CONTRIBUIÇÕES DA ARQUITETURA INCLUSIVA PARA PESSOAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA 

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202410282315


Caio Renan Viana Araújo1
Philipe do Prado Santos2


RESUMO

Este estudo tem como objetivo refletir sobre a exclusão de pessoas autistas no contexto da acessibilidade em projetos arquitetônicos, identificando essa exclusão como o problema central da pesquisa. Adotando uma abordagem exploratória e bibliográfica, a pesquisa se desenvolve a partir de uma revisão de literatura que inclui livros, artigos científicos, publicações periódicas e teses disponíveis em bases de dados confiáveis, como PubMed, Scielo e Google Scholar. As palavras-chave utilizadas nas buscas foram “autism”, “architecture”, “inclusive design” e “sensory-friendly design”. A revisão da literatura revelou diversos aspectos importantes a serem considerados na concepção de ambientes inclusivos para indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Esses aspectos incluem a necessidade de um design sensorial que considere as respostas a estímulos como luz, som e texturas, comuns em pessoas com TEA. Projetos que não atendem a essas necessidades podem exacerbar o desconforto e a exclusão dessas pessoas. Conclui-se que a arquitetura inclusiva para autistas não deve ser vista como um nicho especializado, mas como uma abordagem integrada que visa melhorar a qualidade de vida de todos os usuários, sejam os espaços públicos ou privados. Ao adotar princípios de design universal e valorizar a diversidade, os arquitetos têm a oportunidade de criar ambientes que não sejam apenas funcionais, mas também acolhedores e empáticos, promovendo uma experiência mais inclusiva para todos.

Palavras-chave: Inclusão social. Autismo. Ambiente construído para autista. Arquitetura inclusiva. 

ABSTRACT

This study aims to reflect on the exclusion of autistic people in the context of accessibility in architectural projects, identifying this exclusion as the central problem of the research. Adopting an exploratory and bibliographical approach, the research is developed from a literature review that includes books, scientific articles, periodicals and theses available in reliable databases, such as PubMed, Scielo and Google Scholar. The keywords used in the searches were “autism”, “architecture”, “inclusive design” and “sensory-friendly design”. The literature review revealed several important aspects to be considered in the design of inclusive environments for individuals with Autism Spectrum Disorder (ASD). These aspects include the need for a sensory design that considers responses to stimuli such as light, sound and textures, common in people with ASD. Designs that do not meet these needs can exacerbate the discomfort and exclusion of these people. In conclusion, autistic-inclusive architecture should not be seen as a specialized niche, but as an integrated approach that aims to improve the quality of life for all users, whether in public or private spaces. By adopting universal design principles and valuing diversity, architects have the opportunity to create environments that are not only functional, but also welcoming and empathetic, promoting a more inclusive experience for all.

Keywords: Social inclusion. Autism. Autistic built environment. Inclusive architecture.

1. INTRODUÇÃO

Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), o transtorno do espectro autista (TEA) se refere a uma série de condições definida por algum grau de comprometimento no comportamento social, na comunicação e na linguagem, e por um conjunto estreito de interesses e atividades que são únicas para o indivíduo e realizadas de forma repetitiva.  O TEA tem início na primeira infância e tende a persistir na adolescência até a idade adulta. Na maioria dos casos, as manifestações acontecem durante os primeiros cinco anos de vida.  Pessoas com o TEA normalmente apresentam outras condições concomitantes, incluindo epilepsia, depressão, ansiedade e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, sendo definido por uma sequência de fatores sociais e de comunicação associadas a comportamentos sensório-motores repetitivos e incomuns (OPAS, 2024; Takume et al., 2020).

Pessoas autistas têm limitações em processar as informações do ambiente físico através dos sentidos, principalmente a influência de estressores ambientais como ruído e desordem, e são forçadas a exercer mais esforço para compreendê-las e saber lidar com essas situações adversas. A dificuldade de compreensão provoca frustração e comportamento errático, por essa razão o ambiente tem grande impacto no comportamento de uma pessoa e na forma como as pessoas percebem a si mesmas e ao seu entorno (Ali et al., 2022).

Por isso a importância de espaços arquitetônicos que proporcione sensações inclusivas positivas aos usuários com autismo, visto que os números de pessoas diagnosticadas com autismo tem aumentado. Posto isso, para que os espaços físicos sejam eficazes e funcionais é sugerido que não sejam apenas baseados nas normas e diretrizes de acessibilidade, já que estas normativas possuem foco na elaboração de diretrizes quanto a limitações físicas, não considerando os usuários com transtornos mentais e suas especificidades, e a maneira como interagem e exploram o ambiente. Sendo assim, é fundamental que no momento de projetar o arquiteto leve em consideração as necessidades e especificações do público em questão, para que o ambiente se torne inclusivo para eles, o que é pouco falado e introduzido no meio arquitetônico (Albuquerque et al., 2019; Dutra; Queiroz; Santo 2022).

Este artigo aborda sobre a área de conhecimento da acessibilidade e arquitetura inclusiva para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e não se propõe explorar elementos e características que se referem a psicologia, a medicina e as demais áreas que estão diretamente ligadas ao autismo. Bem como, não pretende realizar ou pesquisar sobre diagnósticos, tampouco propor tratamentos. O objetivo do presente estudo é analisar a arquitetura como instrumento ativo na diminuição de impactos das residências, ambientes para tratamentos e lazer destinados a pessoas com o TEA, dentro do conceito da acessibilidade nos projetos arquitetônicos. Restringindo-se a abordar informações relevantes no que tange a arquitetura com o TEA, a pesquisa abordará a arquitetura inclusiva e as necessidades dos autistas, em relação aos estímulos do ambiente construído e a importância de inseri-los nos espaços construídos. 

2. METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa bibliográfica de abordagem exploratória do qual foi desenvolvida através de livros, artigos científicos, publicações periódicas e testes, disponíveis e base de dados confiáveis. A pesquisa bibliográfica envolve a busca e revisão da literatura existente sobre determinado tema, com o objetivo de familiarizar-se sobre a importância do assunto, identificar lacunas de conhecimento e formular hipóteses, para assim compreender o tema e direcionar estudos futuros (Gil, 2002, p. 45).

O presente estudo investigou nas bases de dados acadêmicas, livros, artigos científicos e tese/dissertação, a importância da arquitetura adaptativa para pessoas com espectro autista, com o objetivo de compreender as contribuições da arquitetura adaptada para criar ambientes inclusivos e acessíveis para estas pessoas, visando melhorar sua qualidade de vida e bem-estar. Com isso, esta pesquisa analisou a literatura existente sobre o autismo e suas especificações, explorou estudos e pesquisas que abordaram a relação entre autismo e o ambiente construído, além de identificar estratégias de design arquitetônico que promovam a inclusão e a acessibilidade e recomendações disponíveis na literatura atual para a criação de espaços inclusivos e adaptados para pessoas com autismo.

Foram consultadas bases de dados acadêmicas, como PubMed, Scielo e Google Scholar, utilizando palavras-chave pertinentes ao tema, como “autism”, “architecture”, “inclusive design”, “sensory-friendly design”. As fontes foram selecionadas de acordo com os seguintes critérios de inclusão: Artigos acadêmicos revisados por pares; Livros e capítulos de livros relevantes; Teses, dissertações e relatórios técnicos; Publicações recentes nos últimos 10 anos. Os artigos foram selecionados com base na relevância dos títulos e resumos para o tema. Em seguida, os artigos selecionados foram lidos na íntegra e analisados quanto às informações relacionadas à arquitetura inclusiva ao autismo. As informações foram organizadas e sintetizadas de acordo com temas relevantes, como design sensorial, organização espacial, materiais e texturas, e acessibilidade para autistas. Por fim, foi realizada uma análise crítica dos estudos revisados, destacando pontos fortes, limitações e tendências na literatura.

3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 AUTISMO E SUAS NECESSIDADES ESPECÍFICAS 

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) refere-se a condições determinadas por graus de comprometimento que envolvem comportamento social, comunicação e linguagem, e por um conjunto estreito de interesses e atividades que são singulares para o indivíduo e realizadas de forma repetitiva.  O TEA tem início na infância e tende persistir até a vida adulta, sendo na maioria dos casos, as manifestações nos primeiros cinco anos de vida. Pessoas com este transtorno normalmente apresentam outras condições associadas, como epilepsia, depressão, ansiedade e Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) (OPAS, 2024).

Sendo caracterizado por padrões de comportamento repetitivos, interesses restritos e dificuldades na compreensão e expressão das emoções, o termo “espectro do autismo” é frequentemente usado para refletir uma ampla habilidade e desafios enfrentados por pessoas. As características do autismo podem variar significativamente de pessoa para pessoa, mas normalmente incluem dificuldades na comunicação verbal e não verbal, dificuldades na interação social, comportamentos repetitivos ou restritos e interesses intensos em áreas específicas (Associação Americana de Psiquiatria, 2014).

Algumas pessoas com autismo também têm sensibilidades sensoriais naturais, como hipersensibilidade ou hipossensibilidade a estímulos sensoriais como luz, som, textura e cheiro. O autismo é revelado clinicamente com base na observação do comportamento e no histórico de desenvolvimento da pessoa. Não existe um único teste de diagnóstico para o autismo, mas os profissionais de saúde geralmente usam avaliações comportamentais e entrevistas com os pais e cuidadores para determinar se uma pessoa atende aos critérios para o diagnóstico. Não há cura para o autismo, mas intervenções precoces e adequadas, como terapias comportamentais, educacionais e médicas, podem ajudar as pessoas com autismo a desenvolver habilidades e alcançar seu potencial máximo (Posar; Visconti, 2018; Bem-Sasson et al., 2009).

Segundo Tomchek e Dunn (2007) as alterações sensoriais são comuns e podem envolver hipersensibilidade (sensibilidade aumentada) ou hipersensibilidade (sensibilidade reduzida) a estímulos sensoriais como luz, som, textura, cor, cheiro e sabor. Essas sensibilidades sensoriais podem variar de acordo com a forma como as pessoas com autismo percebem e respondem ao ambiente ao seu redor, podendo causar desconforto, ansiedade ou desorientação. Portanto, estudos sugerem que até 90% das pessoas com autismo experimentam alterações sensoriais. Essas alterações podem se manifestar de várias maneiras, como: 

Hipersensibilidade sensorial: Pessoas com autismo podem ser sensíveis a estímulos sensoriais comuns, como luzes estendidas, sons altos, texturas naturais, cores ou cheiros fortes. Isso pode causar desconforto, ansiedade ou até mesmo dor.

Hipossensibilidade sensorial: Por outro lado, algumas pessoas com autismo podem ter uma resposta reduzida a estímulos sensoriais, o que significa que podem não responder especificamente a estímulos como dor, temperatura ou percepção do corpo. Isso pode levar a comportamentos de busca de sensações, como balançar o corpo ou procurar estímulos sensoriais intensos.

As alterações sensoriais das pessoas com TEA podem interferir seu comportamento em atividades cotidianas, inclusive comer, dormir e rotinas de dormir; além de essas alterações prejudicarem em momentos recreativos, ao viajar e participar de eventos na comunidade. Essas sensibilidades sensoriais podem afetar o bem-estar e a qualidade de vida, tornando as atividades cotidianas desafiadoras. Por isso, compreender e abordar as necessidades sensoriais individuais pode ajudar a melhorar o conforto e amenizar a ansiedade das pessoas com autismo através do ambiente construído (Posar; Visconti, 2018; Bem-Sasson et al., 2009).

3.2 IMPORTÂNCIA DA ARQUITETURA INCLUSIVA PARA AUTISTA

A arquitetura inclusiva tem um papel importante no bem-estar e na qualidade de vida das pessoas, através de espaços que são projetados para atender às suas necessidades específicas. A importância da arquitetura inclusiva para autistas pode ser entendida por meio de diversos aspectos, cada um contribuindo para uma experiência mais acolhedora e acessível. A acessibilidade sensorial: Ambientes arquitetônicos inclusivos são planejados para minimizar estímulos sensoriais excessivos que podem interferir no cotidiano das pessoas autistas. Isso inclui iluminação adequada, controle de ruído e escolha de materiais que reduzem a sobrecarga sensorial. Facilitação da Comunicação e Interação: A arquitetura inclusiva pode promover a comunicação e a interação social para pessoas autistas, criando espaços que são intuitivos e confortáveis para o engajamento interpessoal. Por exemplo, salas de espera e áreas comuns podem ser projetadas para proporcionar privacidade e evitar aglomeração, facilitando a comunicação para aqueles que podem ser sensíveis a estímulos externos (Brazão et al., 2023) 

Promoção da Independência e Autonomia: Espaços arquitetônicos inclusivos são essenciais para oferecer a independência e a autonomia das pessoas autistas. Isso pode incluir a incorporação de elementos como rotas acessíveis, sinalização clara e espaços de descanso que possibilitam que os indivíduos percorrem pelo local de forma independente e se sintam seguros ao fazê-lo. Inclusão Social e Participação Comunitária: Através de uma abordagem de design inclusivo, a arquitetura pode criar espaços que promovam a inclusão social e a participação comunitária para pessoas autistas. Isso envolve a criação de ambientes que sejam acolhedores e estimulantes, facilitando o envolvimento em atividades sociais e comunitárias. Ao considerar esses aspectos, fica explícito que a arquitetura inclusiva desempenha um papel crucial na promoção da acessibilidade, conforto e inclusão para pessoas autistas em diversos contextos da vida cotidiana (Altenmüller-Lewis, 2017).

Os ambientes, construídos ou não, tem estímulos que podem agradar ou desagradar e gerar desconforto caso ocorra grande desproporção com os limites do nosso corpo. Conforto é sinônimo de bem-estar referente às necessidades das pessoas e sua inclusão no ambiente imediato. Envolve critérios térmicos, acústicos, visuais e ainda químicos, e também o acréscimo de emoção e prazer. A  Cartilha  de  Ambiência  criada  pelo  Ministério  da  Saúde,  diz respeito  que  alguns recursos funcionam como modificadores e qualificadores dos espaços, agregando à compreensão ambiental, ressaltando os aspectos relativos à morfologia, à cinestesia, à  arte,  à  acessibilidade,  à  luz  e  à  cor,  mensuráveis,  e  à  privacidade,  à  Ambiência, espaço  físico  e  comportamento,  individualidade  e  aos  valores  culturais,  detalhes que não podem tanger, mas visivelmente perceptíveis quando incorporados ao ambiente (Brasil, 2010).

A organização sensorial ajuda o cérebro a processar as sensações e é essencial para um desenvolvimento natural. As capacidades de processamento sensorial são utilizadas para a interação social, desenvolvimento de habilidades psicomotoras, como também para a atenção e concentração. No desenvolvimento típico, existem diferentes processamentos sensoriais, e na maioria das vezes consegue lidar com os desconfortos e dificuldades que estes podem causar, mas quando essas dificuldades afetam significativamente a rotina do indivíduo, é caracterizado como um Transtorno. No TEA esse processamento da informação sensorial está comprometido, o que pode interferir no desempenho diário ou no comportamento, causado pela dificuldade em regular a intensidade da resposta a estímulos sensoriais. Portanto, a acústica neste aspecto há preocupação com a minimização de ruídos, eco e reverberação. Este controle, segundo Mostafa (2015), deve variar de acordo com o nível de foco exigido dentro do espaço. O Sequenciamento Espacial, deve-se basear na necessidade específica que a maioria dos autistas possuem relacionada à rotina e à previsibilidade. Na Compartimentalização, refere-se à organização dos locais pela função, limitando os estímulos sensoriais excessivos, para que seja clara a função de determinado ambiente. O planejamento de espaços de fuga, por exemplo, pode ser pensado com a função de oferecer local de fuga em caso de estímulo excessivo e possíveis crises, se referem de ambientes sensoriais neutros com mínima estimulação, planejar também em relação a transição dos locais, nada mais é que de fato fazer a transição dos ambientes, fazendo com que a pessoa adapte com o nível de estímulo e tenha a possibilidade de equilibrar os estímulos sensoriais antes de receber mais estímulo de outro ambiente. Em relação à Segurança, em consequência ao prejuízo do sentido vestibular, é importante evitar alguns elementos, como arestas e cantos, tudo isso pensando nas especificidades do TEA (Luz; Amarães, 2021).

3.3 DIRETRIZES E RECOMENDAÇÕES PARA AMBIENTES INCLUSIVO PARA AUTISTAS

Apesar dos possíveis benefícios do planejamento arquitetônico de ambientes inclusivos para autistas, as Diretrizes de Acessibilidades não possuem especificações para pessoas com Transtorno do Espectro Autista. Magda Mostafa (2015), desenvolveu um index que nomeou de “ASPECTSS”, cada letra desse termo se refere a uma diretriz projetual. Os termos originais estão na língua inglesa, em tradução livre, seriam: Acústica, Sequenciamento Espacial, Espaço de Fuga, Compartimentalização, Transições, Zoneamento Sensorial e Segurança. A inadequação da construção do ambiente físico às necessidades do indivíduo adquire um caráter especialmente problemático no caso de crianças com espectro autista. Estudos confirmam que para o entendimento de uma abordagem sensorial ao TEA, relacionam-se às dificuldades cognitivas e comportamentais dessa condição como resultado direto de alterações no processamento sensorial de estímulos do meio físico (Castro; Ferreira, 2021; Mostafa, 2008); estas, por sua vez, geram alterações na captação dos estímulos ambientais, que são processados de maneira diminuída ou exageradamente aumentada. Portanto, os dados disponíveis foram destacados a partir de cinco principais categorias de diretrizes espaciais: legibilidade espacial; organização em compartimentos; zoneamento sensorial; diversidade de configurações espaciais; e segurança. Cada uma dessas categorias, por sua vez, abrange um conjunto de estratégias espaciais a serem adotadas na concepção de projetos arquitetônicos inclusivos ao TEA.

A Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo (Lei 12.764/12), passou a considerar, para os efeitos legais, que autistas são como pessoas com deficiência, e estabeleceu como seus direitos básicos: vida digna, integridade física e moral, livre desenvolvimento de sua personalidade, segurança, lazer e o direito a ações e serviços de saúde, educação e mercado de trabalho.

Identificado a necessidade de acessibilidade dos ambientes construídos nos espaços urbano e rural, a Associação Brasileira de Normas Técnicas, por meio da NBR 9050 – Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos –, regulamenta as condições mínimas para viabilizar a mobilidade e a percepção desses ambientes. A norma recomenda que, para serem considerados acessíveis, todos os espaços devem atender aos requisitos nela descritos, porém o documento não faz menção ao Transtorno do Espectro Autista e suas demandas, ou a suas necessidades de adaptações. Desse modo, mesmo atendendo a todos os requisitos da NBR 9050, os ambientes permaneceram, na maioria dos casos, inacessíveis às pessoas com o transtorno. 

A carência de normas de acessibilidade arquitetônica para pessoas com o Transtorno do Espectro Autista não se restringe à realidade brasileira e a necessidade de planejamento inclusivo para essas pessoas. A arquiteta canadense citada por Magda Mostafa (2008), quando requisitada a projetar o primeiro centro terapêutico para autistas no Egito, surpreendeu-se ao recorrer aos manuais de acessibilidade e não encontrar nada sobre o tema. Visto esta necessidade, Magda Mostafa estabeleceu como critérios preliminares de uma arquitetura acessível a autistas: 

  • Acústica: Item mais frequente nos relatos de autistas e seus cuidadores primários como um dos fatores determinantes no conforto dos usuários;
  • Sequenciamento Espacial: Previsibilidade na interligação dos espaços conforme as rotinas diárias dos indivíduos;
  • Escape: Lugares seguros em que o indivíduo possa se recompor após estímulos excessivos ou momentos de crise;
  • Compartimentalização: Espaços pequenos de acordo com tarefas específicas a serem desenvolvidas para reduzir a quantidade de estímulos do ambiente;
  • Transição: ambientes neutros entre uma atividade e outra, para evitar excesso de informação sensorial;
  • Zoneamento Sensorial: Organização dos espaços de acordo com os diferentes estímulos sensoriais;
  • Segurança: Garantir que os ambientes mantenham a integridade física e psicológica de todos os usuários. 

Ainda não há habilitado em língua portuguesa diretrizes e recomendações e pesquisas específicas no âmbito da acessibilidade arquitetônica para autistas, o que certamente contribui para indisponibilidade de espaços públicos e instituições necessárias para inclusão e pleno exercício de sua cidadania. 

3.4 ARQUITETURA COMO INSTRUMENTO ATIVO NA DIMINUIÇÃO de impactos das residências, ambientes para tratamentos e ambientes de lazer para pessoas com o TEA

Estudos vem mostrando o crescente número de diagnósticos de pessoas com o Transtorno do Espectro Autista, e apesar do seu aumento de diagnóstico, o autismo é em geral ignorado no planejamento arquitetônico, não havendo códigos e diretrizes de construção específicos para as necessidades dos autistas, sendo excluído até mesmo daqueles elaborados especificamente para indivíduos com necessidades especiais, por serem códigos e diretrizes para necessidades especiais física. O mandato das Nações Unidas sobre o Programa Global para a Deficiência também não descreve padrões de construção específicos para o autismo. Embora não sejam juridicamente vinculativas, as Regras Padrão sobre a Igualdade de Oportunidades para Pessoas com Deficiência, resolução 48/96 em 20 de dezembro de 1993 apresentou aos governos um compromisso moral de promover oportunidades iguais às pessoas com deficiência como emprego, recreação, religião, educação e acessibilidade aos serviços públicos, sendo esta questão de acessibilidade uma preocupação para os arquitetos. (Mostafá, 2008).

 Com isso, foi revisado e pontuado que pessoas com distúrbios de desenvolvimento e psicossociais, dos quais o autismo é um deles, foram negligenciados dentro das práticas e códigos de construção (Mostafá, 2008). Visto a necessidade de inclusão das necessidades específicas dos autistas nos projetos e planejamentos arquitetônicos, Magda Mostafa presidente associada do departamento de Arquitetura da Universidade Americana do Cairo, criou um Índice de Design do Autismo, que classifica o impacto de fatores arquitetônicos e das características físicas do ambiente no comportamento das pessoas com o transtorno do espectro autista, para o desenvolvimento de conceitos de intervenção através do design para esses usuários, a fim de ajudá-los a se comunicar e interagir com o ambiente, amenizando estímulos excessivos que proporciona melhor conforto, qualidade de vida e participação social.

A arquitetura não é apenas uma obra do homem e sim um produto construído e planejado para suprir as suas necessidades. Por isso, através da neuroarquitetura relaciona-se os estímulos recebidos pelo cérebro com os espaços em que os usuários estão inseridos, para assim planejar ambientes mais eficientes de acordo com os objetivos buscados para atender as demandas específicas de cada caso, considerando que as percepções das pessoas acontecem de forma singular, logo, os impactos que acontecem em cada espaços também são particulares. Compreende-se então, que uma pessoa com TEA tende a ter afinidade com estruturas lógicas e previsíveis nos ambientes físicos por conta dificuldade de integração sensorial. Conhecendo as alterações sensoriais comuns no TEA, a arquitetura viabiliza uso dos estímulos ambientais como forma de equilibrar o sistema sensorial e valorizar o ambiente construído como uma ferramenta de transformação comportamental efetiva. Sendo assim, usa-se a psicologia ambiental e a humanização para integrar diretrizes através do design e da ambiência, aplicando elementos materiais para influenciar os sentidos, as percepções e principalmente a participação e assim, proporcionar a progressão das habilidades cognitivas e comunicativas, e consequentemente, a autonomia da pessoa. Esses recursos servem como base para que a arquitetura desenvolva um ambiente sensorialmente controlado, seguro e planejado que possibilita aos autistas a independência, assim como um espaço pensado em proporcionar a comunicação, o aprendizado e a interação, além de favorecer suas escolhas individuais (Leirião et al., 2022).

Segundo o index de Mostafa (2015) cada letra desse termo se refere a uma diretriz projetual. Os termos originais estão na língua inglesa, em tradução livre, seriam: Acústica, Sequenciamento Espacial, Espaço de Fuga, Compartimentalização, Transições, Zoneamento Sensorial e Segurança. Cada uma tem um objetivo descrito a seguir:

1. Acústica: Manipulação do ambiente acústico, adequado ruído de fundo, eco e reverberação. 

2. Sequenciamento Espacial: Exploração da afinidade dos autistas com a rotina e a previsibilidade. 

3. Espaço de Fuga: Promoção de um espaço neutro para uma pausa da hiper estimulação do ambiente. 

4. Compartimentação: Determinação e limitação do ambiente sensorial de cada atividade. 

5. Transições Local: para o equilíbrio dos sentidos na mudança entre estímulos. 

6. Zoneamento Sensorial: Ordenação dos ambientes conforme a sua qualidade sensorial. 

7. Segurança: Promoção de espaços seguros, já que os autistas podem ter a percepção do ambiente alterada e comportamentos estereotipados.

Dentro dessas diretrizes de Mostafa (2015), encontram-se as “Zonas de Transição e os Espaços de Fuga” como meios de diminuir as crises e os estímulos para garantir o equilíbrio sensorial. Considerar possibilidades de trabalhos táteis e visuais através de texturas diferentes para o desenvolvimento da consciência corporal e cognitiva. As cores, são consideradas forte estimulante psicológico, indica-se tons neutros e claros, principalmente os tons pasteis. Já as cores vibrantes recomendam-se aplicar em elementos pontuais, conforme a função do ambiente ou as sensações que se pretende oferecer. A textura e acabamento dos pisos, são recomendados os atérmicos e não escorregadios.

Quanto a iluminação optar pelo o uso da iluminação e da ventilação natural, para assim garantir a qualidade do ar e a boa luminância no ambiente, assim criando relações entre o ambiente interno e externo através das aberturas criadas. A vista das janelas e a presença dos espaços naturais são agentes ativos no bem estar físico contribuindo para ambientes mais eficientes. Quanto aos recursos artificiais, orienta-se uma iluminação suave, indireta ou focalizada em determinadas áreas. Para a ventilação, utilizar equipamentos que emitem pouco ruído (Leirião et al., 2022).

Sugere-se que as diretrizes projetuais para atender as necessidades dos autistas deve-se a partir de cada sentido humano. Na escolha dos revestimentos internos, por exemplo, é fundamental para a percepção tátil do ambiente. Um piso frio, como o cerâmico, pode influenciar na sensibilidade dos pés, devido à baixa temperatura e ocasionar estímulos excessivos, o que deve ser evitado em espaços para tranquilidade. Já o piso vinílico ou de madeira é de material atérmico, sendo ideal e recomendado. Na parede, revestimentos mais rústicos passam indiretamente uma intenção descontraída, já superfícies lisas e brilhantes tornam o ambiente mais formal. O olfato está ligado a memórias antigas, que fazem parte do inconsciente, que podem ser ativadas através de aromas presentes no ambiente. Podendo utilizar aromas artificiais para ambientes em busca da criação de uma identidade própria, que seria reconhecida sempre que se voltasse. A visão é apontada o sentido mais importante, responsável pela percepção do espaço. No que se refere às dimensões, espaços com pé-direito baixo tendem a ser mais confortáveis, aconchegantes; em contrapartida, os com o pé-direito alto são imponentes, concedendo importância ao espaço. Semelhante a isto, salas muito grandes são consideradas menos confortáveis que as pequenas. Em relação a audição, é fundamental garantir um ótimo isolamento dos ruídos externos, já que este sentido é considerado o mais sensível nos autistas. Assim, deve ser planejado de forma que funcione como uma barreira, isolando a poluição sonora extra. Por isso, as paredes devem ser de material isolante e se vazadas, recomenda-se preenchimento de lã mineral ou rocha. Separando os espaços para música dos demais, com o objetivo de controle de ruídos. O som deve ser distribuído de forma homogênea no espaço, através de caixas de som embutidas no forro. Assim, é indicado posicionar-se nos cantos, já que sofrem muitas distorções sonoras devido à proximidade entre as paredes, que pelo mesmo motivo não será adequado a pessoas com hipersensibilidade ao som (Neumann; Miyashiro; Pereira, 2021). 

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo destaca a compreensão sobre a relação entre a arquitetura e as necessidades específicas de pessoas autistas. A partir das buscas na literatura, foi possível identificar diversos aspectos que devem ser considerados na concepção de ambientes inclusivos e acessíveis para indivíduos com espectro autista. Em primeiro lugar, é crucial entender e aprender que a percepção sensorial das pessoas autistas pode diferir significativamente das demais, o que exige um planejamento cuidadoso dos estímulos sensoriais presentes nos espaços arquitetônicos. A escolha de materiais, cores, iluminação e controle acústico deve ser feita de maneira criteriosa para evitar sobrecargas sensoriais e promover um ambiente mais confortável e seguro. Além do mais, a necessidade de espaços previsíveis e organizados emerge como uma diretriz central. Ambientes que favorecem a rotina, com uma clara distinção de funções e áreas, contribuem para a redução da ansiedade e facilitam a orientação espacial das pessoas autistas. 

A flexibilidade também é um aspecto relevante, permitindo ajustes conforme as necessidades individuais e contextuais. Outro ponto de destaque é a importância da acessibilidade cognitiva e de comunicação. Sinalizações explicativas e nítidas, uso de pictogramas e a criação de rotas intuitivas são estratégias que auxiliam na compreensão e exploração dos ambientes. Essa forma de inclusão vai além da acessibilidade física, engloba a comunicação e a interação com o espaço construído. A participação ativa das pessoas autistas e de suas famílias no processo de planejamento e design também é um ponto importante, essa prática garante que as soluções arquitetônicas realmente atendam às necessidades e preferências particulares dos usuários, promovendo um sentido de pertencimento e autonomia. 

Por fim, a arquitetura inclusiva para pessoas autistas, não deve ser vista como um nicho especializado, mas sim como uma abordagem integrada que atendam a qualidade de vida de todos os usuários dos espaços, sejam estes espaços públicos ou privados. Ao integrar princípios de design universal e considerar a diversidade, os arquitetos podem criar ambientes que sejam não apenas funcionais, mas também acolhedores e empáticos. Assim, conclui-se que a arquitetura voltada para pessoas autistas demanda uma reflexão aprofundada e um comprometimento com a inclusão e o bem-estar. Esta revisão destacou a importância de um design sensível e informado, que valorize a diversidade e contribua para a construção de uma sociedade mais justa e acessível para todos. Apesar das dificuldades encontradas de estudos mais robustos e implementação desse tema, sua importância para a melhoria da qualidade de vida e para a criação de ambientes mais justos e acessíveis é inegável.

Investir em pesquisas futuras, fomentar a colaboração interdisciplinar e sensibilizar os profissionais são passos fundamentais para avançar nessa área. Portanto, este tema tem grande importância de oferecer valiosas contribuições para a comunidade científica e além, assim como estimular novas pesquisas, integrar conhecimento interdisciplinar, desenvolver novas tecnologias, sensibilizar profissionais, influenciar políticas públicas e melhorar a qualidade de vida, este campo pode promover uma compreensão mais profunda e práticas mais inclusivas na criação de ambientes construídos.

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1Caio Renan Viana Araújo. Estudante do Curso de Arquitetura da Faculdade Independente do Nordeste- FAINOR. E-mail: caiorenanbdo@gmail.com
2Philipe Prado dos Santos. Arquiteto e Urbanista. Especialista – Faculdade Independente do Nordeste. E-mail: email@autor2.com