INTERACTION OF NUTRITIONAL THERAPY IN THE TREATMENT OF VULVOVAGINAL CANDIDIASIS (CANDIDA ALBICANS)
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202410311618
Thammy Lis Alves de Souza¹
Francisca Marta Nascimento de Oliveira Freitas²
Rosimar Honorato Lobo3
RESUMO
Dentre as candidoses existentes, podemos destacar a Candidíase Vulvovaginal causada pela Candida albicans como uma vulvovaginite mais presente na vida da maioria das mulheres sexualmente ativas. Há estudos que comprovam que, pelo menos uma vez na vida, as mulheres podem sofrer com a patologia, além de ter tendências a quadros de repetição. Com base de alguns estudos relacionados a nutrição na área da saúde da mulher, foi possível compreender como a alimentação pode auxiliar para a qualidade de vida das mulheres, portanto, o objetivo da pesquisa é identificar as interações da terapia nutricional no tratamento da Candidíase Vulvovaginal (CVV) ocasionada pelo fungo Candida albicans. Esse presente estudo trata-se de uma pesquisa exploratória, para realizá-la foi utilizado artigos indexados em base de dados no Google Acadêmico, Scielo, PubMed e livros para elucidar o tema em questão. Nos resultados foi identificado que uma dieta equilibrada, com baixa carga glicêmica, baixo teor de gordura, com fibras e grãos integrais, frutas e fitoterápicos antioxidantes, alimentos com betacaroteno, prebióticos e probióticos e a suplementação com a glutamina pode ser benéfica para casos de candidoses, tanto para prevenção quanto para tratamento.
Palavras-chave: Candidíase, Candidíase Vulvovaginal, Disbiose, Biofilme, Microbiota intestinal.
ABSTRACT
Among the existing candidiasis, we can highlight Vulvovaginal Candidiasis caused by Candida albicans as a vulvovaginitis most present in the lives of most sexually active women. There are studies that prove that, at least once in their lives, women can suffer from the pathology, in addition to having a tendency to reproductive conditions. Based on some studies related to nutrition in the area of women’s health, it was possible to understand how food can help women’s quality of life, therefore, the objective of the research is to identify the interactions of nutritional therapy in the treatment of Vulvovaginal Candidiasis (VVC) caused by the fungus Candida albicans. This present study is an exploratory research, to carry it out, articles indexed in databases in Google Scholar, Scielo, PubMed and books were used to elucidate the topic in question. The results identified that a balanced diet, with low glycemic load, low fat content, with fiber and whole grains, fruits and antioxidant herbal remedies, foods with beta-carotene, prebiotics and probiotics and supplementation with glutamine can be beneficial for cases of candidiasis, both for prevention and treatment.
Keyword: Candidiasis, Vulvovaginal Candidiasis, Dysbiosis, Biofilm, Intestinal Microbiota.
1 INTRODUÇÃO
Dentre as candidoses existentes, podemos destacar a Candidíase Vulvovaginal (CVV), que é uma infecção ocasionada pelo aumento de fungos de formato de leveduras do gênero Candida (Elias et al., 2023). A Candidíase Vulvovaginal ocasionada pela Candida albicans é uma das vulvovaginites mais conhecidas, há estudos que comprovam que a maioria das mulheres sexualmente ativas sofrem com a patologia pelo menos uma vez ao decorrer da vida (Noberg et al., 2015; Ribeiro et al., 2010; Costa et al., 2020).
A Candida é um fungo que faz parte da microbiota intestinal humana, dependendo do estado da microbiota ou da imunidade do hospedeiro é possível tornar esse fungo comensal em patógeno. Os fungos dessa espécie são caracterizados por causar infecções oportunistas e podem ser resistentes a medicamentos (Lopes et al., 2021).
A estruturação e o metabolismo da microbiota intestinal são influenciados pela alimentação, logo, hábitos alimentares podem auxiliar a prevenir, controlar e tratar o trato gastrointestinal de infecções oportunistas como essa (Kumamoto. 2020).
De acordo com Cordeiro et al. (2022) a alimentação adequada e equilibrada é fundamental para o tratamento de quadros infecciosos e inflamatórios por conta da atuação e regulação da microbiota intestinal em virtude da sua função imunomoduladora. Nesse sentido, podemos afirmar que hábitos nutricionais de longo prazo, juntamente com fármacos prescritos, são imprescindíveis para o controle e eliminação da C. albicans (Firmiano et al., 2020).
A dieta ocidental é baseada em alimentos industrializados, no qual apresentam um alto valor de gordura saturada, açúcares e aditivos alimentares. Esses alimentos possuem o poder de alterar a microbiota intestinal (Liang, 2018).
Com base de alguns estudos relacionados à alimentação e nutrição para a CVV, foi possível compreender como a escolha alimentar pode auxiliar para a qualidade de vida das mulheres. No estudo de Mizgier (2020) por exemplo, o autor comenta que uma dieta equilibrada com baixa carga glicêmica, baixo teor de gordura, antioxidantes, betacaroteno, ácido fólico, produtos ricos em cálcio, betaína é um bom uso de probióticos e prebióticos podem proteger o ambiente vaginal contra o crescimento desacerbado de leveduras.
Cordeiro et al. (2022) cita que uma alimentação que atua na modulação da microbiota intestinal é imprescindível para o tratamento, é interessante fazer a escolha de alimentos que equilibrem o ecossistema e a utilização de cepas para potencializar o efeito terapêutico.
Portanto, esse trabalho é justificado pelo interesse em ampliar, passar o conhecimento e pesquisar a fundo sobre um tema que faz parte da vida das mulheres do mundo todo. Sendo assim, o objetivo da pesquisa é identificar as interações da terapia nutricional no tratamento da Candidíase Vulvovaginal (CVV) ocasionada pelo fungo Candida albicans.
2 METODOLOGIA
2.1 Tipo de estudo
Para a realização desse trabalho foi realizada uma pesquisa exploratória com abordagem de literatura.
2.2 Coleta de dados
Os dados foram coletados das seguintes bases de dados: Scielo, PubMed e Google Acadêmico, dando preferência a artigos publicados no período de 2020 à 2024.
Para a busca de fontes de pesquisa foi utilizado os seguintes descritores: Candidíase, Candidíase Vulvovaginal, Disbiose, Biofilme, Microbiota intestinal.
Para a pesquisa os critérios de elegibilidade considerados foram artigos de pesquisa de forma randomizada, revisões sistemáticas e capítulos de livros que explicitam o assunto em questão.
Como critério de inelegibilidade foi considerado artigos fora do recorte temporal (anos inferiores à 2015) e materiais não disponibilizados gratuitamente.
2.3 Análise de dados
Os dados analisados foram: identificação e morfologia dos tipos de Candida, tipos de infecções ocasionadas pelo gênero, informações sobre a patologia fúngica do presente estudo e desempenho e formas de uso da dietoterapia em relação a infecção.
A seleção dos artigos foi feita através da relação dos títulos com o tema, após a leitura, foi extraída as informações que elucidassem a presente pesquisa. Durante o período de pesquisa, encontrou-se 150 artigos, dentre eles, apenas 48 artigos estavam aptos conforme os critérios pré-estabelecidos no projeto de pesquisa e 2 livros que abordam o tema de forma abrangente.
A análise de informações foi realizada por leitura exploratória de uma pesquisa bibliográfica de materiais encontrados de forma qualitativa.
Figura 1 – Fluxograma de seleção de artigos
Fonte: Própria autoria (2024).
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os fungos são seres eucarióticos, ou seja, são células que possuem um núcleo verdadeiro, e além dessa característica, são seres diversificados. Na sua diversidade é possível destacar: bolores, leveduras e cogumelos. Muitos fungos são unicelulares (como por exemplo as leveduras) e outros são multicelulares (por exemplo os bolores) (Engelkirk et al., 2015).
Morfologicamente, Zaitz et al., (2019) explica que é possível distinguir os tipos de fungo macroscópicamente e microscópicamente. As Leveduras podem se reproduzir de forma sexuada ou assexuada através de Cissiparidade (ou divisão direta), que é quando o núcleo das células se divide em duas células filhas idênticas à célula mãe ou por Brotamento, que é através da formação de um broto em um determinado ponto da célula.
As células Candida, por exemplo, são leveduras que se reproduzem por meio de brotamento em cadeia, formando diversos filamentos denominados pseudo-hifas ou pseudomicélio filamentoso. Nos meios de cultivo, as leveduras possuem colônias pastosas ou cremosas e com coloração branca, creme, rosa, laranja ou preta (Zaitz et al., 2019).
A classificação taxonômica dos fungos é realizada por meio de suas características morfológicas e recebem sufixos específicos: divisão: mycota; classe: mycetes; ordem: ales; família: aceae; gênero e espécie: não possui sufixo específico (Zaitz et al. 2019). A classificação taxônomica do gênero de algumas espécies de Candida é: divisão: Ascomycota, gênero fase sexuada: classe: Hemiascomycetes; ordem: Saccharomycetales; família: Saccharomycetaceae; gênero: Pichia guiliermondii, P. novergensis, Issatchenkia orientlais; gênero fase assexuada, gênero: Candida guiliermondii, Candida norvegensis, Candida krusei (Zaitz et al., 2019).
Sobre a Candida Albicans Zaitz et al. (2019) cita que é um dos principais fungos anamorfos de interesse médico e descreve apenas a classe e o gênero do fungo em questão: classe: Blastomycetes; gênero: Candida albicans. Os fungos são considerados um dos maiores reinos eucarióticos existentes, com dados que apontam 1,5 a 5 milhões de espécies. O reino Fungi forma um grupo extenso de ciclos de vida, metabolismos, morfogêneses e ecologias, abrangendo o mutualismo, parasitismo e comensalismo (Choi et al., 2017).
Por mais que existam várias espécies de fungos, não são todas que apresentam perigo. Lopes et al. (2021) citou em seu estudo que apenas centenas de espécies podem apresentar algum tipo de perigo aos humanos, e entre essas espécies, o fungo mais comum entre as patologias é a Candida.
De acordo com o estudo de Pignatari et al. (2016) sobre epidemiologia microbiológica de candidemias no Brasil, a taxa bruta de mortalidade por candidemia durante a internação foi de 72,2%. Espécies não-albicans de Candida retrataram 65,7% dos 137 isolados de leveduras. C. albicans (34,3%), Candida parapsilosis (24,1%), Candida tropicalis (15,3%) e Candida glabrata (10,2%) foram as espécies mais predominantes.
3.1 Candida
A Candida é um fungo comensal que habita na microbiota intestinal dos seres humanos, mas dependendo de como se encontra a microbiota intestinal do indivíduo pode se tornar um patógeno preocupante. Dentre a diversidade de espécies de Candida podemos citar: Candida albicans, Candida glabrata, Candida tropicalis, Candida parapsilosis Candida krusei e a mais recente ameaça à saúde pública global Candida auris (Lopes et al., 2021).
No Brasil é estimado que 75 à 90% das mulheres que possuem a vida sexual ativa apresentam candidíase vaginal em algum momento de sua vida, sendo que dentre essas mulheres, 40 a 50% vivem novos surtos e 5% sofrem com episódios recorrentes, ou seja, apresentam mais de três quadros anualmente. (Noberg et al., 2015; Ribeiro et al., 2010; Costa et al., 2020).
No ambiente hospitalar brasileiro, as taxas de mortalidade por candidemia são altas, superiores a 50%. É possível destacar como fator desse quadro: gravidade de condições subjacentes, alto escore APACHE (Acute Physiology and Chronic Health Evaluation), diagnóstico tardio e falta de atenção sobre a candidemia da equipe clínica (Doi et al., 2016).
Muitas espécies de Candida são colonizadoras da microbiota normal da pele, do trato gastrointestinal e geniturinário. Essas espécies colonizadoras não geram infecção desde que não ocorra algum desequilíbrio nos mecanismos de defesa (Peixoto et al., 2014).
Silva et al. (2020) verificaram, em seu estudo, a morfologia em nível macroscópico e microscópico: Em nível macroscópico, a Candida é caracterizada por consistência cremosa, brilhante ou opaca, apresenta uma coloração esbranquiçada e dependendo do caso, pode apresentar coloração avermelhada. A nível microscópico, o fungo pode variar de 5mm à 7mm de diâmetro, células variam entre características simples, ovais, arredondadas ou alongadas e uma boa parte se reproduz por brotamento.
Silva et al. (2020) cita que, ao reproduzir, podem formar células independentes ou unidas, essas células unidas apresentam uma estrutura alongada chamadas de pseudo-hifas, e quando as células se desvinculam da célula-mãe são denominadas hifas. Há vários tipos de infecção ocasionadas pelo gênero Candida, dentre elas temos: Candidíase Vulvovaginal (CVV), Candidíase Oral, Candidíase de Pele.
O microrganismo se desenvolve adequadamente em superfícies quentes e úmidas, causando candidíase, dermatite das fraldas e candidíase oral (Silva et al., 2020). Plas (2016) explica em seu estudo que a Candidíase Oral é originada por várias espécies, mas principalmente pela Candida spp e Candida albicans, que é identificada por invadir células epiteliais e causar danos aos tecidos da região oral. Taylor et al. (2023) aponta que lesões brancas ou eritemas, aftas, herpes, mucosa bucal, disfagia (dificuldade para engolir) e dor na região da língua são sintomas da Candidíase Oral.
Em relação a Candidíase Cutânea, Silva et al. (2021) identificou no estudo que, ocorre quando a umidade, temperatura e pH estão adequados para o desenvolvimento do fungo, geralmente as dobras da pele, embaixo das fraldas de recém-nascidos são ambientes acometidos por esse tipo de Candidíase, além de ser frequente em climas tropicais ou durante o verão.
De acordo com o estudo de Silva et al. (2021) pacientes com Diabetes mellitus e o HIV estão associados à Candidíase Cutânea. Ela pode apresentar por intertrigo (localizado nas dobras da pele como axilas, virilha, sulco interglúteo, prega submamária e em pessoas obesas na prega suprapúbica. É produzido eritema, edema, exudado purulento e pústulas), foliculite (determinada pela infecção do folículo piloso em pacientes HIV+), micose nas unhas e inflamação ao redor da unha.
Dentre os diversos tipos de candidíase, há a candidíase esofágica. Junior et al. (2023) descreveu em seu estudo que a candidíase esofágica é a causa principal de esofagite. O estudo mostra que é um tipo de candidíase muito comum em pacientes HIV+, AIDS e pacientes com Diabetes Mellitus.
Gama et al. (2021) verificaram em seu estudo, na Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado no Amazonas em pacientes HIV+ internados, um risco aumentado de morte em pacientes que apresentam distúrbios gastrintestinais, principalmente candidíase orofaríngea-esofágica, que inclusive é um indicador de imunossupressão avançada. Esse tipo de infecção fúngica auxilia a equipe médica a diagnosticar a progressão clínica e o risco de morte.
Junior et al. (2023) mostra como sintoma dor ao engolir, dor na região do esôfago, dor abdominal, náusea, azia, perda de peso e diarréia. Também é possível ter o diagnóstico observando a presença de candidíase oral e com a contagem baixa de números de células CD4+. Sobre a Candidíase Peniana, Wray et al. (2022) menciona em seu estudo sobre a Balanite.
O estudo desvenda que geralmente a causadora da Balanite é a Candida albicans, que pode estar associada a diabetes. Ou seja, é possível que indivíduos portadores de Diabetes Mellitus venham a sofrer com essa condição. Como sintomas, o artigo cita a dor, vermelhidão e mau cheiro na região do prepúcio, além de poder desenvolver edema na região do prepúcio à glande.
Candidíase Vaginal é reconhecida por um corrimento de fluxo grande, espesso e com odor fétido. Pode ser gerada pelo início precoce das atividades sexuais, os dispositivos intrauterinos (DIU), gravidez ou utilização frequente de duchas vaginais (Noberg et al., 2017).
Essa patologia é marcada por prurido (coceira), dispareunia (dor durante a relação sexual) e pelo corrimento vaginal espesso e intenso. Com frequência a vulva e a vagina encontram-se edemaciadas (inchaço) e hiperemiadas (região avermelhada), podem ser acompanhadas de ardor ao urinar e sensação de queimação (Peixoto et al., 2014).
3.2 Candida albicans
É a infecção mais comum e consequentemente a mais conhecida em ambientes hospitalares. Candida albicans é um comensal presente em todos os indivíduos e pode ser inofensivo e ofensivo. (Perry et al., 2020).
Candida albicans é o gênero com bastante peso em função da sua prevalência, tanto em hospedeiros saudáveis, como naqueles que apresentam alguma alteração ou comprometimento no seu sistema imunológico. São organismos eucariontes que apresentam as seguintes características: não possuem pigmentos fotossintetizantes, parede celular basicamente composta por quitina, membrana plasmática fosfolipídica com vários esteróis e ergosterol e alimentação feita por carbonos presentes no ambiente. (Santana et al., 2013).
A Candida albicans é um fungo oportunista que está presente em pessoas saudáveis na mucosa orofaríngea, esofágica e gastrointestinal, ou seja, Candida albicans pode causar candidíase em todas essas regiões. (R et al., 2023).
Os carboidratos da parede celular atuam predominantemente como PAMPS (padrões moleculares associados a patógenos) que induzem tanto imunidade protetora quanto superativação potencialmente patogênica da resposta inflamatória (Gow et al., 2012).
C. albicans cresce e forma micélios em diferentes ambientes no corpo do hospedeiro, adaptando-se a várias condições. Suas formas – Leveduras, hifas e pseudo-hifas – variam em sua morfologia, função e condições de crescimento. Ela obtém nutrientes do ambiente, usando fontes de carbono, já que a sua parede celular é rígida e impede a realização da fagocitose (Chen et al., 2020).
Hifas alongadas conseguem escapar de células fagocíticas (por isso conseguem completar a infecção) e células leveduriformes se espalham e se proliferam pela corrente sanguínea, essa morfologia contribui para a sobrevivência de Candida albicans nos hospedeiros que habita (Berman, 2023).
MCManus et al. (2014) cita em seu estudo que a C. Albicans é uma espécie dimórfica que pode crescer como levedura ou formas filamentosas, e é uma das duas únicas espécies de Candida capazes de formar hifas verdadeiras.
Uma característica da C. Albicans é a transformação das leveduras em hifas, essa transformação morfogênica explica o aumento da patogenicidade dessa espécie de Candida (Papon et al., 2021).
Os danos provocados pelo fungo ocorrem quando as hifas são fortalecidas por fatores de virulência como a liberação de enzimas, substâncias nocivas ainda desconhecidas e características que ajudam na penetração, como o crescimento das hifas (Gow et al., 2012).
Wall et al. (2019) informa que a maioria das manifestações da candidíase está associada à formação de biofilme na superfície de superfícies biológicas ou artificiais. Os biofilmes são aglomerados de células microbianas que estão grudadas às superfícies e cobertas de uma substância protetora chamada matriz extracelular (Perry et al., 2020).
Perry et al. (2020) identificou em seu estudo que o estado de crescimento do biofilme guarnece aos microrganismos em seu interior um ambiente protegido de flutuações no ambiente, predadores (células de defesa), estresses ambientais e forças mecânicas. O biofilme tem diversos benefícios: quanto maior o tempo de vida do fungo, maior o desenvolvimento do biofilme, e consequentemente, maior a resistência do mesmo.
Wall et al. (2019) cita em seu estudo que a formação do biofilme é dividida em quatro partes: aderência, proliferação, maturação e dispersão. Nesse estudo é possível entender que na fase de aderência às células de levedura se fixam à superfície material e formam uma camada basal para se sustentar. Na fase de proliferação, é o início da filamentação, ou seja, é quando as hifas ou as pseudo-hifas surgem e se alongam durante todo o processo de formação do biofilme.
Na fase de maturação, o arcabouço hifal fica envolto em uma manta de substâncias exopoliméricas (EPS) auto produzidas, o EPS é composto por carboidratos, proteínas, lipídios e DNA, ele atua como uma cola adesiva que mantém toda a estrutura do biofilme unida (Wall et al., 2019). Sobre a última fase, dispersão, é o estágio que garante que o ciclo de vida do biofilme possa se repetir.
O estudo de Perry et al. (2020) aponta que a matriz extracelular que envolve o biofilme de C. albicans atua como barreira protetora, ou seja, impede a penetração de vários compostos, quanto mais maduro o biofilme for, maior a resistência à estresses ambientais, tratamentos antifúngicos e ataque do sistema imune do indivíduo.
Perry et al. (2020) explana que além da barreira física da matriz, a invulnerabilidade dos biofilmes aos antifúngicos ocorre por conta das células dentro dos biofilmes que regulam positivamente as bombas de efluxo de drogas (por exemplo Cdr1, Cdr2, Mdr1), essa regulação impede que as drogas antifúngicas alcance concentrações letais dentro do biofilme.
Outro ponto em relação à resistência do biofilme é que as células associadas ao biofilme se desenvolvem mais devagar do que as células planctônicas e isso reduz a captação de agentes antimicrobianos (Santana et al., 2013).
3.3 Candidíase Vulvovaginal (CVV)
A Candidíase Vulvovaginal é uma patologia fúngica caracterizada pela infecção na região vulvovaginal, seu desenvolvimento é estabelecido quando há condições que favorecem o crescimento de leveduras do gênero Candida, essas condições variam entre alterações na microbiota ou diminuição da resposta imune do indivíduo (Elias et al., 2023).
Há muitos estudos que demonstram a interação Candida-hospedeiro durante a Candidíase Vulvovaginal está relacionada ao sistema imune do hospedeiro, essa relação envolve a interação dos atributos fúngicos e células imunes (Papon et al., 2021).
Candida albicans é o agente etiológico da candidíase vulvovaginal – CVV em 80% a 92% dos casos, podendo o restante ser devido às espécies não albicans (glabrata, tropicalis, krusei, parapsilosis) e Saccharomyces cerevisae (Brasil, 2022, p.105).
Entre as vulvovaginites existentes, a candidíase vulvovaginal (CVV) é a segunda mais comum entre as mulheres, há uma estimativa que a CVV acomete 75% das mulheres em alguma fase da vida, sendo que 50% apresentam outros episódios e 5% manifestam candidíase vulvovaginal recorrente (CVVR) (Feuerschuette, 2010).
Brasil (2022) explana em seu protocolo clínico que a CVV se classifica em duas categorias: CVV não complicada e CVV complicada. A não complicada possui as seguintes características: sintomas leves/moderados, frequência esporádica, agente etiológico C. albicans e ausência de comorbidades. A CVV complicada é caracterizada por: sintomas intensos, frequência recorrente (CVVR), agente etiológico não albicans (glabrata, kruzei), presença de comorbidades (diabetes, HIV) ou gestação.
Um estudo pioneiro no qual foi introduzido intravaginanalmente C. albicans vivos em humanos confirmou que a CVV é mediada por respostas imunes inatas, foi revelado que um recrutamento de neutrófilos para o lúmen vaginal foi positivamente correlacionado com os sintomas relatados da doença. Por causa do impacto negativo da imunidade do hospedeiro durante a evolução da doença, a Candidíase Vulvovaginal foi conceituada como uma imunopatologia (Willems et al., 2020).
Sobre a morfogênese, o estudo de Cauchie et al. (2017) explana que a forma hifal é encontrada em amostras vaginais inflamatórias de mulheres portadoras de CVV. O estudo explica que as hifas atuam no papel de mecanismo de defesa que impede o falecimento do fungo por células fagocitórias presentes no organismo do hospedeiro.
Como diagnóstico macroscópico, Cruz et al. (2020) encontrou em sua pesquisa: corrimento vaginal, prurido, alteração do pH vaginal, edema, hiperemia na região da vulva e da parede vaginal, dispareunia e disúria. No estudo de Elias et al. (2023) os sintomas da patologia são: coceira vulvovaginal, ardor, corrimento branco, grumoso, inodoro, com aspecto pastoso característico de leite azedo.
Para o diagnóstico microscópico, Brasil (2022) explica que para exame a fresco, é utilizado soro fisiológico e hidróxido de potássio a 10% para aumentar a visibilidade de hifas e/ou esporos dos fungos. Brasil (2022) afirma que a Candidíase Vulvovaginal é associada ao pH normal vaginal (<4,5), e que diante de forte suspeita de CVV, mas com citologia a fresco negativa, deve-se realizar cultura vaginal específica em meios de Sabouraud, Nickerson ou Microstixcandida.
3.4 Terapia Nutricional para Candidíase Vulvovaginal (CVV) ocasionada pelo fungo Candida albicans
A Candida albicans é estabelecida no intestino com milhares de outras espécies microbianas que constituem a microbiota intestinal, mas tipicamente em níveis muito baixos. A microbiota desempenha um papel no controle do crescimento de C. albicans no trato gastrointestinal. Sua composição e o metabolismo da microbiota intestinal humana são influenciados pela dieta e entende-se que a dieta também pode influenciar a colonização intestinal por esse patógeno (Delavy, 2023; Kumamoto 2020).
A Candida sobrevive dos açúcares da nossa alimentação e de células mortas. Uma dieta feita com leite e seus derivados, pão, refrigerantes, sorvete, presunto, biscoitos, chocolates e entre outros alimentos ricos em carboidrato e alimentos industrializados podem piorar o quadro infeccioso. Hábitos nutricionais saudáveis de longo prazo são necessários para manter a diversidade de populações microbianas no trato gastrointestinal (Hirsch, 2010; Moszak et al., 2020)
Duprat et al., (2023) cita que a frequência de alimentos fermentativos como frutas cítricas e bebidas alcoólicas podem provocar o aumento de Candida albicans. O artigo explica que esses alimentos podem causar inflamação na mucosa intestinal, principalmente em indivíduos que apresentam disbiose intestinal. Essa inflamação proporciona aumento da permeabilidade e alterações da barreira intestinal, ou seja, a infecção fúngica se multiplica.
Nesse contexto, Cordeiro et al., (2022) enfatiza em seu estudo a importância da alimentação adequada e equilibrada no tratamento de doenças infecciosas e inflamatórias. A sua atuação e regulação da microbiota intestinal tem função imunomoduladora, o que é extremamente interessante para o tratamento.
As dietas “não saudáveis” são dietas de alimentos refinados e alimentos processados, esses alimentos apresentam uma quantidade de gordura saturada, açúcares e aditivos alimentares exorbitantes que possuem a capacidade de destruir a microbiota intestinal do ser humano. Ou seja, a dieta ocidental por exemplo, por ser rica em gordura e açúcar, tem a capacidade de alterar a composição genética e atividade metabólica de nossos microrganismos residentes no intestino, no caso, o microbioma. (Liang, 2018; David et al., 2014).
A dieta tem bastante influência na microbiota intestinal. No entanto, tem sido demonstrado que a abundância de Candida correlaciona-se negativamente com uma dieta rica em aminoácidos, ácidos graxos e proteínas (Otašević, 2018).
Uma dieta para eliminar a C. Albicans, de acordo com Firmiano et al. (2020), deve ser seguida por pelo menos três meses e estar associada à terapia convencional medicamentosa, ou seja, com fármacos prescritos por um especialista. Uma dieta com uma grande quantidade de alimentos anti-inflamatórios pode ajudar a controlar o desenvolvimento de colônias e evitar crises recorrentes.
Para proteger adequadamente o ambiente vaginal contra a multiplicação excessiva fungos leveduriformes, é importante ter uma dieta adequadamente equilibrada, baixa carga glicêmica, baixo teor de gordura, contendo ácido fólico, vitaminas D, E, C, A e betacaroteno, bem como produtos ricos em cálcio e betaína (Mizgier, 2020).
Mizgier (2020) também explica em seu estudo que doces e outras fontes de carboidratos podem afetar a resposta glicêmica humana. O autor comunica que a exposição crônica e contínua à hiperglicemia após uma refeição pode ter um efeito adverso na saúde e tem sido associada a danos oxidativos por reduzir a defesa antioxidante plasmática e aumentar a inflamação devido à produção de radicais livres.
O estudo de Firmiano et al. (2020) informa que é importante evitar frutas secas, melão e a melancia na dieta, pois a frutose presente tem potencial de fermentação por haver fungos presentes no hospedeiro. O autor declara que a utilização de leite e derivados deve ser impedido, pelo fato da lactose ser um tipo de açúcar. O açúcar tem a capacidade de modificar o pH intestinal, deixando o ambiente alcalino, favorecendo então a proliferação aumentada dos fungos.
Em relação a bebidas industrializadas, alcoólicas e fermentadas Firmino et al. (2020) discorre que interfere diretamente na ação do sistema imunológico justamente por esses insumos servirem de alimento para as candidoses.
A preferência pelos grãos integrais incentiva a diminuição de citocina pró inflamatória. Dietas semelhantes com a do Mediterrâneo são capazes de estimular bem-estar para os indivíduos por apresentarem em sua composição elementos antioxidantes como por exemplo: vinagre balsâmico, vinho tinto, azeite de oliva extravirgem e óleo de sementes (Silva et al. 2020).
As fibras solúveis como a β-glucana estão envolvidas na regulação de glicose sanguínea e na diminuição de colesterol, já as fibras insolúveis possuem efeito laxativo (Reis et al., 2023).
Sobre o uso de Probióticos, Mizgier (2020) esclarece que os probióticos têm um efeito positivo sobre o tempo de trânsito gastrointestinal e garantir o desenvolvimento adequado da microflora que habita o corpo. A espécie Lactobacillus produz ácido lático, acético e peróxido de hidrogênio (H2O2), mantém o pH vaginal em torno de 4,5 ou menos, dificulta o crescimento de Candida albicans, sendo, portanto, considerada protetora contra CVV. E por fim, o mesmo estudo relata: os prebióticos podem ser introduzidos artificialmente nos alimentos para melhorar o valor nutricional e de saúde, por exemplo, inulina, fruto coligossacarídeos, lactulose ou derivados de galactose e β glucana.
A glutamina é um aminoácido condicionalmente essencial, de grande importância em vários processos metabólicos, auxiliando na funcionalidade das barreiras da mucosa intestinal, com importância nas funções imunes do intestino (Reis et al., 2023).
Firmiano et al (2020) comenta que o uso da glutamina em convergência a C. albicans diminui a incidência do fungo, ou seja, reduz o número de colônias infectadas. Lyra et al. (2022) cita como exemplos de alimentos prebióticos: alho, cebola, banana, sementes e algumas frutas. E como exemplos de probióticos o estudo exemplifica: kefir, kombucha e iogurte.
Lyra et al. (2022) expõe que dietas semelhantes a do Mediterrâneo trazem diversos benefícios para a prevenção e tratamento da infecção, são alimentos fontes de antioxidantes, por exemplo vinagre balsâmico, azeite de oliva, óleos de sementes. Também outros alimentos como carnes, ovos, vegetais frescos, iogurte, cogumelos, e chás calmantes como de capimlimão.
Ottaviano et al. (2021) mostrou em seu estudo que o cranberry (Vaccinium macrocarpon) e seus metabólitos urinários possuem uma atividade antifúngica e são capazes de inibir a formação de biofilme de Candida in vitro. Beltran et al. (2023) identificou em seu estudo mecanismos antifúngicos do óleo de orégano, os pesquisadores explicam que as propriedades do óleo desnaturam as enzimas fúngicas que ocasiona a interrupção do crescimento e da proliferação do fungo.
O estudo de Beltran et al. (2023) traz a informação que a Curcumina possui o efeito antioxidante, efeitos anti-inflamatórios, modula os mediadores inflamatórios e regula as células imunológicas através do estímulo de produção das células T. A curcumina possui efeito antifúngico e antimicrobiano, é um agente que pode ser digerido em baixas doses no sistema gastrointestinal, sua segurança é evidenciada como um agente não mutagênico e não genotóxico. (Cruz et al. 2022).
No estudo de Leite et al. (2021) conclui-se que o uso de alho (extrato em óleo, frescal ou em pó) possui resultados positivos para inibição do crescimento e filamentação da Candida Albicans. O estudo cita que o alho em forma de extrato macerado possui uma ação favorável para inibir a proliferação desta levedura.
De Souza (2019) explanou em sua pesquisa que a utilização do alho para fins terapêuticos é milenar. Ela cita que a substância presente no alho, a alicina e a ajoene, são princípios ativos que possuem ação antimicrobiana, antifúngica, antiviral, antioxidante, imunomoduladora, hipercolesterolemiante e vasodilatadora.
Lira et al. (2022) descreveu no seu estudo as propriedades terapêuticas presentes no fitoterápico Bauhinia forficata, conhecido popularmente como “Pata de Vaca”. O estudo explica que este fitoterápico está relacionado a compostos fenólicos dos flavonoides e essa relação traz uma ação antioxidante. O estudo concluiu que a “Pata de Vaca” possui propriedades terapêuticas antibacterianas, antifúngicas, antioxidantes e hipoglicemiante (ideal para o manejo de pacientes com Diabetes Mellitus tipo 2, que é considerado alvo para infecções fúngicas).
Cordeiro et al. (2022) concluiu em seu trabalho que o ideal é ter o controle da qualidade alimentar e fazer o bom uso de prebióticos. Sobre os prebióticos, os autores acreditam que as fases do processo terapêutico precisam ser aplicadas antes da administração de cepas, pois assim pode evitar carências nutricionais.
Por mais que algumas cepas já tenham comprovado eficácia no tratamento da candidíase, o diagnóstico nutricional e clínico pode ser decisivo em casos de repetição, especialmente os casos com o uso de fármacos (Cordeiro et al., 2022).
Na tabela 1, são apresentados alimentos que fazem parte do padrão de dieta mediterrânea. Os alimentos listados a seguir interagem positivamente com a terapia medicamentosa por conta do seu teor anti-inflamatório, antioxidante e regulador da microbiota intestinal.
Tabela 1 – Interações dos alimentos para a Terapia Nutricional no tratamento da Candidíase Vulvovaginal (Candida albicans).
Os estudos de Lyra et al. (2022) e Silva et al. (2020) têm mostrado que o padrão alimentar mediterrâneo é considerado um pilar da dietoterapia para Candidíase Vulvovaginal. Esse hábito alimentar é válido por apresentar elementos antioxidantes e anti-inflamatórios, que como resultado, previne, controla e trata a infecção por combater o estresse oxidativo e inflamação local, consequentemente, favorece o declínio na reprodução de colônias fúngicas.
A dieta anti-inflamatória, de acordo com Firmiano et al. (2020), é importante para reduzir respostas inflamatórias que aumentam a reprodução do patógeno. O autor mostra que é necessário evitar alimentos processados, frutas secas, leite e seus derivados e açúcar para reduzir a incidência do agente patogênico.
Mizgier (2020) sugere que uma dieta equilibrada, baixo índice glicêmico, rica em antioxidantes (D, E, C, A), ácido fólico (B9), betacaroteno, cálcio e betaína pode desempenhar o papel de fortalecimento do sistema imunológico e na manutenção de uma microbiota vaginal saudável.
As fibras, tanto as solúveis quanto as insolúveis, são importantes na dietoterapia. Reis et al. (2023) explica que as solúveis ajudam a regular os níveis de glicose e de colesterol, enquanto as fibras insolúveis promovem um trânsito intestinal saudável. Como a saúde intestinal está relacionada à imunidade e ao controle das infecções fúngicas, o consumo de fibras é crucial na prevenção de novas crises de Candidíase Vulvovaginal.
Sobre os alimentos que possuem uma ação direta antifúngica, Ottaviano et al. (2021) reporta sobre o Cranberry, esse alimento tem metabolitos urinários com capacidade de inibir a formação de biofilmes da Candida, que dificulta a adesão e o crescimento do fungo nas paredes vaginais. Beltran et al. (2023) nos mostra que o óleo de orégano desnatura enzimas fúngicas, ou seja, interrompe a progressão do fungo. Por fim, Leite et al. (2021) e De Souza et al. (2019) informam que o alho é um potente antifúngico, além de possuir propriedades antioxidantes, imunomoduladoras e antivirais.
Observa-se na tabela 2 suplementos que podem fazer parte da dietoterapia. Os suplementos listados a seguir possuem a finalidade moduladora da microbiota intestinal, garantir o seu bom funcionamento reduz a possibilidade da formação de novas colônias.
Tabela 2 – Interações dos suplementos para a Terapia Nutricional no tratamento da Candidíase Vulvovaginal (Candida albicans).
O tratamento convencional da CVV envolve o uso de antifúngicos, mas a abordagem complementar com o uso de probióticos, prebióticos e a glutamina tem mostrado resultados vantajosos para acelerar a recuperação e prevenir crises recorrentes.
Os probióticos, principalmente aqueles que contém cepas, promovem o desenvolvimento de uma microbiota equilibrada, o que previne o crescimento excessivo de Candida. Enquanto os prebióticos atuam ao estimular o crescimento de bactérias boas e consequentemente melhoram o valor nutricional e a saúde intestinal (Mizgier et al., 2023).
Embora a Glutamina não atue diretamente no pH vaginal, sua contribuição está na contribuição para a integridade da barreira intestinal, impedindo o aumento de colônias infecciosas (Reis et al., 2023; Firmiano et al., 2020).
Na tabela 3, é possível observar a interação da Curcumina e da Pata de Vaca no tratamento da infecção. Os dois fitoterápicos são escolhas interessantes para incluir na dietoterapia por haver a ação antifúngica.
Tabela 3 – Interações dos fitoterápicos para a Terapia Nutricional no tratamento da Candidíase Vulvovaginal (Candida albicans).
O uso da curcumina é uma ótima opção como complemento ao tratamento convencional. Beltran et al. (2023) desenvolvem que a curcumina, composto bioativo presente na cúrcuma, possui propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Essas propriedades são importantes no tratamento da candidíase pois ajudam a reduzir os sintomas da infecção. Cruz et al. (2022), ainda sobre a curcumina, destacam que é um agente não mutagênico e não genotóxico com propriedades antifúngicas e antimicrobianas, essa atividade diminui a incidência do microrganismo e promove a saúde vaginal.
A pata de vaca (Bauhinia forficata), de acordo com Lira et al. (2022), possui ação antibacteriana, hipoglicemiante, antioxidante e antifúngica. Todos esses efeitos podem ser benéficos no controle da candidíase pois, o efeito antioxidante combate o estresse oxidativo, efeito antifúngico contribui para a redução da colonização por Candida, a ação antibacteriana é interessante caso a candidíase venha acompanhada por outras infecções vaginais e por fim, a ação hipoglicemiante que controla a glicose no sangue (que também é fator incidente para crises de candidíase).
4 CONCLUSÃO
A Nutrição pode ser benéfica para casos de candidoses. É possível identificar as interações da terapia nutricional com a prevenção e o tratamento da Candidíase Vulvovaginal (CVV). A análise dos resultados pode vir a elucidar sobre a importância da alimentação para lidar com casos de infecções fúngicas, assim como identificar recomendações dietoterápicas para mulheres, profissionais da saúde, educadores e simpatizantes do tema em questão.
Para tratar e prevenir a candidíase vulvovaginal, é essencial uma dieta nutritiva, incluindo alimentos anti-inflamatórios e de baixo índice glicêmico, além de vitaminas D, E, C, A, ácido fólico e betacaroteno. A dieta mediterrânea, rica em azeite de oliva, grãos integrais, vegetais e iogurte, é recomendada. Alimentos como alho, cranberry e óleo de orégano ajudam a combater o crescimento fúngico. Os fitoterápicos curcumina e a pata de vaca (Bauhinia forficata) também têm propriedades antifúngicas. Além disso, suplementos probióticos e prebióticos mantêm a saúde da microbiota e o pH vaginal, enquanto a glutamina melhora a saúde intestinal e controla a proliferação de fungos.
O entendimento da interação da terapia nutricional para o tratamento da Candidíase Vulvovaginal (CVV) pode ser importante para desenvolver estratégias preventivas e intervenções eficazes. Além disso, é esperado que o presente estudo possa aumentar o entendimento e fornecer como base de estudos sobre a importância da nutrição na área da saúde da mulher.
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¹Graduanda do Curso de Bacharelado em Nutrição do Centro Universitário FAMETRO. E-mail: listhammy@gmail.com
²Orientadora do TCC, Doutora em Biotecnologia pela Universidade Federal do Amazonas. Docente do Curso de Bacharelado em Nutrição do Centro Universitário FAMETRO. E-mail: francisca.freitas@fametro.edu.br
3Coorientador(a) do TCC, Especialista em Psicopedagogia e Psicomotricidade pela Universidade Estácio de Sá. Docente do Curso de Bacharelado em Nutrição do Centro Universitário FAMETRO. E-mail: rosimar.lobo@fametro.edu.br