REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202411121101
Allan De Lira Silva
Orientadora: Prof.ªDr.ª Melina Yasuoka
RESUMO
Este presente trabalho centra-se na eutanásia como parte da gestão do bem-estar dos equinos. A eutanásia é considerada uma medida extrema mas necessária quando não existem opções de tratamento viáveis. O objetivo deste estudo visa analisar os aspectos éticos, legais e emocionais associados à eutanásia e discute os métodos humanitários e os critérios para a sua aplicação. O estudo também analisa as principais doenças que levam à eutanásia em cavalos, como cólicas graves, lobite crônica dos cascos e acidentes graves, bem como as zoonoses, que também é um fator relevante para a realização de eutanásia em equinos, especialmente devido ao risco que representam para a saúde pública. O impacto emocional da eutanásia nos profissionais e proprietários de cavalos também é discutido, enfatizando a importância de lidar com sensibilidade e empatia durante todo o processo. A metodologia utilizada foi uma revisão da literatura de estudos científicos e regulamentares sobre a eutanásia de equinos. Os resultados dos estudos mostraram que a eutanásia é considerada uma medida ética para evitar o sofrimento dos animais em situações terminais ou de dor intensa, em que não é possível um tratamento eficaz. Os métodos humanitários mais frequentemente utilizados são o uso de sedativos e barbitúricos, enquanto a eutanásia física é utilizada em situações de emergência. Conclui-se que a eutanásia deve ser efetuada de acordo com critérios rigorosos e métodos sensíveis, respeitando tanto o bem-estar do animal como o impacto emocional nas pessoas envolvidas no processo de eutanásia.
Palavras-chave: eutanásia. Bem-estar animal. Equinos. Aspectos éticos. Métodos humanitários.
ABSTRACT
This present work focuses on euthanasia as part of equine welfare management. Euthanasia is considered an extreme but necessary measure when there are no viable treatment options. The objective of this study aims to analyze the ethical, legal and emotional aspects associated with euthanasia and discusses humanitarian methods and criteria for their application. The study also analyzes the main diseases that lead to euthanasia in horses, such as severe colic, chronic hoof lobitis and serious accidents, as well as zoonoses, which is also a relevant factor for carrying out euthanasia in horses, especially due to the risk that represent for public health. The emotional impact of euthanasia on professionals and horse owners is also discussed, emphasizing the importance of dealing with sensitivity and empathy throughout the process. The methodology used was a literature review of scientific and regulatory studies on equine euthanasia. The results of the studies showed that euthanasia is considered an ethical measure to avoid the suffering of animals in terminal situations or intense pain, in which effective treatment is not possible. The most frequently used humanitarian methods are the use of sedatives and barbiturates, while physical euthanasia is used in emergency situations. It is concluded that euthanasia must be carried out according to strict criteria and sensitive methods, respecting both the animal’s well-being and the emotional impact on the people involved in the euthanasia process.
Keywords: Euthanasia. Animal welfare. Equines. Ethical aspects. Humanitarian methods.
1. INTRODUÇÃO
A eutanásia equina é uma prática complexa que envolve aspectos éticos, legais e emocionais, principalmente em casos de dor insuportável ou doença terminal. O bem-estar animal é um princípio fundamental no manejo de equinos, e a eutanásia é frequentemente considerada uma medida extrema para aliviar o sofrimento quando outras intervenções médicas não oferecem alternativas viáveis. (COSTA, 2019)
A escolha do procedimento deve ser feita com base em critérios rigorosos, com respeito ao animal e às pessoas envolvidas no processo, como proprietários e veterinários. Assim, a questão que norteia este estudo é: em que circunstâncias a eutanásia é considerada uma prática ética e necessária na gestão do bem-estar dos equinos?
A justificativa para este estudo reside na necessidade de ampliar a compreensão do uso da eutanásia em cavalos, dada a sua relevância no manejo de doenças graves e no alívio do sofrimento animal. Com a evolução das práticas veterinárias e a crescente preocupação com o bem-estar animal, é essencial fornecer informações para ajudar os proprietários e profissionais a tomarem decisões adequadas.
O objetivo geral deste estudo é analisar a eutanásia como parte do manejo de bem estar animal em equinos, enquanto os objetivos específicos são: analisar os aspectos éticos e legais da eutanásia equina; identificar as modalidades humanitárias indicadas para o procedimento; observar as principais doenças que requerem eutanásia.
Sendo assim, para a elaboração da monografia, a metodologia adotada será uma revisão bibliográfica, com análise de estudos científicos recentes e documentos normativos que tratam da eutanásia equina, garantindo uma perspectiva ampla e crítica sobre o tema.
2. REVISÃO DE LITERATURA
No Brasil, os cavalos são utilizados de diversas formas, desde desportos clássicos como salto e adestramento até desportos mais localizados como a vaquejada e o tambor. Além disso, os cavalos são usados para fins militares (realizados em todos os estados brasileiros), fins agrícolas e trabalho (LIMA e CINTRA, 2015).
Inicialmente, os cavalos eram caçados e usados como fonte de alimento e peles. No entanto, em algum momento, os cavalos começaram a ser domesticados, o que beneficiou ambos. Há uma contradição na Eurásia sobre quando o cavalo foi domesticado, com a domesticação ocorrendo há aproximadamente 4.500 a 6.500 anos (LEME et al., 2017).
Embora a domesticação do cavalo tenha tido benefícios, como o fornecimento de alimento, abrigo e proteção contra predadores naturais, também teve custos, como a restrição de movimentos, a falta de interação social e a alimentação artificial (CORRÊA, 2019).
A forma como interagimos com estes animais mudou muito ao longo do tempo, tendo em conta que, em tempos, foram uma fonte de alimento e vestuário, mais tarde tornaram-se instrumentos de guerra e de transporte de mercadorias e, atualmente, são cada vez mais utilizados para desporto, lazer e companhia (MELLOR, 2016).
A ciência do bem-estar animal é um domínio interdisciplinar do conhecimento que se refere ao estado dos animais e tem como objetivo estudar, identificar e reconhecer as suas necessidades básicas, a fim de as medir e aplicar. Com efeito, determina em que medida as necessidades físicas, fisiológicas, psicológicas, comportamentais, sociais e ambientais de um animal estão a ser satisfeitas (COSTA, 2019).
O comportamento dos cavalos baseia-se em instintos de sobrevivência e de reprodução destinados a manter a espécie. O seu ambiente natural é a pastagem aberta, que lhes permite escapar, e o pastoreio é uma estratégia de sobrevivência dos cavalos. Os cavalos que vivem em liberdade pastam normalmente de 16 a 18 horas por dia e dedicam-se a uma variedade de atividades. São animais muito ativos, que procuram alimento, conforto e interação com outros animais de um grupo (SANTOS e MONTANHA, 2017).
Quanto melhor um cavalo se comporta, aumenta a probabilidade de passar a maior parte do tempo em cativeiro e ser mais suscetível a lesões e distúrbios fisiológicos, o que pode afetar o seu nível de aptidão física. Um estudo realizado por CANAL JUNIOR (2015) concluiu que os animais mantidos em cativeiro por um longo período de tempo exibiam mais comportamentos anormais em comparação com cavalos que pastavam. No entanto, o cativeiro é benéfico para o bem-estar dos cavalos, uma vez que é mais fácil de gerir, tem controles de higiene mais rigorosos e evita que os cavalos sejam demasiado arrefecidos ou sobreaquecidos.
O desempenho comportamental dos cavalos é o resultado de uma combinação de fatores, incluindo o regime alimentar, o número e a densidade de animais no grupo de manejo, a qualidade do ambiente alimentar e as características comportamentais do próprio cavalo. Os cavalos são mamíferos herbívoros monogástricos que selecionam os seus alimentos, principalmente folhas, caules e rebentos (CORRÊA, 2019).
São animais inteligentes e têm uma boa relação social com os seus tutores ou tratadores. Os sentimentos de medo, raiva e pânico dos cavalos são memórias geradas pela dor que sofreram e podem ser reconhecidos por simples manifestações comportamentais, tais como oscilações súbitas da cauda, apertar as rédeas, esfregar o chão com as patas, a posição das orelhas e do pescoço, etc. São animais essencialmente sociais, que vivem em grupos matrilineares, utilizam uma linguagem corporal complexa para comunicar entre si e, quando obrigados a tomar uma decisão, atuam contra a sua própria sobrevivência para escapar (COSTA, 2019).
As doenças e os comportamentos anormais são mais frequentemente observados nestes animais, sendo necessário providenciar instalações e manejo que lhes permitam alcançar um melhor equilíbrio físico e mental. Nestas condições, o cativeiro interfere com o sistema imunitário dos animais, tornando-os mais susceptíveis ao estresse. Como resultado, estes animais são mais susceptíveis a doenças e os cavalos treinados intensivamente podem ter uma taxa e gravidade de lesões mais elevadas (LEME et al., 2017).
Vários autores observaram que a doença respiratória devida à inalação de poeira ou amoníaco é comum em cavalos mantidos em recintos fechados. Isto ocorre quando os cavalos são mantidos em compartimentos mal ventilados com elevadas concentrações de amoníaco, independentemente do tipo de cama no compartimento (CORRÊA, 2019).
A investigação sobre o bem-estar animal pode, portanto, ser utilizada para avaliar e melhorar a qualidade de vida de indivíduos ou grupos de diferentes espécies numa variedade de situações, ajudando a desenvolver normas e protocolos destinados a melhorar a utilização dos animais (MELLOR, 2016).
No caso dos cavalos, a alimentação, o manuseamento e o trabalho deveriam ser efetuados de acordo com um plano e as alterações deveriam ter o menor impacto possível noutras atividades. As mudanças na dieta devem ser graduais e planejadas para não causar problemas gastrointestinais nos cavalos, como dores abdominais e diarreia. Por isso, é importante manter a constância do grupo e do seu ambiente (SANTOS e MONTANHA, 2017).
Em geral, os cavalos consideram estas manobras desagradáveis e, por conseguinte, podem ter associações negativas com o contato com os seres humanos, uma vez que as interações positivas no manejo diário se tornam cada vez menos frequentes. Condições adversas prolongadas e frequentes são prejudiciais para o nível de saúde do cavalo (MELLOR, 2016).
Há algumas situações que são de esperar na vida de um cavalo de criação humana, como o confinamento, o desmame, a doma e a castração, mas as boas práticas podem minimizar os efeitos negativos destas situações no cavalo e o impacto nas rotinas diárias (COELHO et al., 2018).
No caso de contenção prolongada, alguns métodos (tubos ou braçadeiras de couro, orelhas torcidas e peles de junco) podem ser extremamente dolorosos e reduzir o nível de conforto do cavalo. Sempre que possível, estes métodos devem ser evitados e substituídos por sedação dirigida pelo veterinário ou condicionamento operante. Nunca utilize ferramentas ou equipamento que possam causar cortes, feridas, abrasões ou dores musculares no cavalo (AZEVEDO et al., 2020).
Como é do conhecimento geral, o bem-estar dos animais é há muito um tema quente e a preocupação geral com os animais tem sido debatida. Foi com base nesta preocupação recorrente que a Comissão Brabelle (1965) definiu as cinco liberdades do bem-estar animal: ausência de fome e sede; ausência de medo e ansiedade; ausência de desconforto; ausência de ferimentos, dor e doença; e liberdade para expressar o seu comportamento natural. Desde então, as cinco liberdades têm sido utilizadas para justificar o bem-estar dos animais, mas na realidade não passam de um conceito.
Ao longo do tempo, muitos investigadores perceberam que a utilização do conceito de “liberdade total” nestes aspectos é incorreta, uma vez que é praticamente impossível para os animais estarem completamente livres de experiências negativas, mesmo quando vivem na natureza. É necessário que os animais enfrentem estressores, pois estes desencadeiam processos fisiológicos essenciais para sua sobrevivência, por exemplo, os animais precisam sentir fome para encontrar alimento (MELLOR, 2016).
Fica claro, portanto, que a aplicação das Cinco Liberdades é limitada, pois serve mais como um conceito do que como um modelo para avaliar o bem-estar animal. Para compreender melhor o bem-estar animal, precisamos de um modelo que tenha em conta as necessidades fisiológicas dos animais (COSTA, 2019).
Nesse contexto, MELLOR e REID (1994) desenvolveram o modelo dos Cinco Domínios do Bem-Estar Animal, que tem como objetivo avaliar o BEA de forma mais completa, sistemática e holística. O modelo é baseado na fisiologia animal e avalia primeiramente os elementos físicos/funcionais e depois determina os impactos desses elementos na experiência emocional.
As cinco liberdades descritas por AUTRAN, ALENCAR e VIANA (2017) e AZEVEDO e colaboradores. (2020) são basicamente: liberdade de fome e sede (liberdade nutricional), liberdade de dor e doença (liberdade higiénica), liberdade de desconforto (liberdade ambiental), liberdade para expressar seus comportamentos naturais (liberdade comportamental) e liberdade de estresse, medo e ansiedade (liberdade psicológica). É fundamental que os veterinários estejam familiarizados com este conceito e saibam utilizá-lo nas suas avaliações.
O modelo tem, portanto, quatro domínios físico-funcionais, nomeadamente “nutrição e hidratação”, “ambiente”, “saúde e estado funcional” e “comportamento ”; existe também um quinto domínio, “estado psicológico”, que reflete todos os efeitos dos quatro domínios físicos/funcionais no bem-estar dos animais (AZEVEDO et al., 2020).
O estado global de bem-estar reflete o seu estatuto, que varia de extremamente positivo a extremamente negativo, e determina a escala da qualidade de vida do animal. Finalmente, ao determinar o estado de bem-estar do animal, é possível planejar soluções para reverter os domínios deficientes e o Equilíbrio do Bem-Estar Animal (MELLOR, 2016).
À semelhança do modelo “Big Five Areas”, COELHO e colaboradores. (2018) desenvolveram uma escala para a avaliação global do bem-estar dos equinos que pode ser utilizada em coudelarias, explorações de reprodução e centros de competição e treino.
Além disso, MANSO FILHO e colaboradores. (2018) desenvolveram um guia prático para a manutenção de um bom estado de bem-estar. A escala e as diretrizes podem ser utilizadas como uma forma contínua de avaliação do bem-estar nas coudelarias, incentivando melhorias nos sistemas de criação e permitindo a mensuração do estado de bem-estar dos cavalos criados nesses locais. Quando as cinco liberdades estão presentes ao mesmo tempo, um grau considerável de bemestar é garantido ao animal, e se a maioria das liberdades não for cumprida, isso pode ser um fator que leva à eutanásia do animal (SANTOS e MONTANHA, 2017).
A avaliação da dor apresenta muitos desafios em cavalos porque eles são presas, não-verbais e variações individuais podem dificultar uma avaliação mais precisa da dor. Independentemente do tipo de dor, todas devem ser controladas, pois provocam alterações nos parâmetros fisiológicos regularmente identificados pelos veterinários durante o atendimento clínico.(LAWSON et al., 2020).
Existem técnicas e métodos aceitáveis e inaceitáveis para a eutanásia de animais. Estas técnicas e métodos estão descritos na legislação do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV, 2012). Os métodos aceitáveis devem estar de acordo com os princípios de bem-estar animal, ser métodos cientificamente comprovados e ser seguros para quem os utiliza.
A escolha do método depende de determinadas variáveis, como o tipo de animal, o seu estado de saúde e a sua idade. Os principais métodos de eutanásia legalmente aceito para pequenos e grandes animais são os métodos físicos e químicos. Os métodos químicos aceitáveis envolvem a utilização de medicamentos, enquanto os métodos físicos envolvem a aplicação de traumatismos. É importante notar que alguns métodos físicos só são aplicáveis a determinadas espécies de animais, enquanto outros são totalmente proibidos (CFMV, 2012).
De acordo com o Guia Brasileiro de Boas Práticas para Eutanásia em Animais (2013), os métodos aceitáveis e reconhecidos de eutanásia em condições restritivas são definidos de acordo com as variáveis da espécie, idade e estado fisiológico do animal. Esses métodos se dividem em duas categorias principais: físicos e químicos.
Os métodos químicos envolvem a utilização de agentes injetáveis e inaláveis para induzir rapidamente a morte sem causar sofrimento desnecessário ao animal.
Os exemplos incluem os barbitúricos ou outros anestésicos gerais injetáveis. Os métodos físicos, como a utilização de pistolas de ar comprimido e a decapitação, são adequados para determinadas espécies e situações específicas, mas devem ser efetuados por profissionais com formação adequada, a fim de evitar causar dor ao animal por falha (Guia de Boas Práticas, 2013).
Legalmente, a prática deve seguir regulamentações específicas que garantam que a eutanásia seja realizada de forma humana, utilizando métodos rápidos e indolores, como a aplicação de barbitúricos, que promovam uma morte sem dor (ALCOCK, 2016).
2.1 Aspectos éticos, legais e métodos de eutanásia em equinos
Como qualquer outro animal, a eutanásia de equinos é um procedimento que envolve rígidas regulamentações éticas e legais, principalmente para garantir que o procedimento seja realizado de forma humanitária e não cause sofrimento desnecessário ao animal. O Guia Brasileiro de Boas Práticas, elaborado pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV, 2013), são a referência básica nesse sentido, estabelecendo orientações claras sobre os métodos permitidos, os critérios para sua aplicação e as condições em que a eutanásia deve ser realizada.
De um ponto de vista ético, a eutanásia só deve ser considerada quando todas as opções terapêuticas tiverem sido esgotadas e o animal estiver a sofrer de forma irreversível devido a uma doença terminal, ferimentos graves ou dor intensa incontrolável. A decisão deve ser tomada tendo em conta o bem-estar do animal, uma vez que prolongar o sofrimento de um animal sem esperança de recuperação é contrário aos princípios éticos da gestão animal (MACHADO e SILVA e VILANI, 2016).
O Guia Brasileiro de Boas Práticas (CFMV, 2013), classificam os métodos de eutanásia em duas grandes categorias: métodos químicos e métodos físicos.
Métodos químicos: Os métodos químicos são os métodos mais amplamente recomendados e incluem a utilização de substâncias que induzem a morte de forma rápida e indolor. Os barbitúricos, como o pentobarbital sódico, são mais frequentemente utilizados em cavalos e são administrados por injeção intravenosa. Este método deprime rapidamente o sistema nervoso central, seguido de paragem respiratória e cardíaca, assegurando que o animal não sente dor ou angústia. Pode ser recomendado um sedativo, como a xilazina ou a detomidina, antes da administração de barbitúricos, para evitar que o animal fique agitado ou desconfortável durante o procedimento. Este método é considerado a norma de ouro, porque é altamente eficaz e permite que o animal morra pacificamente e de forma controlada. Métodos físicos: Em situações de emergência em que os métodos químicos não podem ser utilizados, podem ser utilizados métodos físicos, mas estes devem ser efetuados por profissionais com formação adequada. Um dos métodos físicos mais comuns é a utilização de uma pistola de dardos penetrantes, que provoca a morte imediata ao destruir o cérebro do animal. Este método é frequentemente utilizado em acidentes graves em que o sofrimento do animal tem de ser interrompido imediatamente. No entanto, as diretrizes do CFMV alertam para o fato de este método ter de ser extremamente preciso e só deve ser utilizado quando não for possível recorrer a métodos químicos. Outros métodos físicos, como o uso de armas de fogo, são permitidos, mas devem ser cuidadosamente controlados para garantir que o procedimento seja eficaz e rápido.
Métodos inaceitáveis: Alguns métodos são totalmente proibidos porque não garantem uma morte rápida e indolor. As substâncias que provocam uma paralisia muscular antes da perda de consciência ou os métodos que provocam um sofrimento prolongado são estritamente proibidos. Métodos como afogamento, envenenamento com substâncias tóxicas e traumas descontrolados (por exemplo, pancadas na cabeça) são inaceitáveis por serem contrários aos princípios de bem-estar animal (CFMV, 2013).
No Brasil, a eutanásia de equinos, assim como de outras espécies, deve obedecer às normas do CFMV. A Resolução 1000 de 2012 estabelece os procedimentos para a permissão da realização da eutanásia e garante que a eutanásia seja legal, ética e de acordo com o bem-estar animal. A lei determina que a eutanásia só deve ser realizada por médicos veterinários devidamente habilitados, garantindo que os profissionais competentes sejam treinados para utilizar as técnicas corretas e realizar a avaliação clínica do animal (SOUZA, 2019).
Além disso, a eutanásia não só alivia o sofrimento do animal, como também, no caso de doenças zoonóticas, pode ser utilizada como medida de controle sanitário para evitar a propagação da doença. A decisão de praticar a eutanásia deve, por conseguinte, ser tomada após uma análise cuidadosa, respeitando tanto os princípios do bem-estar dos animais como as disposições legais em vigor. O método escolhido deve assegurar uma morte rápida e indolor e garantir a manutenção da saúde do cavalo até ao último momento (ROCHA e BITTENCOURT, 2020).
A criação de cavalos é uma atividade econômica importante para o país, geradora de empregos e renda e por isso é regulamentada como outras atividades agrícolas. A população de cavalos do Brasil foi estimada em 6 milhões de cabeças em 2020 (IBGE, 2021), sendo que a criação nacional gera 16 bilhões de reais por ano e emprega aproximadamente 3 milhões de pessoas (LIMA e CINTRA, 2016).
Metade desse valor provém de animais de lazer e esporte, embora essa população represente apenas 20% do rebanho nacional. Essa cadeia produtiva envolve indústrias de insumos como medicamentos e alimentos, serviços como veterinários, hospedagem, treinamento, materiais e equipamentos de equitação, vestuário e transporte (MOLENTO e HAMMERSCHMIDT, 2017).
As práticas de criação e utilização de cavalos sofrem de questões éticas na sociedade atual, tal como outras atividades econômicas que envolvem a utilização de animais. As organizações da sociedade civil têm trabalhado com órgãos públicos para exigir melhores políticas de proteção animal e utilização sustentável da vida selvagem doméstica, reduzindo assim a dor e o sofrimento dos animais utilizados para produção, desporto e recreação. E demandas e discussões estimuladas por setores da sociedade civil refletiram na esfera política brasileira, resultando na publicação de leis federais, decretos e até na alteração da Constituição Federal (ROCHA e BITTENCOURT, 2020).
Ao contrário do que acontece na eutanásia humana, a eutanásia animal é autorizada a partir do momento em que o bem-estar e as liberdades do animal são ameaçados, e mesmo quando ameaça a saúde pública ou a de outros animais. Deve-se ressaltar que o procedimento deve ser assistido e controlado. Portanto, a eutanásia pode ser justificada para aliviar o sofrimento do animal até certo nível, de modo que analgésicos ou outras tentativas não consigam tratar ou prestar assistência (FIGHERA et al., 2018).
Dentre os critérios para a realização da eutanásia, é fundamental consultar profissionais experientes para garantir que a técnica seja satisfatória, desde que o responsável seja formado em medicina veterinária e esteja ativamente registrado no Conselho Regional de Medicina Veterinária da federação unidade em que o estabelecimento está localizado (WITHOEFT et al., 2019).
No Brasil, essa prática é comumente realizada pela combinação de agentes injetáveis, pois se caracteriza como um método seguro e rápido em comparação aos demais, proporcionando ao veterinário vias de acesso seguras e convenientes, sendo a via intravenosa (IV) a mais eficaz, pois o medicamento será administrado diretamente na corrente sanguínea (MELLOR, 2016).
Para a realização da eutanásia, o ambiente deve atender a determinados requisitos, principalmente ser o mais agradável possível, proporcionando redução do sofrimento principalmente para os animais, bem como para o tutor e o profissional que realizará a prática (MANZANO et al., 2017).
De acordo com o Guia Brasileiro de Boas Práticas para Eutanásia em Animais (2013), o ambiente em que a eutanásia é realizada deve ser cuidadosamente planeado para minimizar o sofrimento do animal e proporcionar um ambiente calmo e controlado para os tutores e profissionais envolvidos. O ambiente deve ser silencioso, livre de estímulos estressantes e bem iluminado para reduzir a ansiedade e o desconforto do animal.
O Guia também sublinha a importância de realizar o procedimento num local onde o animal se sinta seguro, de preferência numa área que lhe seja familiar e onde o animal tenha acesso ao seu tutor ou manipulador de confiança, o que ajuda a reduzir o estresse. Além disso, equipamentos adequados e a segurança de todos os envolvidos também são essenciais para garantir que a eutanásia seja realizada de forma ética e humana (CFMV, 2013).
Existem várias maneiras de sacrificar cavalos, três das quais são discutidas neste artigo. A primeira é administração intravenosa ou intracardíaca de soluções de cloreto de potássio, cloreto de magnésio ou sulfato de magnésio. Embora este método seja relativamente barato e esteja disponível, requer habilidades específicas de manuseio e pode causar espasmos musculares como efeito colateral (MOLENTO e HAMMERSCHMIDT, 2017).
Outro método é usar um dardo ou tiro cativo penetrante. Este método requer competências especializadas e acompanhamento regular para garantir a sua eficácia, resultando numa morte rápida e humana. No entanto, esta abordagem apresenta alguns desafios, tais como a possibilidade de ricochete de balas e a necessidade de proteção adequada (MANZANO et al., 2017).
Além disso, embora este método seja admissível em algumas circunstâncias, não deve ser utilizado como primeira escolha para a eutanásia em condições controladas, uma vez que os métodos químicos são mais seguros e menos invasivos. Em situações de emergência ou quando os barbitúricos e outros agentes químicos não estão disponíveis, é preferível o tiro cativo penetrante (GUIA-DE BOAS-PRÁTICAS, 2013).
Infelizmente, os parâmetros fisiológicos muitas vezes não se correlacionam bem com a intensidade da dor, pois outras manifestações como endotoxemia, medo de estranhos, estresse, desidratação e uso de analgésicos podem afetar os parâmetros fisiológicos e interferir nos resultados, porém a frequência dos batimentos cardíacos, durante um exame físico, pode indicar com mais precisão a gravidade da cólica. Os parâmetros comportamentais são os indicadores mais úteis para avaliar a dor em cavalos devido à facilidade de identificação do proprietário (BLIKSLAGER, 2019 e GLEERUP, 2018 e GLEERUP e LINDEGAARD, 2016).
É da responsabilidade do veterinário avaliar o animal, tendo em conta o seu nível de saúde e de sobrevivência. Distanásia é um termo usado para se referir ao prolongamento desnecessário da vida através de medicamentos ou procedimentos que não aliviam ou tratam o sofrimento do animal. É considerada uma prática antiética, pois se não há possibilidade de uma vida de qualidade para o animal, a melhor opção é a eutanásia (COSTA, 2019).
As discussões éticas giram em torno de questões como o momento adequado para a eutanásia, o respeito pela vida do animal e o papel dos profissionais e cuidadores na tomada dessa decisão. O sofrimento prolongado, a dor crônica irreversível e a doença terminal são situações em que a eutanásia é considerada uma medida ética de compaixão. Contudo, o processo de tomada de decisão deve basear-se em avaliações veterinárias rigorosas e num diálogo transparente com os responsáveis pelo animal (MANZANO et al., 2017).
A nível jurídico, cada país possui regulamentações específicas para a prática da eutanásia de animais, principalmente cavalos. A maior parte da legislação exige que o procedimento seja realizado por um veterinário qualificado, para garantir que seja realizado de forma humana e respeite os direitos dos animais. No Brasil, o CFMV regulamenta essa prática estabelecendo diretrizes sobre métodos autorizados, que visam garantir uma morte rápida e indolor (LIMA e CINTRA, 2016).
Os animais são seres sencientes, a partir dessa afirmação pode-se deduzir que os animais são capazes de ter sensações boas e ruins, de sentir dor e sofrimento. Com esta descoberta, as pessoas começaram a prestar mais atenção aos estados fisiológicos e psicológicos dos animais de companhia e de criação. De acordo com CUNNINGHAM e KLEIN (2014), a dor é produzida por estímulos dolorosos que atuam em receptores nervosos periféricos, que conduzem o estímulo até o córtex cerebral e produzem uma resposta chamada dor.
A percepção animal pode ser esclarecida através da observação de que, quando confrontados com um estímulo doloroso, os animais tentam fugir ou esconder-se dele, tal como os humanos. O relatório de AZEVEDO e colaboradores. (2015) confirma a afirmação anterior de que o bem-estar animal é definido como um estado em que o animal se encontra num equilíbrio fisiológico e psicológico, para o qual não existe regulação, pois existem diferentes níveis de bem-estar a partir do momento em que o animal é exposto a determinadas alterações é necessário avaliar.
Para realizar uma eutanásia ética, os princípios de bem-estar animal devem ser respeitados. Isto significa que a eutanásia deve assegurar que o animal morra rapidamente e sem dor, sem causar sofrimento desnecessário. Se estas condições não puderem ser cumpridas, ou se o animal for exposto a situações que prejudiquem o seu bem-estar durante o processo de eutanásia, esta não deve ser efetuada. O bem-estar do animal deve estar no centro da decisão, garantindo que o procedimento seja justificado e efetuado de forma humana (PAIVA, 2016).
Um estudo realizado por AZEVEDO e colaboradores. (2015) mostrou que a maioria dos inquiridos da sua amostra numa determinada comunidade desconhecia todos os aspectos do cuidado e gestão responsável dos animais e não tinha necessidade de serviços veterinários (por exemplo, vacinas) devido ao seu poder de compra. Este fato realça a necessidade de disseminar informação e fornecer serviços veterinários públicos para evitar que o bem-estar dos animais seja comprometido.
2.2 Métodos humanitários e indicados para eutanásia
A eutanásia de cavalos é um procedimento delicado que deve ser efetuado de forma humana, com a principal preocupação de minimizar o sofrimento do animal. Isto é importante tanto do ponto de vista ético como do ponto de vista do bem-estar animal, uma vez que o cavalo é um animal sensível que pode sentir dor e estresse grave em situações críticas de saúde ou de acidente. Quando é necessária a eutanásia, a escolha do método adequado é crucial para garantir que o cavalo não está a sofrer e a decisão sobre a forma de efetuar a eutanásia baseia-se no estado do animal, nas especificidades do incidente e nos recursos disponíveis (BARZONI, 2017).
Os métodos químicos são amplamente reconhecidos como o método mais humano e são mais frequentemente utilizados em situações controladas, como clínicas veterinárias ou propriedades rurais. Envolve a utilização de sedativos e anestésicos, seguida de eutanásia com medicamentos específicos. Inicialmente, o animal é sedado com tranquilizantes, como a xilazina ou a detomidina, que promovem um estado de tranquilidade e uma menor percepção do ambiente e da dor. Isto é extremamente importante porque a sedação assegura que o cavalo não fique agitado ou angustiado devido ao estresse do procedimento, ao mesmo tempo que facilita o manuseamento do animal durante a eutanásia (MELLOR, 2016).
Segundo PEREIRA (2017), quando o animal estiver suficientemente sedado, o veterinário administrará um anestésico de ação rápida, como o tiopental sódico ou o isoproterenol, para deixar o animal completamente inconsciente. Nesta fase, o cavalo está inconsciente e não consegue sentir qualquer dor.
A fase final do processo químico envolve a injeção de uma solução de barbitúricos (geralmente pentobarbital de sódio) diretamente numa veia. Esta substância atua rapidamente no sistema nervoso central, causando uma depressão grave da atividade cerebral, seguida da cessação das funções respiratórias e cardíacas. Este método atua rapidamente e, devido ao anestésico, o animal já está inconsciente e não sente dor quando os seus sistemas vitais falham. Este método tem sido amplamente aceito pela comunidade veterinária e é considerado o padrão de ouro para assegurar uma morte pacífica e indolor de um animal (SOUZA, 2019).
No entanto, em situações de emergência, como um acidente grave em que o animal está a sofrer dores extremas, mas em que não é possível salvá-lo ou contêlo, podem ser necessários métodos físicos, como a utilização de armas de fogo. Embora este método possa parecer extremo, é aplicável em situações em que é necessária uma intervenção rápida para evitar um sofrimento prolongado (BARZONI, 2017).
O disparo deve ser efetuado por uma pessoa devidamente treinada e experiente, uma vez que o tiro deve ser preciso e apontado ao ponto correto do crânio do cavalo para garantir que este morra instantaneamente. Este ponto está localizado na intersecção da linha que liga os olhos e as orelhas do cavalo e é a parte mais vulnerável do cérebro (PAIVA, 2016).
Se for feito corretamente, o tiro destruirá imediatamente o cérebro, resultando numa morte rápida e indolor do cavalo. Este método é defendido apenas em situações de emergência, ou seja, quando os sedativos ou barbitúricos não estão imediatamente disponíveis e a primeira prioridade é evitar que o cavalo tenha uma morte lenta e dolorosa (COSTA e JACOBINA, 2019).
Qualquer que seja o método de eutanásia escolhido, com exceção dos dois métodos acima mencionados, é necessário ter cuidado ao realizar a eutanásia, respeitando e tendo em conta o bem-estar do animal, bem como as emoções das pessoas envolvidas, tais como os tutores e cuidadores do cavalo (MORAES et al., 2017).
A decisão de praticar a eutanásia nunca é fácil e envolve frequentemente uma combinação de considerações clínicas e éticas. Os veterinários devem avaliar se o cavalo tem hipóteses de recuperação e se a sua qualidade de vida ficará irreversivelmente comprometida, e discutir sempre as opções disponíveis de forma clara e franca com a pessoa responsável pelo cavalo (SOUZA, 2019).
De acordo com MELLOR (2016), outro ponto fundamental na escolha de um método é o controle da dor e do estresse. Por exemplo, os métodos químicos, se forem bem executados, podem garantir que o animal não sinta dor desde o momento em que o sedativo é injetado até ao final do processo. Isto é fundamental para garantir uma morte digna e indolor para o animal. Por outro lado, embora os métodos físicos sejam utilizados em situações de emergência, devem ser efetuados de forma a que o animal morra imediatamente, evitando qualquer dor agonizante ou prolongada (FREIRE e MORAES, 2019).
Além disso, a manipulação do cavalo antes da eutanásia deve ser efetuada de forma calma e respeitosa. Se possível, o ambiente da eutanásia deve ser tranquilo e o animal deve estar num local onde se sinta seguro. Em muitos casos, a presença de alguém que conheça bem o cavalo, como o seu criador ou tutor, ajuda a reduzir o estresse do animal. Este cuidado com o ambiente e o manuseamento ajuda a garantir que o cavalo sofra menos traumas antes da eutanásia (WITHOEFT et al., 2019).
Tanto os métodos químicos como os físicos têm as suas indicações específicas. Os métodos químicos são preferíveis em condições controladas, proporcionando uma eutanásia calma e indolor e assegurando que o animal não é prejudicado em nenhum momento. Os métodos físicos, por outro lado, embora menos desejáveis, justificam-se em casos extremos de acidentes graves e têm como objetivo minimizar o sofrimento imediato do animal (FREIRE e MORAES, 2019).
Qualquer que seja o método escolhido, a prioridade é sempre o bem-estar do cavalo, assegurando que ele morra sem dor ou sofrimento. A eutanásia é uma prática que exige sensibilidade, profissionalismo e respeito pelo animal e por todos os envolvidos no processo de eutanásia (CARVALHO, 2017).
2.3 Indicações, critérios e cuidados na eutanásia de equinos
Existem certas doenças que podem debilitar e colocar em risco a saúde de um animal, tornando necessária a eutanásia. Uma das principais razões pelas quais os veterinários optam pela eutanásia de um animal é o fato de este sofrer de algum tipo de tumor ou doença degenerativa (MORAES et al., 2017).
A eutanásia pode ser efetuada quando um cavalo apresenta uma condição médica irreversível ou quando os tratamentos disponíveis não aliviam o sofrimento do animal. As indicações mais comuns incluem doenças crônicas avançadas, como artrite grave, cólicas irreversíveis, infecções fatais e lesões traumáticas graves (por exemplo, fraturas que interferem com a locomoção e não podem ser tratadas eficazmente). Além disso, as doenças degenerativas que afetam a qualidade de vida do equino (por exemplo, encefalomielite equina) também podem ser motivo para eutanásia (SOUZA, 2019).
De acordo com PEREIRA (2017), a avaliação física é fundamental para determinar se a eutanásia é a melhor opção. O veterinário deve examinar o estado geral do cavalo e procurar sinais de dor intensa, perda de função motora, incapacidade de se alimentar corretamente e dificuldade respiratória. Um fator importante é o nível de sofrimento do animal, que deve ser considerado à luz dos sinais clínicos, do comportamento e da resposta aos cuidados paliativos. Quando o sofrimento não pode ser eficazmente controlado ou minimizado, a eutanásia pode ser a solução mais ética e compassiva.
Uma das principais precauções para evitar a utilização incorreta da eutanásia é a avaliação cuidadosa do estado de saúde do animal e a adesão à ética profissional. A eutanásia não deve ser efetuada por razões secundárias, como a conveniência ou a falta de paciência para tratamentos prolongados (BARZONI, 2017).
Os veterinários devem esgotar todos os tratamentos possíveis antes de tomar esta decisão. Além disso, é importante garantir que o diagnóstico é exato, que o prognóstico é realista e evitar a eutanásia de cavalos que podem recuperar ou melhorar com um tratamento adequado (MELLOR, 2016).
Outro ponto fundamental é considerar as condições financeiras e logísticas do proprietário do cavalo. Embora o tratamento de um cavalo gravemente doente possa ser dispendioso, esta não deve ser a única razão para optar pela eutanásia. Quando o custo do tratamento não é viável para o proprietário do cavalo, devem ser procuradas outras alternativas, como a reabilitação numa instalação especializada ou a consulta de outros profissionais para encontrar uma solução acessível. No entanto, quando a dor de um cavalo é intolerável e não existem recursos suficientes para cuidados paliativos adequados, a eutanásia pode ser uma alternativa ética para evitar o sofrimento a longo prazo (CARVALHO, 2017).
A eutanásia de cavalos deve ser efetuada em segurança, tanto para o bem do animal como do pessoal envolvido na eutanásia. O ambiente deve ser adequado para minimizar o estresse do equino e os profissionais devem ser treinados nas técnicas apropriadas (FREIRE e MORAES, 2019).
Para os profissionais que realizam a eutanásia, a utilização de equipamento de proteção adequado e o cumprimento das normas de segurança são essenciais para evitar acidentes. Nos métodos físicos de eutanásia, como a utilização de armas de fogo em situações de emergência, a segurança de todas as pessoas no local deve ser primordial. O abate deve ser efetuado por pessoal qualificado num local controlado, a fim de garantir que ninguém, para além do cavalo, seja posto em perigo durante a operação (PAIVA, 2016).
Além disso, as carcaças dos animais devem ser manuseadas cuidadosamente após a eutanásia. As leis locais e os regulamentos de saúde pública devem ser seguidos e a carcaça deve ser eliminada corretamente, seja por enterro, cremação ou outros métodos legais. Desta forma, garante-se que a eutanásia é efetuada de uma forma ética e ecológica (COSTA e JACOBINA, 2019).
A eutanásia de um cavalo é uma decisão séria que deve ser baseada em critérios médicos rigorosos, tendo em conta o bem-estar do animal e as condições do proprietário. Uma avaliação física exaustiva, a procura de opções de tratamento alternativas e o respeito pelos princípios éticos constituem a base para evitar o recurso inadequado à eutanásia. Quando segura e prudente, a eutanásia pode ser a solução mais compassiva para evitar o sofrimento prolongado de um animal sem hipóteses de recuperação ou sobrevivência (SOUZA, 2019).
2.4 Doenças que levam à eutanásia e critérios para decisão
A eutanásia de cavalos é uma medida extrema que só é adoptada quando o estado do cavalo indica que não há possibilidade de melhoria ou tratamento devido a doença grave ou lesão irreversível. As principais doenças e condições que geralmente levam à eutanásia incluem: cólica grave, lobite crônica do casco, fraturas graves, adenite, anemia infecciosa equina (AIE) e acidentes catastróficos, como os que ocorreram em Brumadinho e Mariana, onde são necessárias medidas urgentes para evitar o sofrimento do equino (BRASIL, 2016).
A cólica abdominal equina é uma das principais causas de morte em cavalos e, em casos graves, a eutanásia pode ser necessária quando o tratamento cirúrgico ou clínico falha. Cólica é um termo geral que abrange uma série de problemas no trato digestivo, como torção intestinal, obstrução ou problemas de fluxo sanguíneo. A eutanásia é considerada uma solução humana quando o prognóstico é extremamente mau e o animal sofre de dores graves que não podem ser aliviadas (PEREIRA, 2017).
A cólica equina é uma das doenças mais comuns e graves que os cavalos enfrentam e está normalmente associada a falhas no maneio e nos cuidados diários. As cólicas podem ser causadas por uma variedade de fatores, como uma dieta pobre, ingestão inadequada de água, falta de exercício e parasitas. Estes fatores podem provocar obstrução intestinal, acumulação de gases ou distorção, o que pode causar dores abdominais graves (CARVALHO, 2017).
Os casos leves podem ser tratados com intervenções clínicas, como a utilização de analgésicos e a terapia de infusão. No entanto, nos casos mais graves, especialmente se houver torção ou necrose intestinal, pode ser necessário recorrer à cirurgia (AUTRAN e ALENCAR e VIANA, 2017).
Quando o tratamento é ineficaz ou o prognóstico é muito mau, a eutanásia é considerada uma medida ética para evitar o sofrimento contínuo do animal. A prevenção através de um maneio adequado é fundamental para reduzir a incidência de cólicas, assegurando que os cavalos recebem uma dieta equilibrada, água fresca e exercício regular para minimizar o risco desta doença (WITHOEFT et al., 2019).
A laminite crônica do casco é uma inflamação dolorosa dos lóbulos do casco que pode ser suficientemente grave para causar incapacidade e grande sofrimento ao cavalo. Pode ser causada por vários fatores, como o excesso de peso ou distúrbios metabólicos. Quando a lobarite evolui para uma fase crônica e o cavalo não responde ao tratamento, pode ser necessária a eutanásia para evitar que o cavalo continue a sofrer (CARVALHO, 2017).
O tratamento de fraturas em cavalos, especialmente fraturas nas pernas, é extremamente complexo devido ao peso e à estrutura óssea do cavalo. Mesmo com tratamento cirúrgico avançado, o prognóstico para a cura da fratura é frequentemente mau. Se o processo de cura for doloroso, prolongado e a recuperação total não for garantida, a eutanásia pode ser a opção mais humana para poupar o animal à dor (AZEVEDO et al., 2020).
O mormo infeccioso equino é uma doença altamente contagiosa e fatal causada pela Burkholderia mallei. Além de afetar gravemente os animais, é também uma doença zoonótica, ou seja, pode ser transmitida aos seres humanos. No Brasil, a E. monocytogenes é considerada uma doença de notificação obrigatória e, como não há tratamento eficaz e o risco de transmissão é alto, os animais infectados são eutanasiados como medida higiênica para evitar a disseminação da doença (PAIVA, 2016).
A AIE, também conhecida como febre dos pântanos, é uma doença viral que não tem cura nem tratamento eficaz. É transmitida por mosquitos e pode causar febre, anemia e, em casos graves, a morte dos cavalos. No Brasil, a AIE é uma doença com controle apertado e, quando um cavalo é diagnosticado com a doença, tem de ser abatido de forma higiénica, o que muitas vezes leva à eutanásia, para proteger outros animais da contaminação (MORAES et al., 2017).
Esta doença é capaz de produzir moléculas de ácido desoxirribonucleico (DNA) através da enzima transcriptase reversa. Afeta cavalos, burros e mulas. A principal via de transmissão é o contato entre o sangue de animais infectados e animais saudáveis, contato esse que pode ser feito de várias formas como através de agulhas, instrumentos cirúrgicos e principalmente através da picada de insetos vetores do caranguejo-ferradura hemofílico. Devido às condições ambientais em que os cavalos são mantidos, é difícil controlar a reprodução desses insetos (BARZONI, 2017).
No passado, o diagnóstico era feito por meio de exames hematológicos para verificar a presença de leucócitos filamentosos circulantes e pela inoculação de sangue de animais suspeitos em animais saudáveis, que eram então observados e avaliados quanto aos sintomas. Devido à dificuldade de isolar o vírus in vitro, não existia, na altura, um método de diagnóstico adequado (SOUZA, 2019).
Além das doenças, acidentes graves e catástrofes naturais ou provocadas pelo homem podem levar à eutanásia de cavalos. Exemplos famosos incluem os desastres de Brumadinho e Mariana, em Minas Gerais, onde o rompimento de barragens matou vários equinos (ROCHA e BITTENCOURT, 2020).
Como não é possível um resgate imediato ou um tratamento eficaz, os cavalos que ficam presos na lama ou sofrem ferimentos irreversíveis e graves devem ser eutanasiados para evitar um sofrimento prolongado. Os critérios para a eutanásia nestes casos são a impossibilidade de proporcionar qualquer hipótese real de recuperação e o nível de sofrimento envolvido (CARVALHO, 2017).
Os principais critérios para decidir se deve ou não proceder à eutanásia incluem a gravidade da doença, o prognóstico de recuperação e o grau de sofrimento do animal. A eutanásia é considerada uma medida humana quando o prognóstico é extremamente mau, ou seja, quando há pouca ou nenhuma esperança de que o cavalo recupere ou tenha uma vida de qualidade, com tratamentos extremamente invasivos e dispendiosos com uma elevada probabilidade de fracasso ou quando o animal está a sofrer dores constantes e graves (PEREIRA, 2017).
O veterinário deve efetuar uma avaliação clínica detalhada que tenha em conta fatores como a resposta ao tratamento, a dor crônica, a incapacidade de realizar funções básicas como levantar-se, comer ou andar e o impacto psicológico do estado debilitado do animal. Em muitos casos, a eutanásia é efetuada para evitar que o cavalo sofra dores graves persistentes quando não existe tratamento eficaz disponível (FREIRE e MORAES, 2019).
2.5 Impacto emocional da eutanásia em equinos nos envolvidos
A eutanásia de um cavalo é um procedimento que envolve normas técnicas e clínicas e tem um profundo impacto emocional no veterinário que efetua o procedimento, no proprietário e nos cuidadores que vivem com o cavalo. A eutanásia de um cavalo não é uma tarefa fácil, pois envolve laços afetivos, sentimentos de perda e impotência perante a doença ou situações graves (MORAES et al., 2017).
Os veterinários, apesar de tecnicamente treinados para lidar com situações como a eutanásia, podem ser muito afetados emocionalmente. A prática da eutanásia em animais, especialmente cavalos, que muitas vezes têm uma história de companheirismo com os seus donos, pode levar a sentimentos de tristeza, culpa e até estresse psicológico. Este efeito pode ser ainda mais forte se o veterinário se sentir responsável pela saúde geral do animal e, ao mesmo tempo, tiver de tomar decisões difíceis para aliviar o sofrimento do animal (CARVALHO, 2017).
A eutanásia frequente pode levar ao que é conhecido como “fadiga da compaixão”, em que os profissionais médicos, incluindo os veterinários, ficam emocionalmente exaustos devido à exposição constante ao sofrimento do animal. Mesmo que a eutanásia seja a decisão correta do ponto de vista médico e ético, o ato de tirar a vida a um animal pode ser emocionalmente desgastante. Muitos veterinários dizem que precisam encontrar formas de lidar com o estresse emocional, como o apoio de colegas ou a terapia, para poderem continuar a desempenhar as suas funções com clareza e compaixão (PAIVA, 2016).
A eutanásia de um cavalo pode ser um momento extremamente traumático para os proprietários de cavalos, uma vez que muitos consideram os seus animais não apenas propriedade, mas também membros da família. Os cavalos, especialmente os utilizados para lazer, trabalho ou desporto, têm frequentemente uma ligação emocional profunda com os seus proprietários. Quando se decide a eutanásia de um cavalo, o proprietário pode sentir uma profunda tristeza, culpa, ou mesmo interrogar-se se esta é realmente a melhor opção (WITHOEFT et al., 2019).
De acordo com COSTA (2019), muitos proprietários podem sentir-se emocionalmente pouco preparados para lidar com a perda do seu cavalo, o que pode levar a um processo de luto semelhante ao que ocorre quando se perde um ente querido. Este luto pode ser exacerbado se o proprietário do cavalo não tiver sido adequadamente informado da necessidade de eutanásia ou se sentir que não teve tempo suficiente para se despedir do seu animal. A empatia veterinária e o tratamento adequado do processo de eutanásia são cruciais para ajudar os proprietários a lidar com este momento difícil.
Dada a carga emocional envolvida na eutanásia, é importante que tanto os veterinários como os donos dos animais sejam apoiados emocionalmente durante o processo de eutanásia. É importante que os veterinários desenvolvam capacidades de comunicação sensíveis e empáticas, explicando em pormenor aos donos dos equinos as razões da decisão de praticar a eutanásia, o que vai acontecer durante o procedimento e o que vai acontecer depois. O diálogo ajuda o dono a preparar-se emocionalmente e garante que ele compreenda que a decisão foi tomada para o bem-estar do cavalo e não porque não havia outras opções (CARVALHO, 2017).
Manter um tom respeitoso, empático e paciente é fundamental para acalmar o proprietário do cavalo e reduzir a ansiedade e o sofrimento emocional. Além disso, permitir que o proprietário participe no processo de eutanásia, se assim o desejar, ou permitir que se despeça do seu cavalo em privado, é extremamente importante para um processo de luto saudável. Estes momentos de despedida permitem acalmar as emoções e ajudam a processar melhor a perda (FREIRE e MORAES, 2019).
Em termos do impacto nos veterinários, o apoio de colegas e a participação em grupos de discussão sobre luto veterinário têm sido ferramentas inestimáveis para lidar com o estresse emocional associado à eutanásia. Muitos veterinários encontraram consolo ao partilhar as suas experiências e emoções com outros profissionais, bem como ao encontrar formas de equilibrar as suas emoções com a sua prática profissional. É importante que os veterinários reconheçam os seus próprios limites emocionais e procurem ajuda quando necessário, para que possam continuar a desempenhar as suas funções com clareza e compaixão (COSTA, 2019).
O tratamento do luto após a eutanásia é igualmente importante. Os veterinários também podem prestar apoio emocional indireto, encaminhando os donos dos animais para recursos de apoio ao luto, como grupos de apoio ou aconselhamento (WITHOEFT et al., 2019).
A eutanásia de um cavalo é mais do que um mero procedimento técnico. O impacto emocional da eutanásia, tanto para o veterinário como para o proprietário do cavalo, é profundo, e uma boa gestão emocional e prática é essencial para minimizar os efeitos negativos da eutanásia (COSTA e JACOBINA, 2019).
Para o veterinário, é fundamental desenvolver capacidades de comunicação empática e procurar apoio emocional entre os seus pares. Para os donos dos animais, proporcionar um espaço adequado para se despedirem e oferecer apoio emocional pode ajudar a suavizar o processo de luto e garantir que a decisão de praticar a eutanásia é entendida como um gesto de compaixão e carinho para com o animal (AZEVEDO et al., 2020).
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A eutanásia de equinos, tal como descrita neste estudo, é uma prática necessária quando o sofrimento do animal é irreversível, como no caso de uma doença terminal ou de uma lesão grave. A eutanásia só é utilizada quando todas as opções de tratamento foram esgotadas e o cavalo não tem qualquer hipótese de recuperar a sua saúde e melhorar a sua qualidade de vida. A utilização da eutanásia está diretamente relacionada com os princípios do bem-estar animal, que dão prioridade à eliminação da dor e do sofrimento intolerável.
Os métodos de eutanásia mais adequados são aqueles que garantem uma morte rápida, indolor e minimamente estressante para o animal, como a utilização de sedativos e barbitúricos. Estes métodos são amplamente aceites pela comunidade veterinária e são éticos e legais. Em situações de emergência em que não se possa recorrer a agentes químicos, podem ser utilizados métodos físicos, como o uso de armas de fogo, mas devem ser efetuados por profissionais treinados e com o devido cuidado.
Além dos aspectos técnicos, o impacto emocional da eutanásia em todos os envolvidos é uma questão relevante. Veterinários, proprietários e cuidadores de animais sentem muitas vezes tristeza e culpa, especialmente quando a decisão envolve um animal com o qual têm uma forte ligação afetiva. Uma gestão emocional adequada, com uma comunicação clara e compassiva, é fundamental para minimizar o impacto negativo de tais experiências nos profissionais e nos donos dos animais.
4. CONCLUSÃO
Assim, conclui-se que a decisão de praticar a eutanásia num cavalo é complexa e exige critérios rigorosos, uma compreensão profunda das necessidades do animal e a consideração do impacto emocional nas pessoas envolvidas. Quando levada a cabo de forma ética, humana e sensível, a eutanásia pode ser um ato de carinho e respeito, garantindo que o cavalo não sofre desnecessariamente nos seus momentos finais.
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