REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/fa10202410232117
Antônio de Sousa1
Fabrício Ferreira de Andrade2
Railene Castro Correia de Andrade3
Hytalo Mangela de Sousa Faria4
RESUMO
A presença da espiritualidade no dia a dia da sociedade é indiscutível, mesmo os que se dizem sem pertença religiosa acreditam na existência de um Deus ou numa força superior que o ajuda a elaborar traumas, conflitos e/ou tomadas de decisões. A psicologia compreende um ramo de questões fundamentais com discussões aprofundadas sobre as vertentes integrativas do ser humano. As questões espirituais visam estabelecerem respostas ao invisível, na crença e na fé da comunidade, apresentando-se como ferramenta para integração no manejo terapêutico. O estudo apresenta-se de elevada necessidade, pois aborda o ser bio-psico-social-espiritual que reside em cada homem e mulher. De outro lado, reafirmar que não poderá ser desprezada a espiritualidade quando esta for manifestada no ambiente terapêutico, pois a aludida manifestação vem do elemento subjetivo daquele ser.
Palavras-chave: Psicologia; Religião; Religiosidade; Espiritualidade.
ABSTRACT
The presence of spirituality in the daily life of society is indisputable, even those who say they have no religious affiliation believe in the existence of a God or a superior force that helps to deal with traumas, conflicts and/or decision-making. Psychology comprises a branch of fundamental questions with in-depth discussions about the integrative aspects of the human being. Spiritual questions aim to establish answers to the invisible, in the belief and faith of the community, presenting themselves as a tool for integration in therapeutic management. The study is highly necessary, as it addresses the bio-psycho-social-spiritual being that resides in each man and woman. On the other hand, reaffirm that spirituality cannot be ignored when it is manifested in the therapeutic environment, as the aforementioned manifestation comes from the subjective element of that being.
Keywords: Psychology; Religion; Religiousness; Spirituality.
1 INTRODUÇÃO
O aumento do interesse pela religiosidade e pela espiritualidade nos dias atuais é bastante abrangente no campo da psicologia e das ciências da saúde, principalmente no que toca a saúde mental (NOWRA; FREITAS, 2020). Diante prisma o aumento no número de estudos voltados ao fenômeno religioso, está intimamente ligado a Psicologia da Religião, área, que, por sua vez, que estuda os aspectos psicológicos advindos da experiência voltada à espiritualidade/religiosidade, tendo abordagens distintas, definições e métodos como elemento de base (JUNG, 2011).
No início do século XX, a área da Psicologia que estuda os fenômenos da Religiosidade, ou seja, Psicologia da Religião, caracterizava-se como uma fonte de estudo com mais abrangência na Europa e nos Estados Unidos, ficando circunscrita a essas regiões. Posteriormente, ressurgiu no século XXI, com o aumento do interesse dos estudiosos, os quais se dividem em analisar a ameaça da espiritualidade/religiosidade na cultura e sociedade pós-moderna, sobretudo na ciência, nas pesquisas, tecnologias modernas de comunicação (mídia) e na política (JUNG, 2011).
Na América do Sul, especialmente no Brasil, a Psicologia da Religião, se firma como um elemento em evolução, notadamente no campo acadêmico. Ante isso, ver-se artigos recentes que demonstram aumento gradual nas pesquisas nesse campo desde a década de 90. Perceptível ainda, um aumento paulatino das pesquisas qualitativas no campo da Psicologia da Religião em conexão a outras áreas do conhecimento nos último 10 anos (GOMES et al., 2009).
Nesse sentido Grubtis et al., (2019) sustentou:
Na primeira metade do século XX, psiquiatras e psicólogos tinham a religião como perigosa e até mesmo nociva para a saúde mental. Por outro lado, alguns outros estudiosos acreditam que a religião é necessária e útil à saúde mental. No período da renascença, ocorreu uma divisão entre religião e medicina que teve seus efeitos estendidos até o ano de 1960.
Talvez o aumento desse interesse se deve ao fato do entendimento de que as mesmas constituem a esfera cultural, social, elemento de expressão individual e coletiva, com a capacidade de organizar as maneiras de lidar e sentir o sofrimento mental e, por isso acredita-se na capacidade de interferir no curso da doença mental.
Ante o exposto, o presente estudo tem como principal objetivo buscar compreender as vertentes integradas da espiritualidade com a psicologia, demonstrando como a psicologia atua em relação à espiritualidade, mantendo os princípios éticos, mas sem desprezar os conteúdos da subjetividade humana.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 A Psicologia Científica e Religião
Em meados século XIX, a Europa, especialmente a Alemanha, presenciou o surgimento de uma nova abordagem científica. A ciência tradicional, baseada em conhecimentos pré-estabelecidos e reflexão filosófica, quedou-se por uma ciência com estruturação moderna, dando, por sua vez, enfoque ao método investigativo, bem como na experiência. Em meio a isso, as disciplinas científicas personalíssima, tais como: física, química e biologia, começaram a ganhar vida no contexto individuais, a fim de delimitar seus objetos de estudo.
Com a mudança em curso, os filósofos positivistas e empiristas abriram caminho para o tratamento experimental do ser humano. Nesse diapasão, a dualidade entre metafísica e metodologia foi deixada para trás, visto que o estudo do ser humano passou a ser abordado pela física e pela fisiologia (SANTOS, 2006).
Aproximadamente no final século XIX, a psicologia, tradicionalmente voltada para conceitos filosóficos e metafísicos, foi reconhecida como uma disciplina com característica científica, muito embora ainda residir a descrença de filósofos influentes à época como Immanuel Kant e August Comte. Na Alemanha, o ambiente intelectual era acadêmico, científico e sistemático, com ênfase na experimentação rigorosa e na elaboração teórica profunda. Não obstante essa concepção, ainda havia um resistente misticismo, nas relações fronteiriças da psicologia, vez que residia preocupações sobre a concepção Deus, comportamento social e alma (GOMES, 2005).
Gustav T. Fechner, sagrou-se como um nomes proeminentes desse período, e é considerado um dos idealizadores da psicologia como disciplina científica. Como professor de física na University of Leipzig e principal expoente da psicofísica, Fechner buscou estabelecer uma relação precisa entre fatos físicos e mentais por meio de uma abordagem matemática e quantitativa. Sua obra “Elementos de Psicofísica”, publicada em 1860, foi uma das primeiras contribuições significativas para o desenvolvimento da psicologia experimental, fornecendo ao campo as técnicas de medição necessárias para ser reconhecido como uma ciência. No entanto, apesar de seu papel como físico e cientista, Fechner também era filósofo e mantinha interesses místicos (ARAÚJO, 2020).
Em contrapeso a corrente predominante da época, sobre tudo a que se consolidava estritamente materialista, Fechner se debruçou a escrever várias obras de cunho antimaterialista, deixando claro sua forma visionária em que se afunila para os conceitos panteísta e panpsíquica sobre os elementos: ser humano e mundo.
Sobre a temática a perspectiva do autor se aclara desde as primeiras páginas da obra “Elementos de Psicofísica”, onde ele define a psicofísica como a ciência das relações funcionais entre o corpo e a alma, bem como entre o mundo físico e o espiritual. Importante asseverar que na medida em que as crenças voltadas ao universo místico e filosófico tem um relevante peso na suas pesquisas, é presumível que Fechner estivesse em uma linha de transição (ARAÚJO, 2020).
Por outro lado, Wilhelm Wundt, a partir de uma nova abordagem, rejeitou o pensamento não científico e as relações intelectuais entre a nova psicologia científica e a antiga filosofia mental. Wundt, diferentemente de Fechner, não tinha uma corrente espiritualista como norte, por essa razão buscou o rompimento com o universo de especulações metafísica tradicional, trazendo uma aproximação da ciência que envolve as concepções da mente à ciências naturais.
Conforme Abib (2009), “Para Wundt, a metafísica não poderia fundamentar a psicologia como uma ciência empírica, mas sim ser fundamentada por ela”.
Embora Wundt seja frequentemente associado ao desenvolvimento da psicologia experimental como uma ciência autônoma, ele via a psicologia como uma disciplina intermediária entre as ciências da natureza e as ciências da cultura e sociedade. Sua obra madura reflete uma investigação sistemática dos aspectos mais complexos da experiência psíquica, dialogando com diversas disciplinas, incluindo História, Antropologia e Ciências do Espírito. Em sua “Völkerpsychologie”, ou Psicologia Cultural, Wundt procurou descobrir as leis que governam o desenvolvimento psíquico das sociedades, explorando áreas como linguagem, mito e costumes. Seu estudo do religioso influenciou significativamente a psicologia religiosa, servindo de base para o trabalho posterior de psicólogos como Freud (LEONARDI, 2011).
2.2 A Presença da Dimensão da Religiosidade/Espiritualidade na Psicologia
O Conselho Federal de Psicologia (CFP) promove uma reflexão sobre religiosidade, espiritualidade e secularismo, reconhecendo que essas esferas são parte integrante das subjetividades individuais e influenciam as experiências de vida de todos, inclusive dos próprios psicólogos, independentemente de sua filiação religiosa. (RESOLUÇÃO N.º 7/2023).
A psicologia considera a totalidade psíquica do ser humano, abrangendo todos os elementos que compõem seu universo particular e sua relação com o mundo ao seu redor. Autores (STROPPA & MOREIRA-ALMEIDA, 2008; COSTA ET AL, 2022) destacam a religiosidade como parte dessa totalidade, mas a literatura também aponta para desafios no manejo das questões relacionadas à espiritualidade, religiosidade e prática psicológica. Portanto, é importante levar em conta os aspectos subjetivos das crenças e da religiosidade de cada indivíduo, dada sua influência em diversos contextos da vida humana.
Nesse sentido entende-se Stroppa & Moreira-Almeida (2008):
Crenças religiosas influenciam o modo como pessoas lidam com situações de estresse, sofrimento e problemas vitais. A religiosidade pode proporcionar à pessoa maior aceitação, firmeza e adaptação a situações difíceis de vida, gerando paz, autoconfiança e perdão, e uma imagem positiva de si mesmo. Por outro lado, dependendo do tipo e uso das crenças religiosas, podem gerar culpa, dúvida, ansiedade e depressão por aumento da autocrítica.
As conclusões de Costa et al (2022) sobre a forma como os estudantes de psicologia lidam com as relações entre os conteúdos acadêmicos, o ambiente universitário e sua própria religiosidade/espiritualidade destacam a relevância dessa temática para a formação pessoal e profissional dos futuros psicólogos.
O estudo revela expressões de conflito e contradição vivenciadas em sala de aula, nos relacionamentos com professores e colegas, bem como na abordagem dos conteúdos do curso de Psicologia. Notadamente expõe-se como os conflitos estabelecidos entre fé e razão, ciência e religião tomam os ambiente acadêmicos, bem como á prática dos profissionais da psicologia, indo inclusivo a impactar a formação ética e profissionais dos estudantes.
Nesse entendimento, tem-se que a espiritualidade pode influenciar a maneira como os indivíduos agem com situações de estresse, sofrimento e problemas triviais (OLIVEIRA, 2012). Ainda, segundo Oliveira (2012) e Jung (2012), a religiosidade pode promover ao indivíduo uma maior aceitação e adaptação a situações difíceis de vida, proporcionando tranquilidade, autoconfiança e uma imagem mais positiva sobre si.
A predominância da postura conflituosa entre espiritualidade/religiosidade e ciência, aponta-se como uma exceção histórica que compreende o final do século XIX ao início do século XX, sendo que, posteriormente ocorreu um alto crescimento de investigações nesse campo (GRUBTIS et al. 2019).
A espiritualidade está associada à experiência, não com dogmas, ritos e celebrações, pois essas práticas podem favorecer a vivência da religiosidade, de certa forma nasceram da espiritualidade, mas não é a espiritualidade (BOFF, 2014). Logo, seguindo o presente entendimento, a espiritualidade se amolda como uma procura pessoal e transcendental.
Vale ressaltar que por mais que seja de amplo conhecimento que a psicologia se trata de uma ciência laica, os componentes de espiritualidade e religiosidade podem ser objeto de estudo e pesquisa da Psicologia. Adiciona-se ainda que, muito embora seja elemento para o campo de estudo, não significa que a psicologia deva adotar pressupostos religiosos na forma como significa o mundo e a condição humana.
A psicologia deve manter sua laicidade para que não haja prejuízo nas concepções de vida diferentes o que se traduz em reconhecimento do ser único e subjetivo, levando, inclusive, em consideração suas especificidades culturais que também podem abarcar referências distintas a doutrinas religiosas. A psicologia em sua “não interferência” no mundo subjetivo dos pacientes, deve se abster de tecer concepções de existência ou não de Deus ou deuses, todavia, jamais deve esquecer que o ser humano é um ser espiritual. (FREITAS, 2013).
Na prática da psicologia isso se traduz no reconhecimento de que a espiritualidade se trata de uma dimensão humana imbricada com todas as outras dimensões e que pode ser fonte tanto de saúde quanto de doença. Embora laica por sua essência, não é demais fazer-se constar que o Psicólogo deve considerar a espiritualidade/religiosidade, quando forem manifestadas pelos indivíduos, como significativas em suas formas de subjetivação e vida. Dessa forma, a espiritualidade, a partir da fenomenologia consiste na capacidade de realizar uma reflexão sobre si mesmo e sobre a experiência de sentido no mundo da vida e ao que lhe circunda de forma horizontal ou verticalmente, incluindo a dimensão religiosa (HENNING, MORÉ, 2015).
Alguns artigos (KOENIN, 2012, apud, ALMIBANAet al, 2019) evidenciam a relação entre espiritualidade e a saúde mental, fechos clínicos, maior qualidade de vida, bem-estar geral e sobrevida. Mesmo que tivesse uma corrente racionalista, extremamente contrária à dimensão espiritual, ainda havia grandes expoentes que reconheciam a possibilidade de existir um conhecimento que não fosse apenas o racional (BAI; LAZENBY, 2015).
O filósofo francês que formulou a doutrina do Positivismo Auguste Comte, ainda que defendesse que “apenas através da racionalidade era possível promover o consenso”, notava a existência de limites em seu modo de ver e considerava a moral e a religião como indispensáveis para se ter a ordem social (PORFÍRIO, 2010) Outro filósofo, Durkheim em suas análises acerca do totemismo australiano identificou as maneiras mais arcaicas do pensamento e da prática religiosa e notou-as como solução às condições e necessidades da existência humana (MONTERO, 2014).
Ainda nesse sentido o pai da sociologia, Karl Marx em seu estudo “o espírito capitalista e a ética protestante” percebeu a importância da dimensão religiosa no cotidiano dos seres humanos, mesmo em sua negação, entendeu que a religiosidade é componente indissociável do ser. Costa (2017) trouxe a visão de Marx para “teoria da religião é a noção de ideologia, com a qual se pode pensar a influência de uma cosmologia religiosa sobre a compreensão que os indivíduos possuem da realidade.” Além desses autores, o Max Weber em sua análise sobre sociologia da religião afirmou que as atitudes dos indivíduos na sociedade são influenciadas por suas convicções religiosas e que as mesmas agem como os elementos decisivos das mudanças econômicas do corpo social (COSTA, 2017).
As indicações sobre as dimensões espirituais não buscam consolidar que esta seja absoluta, mas sim uma realidade de extrema relevância, que faz parte do cotidiano do ser humano, e que tem força de afeta como os indivíduos se relacionam consigo, com os outros e com o mundo.
De acordo com Marques (2010), a espiritualidade estaria mais ligada ao cuidado com o paciente do que a religiosidade, está por ser compreendida de maneira mais fácil, teria um papel fundamental nas pesquisas científicas. A espiritualidade e a religiosidade são consideradas frequentemente como aliadas essenciais dos indivíduos que estão passando por dificuldades ou doenças, sejam terminais ou não, uma vez que, segundo se percebe, traz fortalecimento para o enfrentamento e a autoconsciência sobre as perspectivas de melhora. Importante acrescentar que, nos dias atuais, há inúmeras ferramentas para analisar religiosidade e espiritualidade em pesquisas científicas, muito embora existam estudos científicos sobre o tema, estes ainda se apresentam tímidos no Brasil (MOREIRA-ALMEIDA, 2006).
A importância da associação entre religiosidade/espiritualidade com a saúde mental começou a se notar maior destaque no final dos anos 80, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) aprofundou as investigações neste campo incluindo o aspecto espiritual na definição multidimensional de saúde, expedindo a problemática como significado, sentido da vida, e não apenas como crença ou prática religiosa (HENNING, MORÉ, 2015).
Após o ano de 1980, o ser humano passa a ser considerado como “bio-psico-social-espiritual, como um entendimento mais integrado, reconhecendo a associação entre a espiritualidade e as outras dimensões da vida”, tendo o bem-estar espiritual como uma experiência de fortalecimento de apoio (MARQUES, 2010).
O conceito de espiritualidade consiste em ser um termo mais inclusivo e dessa forma com maior tendência a aceitação que a religiosidade, que estaria relacionada à procura independente pelo sagrado, vez que o espiritual está longe das doutrinas religiosas, sectarismo e fanatismo (MARQUES, 2010).
Oberthir (2021) em seu trabalho científico denominado “Papel psicossocial da espiritualidade em pacientes terminais: uma revisão de literatura” afirma que pacientes religiosos apresentavam melhores avanços clínicos do que os que não tinham praticas religiosas.
Nesse sentido, imperioso definir espiritualidade e religiosidade para que se promova o bom entendimento sobre ambos.
A espiritualidade é conceituada como a procura pessoal para entender as questões finais sobre a vida, o sentido acerca das relações com o sagrado ou transcendente que, pode ou não, gerar o desenvolvimento de práticas religiosas ou formações de comunidades religiosas (FERRY, 2012).
A definição de religiosidade não se baseia em qualquer organização religiosa institucionalizada, pois se assim fosse cairíamos em um grande equívoco e promoveria uma grande limitação da definição. A religiosidade é entendida como extensão em que uma pessoa acredita, segue uma religião, sendo ela organizacional (participando no templo religioso) ou não organizacional (MURAKAMI, CAMPOS, 2012) como ler livros, rezar e assistir programas religiosos.
Destaca-se que a espiritualidade/religiosidade pode induzir a um maior bem-estar, dando maior significado à vida, pois por meio das crenças e práticas religiosas (dogmáticas e não dogmáticas) “as pessoas possuem índices significativamente maiores de satisfação com a vida, o que gera: otimismo e autoestima”, sendo mais propensos a ressignificar o sentido da existência, bem como a vida (MURAKAMI, 2012).
Segundo Inoue e Vecina (2017) a presença do elemento religioso na forma de construir, vivenciar e enfrentar o sofrimento mental auxilia os indivíduos a enfrentar situações de estresse, estando claro a estratégia do coping religioso-espiritual. Coping trata-se de uma palavra inglesa que traduzida pode significar enfrentar ou adaptar-se, lidar com ou manejar. De forma geral, o coping religioso é a forma com que os indivíduos lidam com situações de estresse, fazendo o uso da religiosidade/espiritualidade como forma de enfrentamento dos seus obstáculos, (frustrações e sofrimento), além de aprimorar de maneira considerável a saúde e qualidade de vida do sujeito.
A espiritualidade/religiosidade bem entendidas e vivenciadas coadunam na atribuição de significado, promovendo conforto diante do sofrimento que, por sua vez, acaba por facilitar a transformação por parte da pessoa diante da sua conjuntura (SOUSA, 2013). Ainda afirmam que a espiritualidade ou religiosidade auxilia na terapêutica pois os pacientes sentem que existe uma força, presença ou energia que os acompanha, e esta sensação gera uma atmosfera de proteção e força para vencer os obstáculos, promovendo conforto (GRUBTIS et al. 2019).
Pode-se perceber que o fenômeno espiritual ou religioso acaba gerando um alto impacto sobre a saúde física, sendo considerada como um fator possível de prevenção ao desenvolvimento de doenças (INOUE, 2017).
Nesse sentido é de suma importância trazer as vertentes espirituais integradas à Psicologia e traçar uma linha tocante à saúde e espiritualidade/religiosidade, uma vez que nos últimos anos a psicologia tem realizado e publicado pesquisas rigorosas acerca da associação entre espiritualidade e saúde mental, evidenciando que a predição de apagamento da espiritualidade, não foi comprida inteiramente por alguns psiquiatras.
Em não sendo apagada, como muitos buscaram fazer, pesquisadores sustentaram que o envolvimento com a religiosidade está relacionado com melhores indicadores de saúde e qualidade de vida, vejamos:
A presença do religioso no modo de construir e vivenciar o sofrimento mental tem sido observada por muitos dos pesquisadores. Assim é o caso tanto em estudos com contornos mais qualitativos e etnográficos, como com os mais bem quantitativos e epidemiológicos. Isso também é constatável tanto para os transtornos mentais mais leves, como ansiedade e depressão, como para os quadros graves, como nas psicoses. A busca por algum alívio do sofrimento, por alguma significação ao desespero que se instaura na vida de quem adoece, parece ser algo marcadamente recorrente na experiência, sobretudo para as classes populares (SIGNATES, 2016, p. 53).
Signates (2016) evidencia que as pessoas com necessidades espirituais devem ser analisadas e abordadas, todavia muitos psicólogos possuem maior dificuldade em manejar essas questões em vista de não se situar nas barreiras estabelecidas pelos conceitos normativos éticos. Acreditam também que o profissional da saúde precisa de profundo conhecimento acerca do ambiente cultural e religioso em que seu trabalho está sendo realizado. Ademais, destacam que a religião pode ser útil a integrar o paciente à sociedade ou motivando-o a buscar a terapia, como podem dificultar o tratamento, proibindo a psicoterapia ou a utilização de remédios.
Por mais que haja artigos que possam confirmar a preconcepção de que a espiritualidade/religiosidade conseguem proporcionar uma passividade e negação frente às enfermidades, grande parte deles estão concentrados nas vertentes benéficas do enfrentamento religioso, como forma para medidas de saúde psicológica e qualidade de vida.
Em uma soma substancial de estudos, existe a comparação do enfrentamento religioso a efeitos positivos na saúde física. Assim como, de outro turno, reside estudos que fortalecem entendimento que pacientes que passaram por tratamentos de doenças graves tiveram melhor qualidade de vida quando entravam em contato com sua espiritualidade/religiosidade, aprofundando uma dualidade no campo ora em estudo.
Se por um lado a espiritualidade/religiosidade pode ser útil para os pacientes que enfrentam ou enfrentaram uma enfermidade, por outro também pode corroborar para um estresse maior e tensão, pois os elementos incutidos nos conceitos dogmáticos e/ou culturais se apresentam no momento de tensão (BOSSO, ET. AL. 2011). Dessa maneira, os autores estudados nesta pesquisa afirmaram que o papel transformador trazido pela religiosidade não deve ser subestimado ou mesmo ignorados.
Crenças religiosas influenciam o modo como pessoas lidam com situações de estresse, sofrimento e problemas vitais. A religiosidade pode proporcionar à pessoa maior aceitação, firmeza e adaptação a situações difíceis de vida, gerando paz, autoconfiança e perdão, e uma imagem positiva de si mesmo. Por outro lado, dependendo do tipo e uso das crenças religiosas, podem gerar culpa, dúvida, ansiedade e depressão por aumento da autocrítica (BOUSSO, et al., 2011, p. 110).
Por muitas décadas, o enfoque religioso do enfrentamento foi desvalorizado, todavia, tal figura tem sido alterada de forma drástica nos últimos anos. De acordo com as relações entre religião, qualidade de vida e saúde, alguns terapeutas têm passado da pesquisa para a prática, sendo reconhecido que a sensibilidade à dimensão religiosa aumenta a potência dos tratamentos clínicos, o que consequentemente, se torna um recurso valioso (MONTEIRO, et al 2020).
Sendo assim, para diversos terapeutas ou profissionais da área, fica latente que isso vira um fardo, seja pelas barreias éticas ainda não tão bem delimitadas, seja pela incompreensão do manejo diante do conteúdo trazido (PEREIRA, 2015). Entretanto, é inegável que a religião seja parte integral, rica e multidimensional no processo de enfrentamento dos males psíquicos. Qualquer esforço para se ter o entendimento do indivíduo que negligencie a dimensão espiritual da vida permanece incompleta.
3 MATERIAIS E MÉTODOS
O presente estudo adotou como metodologia a pesquisa bibliográfica, exploratória de abordagem qualitativa. Tem como sustentáculo autores como: Jung (2011), Boff (2014), dentre inúmeros outros que apresentaram esmero sobre a temática ora em questão.
Importante adicionar que a pesquisa bibliográfica tem sua necessidade estabelecida no meio acadêmico, tendo sua finalidade alicerçada na capacidade de aprimoramento e solidez do conhecimento por meio da uma busca científica em conteúdos já publicados (BOCCATO, 2006).
Nesse sentido Andrade (2010, p. 25), sustenta:
A pesquisa bibliográfica é habilidade fundamental nos cursos de graduação, uma vez que constitui o primeiro passo para todas as atividades acadêmicas. Uma pesquisa de laboratório ou de campo implica, necessariamente, a pesquisa bibliográfica preliminar. Seminários, painéis, debates, resumos críticos, monográficas não dispensam a pesquisa bibliográfica. Ela é obrigatória nas pesquisas exploratórias, na delimitação do tema de um trabalho ou pesquisa, no desenvolvimento do assunto, nas citações, na apresentação das conclusões. Portanto, se é verdade que nem todos os alunos realizarão pesquisas de laboratório ou de campo, não é menos verdadeiro que todos, sem exceção, para elaborar os diversos trabalhos solicitados, deverão empreender pesquisas bibliográficas (ANDRADE, 2010, p. 25).
Como se vislumbra a pesquisa bibliográfica é um elemento importante que, inevitavelmente, em algum momento da fase acadêmica e/ou escolar deverá ser implementada.
Para os estudos foram utilizados livros, revistas e artigos científicos publicados em bases eletrônicas (Scielo, PubMed e Google Scholar) e de forma física. As pesquisas se estabeleceram no cruzamento de elementos textuais que tem similitude com o tema tratado: Psicologia da Religião, Religiosidade, Espiritualidade, Fenômeno Religioso, Subjetividade.
O tema, ora objeto do estudo, apresenta-se de elevada necessidade, pois aborda o ser bio-psico-social-espiritual que reside em cada homem e mulher. De outro lado, reafirmar que não poderá ser desprezada a espiritualidade quando esta for manifestada no ambiente terapêutico, pois a aludida manifestação vem do elemento subjetivo daquele ser.
Sustenta-se, todavia, que a presente temática contribuirá sobremaneira para possíveis outros trabalhos que busquem trilhar os mesmos caminhos objetos desta pesquisa, dando sua colaboração para o universo científico.
4 CONCLUSÃO
Ao analisarmos o desenvolvimento da psicologia da religião, pode-se constatar seu rápido crescimento nos últimos 15 anos, sendo destacado que alguns períodos da história da psicologia, o estudo dessa área ficou limitado a relações interdisciplinares como o estabelecimento da psicologia científica e, consequentemente, a tendência dos psicólogos evitarem tópicos difíceis de serem pesquisados mediante essa perspectiva metodológica.
Os autores estudados declaram ainda que o desafio para esses profissionais, no século atual é o entendimento das bases psicológicas das crenças, experiências, e comportamentos religiosos com o propósito de ampliar tal conhecimento em prol do bem-estar do ser humano.
De um modo geral, pode-se conceber a espiritualidade/religiosidade como uma forma de manifestação da subjetividade do indivíduo, sem que se esteja violando os preceitos éticos da profissão.
Em resumo, os estudos indicam que as relações entre ciência e espiritualidade/religiosidade têm sido, ao longo da história, muito mais complexas e habitualmente positivas do que se pensava. Um maior distanciamento, e mesmo hostilidades mútuas, é um fenômeno historicamente recente, surgido na segunda meados do século XIX e que prevaleceu ao longo iniciais do século XX.
Nas últimas três décadas tem havido investigações mais amplas, rigorosa e sistemática das relações entre espiritualidade/religiosidade e saúde menta, o que se tem como importante para a evolução de um tema que engloba todo inteireza do indivíduo.
Atualmente, observa-se uma crescente base de estudos epidemiológicos na área, os quais apresentam boa qualidade, e confirmam a possibilidade de coexistência ou mesmo integração das vertentes da espiritualidade à psicologia.
REFERÊNCIAS
ABIB, José Antônio Damásio. Epistemologia Pluralizada e História da Psicologia. 2009. Disponível em: < https://doi.org/10.1590/S1678-31662009000200002>. Acesso em: 02 out. 2024.
ALMINBANA, Letícia Oliveira; MOTTA, Roberta Fin; RADDAZ, Juliana Schmidt. Religiosidade/Espiritualidade na Prática Clínica: Círculo Vicioso entre Demanda e Ausência de Treinamento. 2019.Disponível em:< https://www.scielo.br/j/pusf/a/zRP8fjSt3bg7gsfXWFyYrfL/?lang=pt&format=pdf>. Acesso em: 02 out. 2024.
ARAÚJO, Saulo de Freitas. O Passado e o Futuro da Psicologia Experimental: Contribuições de Fechner, Wundt e James. 2020. Disponível em: https://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1982-12472020000300004 . Acesso em: 02 out. 2024.
ANDRADE, M. M. Introdução à metodologia do trabalho científico: elaboração de trabalhos na graduação. São Paulo, SP: Atlas, 2010.
BOFF, L. Espiritualidade: um caminho de transformação. 2014.
BOUSSO, Regina Szylit et al. Crenças religiosas, doença e morte: perspectiva da família na experiência de doença. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 45, n. 2, p. 397-403, 2011.
BAI, M.; LAZENBY, M. A. Systematic review of associations between spiritual well-being and quality of life at the scale and factor levels in studies among patients with cancer. Journal of Palliative Medicine, London, v. 18, n. 3, p. 286-298, 2015. DOI:10.1089/jpm.2014.0189.
COSTA, Fabíola da Silva; GOMES, Larissa Rachel Costa Macedo; MELO, Thays Cristina Palheta; ARAÙJO, Lucivaldo da Silva. 2022. Religiosidade, Espiritualidade e a Vivência do Câncer: um Estudo Fenomenológico. Disponível em: < https://doi.org/10.1590/2526-8910.ctoAO244832031> . Acesso em: 18 set. 2024.
COSTA, Waldney de Souza Rodrigues. Religião na perspectiva sociológica clássica: considerações sobre Durkheim, Marx e Weber. 2017. Disponível em: file:///C:/Users/F238347/Downloads/26975-Texto%20do%20artigo-106497-1-1020190615%20(1).pdf . Acesso em: 17 set. 2024.
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Atos Oficiais. Resolução n.º 07 de 06 de abril de 2023. Estabelece normas para o exercício profissional em relação ao caráter laico da prática psicológica. Disponível em: https://atosoficiais.com.br/cfp/resolucao-do-exercicio-profissional-n-7-2023-estabelece-normas-para-o-exercicio-profissional-em-relacao-ao-carater-laico-da-pratica-psicologica?origin=instituicao. Acesso em: 02 out. 2024.
DE LIMA FOCH, Gisele Fernandes; SILVA, Andressa Melina Becker; ENUMO, Sônia Regina Fiorim. Coping religioso/espiritual: uma revisão sistemática de literatura (2003–2013). Arquivos brasileiros de psicologia, v. 69, n. 2, p. 53-71, 2017.
FERRY, Luc. A revolução do amor: por uma espiritualidade laica. Objetiva, 2012.
FREITAS, Marta Helena. Religiosidade e saúde mental em imigrantes. Psico-USF, Brasília Distrito Federal, 2013.
GOMES, Amandio, Uma Ciência do Psiquismo é Possível? A Psicologia Empírica de Kant e a Possibilidade de uma Ciência do Psiquismo. 2005. Disponível em: < https://doi.org/10.1590/S0104-80232005000100008> Aceso em: 19 set. 2024.
GOMES, Antônio Máspoli de Araújo; TROVAT, Maria Luísa; RODRIGUES, Cátia Cilene Lima; FONTES, Fátima; GOMES, Denise Mendes; FARIAS, David Gaspar Ribeiro; PAULA, José Rogério Machado; VERDADE, Marisa Moura; ZANGARI, Wellington; PAIVA, Geraldo José de. Psicologia da Religião no Brasil: a Produção e, Periódicos e Livros. 2009. Disponível em: < https://doi.org/10.1590/S0102-37722009000300019>. Acesso em: 19 set. 2024.
GRUBTIS, Sônia; NANTES, Arilço Chaves. Religiosidade/Espiritualidade e Psicologia: um Breve Aceno Sobre o Tema. Revista Contemplação, 2019 (18), p.134-145.
HENNING-GERONASSO, Martha Caroline; MORÉ, Carmen Leontina Ojeda Ocampo. Influência da religiosidade/espiritualidade no contexto psicoterapêutico. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 35, p. 711-725, 2015.
INOUE, Thais Martins; VECINA, Marion Vecina Arcuri. Espiritualidade e/ou religiosidade e saúde: uma revisão de literatura. J Health Sci Inst [Internet], v. 35, n. 2, p. 127-30, 2017.
JUNG, Carl Gustav. Psicologia e religião. Editora Vozes Limitada, 2011.
LEONARDI, Jan Luiz. Breves Considerações Sobre a Concepção do Objeto de Estudo da Psicologia para Wundt e para Brentano. Psicologia em Revista, Belo Horizonte, v. 17, n. 1, p. 1-15, abr. 2011. Disponível em: < https://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-11682011000100002#:~:text=Wundt%20postula%20que%20o%20objeto,mentais%20b%C3%A1sicos%20da%20experi%C3%AAncia%20imediata).> Acesso em: 19 set. 2024.
MARQUES, Luciana Fernandes. O conceito de espiritualidade e sua interface com a religiosidade e a Psicologia Positiva. Psicodebate. Psicología, Cultura y Sociedad, n. 10, p. 135-152, 2010.
MOREIRA-ALMEIDA, Alexander; LUCCHETTI, Giancarlo. Panorama das pesquisas em ciência, saúde e espiritualidade. Ciência e Cultura, v. 68, n. 1, p. 54-57, 2016.
MONTERO, Paula. A teoria do simbólico de Durkheim e Lévi-Strauss: desdobramentos contemporâneos no estudo das religiões. 2014. Disponível em:< https://www.scielo.br/j/nec/a/PQhwQhztLGf3ZgvvxzgW9Md/?lang=pt# >. Acesso em: 17 set. 2024.
MONTEIRO, Daiane Daitx et al . Espiritualidade / religiosidade e saúde mental no brasil: uma revisão. Bol. – Acad. Paul. Psicol., São Paulo , v. 40, n. 98, p. 129-139, jun. 2020 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415711X2020000100014&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 30 ago. 2024.
MURAKAMI, Rose; CAMPOS, Claudinei José Gomes. Religião e saúde mental: desafio de integrar a religiosidade ao cuidado com o paciente. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 65, p. 361-367, 2012.
NWORA, Emmanuel Ifeka; DE FREITAS, Marta Helena. Relações entre religiosidade e saúde mental na concepção de capelães. REVER: Revista de Estudos da Religião, v. 20, n. 2, p. 199-217, 2020.
OBERTHIR, Ananda Gimenez. Papel psicossocial da espiritualidade em pacientes terminais: uma revisão de literatura. In: Mostra Científica do Congresso Brasileiro de Saúde Integrativa e Espiritualidade. 2021.
OLIVEIRA, Márcia Regina de; JUNGES, José Roque. Saúde mental e espiritualidade/religiosidade: a visão de psicólogos. Estudos de Psicologia (Natal), v. 17, n. 3, p. 469-476, 2012.
PEREIRA, Rodrigo Fernando. 2015. Psicoterapia e Espiritualidade. Vida boa. Disponível em: <https://vidaboa.net/2015/04/03/psicoterapia-e-espiritualidade/#:~:text=Psic%C3%B3logos%20tendem%20a%20n%C3%A3o%20saber,pouco%20ou%20nada%20sobre%20espiritualidade>. Acesso em: 11 out. 2024.
PORFíRIO, Francisco. 2010 “Auguste Comte”; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/auguste-comte.htm. Acesso em: 11 out. 2024.
SANTOS, Boaventura de Sousa. 2006. Um Discurso Sobre as Ciências na Transição Para uma Ciência Pós-moderna. Disponível em: < https://doi.org/10.1590/S0103-40141988000200007>. Acesso em: 13 set. 2024.
SIGNATES, Luiz. As curas espirituais como problema da ciência da religiões. Religião, saúde e terapias integrativas. Goiânia: Espaço Acadêmico, p. 167-184, 2016.
SOUSA, Rodrigo Franklin de. Religiosidade no Brasil. Estudos Avançados. 2013. Disponível em:<https://www.scielo.br/j/ea/a/bhD3MS6cCSjVPYhqFds9Wmc/?format=pdf>. Acesso em: 16 set. 2024.
STROPPA, A. & MOREIRA-ALMEIDA, A. (2008) Religiosidade e saúde. In: M.I. Salgado, & G. Freire (Orgs.). Saúde e espiritualidade: uma nova visão da medicina. Belo Horizonte: Inede, p. 427-443.
1Acadêmico do Curso de Psicologia do Centro Universitário Maurício de Nassau – UNINASSAU. E-mail: praspalmas@gmail.com;
2Acadêmico do Curso de Psicologia do Centro Universitário Maurício de Nassau – UNINASSAU. Bacharel em Ciências Jurídicas – UNITINS. Pós graduado em Práticas e Gestão Judiciária pela Escola Superior da Magistratura. Pós graduado em Criminologia e Ciências Criminais pela Escola Superior da Magistratura. Pós graduado em Fundamentos e Práticas Judiciária, Fundação Universidade do Tocantins – UNITINS. E-mail: ffacriminal@gmail.com;
3Acadêmica do Curso de Psicologia do Centro Universitário Maurício de Nassau – UNINASSAU. Bacharel em Administração Universidade Paulista – UNIP. MBA: Gestão Empreendedora de Negócio – ESPA, Fundação Getúlio Vargas – Guarulhos/SP. MBA : Gestão Empresarial em Cooperativas – UFT – Universidade Federal do Tocantins – Palmas /TO. E-mail: rcastro1806@gmail.com.
4Psicólogo CRP23/1370 Especialista em saúde mental, Palestrante, Experiência de atuação nas políticas públicas de Saúde, Educação e Assistência Social.