OCORRÊNCIA DA SÍNDROME DE BURNOUT ENTRE ESTUDANTES DE MEDICINA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

OCCURRENCE OF BURNOUT SYNDROME AMONG MEDICAL STUDENTS: A SYSTEMATIC REVIEW

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102411011553


Isabella Acácio Antunes1
Ana Cecília Pereira Basílio1
Artur Gomes Martins2
Euler de Almeida Ribeiro2
Felipe Mesquita Antunes1
Isabela Gomes Martins2
João Guilherme Antunes Medeiros1
Lucas Rodrigues Xavier2
Maria Eduarda de Carvalho Durães1
Maria Luiza Pereira Basílio1
Millena Neves Barbosa Dias1
Riad Altinawi3
Samuel Gil de Pinho1
Sunamita Barbosa de Paiva4
Tatiana Bernardes da Silveira1


RESUMO

A Síndrome de Burnout (SB) tem se mostrado uma preocupação significativa entre estudantes de medicina, especialmente devido à pressão acadêmica, intensa carga horária e o contato constante com situações emocionalmente desafiadoras. Esta revisão sistemática visa investigar a prevalência da SB em estudantes de medicina, explorando suas três dimensões: exaustão emocional, despersonalização e baixa realização pessoal, e identificar fatores associados ao seu desenvolvimento. Foram utilizados estudos publicados entre 2019 e 2024, seguindo as diretrizes do PRISMA. A busca foi realizada nas bases de dados PubMed, BVS, SciELO e Google Scholar, usando os descritores “burnout syndrome”, “medical students” e “Maslach Burnout Inventory”. Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, seis estudos foram selecionados, totalizando uma amostra de 1602 estudantes de medicina. A prevalência da SB variou entre 38,39% e 47,7%, sendo mais prevalente entre as mulheres. Fatores como privação de sono, insatisfação com a metodologia ativa de ensino e participação em atividades extracurriculares foram associados ao aumento do risco de SB. A revisão destaca a necessidade de intervenções que promovam a saúde mental e o bem-estar dos estudantes, com enfoque na detecção precoce da SB e no suporte emocional.

PalavrasChave: Síndrome de Burnout, Estudantes de Medicina, Saúde mental.

ABSTRACT

Burnout Syndrome (BS) has become a significant concern among medical students, especially due to academic pressure, intense workloads, and constant exposure to emotionally challenging situations. This systematic review aims to investigate the prevalence of BS among medical students, exploring its three dimensions: emotional exhaustion, depersonalization, and reduced personal accomplishment, and to identify factors associated with its development. Studies published between 2019 and 2024 were included, following PRISMA guidelines. The search was conducted in PubMed, BVS, SciELO, and Google Scholar using the terms “burnout syndrome,” “medical students,” and “Maslach Burnout Inventory.” After applying inclusion and exclusion criteria, six studies were selected, with a total sample of 1602 medical students. The prevalence of BS ranged from 38.39% to 47.7%, with higher rates among female students. Factors such as sleep deprivation, dissatisfaction with active learning methodologies, and participation in extracurricular activities were associated with an increased risk of BS. This review emphasizes the need for interventions that promote mental health and well- being among medical students, focusing on early BS detection and emotional support.

Keywords: Burnout Syndrome, Medical Students, Mental Health.

INTRODUÇÃO

A formação em medicina é uma jornada repleta de desafios, que impõe exigências significativas aos estudantes, não apenas em termos de aprendizado técnico, mas também em habilidades emocionais e psicológicas. O estresse constante associado às longas jornadas de estudo, as avaliações rigorosas e a pressão para obter um bom desempenho podem contribuir para o desenvolvimento da Síndrome de Burnout (SB). Esta condição é caracterizada por exaustão emocional, despersonalização e uma sensação reduzida de realização pessoal. A SB não é apenas um fenômeno isolado, mas sim um reflexo do ambiente acadêmico em que os estudantes de medicina se encontram (Almutairi et al., 2022; Maslach & Jackson, 1981).

Estudos têm mostrado que a SB é uma preocupação crescente entre estudantes de medicina em todo o mundo. A pesquisa realizada por Boone et al. (2024) indica que uma proporção significativa dos estudantes relata sintomas de Burnout, o que ressalta a urgência de compreender melhor os fatores que contribuem para essa condição e a necessidade de intervenções eficazes. Além disso, a pressão acadêmica e as demandas emocionais associadas à formação médica têm sido frequentemente citadas como preditores críticos do Burnout (Hogea e Corsaro, 2022).

Os efeitos do Burnout são profundos e podem afetar não apenas a saúde mental dos estudantes, mas também sua capacidade de aprender e se tornar profissionais competentes. A SB tem sido associada a uma diminuição da qualidade de vida e um aumento no absenteísmo, tornando a saúde mental dos estudantes de medicina uma prioridade, pois impacta diretamente a formação de futuros profissionais de saúde (Frajerman et al., 2019).

Embora a relação entre estresse e Burnout em estudantes de medicina tenha sido amplamente estudada, há uma lacuna significativa na literatura em relação à prevalência da síndrome em diferentes contextos culturais e educacionais. Estudos em diferentes países revelaram variações nos níveis de Burnout entre estudantes de medicina, refletindo as influências do ambiente educacional e das expectativas sociais (I. Ilic, Macuzic e M. Ilic, 2024). Portanto, é fundamental investigar como fatores específicos, como o suporte social, o equilíbrio entre vida pessoal e acadêmica e as práticas de autocuidado, influenciam a ocorrência da SB.

Diante dessa realidade, o presente estudo de revisão sistemática busca examinar a ocorrência da SB entre estudantes de medicina, explorando não apenas sua prevalência, mas também os fatores associados a essa condição. O objetivo é sintetizar as evidências disponíveis para informar futuras intervenções que promovam a saúde mental e o bem-estar dos estudantes, contribuindo para a formação de profissionais de saúde mais resilientes e competentes.

MÉTODOS

Este estudo foi realizado sob o formato de revisão sistemática, com base nas diretrizes do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA). A revisão tem como objetivo identificar e analisar estudos que investiguem a ocorrência da SB entre estudantes de medicina, a fim de mapear sua prevalência e fatores relacionados.

Foram incluídos nesta revisão estudos observacionais e ensaios clínicos que abordassem a SB em estudantes de graduação em medicina, publicados entre 2019 e 2024, nos idiomas inglês, espanhol e português. Apenas artigos disponíveis em texto completo e publicados em formato digital foram considerados elegíveis. Estudos de revisão não sistemática, artigos de validação de instrumentos, dissertações, teses, capítulos de livros e editoriais foram excluídos, bem como aqueles que focassem exclusivamente em profissionais da saúde ou estudantes de outras áreas.

A busca por artigos foi realizada nas bases de dados eletrônicas PubMed, BVS, Google Scholar e SciELO. Os descritores utilizados foram “burnout syndrome”, “medical students”, “Maslach Burnout Inventory”, combinados com operadores booleanos para garantir a amplitude da busca. Os mesmos descritores foram utilizados em todas as bases de dados, com as adaptações necessárias para cada uma. A equação de pesquisa utilizada foi: Burnout AND medical students AND Maslach Burnout Inventory, OR MBI. A pesquisa foi realizada entre agosto e outubro de 2024. Adicionalmente, uma busca manual foi conduzida nas listas de referências dos estudos selecionados, a fim de identificar artigos adicionais relevantes.

Após a coleta inicial, os títulos e resumos dos artigos encontrados foram revisados para garantir que os critérios de inclusão fossem cumpridos. Estudos duplicados ou irrelevantes foram excluídos, e os artigos restantes foram lidos na íntegra.

A análise dos dados foi conduzida de forma qualitativa, com o objetivo de identificar padrões sobre a prevalência do Burnout e os fatores associados entre estudantes de medicina.

RESULTADOS

Após a busca inicial nas bases de dados, foi encontrado um total de 161 artigos que correspondiam aos descritores e aos critérios estabelecidos na metodologia. Dentre os trabalhos encontrados, 30 estavam listados na BVS, 11 na base SciELO e 120 na PubMed. Foram excluídos, inicialmente, 17 estudos por referências cruzadas, restando 144 artigos. Destes, após a leitura dos títulos, 132 trabalhos foram excluídos por estarem fora da temática estabelecida, restando 12 artigos para a fase de leitura dos resumos.

Após a leitura dos resumos dos 12 artigos selecionados, dois foram excluídos por não contemplarem a temática da pesquisa. Restaram apenas 10 artigos para leitura integral, dos quais somente seis atendiam aos critérios de inclusão estabelecidos. Posteriormente, foi realizada uma busca nas referências bibliográficas dos artigos selecionados para o estudo. No entanto, nenhum estudo adicional foi encontrado para inclusão. Assim, ao final da seleção, permaneceram 6 estudos adequados aos critérios de inclusão. A Tabela 1 apresenta o resumo do processo de seleção dos estudos.

Tabela 1 – Processo de seleção dos estudos.

Etapas da seleçãoNº de estudos identificados/excluídos
Estudos identificados na BVS30
Estudos identificados na SciELO11
Estudos identificados na PubMed120
Estudos excluídos por referência cruzada17
Estudos restantes após exclusão144
Estudos excluídos após leitura dos títulos132
Estudos selecionados para leitura dos resumos12
Estudos excluídos após leitura dos resumos2
Estudos selecionados para leitura integral10
Estudos incluídos após leitura integral6
Estudos adicionais incluídos via referências0

Fonte: Elaborado pelos autores.

A amostra total dos estudos foi de 1602 estudantes, todos do curso de medicina, sendo 762 homens e 840 mulheres, representando aproximadamente 47,6% e 52,4%, respectivamente. A Tabela 2 apresenta os principais objetivos dos estudos:

Tabela 2 – Autoria e objetivos dos estudos incluídos.

AUTORESOBJETIVO
  Lima et al., 2022Determinar a prevalência da Síndrome de Burnout e analisar suas dimensões e a relação com a metodologia ativa de ensino- aprendizagem entre estudantes de Medicina de uma universidade de tríplice fronteira.
Vale et al., 2021Avaliar a prevalência de Burnout entre estudantes de medicina do primeiro ao quarto ano e comparar diferentes critérios para definir a síndrome.
  Pire et al., 2020Determinar a presença da Síndrome de Burnout em estudantes da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Regional Autónoma de Los Andes (UNIANDES), no Equador.
  Rodrigues et al., 2020Identificar a prevalência da SB, os fatores de risco para o desenvolvimento da síndrome e os sintomas associados a ela em estudantes de Medicina de uma faculdade distrital, e estabelecer um perfil de discentes com maior risco de apresentar diagnóstico de SB
Prado et al., 2019Avaliar a ocorrência da Síndrome de Burnout no período de formação profissional dos graduandos do último ano de um curso de medicina.
Andrade et al., 2019Analisar qualidade de vida e sintomas da Síndrome de Burnout em estudantes de medicina que vivenciaram o método de aprendizagem baseada em problemas.

Fonte: Elaborado pelos autores.

Os objetivos dos artigos selecionados para esta revisão sistemática compartilham várias semelhanças, refletindo preocupações comuns em relação à Síndrome de Burnout e à saúde mental dos estudantes de medicina.

Os estudos, conforme apresentado na Tabela 2, visam avaliar a prevalência da Síndrome de Burnout entre estudantes de medicina, abordando a importância deste tema em um contexto acadêmico marcado por altos níveis de estresse. Os artigos não se limitam apenas a quantificar a prevalência, mas também buscam identificar os fatores de risco associados ao desenvolvimento da síndrome, como sexo, idade, e estilo de vida, incluindo a prática de atividade física e o consumo de álcool.

Tabela 3 – Autoria, tipo de estudo e resultados.

AUTORESTIPO DE ESTUDORESULTADOS
        Lima et al., 2022        Estudo transversalA maioria dos estudantes se sentiu sobrecarregada com as atividades extracurriculares e insatisfeita com a metodologia ativa de ensino.
    Vale et al., 2021    Estudo transversalEstudantes que dormiam menos de 6 horas estavam mais propensos a apresentar Burnout.
    Pire et al., 2020    Estudo transversalAs mulheres apresentaram maior frequência de Burnout moderado e severo em comparação aos homens.
        Rodrigues et al., 2020        Estudo transversalA análise de gênero não revelou diferenças significativas na prevalência de Burnout. Aumento da idade e últimos anos de curso elevaram o risco.
Prado et al., 2019Estudo transversalParticipação em atividades extracurriculares e iniciação científica associada a maior satisfação pessoal e menor descrença.
      Andrade et al., 2019      Estudo transversalDiferenças significativas em Burnout entre gênero e ano letivo (Mais prevalente no sexo feminino e com melhora da qualidade de vida ao longo do curso).

Fonte: Elaborado pelos autores.

DISCUSSÃO

Os resultados deste estudo revelam uma prevalência alarmante da SB entre estudantes de medicina, com 38,39% dos participantes apresentando sintomas que se enquadram nos critérios diagnósticos da síndrome. Este achado está em consonância com a crescente preocupação em relação à saúde mental de estudantes em instituições de ensino superior, particularmente na área da saúde. Pesquisas recentes indicam que os sintomas de Burnout afetam entre 30% a 60% dos estudantes de medicina em diversas regiões do mundo (Frajerman et al., 2019; I. Ilic, Macuzic e M. Ilic, 2024). A pesquisa de Boone et al. (2024) corroborou essa tendência, mostrando que 44,2% dos estudantes relataram sintomas de Burnout, ressaltando a urgência de intervenções que abordem a saúde mental neste grupo vulnerável.

A análise da prevalência de SB em relação ao seu diagnóstico e às dimensões analisadas (exaustão emocional, despersonalização e realização pessoal) é essencial para compreender a complexidade da questão. No presente estudo, a prevalência de SB foi de 47,7% segundo o critério de Grunfeld et al. (2000). Essas taxas são compatíveis com o que foi observado em outras investigações, como no estudo de Lima et al. (2022), que verificou uma prevalência elevada de 44,2%, independentemente do método de ensino, enquanto Vale et al. (2021) relataram que o uso de diferentes critérios para definir a síndrome pode resultar em discrepâncias nos resultados.

Além disso, as diferenças de gênero observadas na prevalência da SB são particularmente alarmantes, com estudantes do sexo feminino demonstrando índices mais elevados de exaustão emocional e despersonalização. Isso está alinhado com a literatura que aponta as mulheres como mais vulneráveis à SB (Briggs et al., 2023). A pesquisa de Backovic (2012) confirmou que estudantes do sexo feminino apresentaram níveis mais altos de Burnout, refletindo uma pressão social e cultural que exige que as mulheres equilibrem responsabilidades acadêmicas com obrigações pessoais e familiares. O estudo de Rodrigues et al. (2020) também observou que a associação entre a despersonalização e o gênero feminino é um fator a ser considerado, corroborando a ideia de que a construção social de papéis de gênero influencia a saúde mental dos estudantes.

A análise da qualidade de vida dos estudantes de medicina neste estudo revelou que esses alunos apresentam índices significativamente inferiores em comparação com jovens da população geral. Isso pode ser atribuído aos fatores estressantes relacionados à formação médica, como a alta carga horária e a pressão por desempenho (Almutairi et al., 2022; Dyrbye, Thomas e Shanafelt, 2005). Além disso, a literatura sugere que a qualidade de vida é especialmente afetada por fatores como a privação de sono, que é comum entre estudantes que enfrentam exigências acadêmicas intensas (Mario et al., 2024). A correlação entre a autoavaliação da qualidade de vida e a carga horária de estudo observada em nosso artigo indica que, quanto mais horas os alunos estudam, menor é sua qualidade de vida, especialmente no domínio físico e psicológico.

Outro ponto relevante é que a participação em atividades extracurriculares pode ser um fator duplo. Embora essas atividades possam proporcionar desenvolvimento pessoal e profissional, elas também podem aumentar a carga de estresse e o risco de SB, especialmente quando os estudantes não conseguem equilibrar suas responsabilidades acadêmicas e pessoais (Taylor, Scott e Owen, 2022). O fato de que a maioria dos estudantes participantes também esteja envolvida em atividades de extensão durante o curso ressalta a complexidade do equilíbrio entre responsabilidades acadêmicas e o autocuidado. Esse achado é consistente com os resultados da discussão de Lima et al. (2022), que sugeriram que a insatisfação com a metodologia ativa pode exacerbar os sentimentos de exaustão e sobrecarga.

As intervenções voltadas para a saúde mental são, portanto, de suma importância. A detecção precoce da SB e a implementação de estratégias preventivas são cruciais para criar um ambiente acadêmico mais saudável e sustentável. As pesquisas de Hogea e Corsaro (2022) destacam que abordagens que promovem o autocuidado, a gestão do estresse e a saúde emocional são fundamentais para mitigar os efeitos adversos da SB. Isso se alinha com os achados de estudos que identificaram que a intervenção adequada pode melhorar a resiliência dos estudantes e sua capacidade de enfrentar o estresse, conforme discutido por Sanglard et al. (2022).

Em relação ao método de ensino adotado, a pesquisa indica que a metodologia ativa, embora promissora, pode criar desafios únicos para os estudantes. O estudo de Sanglard et al. (2022) sugere que a metodologia ativa pode inicialmente aumentar o estresse devido à mudança de um sistema tradicional para um mais dinâmico, exigindo uma adaptação que nem sempre é bem-sucedida, especialmente no início da formação. Isso é corroborado pela nossa análise, que revelou que a insatisfação com a metodologia ativa estava relacionada a níveis mais altos de exaustão emocional. A correlação entre a metodologia ativa e a qualidade de vida destaca a necessidade de um suporte contínuo e de ajustes na abordagem pedagógica para garantir que os alunos possam se adaptar sem comprometer sua saúde mental.

Por fim, a promoção da saúde mental deve ser uma prioridade nas escolas médicas. Garantir que os futuros profissionais de saúde estejam preparados para lidar com as exigências emocionais e psicológicas de suas carreiras é fundamental (Frajerman et al., 2019; I. Ilic, Macuzic e M. Ilic, 2024). Portanto, é essencial que as escolas de medicina implementem políticas e programas que priorizem a saúde mental, promovendo um ambiente educacional que favoreça o bem-estar e a resiliência.

CONCLUSÃO

A ocorrência da Síndrome de Burnout entre estudantes de medicina é uma preocupação crescente que exige atenção e intervenções efetivas. Os resultados desta revisão sistemática revelaram que uma proporção significativa de estudantes apresenta sintomas de Burnout, refletindo o estresse intenso associado à formação médica. A análise dos dados mostra que fatores como a pressão acadêmica, o equilíbrio entre vida pessoal e estudos e a participação em atividades extracurriculares desempenham um papel crucial na saúde mental desses estudantes.

Além disso, as diferenças de gênero observadas indicam que as estudantes do sexo feminino estão mais suscetíveis à SB, ressaltando a necessidade de abordagens personalizadas  que  considerem  as  variáveis  de  gênero  no  desenvolvimento  de estratégias de suporte e intervenção. As evidências sugerem que, embora a metodologia ativa de ensino tenha o potencial de enriquecer o aprendizado, também pode exacerbar os níveis de estresse e contribuir para o Burnout, especialmente se não houver um suporte adequado durante a transição para este modelo.

Portanto, é fundamental que as instituições de ensino médico adotem políticas que priorizem a saúde mental, implementando programas de apoio psicológico e promovendo práticas de autocuidado entre os alunos. Intervenções preventivas, como a promoção do equilíbrio entre a vida pessoal e acadêmica, bem como o fortalecimento da resiliência, são essenciais para mitigar os efeitos adversos da SB. Ao fazer isso, as escolas de medicina podem contribuir para a formação de profissionais de saúde mais saudáveis, competentes e preparados para lidar com as exigências de suas futuras carreiras.

Além disso, a pesquisa destaca a importância de investigações futuras que explorem as nuances da SB em diferentes contextos culturais e educacionais, garantindo que as intervenções sejam adaptadas às necessidades específicas dos estudantes. Isso não apenas contribuirá para a saúde e bem-estar dos alunos, mas também impactará positivamente a qualidade dos serviços de saúde oferecidos à população.

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1 Acadêmico do curso de Medicina do Centro Universitário do Norte de Minas – UniFunorte

2 Acadêmico do curso de Medicina do Centro Universitário FIPMoc – Afya

3 Acadêmico do curso de Medicina da Universidade Minas Gerais – UFMG

4 Acadêmico do curso de Medicina da Universidade Anhembi Morumbi – UAM