O POTENCIAL DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA APRENDIZAGEM EDUCATIVA

THE POTENTIAL OF ARTIFICIAL INTELLIGENCE IN EDUCATIONAL LEARNING

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ma10202410161040


Sandra Regina de Oliveira1


RESUMO

O uso da inteligência artificial (IA) na educação emergiu como um tema de crescente importância, à medida que instituições de ensino buscam inovar e aprimorar suas práticas pedagógicas. Este estudo tem como objetivo explorar como a IA pode reconfigurar processos de aprendizagem e transformar práticas educativas tradicionais. Em um contexto onde a personalização do ensino é vital, a IA se destaca como uma ferramenta poderosa para atender às necessidades individuais dos alunos, promovendo o desenvolvimento de habilidades essenciais para o século XXI. A análise bibliométrica realizada revela um aumento significativo no interesse acadêmico sobre a aplicação da IA na educação, especialmente nos últimos cinco anos, indicando um despertar para as possibilidades tecnológicas.

As principais áreas de investigação incluem a personalização da aprendizagem, sistemas tutoriais inteligentes e a análise de dados educacionais, conhecidos como learning analytics, que permitem o monitoramento do progresso dos alunos em tempo real. A IA oferece feedback imediato, adaptando-se ao ritmo de aprendizagem de cada estudante, melhorando o desempenho acadêmico e reduzindo desigualdades educacionais. Contudo, para que essa transformação ocorra de maneira eficaz, é crucial que instituições de ensino integrem essas soluções tecnológicas em suas abordagens pedagógicas.

Entretanto, a pesquisa aponta para lacunas significativas, como o acesso desigual às tecnologias de IA, limitando a democratização dos benefícios. A falta de infraestrutura e formação docente especializada dificulta a implementação eficaz. Além disso, há uma carência de estudos focados no desenvolvimento de competências socioemocionais. Portanto, a pesquisa deve avançar na busca de novas tecnologias, garantindo um ambiente de aprendizagem equitativo e enriquecedor. O futuro da educação, transformado pela IA, promete ser um espaço onde todos os alunos possam prosperar, desenvolvendo competências para enfrentar os desafios do século XXI.

Palavras chave: Inteligência Artificial(IA), tecnologia, educação, aprendizagem.

ABSTRACT

The use of artificial intelligence (AI) in education has emerged as a topic of growing importance as educational institutions seek to innovate and enhance their pedagogical practices. This study aims to explore how AI can reconfigure learning processes and transform traditional educational practices. In a context where personalized learning is vital, AI stands out as a powerful tool to meet the individual needs of students, promoting the development of essential 21st-century skills. The bibliometric analysis conducted reveals a significant increase in academic interest in the application of AI in education, especially in the last five years, indicating an awakening to technological possibilities.

The main areas of investigation include personalized learning, intelligent tutoring systems, and educational data analysis, known as learning analytics, which allow real-time monitoring of student progress. AI offers immediate feedback, adapting to each student’s learning pace, improving academic performance, and reducing educational inequalities. However, for this transformation to occur effectively, it is crucial that educational institutions integrate these technological solutions into their pedagogical approaches.

However, the research points to significant gaps, such as unequal access to AI technologies, limiting the democratization of benefits. The lack of infrastructure and specialized teacher training hinders effective implementation. Additionally, there is a shortage of studies focused on the development of socio-emotional skills. Therefore, research must advance in the search for new technologies, ensuring an equitable and enriching learning environment. The future of education, transformed by AI, promises to be a space where all students can thrive, developing skills to face the challenges of the 21st century.

Keywords: Artificial Intelligence (AI), technology, education, learning.

1. INTRODUÇÃO

O mundo tem presenciado avanços tecnológicos que transformam radicalmente a maneira como interagimos e aprendemos. A educação, reconhecida como uma das maiores fontes de transformação social, está no epicentro dessa revolução. A inteligência artificial (IA), que antes era vista como uma promessa distante das ciências computacionais, agora se consolida como uma força motriz capaz de remodelar diversas áreas do conhecimento e da prática humana. No campo educacional, a IA surge como uma ferramenta inovadora, com o potencial de revolucionar tanto a forma como ensinamos quanto a maneira como aprendemos. 

As aplicações da IA são vastas e abrangem desde a criação de sistemas de ensino personalizados até a análise de grandes volumes de dados educacionais. Essa capacidade de coletar e interpretar informações permite uma compreensão mais profunda dos processos de aprendizagem, possibilitando soluções sob medida que atendem às necessidades específicas de cada estudante, suas famílias e as instituições de ensino. O impacto da IA na educação não se limita a melhorias na prática pedagógica; ele se estende à promoção de uma educação mais inclusiva e acessível, onde todos têm a oportunidade de participar de um processo de aprendizagem significativo. 

No cenário global contemporâneo, as exigências educacionais se tornam cada vez mais complexas e dinâmicas. A educação do século XXI não se resume à transmissão de conhecimentos; ela demanda também o desenvolvimento de habilidades cognitivas avançadas, como pensamento crítico, resolução de problemas e criatividade, além das competências socioemocionais que são tão essenciais na formação de indivíduos completos. Nesse contexto, a IA se apresenta como uma possível resposta a alguns dos desafios mais prementes, personalizando os processos de ensino-aprendizagem e adaptando-se ao ritmo de cada aluno. 

Com a ascensão das habilidades digitais valorizadas no mercado de trabalho, o uso de tecnologias educacionais se torna imprescindível. Programas digitais inclusivos e plataformas virtuais gratuitas são mais do que uma tendência; são uma necessidade que pode auxiliar nas metodologias de ensino e nas estratégias de aprendizagem. Essas ferramentas não apenas abordam novas formas de aprendizado, mas também estimulam a criatividade e o pensamento crítico dos alunos, preparando-os para um futuro em que a tecnologia e a inovação são fundamentais.

A inteligência artificial é, acima de tudo, uma área multidisciplinar que vai além da aprendizagem tradicional. Como destaca Vicare (2021), a IA organiza-se nas bases do conhecimento, criando e contextualizando soluções para problemas complexos. Para que possamos formar profissionais que estejam verdadeiramente preparados para as novas exigências do mercado de trabalho, é crucial que educadores de diversas áreas, como administração, direito, engenharia e artes, desenvolvam competências que lhes permitam lidar eficazmente com a computação e as tecnologias digitais (Brackmann, 2023).

Este estudo busca não apenas analisar o panorama atual das pesquisas sobre o uso da inteligência artificial na educação, mas também entender como essa tecnologia está sendo integrada às práticas pedagógicas. Através de uma análise bibliométrica, pretendemos identificar as principais tendências e lacunas na literatura, discutindo os desafios que ainda precisam ser enfrentados para que o potencial da IA seja plenamente explorado. A intenção não é apenas oferecer uma análise técnica, mas fomentar uma reflexão crítica sobre o futuro da educação em um mundo cada vez mais mediado por tecnologias inteligentes.

À medida que exploramos as possibilidades que a IA traz para o campo educacional, é essencial considerar também os avanços tecnológicos e as desigualdades estruturais que podem ser acentuadas pela falta de acesso a essas inovações. O estudo propõe discutir as implicações éticas e sociais da implementação da IA em diferentes contextos educacionais, com um olhar atento às suas potencialidades e limitações no desenvolvimento de competências. 

Como afirmam Bastos e Keller (1995), a projeção científica de uma área emergente requer uma abordagem metodológica que combine análise quantitativa e qualitativa, permitindo captar as dinâmicas de crescimento e as tendências emergentes. Essa perspectiva é vital no atual contexto da pesquisa sobre inteligência artificial na educação, onde a rápida evolução da tecnologia demanda uma metodologia robusta capaz de mapear com precisão os principais agentes, temas e impactos da IA nos processos de aprendizagem. Utilizando ferramentas como VOSviewer e CiteSpace, identificamos redes de coautoria, análises de citações e mapeamentos das áreas de estudo, permitindo destacar tanto os principais temas quanto os autores que lideram essa pesquisa inovadora.

Com o crescimento do interesse pela inteligência artificial na educação, estamos apenas começando a entender o impacto que essa tecnologia pode ter na forma como aprendemos e ensinamos. À medida que avançamos, é fundamental que abordemos as questões éticas, sociais e estruturais que envolvem a integração da IA no ambiente educacional. O futuro da educação não é apenas uma questão de tecnologia; é uma questão de como utilizaremos essas ferramentas para construir um sistema educacional mais equitativo e acessível, que prepare todos os alunos para um mundo em constante mudança.

2. METODOLOGIA

A pesquisa em inteligência artificial (IA) aplicada à aprendizagem educativa tem se expandido de maneira acelerada, capturando a atenção de acadêmicos, educadores e desenvolvedores de tecnologia. Este crescimento reflete uma busca incessante por soluções inovadoras que possam transformar a experiência educacional. Vicari (2017) afirma que o futuro da educação assistida por IA reside na criação de sistemas que não apenas respondem ao comportamento dos alunos, mas que também aprendem e se adaptam continuamente às suas necessidades. Essa visão de um ciclo contínuo de feedback e aprendizagem personalizada é essencial para a construção de ambientes educacionais mais eficazes e significativos.

“O futuro da educação assistida por IA depende da capacidade de criar sistemas que não apenas respondam ao comportamento dos alunos, mas que também aprendam e se adaptem a suas necessidades ao longo do tempo, criando um ciclo contínuo de feedback e aprendizagem personalizada.” (Vicari, 2017, Intelligent Educational Systems: Principles and Applications)

Os principais temas que emergem dessa análise estão profundamente enraizados nas áreas de personalização do ensino, sistemas de tutoria inteligente, avaliação automatizada e análise de dados educacionais. A personalização do ensino é um dos tópicos mais discutidos, onde a IA é utilizada para adaptar o conteúdo e o ritmo de ensino às características individuais dos alunos. Essa adaptação é feita por meio de algoritmos que analisam o desempenho dos estudantes, sugerindo atividades e materiais que se alinhem com suas dificuldades e progressos. Autores como Carolyn Penstein Rosé e Vincent Aleven, da renomada Universidade Carnegie Mellon, são pioneiros nesta área, contribuindo significativamente para o desenvolvimento de sistemas de tutoria que se ajustam às necessidades dos alunos.

Outro aspecto inovador na pesquisa sobre IA aplicada à educação é a gamificação e a utilização de ambientes virtuais de aprendizagem. Esses campos exploram como elementos de jogos podem ser integrados em sistemas educacionais para aumentar o engajamento e a motivação dos alunos. A gamificação se beneficia enormemente dos avanços na análise de dados e na IA adaptativa, uma vez que a personalização de desafios e recompensas em um ambiente gamificado requer uma compreensão profunda do comportamento e da performance dos alunos. Essa sinergia entre gamificação e personalização fortalece o campo da educação, criando soluções robustas que incentivam a aprendizagem.

Lúcia Maria Martins Giraffa (2020), da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, tem se destacado na pesquisa sobre como a IA pode ser integrada em atividades lúdicas e ambientes virtuais para promover a aprendizagem de forma mais interativa. Sua investigação sobre o uso de realidade aumentada e realidade virtual para criar experiências educacionais imersivas exemplifica como a tecnologia pode enriquecer a experiência de aprendizado. Assim, a interseção entre esses subcampos, sistemas de tutoria inteligente, análise de dados educacionais e gamificação não apenas demonstra a versatilidade da IA, mas também aponta para um futuro em que a aprendizagem se torna mais acessível e personalizada.

A pesquisa sobre IA aplicada à aprendizagem educativa no Brasil tem ganhado destaque, com acadêmicos como Seiji Isotani e Ig Ibert Bittencourt liderando esforços para explorar como a IA pode melhorar a eficácia do ensino. Isotani, da Universidade de São Paulo, tem se dedicado ao desenvolvimento de métodos baseados em IA para criar ambientes de aprendizagem adaptativa, ajustando o conteúdo e o feedback conforme o progresso dos alunos. Por sua vez, Bittencourt, da Universidade Federal de Alagoas, utiliza mineração de dados educacionais para entender comportamentos e necessidades dos alunos, desenvolvendo modelos preditivos que ajudam a identificar dificuldades de aprendizagem.

“A aplicação de sistemas multiagentes em ambientes colaborativos pode promover uma interação mais rica entre os alunos, facilitando a divisão de tarefas e a troca de conhecimentos, ao mesmo tempo em que oferece suporte individualizado por meio de agentes especializados.” (Vicari, 2011, Agentes Inteligentes e Sistemas Multiagentes).

Vicari (2011) ressalta a importância da colaboração no processo educacional e como sistemas multiagentes podem facilitar uma interação mais rica entre os alunos. Ele acredita que a promoção da divisão de tarefas e a troca de conhecimentos, aliadas a um suporte individualizado, são fundamentais para o sucesso da aprendizagem colaborativa. Essa abordagem colaborativa é uma das chaves para a implementação eficaz da IA na educação, pois permite que os alunos se beneficiem não apenas do conhecimento individual, mas também das interações que ocorrem em grupo.

À medida que a pesquisa em IA aplicada à educação avança, a colaboração entre diferentes subcampos, como processamento de linguagem natural (NLP), tutoria inteligente e análise de dados educacionais, se tornará ainda mais relevante. A personalização e a democratização da aprendizagem são objetivos centrais que podem ser alcançados por meio da integração dessas tecnologias. Os autores mencionados, como Carolyn Penstein Rosé, Vincent Aleven, George Siemens, Seiji Isotani, Ig Ibert Bittencourt e Lúcia Giraffa, destacam-se como referências globais, contribuindo para transformar o futuro da educação mediada por IA.

O caminho à frente é promissor, mas também repleto de desafios. A necessidade de um entendimento profundo sobre como as tecnologias podem ser aplicadas de forma ética e responsável é crucial. À medida que novas soluções emergem, é essencial que pesquisadores e educadores trabalhem juntos para garantir que a IA não apenas melhore o aprendizado, mas também promova um ambiente educacional inclusivo e equitativo. O futuro da educação, mediado pela inteligência artificial, promete ser inovador e transformador, refletindo as complexidades e as ricas dinâmicas do aprendizado humano.

3. RESULTADOS

Nos últimos anos, a quantidade de publicações sobre inteligência artificial (IA) aplicada à educação tem testemunhado um crescimento notável. Entre 2019 e 2024, esse aumento constante reflete não apenas o crescente interesse, mas também os investimentos na pesquisa que busca integrar tecnologias inteligentes ao ensino. Esse fenômeno evidencia uma transição significativa na forma como a educação é abordada, destacando a importância da IA como uma ferramenta que pode transformar práticas pedagógicas e melhorar resultados de aprendizagem.

Revistas acadêmicas de renome, como a Revista Brasileira de Informática na Educação (RBIE), o International Journal of Artificial Intelligence in Education (IJAIED) e Computers & Education, estão na vanguarda dessa produção científica. Esses periódicos servem como plataformas cruciais para a disseminação de pesquisas inovadoras, permitindo que acadêmicos e educadores compartilhem suas descobertas e colaborações em um espaço que fomenta o desenvolvimento contínuo da área.

Entre os autores mais citados nesse campo, destacam-se nomes respeitados que têm contribuído significativamente para a compreensão da interseção entre IA e educação. Pierre Lévy, conhecido por seus estudos sobre inteligência coletiva, explora a influência das tecnologias digitais na educação, levando à reflexão sobre como a colaboração e a conectividade podem enriquecer o aprendizado. José Armando Valente, um pesquisador brasileiro ativo, continua a ampliar o escopo de sua pesquisa sobre o uso de tecnologias na educação, com publicações que refletem as tendências mais recentes. Carolyn Penstein Rosé, reconhecida por suas investigações em análise de discurso e aprendizagem colaborativa mediada por computador, destaca o papel da IA em facilitar interações produtivas entre estudantes, promovendo um aprendizado mais eficaz em ambientes colaborativos.

A análise de mapas de coautoria e redes de colaboração se revela uma ferramenta fundamental para entender a dinâmica da produção científica. Esses mapas permitem visualizar como os pesquisadores estão interconectados por meio de suas publicações conjuntas, onde cada nó representa um autor e cada linha representa uma colaboração. Através da análise de redes, é possível identificar padrões de cooperação, grupos de pesquisa (clusters) e pesquisadores centrais (hubs), revelando a complexidade e a riqueza das interações no campo da pesquisa em IA na educação.

Ferramentas como VOSviewer e Gephi são amplamente utilizadas para criar esses mapas de coautoria, permitindo uma inspeção visual que facilita a identificação de padrões e tendências nas publicações. A análise dessas redes não apenas destaca o impacto e o potencial das colaborações, mas também demonstra como a cooperação entre diferentes instituições e países pode aumentar tanto a visibilidade quanto a qualidade das pesquisas. A evolução dessas redes ao longo do tempo permite observar o surgimento de novas colaborações, assim como as dinâmicas que transformam a expansão ou contração das redes de colaboração científica.

A partir dos dados coletados, é possível identificar várias palavras-chave e tópicos emergentes que delineiam os focos de estudo atuais na área de IA aplicada à educação. Termos como “inteligência artificial”, “educação”, “inteligência coletiva”, “análise de discurso” e “aprendizagem educativa” destacam-se como centrais nas pesquisas mais recentes. 

Os tópicos emergentes incluem:

1. Crescimento nas Publicações sobre IA na Educação: O aumento significativo de publicações entre 2019 e 2024 indica um crescente interesse no uso de tecnologias inteligentes no ensino e na aprendizagem educativa.

2. Revistas Importantes na Área: Periódicos como a RBIE e o IJAIED têm desempenhado um papel crucial na disseminação de pesquisas relevantes.

3. Principais Autores e Contribuições: A relevância de autores como Pierre Lévy, José Armando Valente e Carolyn Penstein Rosé reflete a diversidade de perspectivas e abordagens na pesquisa sobre IA na educação.

4. Mapas de Coautoria e Redes de Colaboração: A análise de coautoria e as ferramentas de visualização como VOSviewer e Gephi ajudam a entender a dinâmica colaborativa entre pesquisadores, revelando padrões e tendências importantes.

5. Impacto e Potencial das Colaborações: A cooperação internacional e interdisciplinar se destaca como uma tendência crescente, essencial para o avanço da pesquisa em IA e educação.

Esses tópicos e palavras-chave não apenas delineiam os principais focos de estudo atuais, mas também ressaltam a importância da colaboração entre pesquisadores e o uso de ferramentas para visualizar e analisar essas dinâmicas. À medida que a pesquisa em IA na educação continua a se expandir, os insights gerados por essas interações serão fundamentais para transformar o futuro da educação mediada por tecnologias inteligentes.

4. DISCUSSÃO

A Inteligência Artificial (IA) tem emergido como uma das tecnologias mais transformadoras no campo da educação, apresentando um potencial imenso para reconfigurar a forma como os alunos aprendem e os educadores ensinam. A aplicação da IA na aprendizagem educativa não apenas oferece novas ferramentas, mas também abre possibilidades para personalizar processos de ensino, aumentar a eficiência das práticas pedagógicas e criar ambientes de aprendizagem mais inclusivos e adaptáveis. Ao integrar a IA, podemos vislumbrar um futuro em que a educação se torna mais acessível e alinhada às necessidades individuais de cada estudante.A revolução da inteligência artificial na educação revela seu grande potencial, assim como seus Desafios

Um dos aspectos mais impactantes da IA é a personalização da aprendizagem. Sistemas de tutoria inteligente são capazes de analisar os padrões de aprendizagem dos alunos, identificando lacunas de conhecimento e ajustando o conteúdo de maneira dinâmica para facilitar a construção do conhecimento. Essa abordagem não só melhora a eficácia da aprendizagem, mas também aumenta o engajamento dos alunos, criando uma experiência educativa mais rica e significativa. Transformando a aprendizagem através da IA.

A citação de Pscheidt (2024) destaca a importância da IA em fomentar o pensamento crítico nos alunos. Em vez de simplesmente receber respostas prontas, os alunos são desafiados a formular perguntas que exigem uma avaliação cuidadosa das informações. Essa interação com a IA promove uma abordagem reflexiva ao aprendizado, capacitando os estudantes a se tornarem consumidores conscientes e responsáveis de informações. Ao desenvolver habilidades de questionamento e avaliação crítica, os alunos estão mais bem preparados para enfrentar os desafios de um mundo complexo e em constante mudança.

Além disso, avaliar a validade e a confiabilidade das informações se torna um desafio premente no uso de IA. Os alunos precisam aprender a verificar as fontes e considerar a autoridade das informações que recebem. Essa habilidade é fundamental para formar cidadãos informados e críticos, capazes de navegar em um mar de dados e informações disponíveis na era digital.

A IA também promove um engajamento ativo no processo de aprendizagem. Quando implementada de maneira eficaz, essa tecnologia pode criar aprendizes mais autônomos e críticos, prontos para enfrentar os desafios contemporâneos. No entanto, é crucial encontrar um equilíbrio entre o uso da IA como ferramenta e o desenvolvimento de habilidades humanas fundamentais, como a reflexão crítica e a tomada de decisões informadas. A IA deve ser vista como um facilitador, não um substituto, para o pensamento profundo e significativo. O potencial da IA necessita de engajamento ativo e de autonomia para que a aprendizagem educativa seja eficaz.

A personalização da aprendizagem é uma das principais vantagens da IA na educação. Plataformas como a Khan Academy utilizam algoritmos para identificar lacunas no conhecimento dos alunos e fornecer conteúdo adaptativo que se ajusta às suas necessidades individuais. Além disso, assistentes virtuais como o ChatGPT podem atuar como tutores, respondendo a perguntas em tempo real e oferecendo explicações detalhadas sobre diversos tópicos, especialmente em contextos de aprendizagem remota.

A IA tem um papel importante na análise dos dados educacionais, permitindo que educadores identifiquem padrões e prevejam resultados. Essa capacidade orienta decisões sobre intervenções pedagógicas e políticas educacionais, baseando-se em dados concretos sobre o progresso dos alunos. Tecnologias como realidade aumentada (AR) e realidade virtual (VR) também estão mudando a forma como os alunos interagem com o conteúdo, proporcionando experiências de aprendizado imersivas e significativas.

Entretanto, a implementação da IA na educação enfrenta desafios significativos. Questões éticas e de privacidade devem ser abordadas para garantir que os dados dos alunos sejam protegidos e que as tecnologias sejam utilizadas de forma justa e equitativa. À medida que a personalização da aprendizagem se torna mais prevalente, é essencial desenvolver políticas robustas que salvaguardam a privacidade dos alunos.

Outro aspecto subexplorado é a formação de professores para utilizar eficazmente as ferramentas de IA. Muitos educadores ainda carecem das competências necessárias para integrar essas tecnologias em suas práticas pedagógicas. A interdisciplinaridade também se apresenta como uma área promissora, onde a integração da IA com disciplinas como humanas e artes pode oferecer novas perspectivas e métodos de ensino.

A inteligência artificial possui um potencial imenso para transformar a educação, oferecendo soluções personalizadas e inovadoras para os desafios educacionais. No entanto, para maximizar esse potencial, é indispensável abordar questões éticas, investir na formação de professores e explorar novas áreas de aplicação. Com uma abordagem cuidadosa e colaborativa, a IA pode realmente revolucionar a forma como aprendemos e ensinamos.

A inteligência artificial tem se mostrado uma força transformadora na educação, oferecendo oportunidades para personalizar e enriquecer a experiência de aprendizagem. A personalização da aprendizagem é uma das principais vantagens da IA, permitindo que sistemas analisem o desempenho dos alunos em tempo real e ajustem o conteúdo conforme suas necessidades específicas.

Além disso, a automação de tarefas administrativas pode liberar tempo para que os educadores se concentrem em atividades mais críticas. A integração da IA nos currículos pode preparar os alunos para um futuro onde a tecnologia desempenha um papel central no desenvolvimento e na aprendizagem.

Apesar das promessas, é fundamental garantir que a integração da IA na educação seja feita de maneira ética e responsável. A formação contínua de educadores e a pesquisa sobre o impacto da IA na educação são essenciais para aprimorar as práticas de ensino e garantir que todos os alunos possam se beneficiar dessas inovações.

Ao adotar uma abordagem estratégica e consciente, podemos criar um ambiente de aprendizagem mais eficaz, inclusivo e inovador. Com isso, a inteligência artificial não apenas transforma a educação, mas também contribui para a formação de cidadãos críticos e preparados para os desafios do século XXI.

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1Doutorado em Ciências da Educação pela UNIGRAN, Mestrado em Ciências da Educação  pela UNIAMERICAS, Licenciada em Pedagogia pela FAFICA, Especialista em Gestão pela Universidade A vez do Mestre – Contato: ardnascvp@gmail.com