REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/fa10202410102138
Bianca Gonzalez
Carla Mazuco
Carolina Fernanda da Costa Cardia
Emanuelle dos Passos Alencar Araujo
Silvio Luis Pereira de Souza
RESUMO
O ovo é a proteína animal com maior valor biológico e também de maior acessibilidade. Porém, para que chegue ao prato do consumidor oferecendo menores riscos à saúde pública e considerando um maior conforto às galinhas poedeiras, é necessário um monitoramento e uma gama de cuidados padronizados pelo SIF (Serviço de Inspeção Federal). O objetivo deste trabalho foi apresentar o processo de inspeção nacional, demonstrando o controle de qualidade desde o processo de criação destas galinhas até a embalagem, que também deve seguir um padrão para que se encaixe dentro das normas. Os resultados apontam que o sistema de criação impacta diretamente na qualidade do ovo, bem como o sistema de coleta manual pode ser mais benéfico também para a conservação das cascas por se tratar de um produto extremamente frágil. Por se tratar de um produto dedicado ao consumo humano, requer uma maior atenção devido ao grande risco de contaminação por zoonose, sendo extremamente necessário atender todas as regulamentações impostas pelo SIF e pelo MAPA (Ministério da Agricultura e Pecuária).
Palavras-chave: Ovo, Poedeiras, Inspeção, Avicultura.
1. INTRODUÇÃO
Desde o início da pandemia, em meados de 2020, foi possível notar um aumento exponencial no consumo de ovos no Brasil (CNN BRASIL, 2021) devido à uma grande crise econômica que fez com que o ovo fosse a proteína animal mais acessível entre grande parte da população.
Apesar do custo reduzido, em fatores nutricionais o ovo lidera o ranking das proteínas animais com maior valor biológico, sendo de 94% e suas taxas satisfatórias de gordura, mineral e vitaminas democratizam uma alimentação mais completa e saudável (PASCOAL et, al, 2008).
A criação de galinhas poedeiras no Brasil geralmente é feita a partir do sistema convencional, onde o custo de produção é menor, maior higiene e manejo mais fácil. Contudo, não são excluídos os demais métodos de criação, como o cage free e o free range.
Por se tratar de um alimento onde há um risco iminente de contaminação por alguns microrganismos zoonóticos, é necessário que sejam adotadas medidas de biossegurança rigorosas, independentemente do método adotado pelo criadouro, a fim de evitar danos para a saúde pública. Se houver intenção por parte do estabelecimento de comercialização entre Estados ou para fora do país, deve cumprir ao regimento do Serviço de Inspeção Federal (SIF) e é obrigado, por lei, a se registrar no MAPA, onde passa por auditoria e um monitoramento de biossegurança e manejo extremamente rigoroso que pode ser realizado em um período trimestral, semestral ou anual.
2. OBJETIVO
O projeto tem como objetivo apresentar a pesquisa na literatura para organizar um texto sobre o processo de inspeção de ovos realizado pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF) que é responsável por garantir a qualidade e segurança dos produtos de origem animal do Brasil, incluindo ovos. O processo de inspeção e controle dos ovos pelo SIF envolve diversas etapas severas para assegurar que o produto esteja em conformidade com os padrões sanitários. Entre os processos realizados na inspeção de ovos, especificamos sobre a criação, coleta de ovos, inspeção de controle de qualidade e processo de embalagens.
3. METODOLOGIA
3.1 Critérios de Busca
Para a elaboração da base bibliográfica, foram definidas palavras-chave específicas, a fim de direcionar a pesquisa para os tópicos de interesse. As palavras- chave utilizadas foram: “inspeção”, “poedeiras”, “avicultura” e “ovos”.
3.2 Critério Cronológico
A seleção dos artigos foi restrita aos últimos 10 anos, abrangendo o período de 2014 a 2024. A escolha por esse critério cronológico visa garantir que as informações sejam atualizadas e relevantes, refletindo as práticas e regulamentações mais recentes no setor de inspeção de produtos de origem animal no Brasil.
3.3 Processo de Seleção dos Artigos
As etapas para a seleção dos artigos envolveram um processo sistemático e criterioso. Foi realizado uma pesquisa utilizando as palavras-chave “inspeção”, “poedeiras”, “avicultura” e “ovos” nas plataformas Scielo e Google Acadêmico. A partir dessa pesquisa, ocorreu uma seleção baseada na análise dos títulos e resumos dos artigos encontrados, resultando na escolha de 9 artigos que pareciam relevantes ao tema proposto.
3.4 Estrutura de Revisão
A revisão bibliográfica foi estruturada de forma a abranger diversos aspectos cruciais da produção e inspeção de ovos no Brasil. Primeiramente, foram analisados os sistemas de criação de galinhas poedeiras, incluindo os métodos convencional, cage free e free range. Em seguida, foram consideradas as medidas de biossegurança adotadas nos criadouros para prevenir contaminações e garantir a saúde dos animais. Além disso, a revisão incluiu uma análise dos procedimentos de coleta de ovos, assegurando que sejam manuseados de maneira a minimizar riscos de contaminação. Também foi abordada a inspeção de controle de qualidade realizada pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF), que envolve rigorosos critérios para garantir que os ovos atendam aos padrões sanitários estabelecidos. Por fim, foram discutidos os processos de embalagem dos ovos, fundamentais para proteger o produto e prolongar sua vida útil. Esta estrutura visa proporcionar uma visão abrangente e detalhada dos processos envolvidos na inspeção de ovos no Brasil, contribuindo para a compreensão das práticas que garantem a qualidade e a segurança desse alimento amplamente consumido.
4. RESULTADOS
4.1. Bem-estar animal e eficiência produtiva
A pesquisa no campo da ciência animal indica que, quando os animais estão em condições de bem-estar, eles tendem a ser mais saudáveis, o que resulta em um melhor desempenho, sugerindo que a produtividade, a qualidade dos produtos de origem animal e a viabilidade de uma exploração estão diretamente ligadas ao Bem- Estar Animal (BEA) (HORGAN; GAVINELLI, 2006).
Dentro do cenário da produção, o BEA criou grande importância com sua atual definição proposta pela OIE (2013) onde diz que é a forma como o animal responde às condições em que vive – sendo maior o nível de Bem-Estar quando as condições de nutrição, segurança, sanidade e higiene forem adequadas. (OIE – ORGANIZATION F, 2013).
Com isso, ao analisarem galinhas poedeiras alojadas com e sem galos, a fim de garantir o comportamento reprodutivo natural da espécie, foi observada uma redução na mortalidade e um aumento na produção de ovos nas aves criadas na presença de galos. Além disso, Odén et al. (2015), também estudando poedeiras criadas com galos, constataram períodos mais curtos de “imobilidade tônica”, um comportamento associado ao medo nos animais, e concluíram que a presença de galos pode diminuir o sentimento de medo nas aves. (ODÉN; KEELING; ELZEN; DUNNE; WALKER, 2015)
Portanto, segundo Lay et al. (2011), embora haja uma escassez de literatura comparando todas as variáveis dentro dos diferentes sistemas de criação utilizados, é essencial encontrar a combinação adequada de alojamento, alimentação e manejo para otimizar a produção e garantir o bem-estar dos animais. (LAY; PACHECO; SILVA; MARTINS; SANTOS, 2011)
4.2. Sistemas de Criação no Brasil
Atualmente, o sistema de criação em gaiola é o mais utilizado no território brasileiro pelos criadores de galinhas poedeiras por conta da alta produtividade e do baixo custo de manutenção. Contudo, há certos impactos no Bem-Estar Animal já que as aves são impedidas de expressarem seus comportamentos naturais, como chocar os ovos e ciscar. (BATISTA et al., 2012)
Visando isso, algumas alternativas de criação que podem oferecer uma vida com mais liberdade do que o sistema convencional acabaram tomando espaço na Europa, como o sistema cage free e o free-range, também conhecido como semi- confinamento. (GERZILOV et al., 2012). 4.2.1 Sistema Convencional (em gaiolas)
Os criadouros que utilizam o sistema convencional de criação de aves no Brasil representam 95% de toda a produção, fazendo variações somente do posicionamento das instalações, podendo ser piramidais ou verticais, objetivando aumentar a produção por área e, consequentemente, o lucro (ROCHA; LARA; 2008)
No entanto, a criação em gaiolas é criticada mundialmente, e inclusive proibida em alguns países, por não atender aos requisitos de bem-estar das aves. Com dimensões de gaiolas abaixo das exigidas na União Europeia, o Brasil não tem legislação que regulamente um padrão adequado para densidade (área/animal) e nem para o tamanho da gaiola, que fica varia entre 350 e 450cm2 por ave. (SILVA; MIRANDA, 2008)
Além disso, a criação em espaços fechados e apertados como as gaiolas impede que as aves expressem seus comportamentos naturais, acarretando problemas de saúde e comportamentais. Apesar dos problemas de BEA, o é possível fazer um melhor controle de lote e um melhor controle sanitário, o que proporciona maior lucro ao produtor. (SILVA; MIRANDA, 2008).
4.2.2 Sistema Cage-Free
A fim de tornar-se semelhante ao habitat natural e priorizar seu comportamento em vida selvagem, é permitido que as aves fiquem soltas em galpões com acesso ininterrupto a ninhos, poleiros e áreas para comportamentos naturais, sem a necessidade de certificação, mas seguindo padrões da HFAC (Humane Farm Animal Care).
Nesse sistema é proibida a prática da debicagem, porém há sim vacinação e uso controlado de antibióticos, além da exigência de condições adequadas no galpão, incluindo a quantidade máxima de galinhas por ninho (sendo necessário 1 a cada 5 poedeiras) e os poleiros oferecem 15cm por ave. (RUSSO, 2019).
4.2.3 Sistema Free Range
Esse sistema oferta acesso à áreas externas de pastagem para as aves, resultando em ovos com textura e cor da gema atraentes para o consumidor devido à dieta rica em carotenoides, um pigmento natural.
Segue as mesmas exigências do sistema Cage-Free, mas com acesso diário ao ar livre por pelo menos 6 horas, garantindo proteção contra intempéries.
Sendo o sistema que mais prioriza o comportamento natural das aves, conta com instalações que permitem as cinco liberdades. O manejo inclui ninhos, poleiros e áreas de pastagem, seguindo normas de bem-estar animal e proteção contra predadores (BRACKE; HOPSTER, 2006). Na área coberta, ainda conta com água e alimento, um ninho a cada sete galinhas e áreas de cama de no mínimo 250cm2 por ave. (HFAC, 2014).
4.2.4 Sistema Orgânico
Por necessitar de um investimento inicial maior do que os outros sistemas, geralmente tem um custo maior para o consumidor final. Porém, tem maior valor agregado devido à valorização do público em relação aos costumes mais sustentáveis, que é o que esse sistema prega.
Com seu próprio Selo, emitido pelo MAPA, as granjas que fazem parte desse sistema de produção devem ter uma área externa verde que as poedeiras devem ter acesso por pelo menos 6 horas diárias – exceto em caso de enfermidade ou alterações climáticas (MATT et al., 2011).
Para a área verde, a densidade estabelecida é de 3m2 por ave quando, na área interna, é de 6m2.
4.3 Coleta de Ovos
A coleta, independente de manual ou automatizada, deve ser realizada quatro vezes ao dia com maior foco na parte da manhã onde a maior parte da postura é realizada (SANTOS et al., 2009). Após a coleta, é dado início ao processo de limpeza e classificação dos ovos.
A fim de evitar danos mecânicos e impedir que os ovos fiquem impróprios para o consumo a partir de erros de coleta, a coleta acaba se tornando um dos processos mais importantes e de maior atenção para evitar possíveis prejuízos.
Juntamente com a coleta, é iniciada uma pré-classificação, onde são retirados os ovos que foram quebrados, trincados e bicados.
4.3.1 Coleta Manual
Os ninhos manuais tendem a ser preferidos pelas poedeiras devido ao seu forro com maravalha, ao invés do material plástico (HOLCMANET et al., 2007). Além disso,a qualidade dos ovos nesse método de coleta proporciona uma melhor qualidade. (PILOTO et al., 2010)
Quando a coleta é realizada de forma manual, é também realizada por poucos funcionários a fim de não intimidarem os animais ali presentes.
4.3.2 Coleta Automatizada
Com uma coleta bem mais rápida em relação aos ninhos manuais, o ninho automático impede que as aves tenham contato com os ovos após a postura, o que diminui consideravelmente a incidência de trincas e contaminação. Além disso, para o produtor pode ser vantajoso financeiramente pois a mão de obra pode ser reduzida de forma considerável apesar do custo inicial. (SILVA, 2012)
4.4. INSPEÇÃO
4.4.1. Ovoscopia
A ovoscopia é um método de inspeção não invasivo amplamente utilizado na indústria avícola com intuito de verificar a qualidade interna dos ovos, fazendo uso de uma fonte de luz intensa para observar a câmara de ar, a gema e a clara do ovo e permitindo a identificação de possíveis defeitos ou contaminações. A técnica é fundamental para garantir que os ovos comercializados atendam aos padrões de qualidade e segurança alimentar exigidos pelo mercado (Vélez; Pazmiño, 2021).
A principal vantagem da ovoscopia é a sua capacidade de detectar anomalias internas sem a necessidade de quebrar ou danificar o ovo, sendo possível assim identificar ovos com manchas de sangue, germes em desenvolvimento ou quaisquer outros defeitos internos que comprometam a qualidade do alimento. Além disso, a técnica também permite avaliar o tamanho da câmara de ar, que é um indicador importante do frescor do ovo. Ovos frescos têm câmaras de ar menores, enquanto ovos mais velhos apresentam câmaras de ar maiores (Vélez; Pazmiño, 2021).
Outro aspecto importante da ovoscopia é a sua eficiência no controle de qualidade em larga escala, já que pode ser utilizada tanto manualmente quanto com equipamentos automatizados, o que permite uma inspeção rápida e precisa de grandes quantidades de ovos. Isso é essencial para produtores que precisam garantir a qualidade de seus produtos de forma eficiente e eficaz.
A ovoscopia é considerada uma ferramenta indispensável na indústria avícola, pois assegura que apenas ovos de alta qualidade cheguem ao consumidor final (Vélez; Pazmiño, 2021).
4.4.2. Categoria de Ovos: A e B
Os ovos são classificados em duas categorias principais, A e B, de acordo com sua qualidade e condição geral. Os ovos da categoria A são considerados os mais frescos e de alta qualidade, apresentando cascas intactas e limpas, sem rachaduras ou manchas. Esses ovos são destinados ao consumo humano direto e geralmente são vendidos em supermercados e mercearias. A classificação rigorosa garante que os consumidores recebam produtos de excelente qualidade (CARVALHO, 2022).
Por outro lado, os ovos da categoria B possuem qualidade inferior e podem apresentar pequenas imperfeições na casca, como rachaduras ou manchas leves. Esses ovos não são comercializados diretamente para consumo humano, mas são utilizados na indústria alimentar para a produção de alimentos processados, como massas, bolos e outros alimentos que requerem ovos como ingrediente. A classificação em categoria B assegura que esses ovos ainda sejam aproveitados, minimizando o desperdício (CARVALHO, 2022).
A distinção entre as categorias A e B é feita por meio de inspeções visuais e ovoscopia, o que garante que cada ovo seja classificado corretamente de acordo com sua qualidade. Esse processo é crucial para manter a confiança do consumidor e a integridade da cadeia de suprimentos de ovos.
A classificação correta é importante também durante a rastreabilidade dos produtos, permitindo que produtores e reguladores monitorem a qualidade e a origem dos ovos ao longo de toda a cadeia de produção (CARVALHO, 2022).
4.4.3. Técnicas de Conservação e Quantificação
As técnicas de conservação dos ovos são essenciais para prolongar sua vida útil e garantir a segurança alimentar. A refrigeração é uma das técnicas mais comuns, pois retarda o crescimento de bactérias e mantém o frescor dos ovos por um período mais longo. Manter os ovos em temperatura constante, geralmente entre 1°C e 4°C, é fundamental para preservar sua qualidade. Além disso, a embalagem adequada, capaz de proteger os ovos contra choques e contaminações externas, também desempenha um papel crucial na sua conservação (CARVALHO, 2022).
Outro aspecto importante é a quantificação precisa dos ovos. A rastreabilidade é essencial para garantir a conformidade com as normas de comercialização e para atender às exigências regulatórias. A quantificação é realizada por meio de sistemas automatizados que contam e registram cada ovo produzido. Esses sistemas não apenas garantem a precisão, mas também facilitam a gestão de inventário e o controle de qualidade, permitindo aos produtores monitorar a produção de forma eficiente (CARVALHO, 2022).
Além da refrigeração e da quantificação, outras técnicas de conservação como a desinfecção e a aplicação de revestimentos protetores também são utilizadas para prolongar a vida útil dos ovos.
A desinfecção envolve a limpeza dos ovos com soluções antibacterianas para eliminar qualquer contaminação superficial. Já os revestimentos protetores criam uma barreira que reduz a perda de umidade e protege contra agentes externos. Essas técnicas combinadas garantem que os ovos mantenham sua qualidade e segurança até chegarem ao consumidor final (CARVALHO, 2022).
4.4.4. Apreciação do Estado de Limpeza e Integridade da Casca
A avaliação do estado de limpeza e integridade da casca dos ovos é um passo crucial no processo de controle de qualidade. Ovos com cascas limpas e sem rachaduras apresentam menor risco de contaminação por patógenos, como a Salmonella. A limpeza da casca é geralmente realizada por meio de processos automatizados que removem sujeiras e detritos, garantindo que os ovos estejam aptos para a comercialização, sendo esse procedimento fundamental para garantir a segurança alimentar e a satisfação do consumidor (RAMOS, 2021).
A apreciação geral do estado de limpeza e integridade da casca também inclui avaliação de fatores como textura e a cor da casca. Ovos com cascas uniformes e sem irregularidades são considerados de melhor qualidade. Já a cor da casca, embora não afete diretamente a qualidade interna do ovo, pode influenciar a percepção do consumidor e, portanto, é também levada em conta no processo de classificação. Essas avaliações ajudam a garantir que apenas ovos de alta qualidade cheguem ao mercado (RAMOS, 2021).
A manutenção de padrões elevados de limpeza e integridade da casca é essencial para a produção de ovos seguros e de alta qualidade. As técnicas modernas de limpeza e inspeção contribuem significativamente para este objetivo, proporcionando aos consumidores produtos que atendem às suas expectativas de qualidade e segurança alimentar (RAMOS, 2021).
5. CONCLUSÃO
Em conclusão, o ovo é um alimento de alta qualidade nutricional e acessível mas sua produção e comercialização envolvem processos complexos para garantir a segurança alimentar da população bem como o bem-estar das galinhas poedeiras.
O estudo também abrangeu aspectos diversos, desde os sistemas de criação de galinhas poedeiras e suas implicações para o bem-estar animal até as técnicas de coleta, inspeção e conservação dos ovos. Quanto aos sistemas de criação, foi possível concluir que, enquanto o sistema convencional de gaiolas domina a produção brasileira devido à sua eficiência e baixo custo, alternativas como os sistemas cage-free, freerange e orgânico oferecem benefícios adicionais em termos de bem-estar animal e qualidade dos produtos. Além disso, técnicas de inspeção e conservação, como a ovoscopia e a refrigeração, são fundamentais para assegurar que os ovos atendam aos padrões de segurança e qualidade exigidos como o procedimentos de embalagem dos ovos, essenciais para assegurar a conformidade com os padrões sanitários e prolongar a vida útil do produto. Através dessa abordagem, busca-se fornecer uma compreensão aprofundada das práticas adotadas no Brasil para garantir também a segurança dos ovos, um alimento de grande consumo.
Com todas essas condições para que os animais estejam saudáveis entra os diversos sistemas que incluem todo o cuidado e desempenho da produção, cada um zelando todo o processo para o produto estar em boas condições. Dito também a importância da ovoscopia e da categorização dos ovos na indústria avícola como ferramentas essenciais para garantir a qualidade e a segurança alimentar a classificação dos ovos nas categorias A e B, com base em inspeções visuais e ovoscopia, é fundamental para diferenciar produtos destinados ao consumo humano direto daqueles utilizados na produção de alimentos processados, contribuindo para a confiança do consumidor e para a eficiência da cadeia de suprimentos.
Por fim, a refrigeração, desinfecção e o uso de revestimentos protetores são métodos cruciais para preservar a qualidade dos ovos, retardando a deterioração e protegendo-os contra contaminações. A quantificação precisa, facilitada por sistemas automatizados, assegura o controle eficiente da produção e conformidade com as normas regulatórias, contribuindo para uma gestão eficaz e a confiança do consumidor.
É possível afirmar que a pesquisa evidenciou que a atualização constante das práticas e regulamentações é crucial para garantir a qualidade e a segurança alimentar, além de ressaltar a importância do sistema de inspeção nacional, conduzido pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF) e pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), que desempenha um papel crucial na fiscalização das condições de criação, coleta, inspeção e embalagem dos ovos a fim de torná-los não somente a proteína mais acessível para os brasileiros, mas também um produto de alta qualidade.
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