REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202410202304
Beatriz Pereira dos Santos Sousa1;
Orientador: Philipe do Prado Santos2.
RESUMO
Building Information Modeling que, em português, significa Modelagem de Informações da Construção, podendo ser conceituado como uma metodologia que se utiliza de modelos 3D e seus dados detalhados sobre todos os elementos envolvidos em um projeto de construção civil. Por ser a sociedade um organismo em constante mutação, a Indústria da Construção Civil (ICC) viu-se frente à necessidade de modificar-se de entregar melhores resultados de produtividade, consequentemente, atendendo de forma mais eficaz às demandas que se tornam cada vez mais meticulosas. Por meios de pesquisas cientificas, é sabido que o uso do BIM pode reduzir em até duas vezes o tempo de realização de projetos em infraestrutura. Em vista disso, por que o número de escritórios de Arquitetura e Urbanismo em Vitória da Conquista – BA, que usam a metodologia ainda é tão ínfimo? Assim, o presente artigo por meio de pesquisas bibliográficas bem como, pesquisas de opinião com arquitetos e urbanistas da cidade de Vitória da Conquista, tem por escopo demostrar os desafios da implementação da metodologia Building Information Modeling – BIM, em escritórios de Vitória da Conquista – BA. Logo, os pontos debatidos nesse trabalham proporcionarão uma reflexão acerca dessa indagação, cuja conclusão dependerá do consciente e vivência de cada arquiteto participante, além, da solidez dos entendimentos utilizados para corrobora o conteúdo das linhas adiante.
Palavras-chave: Building Information Modeling. Modelagem. Inovação. Celeridade. Produtividade.
ABSTRACT
Building Information Modeling (BIM) can be defined as a methodology that uses 3D models and their detailed data on all elements involved in a civil construction project. As society is a constantly evolving organism, the Construction Industry has faced the need to adapt in order to deliver better productivity results, thereby meeting increasingly meticulous demands more effectively. Scientific research has shown that the use of BIM can reduce project completion times in infrastructure by up to half. Given this, why is the number of architecture and urban planning firms in Vitória da Conquista – BA, that use this methodology still so minimal? This article, through bibliographic research as well as opinion surveys with architects and urban planners from the city of Vitória da Conquista, aims to demonstrate the challenges of implementing Building Information Modeling (BIM) methodology in offices in Vitória da Conquista – BA. Thus, the points discussed in this work will provide a reflection on this question, the conclusion of which will depend on the awareness and experience of each participating architect, as well as the robustness of the understandings used to support the content in the following sections.
Keywords: Building Information Modeling. Methodology. Architecture. Celerity.
1 INTRODUÇÃO
BIM é a sigla para Building Information Modeling, que se consiste na metodologia do processo holístico de criação e gerenciamento de informações de um projeto utilizando-se assim de suas representações digital, bem como, tridimensional das características físicas e funcionais, tendo então todas as informações necessárias para a execução, implantação, manutenção e gerenciamento do projeto de forma integrada e organizada. Tais informações abarcam desde o próprio modelo da edificação como também o seu orçamento, e assim, dando ao profissional a possibilidade de poder acompanhar todo o ciclo de vida: do projeto à finalização. Se traduzido para o português o conceito reúne a ideia de construir-se um edifício virtual antes de construí-lo efetivamente. Todas as informações necessárias para construir o edifício estão no modelo digital criado ao se projetar com esse conceito. O modelo eletrônico torna-se então um banco de dados que permite a simulação real de um protótipo da construção verdadeira (Netto, 2016). Além disso, também é possível a criação de maquetes eletrônicas que permitem ao usuário obter plantas, cortes e vistas de qualquer estrutura, possibilitando assim acompanhar a evolução das etapas do projeto, simular cada detalhe de cada estrutura, além de atualizar o modelo a qualquer momento e em tempo real. Desse modo, pode-se concluir que o BIM pode ser aplicado como forma de garantir um processo mais célere, e passível de menos erros ao seu usuário.
Como sabe-se o processo de desenvolvimento de um projeto é constituído por um conjunto de ferramentas e métodos para elaboração de tal. No Brasil, podemos dizer que o setor da construção civil ainda se mantem vinculado ao método convencional do Computer Aided Design (CAD) para as etapas de planejamento, desenvolvimento, orçamento e cronograma, tendo apenas recentemente iniciado investimentos em novos processos gerenciais visando melhorias nos prazos e custos envolvidos. Assim, o objetivo desse trabalho é analisar os desafios da implantação da metodologia Building Information Modeling (BIM) em escritórios de Arquitetura e Urbanismo da cidade de Vitória da Conquista – BA.
Segundo Ray Crotty (2014), o setor da construção civil vem passando por constantes mudanças, e para que haja uma melhor produtividade desse setor, fez-se necessário estar em constante atualizações para assim atender melhor as demandas que são cada dia mais exigentes, logo, as empresas estão fazendo investimentos em desenvolvimento tecnológicos. Já para Legner et al. (2017), o mundo está em processo de TD (transformação digital) desde a década de 60, e tal fato se dá o avanço da ciência da computação, que assim, impactou diversas outras áreas do conhecimento. Essa transformação digital pode ser entendida como um macroprocesso sociotécnico, resultante de uma mudança significativa em paradigmas tecnológicos, cujos mecanismos migram de um foco analógico para digital (Weiss, 2019), assim esse fenômeno foi capaz de revolucionar o modus operandi de diversos setores, dando origem a demandas, produtos e serviços (Legner et al., 2017). Diante deste contexto mundial, a Indústria da Construção Civil (ICC) também foi impactada, sendo marcada desde o final da década de 90, pela transição digital impulsionada com a ascensão da tecnologia BIM.
Segundo a Visão BIM 20/20 LATAM – O impacto de BIM na América Latina, estima-se que 79% das empresas já trabalham com o BIM e 21% ainda não aderiram a metodologia. Além disso, pesquisas revelam que os métodos tradicionais de projeto podem fragmentar o processo produtivo, acarretando o isolamento entre profissionais de áreas distintas e a falta de coordenação e comunicação entre as equipes (Nawi et al., 2014). Dessa forma, o método BIM busca trazer uma melhor comunicação entre os vários especialistas envolvidos em um projeto, como arquitetos, engenheiros, empreiteiros e proprietários, proporcionando a cada um a visualização do projeto modelo de diferentes perspectivas. Segundo Alves (2014, apud Masotti, 2014, p. 15) “a modelagem BIM permite ao projetista construir o empreendimento em um mundo virtual antes deste ser construído no mundo real. Ele o cria utilizando componentes virtuais inteligentes, cada um deles sendo perfeitamente análogo a um componente real no mundo físico.” Por fim, o presente trabalho visa demonstrar a efetividade e a celeridade da metodologia BIM, e, trazer consigo o reflexo da vida dos escritórios de Arquitetura e Urbanismo em Vitória da Conquista.
É necessário que se fale sobre os desafios e as viabilidades da implementação da metodologia BIM nos escritórios de Arquitetura e Urbanismo, pois, como será discorrido neste trabalho, tal uso oferece vastos aprimoramentos ao seu utilizador. Os estudos realizados por Campos Neto et al. (2012) concluíram que o uso da metodologia BIM pode reduzir em duas vezes o tempo de realização de projetos em infraestrutura. Reporta-se ainda que apenas uma única pessoa, possuindo conhecimento prévio do sistema, é capaz de obter um rol de informações maior do que um conjunto de três pessoas que elaboram um mesmo projeto através do método tradicional.
Ademais, há a compatibilização de projetos que é uma alternativa para se resolver parte dos erros originados na etapa de projeto das edificações, evitando que tais ajustes sejam realizados no canteiro de obras, visando minimizar os conflitos existentes, simplificando então a execução, além de otimizar e racionalizar os materiais, bem como, o tempo e a mão de obra (Callegari, 2007), fazendo então com que não haja a dissipação de tempo e dinheiro do cliente.
Apesar de existir e ser usada desde os anos 90 fora do país, no Brasil, a tecnologia da metodologia BIM chegou apenas em meados dos anos 2000 e, pouco a pouco tem ganhado cada vez mais espaço no mercado da construção civil brasileira. Para incentivar ainda mais a adesão ao BIM, o Governo Federal emitiu o Decreto nº 10.306, chamado de “Decreto BIM”, que foi emitido dia 02 de abril de 2020, contudo entrou em vigor apenas em janeiro do ano seguinte, tornando obrigatória a implantação do BIM diversos tipos de obras em nosso país. Logo, vale destacar a relevância deste trabalho na promoção da viabilidade da metodologia BIM.
Baseado em tais fatos, o presente artigo tem em seu cerne o objetivo geral de compreender os desafios enfrentados da implantação da metodologia BIM nos escritórios de Arquitetura, na cidade de Vitória da Conquista – BA. Tendo seus objetivos específicos os seguintes:
- Dissertar sobre as diferenças entre os modos de trabalho dos softwares tipo Building Information Modeling (BIM) e os softwares do método convencional como Computer Aided Design (CAD);
- Discutir a aplicabilidade e a efetividade do uso do BIM para arquitetos;
- Analisar como o uso do BIM pode acelerar e otimizar o trabalho dos escritórios de Arquitetura;
- Conceituar a metodologia BIM e como o desempenho das suas atividades influenciam diretamente na qualidade do trabalho entregue ao cliente;
Assim, apensar de todas as benesses que a metodologia BIM dispõe a seus usuários, tal pesquisa indaga-se quais os desafios enfrentados pelos escritórios de Arquitetura e Urbanismo da cidade de Vitória da Conquista – BA na implantação da metodologia BIM? Para que tal dúvida seja sanada, foram feitas pesquisas de campo acerca de tal questionamento com arquitetos da região sudoeste.
2 METODOLOGIA
A pesquisa que foi realizada neste trabalho pode ser classificada, a priori, como um estudo de caráter bibliográfico exploratório. Isso porque a pesquisa em mãos teve a finalidade de explorar problemas a partir de pressupostos teóricos sobre a abordagem do tema em pesquisas científicas, de forma que essa referência “não foi mera repetição do que já foi dito ou escrito sobre certo assunto, mas propiciou o exame de um tema sob novo enfoque ou abordagem, chegando a conclusões inovadoras” (Marconi, 2002; Lakatos, 2002, p. 71).
Logo, utilizou-se uma abordagem qualitativa e quantitativa, com o intuito de compreender a realidade a partir da perspectiva dos participantes e do contexto em que estavam inseridos. Essa opção justificou-se pelo fato de o método permitir a compreensão de questões locais ou pontuais com base em pesquisas bibliográficas e na aplicação de questionários aos entrevistados, assim preenchendo lacunas de pesquisas sobre o tema proposto e levantando discussões através dos dados coletados. A pesquisa qualitativa teve como objetivo principal entender o significado que os indivíduos atribuíam a suas experiências e como essas experiências eram moldadas e influenciadas por seu ambiente social e cultural. Já a pesquisa quantitativa teve como principal objetivo quantificar dados e informações para descrever variáveis, verificar hipóteses ou identificar padrões de maneira objetiva e precisa, utilizando métodos estatísticos (Gil, 2009).
A abordagem mista permitiu combinar a profundidade da análise qualitativa com a objetividade da quantitativa, enriquecendo os resultados. A análise qualitativa foi realizada por meio da interpretação das respostas dos entrevistados, enquanto os dados quantitativos foram tratados utilizando o software Excel. Dessa forma, concluiu-se que os resultados da pesquisa forneceram uma visão abrangente e fundamentada sobre o tema proposto. Portanto, os dados coletados, com a fundamentação teórica obtida pela bibliografia que abordava o tema, foram extremamente importantes para respaldar todo o trabalho científico, com a investigação da realidade e conteúdo específicos.
Assim, foi elaborado um questionário estruturado utilizando o Google Forms, direcionado aos escritórios de Arquitetura e Urbanismo da cidade de Vitória da Conquista – BA. O objetivo foi entender os desafios enfrentados na implantação da metodologia BIM. Ao todo, 26 escritórios participaram da pesquisa, fornecendo respostas valiosas que contribuíram para alcançar o objetivo geral do presente trabalho. Esse instrumento permitiu uma coleta de dados eficiente e organizada, facilitando a análise das informações obtidas, quantificando as experiências dos participantes. Além disso, vale salientar que a pesquisa passou pela submissão do Comitê de Ética em Pesquisa da FAINOR (CEP), e por tratar-se de uma pesquisa que envolveu seres humanos, atendeu às exigências éticas, obedecendo às diretrizes da Resolução 466/12, disponibilizando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para os participantes. O TCLE é o documento que garante ao participante o respeito aos seus direitos, assegurando que as informações ali contidas seriam usadas de forma consciente. O participante, após ler o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, escolheu participar ou não da pesquisa.
Pode-se afirmar que, com a publicação do referido artigo científico, que trouxe em seu cerne a compreensão dos desafios relacionados à implantação da metodologia BIM nos escritórios de Arquitetura e Urbanismo na cidade de Vitória da Conquista – BA, surgirão benefícios significativos. Isso incluirá levar à Indústria da Construção Civil (ICC) e à população em geral o avanço do conhecimento sobre a metodologia, promovendo, assim, o incentivo ao seu uso. Além disso, a pesquisa buscará incentivar e estimular investigações sobre o tema, abordando desafios técnicos e organizacionais e explorando novas possibilidades de aplicação.
3 REFERENCIAL TEÓRICO
Tal tópico apresentará as descobertas sobre a metodologia BIM, visando assim, esclarecer os pontos importantes que serão abordados no decorrer da pesquisa. Além de, buscar teorias que já foram propostas ou analisadas em um determinado campo, e, aprofundar a forma como as pesquisas anteriores foram construídas. (Maximiano, 2012)
3.1 CONCEITUAÇÃO E SURGIMENTO DA METODOLOGIA BIM
No fim da década de 70, nos Estados Unidos, profissionais e empresas de setores ligados à construção civil viram-se de frente à necessidade de integrar mais informações sobre os projetos desenhados. De tal necessidade, surgiu-se então os primeiros programas que permitiam migrar as informações de projetos e documentos da prancheta de papel para o computador, assim, surgiram os CAD (Computer Aided Design), frutos das empresas Dassault Systèmes e a Autodesk que tanto conhecemos. A plataforma CAD veio para revolucionar o mercado da época, já que ofereceu aos usuários recursos que facilitaram a revisão, bem como, a avaliação de projetos, logo melhorando a precisão do traço, (GOV, 2021; CERTI, 2021) e, fazendo com que o trabalho que era feito de forma 100% manual, acontecesse de forma mais célere e menos passível de erros.
Com o passar dos anos somados a complexidade dos empreendimentos, a engenharia civil passou a exigir um nível maior de precisão do que as ferramentas da metodologia CAD podiam entregar ao seu utilizador. Foi assim, que em meados dos anos 80, o educador americano Charles Eastman e sua equipe, criou o foi chamado de BDS – Building Description System (do inglês, Sistema de Descrição da Construção), que tinha o conceito bastante similar ao BIM. Apesar das similaridades, Eastman descreve o BDS como um sistema criado para mostrar que uma descrição de um edifício baseada em computador, poderia replicar ou melhorar todos os pontos fortes de desenhos como um meio para a elaboração de projeto, construção e operação, bem como eliminar a maioria de suas fraquezas.”. (Eastman, 1974)
Tal conceito passou a despertar nos arquitetos uma nova tratativa no que diz respeito a projetar, além disso, o BDS torna-se propulsor para a passagem dos projetos e documentos elaborados em pranchas de papel, para a utilização de softwares, visando facilitar os projetos e desenhos técnicos associados, os chamados CAD. (SAEPRO, 2022) Dessa maneira, a metodologia BDS evoluiu e aperfeiçoou-se ao longo do tempo, culminando no que hoje conhecemos como a metodologia BIM. O termo Building Information Modeling – BIM foi utilizado a primeira vez pelos estudiosos G.A. Van Nederveen e F.P. Tolman em 1992, mas só ganhou atenção em 2002, quando foi mencionado em um artigo da Autodesk. (Antunes, 2022)
Por conseguinte, foi-se abrindo o caminho para a utilização do conceito de um sistema computacional integrado, capaz de gerenciar e controlar as interações políticas, processos e tecnologias envolvidas nos projetos de construção. Segundo Penttilä (2006), o BIM é uma metodologia capaz de gerenciar a base do projeto de construção e os dados do projeto em formato digital ao longo do ciclo de vida da construção.
A partir de então, a ideia passou a ser disseminada pelo mundo, tendo cada país sua evolução de forma particular. Como amostra, o Reino Unido no ano de 2011 criou a Estratégia de Construção do Governo do Reino Unido que tinha o objetivo de incentivar o uso da metodologia BIM nos escritórios de Arquitetura e Urbanismo. Na Ásia, em Singapura, o processo começou em 2008 com a implementação do primeiro Sistema de Aprovação em Órgãos Públicos através de modelos BIM. Já nos Estados Unidos, em 2003, já havia um programa nacional denominado 3D-4D-BIM Program, e em 2006 o uso do BIM passou a obrigatório em todos os projetos. (Antunes, 2022)
Em terras brasileiras, foi somente a partir do ano 2000 que o BIM passou a chamar cada vez mais atenção dos escritórios de Arquitetura e Urbanismo. Talvez isso se dê ao fato de que duas das revistas de grande repercussão nacional pertencentes à Editora Pini, a AU (Arquitetura e Urbanismo) e a Téchne (Engenharia Civil), no ano de 2011, ambas dedicaramse a criar edições que discorriam sobre análise desse novo paradigma (Menezes, 2011).
Com base em pesquisas feitas pela instituição Fórum BIM Brasil, lê-se que foi apenas em 07 de dezembro de 2016 que houve a assinatura pelo então Ministro Liam Fox do Reino Unido e pelo Ministro Marcos Pereira no Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), às 17:30h, de um MOU – Memorandum Of Understanding que veio para estabelecer a cooperação para a implantação e disseminação do BIM no Brasil. Assim, em 2017 foi criado o então Comitê Estratégico de Implementação do BIM – CE BIM, com o objetivo de propor, no âmbito do Governo Federal, a Estratégia Nacional de Disseminação do BIM.
O conceito de BIM como conhecemos hoje reúne a ideia de se construir um edifício virtual antes de construí-lo efetivamente. Todas as informações necessárias para construir o edifício estão no modelo digital criado ao se projetar com esse conceito. O modelo eletrônico torna-se então um banco de dados que permite a simulação real de um protótipo da construção verdadeira (Netto, 2016). Atualmente, todavia, apesar das naturais dificuldades de implantação, tal metodologia já começou a ser adotada por vários profissionais das áreas de orçamentos, arquitetura, estruturas, instalações prediais e de vedação (Rocha, 2011 apud Menezes, 2011).
3.2 BENEFÍCIOS E DESAFIOS PARA IMPLEMENTAÇÃO DO USO DO BIM
A metodologia BIM pode ser conceituada como uma representação digital das características físicas e funcionais de uma construção. À vista disso, essa representação digital serve como um recurso de conhecimento partilhado que tem a finalidade de obter informações do projeto, possibilitando assim a criação de uma base confiável para decisões durante o seu ciclo de vida. O BIM poderá também ser entendido sendo um auxílio para a criação e utilização de modelos digitais e processos de colaboração relacionados entre empresas para promover o valor dos modelos (Freitas, 2014).
Por tratar-se de um instrumento que evolui e molda-se de acordo com as mudanças da sociedade, a Arquitetura viu-se frente à necessidade de englobar outros tipos de tecnologias como a metodologia BIM, além dos softwares de uso convencional CAD. No contexto fragmentado da Indústria da Construção Civil, o BIM mostra-se como uma importante ferramenta, capaz de contribuir na integração dos processos a partir da eliminação de ineficiências e redundâncias, aumentando a colaboração e comunicação, a fim de garantir melhores resultados de produtividade (Campbell, 2007). Concomitantemente, o mercado apressa-se para modernizar suas operações utilizando o BIM e as metodologias ágeis e assim, colher os benefícios associados ao uso dessas ferramentas.
Ao falar em benefícios da metodologia, de acordo com o estudo de Wastewater da Dodge Data & Analytics feito com empresas da área, 73% dos entrevistados que usam a metodologia BIM afirmam que a redução de erros e omissões foi um dos principais benefícios alcançados. Tal redução é evidenciada em todas as disciplinas envolvidas no projeto. Na mesma pesquisa, 68% dos entrevistados disseram que as melhores soluções de design foi outro fator importante para a utilização da metodologia, já que a capacidade de agregar todos os dados em uma única base, permite que se analise e avalie as melhores soluções para os projetos antes mesmo de iniciar a obra, sendo então possível estudar alternativas de projetos e fazer alterações com baixo custo. O que também pode ser englobado no rol de benefício do BIM, já que, tais alterações, caso fossem observadas em outros softwares, poderiam comprometer a saúde financeira do projeto. Outrossim, o fato de representar de forma precisa em um ambiente virtual aquilo que será construído para respaldar as tomadas de decisões. (Nascimento, 2022)
Outro destaque do uso da metodologia é a colaboração aprimorada, que para 58% dos entrevistados foi o principal benefício comercial do uso do BIM. O que quer dizer que os arquitetos podem colaborar todas as disciplinas e trabalhar sincronizados, ao mesmo tempo que os engenheiros podem consumir os dados gerados e compartilhar qualquer inconsistência encontrada no canteiro de obra, além do fato de que tudo isso pode ocorrer com o monitoramento e acompanhamento dos proprietários para gerenciar a obra de ponta a ponta. Destarte, o trabalho contribui para o processo de implantação de ferramentas BIM e práticas ágeis nos escritórios de Arquitetura e Urbanismo. (Nascimento, 2022)
Apesar de haver muitas benesses, a metodologia BIM, ainda conta com alguns impasses que pesam muito na sua implementação. Mesmo com notáveis avanços, o Brasil enfrenta desafios para a implementação plena da tecnologia, que Alves (2014) pontua como sendo as desvantagens de se adotar o BIM, no que diz respeito a necessidade de um investimento inicial com a obtenção de um novo software bem como com a sua amortização, que assim gerará custos adicionais de aprendizagem inicial, além do fato, de ter um valor mais elevado do que os demais softwares do mercado. Aliado a isso, vale salientar que a equipe do escritório precisará de treinamento extenso para que então tenha domínio sobre a metodologia, logo, o número da a atividade inicial vai cair, tendo prejuízo financeiro no começo.
Já para Dantas Filho et al. (2015), a incompatibilidade com softwares de parceiros é um dos principais fatores a não utilização da metodologia. Como o BIM não é utilizado por todos os profissionais, isso dificulta a sua implementação já que se gastará mais tempo e maiores custos para compatibilização dos softwares. Simultaneamente, há também, o fato do tamanho dos arquivos gerados pelo sistema BIM, devido à grande quantidade de informações ligados ao projeto, acaba que por apresentar um formato de grande capacidade, ficando muitas vezes difícil de enviar os arquivos por e-mail. Também é possível citar que há dificuldades mais facilmente perceptíveis, como falta de mão de obra capacitada e a aquisição de softwares, um dos maiores desafios está relacionado à mentalidade.
Posto isso, é necessário que haja cada vez mais entusiastas da metodologia BIM, para que então assim, o seu uso seja difundido pelo mercado da Arquitetura e Urbanismo no Brasil, fazendo com que cada vez mais profissionais saibam beneficiar-se das benesses que a metodologia dispõe. Logo, algumas estratégias são válidas para incentivar os escritórios a adotarem o BIM, como a organização de workshops, seminários ou palestras para educar os profissionais sobre os benefícios da metodologia em termos de eficiência, colaboração e qualidade do projeto, assim, as empresas interessadas na implementação da metodologia ofereça treinamento para os funcionários, tanto internamente quanto por meio de cursos externos, certificando-se de que eles adquiram as habilidades necessárias para utilizar efetivamente as ferramentas e processos do mesmo. Ao implementar essas estratégias, os escritórios podem criar um ambiente propício para a adoção e utilização eficaz do BIM, aproveitando seus benefícios para melhorar a qualidade e eficiência de seus projetos.
3.3 USO DA METODOLOGIA BIM EM ESCRITÓRIOS DO BRASIL
Ao longo das últimas décadas o papel do computador no campo da Arquitetura e Urbanismo tem se transformado de um suporte à representação bidimensional à uma ferramenta ativa no processo de projeto. Esta transformação inicia-se com a automação das tarefas de desenho para a criação de objetos, que passa pela visualização destes objetos e, por fim, estabelecem relações entre os elementos que compõem o modelo (Howell e Batcheler, 2005). Kymmel (2008) afirma que a indústria da construção só irá evoluir em direção ao BIM de forma mais concreta quando a implementação da metodologia tornar-se necessária, seja por exigência do contratante ou pela competição entre os projetistas e construtores, que levará a implantação como forma de manter sua sobrevivência no mercado.
Com isso, visando “promover um ambiente adequado ao investimento em BIM e sua difusão no país” em maio de 2018, instituiu-se a Estratégia Nacional de Disseminação do Building Information Modeling – Estratégia BIM BR (Decreto Nº 9.377, Art. 1º). Desenvolvida pelo governo federal, institui diretrizes para: a [1] difusão do BIM e 3 seus benefícios, a [2] coordenação da estruturação do setor público para a adoção do BIM, a [3] criação de condições favoráveis para o investimento público e privado em BIM e [4] estimular a capacitação na ferramenta no Brasil. As propostas apresentadas estão relacionadas à [a] proposição de atos normativos que estabeleçam parâmetros para as compras e as contratações públicas com uso do BIM, [b] desenvolvimento de normas técnicas, guias e protocolos específicos para adoção do BIM, [c] desenvolvimento da Plataforma e da Biblioteca Nacional BIM.
Com fundamento no Manual da Maturidade BIM no Brasil criado pela ABDI (Agência Brasileira De Desenvolvimento Industrial) (2002), que realizou pesquisa de campo com 478 empresas espalhadas por todo o Brasil, concluiu 70% dos entrevistados diz que se veem trabalhando com a metodologia em nos próximos anos por conta dos seus benefícios. E apenas, 48% dos demais, apontam a capacitação dos profissionais como principal desafio na utilização da metodologia BIM. Analisando a distribuição regional de acordo com o Manual é possível identificar que 73,2% dos respondentes estão localizados nas regiões Sul e Sudeste do país, sendo a maioria concentrada no Estado de São Paulo, já no estado da Bahia apenas 3,14% utilizam-se da metodologia.
Como já foi exposto nesse artigo, por ser o BIM uma ferramenta que auxilia no melhor desempenho do arquiteto, além de trazer uma comunicação melhor e completa entre os envolvidos do projeto, proporcionando a visualização do projeto modelo de diferentes perspectivas, e fazendo assim com que haja uma melhor a interpretação do projeto, é necessário que haja ampla divulgação disseminação do uso da metodologia para que cada vez mais, escritórios de Arquitetura e Urbanismo façam uso do mesmo. Segundo pensamentos de Alves (2014) apud Masotti, (2014) a modelagem BIM permite ao projetista construir o empreendimento em um mundo virtual antes deste ser construído no mundo real. Ele o cria utilizando componentes virtuais inteligentes, cada um deles sendo perfeitamente análogo a um componente real no mundo físico.” Fato esse, que pode ser considerado uma de suas muitas vantagens perante ao software CAD.
Vale salientar também que escritórios que trabalham com a metodologia BIM se destacam por oferecer melhor tomada de decisões, pois como a visualização é facilitada juntamente com integração dos projetos, fica mais fácil identificar um possível erro, ocasionando assim numa economia de custos para o cliente. Além disso, em comparação a softwares tipo CAD, o BIM se destaca pela celeridade na elaboração dos projetos já que as alterações são feitas em tempo real, e por conta da integração a mudança acontecerá tanto em 2D, quanto em 3D, assim, o tempo de produção do projeto reduzirá em comparação as plataformas que não fazem essa integração.
Por falar em celeridade, uma pesquisa realizada pela Revista Engenharia Civil (2018), afirma que quando comparado com o sistema CAD, a metodologia BIM foi 41% mais rápido que o AutoCAD na realização de um projeto. (Leão, 2018). Na cidade de Juiz de Fora (MG), uma pesquisa foi realiza com empresas, e destacou-se que 33% dos entrevistados faziam o uso da metodologia principalmente por conta da sua velocidade e otimização do projeto, e, afirmam que usam a metodologia em todas as suas funcionalidades: representação 2D, modelagem 3D, compatibilização e gerenciamento de obras (Saar, 2016; Sanches, 2016).
Logo, conclui-se que a metodologia BIM é utilizada tanto em fases iniciais como Projeto Preliminar e Projeto Legal, bem como, sendo usado nas fases mais avançadas do projeto como Detalhamento, Projeto Executivo e Anteprojeto, servindo então, como uma metodologia completa.
Assim, por se destacarem em eficiência e precisão; colaboração aprimorada; análise e otimização de dados; o método BIM pode aumentar a competitividade visto que clientes, especialmente no setor público e em grandes projetos, estão exigindo o uso do BIM devido aos seus benefícios em termos de eficiência e qualidade. Logo, ao adotar melhores práticas o BIM promove uma abordagem mais integrada e colaborativa ao design e construção, incentivando os escritórios a práticas e processos mais eficientes em suas operações. Em resumo, os escritórios que utilizam o BIM geralmente se destacam devido à sua capacidade de oferecer projetos mais precisos, eficientes e colaborativos, atendendo às demandas dos clientes e se mantendo competitivos no mercado.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após a aprovação do artigo científico pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), a autora iniciou uma investigação no Google para localizar escritórios de Arquitetura e Urbanismo na cidade de Vitória da Conquista, BA. Utilizando as informações de contato disponíveis nos sites e perfis das empresas, ela estabeleceu comunicação com os escritórios selecionados. Esse processo resultou em respostas valiosas para a pesquisa de campo, permitindo coletar dados essenciais para a análise proposta no estudo.
Assim, entre os dias 27 de setembro e 10 de outubro de 2024, 26 escritórios de Arquitetura e Urbanismo da cidade de Vitória da Conquista – Bahia foram entrevistados por meio de um formulário do Google Forms. Tal pesquisa foi feita de forma online por seu potencial de alcance ampliado, permitindo uma amostra de dados mais robusta. Além disso, o formato online proporciona economia de tempo e custos, além da flexibilidade de horário, possibilitando que os entrevistados respondessem ao questionário no momento que lhes fosse mais conveniente, o que pôde aumentar a taxa de respostas.
Os dados obtidos por meio dessa pesquisa foram apresentados em gráficos gerados pelo próprio Google Forms, proporcionando uma visualização clara das informações coletadas. Para facilitar a interpretação e análise dos resultados, esses dados passaram por um processo de tabulação, uma técnica que consiste em organizar as informações em tabelas ou colunas. Essa metodologia permitiu uma compreensão mais eficiente dos padrões e tendências identificados, contribuindo para a robustez da análise realizada no estudo.
Por consequência disso, os dados revelaram que dos 26 escritórios entrevistados, 30,8% dizem que atualmente trabalham com a metodologia BIM e 69,2% dizem que conhecem tal metodologia, mas ainda não trabalham com a mesma, e, a opção do desconhecimento da tecnologia teve 0%. Ao serem questionados o porquê de não fazerem o uso da metodologia BIM, 61,1% dizem que o motivo é o hábito do uso dos softwares tipo CAD (Computer-Aided Desing and Drafting) aliado a falta de tempo para aprender uma nova metodologia (38,9%). Segundo Sennett (2008), a familiaridade com métodos tradicionais proporciona um conforto que leva as pessoas a preferirem a segurança do conhecido, em vez de enfrentar os desafios da inovação. Essa resistência à mudança é evidente no campo da arquitetura, onde muitos profissionais ainda optam por utilizar softwares tradicionais, como o CAD, em vez de adotarem novas abordagens, como o BIM. Essa preferência reflete a dificuldade em abandonar práticas consolidadas, mesmo diante das vantagens que a metodologia BIM pode oferecer.
Figura 01: Seu escritório usa ou já usou a metodologia BIM – Building Information Modeling?
À vista disso 22,2% dos entrevistados dizem que a mudança de software pode vir a acarretar uma alteração no cronograma de trabalho, trazendo assim, atrasos de cumprimento de prazos. Pois, de acordo com 33,3% dos entrevistados, há a falta de habilidade na metodologia BIM, o que necessitaria de cursos especializados para tal, além disso, a escassez de mão de obra qualificada também foi fator importante para a não utilização da metodologia. Apenas 16,7% dizem que não fazem o uso devido ao costume da cidade de Vitória da Conquista – Bahia fazer maior uso da metodologia tipo CAD.
Entre os escritórios que utilizam a metodologia BIM, 100% dos entrevistados relataram que o principal motivador para a utilização da metodologia foi a redução no tempo de projetar bem como, o impacto visual e de detalhamento que a metodologia oferece. Redução de erros dos projetos, confiabilidade nas informações, compatibilidade das informações, detalhamento de informações, também são fatores decisivos para a utilização, todos essas opções que os softwares BIM entregam aos seus usuários foram sinalizados por 87,5% dos escritórios. Além disso, os entrevistados também destacaram diversos fatores relevantes, como a simulação e análise de projetos, o gerenciamento eficaz de riscos e a maior eficiência na construção. Outros aspectos mencionados incluem a interoperabilidade e o intercâmbio de informações, a possibilidade de visualização e revisão simplificada de projetos, o controle de custos e cronogramas, a capacidade de trabalho em equipe e o acompanhamento de informações em tempo real.
Figura 02: O que motivou seu escritório começar a utilizar a metodologia BIM?
Conforme a imagem acima, os dados da pesquisa revelam que a competitividade e a inovação no mercado levaram 62,5% dos escritórios a optarem pela metodologia BIM. Vale dizer que escritórios que usam o BIM se destacam pois, segundo estudos realizados por Campos Neto (2012), a metodologia pode reduzir em até duas vezes o tempo de realização de projetos. Ressalta ainda que apenas uma única pessoa, possuindo conhecimento prévio do sistema, é capaz de obter um rol de informações maior do que um conjunto de três pessoas que elaboram um mesmo projeto através do método CAD.
Quando questionados sobre o nível da utilização da metodologia BIM, 37,5% dos escritórios afirmaram usá-la de forma completa, ou seja, em todos os projetos, enquanto 62,5% dizem fazer o uso parcial, apenas em alguns projetos e, 0% o uso inicial. As ferramentas mais adotadas incluem Revit (62,5%), ArchiCAD (37,5%) e SketchUp Layout (12,5%). De acordo com Eastman (2011), a metodologia BIM não apenas aumenta a eficiência no processo de design, mas também reduz erros, assegura a compatibilidade das informações e proporciona um alto nível de detalhamento visual, o que resulta em projetos mais confiáveis.
Figura 03: Qual o nível do uso da metodologia BIM no seu escritório?
Apesar das benesses, ainda existem desafios na implantação da metodologia BIM em escritórios de Arquitetura e Urbanismo na cidade de Vitória da Conquista, e 87,5% descrevem a necessidade de treinamento especializado como o principal desafio, além da incompatibilidade de software com parceiros, e ausência de tempo para treinamento com 62,5%. Custo inicial para a obtenção do software bem como resistência à mudança por parte da parte da equipe também se destacaram como desafios.
Para os não usuários de metodologia BIM, os desafios da implantação da metodologia são variados. Destacam-se, entre a maioria foram a dificuldade de disponibilidade de tempo para aprender a usar novas metodologias, e a adequação dessa nova metodologia em projetos já existentes. Foi acentuado também o costume do uso habitual de outros softwares, além do custo inicial em adquirir um novo programa de trabalho para o escritório e, dentre todos os entrevistados o desafio maior de todos é a falta de mão de obra especializada. Portanto, Azhar (2011) enfatiza que a ampla divulgação da metodologia BIM é essencial para desmistificar suas aplicações e benefícios. Isso encorajaria mais escritórios a adotá-la e ajudaria a superar resistências, promovendo, assim, uma cultura de inovação e eficiência no setor da construção.
Para entender melhor a vivência desses escritórios, foi-lhes indagado sobre quais softwares não baseados na tecnologia BIM são utilizados. Assim, 87,5% dos entrevistados mencionaram o AutoCAD, 75% o SketchUp, 75% o V-Ray e 50% o Lumion 3D. Além disso, 25% utilizam o Pacote Adobe e 12,5% citam o 3DSMAX, Photoshop e o Enscape. Segundo Frascari (1991), os programas de design digital são fundamentais na prática arquitetônica contemporânea, pois permitem que os profissionais explorem novas formas de representação e simulação, o que pode explicar a diversidade de softwares utilizados pelos arquitetos entrevistados.
Ao serem questionados sobre que tipo de suporte adicional seria necessário para a implantação da metodologia BIM em sua empresa, 60% dos entrevistados responderam que a melhor capacitação dos profissionais é um traço crucial, já que assim, teriam noção básica da metodologia, e por consequência seriam beneficiados com as benesses da metodologia BIM. Já 35% dizem que são necessárias mais oportunidades de treinamento disponíveis no mercado da Arquitetura, e 40% aliam mais uma vez, o fato da falta de mão de obra especializada. Assim, podemos perceber que é necessário que os arquitetos busquem sempre evoluir, e de fato, aprender a utilizar a metodologia BIM para se destacar no mercado competitivo.
Apesar das dificuldades, 63,2% dos escritórios estão dispostos a trabalhar com a metodologia BIM, e 36,8% se veem adotando-a nos próximos anos. Quando questionados sobre o prazo para isso, 66,7% esperam utilizar a metodologia em 1-2 anos, 22,2% em 2-3 anos, e apenas 5,6% em até 5 anos. Sobre as expectativas para o futuro da metodologia BIM em Vitória da Conquista, 62,5% preveem um crescimento significativo e ampla adoção, enquanto 25% acreditam em uma adoção moderada e gradual, 12,5% apontam a necessidade de atualização dos profissionais do mercado, e 0% veem como estagnação e lenta adaptação.
Figura 04: Quais são suas expectativas para o futuro da metodologia BIM em Vitória da Conquista?
Em suma, a jornada para a adoção do BIM em Vitória da Conquista exige mais do que apenas uma mudança de mentalidade, ela requer um comprometimento profundo com investimentos em formação e na superação de resistências culturais e operacionais. A transição para essa metodologia inovadora deve ser acompanhada de programas de capacitação que não apenas introduzam os profissionais aos conceitos básicos do BIM, mas que também ofereçam formação contínua e especializada, e, ao serem questionados sobre o interesse em aprender a utilizar a metodologia BIM, 100% dos entrevistados que não fazem o uso da metodologia, se dizem interessados em aprender.
Figura 05: Você tem interesse/estaria disposto(a) a aprender sobre a metodologia BIM?
Logo, é fundamental promover uma cultura organizacional que valorize a inovação e a adaptação às novas tecnologias. Para que a cidade avance e se alinhe com as tendências contemporâneas do mercado, é crucial que os escritórios desenvolvam estratégias eficazes para mitigar os desafios encontrados. Isso inclui a criação de parcerias com instituições de ensino, a implementação de workshops e seminários, e a troca de experiências entre profissionais que já utilizam o BIM com sucesso.
A transformação digital na arquitetura não é apenas uma opção; é uma necessidade imperativa para a construção de um futuro mais eficiente e sustentável. Em um mundo em constante evolução, a adoção do BIM pode não apenas otimizar processos e aumentar a qualidade dos projetos, mas também posicionar Vitória da Conquista como um polo de inovação no setor de Arquitetura e Urbanismo. Com um compromisso coletivo em direção à modernização e à excelência, a cidade pode se destacar em um mercado cada vez mais competitivo, garantindo que seus profissionais estejam preparados para os desafios e oportunidades que virão.
Portanto, a implementação do BIM não deve ser vista apenas como uma ferramenta técnica, mas como um catalisador para a transformação do setor, promovendo um ambiente de colaboração, eficiência e sustentabilidade. Assim, Vitória da Conquista poderá não apenas acompanhar, mas liderar as tendências que moldam o futuro da arquitetura.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por ser a sociedade um microrganismo vivo e mutável, o setor da Indústria da Construção Civil (ICC) viu-se frente à necessidade de atualizar-se na criação de projetos, assim, empresas como Dassault Systèmes e Autodesk criaram os primeiros softwares destinados a trazer a mudança marcante da transferência do desenho manual – com réguas paralelas, canetas nanquim, lapiseiras diversas, esquadros e borrachas – para o desenho computadorizado. Essa evolução marcou a indústria de projetos, por permitir que os desenhos passassem a ser executados num tempo mais reduzido e de forma mais padronizada. Entretanto, a evolução não terminou aí. Na década de 90, houve a criação da metodologia Building Information Modeling, porém, o termo veio a ganhar atenção nos anos 2000, quando foi mencionado em um artigo da Autodesk.
A passos largos caminha a evolução da tecnologia no setor Indústria da Construção Civil (ICC) tendo sido significa nos últimos tempos, surgindo, a cada período, novas ferramentas que buscam revolucionar o mercado, como o aparecimento do BIM. No Brasil, a tecnologia BIM ainda é pouco usada quando comparada ao CAD, estando entre uma das principais dificuldades de sua implantação a resistência das empresas em adotar a tecnologia. Isso acontece, por sua vez, devido à escassez de profissionais qualificados no mercado para utilizar a metodologia. Apesar disso, é fato que o BIM já representa grande marco no processo de desenho, tendendo a ter o seu uso ampliado ao longo do tempo.
Assim, esse artigo teve como intuito analisar os desafios da implantação da metodologia BIM em escritórios Arquitetura na cidade de Vitória da Conquista – BA. E, com base em pesquisas feitas, conclui-se que a implantação da metodologia BIM em escritórios de arquitetura em Vitória da Conquista – BA apresenta uma série de desafios que vão além das questões técnicas. Podendo ser destacado o impacto que a transição de software pode ter no cronograma de trabalho, o que demonstra uma aversão a mudanças que poderia levar a atrasos de prazos. Este estudo também identificou barreiras significativas relacionadas à adaptação cultural, necessidade de capacitação profissional e a resistência à mudança dos processos tradicionais. No entanto, os benefícios potenciais do BIM, como a redução do tempo de projeto, a confiabilidade das informações e a melhoria no detalhamento visual, sugerem que a superação dessas dificuldades pode resultar em avanços substanciais para o setor.
É fundamental que os escritórios de arquitetura em Vitória da Conquista adotem uma abordagem estratégica para a implementação do BIM, envolvendo um planejamento detalhado e investimento contínuo em capacitação e atualização tecnológica, além da criação de mais oportunidades de treinamento, podem atuar como catalisadores neste processo de transformação. Concluímos que, embora os desafios sejam numerosos, os esforços para implementar a metodologia BIM podem transformar significativamente a prática da arquitetura na região, promovendo maior qualidade e competitividade no mercado.
REFERÊNIAS
AGÊNCIA BRASILEIRA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL – ABDI. Maturidade BIM no Brasil. 2002. 27. Disponível em: https://d335luupugsy2.cloudfront.net/cms%2Ffiles%2F72053%2F1712762775maturidadebim-no-brasil—2022.pdf. Acesso em: 23 abr. 2024.
AGÊNCIA CÂMARA BRASILEIRA DA INDUSTRIA DA CONSTRUÇÃO – CBIB. Pesquisa sobre BIM indica que 79% das empresas já utilizam a ferramenta. Disponível em: https://cbic.org.br/pesquisa-sobre-bim-indica-que-79-das-empresas-ja-utilizam-aferramenta/. Acesso em: 20 fev. 2024.
ANTUNES, Cláudia. O Trajeto do BIM no Brasil. Women in BIM. 2022. 25 fev. 2022. Disponível em: https://womeninbim.org/pt/uncategorized-pt/o-trajeto-do-bim-no-brasil/. Acesso em: 22 abr. 2024.
AZHAR, S. Building Information Modeling (BIM): Trends, Benefits, Risks, and Challenges for the AEC Industry. 2011. Leadership and Management in Engineering.
BIM FÓRUM BRASIL. Histórico. Disponível em: https://www.bimforum.org.br/historico. Acesso em: 22 abr. 2024
CALLEGARI, Simara. Análise da Compatibilização de Projetos em Três Edifícios Residenciais Multifamiliares. Dissertação de Mestrado. UFSC: Florianópolis, 2007.
CAMPBELL; Dace A. Building information modeling: the Web3D application for AEC. 2007. In Proceedings of the Twelfth international Conference on 3D Web Technology. Perugia, Italy. Disponível em http://doi.acm.org/10.1145/1229390.1229422. Acesso em: 24 abr. 2024
CHAER, Galdino; DINIZ, Rafael Rosa Pereira; RIBEIRO, Elisa Antônia. A técnica do questionário na pesquisa educacional. 2011. 266. Araxá. Disponível em: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/maio2013/sociologia_artigos/pesqusia _social.pdf. Acesso em: 28 mar. 2024.
CARDOSO; João Pedro de Paula. Viabilidade da implantação de modelagem BIM em escritórios de pequeno porte. 2021. 58. Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte – MG. 2021. Disponível em: https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/44777/4/TCC%20-%20VIABILIDADE%20DA%20IMPLANTA%C3%87%C3%83O%20DE%20TECNOLOGIAS%20BIM%20EM%20ESCRIT%C3%93RIOS%20DE%20PEQUENO%20PORTE%20-%20REPOSIT%C3%93RIO.pdf. Acesso em: 20 fev. 2024.
CARVALHO; Helena Engelhardt Wenzel De. Utilização E Impactos Do Bim Em Escritórios De Arquitetura E Urbanismo Em Juiz De Fora. 108. Universidade Tecnológica Federal Do Paraná. Departamento Acadêmico De Construção Civil Especialização Em Gerenciamento De Obras. Disponível em: https://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/19149/1/CT_GEOB_XXIV_2018_11.pdf. Acesso em: 24 abr. 2024.
CROTTY, Ray; The Impact of Building Information Modelling. 4. ed. Nova Iorque: Routledge; Illustrated, 2019.
HOWELL, Ian; BATCHELER, Bob. Building information modeling two years later — Huge potential, some success, and several limitations. The Laiserin Letter 24, 2005. Disponível em: http://www.laiserin.com/features/bim/newforma_bim.pdf. Acesso em: 24 abr. 2024
INBEC. O que já foi implantado e o que ainda falta entrar em vigor no Decreto BIM para obras? 2023. Disponível em: https://inbec.com.br/blog/o-que-ja-foi-implantado-queainda-falta-entrar-vigor-decreto-bim-paraobras#:~:text=O%20decreto%20que%20determina%20o,02%20de%20abril%20de%202020. Acesso em 20 fev. 2024.
LEGNER, Christine; EYMANN, Torsten; HESS, Thomas; MATT, Christian; BÖHMANN, Tilo; DREWS, (…). Digitalization: opportunity and challenge for the business and information systems engineering community. Business & information systems engineering, 2017. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/318193215_Digitalization_Opportunity_and_Challe nge_for_the_Business_and_Information_Systems_Engineering_Community. Acesso em: 20 fev. 2024.
MALHOTRA, Naresh. Pesquisa de marketing: Uma Orientação Aplicada. 4.ed. Porto Porto Alegre: Bookman, 2006.
MARCONI, Maria de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de Pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisa, elaboração, análise e interpretação de dados. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
MASOTTI, Luís Felipe Cardoso. Análise da implementação e do impacto do BIM no Brasil. Trabalho de Conclusão de Curso – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2014. Disponível em: chrome- extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://repositorio.ufsc.br/xmlui/bitstream/han dle/123456789/127335/TCC%20-%20Luis%20Felipe%20Cardoso%20Masotti%20%20BIM.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 20 fev. 2024.
MANZINI, Eduardo José. A Entrevista Na Pesquisa Social. Didática, São Paulo, v. 26/27, p. 149-158, 1990/1991.
MANZINI; Eduardo José. Entrevista Semi-Estruturada: Análise De Objetivos E De Roteiros. 10. Departamento de Educação Especial, Programa de Pós Graduação em Educação. UNESP. Marília – SP. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3145622/mod_resource/content/1/Entrevista%20sem i%20estruturada%20estudo%20UNESP%20Mari%CC%81lia.pdf. Acesso em: 22 abr. 2024.
MAXIMIANO, Flávio. A Construção do Referencial Teórico. 16. QFL1705- Projetos e Pesquisa no Ensino de Química. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5163384/mod_resource/content/0/aula6.pdf. Acesso em: 24 abr. 2024.
NASCIMENTO, Ary. Os 5 principais benefícios do BIM para Plant Design. MAPData. 2022.Disponível em: https://mapdata.com.br/blog/artigo/principais-beneficios-bim-plantdesign#:~:text=De%20acordo%20com%20o%20estudo,em%20outros%20setores%20da%20i nd%C3%BAstria. Acesso 20 fev. 2024.
NASCIMENTO; Daniel Luiz de Mattos. O que é BIM? Conceito, aplicações e desafios da Modelagem da Informação da Construção. CERTI. Disponível em: https://certi.org.br/blog/bim/. Acesso em: 23 abr. 2024.
NAWI, Mohd Nasrun Mohd; BALUCH, Nazim; BAHAUDDIN, Ahmad Yusni Bahaudin. Impact of Fragmentation Issue in Construction Industry: An Overview2014.Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/265376388_Impact_of_Fragmentation_Issue_in_Co nstruction_Industry_An_Overview. Acesso em: 20 fev. 2024.
NETTO, Cláudia Campos. Autodesk Revit Architecture 2016 – Conceitos e Aplicações. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
NUNES; Nivalda da Costa Nunes, CARVALHO; Larrisy Neves, ALVES; Lizia Sousa, FERREIRA; Geidiane de Sousa, MOURA; Jeferson Pereira de, CARRIJO; Selma Araújo. Implementação da Plataforma BIM: Vantagens e Desvantagens. 2017. 5. Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. Unifimes – GO. Disponível em: https://www.unifimes.edu.br/filemanager_uploads/files/documentos/semana_universitaria/xii _semana/artigos/engenharias_tecnologias/IMPLANTAC%CC%A7A%CC%83O%20DA%20 PLATAFORMA%20BIM%20-%20VANTAGENS%20E%20DESVANTAGENS.pdf. Acesso em: 22 abr. 2024.
NUNES; G.H. Nunes, LEÃO; M. Estudo comparativo de ferramentas de projetos entre o CAD tradicional e a modelagem BIM. 2018. 15. Revista de Engenharia Civil. Disponível em: https://www.civil.uminho.pt/revista/artigos/n55/Pag.47-61.pdf. Acesso em: 24 abr. 2024
OLIVEIRA, Maxwell Ferreira. Metodologia Científica: um manual para a realização de pesquisas em administração. Universidade Federal De Goiás. Campus Catalão. Curso De Administração. 2011. 73 p. Disponível em: https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/567/o/Manual_de_metodologia_cientifica__Prof_Maxwell.pdf. Acesso em: 13 ago. 2024.
PEREIRA, Nilton de Jesus. Utilização Da Tecnologia Bim No Desenho Arquitetônico: Um Estudo De Caso. 2017. 56. Universidade Federal Do Recôncavo Da Bahia. Centro De Ciências Exatas E Tecnológicas. Cruz das Almas – BA. 2017. Disponível em: https://www2.ufrb.edu.br/bcet/components/com_chronoforms5/chronoforms/uploads/tcc/201 90415211917_2017.X_-
_TCC_Nilton_Pereira_Utilizao_da_Tecnologia_Bim_no_Desenho_Arquitetnico_um_Estudo _de_Caso.pdf. Acesso em: 22 fev. 2024.
REPUBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Ministério da Indústria, Comércio Exterior e
Serviços. ESTRATÉGIA BIM BR. Estratégia Nacional de Disseminação do Building Information Modelling – BIM. 33. 2018. Disponível em: https://www.gov.br/mdic/ptbr/assuntos/competitividade-industrial/building-information-modelling-bim/26-11-2018estrategia-BIM-BR-2.pdf. Acesso em: 25 abr. 2024
SAAR; Isabela Tallmann, SANCHES, Leonardo. Utilização E Impactos Do Bim Em Escritórios De Arquitetura E Urbanismo Em Juiz De Fora. 2019. 16. Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora, Juiz de Fora, MG. Disponível em: https://seer.uniacademia.edu.br/index.php/ANL/article/viewFile/2346/1566. Acesso em: 24. abr 2024
SAEPRO. Breve histórico do BIM. 2022. https://www.ufrgs.br/saepro/saepro-2/conheca-oprojeto/breve-historico-do-bim/. Acesso em: 24 abr. 2024.
SOUZA; Livia L. Alves de, AMORIM; Sérgio R. Leusin, LYRIO; Arnaldo de Magalhães. Impactos Do Uso Do Bim Em Escritórios De Arquitetura: Oportunidades No Mercado Imobiliário. 2009. 28. Gestão & Tecnologia de Projetos. Disponível em: file:///C:/Users/PC/Downloads/admingtp,+Artigo2-LIVIA_LEUSIN-300ppp-resolucao.pdf. Acesso em: 24 abr. 2024.
SOUZA, Mayara Cristina de. Os desafios da adoção da tecnologia BIM na administração pública no Brasil. 2023. 50. Trabalho de conclusão de curso (Especialização em Construção Civil) – Escola de Engenharia, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2023.
SENNETT, Richard. The Craftsman. New Haven: Yale University Press, 2008.
TRIVIÑOS, Augusto Nibaldo Silva Introdução À Pesquisa Em Ciências Sociais: A Pesquisa Qualitativa Em Educação. São Paulo: Atlas, 1987.
UFMG. Comitê de Ética em Pesquisa – COEP. Disponível em: https://www.ufmg.br/bioetica/coep/tale/. Acesso em: 24 abr. 2024.
WEISS, Marcos Cesar. Sociedade sensoriada: A sociedade da transformação digital. Estudos Avançados, 2019.
1Bacharel em Direito pela Faculdade Independe do Nordeste – FAINOR, graduanda do último semestre do curso de Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade Independe do Nordeste – FAINOR. E-mail: beatrizz.pereira@yahoo.com.br
2Mestrando no Programa de Pós-graduação em Nível de Mestrado Acadêmico em Ensino na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – PPGEn/UESB. Pós-graduado em Gestão de Obras na Construção Civil. Graduado em Engenharia Civil, Administração, Arquitetura e Urbanismo. Licenciado em Pedagogia. Docente do curso de Arquitetura e Urbanismo na Faculdade Independente do Nordeste. E-mail: philipe.prado@hotmail.com.