A GRIPE ESPANHOLA DE 1917-1920 NO TERRITÓRIO BRASILEIRO UMA REVISÃO HISTÓRICO-NARRATIVA SOBRE PERSPECTIVAS POLÍTICAS, ECONÔMICAS E SOCIAIS

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202410132222


Leonardo Noro De Lima


RESUMO

Esse trabalho aborda sobre a pandemia de 1918, que foi uma gripe que engolfou quase todas as partes do mundo, conhecida também como Gripe Espanhola, levando a óbito mais de 50 milhões de pessoas em ao redor de todo o globo. O objetivo desse trabalho foi realizar um paralelo entre a gripe espanhola no mundo e como afetou o Brasil. Além disso, também foram apresentadas as medidas utilizadas pelo governo brasileiro para amenizar a propagação do vírus. Para isso, foi utilizada uma pesquisa qualitativa em obras e artigos científicos inerentes ao tema para elaboração do presente trabalho com o intuito de tornar cristalino o entendimento sobre as informações apresentadas. Por fim, conclui-se que a gripe espanhola virou um marcador temporal e se tornou uma expressão para lembrar de algum fato ocorrido no período, que demandou ações do governo brasileiro para contenção dos impactos que essa doença causou em todo o planeta.

Palavras-chave: Gripe Espanhola; Brasil; medidas preventivas.

ABSTRACT

This work deals with the 1918 pandemic, which was a flu that engulfed almost all parts of the world, also known as the Spanish Flu, leading to the death of more than 50 million people in all over the globe. The objective of this work was to make a parallel between the Spanish flu in the world and how it affected Brazil. In addition, the measures used by the Brazilian government to mitigate the spread of the virus were also presented. For this, a qualitative research was used in works and scientific articles inherent to the theme for the elaboration of the present work in order to make the understanding of the information presented crystal clear. Finally, it is concluded that the Spanish flu became a time marker and became an expression to remember some event that occurred in the period, which demanded actions by the Brazilian government to contain the impacts that this disease caused on the entire planet.

Keywords: Spanish Flu; Brazil; Preventive measures.

1 INTRODUÇÃO

A maioria de todas as doenças infecciosas e pandemias humanas teve origem na transmissão de microrganismos entre espécies de animais para humanos e vice-versa. (PIKE et al., 2010; FRITH, 2012).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o termo pandemia é a disseminação mundial de uma nova doença e o termo passa a ser usado quando uma epidemia, surto que afeta uma região, se espalha por diferentes continentes com transmissão sustentada de pessoa para pessoa.

Neste sentido, ao longo da história, o vírus influenza A eloquentemente ilustrou como a interconexão global pode afetar a distribuição mundial de um novo vírus, ou cepa de vírus, que, se não fosse pela constante globalização desde o século XIX, de outra forma poderia ter permanecido um fenômeno regional, sem afetar populações distantes (geograficamente) com genética e grupos fenotípicos diferentes (PIKE et al., 2010; FRITH, 2012). Como exemplo de pandemias temos: Peste do Egito (430 a.C.) que matou um quarto das tropas atenienses e um quarto da população da cidade durante a Guerra do Peloponeso. A Peste Antonina (165–180), possivelmente causada pela varíola trazida próximo ao Leste que matou um quarto dos infectados, ou seja, cinco milhões no total. A Peste de Cipriano (250–271), possivelmente causada por varíola ou sarampo, iniciou-se nas províncias orientais e espalhou-se pelo Império Romano inteiro. Segundo relatado, em seu auge chegou a matar 5 000 pessoas por dia em Roma. A Peste de Justiniano (541-x) ou a primeira contaminação registrada de peste bubônica. Começou no Egito e chegou à Constantinopla na primavera seguinte, enquanto matava (de acordo com o cronista bizantino Procópio de Cesareia) 10 000 pessoas por dia, atingindo 40% dos habitantes da cidade. Foi eliminada até um quarto da população do oriente médio e finalmente a Peste Negra (1300) que chegou à Europa mediterrânea e ocidental em 1348 (possivelmente de comerciantes fugindo de italianos lutando na Crimeia), e matou vinte milhões de europeus em seis anos, um quarto da população total e até metade nas áreas urbanas mais afetadas.

 O vírus influenza A e B são responsáveis por epidemias sazonais, sendo o vírus influenza A responsável pela grande pandemia de gripe durante o período da I Grande Guerra.

A pandemia de 1918, uma gripe que engolfou quase todas as partes do mundo, conhecida também como Gripe Espanhola, vitimou mais de 50 milhões de pessoas em ao redor de todo o globo, aparecendo, pela primeira vez, nos EUA e em abril do mesmo ano em uma constituição britânica em uma cidade francesa chamada Rouen, onde foi entendida pelo nome de La Grippe (PATTERSON, 1991).

 Os vírus do tipo A (vírus de RNA altamente mutante) são encontrados em várias espécies de animais, além dos seres humanos, como suínos, cavalos, mamíferos marinhos e aves. As aves migratórias desempenham importante papel na disseminação natural da doença entre distintos pontos do globo terrestre. Eles são ainda classificados em subtipos de acordo com as combinações de 2 proteínas diferentes, a Hemaglutinina (HA ou H) e a Neuraminidase (NA ou N). Dentre os subtipos de vírus influenza A, atualmente os subtipos A(H1N1)pdm09 e A(H3N2) circulam de maneira sazonal e infectam humanos. Alguns vírus influenza A de origem animal também podem infectar humanos causando doença grave, como os vírus A(H5N1), A(H7N9), A(H10N8), A(H3N2v), A(H1N2v) e outros.

Os soldados alemães na Grande Guerra chamavam a nova peste de “febre de Flandres”, na Polônia era chamada de ‘GRIPE BOLCHEVIQUE” e na Pérsia de “GRIPE INGLESA” e há quem acreditasse que ela se trataria de uma arma quimica alemã fabricada pela farmacêutica BAYER.

Geralmente, as epidemias desencadeiam distúrbios sociais e políticos como forma de reação da população aos estritos controles e regulamentos impostos pelas autoridades, e pela carga de preconceitos embutidos nas formas de lidar com essa reação (Evans, 1992)

Neste horizonte, este estudo científico tem como objetivo apresentar uma revisão bibliográfica quanto ao andamento desta pandemia no Brasil, haja vista que, diferente das demais, com o passar dos anos, seu impacto foi significativo em todas as áreas humanas da época, como saúde e também geográfica econômica.

Assim, objetiva-se trazer perspectivas econômico-políticas, financeiras e diretrizes sociais que foram adotadas pelo Estado brasileiro no período, e assim contextualizar o cenário histórico do Brasil frente a principal pandemia formalizada nos últimos 100 anos.

A justificativa da pesquisa se dá pela importância da contextualização das políticas assumidas no período e o seu registro de eficácia contra o desenvolvimento da doença na população brasileira, passando, principalmente, pelas medidas que foram adotadas, sejam estas com ordem política ou econômica, para seu enfrentamento.

Enquanto metodologia, este trabalho foi realizado através uma revisão bibliográfica na vertente narrativa que de acordo com Rother (2007) são publicações amplas apropriadas para descrever e discutir o desenvolvimento ou o ‘estado da arte’ de um determinado assunto, sob ponto de vista teórico ou conceitual, sem a utilização de aspecto metodológico específico e/ou com destino em alguma literatura com afinco.

Assim sendo, compreende-se, em base, por se tratar de uma revisão de doutrinas (livros), publicações, periódicos, artigos, jornais, e-revistas, cadernos e demais outros artefatos teóricos que constituem análise de ampla da literatura, sem estabelecer uma metodologia fiscalmente rigorosa e replicável em nível de reprodução de dados e respostas quantitativas para questões específicas, como explica o autor (ROTHER, 2007).

A busca dos artigos, livros e documentos que compuseram este estudo identificou um total de 37 publicações que foram devidamente incluídas na revisão bibliográfica.

Entre os estudos selecionados, 11 artigos apresentam desenho transversal, e 26 publicações são de abordagem teórica e estudos analítico e doutrinários, fundamentais para entender a temática histórica do tema. Isto posto, parte-se para o referencial teórico, que compõe as formulações teórico-práticas do estudo – a partir das leituras assumidas previamente.

2 GRIPE ESPANHOLA

Em uma avaliação histórica, uma reabertura completa dos arquivos  demonstra que, de fato, a maioria das pandemias de grande contágio, disseminadas em todo o mundo, tiveram seu ponto zero na Ásia continental e na África, de onde se espalharam para o resto do mundo, e diferentes origens geográficas e caminhos de disseminação, em suma, impactando os Estados-nação que não foram de sua origem (FRITH, 2012).

Neste sentido, por exemplo, a praga de 541 DC começou na África Central e se espalhou para o Egito e o Mediterrâneo, já a reconhecida este Negra de 1347 DC, também se originou na Ásia e se espalhou para Crimeia e depois para a Europa e Rússia. (ABERTH, 2011)

A já terceira grande pandemia, a de 1894 DC, originou-se em Yunnan, China, e se espalhou para Hong Kong e Índia, e depois para o resto do mundo (ABERTH, 2011).

Obviamente, deve-se também considerar que, nestes períodos, a medicina ainda era pouco desenvolvida, logo, o alastre destas doenças foi potencializado pela pouca ciência da época, números que foram diminuindo ao longo das passagens de anos, principalmente após o início século XIX com a internacionalização das vacinas. (ABERTH, 2011)

Foi o quinto ano da Primeira Guerra Mundial, quando a chamada Gripe da Espanha se espalhou da América para toda a Europa, apresentando uma pandemia de influenza especialmente virulenta (BERTOLLI, 2003).

A gripe havia viajado junto com as forças militares por toda a França e de lá para o resto da Europa, fechando seu segundo ciclo nos EUA e, por consequência, entrando no Estado brasileiro, onde infectou de 3% a 5% da população mundial, incluindo ilhas e as cidades distantes, reduzindo a expectativa de vida caiu cerca de 12 anos (FRITH, 2012).

Esta atingiu uma parte despreparada e sofrida do mundo em três ondas consecutivas durante a primavera, outono e inverno em um período de doze meses (MEYER; TEIXEIRA, 1920)

Apesar de a gripe também ter surgido na Índia, na Nova Zelândia e na África do Sul, a impressão dominante era de que dizia respeito principalmente à Europa, Ásia e América do Norte. (BERTOLLI, 2003; MEYER; TEIXEIRA, 1920)

Uma curiosidade peculiar foi que a dispersão do vírus aconteceu em todo o mundo durante o verão e outono, já que a gripe costuma piorar durante o inverno (BERTOLLI, 2003; MEYER; TEIXEIRA, 1920), o que chegou até o Brasil.

A segunda vaga apareceu durante setembro a outubro de 1918 e se espalhou novamente geometricamente, mas desta vez apenas a Austrália permaneceu inalterada e isso até 1919 (LE GROFF, 1991; MEYER; TEIXEIRA, 1920).

No entanto, a primeira onda de gripe passou despercebida na primavera e no verão de 1918. A onda da primavera nem mesmo recebeu uma menção no índice do volume de 1918 da revista The American Medical Association, pela pouca percepção e reconhecimento sobre o vírus. A doença, no início, tinha sido leve, a mortalidade não era incomumente alta e o mundo estava preocupado com os eventos da guerra – o que abriu espaço para o vírus ganhar o mundo (LE GROFF, 1991).

Assim sendo, a gripe estava se formando silenciosamente, com surtos localizados dentro dos acampamentos militares dos EUA no início de 1918. Em abril, a doença havia se espalhado para a França, provavelmente transportada para lá por tropas americanas (MEYER; TEIXEIRA, 1920).

Nos Estados Unidos, a doença foi observada pela primeira vez no condado de Haskell, no Kansas, espalhando-se ainda mais no Canadá e no Alasca, onde comunidades inteiras morreram. Índia, Indonésia, Samoa, Japão, Etiópia e África do Sul também foram atingidos (LE GROFF, 1991).

No final de abril, a gripe atingiu a Espanha neutra, onde a doença foi amplamente divulgada, “uma estranha forma de doença de caráter epidêmico apareceu em Madrid”, dizia o principal jornal do país na época. A influenza, então, adquiriu seu nome espúrio, “Gripe Espanhola” (MEYER; TEIXEIRA, 1920). Portanto, Frith (2012) explica que os fatos científicos mais confiáveis ​​sobre a doença vieram da Espanha, dando à comunidade internacional a falsa impressão de que a Espanha era a zona mais afetada. (FRITH, 2012)

No degelo da Espanha, foi adotado um apelido diferente, nome que veio de uma opereta musical (zarzuela) intitulada La canción del olvido (Canção do Esquecimento), que estreou em Madrid durante a primeira onda epidêmica. O poeta e ensaísta espanhol Federico Romero (1886-1976), um dos libretistas, brincou que o número musical mais popular da peça, “Soldado de Nápoles”, era tão cativante quanto uma gripe.

Assim, seguindo, a Influenza adquiriu o seu novo apelido, a gripe “Soldado de Nápoles” (Soldado de Nápoles) (LE GROFF, 1991) e a Grã-Bretanha, Alemanha, Suíça e Polônia foram os próximos países em que a gripe foi transmitida. Já em maio, a “gripe espanhola” atingiu a Grécia, demostrando toda a sua força de disseminação (BERTOLLI, 2003).

Na Grécia, em julho do ano de 1918, em um artigo intitulado “Gripe Espanhola”, apareceu a primeira referência registrada para o surgimento da pandemia de influenza na Grécia. Foi na cidade de Patra, no Peloponeso, onde alguns dias antes, um surto de gripe havia mostrado seu caráter maligno (LE GROFFI, 1991). Os médicos da época haviam reconhecido a semelhança da gripe com a que ocorrera na Espanha, segundo o autor (In, 1991).

Em outubro, o jornal Thessalia Newspaper (grego: Θεσσαλία) publicou um telegrama completo do “Ministério Helênico de Assuntos Internos”, que retratava o conhecimento científico europeu da época onde se afirmava que os germes da doença entram no corpo pela boca, e geralmente do sistema respiratório. (MEYER; TEIXEIRA, 1920)

Gargarejos frequentes, principalmente com água oxigenada e creme antisséptico, poderiam ter alguma ação preventiva. A doença se espalhava pela tosse e era transmitida pelo ar. Portanto, era recomendável evitar o estresse mental e o excesso de trabalho, bem como as concentrações de cada tipo (MEYER; TEIXEIRA, 1920)

Na Europa, todas as escolas foram fechadas e foram definidas propostas de manutenção meticulosa da limpeza da lingerie e das mãos. Em particular, foi altamente recomendável evitar o contato próximo com todas as pessoas que apresentem sintomas de gripe (MEYER; TEIXEIRA, 1920), remontando uns dos isolamentos sociais de menor eficácia de todos os tempos, haja vista o desrespeito da população.

Objetos que eram constantemente usados ​​pelos enfermos, como passagens nos bondes, lápis nas escolas, cobertores nos hospitais ou no exército, até a água benta nas igrejas, também eram considerados meios de transmissão, e foram queimados e/ou esterilizados pelo Estado (BERTOLLI, 2003).

Foi o prefeito da cidade francesa de Lyon Eduard Herriot (1872-1957) quem primeiro entendeu o significado da higiene pública e tomou algumas medidas eficazes para enfrentar seu extremo contagioso na Europa. (REID, 2001)

Assim, ao funcionar como uma espécie de esquadrão sanitário de um homem, para reduzir ao mínimo as mortes, desinfetou bondes, proibiu as reuniões públicas e até as procissões fúnebres, organizou um sistema de enterros rápidos, enquanto a água benta deveria ser misturada com antissépticos para a proteção dos crentes. (REID, 2001).

Foi uma das medidas mais eficazes, após certo tempo replicada por outros Estados, que resultou na cultura e necessidade de isolamento social frente a uma pandemia que, até então, não era vista em tanta escala na sociedade moderna (REID, 2001).

Na Europa e nos Estados Unidos, os departamentos de saúde pública distribuíram máscaras de gaze para serem usadas em público enquanto os hospitais adotam a cura de ar fresco para o novo vírus, simplesmente organizando camas e/ou tendas fora dos edifícios principais para evitar o contágio e as consequências sociopolíticas atreladas (FRADA, 2003).

Mesmo com o degelo, as comunidades médica e científica desenvolveram novas teorias e as aplicaram na prevenção, diagnóstico e tratamento dos pacientes com influenza, o que foi, insuficiente para conter o avanço da pandemia para todas as regiões do globo. (FRADA, 2003)

Determinações políticas no leste Europeu e na América passavam, por exemplo, pela transferência de produtos e insumos, onde funcionários de alfândegas foram obrigados a permitir que todos que pareciam saudáveis ​​cruzassem os países (FRADA, 2003) e não permitiam a passagem de produtos que tinham alguma ligação com centros pandêmicos como Espanha e Ásia. 

O principal fator que impulsionou a ocorrência de influenza em todo o mundo foi a melhoria da logística devido aos sistemas de transporte modernos que tornaram mais fácil para soldados, marinheiros e população civil espalharem a doença rapidamente para todos os cantos das áreas habitadas (FRADA, 2003).

Com os pacientes militares voltando da guerra com ferimentos de batalha e queimaduras de gás mostarda, as instalações hospitalares e a equipe estavam sobrecarregadas ao limite. (FRADA, 2003)

Isso criou uma escassez de médicos, especialmente no setor civil, já que muitos haviam sido recrutados para o serviço militar. Como os médicos estavam fora com as tropas, apenas os estudantes de medicina ficaram para cuidar dos doentes. (BERTOLLI, 2003)

A escassez foi ainda mais confundida pela perda adicional de médicos devido à epidemia. A Cruz Vermelha forneceu enfermeiras especializadas para colaborar com os Departamentos de Saúde Pública em toda a Europa e América (BERTOLLI, 2003)

Esse vírus fascinante e extremamente perigoso, que causou uma pandemia tão grande, matou grande parte da população atingida em uma porcentagem de 2 a 20%, ao contrário do vírus da gripe comum, que apresenta uma taxa de mortalidade de 0,1%. (LE GROFF, 1991; BERTOLLI, 2003; REID, 2001; FRADA, 2003)

As vítimas fatais dos doentes atingiram o número de cinquenta milhões de vítimas (França: 100.000 mortes, Inglaterra: 220.000, EUA: 550.000), mais do que o número total das vítimas da Primeira Guerra Mundial (LE GROFF, 1991), encontrando no Brasil, país invadido já na segunda onda, uma média total de 35 mil mortes oficializadas (LE GROFF, 1991; BERTOLLI, 2003; REID, 2001; FRADA, 2003).

No mundo, por consequência, mesmo em áreas onde a mortalidade era bastante baixa, uma porcentagem significativa da população em geral estava incapacitada, fazendo com que grande parte das atividades diárias fossem prejudicadas, alastrando economias.

Em algumas comunidades, a maioria das lojas foi fechada ou os proprietários exigiram que os clientes adiassem ou deixassem seus pedidos fora das lojas. Uma fobia de influenza espalhou-se entre as pessoas comuns. Essa pandemia foi descrita como o maior holocausto médico da história e pode ter matado mais pessoas do que a Peste Negra, causada pela peste bubônica (REID, 2001).

Uma característica única desta pandemia foi que matou principalmente adultos jovens, enquanto 99% das mortes ocorreram em pessoas com menos de 65 anos, com mais da metade relacionada a doentes entre 20 e 40 anos de idade. (FRADA, 2003)

Esta foi uma distribuição incomum, uma vez que a gripe foi, e de fato é, normalmente mais mortal entre os muito jovens, com menos de 2 anos e muito velhos, com mais de 70 anos e mais branda entre os pacientes em seu auge. (FRADA, 2003)

O fato de as frações sensíveis da população terem tido uma melhor resposta imunológica pode ser explicado pela proteção parcial devido à sua exposição à pandemia de gripe russa anterior de 1889. (FRADA, 2003)

 Em casos de evolução rápida, a morte ocorreu principalmente devido à pneumonia induzida por vírus, enquanto a doença de progressão mais lenta apresentava pneumonias bacterianas secundárias. Em muitos pacientes, o envolvimento neural levou a transtornos mentais, que apareceram (FRADA, 2003).

Tanto a morbidade quanto a mortalidade foram excepcionalmente altas. Algumas mortes foram resultado de desnutrição e fome devido à guerra, enquanto um grande número foi devido à overdose de aspirina (LE GROFF, 1991).

Tudo isto levou ao medo do lapso econômico e ao desenvolvimento das políticas acima apresentadas, o que também não foi diferente no Brasil, como observado na subseção abaixo.

Já no final da crise da gripe espanhola, em meados de 1919, a doença não se apresentou tão opressora por motivos até hoje desconhecidos, muito provavelmente devido ao vírus já tivesse acometido as pessoas mais suscetíveis ou por terem sido tomadas medidas preventivas de maneira mais eficaz. (ALVES, 2020)

2.1 Gripe Espanhola no Brasil

Às vezes descrita como a maior pandemia médica dos tempos modernos, a pandemia de Influenza de 1918 resultou em estimativas de mortalidade global variando de 20 a 100 milhões no intervalo de alguns meses, como salientado por Alonso et al. (2016). Dentro destes números, no início da primavera de 1918, chegou ao Brasil através da Costa Sudeste devido ao intenso tráfego portuário da época.

Batizado com o nome de Demerara, um navio de natureza inglesa entrou no porto de Recife, uma cidade do norte do Brasil, e então ancorou na cidade portuária de Santos, São Paulo trazendo o vírus junto ao passo que os marinheiros a bordo adoeceram por terem sido expostos diretamente em Dakar, no Senegal, em parada no caminho para a Europa (BARATA, 2000).

Já poucos dias após a chegada do navio em Santos, o vírus chegou ao interior do país e muitos casos foram notificados no Rio de Janeiro, em São Paulo e em outras cidades do Nordeste. A epidemia não conseguiu conter o ritmo e a intensidade que se espalhou rapidamente para os bairros do interior, infectando diversas pequenas populações onde, estruturalmente, não se considera nem mesmo a existência de um sistema de saúde (BARATA, 2000).

As evidências sugerem que as autoridades brasileiras não previram os efeitos mortais da pandemia, pois as informações que chegaram ao país alertando sobre a gravidade do exterior não receberam nenhuma importância específica do Estado. Por isso, quando chegou, e chegou para ficar, a pandemia sobrecarregou facilmente as autoridades públicas, segundo as perspectivas de Garret (2007).

As poucas medidas em vigor se mostraram inúteis diante da eclosão de uma grave crise de saúde pública, conforme se depreende de trechos da Gazeta de Notícias em Outubro de 1918, com a seguinte expressão: “a grande epidemia: as providência do governo de muito pouco adiantaram até agora” (GARRET, 2007, p. 41), e também no Correio da Manhã, que apresentou que a situação da saúde pública estava entrando em colapso. Ambos estão representados, em nível gráfico, na Figura 1.

Figura 1: Jornais Brasileiros na Primavera de 1918

Fonte: Adaptado de Memória BN (2017)

No meio da calamidade, os preços dos alimentos (incluindo leite, carne e limão) e remédios (principalmente quinino – considerado uma droga poderosa para qualquer doença) aumentaram rapidamente conforme a escassez se instalou (HOCHMAN, 2016).

Hospitais e postos de saúde improvisados ​​tiveram que ser estabelecidos em muitas cidades que tentavam acompanhar o aumento das taxas de mortalidade. O que era, inicialmente, um problema que nem sequer foi registrado pelo Estado, tornou-se uma situação de diversos impactos dentro da comunidade brasileira (HOCHMAN, 2016).

São Paulo (cidade) notificou 116.771 casos ao todo, uma taxa de prevalência de 22,32% (NELSON, 2010), para uma população estimada de 523.194 habitantes, e 5.331 mortes no curto período entre meados de outubro e meados de dezembro de 1918 (HOCHMAN, 2016).

Outras cidades como Rio de Janeiro e Minas Gerais estimavam um número de casos de aproximadamente 25% do grau populacional (NELSON, 2010). O presidente brasileiro da época, Francisco de Paula Rodrigues Alves, recém-eleito para um segundo mandato em 1918, sucumbiu em janeiro de 1919 com a doença, que foi cada vez mais assustando a população

Alguns estudos estimam que aproximadamente 350.000 (dois terços da população de São Paulo) podem ter sido infectados (BARATA, 2000; BERTOLLI, 2003). Os dados sugerem que em 1918 e 1919, quando a pandemia estava no auge, a porcentagem de mortes atribuídas a causas relacionadas à Influenza era de 52,6% e 53,8%, respectivamente; embora números oficiais buscarem reduzir os valores para controlar os pânicos populacionais.

Ao contrário dos Estados Unidos e também do continente europeu, houve apenas uma onda da pandemia no Brasil. O município Capital (em São Paulo), para o qual estão disponíveis dados mensais de 1917-1920 nos Relatórios Estatísticos Anuais, fornece um retrato da situação no país ao mostrar os padrões de mortalidade nesta região. (BARATA, 2000; BERTOLLI, 2003; NELSON, 2010)

O relatório apresenta que, em comparação com os mesmos meses de 1917, houve 514 e 5.274 mais mortes em outubro e novembro de 1918, respectivamente; sendo que o número total de óbitos cresceu cerca de 87,3% neste município (BARATA, 2000; BERTOLLI, 2003; NELSON, 2010), remontando o impacto social e econômica da Gripe Espanhola. O choque de mortalidade devido à pandemia era evidente.

Esta pandemia, no Brasil, resultou em uma taxa de mortalidade mais alta entre adultos em idade produtiva, criando uma distribuição de perfil etário em forma de ‘W’ dos grupos afetados. Um motivo proposto para esse padrão é que jovens adultos do sexo masculino em particular podem ter sido mais vulneráveis dadas suas taxas de participação relativamente mais altas na força de trabalho e sua exposição desproporcional a outras doenças, como tuberculose. (BERTOLLI, 2003)

Outra explicação da literatura médica é que a tempestade de citocinas que causa produção excessiva de células do sistema imunológico e seus compostos relacionados, as citocinas, é evidente em jovens adultos saudáveis ​​com idade entre 20 e 40 anos durante a infecção, e essa forte reação imunológica resulta na morte prematura (BERTOLLI, 2003).

Crianças e idosos com sistemas imunológicos mais fracos são menos afetados, pois é menor o risco de seus sistemas imunológicos reagirem exageradamente. Dada sua chegada repentina e imprevista na primavera no hemisfério sul, e com sua curta duração de cerca de dez semanas, os estudos existentes postulam a atribuição aleatória da infecção no Brasil (NELSON, 2010).

Em resposta ao início da pandemia, as autoridades de saúde pública elaboraram campanhas para divulgar informações sobre medidas preventivas e curativas. Estas incluíam isolamento, boa higiene pessoal, nenhum trabalho extra que pudesse resultar em fadiga extrema e medidas de quarentena em várias áreas (MASSAD et al., 2007).

Além disso, houve uma confusão geral, pois as declarações divulgadas por estabelecimentos médicos que transmitiam que a epidemia era principalmente benigna estavam em dissonância com os dados publicados que indicavam um crescimento exponencial no número de vítimas. (NELSON, 2010)

Os hospitais rapidamente ficaram sem medicamentos e uma crise de saúde pública explodiu em São Paulo, Rio de Janeiro e nas regiões mais afastadas do norte brasileiro, enquanto as autoridades brasileiras lutavam para manter um ritmo de luta contra a Gripe Espanhola, que só via seus números crescerem cada diz mais (MASSAD et al., 2007; NELSON, 2010; BARATA, 2000; BERTOLLI, 2003).

Neste aspecto, então, percebendo que significativa foi a influência desta pandemia para a definição política, econômica, financeira e social da época, apresenta-se, na próxima seção, a caracterização de atividades, decretos e fundamentos (dos mais diversos setores e campos) que foram determinados pelo governo da época a fim de combater os impactos negativos da Gripe Espanhola, que se trata do objetivo central deste estudo.

3 MEDIDAS SOCIOPOLÍTICAS e ECONÔMICAS ADOTADAS

Durante o período da gripe espanhola, o Brasil adotou algumas medidas preventivas para evitar a propagação do vírus, sendo necessário destacar as ações que tiveram uma elevada taxa de eficácia.

3.1. Isolamento social

Devido à continuidade das atividades habituais em decorrência da guerra que ocorria no período, o contágio de soldados e fabricantes de equipamentos e suprimentos destinados a tropas acarretou em uma rápida expansão da doença. (MIRANDA, 2011)

Por conta desse rápido alastramento da doença, foi elaborado um memorando para uso público feito por pesquisadores orientando a permanência das pessoas em suas residências caso estivessem doentes, de maneira que evitassem grandes reuniões. (TORCATO, 2016)

A recomendação não alcançou a população brasileira de um modo geral e acabou sendo ignorada pelo governo brasileiro até a devida comprovação da necessidade de evitar a disseminação, muito devido às fake News que serão o próximo item a ser abordado. (SANTOS; LOPES, 2021)

3.2. Desconstrução de fake news

A preocupação em se evitar as fake News ocorre desde o período da gripe espanhola, quando a gripe passava a ser conhecida mundialmente. No final do ano de 1918, foram publicadas informações sem conclusões plausíveis e posteriormente recusadas pela comunidade científica. (FREIRE, 2019)

O nível de fake News era tão elevado nesse período que chegou a ser aconselhada a lavagem interna do nariz com água e sabão sempre ao acordar e dormir, além de forçar o espirro ao chegar e ao sair de casa, sempre acompanhado de uma respiração profunda, entre outras ações sem nenhuma comprovação científica. (PEDRON, 2020)

Lima, Schechtman, Brizon e Figueiredo (2020) elencam que as informações iniciais da época, assim como no período atual da COVID-19, apontavam que os transportes públicos eram um dos principais meios de contaminação, surgindo orientações sobre realizar caminhadas, que logo foram refutadas pelos especialistas.

Portanto, a única informação conclusiva na época era que algum tipo de proteção era necessário para evitar que o vírus se espalhasse, surgindo então a necessidade da utilização de máscaras.

3.3. Proteção facial necessária

Souza (2007) apresenta os Estados Unidos como a primeira nação a adotar a imposição da utilização de alguma proteção contra o vírus, onde alguns estados americanos chegaram a impor o uso obrigatório de máscaras faciais contra a gripe espanhola.

No Brasil, a crise financeira acabava não tornando possível que as máscaras faciais fossem adquiridas de maneira simples, acarretando na produção e distribuição em massa em determinados pontos de cidades, o que acabava gerando uma aglomeração nesses locais. (CARNEIRO; SILVA; RIBEIRO, 2021)

Assim, esperando pelo pior cenário, as autoridades solicitaram rigidez nas medidas protetivas e foi determinado inclusive o fechamento de estabelecimentos, sendo a próxima medida a ser apresentada.

3.4. Criação de hospitais

Nos últimos dias de outubro de 1918, o governo brasileito intensificou as medidas preventivas e decretou a criação de hospitais de campanha e postos de atendimento à população em diversas cidades brasileiras.

Neste ponto, a pandemia começava a arrefecer na capital do Brasil e a situação voltava a ficar mais estável, fazendo com que esse período de gripe espanhola começasse a ser superado.

Por fim, a gripe espanhola virou um marcador temporal e se tornou uma expressão para lembrar de algum fato ocorrido no período, que demandou ações do governo brasileiro para contenção dos impactos que essa doença causou em todo o planeta.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Podemos concluir neste estudo, que a velocidade do contágio da Influenza A, evidenciou a falta de estratégia no tangente a combate preventivo, bem como a deficiência nos equipamentos sanitários e de saúde do Estado. A carência de uma estrutura básica para socorrer a população foi o primeiro de muitos problemas estruturais que a pandemia desmascarou. Ademais, as instituições sanitárias federais não estavam devidamente aparelhadas e andavam “enroladas” devido a burocracia estatal que costuma atrasar as resoluções propostas por políticas públicas de sáude, sem contar o fato de que o surgimento do SUS se deu na Constituição de 1988.

Cabe aqui desprender que todo interesse pela temática partiu do atual processo pandêmico observado (Covid-19), do qual também foram e estão sendo aplicadas medidas de contenção semelhantes. Haja vista que são períodos divergentes, uma contextualização de principais atividades estatais que foram organizadas na época pelo interesse histórico ao cenário atual é de extrema relevância. Diante do que pareceria nunca visto, a pandemia do Influenza A nos proporciona um retorno ao passado para chegarmos perto de questionamentos que precisam ser feitos. A experiência do passado, nos diz respeito por exigir uma consideração sobre o valor da vida humana, nos permite enxergar as nossas desigualdades que atingem sempre os mais pobres e moradores de periferias e comunidades.

Crises de saúde sempre revelam as formas de governar, os arranjos políticos, as respostas e silêncio das autoridades. Tanto em 1918 quanto em 2020, cada estado, por determinação da Suprema corte do país(no último caso), lidou com o vírus a sua maneira, seja no interior, seja nas capitais. Outras semelhanças nos aproximam do passado como o uso de máscaras, isolamentos, fechamentos de locais públicos e que geram aglomerações, a desinfecção de mãos e outras medidas de higiene pessoal além do uso de medicamentos duvidosos.

A atual pandemia deixou claro a precariedade e vulnerabilidade da população quanto ao acesso a saúde hospitalar, as condições insalúbres de higiene como o desprovimento de água tratada e esgotamento sanitário além de falta de informação isenta por parte da grande mídia e dos governos de maneira geral que se aproveitaram deste estado de calamidade para exercer tiranicamente controle social, interrompendo serviços públicos, paralizando órgãos e adotando “lockdowns” sem qualquer comprovação de sua eficácia. A morte do próprio Presidente Rodrigues Alves pela doença, mostrou o despreparo do país na formulação e execução de políticas públicas para conter a proliferação da doença.

Em estudos realizados sobre ações preventivas realizadas durante o período da gripe espanhola, demonstrou-se que ocorreu uma mortalidade cerca de 50% menor se comparada a locais que não adotaram essas medidas. (MEDEIROS, 2021).

Quando passou a pandemia da gripe espanhola de 1918, foi incluída a influenza no artigo 562 do Código Sanitário publicada em 19 de março de 1919. O Estado começou a mandar fazer mais estudos sobre o vírus e estudar mais sobre métodos para evitar novas pandemias e pra aprender a lidar com as proximas se viesssem, com força de lei.Com o passar do tempo o codigo sanitário teve multiplas emendas ate ser revogado em 1970, de lá pros tempos atuais, tiveram varias mudanças e novas leis pra ajudar no combate de epidemias como essas.

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