PERFIL DOS CONSUMIDORES DE ESPÉCIES OLERÍCOLAS NO MUNICÍPIO DE ARAGUAÍNA – TO

PROFILE OF CONSUMERS OF VEGETABLE SPECIES IN THE MUNICIPALITY OF ARAGUAÍNA – TO

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/fa10202411100052


Thiago Costa Farias1,
Fiamma da Silva Costa¹,
Nicolas Oliveira de Araújo¹


RESUMO

No cenário atual, a cadeia produtiva olerícola do município de Araguaína, Tocantins, demonstra uma notável ascensão. À medida que a demanda dos produtos olerícolas cresce, trazendo com ele um consumidor cada vez mais exigente na aquisição de hortaliças, cabe aos integrantes da cadeia de produção desvendarem o comportamento do público final de seus produtos. Dessa forma, este trabalho objetivou analisar o perfil de comportamento dos consumidores da cadeia produtiva de hortaliças de Araguaína – TO, quanto às características socioeconômicas e os padrões de consumo, além da sua correlação. A abordagem empregada foi quali-quantitaiva, de caráter descritivo e exploratório. Foram realizadas entrevista e aplicados 188 questionários aos consumidores de hortaliças de Araguaína – TO. Como resultado do estudo, constatou-se que a maioria dos entrevistados era do sexo feminino, possuíam faixa etária entre 21 e 40 anos, eram casados, tinham como grau de escolaridade o ensino médio completo, e declararam comprar hortaliças uma vez por semana e consumir três vezes por semana. O tomate e a cebola são as olerícolas mais adquiridas, e o supermercado o principal local de compra. Verificou-se que os entrevistados descartam hortaliças com pouca frequência e o principal modo de descarte é o lixo comum.

Palavras-Chave:  Araguaína. Consumo.  Hortaliças. Olericultura.

ABSTRACT

In the current scenario, the vegetable production chain in the municipality of Araguaína, Tocantins, shows a notable rise. As the demand for vegetable products grows, bringing with it an increasingly demanding consumer when it comes to purchasing vegetables, it is up to members of the production chain to uncover the behavior of the final public of their products. Therefore, this work aimed to analyze the behavior profile of consumers in the vegetable production chain in Araguaína – TO, regarding socioeconomic characteristics and consumption patterns, in addition to their correlation. The approach used was qualitative-quantitative, descriptive and exploratory in nature. Interviews were carried out and 188 questionnaires were administered to vegetable consumers in Araguaína – TO. As a result of the study, it was found that the majority of interviewees were female, aged between 21 and 40 years old, married, had completed high school as their level of education, and declared that they buy vegetables once a week and consume three times a week. Tomatoes and onions are the most purchased vegetable crops, and the supermarket is the main place to purchase them. It was found that the interviewees dispose of vegetables infrequently and the main method of disposal is common waste.

Keywords: Araguaina. Consumption.  Vegetables. Olericulture.

1 INTRODUÇÃO

A olericultura é caracterizada como a área da agricultura responsável pelo cultivo de hortaliças, mais conhecidas popularmente como “verduras” ou “legumes”, sendo denominadas espécies vegetais com características específicas, como a possibilidade de consumo in natura (Vicente et al., 2021). Tratando-se de um ramo da horticultura, a olericultura engloba a produção e o estudo de hortaliças, ou olerícolas, o que inclui espécies folhosas, raízes, tubérculos ou bulbos e diversos frutos, abrangendo mais de cem espécies conhecidas e catalogadas (Almeida, 2002; Zárate; Vieira; Vieira, 2018).

A cadeia produtiva do hortaliças no Brasil é bastante diversa, abrangendo várias espécies cultivadas durante o ano. De acordo com um mapeamento feito pela Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas (ABCSEM) em 2016, são movimentados cerca de R$ 55 bilhões ao ano na cadeia produtiva de hortaliças brasileira, em uma área de 820 mil hectares cultivados (ABCSEM, 2017). O estudo mostra ainda que são produzidos ao ano, pelo setor hortícola, cerca de 20 milhões de toneladas e 18 tipos de hortaliças diferentes, sendo espécies como tomate, cebola, melancia e alface responsáveis por 50% dessa produção (Puiatti, 2019; Filho et al., 2017).

No estado do Tocantins, o segmento de hortaliças tem apresentado significativa ascensão na produção de quase todos os seus municípios. Embora a Região Norte brasileira seja uma das menos produtoras no setor hortícola, o estado tem se destacado na produção de algumas culturas, devido às condições favoráveis e a investimentos em capacitação feitos por parte do Governo do Estado em parceria com o Ministério da Agricultura (Prólo et al., 2022; Ruraltins, 2021).

Na cidade de Araguaína, do mesmo modo que em grande parte do Brasil, tem-se uma predominância maior das médias e micro propriedades no cultivo de hortaliças, isso se dá pelo fato de que a agricultura familiar domina o segmento no município. Por esse motivo, e pela falta de Centros de Distribuições (Ceasas) que atendam o município, ainda se tem um mercado de hortaliças muito informal na região, o que é evidenciado pela falta de dados referentes ao setor produtivo de hortaliças do município, uma vez que a comercialização desses produtos, em sua grande maioria é feita de forma direta ao consumidor, em feiras livres pela cidade, vendas na propriedade ou até mesmo em entregas a domicílio.

Tendo em vista o cenário atual do mercado olerícola no município e a escassez de pesquisas relacionadas ao tema, a investigação dos hábitos de consumo de hortaliças de população de Araguaína – TO apresenta alto grau de relevância e se justifica por algumas razões. A priori, perante a um cenário de poucas informações a respeito do assunto, a presente pesquisa permitirá uma análise mais aprofundada do mercado consumidor local, evidenciando as preferências e hábitos de consumo da população, além de demonstrar os fatores que influenciam em suas escolhas.

Como defende Paixão (2012), é essencial conhecer e estudar os hábitos e comportamentos dos consumidores, uma vez que somente através do estudo de comportamento de consumo que as empresas notam oportunidades de satisfazerem as demandas do mercado. Sendo assim, diante de um mercado em constante mudança onde o consumidor tem se mostrado no desempenho do papel de protagonista, e tendo seu comportamento influenciado por inúmeros fatores, torna-se cada vez mais necessário conhecer as razões que levam o consumidor à tomada de decisão.

Portanto, fica evidente que entender o perfil dos consumidores locais é fundamental para que haja possíveis direcionamentos na cadeia produtiva e, por consequência, a promoção do desenvolvimento do setor. Dessa forma, espera-se que por meio desse trabalho, seja possível conhecer os hábitos e preferências de consumo de oleráceas dos habitantes da cidade de Araguaína, Tocantins e identificar possíveis ações que incentivem e impulsionem à olericultura na cidade.

1.1 Objetivos
1.1.1 Objetivo geral

Determinar e analisar a preferência e o padrão de consumo de oleráceas pelos habitantes da cidade de Araguaína – TO, por meio da aplicação de questionários.

1.1.2 Objetivos específicos

Avaliar o perfil dos consumidores de olerícolas no município de Araguaína – TO, à forma de consumo, local de compra, preferências de espécies, frequências de compra, consumo e descarte de hortaliças.

Estabelecer relação do perfil socioeconômico do consumidor com os padrões de consumo.

2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Olericultura no Brasil

No Brasil, o setor olerícola desempenha papel de importante destaque para o agronegócio nacional. Sendo um dos grandes produtores mundiais de hortaliças e contando com uma produção bastante diversificada e segmentada, o país ocupa o 13° lugar no ranking dos países produtores (Vicente et al., 2021). De acordo com pesquisas realizados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), em 2021 o Brasil produziu cerca de 267,385 toneladas de hortaliças e em 2022, ao se considerar as culturas da batata, do tomate e da cebola, o valor bruto de produção alcançou a marca de R$ 29,8 bilhões, superando as cadeias produtivas de culturas como arroz e feijão. Evidenciando, portanto, o enorme valor e dimensão da cadeia produtiva de hortaliças e do segmento olerícola para a economia brasileira.

Considerando todas as espécies olerícolas produzidas no Brasil, conforme levantamentos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), por ano, o país movimenta mais de 5 milhões de toneladas de hortaliças em suas Centrais de Abastecimento (Ceasas). Os 62 principais centros de abastecimento de hortaliças brasileiros faturam cerca de R$ 269 bilhões por ano e é responsável por   20% do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP), índice que mede o faturamento bruto dos estabelecimentos rurais (Conab, 2023; Senar, 2023).

Ao contrário de muitos outros países, a produção de olerícolas no Brasil demonstra algumas particularidades, dentre elas estão a ampla variedade de climas, os diferentes tipos de solo e as origens culturais das cultivares, que contribuem para a diversidade das hortaliças cultivadas no país. Com isso, a maior parte da produção hortícola do país se encontra centralizada em regiões onde se têm diversas outras culturas empregadas, incluindo oleráceas e outras espécies (Andriolo, 2017).

Nesse cenário, tendo em vista que mais da metade da produção brasileira de hortaliças é proveniente da agricultura familiar, ao se analisar o sistema de produção do setor olerícola, percebe-se que as suas atividades são desempenhadas principalmente por micro e médias propriedades, frequentemente localizadas no interior dos municípios ou em cinturões verdes próximos às áreas urbanas (Clemente, 2015).

Em razão dessa predominância das micro e médias propriedades na produção de hortaliças brasileira e apesar dos dados apresentados anteriormente, o mercado olerícola brasileiro ainda se encontra em um cenário de grande escassez de dados estatísticos exatos e atuais que possam mensurar a grande importância econômica do setor para a economia do país. Essa carência se dá devido ao alto grau de dinamismo e dispersão que o segmento de hortaliças brasileiro apresenta em suas atividades de exploração, não existindo período anual que engloba o ciclo de produção, o chamado ano agrícola, em função do grande número de espécies e variedades que se tem no mercado, sendo a produção e cultivo realizados durante todo o ano. Além disso, pela exploração ter grande pulverização, inúmeras propriedades rurais, cidades e municípios realizam transações diretas ao consumidor, através de feiras livres, entrega em domicílio, dentre outros, dispensando o registro nos centros de distribuição e comercialização. Ademais, há uma quantidade significativa de produtos cultivados de forma não comercial em hortas comunitárias e quintais para consumo pessoal das famílias (Puiattti, 2019).

Quando se analisa a produção de hortaliças no território brasileiro, percebe-se que embora as zonas de exploração e os centros produtivos estejam espalhados por todo o país, as Regiões Sul e Sudeste dominam a produção de hortaliças no Brasil. Ao observar em um panorama a  nível de estados, torna-se notório que os estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina se destacam, sendo São Paulo o estado com maior produção e mercado consumidor do Brasil. Somente a produção de São Paulo correspondeu a 20% do volume produzido por todos agricultores brasileiros (CNA, 2017).

Na cadeia produtiva olerícola brasileira, as espécies mais predominantes quanto a quantidade produzida e o retorno financeiro são: Tomate, batata, cebola, cenoura, batata-doce, alho, melancia, beterraba, abóbora, pimentão, melão, etc. (CNA, 2017). Percentual de participação de cada cultura de hortaliças na produção total brasileira exposto na Figura 1

Figura 1. Participação das culturas na produção total

Fonte: IBGE-Faostat/Embrapa, 2017

Fica clara a importância econômica que a olericultura apresenta para o Brasil, movimentando bilhões de reais todos os anos. Entretanto, as contribuições do setor vão além da contribuição financeira, uma vez que o segmento olerícola é responsável pela geração de milhões de empregos diretos e indiretos, por apresentar alta necessidade de mão de obra. Segundo Pereira e Pereira (2016), devido a necessidade de mão de obra para exercer os processos de plantio, manejo de pragas e doenças, tratos culturais, colheita, transporte e etc., realizados durante o processo de exploração olerícola, são gerados de três a seis empregos diretos ou indiretos em um hectare de cultivo de hortaliças. Considerando que no território brasileiro se tem mais de 850 mil hectares produtivos (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE COMÉRCIO DE SE-MENTES E MUDAS, 2015), conclui-se que são milhões de empregos gerados pelo segmento em todo o Brasil.

No comércio exterior de olerícolas, apesar de seu vasto tamanho e clima diversificado que permite o cultivo de diversas hortaliças durante todo o ano, o Brasil enfrenta um déficit em termos de exportação de hortaliças. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), em 2016, as culturas do melão e da melancia foram as culturas de hortaliças que mais foram exportadas, sendo exportadas 223.745 e 54.954 toneladas, respectivamente. Tratando-se da contribuição para a balança comercial, as culturas do melão e da melancia arrecadaram cerca de 181.358 dólares, superando as culturas da batata, alho, cebola e tomate. Ainda com base nesses dados, percebe-se que com exceção das culturas da melancia, gengibre, melão, milho doce e batata doce, o Brasil importou mais hortaliças do que exportou.

2.2 Olericultura no Tocantins

 Com uma área territorial de 277.423,627 km², dos quais 13.825.070 hectares (50,25% do território do estado) possuem potencial para o cultivo agrícola, atualmente o estado do Tocantins tem se mostrado como um dos mais novos “polos agrícolas do Brasil”. O estado dispõe de terras férteis, planas e de valor competitivo no mercado, características que facilitam o processo de mecanização agrícola. Se comparado com outros estados brasileiros, o estado do Tocantins apresenta tempo maior de luz solar durante o dia, favorecendo a alta produtividade principalmente em culturas de dias longos como alface, espinafre e algumas variedades de soja e batata (SEAGRO, 2022; IBGE, 2022).

O Tocantins é um dos cinco estados brasileiros mais ricos em água, toda sua extensão é cortada pela maior bacia de água doce inteiramente localizada em território brasileiro, desfrutando de um potencial para irrigação estimado em cerca de 4.800.000 Hectares conforme o Plano Estadual de Irrigação, 15% do potencial de áreas para irrigação do Brasil, o que oferece um cenário favorável para o processo de irrigação das lavouras no estado (SEAGRO, 2022).

No entanto, em termos pluviométricos, conforme destacado no Perfil do Agronegócio Tocantinense, feito pela Secretaria do Planejamento e Orçamento (SEPLAN) em 2016, o Tocantins foi afetado por eventos hidrológicos extremos, especialmente secas prolongadas, que afetam a disponibilidade de água na Região Sudeste do estado durante grande parte do ano. Na verdade, há provas significativas de que a escassez de água piorou nos últimos anos. Por exemplo, a Região Sudeste do Tocantins é afetada por um clima tropical de altitude e tem a menor pluviosidade do estado, o que significa menor produção pecuária e maiores restrições à agricultura de sequeiro. Esta situação, aliada à base econômica da pecuária, significa a existência de cidades com economias ainda incipientes e com indicadores sociais instáveis.

Embora o Brasil seja um dos maiores produtores de hortaliças mundiais, a sua cadeia produtiva se concentra nas Regiões do Sul e Sudeste. Nesse cenário, enquanto algumas regiões produzem em larga escala, outras não possuem produção autossuficiente para o seu abastecimento, sendo necessária a importação de hortaliças de outras regiões. O estado do Tocantins, apesar de possuir grande potencial produtivo e autossuficiência no segmento de hortaliças folhosas, ainda precisa importar alguns tipos de hortaliças de outras regiões do país.

A economia do estado do Tocantins tem sido alavancada atualmente pelas atividades agrícolas, dentre elas o cultivo de hortaliças. Por possuir perfil agrícola, dispondo de grandes e numerosas áreas planas, solos férteis e clima favorável, fatores essenciais para que um sistema produtivo agrícola seja implantado, o Tocantins se mostra como um estado promissor no mercado de hortaliças por possuir grande aptidão para o segmento.

Com mais de 970 produtores de hortaliças que se concentram nos arredores urbanos, os chamados cinturões verdes, o Tocantins tem demonstrado significativo destaque na produção de hortaliças, sobretudo na produção de espécies do tipo folhosas. A hortaliça mais cultivada no estado é a alface, apresentando centros de exploração em todos os municípios do estado. Além disso, o estado também se destaca na produção de condimentos, com destaque para a cebolinha, coentro e pimentas.

Tabela 1. Quantidade produzida por espécies na olericultura tocantinense

AlfaceCebolinhaCoentroPimenta
1.038 toneladas1.239 toneladas1.177 toneladas535 toneladas

As propriedades produtoras de hortaliças estão espalhadas em todos os municípios do estado. A cidade de Palmas, capital do estado, apresenta pontos de exploração em seus arredores e hortas comunitárias espalhadas por toda a cidade, com destaque para bairros como Taquaralto e a Região Serrana de Taquaraçu. Ao se considerar toda a cadeia produtiva do segmento no estado, estima-se que sejam movimentados cerca de R$ 42 milhões de reais por ano pelo mercado de hortaliças. Sendo o setor responsável ainda, por gerar cerca de 2 mil empregos diretos e mais de 5 mil indiretos para os habitantes tocantinenses (Prólo et al., 2022; RURALTINS, 2011).

Além das espécies folhosas, o Tocantins também tem demonstrado bastante destaque na produção de melancia. Nos períodos de inverno e outono a hortaliça encontra condições favoráveis para o seu desenvolvimento em solo e clima tocantinense, se beneficiando também do mercado interno que se encontra em posição estratégica para a comercialização do fruto. Nos últimos anos o Tocantins foi capaz de se consolidar como um dos estados com maior produção de melancia. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2021) o estado do Tocantins conta com uma produção de cerca de 144.146 toneladas ao ano, com destaque para os municípios de Lagoa da Confusão e Formoso do Araguaia que em condições de várzea e irrigação de subsuperfície representam mais de 90% da produção total do estado (HFBrasil, 2021).

Em decorrência do aumento da população e pela emergente necessidade da adoção de hábitos alimentares mais saudáveis por parte dos habitantes do estado, o mercado olerícola tocantinense tem se mostrado em constante expansão. Como defendeu o Diretor de Desenvolvimento Rural do Instituto de Desenvolvimento Rural do estado do Tocantins (Ruraltins), Valdivino Fraga, nos últimos anos o setor de hortaliças do estado registrou um considerável crescimento, sendo capaz de torna o Tocantins auto suficiente quando se trata da produção de hortaliças folhosas, com destaque para espécies de alface e couve.

No ano de 2008, a área cultivada do estado foi estimada em 185 hectares, passando para 385 hectares no ano seguinte e 397 hectares em 2010, um crescimento médio anual de 20% por ano. Ao se analisar a quantidade produzida pelos municípios da região, nota-se que os municípios de Palmas, Gurupi, Araguaína, Porto Nacional e Paraíso são os maiores produtores de hortaliças do estado (Brito, 2011).

A fim de manter o ritmo de desenvolvimento do segmento produtor de hortaliças do estado, o Governo do Tocantins tem investido na assistência aos produtores. Dentre os programas de fomento do Governo, tem-se o Programa Quintal Verde que incentiva a produção de hortaliças folhosas no estado. Os programas beneficiam mais de 70 mil pessoas com a implantação de hortas, dentre elas, hortas escolares, domiciliares e comunitárias, além da assistência técnica gratuita prestada por profissionais do Instituto de Desenvolvimento Rural do estado do Tocantins (Ruraltins, 2021).

Os produtores do estado contam também com o auxílio dos profissionais do Instituto de Desenvolvimento Rural do estado do Tocantins (Ruraltins) e acesso a linhas de crédito, como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), que financia o custeio e o investimento de implantação, ampliação e modernização das estruturas de produção. Uma das novas tecnologias financiadas pelo Pronaf no estado, foi a implementação de hortas hidropônicas para o cultivo de hortaliças, sistema onde o solo é substituído por uma solução aquosa enriquecida com nutrientes. Esse fomento ao cultivo de hortaliças e a implantação de novas tecnologias do setor tem como intuito promover o desenvolvimento do mercado de produção e a exploração de novos modelos de cultivo, a exemplo o plantio orgânico. o objetivo dessas iniciativas é garantir uma melhor qualidade de vida aos agricultores e consumidos, público cada vez mais exigente (Brito, 2021).

De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento, Conab (2021), no ano de 2020 o Ceasa de Palmas ocupou a 40ª posição no ranking de comercialização de hortigranjeiros atacadistas, com 54.713.695 kg de hortaliças comercializados no ano, e mais cerca de 160 milhões de reais arrecadados para o setor.

Os destinos mais comuns para as hortaliças produzidas no estado são as feiras livres e supermercados locais. Na Região Norte do estado, no município de Araguaína, as feiras livres realizadas no Mercado Municipal e em outros três pontos da cidade tem apresentado forte importância para a destinação e comercialização das hortaliças produzidas na região. As oleráceas comercializadas por essas feiras são em sua maioria originárias de propriedades de agricultores familiares locais, que encontram nas feiras livres uma oportunidade de renda.

2.3 Município de Araguaína – TO

Araguaína é um município brasileiro localizado na Região Norte do estado do Tocantins, que pertence a microrregião Araguaína e a Mesorregião Ocidental do Tocantins. Segundo censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano de 2022, a cidade conta com uma população de 171.301 habitantes, possuindo a segunda maior população do Tocantins. Contando com um território de 4.004,646 km² e uma densidade demográfica de 42,78 hab./km², o município se configura como um grande polo regional, possuindo destaque nos segmentos do comércio, educação, saúde e serviços.

A cidade passou por longos processos em sua formação, tendo seu efetivo desenvolvimento econômico-social somente a partir da década de 1960, com a construção da rodovia Belém-Brasília. Entre 1960 e 1975, Araguaína atingiu um estágio de desenvolvimento sem precedentes na história do estado de Goiás, tornando-se a quarta maior cidade do estado entre 1980 e 1986, depois de Luziânia, Anápolis e Goiânia. Após a criação do estado do Tocantins em 1989, Araguaína tornou-se a maior cidade do estado e foi considerada pretensa a ser a capital do novo estado, no entanto não foi escolhida por fatores geográficos, sociais e políticos, mas recebeu o título de Capital Econômica do Tocantins, atualmente sendo a principal força econômica do estado (Araguaína, 2023).

Com grande potencial agropecuário, a cidade de Araguaína é conhecida por possuir uma considerável rede de suporte ao produtor, dispondo de um diverso mercado de matéria prima e materiais para o sustento das lavouras locais. O município conta com uma vasta variedade de estabelecimentos agropecuários que garantem a disponibilidade e a manutenção de todos os tipos de ferramentas necessárias ao produtor, como sementes, inseticidas, herbicidas, pulverizadores e até mesmo grandes maquinários. Atendendo os pequenos, médios e os grandes agricultores da região (Pereira, 2021).

Apesar do notável potencial que o município apresenta, a olericultura em Araguaína ainda é um setor em desenvolvimento. Assim como em boa parte do Brasil, a exploração das espécies de hortaliças na cidade de Araguaína é dominada pelas pequenas e médias propriedades com administração familiar, que na maioria das vezes faz a comercialização de forma informal ou direta ao consumidor. Tais práticas impossibilitam a regulamentação e a realização de estimativas de produção e valores movimentados, o que faz com que informações acerca do setor olerícola no município ainda sejam escassas. O que dificulta a determinação da importância dessas atividades no cenário econômico araguainense.

Os principais pontos de comercialização de hortaliças da região são os supermercados, mercados e feiras livres que ocorrem durante a semana nos bairros da cidade. As feiras livres desempenham um papel essencial na comercialização de hortaliças, pois são nelas que os pequenos produtores expõem as frutas e hortaliças que produzem em suas propriedades, auxiliando na economia local, além de contribuírem para o âmbito social e nutricional da população araguainense. Elas geralmente ocorrem aos finais de semana em 4 bairros da cidade: Centro, Jk, Entroncamento e Feirinha.

A principal feira da cidade se encontra no centro, às proximidades do Mercado Municipal. As atividades dos feirantes no local ocorrem a mais de 20 anos durante toda a semana, com um movimento maior de pessoas nos dias de sábado, incluindo tanto produtores e comerciantes, quanto araguainenses à procura de hortaliças e frutas, dentre outros produtos. Em pesquisa realizada no mês de junho de 2023 na feira livre do Mercado Municipal, constatou-se que 32% dos feirantes que atuam no local são agricultores e produtores da região (Silva, 2023).

Seguindo as tendências do mercado do estado, o mercado produtor de hortaliças de Araguaína está mais focado na produção de espécies folhosas como alface, cheiro verde, rúcula e couve, para a venda e o consumo local. Além disso, as propriedades produtoras de Araguaína também contam com lavouras temporárias de mandioca, melancia e melão. Somente na lavoura da mandioca, de acordo com dados do censo agropecuário de 2017 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os 297 estabelecimentos presentes no município produziram 714 toneladas, movimentando cerca de R$ 900 mil reais no município.

Na lavoura da melancia ainda não se tem números tão expressivos quanto os da mandiocultura. A cidade ainda possui poucas propriedades produtoras, já que em todo o município estão implantados somente 27 estabelecimentos agropecuários que cultivam a espécie olerícola. Os estabelecimentos agropecuários que exploram a cultura no município contam com uma área colhida de apenas 2 hectares e uma produção de 30 toneladas, gerando pouco mais de R$ 29 mil reais aos produtores (IBGE, 2017).

Assim como o estado do Tocantins, o município de Araguaína também conta com políticas públicas e programas de auxílio aos pequenos produtores da região. Além dos programas Compra Direta, Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), a Prefeitura de Araguaína disponibiliza ainda consultoria e apoio técnico as hortas comunitárias espalhadas pela cidade, e capacitação aos produtores (Araguaína, 2021).

Nos últimos anos alguns produtores araguainenses tem apostado em novas técnicas de cultivo de hortaliças, uma delas tem sido o sistema hidropônico. O sistema apresenta destaque na região pela possibilidade do cultivo de hortaliças de forma sustentável e econômica. De acordo com informações disponibilizadas no site da Prefeitura da cidade, um dos produtores araguainenses que implementou o sistema no município para a produção de hortaliças folhosas, possui uma produção de 17 mil plantas mensais, o que representa 4 mil maços de hortaliças produzidos por mês (Araguaína, 2019).

2.4 Consumo de hortaliças

Entende-se como oleráceas ou hortaliças o grupo de plantas cultivadas dentro da olericultura. Para Hirama (2013), a olericultura se caracteriza como o ramo da horticultura focado na exploração e cultivo de espécies com ciclo de vida curto e necessidade de tratos culturais intensivos, tendo como um de seus atributos a possibilidade do consumo in natura, sem a necessidade de processos industriais. Para o senso comum, as hortaliças são conhecidas por diferentes nomes, sendo divididas em três categorias: verduras, legumes e condimentos.

O consumo de hortaliças é bastante benéfico para a saúde humana, uma vez que elas são ricas fontes de vitaminas, fibras, sais minerais e antioxidantes. Além de oferecerem uma grande variedade de nutrientes indispensáveis para a boa sobrevivência, as hortaliças também auxiliam na hidratação e contribuem para o funcionamento adequado do organismo humano. A falta de consumo desse tipo de alimento pode ocasionar na deficiência de nutrientes no organismo, deixando-o mais frágil e suscetível a doenças (Nascimento, 2020).

Apesar do mercado brasileiro de hortaliças possuir alta diversificação e segmentação, com grandes quantidades e diversos tipos de oleráceas disponibilizados para os consumidores brasileiros, o consumo de hortaliças pelos habitantes do país ainda se encontra abaixo do recomendado pelas instituições nacionais e internacionais de saúde. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o consumo de hortaliças é de 400 gramas diários, em pelo menos cinco dias da semana, porém o recomendado pela OMS não é uma realidade nas casas brasileiras. Segundo dados publicados pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) em 2020, o consumo de hortaliças no Brasil é de apenas 141 gramas por pessoa/dia (Embrapa, 2020; Kopko, 2014). A Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) aponta que somente 18,2% da população brasileira consome a quantidade de 400 gramas diária recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).  

Dentre os vários fatores que levam ao baixo consumo de hortaliças pelos brasileiros, destaca-se os fatores associados as questões econômicas, o poder de compra que as famílias brasileiras possuem, fatores sociais, que abrangem questões como a escolaridade do indivíduo e a disponibilidade de acesso a esse tipo de alimento, e fatores culturais, sendo estes relacionados a região que o indivíduo reside e os costumes locais. Em pesquisa realizada pela área de hortaliças da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e do Instituto Brasileiro de Horticultura (IBRAHORT) em 2020, constatou-se que o consumo de hortaliças é menor nas regiões mais carentes do Brasil. A pesquisa destaca ainda que conforme a renda da população diminui, também se há uma redução no consumo de hortaliças, devido ao menor poder de compra desses consumidores (Nascimento, 2020; IBRAHORT, 2020).

A Pesquisa de Orçamentos Familiares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) feita entres os anos de 2008 e 2018, evidencia que os gastos da população com legumes e verduras se manteve estável durante os anos, passando de 2,3% no ano de 2008, para 2,4% em 2018. Os dados da pesquisa apontam que as espécies mais consumidas pelos brasileiros em ordem de preferência são: tomate, batata, cebola, cenoura, batata-doce, abóbora, repolho, alface, chuchu e alho. Ademais, a pesquisa mostra ainda que no ano de 2012, o consumo per capita anual de hortaliças dos brasileiros era de 27,075 kg (IBGE, 2016; HFBrasil, 2021; ABCSEM, 2014). No cenário mundial de vendas de vegetais per capita, o Brasil está na 12ª posição, comercializando cerca de 36,6 kg (incluindo perdas pós colheita) por pessoa ao ano (EUROMONITOR, 2021 apud Castro, 2021).

Outras edições da Pesquisa de Orçamentos Familiares também comprovam a influência dos fatores socioeconômicos na quantidade de hortaliças consumidas pela população brasileira. Através dos dados obtidos percebeu-se que em áreas rurais (áreas em que o nível de escolaridade geralmente é menor) há uma redução da quantidade de hortaliças consumidas pelos habitantes locais, enquanto que em áreas urbanas o consumo de espécies olerícolas torna-se maior. Nota-se que as regiões brasileiras com um grau maior de urbanização lideram o ranking de consumo de oleráceas, uma vez que as Regiões Sudeste e Sul superam a média de consumo das demais regiões em 60% (Melo; Vilela, 2007).

Por outro lado, ainda que o consumo de hortaliças no Brasil se encontre abaixo do recomendado, o mercado tem sido desafiado por mudanças no perfil de comportamento dos consumidores. Em meio a um cenário de avanços tecnológicos, e de fácil acesso às informações, os consumidores se tornam cada vez mais exigentes quanto a qualidade e procedência dos produtos que adquirem. Essa exigência dos consumidores por produtos mais frescos e confiáveis se explica pela crescente necessidade da adoção de hábitos mais saldáveis, além da notável preocupação em garantir a segurança alimentar e nutricional da população (Queiroz; Santos, 2015;).

3 MATERIAIS E MÉTODOS

O estudo tratou-se de uma análise do comportamento de consumo de espécies olerícolas na população maior de 18 anos da cidade de Araguaína – TO, aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Tocantinense Presidente Antônio Carlos (UNITPAC) sob o parecer nº 7.123.936 e CAEE nº 83512924.0.0000.0014.  O município de Araguaína fica localizado na Região Norte do estado do Tocantins, entre as coordenadas 07º 11′ 28″ (S) e 48º 12′ 26″ (W). A cidade dispõe de uma área de 3920,1 Km² e população estimada em cerca de 171.301 pessoas (IBGE, 2022).

Figura 2. Localização do município de Araguaína – TO

Fonte: WikimeAdia Commons, 2006

A meAtodologia de pesquisa deste estudo foi delimitada a partir das informações a respeito dos objetivos da pesquisa, natureza pesquisada e do local que será feito a coleta de dados, ponto de vista a se abordar, informações sobre a população e procedimentos empregados na análise de dados (Gil, 2017).

Quanto aos objetivos, como indica Prodanov, Freitas (2013, p. 128), a pesquisa é definida como descritiva e exploratória, já que a pesquisa descritiva evidencia características de uma delimitada população ou fenômeno, requerendo o uso de técnicas padronizadas para a coleta de dados. Ao mesmo tempo que o método de pesquisa exploratório objetiva garantir um conhecimento mais aprofundado a respeito do problema, o tornando evidentes ou determinando hipóteses (Prodanov, Freitas, 2013, p. 128).

Com base no problema de pesquisa e nos dados a serem levantados, foi empregada uma abordagem mista ou quali-quantitativa. O método qualitativo proporciona uma visão mais clara a respeito do problema, ao mesmo tempo que possibilita uma melhor compreensão do contexto estudado, dando ao pesquisador um entendimento mais aprofundado do problema (Vieira; Tibola, 2005). Enquanto a abordagem quantitativa busca a obtenção da opinião evidente dos entrevistados, sendo expressa em números, classificada e analisada.  

O desenvolvimento do projeto de pesquisa foi dividido em diferentes etapas. Inicialmente, visando um aprofundamento maior no tema, os pesquisadores realizaram uma revisão bibliográfica. Nessa fase de revisão foram analisados diversos materiais bibliográficos como livros, dissertações, teses, artigos, relatórios e reportagens, buscando a fundamentação do problema e dos processos a serem empregados na pesquisa.

A coleta de dados foi feita através da aplicação de questionários semiestruturados à população consumidora de Araguaína – TO. As perguntas do questionário foram formuladas com base nos trabalhos de Oliveira (2022) e Gonçalves (2017), de modo a avaliar o perfil de comportamento dos consumidores do mercado de hortaliças de Araguaína – TO, sendo dividido em duas seções: caracterização do consumidor e caracterização do consumo. A amostra de pesquisa foi estimada por meio da ferramenta on-line Raosoft®, utilizando a população divulgada no último censo IBGE de 171.301 pessoas, erro amostral de 6% e confiabilidade de 90%.

Foram entrevistadas 188 pessoas e aplicados 188 questionários aos moradores do município de Araguaína – TO. As entrevistas foram feitas durante o mês de outubro de 2024 em locais públicos da cidade que possuíam maior circulação de pessoas, e a disponibilização do questionário aos entrevistados foi feita através do google forms. A seleção dos entrevistados foi feita de forma totalmente aleatória, todos os consumidores que residissem em Araguaína – TO e possuíssem idade maior de 18 anos estavam aptos a participar da pesquisa.

Todos os indivíduos que aceitaram participar da pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) autorizando a coleta e o uso de seus dados para o desenvolvimento do trabalho, conforme a Resolução CNS 466/2012 do Ministério da Saúde.

O processamento dos dados coletados foi feito por meio do software Microsoft Excel e a análise foi realizada por meio dos testes estatísticos Qui-Quadrado, Teste Exato de Fisher e Correlação de Spearman, utilizando o software Jamovi 2.3.28.0.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram obtidos 188 questionários preenchidos pelo público consumidor de Araguaína – TO, durante o mês de outubro de 2024.

4.1 Perfil socioeconômico dos consumidores

As características socioeconômicas dos participantes do estudo encontram-se descritas no Quadro 1.

Quadro 1. Características socioeconômicas dos consumidores entrevistados.

Variável analisadaParâmetro%
GêneroFeminino10455,32
Masculino8444,68
Faixa etária18 a 20 anos2111,17
21 a 30 anos8042,55
31 a 40 anos5127,13
41 a 50 anos2814,89
51 a 60 anos63,19
+ de 60 anos21,06
Nível de escolaridadeEnsino fundamental incompleto52,66
Ensino fundamental completo94,79
Ensino médio incompleto147,45
Ensino médio completo5730,32
Ensino superior incompleto4926,06
Ensino superior completo3217,02
Pós graduação2211,70
Estado CivilSolteiro(a)8042,55
Casado(a)9550,53
União estável84,26
Divorciado(a)42,13
Viúvo(a)10,53
Atividade RemuneradaEstudante3518,62
Empregado9952,66
Desempregado126,38
Empregador105,32
Autônomo3116,49
Aposentado10,53
Renda familiar mensalAté 1 salário mínimo189,57
De 1 a 2 salários mínimos4322,87
De 2 a 3 salários mínimos4523,94
De 3 a 5 salários mínimos3619,15
De 5 a 8 salários mínimos168,51
Mais que 8 salários mínimos73,72
Preferiu não dizer2312,23
Número de pessoas no domicílio1 pessoa157,98
2 pessoas3518,62
3 pessoas5529,26
4 pessoas5931,38
5 ou mais pessoas2412,77
Número de filhos09651,06
13619,15
23518,62
3189,57
421,06
510,53

Fonte: Autores, 2024.

Os dados obtidos na pesquisa que teve como amostra 188 entrevistados (Quadro 1) revelam que houve uma maior participação dos consumidores de hortaliças do gênero feminino 55,32%, enquanto que os consumidores do gênero masculino representaram apenas 44,68% dos entrevistados, revelando uma diferença percentual de 10,64% entre o gênero dos participantes do estudo.

Tal predominância de participantes do gênero feminino na pesquisa é justificada, pois como demonstrado no trabalho de Souza Neta et al. (2013), as mulheres ainda detêm a responsabilidade da aquisição de hortaliças na maioria dos domicílios familiares. O estudo desenvolvido por Ribeiro Filho e Brasil (2016) esclarece que as mulheres apresentam maior preocupação e exigência no momento da aquisição de alimentos como hortaliças.

Com relação à faixa etária dos entrevistados, notou-se que o público jovem demonstrou uma maior aceitação ao questionário de pesquisa, uma vez que os participantes de faixa etária entre 21 e 30 anos corresponderam a maior parcela dos participantes, que representaram 42,55% dos entrevistados, acompanhados dos participantes de faixa etária entre 31 e 40 anos que apresentou um índice de participação de 27,13% na pesquisa. Assim como no estudo realizado pelos autores Souza Neta et al. (2013) em Apodi – RN, onde é revelado que a maior parcela dos consumidores entrevistados estava na faixa etária entre 20 e 40 anos.

Quanto ao nível de escolaridade dos entrevistados, verificou-se que houve uma predominância de indivíduos com o ensino médio completo (30,32%), seguidos por consumidores com o nível superior incompleto, que constituíram 26,06% da amostra. Resultados similares foram observados por Gonçalves (2017), que constatou que 55,8% de seus respondentes eram de indivíduos com ensino médio completo e ensino superior incompleto.

No que se refere ao núcleo familiar dos consumidores entrevistados, observou-se que 50,53% da amostra afirmou ser casada, e 51,06% declarou não possuir filhos. No entanto, ao se analisar a quantidade de pessoas presentes nos domicílios dos consumidores, percebeu-se que a maioria dos entrevistados tem seu local de moradia compartilhado com mais pessoas, já que 73,41% dos respondentes alegaram residir em domicílio com três ou mais pessoas.

Ainda analisando os parâmetros socioeconômicos dos entrevistados expostos no Quadro 1, nota-se que a maior parte dos participantes exerce atividade remunerada por meio de vínculo empregatício com empresas públicas ou privadas. Concernente à renda familiar, identificou-se que 23,94% afirmou possuir renda familiar de 2 a 3 salários mínimos. O resultado observado está em conformidade com o salário médio mensal dos trabalhadores formais do município, que segundo o censo de 2022 realizado pelo IBGE, é de 2,1 salários mínimos.

4.2 Comportamento dos consumidores

As características do comportamento de compra, consumo e descarte de hortaliças dos participantes do estudo encontram-se descritas no Quadro 2.

Quadro 2. Rotina de compra, consumo e descarte de olerícolas dos entrevistados.

Variável analisadaParâmetro%
Frequência de compra1 vez por semana7740,96
2 vezes por semana2513,30
3 vezes por semana1910,11
+ 3 vezes por semana168,51
A cada 15 dias2613,83
1 vez por mês2513,30
Frequência de consumo3 vezes por semana8243,62
5 vezes por semana3015,96
Todos os dias6936,70
+ de uma vez ao dia73,72
Frequência de descarteMuita2111,17
Razoável4523,94
Pouca10555,85
Faz aproveitamento179,04

Fonte: Autores, 2024.

Com base nos dados do Quadro 2, verificou-se que quando se trata da frequência de compra de olerícolas, a maioria (40,96%) dos consumidores entrevistados afirmaram adquirir hortaliças 1 vez por semana, seguidos dos consumidores que revelaram ir ao local de compra a cada 15 dias (13,83%). Resultados semelhantes foram obtidos por Oliveira (2022) em Brasília – DF, onde os dados apresentados em seu estudo destacaram que 80% dos entrevistados possuíam o hábito de comprar hortaliças 1 vez por semana e 14,55% a cada 15 dias.

Em relação ao local de compra de hortaliças, nota-se que a maioria dos consumidores revelou que realiza a aquisição de hortaliças em supermercado (64,78%) e feiras livres (19,57%), além disso, 6,96% dos participantes ainda afirmou que prefere comprar hortaliças diretamente com o produtor (Figura 3). Esses resultados podem estar relacionados a praticidade que os supermercados proporcionam para os consumidores, uma vez que estão localizados em pontos estratégicos da cidade e dispõem de uma grande variedade de produtos, enquanto que as feiras livres disponibilizam produtos mais frescos e de alta qualidade.

Figura 3. Locais de compra de hortaliças

Fonte: Autores, 2024

Ainda em relação a aquisição de olerícolas, durante a aplicação dos questionários foi solicitado que os entrevistados escolhessem até dois itens, dentro de uma lista de cinco opções, de características presentes nas hortaliças que os influenciavam no momento da decisão de compra. Alguns itens foram selecionados várias vezes, o que fez com que o número total de itens ultrapassasse o número de pessoas entrevistadas (Quadro 3).

Quadro 3. Características consideradas pelos entrevistados no momento da compra.

CaracterísticasNº de escolhas% Sobre o nº de escolhas
Aparência16057,76
Tamanho196,86
Textura2910,47
Cor2910,47
Preço4014,44
TOTAL277100,00

Fonte: Autores, 2024.

De acordo com os dados da pesquisa, as principais características consideradas pelos consumidores no momento da compra são a aparência e o preço, que contabilizaram respectivamente 57,76% e 14,44% do número total de itens selecionados.

Analisando a frequência de consumo de hortaliças declarada pelos consumidores nos questionários (Quadro 2), percebe-se que uma grande parte dos entrevistados (43,62%) fazem o consumo de hortaliças apenas 3 vezes por semana, e 36,70% consomem todos os dias. A predominância de indivíduos que fazem o consumo de hortaliças menos de 5 vezes por semana já era esperada, já que segundo a pesquisa realizada em 2018 pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL), apenas 23% da população brasileira atinge o consumo recomendado pela OMS de 5 porções semanais de hortaliças.

Durante a pesquisa, foi disponibilizado aos entrevistados uma lista de espécies olerícolas, formulada com base na lista de olerícolas publicada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (2024), e foi orientado que eles selecionassem as cinco principais espécies olerícolas que costumam consumir em seu dia a dia (Figura 4).

Figura 4. Preferências por espécies olerícolas.

Fonte: Autores, 2024.

Percebe-se que dentre as espécies olerícolas presentes na lista disponibilizada, o tomate apresenta uma maior preferência de consumo pelos entrevistados, sendo selecionado por 72,37% dos 188 consumidores entrevistados, seguido pela cebola e a alface que foram marcados em 67,02% e 59,04% dos questionários aplicados, respectivamente (Figura 4). As olerícolas menos selecionadas, ou seja, as espécies menos consumidas pelos entrevistados foram o melão e a rúcula, ambos sendo escolhidos por 2,66% da amostra de pesquisa.

Corroborando com este resultado, outros estudos realizados com consumidores de hortaliças pelos autores Ribeiro Filho e Brasil (2016), evidenciaram que 94% dos consumidores respondentes tinham o tomate como olerícola preferida para consumo. Ainda no estudo mencionado, 72% dos entrevistados declararam ter a alface como uma das hortaliças mais presentes em sua rotina de consumo.

Por fim, analisou-se a frequência com que os consumidores faziam o descarte de hortaliças, como demonstrado no Quadro 2, mais da metade dos entrevistados (55,85%) afirmou descartar hortaliças com pouca frequência, ao serem questionados quanto a forma de armazenamento, a grande maioria revelou realizar o armazenamento das olerícolas sob refrigeração, mais especificamente na geladeira.

Quanto ao modo de descarte (Figura 5), verificou-se que 80,32% dos respondentes realizam o descarte de hortaliças em lixo comum, acompanhados de 9,57% que relataram fazer compostagem. Apenas 1,60% dos consumidores afirmaram realizar coleta seletiva (Figura 5).

Figura 5. Modos de descarte de hortaliças.

Fonte: Autores, 2024.

4.3 Associação entre variáveis

Para que fossem encontradas as associações entre as variáveis estudadas foram realizados os testes Qui-Quadrado, Teste Exato de Fisher e correlação de Spearman. O Qui-Quadrado é um teste de hipóteses utilizado para avaliar a associação existente entre duas variáveis categóricas qualitativas nominais. O Teste Exato de Fisher é utilizado quando o Qui-Quadrado não é adequado, o que ocorre quando os valores esperados das células ficam abaixo de 5 (Beiguelman, 1996).

O teste de correlação de Spearman é um teste não paramétrico utilizado para avaliar a força e a direção da associação entre variáveis quantitativas ou qualitativas ordinais, seu coeficiente varia entre –1 e 1, onde -1 indica uma correlação negativa, 1 indica uma relação positiva e 0 indica que não há relação.

A Tabela 2 apresenta a associação do gênero com as variáveis de consumo:

Tabela 2. Associação entre gênero e as variáveis de consumo analisadas no município de Araguaína – TO.

VariávelClassesFem. %Masc. %p-valor
Frequência de Compra+3x por semana50,0%50,0%0,001
3x por semana26,3%73,7%
2x por semana28,0%72,0%
1x por semana63,6%36,4%
2x por mês65,4%34,6%
1x por mês63,6%36,4%
Local de CompraSupermercado54,7%45,3%0,835
Mercado50,0%50,0%
Mercadinho de bairro50,0%50,0%
Feira Livre62,9%37,1%
Produtor46,2%53,8%
Frequência de Consumo+1 vez por dia57,1%42,9%0,203
Todos os dias65,2%34,8%
5x por semana50,0%50,0%
3x por semana55,3%44,7%
Frequência de ConsumoAproveitamento47,1%52,9%0,133
Pouca50,5%49,5%
Razoável60,0%40,0%
Muita76,2%23,8%
Modo de DescarteAlim. Animais56,3%43,8%0,834
Lixo Comum56,3%43,7%
Compostagem50,0%50,0%
Coleta Seletiva33,3%66,7%

Qui- Quadrado e Teste Exato de Fisher.

Fonte: Autores, 2024.

Como observado na Tabela 2, houve associação significativa entre o gênero e a frequência de compra (valor p<0,05), sendo que a maior parte dos indivíduos que declararam comprar hortaliças três vezes por semana (73,7%) e duas vezes por semana (72,0%) é do sexo masculino, enquanto que uma proporção maior de pessoas do sexo feminino (65,4%), em relação as do sexo masculino, demonstrou ter o hábito de adquirir olerícolas duas vezes por semana. Notou-se também uma predominância de mulheres nas frequências de uma vez por semana, duas ao vezes mês e uma vez por mês, que obtiveram respectivamente 63,6%, 65,4% e 63,6%. Resultados semelhantes foram obtidos no estudo de Nogueira (2019) em RS.

A amostra estudada não apresentou outras associações relevantes entre o gênero e as demais variáveis de consumo de hortaliças. Dessa forma, pode-se concluir que o gênero não possui influência significativa quando associado às demais variáveis.

A associação das demais variáveis foi testada através da correlação de Spearman, como descrito na Tabela 3, onde verifica-se que foram encontradas dez correlações entre as variáveis do grupo de consumidores estudados.

Com relação à idade (Tabela 3), nota-se que ela apresentou correlação com três outras variáveis, a quantidade de filhos, a frequência de compras e a frequência de descarte. Quando correlacionada com a quantidade de filhos, constatou-se uma forte correlação, diretamente proporcional (r=0,714), demonstrando que quanto maior era a idade dos indivíduos, maior era o número de filhos que eles possuíam.

Os resultados também mostraram que a idade está positivamente correlacionada com a frequência de compras e negativamente relacionada com a frequência de descarte, ou seja, quanto maior a idade do indivíduo menos era a frequência de descarte em seu domicílio. O autor Souza (2005) destaca em sua pesquisa que os indivíduos mais velhos tendem a possuir maior renda disponível, e maior preocupação com os alimentos, o que corrobora as correlações encontradas neste estudo.

Tabela 3. Avaliação da correlação entre as variáveis analisadas em Araguaína – TO, por meio da   correlação de Spearman.

 12345678
1NA       
20,041nsNA      
30,044ns-0,058nsNA     
40,093ns0,264***0,203**NA    
50,714***-0,049ns0,282***0,101nsNA   
60,154*0,025ns-0,131ns-0,114ns0,153*NA  
7-0,087ns-0,088ns-0,023ns0,157*-0,048ns0,157*NA 
8-0,197**-0,012ns-0,075ns-0,014ns-0,137ns0,135ns0,143*NA

Onde: 1 – Faixa etária; 2 – Escolaridade; 3 – Nº de pessoas por domicílio; 4 – Renda familiar; 5 – Nº de filhos; 6 – Frequência de compra; 7 – Frequência de consumo; 8 – Frequência de descarte. NA – não avaliado; ns- não significativo (p>0,05); * significativo (p <0,05); ** significativo (p<0,01); *** significativo (p<0,001).

Fonte: Autores, 2024.

Quanto à escolaridade dos respondentes da pesquisa, foi encontrada uma correlação positiva quando associada a renda familiar do indivíduo (Tabela 3), o que indica que quanto maior a escolaridade do indivíduo maior é a sua renda familiar. Correlação também constatada na pesquisa realizada por Oliveira (2022). Obteve-se também correlação positiva entre a variável quantidade de pessoas por domicílio e as variáveis número de filhos e renda familiar, associações esperadas, já que famílias com mais pessoas podem possuir mais de uma fonte de renda, e a quantidade de filhos afeta diretamente na quantidade de pessoas por domicílio.

Outra variável que se correlacionou positivamente com a renda familiar foi a frequência de consumo, revelando que famílias com uma renda maior tendem a consumir hortaliças com mais frequência. Essa influência da renda no comportamento dos consumidores de hortaliças também foi verificada na Pesquisa de Orçamentos Familiares (IBGE, 2018).

 A análise de associações (Tabela 3), evidenciou ainda, uma correlação significativamente positiva entre a frequência de compra de hortaliças e a quantidade de filhos. Quanto a isso, Cazane el al. (2014) afirma que consumidores casados e com filhos tendem a comprar maiores quantidades de hortaliças, pois fazem compras para toda a família.

Outras associações já esperadas ocorreram entre a frequência de consumo e as variáveis frequência de compras e frequência de descarte (Figura 3), sendo ambas as correlações de forma diretamente positivas, o que indica que indivíduos com maior frequência de consumo tendem a adquirir hortaliças mais frequentemente, e a realizar mais descartes.

5 CONCLUSÃO

A maioria dos entrevistados era do sexo feminino, possuíam faixa etária entre 21 e 40 anos, eram casados, tinham como grau de escolaridade o ensino médio completo, e declararam realizar compras de hortaliças uma vez por semana e consumir três vezes por semana.

As preferências de olerícolas são pelo tomate, cebola e alface, adquiridos principalmente em supermercados.

Verificou-se que os entrevistados descartam hortaliças com pouca frequência e o principal modo de descarte é o lixo comum.

Constatou-se que gênero, idade, escolaridade, renda familiar e número de filhos estão diretamente ligados a frequência de compra e consumo de hortaliças.

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