DESAFIOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL ESTUDO DE CASO: PLANO DE ESTUDO E INTERVENÇÃO DE ALUNO COM SÍNDROME X-FRÁGIL E DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

REGISTRO DOI:10.69849/revistaft/th102411112244


Alessandra Cristina Carvalho de Oliveira
Maria Madalena de Oliveira Neves
Marineusa Soares Goulart
Ricardo Ferreira
Susan Krapp da Silva Possamai


RESUMO:

Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) (Lei nº 8.069/90) e a Constituição Federal do Brasil estabelecem direitos relacionados à educação especial, como atendimento educacional especializado para pessoas com deficiência, preferência para que o atendimento seja oferecido na rede regular de ensino igualdade de condições para o acesso e a permanência na educação. Diante do exposto, com base na pesquisa realizada numa escola municipal na cidade de Limeira-SP, o presente artigo tem como finalidade de promover uma reflexão sobre a educação especial no Brasil que enfrenta diversos desafios especialmente quando se trata não só da deficiência física, mas também da Deficiência Intelectual quando se de recursos tanto humano como material e financeiro. A falta de financiamento, materiais didáticos adaptados, tecnologias assistivas, suporte profissional e infraestrutura das escolas são os fatores principais enfrentados no dia a dia pelas famílias e profissionais da educação. O preconceito social ainda está enraizado na sociedade. A capacitação dos professores e outros profissionais envolvidos estão distantes do ideal bem como o enfrentamento das escolas no que tange ao envolvimento das famílias e lidar com a resistência de educadores frente à inclusão. As barreiras atitudinais a procedimentais ainda são grandes aliadas as barreiras urbanísticas, arquitetônicas, nos transportes, nas comunicações, na informação e as barreiras tecnológicas que ainda são como grandes muralhas em pleno século XXI.

  1. INTRODUÇÃO

A educação inclusiva tem sido um desafio para as instituições de ensino e educadores do nosso país e do mundo, costumes e práticas tem que ser revistas e aprimoradas para que a educação especial tenha uma concepção científica e que se resgate o sentido humanista de educação para todos.

Na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, em 30 de março de 2007, definiu-se em seu artigo 1º que: “Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdades de condições com as demais pessoas.”.

A escola inclusiva será aquela então disposta a quebrar barreiras e proporcionar o acesso à educação e a aprendizagem de forma a garantir direitos constitucionais de forma ampla e de qualidade, respeitando a heterogeneidade e a individualidade da comunidade escolar, visto que todo ser humano tem a capacidade de aprender de acordo com seus interesses e seu ritmo.

Há uma grande diversidade de pessoas com algum tipo de deficiência e todas merecem nossa atenção, porém na perspectiva do nosso trabalho daremos foco a síndrome do X frágil, que é uma desordem ligada ao cromossomo X.

A síndrome do X frágil (FXS ou SXF) é uma condição genética e hereditária de caráter dominante, basta que um dos pais seja portador da pré-mutação, para que a criança receba uma cópia do gene defeituoso, essa síndrome é responsável por grande número de casos de deficiência mental e distúrbios do comportamento, que afeta um em cada 2 mil meninos e uma em cada 4 mil meninas.(Dahl et al.,2007; Teo et al., 2012; Saldarriaga et al., 2014).

A dificuldade na interação sensorial, somado aos frequentes déficits cognitivos fazem com que o aprendizado escolar seja um desafio para a pessoa com Síndrome do X Frágil e para seus professores. Assim a importância de desenvolver uma ação multidisciplinar, com um conjunto de profissionais que pressupõe o empenho de: pediatras, neurologistas, psiquiatras, fonoaudiólogos, pedagogos, terapeutas ocupacionais, e a participação ativa da família. O objetivo é desenvolver, o máximo possível, as potencialidades da criança e estimular sua inclusão na sociedade e no ambiente escolar.

Para Vygotsky (1967/1993), compreender adequadamente o desenvolvimento de uma criança significa considerar, tanto seu nível de desenvolvimento real, ou seja, sua capacidade de realizar atividades de forma autônoma; como também seu nível de desenvolvimento potencial, que é a capacidade de desempenhar tarefas com a ajuda de adultos ou de outras crianças mais capazes, fornecendo as instruções necessárias, dando uma demonstração, pistas ou assistência durante o processo de aprendizagem.

Nosso trabalho se dará em torno de um estudo de caso com fatos reais vividos pela participante deste grupo e, para preservar a integridade da criança, adotaremos o pseudónimo de Helô.

Helô tem 11 anos de idade, foi diagnosticada ainda bebê com SFX: CID 10 Q99. 2 Cromossomo X frágil, em 2011 foi diagnosticada com Retardo Mental Leve, CID F70. De acordo com o Decreto nº 5.296, a Deficiência Mental, atualmente denominada Deficiência Intelectual, refere-se ao “funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas” (Brasil, 2004, p. 6).

  1. DESENVOLVIMENTO
    1. Objetivo Geral
  • Desenvolver atividades educativas com base no estudo de caso de uma aluna com Necessidades Educativas Especiais associadas à Deficiência Intelectual e a Síndrome do X-Frágil para superar suas dificuldades nas áreas: cognitiva, socioeducacional, motora e socioafetiva para que possa desenvolver suas potencialidades na aprendizagem de forma a exercer sua cidadania;
  • Possibilitar o conhecimento através da vivência e do concreto, de maneira que ela se envolva, quebre paradigmas pré estabelecidos e aprenda em um ambiente agradável e prazeroso.
  1. Objetivos específicos
  • Estimular o desenvolvimento cognitivo para que se perceba capaz de aprender acreditando em si e em suas habilidades;
  • Estimular o envolvimento social e afetivo para interagir com outros através de atividades que levam ao reconhecimento de si mesmo e do outro;
  • Realizar atividades de leitura e interpretação textual. Trabalhar com a organização/estruturação conceitual de gêneros textuais diversos. Realizar atividades baseadas na análise linguística de textos escolhidos. Conduzir o aluno a pensar o seu texto como forma de comunicação e compreensão de mundo;
  • Fortalecer o desenvolvimento da memória, concentração e atenção através dos jogos matemáticos para desenvolver o raciocínio lógico e sequência lógica;
  • Promover o desenvolvimento da criança no processo de ensino e de aprendizagem mais significativo através da ludicidade aumentando a sua motivação e estímulo em aprender
  1. Tipo de informação a ser coletada:
  • O desenvolvimento somático desde a etapa pré-natal até a atualidade.
  • As condições da educação familiar.
  • As características do desenvolvimento psicológico.
  • As particularidades da aprendizagem (escolar e não escolarizado).
  • A educação recebida.

2.3.1 Informantes para o estudo de caso: a genitora e a professora

2.3.2 Instrumentos da pesquisa: entrevista

2.3.2.1 -Relato da mãe de Helô: Regiane

Realizamos uma entrevista com a genitora na qual a relatou que ela e todas as suas irmãs herdaram do pai a síndrome X-frágil ou outro tipo de DI. A Sra. Regiane disse que suas duas gravidezes foram tranquilas. O primeiro filho nasceu com a SFX e apresentou DI severa, não conseguindo socializar com as pessoas nem mesmo frequentar a escola. Recebe o suporte apenas da APAE de Limeira-SP. Em relação à Helô, nosso estudo de caso, a mãe disse que ficou tranquila e confiante devido ao obstetra ter afirmado que embora o irmão mais velho de Helô ter sido diagnosticado com SFX severa a criança poderia não ter esse diagnóstico não vindo a fazer um tratamento precoce antes do nascimento do bebê.

Helô nasceu saudável, com 9 meses de gestação, não teve problemas na amamentação, sendo que a maioria do SFX apresenta essa dificuldade, devido à falta de força na sucção. O pai abandonou a mãe e os filhos quando ainda pequenos causando um transtorno maior nas crianças e na mãe que obteve ajuda da família. O irmão mais velho de Helô ficava com a avó para que sua mãe pudesse dar maior assistência a ela. Helô andou com um ano e iniciou a comunicação verbal com 18 meses de idade. Além das terapias para tratar as deficiências de aprendizagem, da comunicação e interação, Helô faz uso de medicamentos para tratar transtornos de humor e ansiedade.

2.3.2.2 – Relato da professora: Maria Madalena de Oliveira Neves

A professora Maria Madalena relatou que acompanhou a jornada escolar de Helô desde a Primeira etapa da EFI a qual sempre apresentou problemas comportamentais e emocionais como hiperatividade, ansiedade social e transtornos de humor. Todos os profissionais da educação eram bem atentos, pacientes e carinhosos com a aluna.

Ao frequentar o 1º ano escolar Helô demonstrou agressividade e hostilidade para com a professora durante o ano inteiro, mesmo fazendo um trabalho sócio emocional com a criança.

Esses sintomas diminuíram no 2º ano de escolaridade quando conheceu a professora Maria Madalena na E.E.I.EF. “‘PROFª. Cassiana Maria Soares Lenci”, que se dispôs a um envolvimento maior com a criança, a família e a APAE LIMEIRA, entidade que atendia a criança onde a mesma era assistida individualmente por 11 profissionais da área.

Helô se recusava a fazer as atividades propostas na APAE onde chorava e gritava desde o momento que chegava até a saída. Na escola Cassiana Lenci desde o maternal apresentando dificuldade em adentrar à sala. No 2º ano do Ensino Fundamental I, veio um pouco de maturidade, era organizada, realizava algumas atividades propostas e frequentava a Sala de Recursos. Apresentava um déficit de aprendizagem bem acentuado apesar de ter ajuda da mãe que sempre esteve presente em todos os momentos contando com a ajuda do padrasto. Mesmo com as dificuldades apresentadas a família achava relevante sua permanência na escola para que desenvolvesse sua autonomia na vida em sociedade o que não aconteceu com seu irmão Kauê.

Helô começou a ser alfabetizada aos 7 anos de idade pela professora Maria Madalena que a acompanhou por 2 anos consecutivos desenvolvendo um sentimento socioafetivo que contribuiu sensivelmente para o auto progresso da aluna.

Aos 8 anos iniciou equoterapia, o que contribuiu significativamente para a sua aprendizagem, equilíbrio emocional e sócio afetivo. Atualmente está no 5º ano escolar e, embora não domine os conteúdos, já conhece alguns números e escreve frases com sílabas canônicas. É acompanhada constantemente por uma cuidadora na rede Estadual de Educação que modula seu comportamento para tirá-la de situações de estresse ou conflito. Helô gosta muito de dançar e cantar. Sua interação com os colegas é sempre nos momentos de brincadeiras, participa dos eventos festivos, é curiosa quanto às novidades. Nem sempre copia as atividades propostas pela professora atual, nem as faz em casa. Tem participação assídua na Sala de Recursos Multifuncionais onde é atenta às orientações para realização das tarefas, realiza sempre com atenção e da melhor forma possível. Ao trabalhar em dupla, interage e demonstra prazer em executar as atividades solicitadas, porém nem sempre as finaliza. Em 2021 Helô foi diagnosticada como DI leve, continua fazendo equoterapia e participa do Projeto Conexão Teen – APAE apresentando um avanço positivo na área cognitiva, afetiva, conseguindo interagir com outras crianças.

  1. METODOLOGIA
    1. Natureza das NEE

Como Helô é X-Frágil e também é portadora de DI moderada, seu alcance das habilidades conceituais é restringida com compreensão limitada da linguagem escrita e calculista. Apresenta dificuldade em concentrar-se, em manter a atenção nas explicações e atividades propostas pela professora, acarretando um cognitivo causando baixo rendimento escolar e pouco desenvolvimento na aprendizagem não permitindo que desenvolva suas habilidades acadêmicas e não possa relacionar-se de forma satisfatória fortalecendo seu bem-estar, crescimento pessoal e intelectual.

A Síndrome do X-Frágil associada à Deficiência Intelectual traz baixo desempenho de tarefas como: comunicação, cuidado pessoal, relacionamento social, lentidão na aprendizagem e no desenvolvimento pessoal e social. Desse modo, Helô tem mais dificuldade em conviver com os outros colegas, em concentrar-se e em compreender as explicações dadas pelos professores em sala de aula, fazendo com que sua condição de aprendizagem o leve a um baixo rendimento escolar, o que acarreta baixa autoestima.

Por isso a importância de que a escola realize um trabalho preventivo, que detecte e entenda o problema cedo, para que a sala de aula comum assim como a sala de AEE, possam ser parceiras nesse processo de adaptação e inclusão. É importante Helô poder sentir-se acolhida e amada, bem como, sendo elevada sua autoestima para que desenvolva seus conhecimentos, embora de forma mais lenta e desse modo, espera-se que os prejuízos cognitivos sejam minimizados.

  1. Plano de aula

A fim de reforçar e favorecer o progresso no desenvolvimento dessas habilidades e proporcionar o apoio necessário às suas dificuldades nas áreas cognitivas: língua escrita, matemática, motora, comunicação e socioeducacional. Na Tabela 1 apresentamos exemplos de atividades que podem ser desenvolvidas com a criança.

  1. Atividades desenvolvidas:

Por áreas de acordo com as dificuldades apresentadas na EF-I:

DIFICULDADESATIVIDADES DESENVOLVIDASMATERIAIS PARA SUPORTE PEDAGÓGICO
Área cognitiva: concentração, memorização, resolução de problemas elementares. Limitações em atividades com jogo da memória e quebra-cabeça;Jogos matemáticos, jogo da memória, quebra-cabeça, caça ao tesouro, ludo de animais, etc.Jogo do bingo, resta um, material dourado, disco mágico, quebra-cabeça, jogo da memória, computador, etc
Língua escrita –Apresenta-se na fase Silábica Alfabética, reconhece as letras do alfabeto, escreve com letra cursiva algumas palavras, lê palavras com sílabas canônicasAtividade utilizando simultaneamente caderno de caligrafia, caderno brochurão e folhas de atividades com os vários tipos de letra: Imprensa maiúscula, imprensa minúscula e letra cursiva; Atividades com sílabas móvel, bingo de palavras, memória de palavras e figuras, sequências de histórias, leitura de pequenos textos, associação de imagens e palavras, músicas etc.Crachá com o próprio nome, alfabeto móvel, bingo de letras com imagem, dominó de palavras, bingo de sílabas, cruzadinhas, jornais, revistas e livros para exploração; Cadernos, computador, etc.
Matemática – Reconhece os numerais de 0 a 10, ainda não conta autonomamente até o número 50, não distingue o número maior e menor, não faz seriação distinguindo antecessor, sucessor, etc.Conceitos matemáticos: reconhecimento dos algarismos, seriação, classificação, distância, tamanho, composição numérica, associação de quantidade, com atividades como painel QM – Quadro de Valores, algarismos móveis, dominó numérico, boliche, jogo da caixa de 1 a 30 (preencher os espaços vazios figuras e números), jogo com dado numérico, jogo da pizza, associação de números e imagens.Jogos matemáticos de adição, subtração, multiplicação e divisão; algarismos móveis, painel do QM,ábaco, jogo ludo com dados, representação numérica, etc.
Área da comunicação e socioeducacional – Helô às vezes apresenta dificuldade em relacionar-se com os colegas de sua idade e perceber-se como alguém importante no mundo. Gosta de ser o centro das atenções e demonstra ciúmes da professoraAtividade em dupla e coletivo, realizar atividades no computador, danças, registro oral e desenhado de passeios; atividade de jogos de tabuleiro e dados, brincadeiras livres que levam a criança a exercitar sua capacidade criativa e de expressão verbal e emocional.Jogos de tabuleiro, jogo do disco mágico em 4 ou mais crianças, pega varetas, tablet, PC, etc
Área motora – tem dificuldade motora finaAtividade para o desenvolvimento da capacidade grafo motora e da motricidade ampla: boliche, recorte de figuras pequenas e médias e colagem, pinçamento de contas, encaixe de peças em formas de vários tamanhos, quebra-cabeça, atividade figura e fundo, desenho, pintura, colagem de várias texturas, massa de modelaLabirinto, amarelinha, resta um, pulando nas letras, pulando nos números, etc..
  1. Flexibilização e reestruturação do Plano:

Quando os objetivos não forem alcançados devidamente, o plano será reestruturado, reelaborado com a finalidade de se alcançar as metas planejadas. Caso houver necessidade, será estabelecido e será implementado novos recursos e materiais de suporte pedagógico para que a aluna consiga alcançar com maior efetividade às metas.

  1. Avaliação dos resultados:

O plano será reestruturado de acordo com as necessidades apresentadas e superadas pela educanda, ajustando-se assim, aspectos que sejam necessários e relevantes para a conquista de novos saberes do educando, proporcionando-lhe maior variedade de acervo possível, e, deste modo, o aprendizado não se torne cansativo e entediante, para que a criança não perca a motivação e o desejo de aprender, assim conquistando sua autonomia em seu processo de aprendizagem e de interação na vida diária e no processo escolar.

  1. Tipo de avaliação:

Foi essencial conhecer as particularidades de cada período de idade de Helô e os objetivos a serem atingidos no Sistema Educacional. Isso permitiu ajustar a educação de acordo com as funções e áreas mais e menos evoluídas da criança. Segundo (Vygotsky, 1995, p. 3), “a criança, cujo desenvolvimento tem sido complicado por um defeito, não é simplesmente menos desenvolvida do que seus pares normais, é uma criança, mas desenvolvida de outro modo”. Partindo desse princípio, adotamos vários tipos de avaliações:

  • Observação e registro/relatório do desempenho acadêmico;
  • Avaliação contínua, formativa, observando-se os avanços e dificuldades da aluna;
  • Avaliação bimestral do Plano pela equipe técnica e professores como feedback para continuar ou reformular os métodos e metodologia do ensino e da aprendizagem.
  1. CONCLUSÃO

Com a realização deste estudo, verificou-se a importância de conhecer a Síndrome do X Frágil associada à Deficiência Intelectual e suas manifestações, o correto tratamento e as intervenções que podem ser realizadas pela equipe multidisciplinar, da qual fazem parte diversos profissionais da saúde e educação.

Esses profissionais chegaram a um consenso de que existe a necessidade de mais pesquisas sobre o assunto e, principalmente que tanto a área da educação quanto da área da saúde, entendam que o processo de diagnóstico e intervenção deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar.

Para que a criança com a Síndrome do X Frágil seja atendida precocemente e que os impactos emocionais e comportamentais sejam evitados é de competência de todos conhecer os distúrbios provocados pela síndrome, lembrando-se sempre que a criança em questão é um ser único e como tal deverá ser tratada.

Ressalta-se também a relevância da presença e participação dos pais, que são as pessoas que passam o maior tempo com seus filhos, pois é primordial que eles observem e fiquem atentos aos aspectos comportamentais e psicológicos bem como acompanhar com os professores a evolução da aprendizagem relatar os avanços alcançados pelas crianças para os profissionais da área que acompanham os mesmos.

Para (Vygotsky, 1995, p.32), in FUNIBER, a educação de crianças com defeitos diferentes deve ser baseada no fato de que, simultaneamente com o defeito, também são dadas as tendências psicológicas na direção oposta são dadas as possibilidades de compensação para superar o defeito que precisamente essas possibilidades são apresentadas em primeiro plano o desenvolvimento da criança e devem ser incluídas no processo educacional com sua força motriz. Neste sentido, o olhar atento e a empatia da professora Maria Madalena, pôde ajudar sua aluna no processo de diagnóstico da Helô, permitindo que os tratamentos e intervenções fossem feitos de maneira mais efetiva levando em consideração os sentimentos da criança em relação a si mesma e aos outros.

Em suma, gostaríamos de evidenciar novamente como é significativo o trabalho em equipe multidisciplinar e como este trabalho, se feito de maneira efetiva e coesa, pode trazer mais qualidade de vida ao indivíduo que sofre com alguma deficiência.

  1. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, M. da S.R. (2007). O que é deficiência intelectual ou atraso cognitivo? São Paulo. <http://inclusaobrasil.blogspot.com/2007/10/o-que-deficincia-intelectual-ou-atraso.html>

DAHL, C et al. A homogeneous assay for analysis of FMR1 promoter methylation in patients with fragile X syndrome. Clinical Chemistry, Washington D.C., v.53, n. 4, p.790-793,apr. 2007.

UNICEF – Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência –https://www.unicef.org/brazil/convencao-sobre-os-direitos-das-pessoas-com-deficiencia

VYGOTSKY, L. S. (1967/1993). A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. (Neto, J.C.; Barreto, L. S. M.; Afeche, S. C., trad.). São Paulo: Martins Fontes.

VYGOTSKY, L. S. (1995) Obras Completas, Tomo V. Defectologia. Habana: Pueblo y Educación. in FUNIBER: A educação especial no contexto das ciências da educação, p. 26.

  1. ANEXOS
Anexo A: Ficha de entrevista com a família

(Material utilizado no AEE para dar suporte à sala de aula comum)

Entrevistado: ___________________________________________________________________

Grau de parentesco: ___________________________________________________________

1. Identificação do aluno:

Nome: __________________________________________________________________________

Idade atual: __________ Data de nascimento: _____/____/____ Série: _________

Turma: ________

Endereço: ______________________________________________________________________

Bairro: _____________________________ Fones: (19) _____________ (19) _______________

Nome do pai: ____________________________________________________ idade: _________

Profissão: ______________________________ Religião: _____________________________

Nome da mãe: __________________________________________________ Idade: __________

Profissão: _______________________________ Religião: ____________________________

Queixa inicial:______________________________________________________________

Tem algum tipo de deficiência? _________ Qual? _________________________________

2. História de vida do aluno:

A mãe teve uma gravidez normal? Sim ( ) Não ( ) Qual?_________________________________

Foi uma gravidez desejada?___________________________________________________

Qual a participação do pai durante e após a gestação?

_________________________________________________________________

Teve alguma doença infecto-contagiosa durante a gravidez?

__________________________________________________________________________

Qual o tipo de parto?

__________________________________________________________________________

Apresentou algum problema ao nascer?

__________________________________________________________________________

Andou com que idade?______________________________________________________

Falou com qual idade?______________________________________________

Tem parentes que têm algum tipo de deficiência?

__________________________________________________________________________

Se sim, que tipo de deficiência? __________________________________________________________________________

3. Contexto familiar: SITUAÇÃO DOS PAIS: SEPARADOS ( ) JUNTOS ( ) A CRIANÇA VIVE COM QUEM? _______________________________________________________ TEM IRMÃOS? SIM ( ) NÃ0 ( ) QUANTOS? MENINOS ( ) MENINAS ( ) EM CASO DE SEPARAÇÃO DOS PAIS, HOUVE DISPUTA OU ACORDO SOBRE QUEM FICARIA COM A CRIANÇA? QUAL O ACORDO ACERTADO? ________________________________________________________________________ QUE IDADE TINHA? QUE EXPLICAÇÃO LHE DERAM? COMO REAGIU? ________________________________________________________________________ EM CASO DE NOVO CASAMENTO, COMO A CRIANÇA RECEBEU ESSA SITUAÇÃO? COMO SE DÁ A SUA RELAÇÃO COM O PADRASTO OU MADRASTA? NOVOS IRMÃOS? QUANTOS? COM QUE IDADE? COMO SE DÁ A RELAÇÃO COM OS IRMÃOS? ________________________________________________________________________ CASO SEJAM SEPARADOS, ACONTECEM VISITAS? COMO A CRIANÇA REAGE? ________________________________________________________________________ CASO OS PAIS VIVAM JUNTOS, COMO CONVIVEM? JÁ SE SEPARARAM E SE RECONCILIARAM? BRIGAM NA FRENTE DOS FILHOS? CONCORDAM OU DIVERGEM NA EDUCAÇÃO DELES? ________________________________________________________________________ DESCREVA A RELAÇÃO ENTRE OS IRMÃOS: ________________________________________________________________________ A CRIANÇA DEMONSTRA PREFERÊNCIA POR ALGUM DOS SEUS IRMÃOS? E DIFICULDADE COM ALGUM? ________________________________________________________________________ JULGA-SE MAIS OU MENOS QUERIDA PELOS PAIS? COMO SE RELACIONA COM OS PAIS? ________________________________________________________________________ PAIS E FILHOS TÊM ATIVIDADE DE LAZER? ________________________________________________________________________ OS PAIS TÊM CONSCIÊNCIA DOS DIREITOS DO SEU FILHO À EDUCAÇÃO INCLUSIVA? EXIGEM A GARANTIA DE SEUS DIREITOS? ________________________________________________________________________ 4. Aspectos individuais do aluno 4.1 CLÍNICOS APRESENTA DIFICULDADE: ( ) AUDITIVA ( ) VISUAL ( ) COGNITIVA ( ) PSICOMOTORA ( ) LINGUAGEM ( ) OUTRAS, EXPLIQUE: ________________________________________________________________________ FEZ ALGUMA AVALIAÇÃO MÉDICA? QUAL? ________________________________________________________________________ A CRIANÇA FAZ USO DE ALGUM TIPO DE MEDICAMENTO? QUAIS? ________________________________________________________________________ ATUALMENTE, TEM ALGUM ACOMPANHAMENTO CLÍNICO? Há QUANTO TEMPO? ________________________________________________________________________ DORME BEM? ________________________________________________________________________ QUE TIPO DE DOENÇAS JÁ TEVE? ( ) DA INFÂNCIA ( ) BRONQUITE ( ) ALERGIA ( ) PROBLEMAS CARDÍACOS ( ) PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS ( ) OUTROS. ESPECIFIQUE: ________________________________________________________________________ CIRURGIAS: QUAIS? ________________________________________________________________________ 4.2 EMOCIONAIS: DESCREVA O TEMPERAMENTO: ________________________________________________________________________ CHORA FACILMENTE? ________________________________________________________________________ SE IRRITA FACILMENTE? ________________________________________________________________________ TEM CIÚMES? ________________________________________________________________________ É CARINHOSO (A)? _______________________________________________________________________ DE QUE FORMA MANIFESTA CARINHO? ________________________________________________________________________ COM QUEM? ________________________________________________________________________ COMO REAGE ÀS ORDENS E PROIBIÇÕES? QUAL A ATITUDE DOS PAIS? ________________________________________________________________________ HÁ AUTOAGRESSÃO? ________________________________________________________________________ TEM MEDO? __________________ DE QUE? ________________________________________________________________________ COMO COSTUMA REAGIR? ________________________________________________________________________ QUAL A ATITUDE DOS PAIS? ________________________________________________________________________ USOU CHUPETA OU DEDO? ________________________ ATÉ QUANDO? ________________________________________________________________________ ROEU OU RÓI AS UNHAS? _________________________ ATÉ QUANDO? ________________________________________________________________________ APRESENTA OU APRESENTOU ALGUM OUTRO TIQUE NERVOSO? QUAL? ________________________________________________________________________ QUAL A ATITUDE DOS PAIS FRENTE A ESTES HÁBITOS? ________________________________________________________________________ MENTIRAS, FURTOS OU FUGAS DE CASA? ________________________________________________________________________ QUAL A ATITUDE DOS PAIS? _______________________________________________________________________ COMO É A RIANÇA EM CASA? ________________________________________________________________________ O QUE ELE GOSTA DE FAZER? ________________________________________________________________________ 5. ASPECTOS SOCIAIS: ADAPTA-SE FACILMENTE AOS AMBIENTES? ________________________________________________________________________ BRINCADEIRAS PREFERIDAS? ________________________________________________________________________ ONDE BRINCA? ________________________________________________________________________ COM QUEM BRINCA? ________________________________________________________________________ QUE TIPOS DE BRINCADEIRA REJEITA? ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ É CUIDADOSO, ORGANIZADO COM SEU MATERIAL E COM SEUS BRINQUEDOS? ________________________________________________________________________ REJEITA AS REGRAS DE CONVIVÊNCIA/SOCIAIS? ________________________________________________________________________ EM SITUAÇÕES DE CONFLITO, COMO PROCURA DEFENDER-SE? ________________________________________________________________________ 6. SEXUALIDADE: CURIOSIDADE SEXUAL: PERGUNTAS SOBRE QUESTÕES SEXUAIS, SOBRE NASCIMENTO DE CRIANÇAS, COMPARAÇÕES COM O SEXO OPOSTO? COM QUE IDADE SE MANIFESTARAM? ________________________________________________________________________ MASTURBAÇÃO: REALIZA ABERTAMENTE OU NÃO? DESDE QUANDO? FREQUÊNCIA? ATITUDE DOS PAIS? ________________________________________________________________________ ALGUMA EXPERIÊNCIA SEXUAL PRECOCE? ________________________________________________________________________ FOI DADA ALGUMA INFORMAÇÃO SEXUAL? POR QUEM? ________________________________________________________________________ 7. PRÁTICAS EDUCATIVAS PARA A VIDA INDEPENDENTE: VESTE-SE SOZINHO (A)? ___________________________________________________________ FAZ USO DO BANHEIRO COM AUTONOMIA? ________________________________________________________________________ CONTROLA OS ESFÍNCTERES? ________________________________________________________________________ ALIMENTA-SE SOZINHO (A)? ________________________________________________________________________ COMUNICA-SE BEM? ________________________ SABE TRANSMITIR RECADO? ________________________________________________________________________ APRESENTA ALGUMA DIFICULDADE NA LOCOMOÇÃO?________________________
8. CONTEXTO ESCOLAR: COM QUAL IDADE A ALUNA COMEÇOU A FREQUENTAR A ESCOLA? ________________________________________________________________________ HOUVE ALGUMA MUDANÇA NA ESCOLA? ( ) SIM ( ) NÃO MOTIVO ________________________________________________________________________ HÁ QUANTO TEMPO ESTÁ NA ATUAL ESCOLA? ________________________________________________________________________ GOSTA DA ESCOLA? ________________________________________________________________________ É OU FOI REPETENTE? SIM ( ) NÃO ( ) SÉRIES _______________________MOTIVO: ________________________________________ QUAL A EXPECTATIVA DA FAMÍLIA COM RELAÇÃO À APRENDIZAGEM DA CRIANÇA/JOVEM? ________________________________________________________________________ FAZ ALGUMA ATIVIDADE /ESPORTE EXTRA-ESCOLA? SIM ( ) NÃO ( ) QUAIS? ________________________________________________________________________QUAL O HORÁRIO E ONDE FAZ AS TAREFAS? ________________________________________________________________________ NECESSITA DE AUXÍLIO? SIM ( ) NÃO ( ) QUEM AJUDA? ________________________________________________________________ ENVOLVIMENTO DA FAMÍLIA COM A ESCOLA (REUNIÕES, COMEMORAÇÕES, OUTROS) ________________________________________________________________________
Limeira, ______ de ____________________________ 2022 ______________________________________________________ Prof.a AEE

1 Mestra em educação, pós graduada em Meio ambiente, pós graduada em Uso da Cannabis,  graduada em Ciências Biológicas pelo Centro Universitário da Grande Dourados (1998). ORCID: https://orcid.org/ 0000-0003-0760-1741 CURRÍCULO LATTES:   http://lattes.cnpq.br/0922145514083200 CARGO OU DEPARTAMENTO DE ATUAÇÃO: Professora de Biologia do Estado do Rio de Janeiro INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR A QUE O AUTOR SEJA VINCULADO:  Universidade Europeia do Atlântico (UNEATLANTICO) Mestre da educação UNIDADE: Campus da instituição, colocar pertinente. E-MAIL: alessandraoliver07@gmail.com TELEFONE: 24-992473798

2 Mestra em Educação especializada em TIC educação pela UNIB-Universidade Internacional Iberoamericana (UNINI) Porto Rico-USA, Especialização, Licenciatura plena em Letras pela FCLA- Faculdade de Ciências e Letras de Araras-SP, Licenciatura plena em Pedagogia pela UNAR- Centro Universitário de Araras-SP, Pós graduada em Metodologia do Ensino da Língua Portuguesa pela UNAR-Centro Universitário de Araras-SP, Pós graduada em Educação Especial com ênfase em Deficiência Intelectual pera FACON-Faculdade de Conchas-SP. ORCID: https://orcid.org/0009-0006-6629-383X, CURRÍCULO LATTES: https://lattes.cnpq.br/2593600174766598, professora na Rede Estadual de Ensino e na Rede Municipal de Ensino de Limeira-SP. INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR A QUE O AUTOR SEJA VINCULADO: MESTRE EM EDUCAÇÃO. UNIDADE: Polo de Florianópolis/SC – Brasil ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA: Rua Domingos Romão, 870 – São José/SC E-MAIL: marianeves0812@gmail.com

3 Mestra em Educação, Especialização, Pedagogia em Anos Iniciais. ORCID:https://orcid.org/0000-0002-5961-0087 CURRÍCULO LATTES: Informar currículo Lattes se houver CARGO OU DEPARTAMENTO DE ATUAÇÃO: Professora na rede Municipal de Biguaçu/SC INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR A QUE O AUTOR SEJA VINCULADO: Universidad Internacional Iberoamericana – UNIB Puerto Rico (UNIB) MESTRE EM EDUCAÇÃO. UNIDADE: Polo de Florianópolis/SC – Brasil ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA: Rua Domingos Romão, 870 – São José/SC E-MAIL: marineusasg@gmail.com

4 Mestre em educação especializado em as TIC na Educação pela UNIATLANTICO – Universidade Europeia do Atlântico, pós-graduado em Educação especial e inclusiva pela FACINTER – Faculdade Internacional de Curitiba, graduado em Tecnologia em Processamento de Dados, pela UNESP-FATEC Universidade Estadual Paulista. ORCID: https://orcid.org/0009-0003-2378-6659, CURRÍCULO LATTES: https://lattes.cnpq.br/8196135068621644. Professor de Informática da Secretaria Municipal de Educação de Ourinhos/SP. INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR A QUE O AUTOR SEJA VINCULADO: Universidade Europeia do Atlântico (UNEATLANTICO) MESTRE EM EDUCAÇÃO. UNIDADE: Polo de Florianópolis/SC – Brasil. E-MAIL: ricardotupper@gmail.com

5 Mestra em Educação, Especialização em Gestão Escolar e Formação Pedagógica, Diretora INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR A QUE O AUTOR SEJA VINCULADO: Universidade Europeia do Atlântico (UNEATLANTICO) – MESTRE EM EDUCAÇÃO. UNIDADE: Polo de Florianópolis/SC – Brasil ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA: Rua dos Sabiás, 93, Rocio Pequeno/ São Francisco do Sul/SC. E-MAIL: susan.possamai@gmail.com