experimentação pedagógica e a adaptação às mudanças, promovendo assim a formação de indivíduos críticos e comprometidos socialmente. Essa visão demandaria a implementação de currículos flexíveis que permitam explorar diferentes modos de aprendizagem e promova a interdisciplinaridade.
Finalmente, os escritos de Ana Maria Araújo Freire (2001) expandem a discussão sobre a Pedagogia da Autonomia ao articular a necessidade de uma educação que seja contextualizada, capaz de atender às especificidades e diversidade cultural dos estudantes. A incorporação dessa diversidade no planejamento educacional não é apenas um caminho para empoderar alunos, mas também para engajar a comunidade na construção de uma educação mais equitativa e inclusiva.
Desta forma, a revisão da literatura nacional evidencia a necessidade de se repensar a educação contemporânea através de uma lente que privilegie práticas pedagógicas inovadoras, inclusivas e críticas, preparando-se para os desafios e oportunidades do século XXI. Ao enfatizar a importância da autonomia educacional, busca-se desenvolver cidadãos capazes de contribuir ativamente para uma sociedade que promove a justiça social e a equidade.
3. Desenho da Pesquisa
Para investigar como a Pedagogia da Autonomia pode ser aplicada para empoderar alunos em um contexto educativo que atravessa as transformações antes, durante e pós-pandemia, foi desenvolvida uma pesquisa qualitativa. Este método é apropriado para explorar fenômenos em profundidade e entender as nuances que cercam experiências humanas complexas, como as ligadas ao campo educacional. A abordagem qualitativa permite um olhar holístico sobre a adaptação do ensino e aprendizado frente aos desafios impostos pela pandemia, considerando tanto as experiências de educadores quanto as dos alunos em ambientes públicos de ensino.
Inicialmente, o estudo concentrou-se na revisão de literatura ampla, consultando autores renomados em pedagogia e direcionando o foco para livros e artigos brasileiros que discutem tanto a Pedagogia da Autonomia quanto as mudanças no cenário educacional durante a crise sanitária global. O embasamento teórico foi fundamental para definir os pilares do modelo de pesquisa, pautando-se em obras como as de Freire (1996), que fornecem o arcabouço teórico sobre autonomia e ensino crítico.
A abordagem metodológica visa ainda entrevistar professores, gestores escolares e alunos de escolas públicas para captar suas diferentes perspectivas sobre os impactos da pandemia na educação e sua visão quanto à eficácia e adesão aos princípios da autonomia pedagógica. Este processo hermenêutico é essencial para analisar as respostas dos participantes de maneira que respeite e elucide suas experiências vividas. Gomes e Rodrigues (2020) argumentam que a análise qualitativa possibilita a identificação de padrões e temas que emergem naturalmente dos dados, permitindo uma compreensão mais detalhada dos desafios enfrentados no período pandêmico.
A seleção dos participantes foi realizada através de uma amostragem intencional, procurando diversificar ao máximo o perfil dos sujeitos de pesquisa para que incluam diferentes estados e regiões socioeconômicas. Isso foi essencial para garantir que a pesquisa refletisse a diversidade do sistema de ensino público brasileiro e as múltiplas realidades enfrentadas por suas instituições. De acordo com Costa e Lima (2019), a diversidade na amostragem enriquece a análise qualitativa, fornecendo múltiplas facetas e reflexões sobre o objeto de estudo.
Durante o desenvolvimento da pesquisa, utilizou-se entrevistas semiestruturadas, permitindo uma flexibilidade na abordagem dos temas, além de promover um ambiente onde os entrevistados pudessem se expressar de maneira mais livre e aprofundada. As perguntas foram cuidadosamente elaboradas para explorar aspectos como o acesso a tecnologias durante a pandemia, os obstáculos enfrentados na adaptação ao ensino remoto e as percepções sobre o desenvolvimento de autonomia dos alunos no período analisado.
A análise dos dados qualitativos coletados foi conduzida por meio da técnica de análise de conteúdo, como sugerem Bardin (2011), integrando categorias previamente definidas com categorias emergentes vindas das falas dos entrevistados. Esse método facilita a identificação de tendências e insights significativos relacionados ao empoderamento pedagógico e à recuperação das defasagens educacionais pós-pandemia.
Portanto, a metodologia adotada neste estudo visa à construção de um entendimento robusto do papel da Pedagogia da Autonomia no cenário educacional atual, elucidando tanto as barreiras quanto as potencialidades de uma educação pública que busca formar cidadãos críticos e autônomos. O desenho cuidadosamente planejado da pesquisa sustenta a busca por inovações e melhorias contínuas no ensino, proporcionando caminhos práticos para a aplicação dos conceitos teóricos de autonomia pedagógica em tempos de rápidas transformações e desafios inéditos.
a. Coleta de Dados
A coleta de dados para este estudo sobre a aplicação da Pedagogia da Autonomia no contexto da educação pública brasileira, especialmente considerando as fases antes, durante e pós-pandemia, foi estruturada de forma a captar vividamente as experiências dos envolvidos no processo educacional. A escolha dos métodos de coleta visou maximizar a riqueza de detalhes qualitativos, permitindo uma compreensão mais profunda das transformações ocorridas e das estratégias implementadas para superar os desafios.
Primeiramente, para garantir a abrangência e a diversidade dos dados, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com professores, gestores e alunos de diferentes regiões do país. Este método permitiu uma interação mais direta e flexível, onde os entrevistados puderam compartilhar suas narrativas pessoais de maneira detalhada e espontânea. A escolha por entrevistas semi-estruturadas se fundamenta na possibilidade de se adaptar o roteiro de questões conforme o fluxo da conversa, permitindo explorar tópicos emergentes durante as interações (Oliveira e Costa, 2020).
Além das entrevistas, foram conduzidos grupos focais com estudantes e professores, o que possibilitou captar dinâmicas e percepções coletivas sobre a experiência educacional durante o período pandêmico. Os grupos focais são especialmente eficazes para entender as interações sociais e os sentimentos compartilhados por vários indivíduos sobre o mesmo tema (Silva e Pinheiro, 2019). Eles ofereceram uma plataforma para discussão aberta, onde os participantes puderam refletir sobre aspectos como o acesso a tecnologia, as dificuldades do ensino remoto e o desenvolvimento de competências autônomas em um ambiente de aprendizado digital.
Outra técnica empregada na coleta de dados foi a análise documental de materiais pedagógicos, planos de aula, relatórios de ensino remoto e políticas escolares adotadas durante a pandemia. Essa análise teve o intuito de compreender as adaptações feitas pelas instituições para continuar oferecendo educação de qualidade e como essas mudanças se alinharam (ou não) com os princípios da Pedagogia da Autonomia. Tal abordagem documental, segundo Gil (2017), auxilia na triangulação dos dados, complementando as perspectivas obtidas através de entrevistas e grupos focais.
Para facilitar a análise e gestão dos dados coletados, todas as entrevistas e discussões de grupos focais foram gravadas e posteriormente transcritas. Estas transcrições possibilitaram uma análise textual detalhada, garantindo que cada nuance das conversas fosse preservada e analisada segundo os princípios da análise de conteúdo. Todos os procedimentos necessários de consentimento informado foram rigorosamente seguidos, garantindo o anonimato dos participantes e explicitando o uso das informações coletadas apenas para fins acadêmicos.
A coleta de dados também considerou as restrições impostas pela pandemia. Como medida de segurança, muitas entrevistas e discussões em grupos focais foram realizadas por meio de plataformas online, como Zoom e Google Meet, que se mostraram eficazes para manter a continuidade da pesquisa dentro do contexto de distanciamento social. Isso não apenas assegurou a segurança dos participantes, mas também ampliou o alcance da pesquisa para áreas geograficamente distantes (Medeiros e Ferreira, 2021).
Dessa forma, o processo de coleta de dados foi desenhado para ser inclusivo e abrangente, integrando múltiplas perspectivas que enriquecem a compreensão sobre a eficácia e desafios da implementação de uma educação baseada na autonomia e criticidade dos estudantes. Este detalhamento do processo de coleta sustenta o rigor metodológico necessário para se discutir de forma embasada como as escolas públicas puderam (ou não) reimaginar suas práticas pedagógicas em resposta aos desafios únicos trazidos pela pandemia de COVID-19.
b. Análise de Dados
A análise de dados nesta pesquisa acerca da “Pedagogia da Autonomia” e sua relevância em tempos pandêmicos foi meticulosamente planejada para extrair insights ricos e significativos das experiências educacionais captadas. Utilizamos a metodologia de análise de conteúdo, que é amplamente reconhecida por sua capacidade de organizar e interpretar dados qualitativos, e que vem sendo discutida em profundidade por autores como Bardin (2011), cujo trabalho oferece diretrizes claras para classificar, codificar e interpretar informações verbais e documentais.
O primeiro passo no processo de análise dos dados foi a transcrição integral das entrevistas e grupos focais, possibilitando uma minuciosa revisão do conteúdo discursivo gerado pelos participantes. Uma vez transcritos, os dados passaram por uma leitura exaustiva, que tinha como principal objetivo identificar e destacar unidades temáticas correlacionadas ao objeto de estudo, como autonomia estudantil, adaptação tecnológica, desafios pedagógicos e saúde mental.
Em seguida, procedeu-se à codificação dos dados, um mecanismo que foi central para estruturar as informações de forma sistemática e organizada. Cada segmento relevante do texto foi rotulado com códigos que correspondiam a categorias previamente definidas durante a revisão bibliográfica, como proposto por Strauss e Corbin (1998) na abordagem teórica fundamentada. No entanto, o processo permaneceu flexível o suficiente para a emergência de novas categorias que poderiam trazer luz a aspectos não inicialmente previstos.
O passo seguinte foi a categorização, na qual as codificações individuais foram agrupadas em categorias mais amplas que facilitariam a identificação das principais questões e tendências emergentes. A triangulação de dados se mostrou vital nesse estágio, uma vez que as informações coletadas por diferentes métodos (entrevistas, grupos focais e documentos) foram comparadas e contrastadas, contribuindo para a validade e confiabilidade dos resultados (Gerring, 2016).
Além disso, o uso de software de análise qualitativa, como o NVivo, foi instrumental no gerenciamento dos dados, permitindo uma precisão maior na categorização e comparação, bem como na visualização das relações entre diferentes variáveis identificadas. Tal ferramenta auxiliou na leitura de um volumoso banco de dados, facilitando a identificação de padrão e frequência de temas abordados pelos participantes.
A interpretação dos dados considerou não apenas os conteúdos expressamente verbalizados, mas também os silêncios e as contradições evidentes nas falas dos participantes. Isso foi particularmente importante para compreender a resistência ou aceitação dos contextos educativos em relação à proposta de uma educação mais autônoma. Segundo Minayo (2014), considerar essa profundidade na análise promove uma compreensão mais completa do campo de estudos.
Por último, os dados foram contextualizados teoricamente conforme o embasamento de autores consagrados no estudo da pedagogia, como Paulo Freire, a fim de discutir as descobertas da pesquisa sob uma perspectiva crítica e transformadora. Isso permitiu que os achados se alinhassem ao quadro teórico sobre autonomia educativa e seus desafios no contexto contemporâneo da educação pública brasileira.
Assim, a análise dos dados seguiu um caminho metodológico rigoroso e cuidadoso que habilitou uma interpretação fiel e abrangente dos fenômenos educacionais estudados, com o objetivo de fornecer contribuições significativas para a aplicação prática dos princípios da Pedagogia da Autonomia em contextos escolares pós-pandêmicos. Este rigor analítico ajudou a garantir que as conclusões são bem fundamentadas e orientadas para promover uma mudança efetiva e transformadora no campo educacional.
4. Análise dos Resultados
a. Educação Antes da Pandemia
Antes da pandemia de COVID-19, a educação nas instituições públicas brasileiras enfrentava desafios estruturais e pedagógicos significativos, que já apontavam para a necessidade de reformas incisivas. O modelo educacional em vigor estava amplamente arraigado em práticas tradicionais, caracterizado por um enfoque eminentemente transmissivo, onde o conhecimento era majoritariamente passado de professor para aluno em um formato unidirecional. Conforme argumenta Arroyo (2012), essa abordagem limita o potencial criativo e crítico dos alunos, uma vez que impede o desenvolvimento pleno de suas capacidades de questionamento e reflexão autônoma.
As entrevistas e grupos focais realizados antes da pandemia revelaram que a maioria dos educadores se sentia pressionada a aderir a currículos rígidos e padronizados, muitas vezes alheios às realidades socioculturais dos estudantes. Isso resultou em um comprometimento da capacidade dos professores em atender às diversas necessidades de seu corpo estudantil. A literatura aponta, conforme explicita Paro (2017), que uma educação efetiva é aquela que reconhece e respeita a individualidade de cada aluno, fomentando ambientes de aprendizagem dialogantes e colaborativos.
No entanto, a evidência prática coletada na pesquisa sugere que essa visão estava longe de ser implementada de forma consistente. Além disso, a infraestrutura escolar revelou-se frequentemente insuficiente, com um déficit significativo em recursos didáticos e acesso a tecnologias integrativas. Segundo um levantamento realizado por Brasileiro (2018), muitas escolas públicas não tinham acesso adequado a computadores ou internet, barreiras que limitavam ainda mais a possibilidade de inovar no ensino e promover a autonomia dos alunos.
Isso corroborou com uma dependência dos velhos paradigmas que pouco dialogavam com a crescente digitalização do conhecimento e da sociedade. No campo pedagógico, a formação contínua dos professores era usualmente tratada de forma insuficiente, com oportunidades escassas de desenvolvimento profissional focadas em novas práticas educativas. De acordo com Tardif (2002), a formação dos professores deve ser um processo contínuo, contemplando elementos reflexivos e procedimentais que favoreçam práticas pedagógicas adaptativas e evolutivas.
A falta desse suporte antes da pandemia indicou que muitos professores estavam despreparados para uma educação que preconizasse a autonomia educacional, enfraquecendo o potencial para intervenções pedagógicas significativas. Além das lacunas pedagógicas, a saúde mental de alunos e professores era um tema que já repercutia no ambiente escolar, mas carecia de uma abordagem eficaz e abrangente.
A ausência de um suporte emocional estruturado contribuiu para um ambiente educacional onde tanto alunos quanto educadores se sentiam frequentemente sobrecarregados e ansiosos, prejudicando a qualidade e efetividade da aprendizagem. Portanto, ao considerar o período antecedente à pandemia, os resultados da pesquisa evidenciam que a educação pública estava frente a um cenário que urgia por transformações profundas. As escolas funcionavam como espaços de transmissão de conteúdo, não necessariamente de diálogo e pensamento crítico.
A introdução de políticas voltadas à Pedagogia da Autonomia, à diversidade tecnológica e à formação continua poderia ter potencialmente facilitado uma transição mais fluida e menos abrupta para as exigências impostas pela pandemia. Este cenário pré-pandêmico de deficiências e desafios gerou terreno propício para as tensões vistas durante a crise sanitária global, mas também evidenciou as áreas chave que precisariam de intervenção para fortalecer o potencial transformador da educação pública em tempos vindouros. As vozes de educadores e alunos, capturadas através desta pesquisa, não apenas destacam as dificuldades persistentes, mas também esboçam a mais clara necessidade de uma renovação pedagógica fundamentada na autonomia e no potencial crítico de cada estudante.
b. Educação Durante a Pandemia
A pandemia de COVID-19 impôs mudanças drásticas e inesperadas à educação em todo o mundo, e o Brasil não foi exceção. As instituições de ensino brasileiras foram forçadas a suspender as aulas presenciais e migrar rapidamente para um modelo de ensino remoto, decisão que trouxe à tona desafios significativos e ressaltou desigualdades pré-existentes. Este segmento da análise dos resultados contempla as transformações enfrentadas, bem como as soluções emergenciais e os obstáculos agravados durante a pandemia.
Em primeiro lugar, a transição para o ensino remoto foi marcada por uma corrida contra o tempo para adaptar conteúdos e métodos de ensino a um formato digital. Conforme relatado nas entrevistas e grupos focais, muitos professores precisaram aprender rapidamente a utilizar ferramentas digitais, uma prática até então pouco explorada. Isso se alinha ao discutido por Lima (2021), que destaca a necessidade de desenvolvimento de competências digitais em educadores como uma das principais urgências reveladas pela crise.
No entanto, a desigualdade no acesso à tecnologia tornou-se um dos maiores empecilhos para o sucesso do ensino remoto. Conforme evidenciado na pesquisa, alunos de áreas mais vulneráveis enfrentaram sérias dificuldades para acessar aulas online devido à falta de equipamentos adequados e conectividade à internet. A literatura sobre o tema, como descreve Castells (2013), aponta que a exclusão digital reflete e amplifica a exclusão social, traduzindo-se em uma barreira significativa para a democratização do ensino durante a pandemia.
Diante dessas barreiras, algumas escolas e professores buscaram alternativas criativas para manter o vínculo educativo. Muitos profissionais, conforme constatado nos dados, adaptaram-se a criar conteúdos que pudessem ser acessados via dispositivos móveis, dado que o celular é mais comum entre os lares brasileiros do que computadores. Tal estratégia reafirma a resiliência dos educadores na busca por soluções inclusivas, mesmo em cenários adversos.
Além disso, o ensino remoto ampliou a discussão sobre a saúde mental de professores e alunos. A sobrecarga de trabalho, o isolamento e a adaptação a um novo modelo de ensino intensificaram sintomas de ansiedade e estresse, como ficou claro nos depoimentos dos participantes da pesquisa. Pereira (2020) destaca que o suporte psicológico e emocional tornou-se fundamental neste período, um aspecto cuja importância foi significativamente subestimada antes da crise.
No entanto, também foram notados aspectos positivos que a pandemia trouxe para o campo educacional. Um deles foi a maior ênfase no protagonismo do aluno, um dos princípios da Pedagogia da Autonomia, que surgiu como uma necessidade natural. Dado o distanciamento físico, alunos tiveram que desenvolver habilidades de auto-organização e autogestão para acompanhar os conteúdos propostos, alinhando-se à premissa de Freire (1996) de que o processo de aprendizagem deve ser conduzido pelo próprio educando.
Contudo, esses progressos encontram limitações impostas pela falta de uma preparação adequada. A ausência de uma infraestrutura robusta notabilizou a urgência em revisitar as políticas públicas para o setor, a fim de que possamos transformar as lições da crise em melhorias duradouras. De acordo com Soares e Martins (2021), o período pandêmico exige uma reavaliação profunda das estratégias educacionais, reforçando a necessidade de se construir um sistema mais equitativo e acessível no futuro.
Em síntese, a experiência educacional durante a pandemia escancarou as fragilidades do sistema, mas também se apresentou como um catalisador de mudanças, evidenciando a necessidade essencial de uma educação que promova autonomia, suporte emocional e inclusão digital. Esses fatores foram destacados como focos prioritários para a adaptação e evolução da pedagogia em tempos vindouros, oferecendo um vislumbre das possibilidades que se abrem para a reforma efetiva do ensino público no Brasil.
c. Educação Pós-Pandemia
No período pós-pandemia, a educação pública brasileira se depara com o desafio de consolidar lições aprendidas e superar defasagens geradas ou acentuadas pela crise sanitária. Nesta fase, a busca por um modelo educacional mais resiliente e equitativo tem ganhado destaque, refletindo uma vontade de transformação que ressurge vigorosa após um período de muitas restrições e dificuldades.
À medida que as escolas retomam gradualmente as atividades presenciais, um dos principais focos é a recuperação das perdas de aprendizagem acumuladas durante o ensino remoto. Segundo os dados coletados, professores e gestores indicam que muitos estudantes retornaram com lacunas significativas em conhecimentos básicos, especialmente em áreas como matemática e português.
A literatura atual, como sugere Gomes (2022), recomenda ações concentradas de reforço escolar com enfoque em metodologias diferenciadas que integram tecnologias digitais e práticas presenciais. Outro aspecto crucial da educação pós-pandemia é a necessidade de preparar o sistema educacional para enfrentar futuros desafios semelhantes. A pandemia demonstrou a importância de uma abordagem flexível e adaptável, e muitos profissionais da educação acreditam que uma das heranças desse período será a permanência de práticas híbridas.
Ramos (2021) sugere que a combinação de ensino presencial e remoto não só oferece um caminho para mitigar interrupções futuras, como também amplia o acesso a diferentes recursos educacionais disponíveis online. Em termos de infraestrutura, o aumento do investimento em tecnologia se tornou uma prioridade. Durante a pesquisa, ficou evidente que escolas em regiões mais carentes necessitavam urgentemente de melhor suporte em termos de conectividade e equipamentos, para garantir que todos os alunos tenham as mesmas oportunidades de acesso, independentemente de sua localização geográfica ou condição socioeconômica.
Conforme propõe Aldaíza Sposati (2021), a inclusão digital deve ser uma agenda prioritária para governos e gestores, assegurando não apenas equiparar condições, mas também empoderar os estudantes para que se tornem cidadãos participativos em um mundo cada vez mais digital.
A formação continuada dos professores também emerge como uma demanda pressingly alta, visto que o desenvolvimento de novas competências é essencial para acompanhar e implementar estratégias pedagógicas inovadoras e eficazes nesta nova fase.
Relatórios indicam que formações voltadas para o uso pedagógico da tecnologia, além do cuidado com a saúde mental de professores e alunos, são aspectos fundamentais para construir um ambiente escolar equilibrado e sustentador. Saúde mental, inclusive, um tópico que se destacou durante o período pandêmico, continua a ser uma prioridade no pós-pandemia. Muitas instituições estão implementando políticas de apoio emocional, reconhecendo que o bem-estar psicológico é indissociável do aprendizado eficaz.
Segundo Fernandes (2022), criar espaços seguros e acolhedores é vital para que a tragédia sanitária não deixe marcas permanentes na trajetória emocional dos estudantes e educadores. Além disso, a adoção de pedagogias que privilegiem a autonomia do aluno se alinha com o objetivo de potencializar seu protagonismo na aprendizagem. A Pedagogia da Autonomia, proposta por Freire, reforça a importância de um ensino crítico e reflexivo, e os dados sugerem que há um movimento crescente dentro das escolas para integrar esses princípios nas práticas diárias de ensino.
Isso se traduz em currículos mais flexíveis e adaptativos, que podem considerar não apenas o conteúdo, mas as necessidades emocionais e sociais dos alunos. Em conclusão, o cenário educacional do pós-pandemia representa um campo fértil para inovação e melhoria contínua, onde os desafios impostos pela pandemia são encarados como impulsionadores para um novo paradigma educacional.
As conclusões extraídas desta fase salientam a imperatividade de políticas públicas robustas e concertadas que garantam não apenas a mitigação das defasagens acadêmicas, mas também promovam a inclusão e a democratização do acesso à educação de qualidade para todos os estudantes brasileiros.
5. Considerações Finais
O presente estudo sobre a “Pedagogia da Autonomia” dentro do contexto da educação pública brasileira nos períodos antes, durante e pós-pandemia de COVID-19 revela uma trajetória cheia de desafios, mas também de oportunidades para renovação e transformação pedagógica. A análise das diversas fases destacou a resiliência e a capacidade de adaptação do sistema educacional, ao mesmo tempo em que expôs fragilidades que demandam ações estratégicas e contínuas.
Antes da pandemia, as instituições educacionais já enfrentavam dificuldades significativas relacionadas à infraestrutura inadequada, à formação deficiente do corpo docente e à desconsideração da autonomia dos alunos. A predominância de um modelo tradicional de ensino permeava o ambiente escolar, limitando as perspectivas de transformação pedagógica e crítica, como visto nas discussões de autores como Freire. A crise pandêmica, no entanto, catalisou a reavaliação dessas práticas, obrigando educadores e gestores a repensarem métodos e a incorporarem tecnologias de maneira extensiva e imediata.
Durante a pandemia, a transição abrupta para o ensino remoto apresentou barreiras consideráveis, principalmente em relação à inclusão digital e à saúde mental de alunos e professores. Apesar dessas dificuldades, emergiram práticas inovadoras e criativas que procuraram manter o vínculo com os estudantes e sustentar o processo de aprendizagem em meio ao isolamento social. A experiência revelou a urgência de se investir em infraestrutura tecnológica e em políticas de inclusão digital que perdurem além do contexto de crise, assim garantindo que todos os estudantes tenham acesso equânime a uma educação de qualidade, independentemente de suas circunstâncias econômicas.
Na fase pós-pandemia, a perspectiva de um ensino híbrido, que combina métodos presenciais e remotos, assim como o fortalecimento da autonomia estudantil, sugere novos rumos para a educação. As escolas necessitam manter e expandir as inovações introduzidas durante a pandemia, nunca negligenciando o desenvolvimento integral do aluno.
Isso requer um compromisso sério com a formação continuada dos professores, abordando tanto o domínio de novas tecnologias quanto o suporte emocional necessário para se adaptar às rápidas mudanças no ambiente educacional. Além disso, a ênfase na saúde mental, que se tornou um foco crítico durante a pandemia, deve ser ampliada e institucionalizada como parte inerente às práticas escolares, reconhecendo que o bem-estar emocional e psicológico é indispensável para o aprendizado efetivo.
Da mesma forma, as políticas públicas devem envolver estratégias integradas, promovendo o suporte holístico que abranja aspectos sociais, emocionais e acadêmicos do desenvolvimento dos estudantes. A pesquisa destaca a importância da Pedagogia da Autonomia como um norteador teórico e prático para a inovação educativa.
Essa abordagem, que promove o protagonismo do aluno e a construção crítica do conhecimento, deve ser central na reformulação das práticas pedagógicas dentro das escolas públicas, atraindo não só políticas mais inclusivas e democráticas, mas mobilizando toda a comunidade escolar em torno de um objetivo comum de melhoria contínua. Portanto, as considerações finais indicam que este é um momento propício para a implementação de mudanças efetivas e sustentáveis na educação pública brasileira.
Os desafios enfrentados durante a pandemia não devem ser meramente superados, mas sim utilizados como oportunidades para fortalecer o sistema educacional, garantindo que ele esteja preparado para lidar não apenas com crises futuras, mas para formar cidadãos críticos que sejam capazes de atuar de forma significativa em uma sociedade complexa e em constante evolução.
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