HISTÓRIA E MORFOLOGIA DA RAÇA QUARTO DE MILHA: UMA REVISÃO DE LITERATURA

HISTORY AND MORPHOLOGY OF THE QUARTER MILE BREED: LITERATURE REVIEW

HISTORIA Y MORFOLIGÍA DE LA RAZZA CUARTO DE MILLA: REVIZIÓN DE LA LITERATURA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202409202144


Bruna Oliveira Vieira da Silva1; Bruna Santos da Silva2; Carolina Adba Santos3; Carlos André Vieira Cardoso4; Cibele Azevedo de Jesus5; Claudia Teles de Azevedo6; Samara da Costa Veras de Albuquerque7; Alana Camargo Poncio8


RESUMO: A origem da raça quarto de milha remonta à América nos anos 1600, sendo uma das raças mais antigas e influentes do continente americano. O Quarto de Milha é reconhecido por sua excepcional velocidade e resistência para longas distâncias, sendo apropriado para o trabalho atlético e agrícola. A introdução da raça no Brasil em 1955 e a formação da Associação Brasileira dos Criadores do Quarto de Milha – ABQM, foram os marcos principais que formalizaram a importância da raça no Brasil. O Quarto de milha é também reputada por suas características físicas de corpo robusto, compacto e musculoso, adequadas ao trabalho em diversificadas atividades esportivas como: Três Tambores, Vaquejada e corridas em curtas distância. Além do esporte, a raça revela imenso impacto econômico com bilhões de dólares obtidos através de vendas e marketing. O trabalho da associação é vital para a padronização e continuidade do desenvolvimento desse tipo, e para a manutenção de sua intensa continuação no nicho nacional e internacional.

Palavras-chave: Quarto de milha, Resistência, Velocidade, Esportes.

ABSTRACT: The origin of the breed dates back to America in the 1600s, being one of the oldest and most influential breeds on the American continent. The Quarter Horse is recognized for its exceptional speed and endurance over long distances, and is suitable for athletic and agricultural work. The introduction of the breed in Brazil in 1955 and the formation of the Brazilian Association of Quarter Horse Breeders – ABQM, were the main milestones that formalized the importance of the breed in Brazil. The Quarter Horse is also reputed for its physical characteristics of robust, compact and muscular body, suitable for work in diversified sports activities such as: Three Drums, Vaquejada and short distance races. Beyond the sport, the breed reveals immense economic impact with billions of dollars obtained through sales and marketing. ABQM’s work is vital for the standardization and continuity of the development of this type, and for the maintenance of its intense continuation in the national and international niche.

Keywords: Quarter Horse, Endurance, Speed, sports.

Resumen: el origen de la raza del caballo cuarto de milla se remonta a américa en la década de 1600, siendo una de las razas más antiguas e influyentes del continente americano. el cuarto de milla es reconocido por su excepcional velocidad y resistencia en largas distancias, y es adecuado para el trabajo atlético y agrícola. la introducción de la raza en brasil en 1955 y la formación de la asociación brasileña de criadores de caballos cuarto de milla – abqm, fueron los principales hitos que formalizaron la importancia de la raza en brasil. el cuarto de milla también es reputado por sus características físicas de cuerpo robusto, compacto y musculoso, apto para el trabajo en diversas actividades deportivas como: tres tambores, vaquejada y carreras de corta distancia. más allá del deporte, la raza revela un inmenso impacto económico con miles de millones de dólares obtenidos a través de ventas y marketing. El trabajo de la asociación es vital para la estandarización y continuidad del desarrollo de este tipo, y para el mantenimiento de su intensa continuación en el nicho nacional e internacional.

Palabras clave: Cuarto de milla, Resistencia, Velocidad, deportes.

1. Introdução

Originada nos Estados Unidos a partir do cruzamento de cavalos da Arábia e Turquia, a raça quarto de milha se tornou uma das raças mais conhecidas no mundo equestre pela sua velocidade em curtas distâncias e resistência, possuido uma grande relevância na economia e nos esportes equestres (Pereira,2017).

Com a importação da raça para o Brasil em 1955, e a fundação da Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQM), a raça quarto de milha se tornou um dos pilares dos esportes equestres e do agronegócio no Brasil (Brito Filho, 2014).

A morfologia do cavalo da raça quarto de milha, inclui um corpo compacto, com musculaturas bem desenvolvidas, principalmente na região posterior e garupa, membros fortes e estrutura robusta. Esta raça é amplamente reconhecida por sua resistência, versatilidade, adaptabilidade e velocidade em curtas distâncias, essa conformação física contribui para a realização de diversas modalidades esportivas, como os três tambores, vaquejada, corridas em curtas distâncias, laço comprido (Souza et al., 2017; Pinto, 2018).

Além de suas contribuições para o esporte, os Quarto de Milha têm um enorme valor econômico. Essa variedade não é apenas popular no mercado e no melhoramento genético, mas também desempenha um papel importante na agricultura brasileira, desempenhando um papel significativo na expansão da produção e no crescimento econômico (Mota et al., 1999; Shirota; Barros, 2006). Os esforços da ABQM para organizar e promover a raça têm sido altamente eficazes para garantir a sobrevivência e segurança das práticas associadas ao Quarto de Milha, valorizando o seu valor a nível nacional e internacional (ABQM, 2023).

A presente revisão de literatura tem como objetivo apresentar informações relativas à raça de cavalos Quarto de Milha, destacando suas características morfológicas, sua origem, incidência no Brasil e seu impacto esportivo e econômico. Essa revisão visa expor, de forma direta, os pontos mais pertinentes sobre a raça, tais como resistência, velocidade, e o papel da Associação Brasileira dos Criadores do Quarto de Milha (ABQM), na formação e padronização do Quarto de Milha no Brasil.

2. Referencial Teórico

2.1 História Da Raça Quarto de Milha

A raça Quarto de Milha surgiu nos Estados Unidos por volta do ano de 1600. Ela se originou através do cruzamento de animais oriundos da Arábia e Turquia, sendo a mais antiga e primeira raça de equino desenvolvida na América (ABQM, 2016).

Esse cruzamento produziu cavalos resistentes, compactos, musculosos e velozes, se tornando a raça de cavalo mais rápida a correr curtas distâncias. Nos finais de semana os colonizadores realizavam corridas com a distância de um quarto de milha, originando no nome da raça do equino (Pereira, 2017).

Em 1955, através da importação de seis animais oriundos da Swift-King Ranch (SKR), localizada no Texas, ocorreu a chegada de equinos da raça quarto de milha no Brasil. No dia 15 de agosto de 1969, foi fundada a Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQM), no Parque da Água Branca, em São Paulo (Brito Filho, 2014).

2.2 Morfologia

A raça de cavalos Quarto de Milha é amplamente conhecida por sua morfologia única, que combina velocidade, força e versatilidade, tornando-a uma das raças mais populares e eficazes tanto em competições quanto em atividades de trabalho rural. Com uma altura média de 1,50 a 1,60 metros e peso variando entre 450 a 550 quilos, essa raça apresenta uma conformação muscular robusta, especialmente nas patas traseiras, que são essenciais para sua aceleração rápida e agilidade em corridas curtas. Sua cabeça é relativamente pequena e bem proporcionada, com pescoço curto e poderoso, contribuindo para seu controle e estabilidade em manobras rápidas, como paradas e curvas fechadas. A raça Quarto de Milha se destaca em eventos como rodeios, corridas de curta distância (em especial a tradicional corrida de quarto de milha) e no manejo de gado, devido à sua força, resistência e docilidade (Reginato et al., 2022).

A conformação física desses animais varia de acordo com suas funções específicas. Cavalos criados para corrida possuem uma estrutura mais aerodinâmica, com pernas mais longas e musculatura menos acentuada, proporcionando maior eficiência em sprints. Já os cavalos utilizados para trabalho no campo apresentam um corpo mais compacto e musculoso, o que lhes confere força e resistência para tarefas como o manejo de gado. Segundo estudos genéticos, características como o desenvolvimento muscular e a performance atlética desses cavalos estão associadas a genes como o PDK4 e o COX4I2, os quais apresentam variações entre linhagens voltadas para corrida e trabalho (Rezende; Abreu; Ramires, 2013). Essas descobertas genéticas têm ajudado criadores a desenvolverem linhagens mais especializadas, mantendo a integridade da raça e maximizando seu desempenho (Reginaldo et al., 2022).

Estudos revelam que as práticas de criação seletiva têm sido fundamentais para otimizar as características morfológicas dos cavalos Quarto de Milha, garantindo sua aptidão tanto para o trabalho no campo quanto para competições de alta performance. Além disso, a docilidade e inteligência inerentes da raça contribuem para sua versatilidade em diferentes atividades, reforçando sua popularidade e relevância na indústria equina (Rocha, 2011).

2.3 Principais Provas Realizadas com a Raça Quarto de Milha

Originados nos Estados Unidos, o Quarto de Milha se destaca pela capacidade de acelerar rapidamente em distâncias curtas. Essa raça têm a capacidade de se adaptar a uma variedade de esportes, destacando-se especialmente em competições de alta velocidade. A raça quarto de milha tem contribuído significativamente para o desenvolvimento de várias modalidades, como Vaquejada, Três Tambores, Corrida e Laço Comprido (Donofre et al., 2014).

2.3.1 Três Tambores

A prova de Três Tambores é uma competição de velocidade em que um cavalo e seu cavaleiro devem percorrer um trajeto triangular marcado por três tambores. Depois que o focinho do cavalo passa pela fotocélula, os competidores iniciam o percurso contornando os três tambores em um movimento circular. O percurso pode ser realizado no sentido horário ou anti-horário, e derrubar cada tambor adiciona cinco segundos ao tempo final do competidor. O vencedor é aquele que completar o trajeto no menor tempo (Cavalo Atleta, 2023).

2.3.2 Vaquejada

No século XVIII, as vaquejadas já eram praticadas no Brasil, sendo que, no século XIX ocorreu o primeiro registro de sua exitência. As provas eram realizadas em fazendas e sítios, sem a presença de expectadores e somente na década de 40 foi aberta ao público. Em 1980, houve a definição das regras e a distribuição de prêmios aos competidores. Na última década do século XX, a vaquejada se transformou em um grande evento, com patrocinadores e cobrança de ingressos aos espectadores (Lima et al., 2006).

Com a evolução da vaquejada, passou-se a utilizar cavalos da raça quarto de milha, pois a atividade necessitava de cavalos mais eficientes e que atingissem velocidades rápidas em corridas de curtas distâncias, onde a rapidez e a habilidade do manejo com o gado se destacassem (Xavier, 2002).

Em uma arena de areia com dimensões de cento e vinte metros de comprimento e trinta metros de largura, o cavalo e o cavalheiro tem o objetivo de derrubar o boi dentro de uma área marcada por duas faixas com dez metros de distância uma da outra. Para a aceitação dos pontos (valer o boi), o boi deve cair mostrando as quatro patas e levantar-se dentro deste limite. Centenas duplas de vaqueiros participam do evento, e são compostas pelo puxador e esteira, que possui a função de derrubar o boi pelo rabo e alinhar o animal na pista, impedindo que o animal caia fora da área de pontuação. A dupla que obtiver o maior número de pontuação vence a competição (Lima et al., 2006).

2.3.3 Corridas

As corridas de Quarto de Milha, uma das modalidades mais populares de competição equestre, destacam-se pela velocidade e explosividade desses cavalos em percursos de curta distância. A raça Quarto de Milha, originalmente desenvolvida nos Estados Unidos no século XVII, foi selecionada principalmente por suas habilidades em percorrer distâncias curtas em alta velocidade, sendo reconhecida pela capacidade de acelerar rapidamente, características físicas compactas e musculosas, além de um temperamento dócil, que facilitam tanto o desempenho em corridas quanto o manejo em diversas outras atividades. “A morfologia da raça favorece a aceleração rápida e o desempenho em percursos curtos” (Santos, 2018).

Os cavalos utilizados para corridas geralmente possuem uma altura média entre 1,47 e 1,63 metros, com pesos que variam de 450 a 590 kg. Suas pernas são robustas e longas o suficiente para fornecer o impulso necessário para alcançar velocidades impressionantes em distâncias que normalmente variam de 200 a 400 metros. Em comparação com outras raças de corrida, como o Puro-Sangue Inglês, o Quarto de Milha é mais eficiente em curtos intervalos, tornando-o ideal para competições que exigem explosividade. “A eficiência em curtos percursos coloca a raça como referência em corridas rápidas” (Marchiori, 2018).

A conformação do cavalo Quarto de Milha, com uma musculatura pélvica bem desenvolvida e uma linha superior forte, é otimizada para sprints curtos e intensos. Essas características são reforçadas por programas de criação seletiva, que visam maximizar o potencial genético para desempenho em competições de curta duração. Além disso, a seleção genética de cavalos de corrida da raça Quarto de Milha tem se baseado em estudos de marcadores genéticos, como o gene MSTN, amplamente relacionado ao desenvolvimento muscular e ao desempenho atlético. “O gene MSTN é um dos principais associados ao desenvolvimento muscular e à performance nas corridas” (Marchiori, 2018).

O sucesso em corridas de Quarto de Milha não depende apenas da genética, mas também de um treinamento meticuloso e do gerenciamento cuidadoso dos cavalos. Fatores como alimentação balanceada e prevenção de lesões são essenciais para o melhor desempenho nas competições. Dessa forma, as corridas de Quarto de Milha seguem evoluindo, atraindo entusiastas e criadores em busca de cavalos cada vez mais rápidos e eficientes. “O treinamento específico é fundamental para o sucesso em competições” (Santos, 2018).

2.3.4 Laço Comprido

O laço comprido é uma modalidade equestre tradicional, desenvolvida e praticada somente no Brasil, especialmente popular nas regiões Sul e Centro-Oeste (Mattosinho, 2018). Esta prova, que faz parte da cultura dos rodeios e do manejo de gado, destaca-se pela habilidade e rapidez necessárias para capturar bovinos utilizando um laço longo. A modalidade exige que o cavalo, geralmente da raça Quarto de Milha, mostre agilidade, força e um temperamento equilibrado, características fundamentais para um desempenho eficiente durante a competição (Paiva; Alves, 2019).

O laço comprido é realizado em uma pista demarcada, onde o cavaleiro, montado em seu cavalo, deve laçar o bovino pelas guampas (as partes laterais da cabeça do animal). O cavalo deve ser capaz de responder rapidamente aos comandos do cavaleiro e realizar arranques explosivos para garantir a captura eficaz do bovino. Esta prova combina velocidade e precisão, e exige um alto nível de treinamento tanto do cavalo quanto do cavaleiro (Paiva; Alves, 2019).

A modalidade tem suas origens na região Sul do Brasil, mas ganhou maior importância no Mato Grosso, onde se consolidou como uma tradição local. A prática do laço comprido começou a se desenvolver com a necessidade histórica de manejo eficiente do gado, especialmente em uma época em que cercas eram inexistentes e os animais frequentemente se tornavam bravos e selvagens. A habilidade de laçar tornou-se essencial para o manejo dos rebanhos, e essa tradição foi passada adiante pelos campeiros (Ramires et al., 2013).

Além de seu valor esportivo, o laço comprido possui um profundo significado cultural. Ele preserva práticas históricas dos vaqueiros brasileiros e mantém vivas as tradições rurais ligadas à pecuária. A modalidade é uma manifestação cultural que fortalece a cultura dos rodeios no Brasil e promove a raça Quarto de Milha como uma das mais versáteis para atividades esportivas e culturais (Alves; Sá, 2019).

2.4 Associação Brasileira de Criadores de Quarto de Milha

2.4.1 História da Associação Brasileira de Criadores de Quarto de Milha (ABQM,2024).

 A Associação Brasileira de Criadores de Quarto de Milha (ABQM) foi fundada em São Paulo, em 1969, com o objetivo de fomentar a criação e o desenvolvimento da raça no Brasil. Desde a sua criação, a ABQM tem desempenhado um papel fundamental na organização e padronização da criação da raça, promovendo o registro genealógico e garantindo a pureza e a qualidade dos animais (ABQM, 2024).

A Associação Brasileira de Criadores de Quarto de Milha (ABQM) estabelece diretrizes para garantir a preservação da raça. A aparência é um dos aspectos mais valorizados, com ênfase na demonstração de força e equilíbrio. Os cavalos quarto de milha devem ter sua postura firme, com os posteriores posicionados sob a massa corporal e um suporte equilibrado em todos os quatro membros. Os critérios especiais para registro incluem: Pelagens oficiais alazão, alazão tostado, baio, palomino, castanho, cremelo, lobuno, perlino, preto, rosilho, tordilho, zaino. No entanto, não serão admitidos, para fins de registro, animais com pelagem pampa, pintado e branco, em suas diversas variações, a fim de manter a uniformidade de aparência dentro dos padrões estabelecidos. O andamento do Quarto de Milha é caracterizado por um movimento bom, natural e baixo, com o membro posterior sendo levantado e recolocado no solo de forma direta, proporcionando um trote fluido. Em termos de conformação física, esses cavalos apresentam uma altura média de 1,50m, com um corpo robusto e musculatura bem definida, pesando em torno de 500kg (ABQM, 2024).

Além disso, as cabeças da raça deve ser pequenas, com um perfil anterior reto e conectado ao pescoço em um ângulo de 45°. As faces são musculosas, arredondadas e discretamente convexa, facilitando uma flexão acentuada da cabeça e maior obediência às rédeas. Testa larga, orelhas pequenas, olhos grandes e bem afastados complementam o excelente perfil da cabeça, garantindo um amplo campo de visão. Pescoço de Quarto de Milha de tamanho médio, inserido no corpo em um ângulo de 45º, bem saliente. A ligação entre o gargalo e a cernelha deve ser lisa e a borda inferior reta, o que garante flexibilidade. Os músculos visíveis nas laterais e na parte superior são definitivamente muito proeminentes, embora as fêmeas tendam a ter pescoços mais longos e músculos menos desenvolvidos. O corpo do cavalo deve ser curto e musculoso, principalmente na região entre a cernelha e o lombo, o que permite rápidas mudanças de direção e grande resistência ao peso do cavaleiro. A cernelha deve ser bem definida, de comprimento e espessura adequados, com uma ligeira inclinação do dorso que proporcione apoio suficiente à articulação. Lombos curtos e musculosos e lombos longos e ligeiramente inclinados completam a estrutura sólida do animal. Um peito longo e largo, bem como um peito largo e uma caixa torácica macia contribuem para a capacidade respiratória e resistência física do Quarto de Milha. Os membros anteriores e posteriores são importantes para o equilíbrio da raça, com espáduas inclinados, membros anteriores musculosos e canelas planas proporcionando equilíbrio e absorção de choques. Os cascos devem ser de comprimento médio, com formato semi-circular e pés nas laterais, sem irregularidades (Cartilha Institucional da ABQM, 2016).

2.5 Importância Econômica do Quarto de Milha

A criação da raça Quarto de Milha tem impacto significativo no agronegócio equino no Brasil, são fazendas que ocupam cerca de um milhão de hectares, avaliadas em mais de R$20 bilhões (dados até 13 de janeiro de 2017). Essa raça é dividida em três linhagens: Trabalho, que tem como objetivo o manejo de gado com ênfase na velocidade e agilidade; Conformação, que valoriza o padrão morfológico e estrutural dos cavalos; e Corrida, que se destaca pela alta velocidade em pistas curtas e gera um impacto econômico significativo, pelos prêmios e apostas e também pelos altos custos de manutenção dos animais (Mota et al., 1999; Villela et al., 2002; Mota e Corrêa, 2005).

Os setores do agronegócio equino, desde a produção de insumos até a criação e comercialização final, geram muitos empregos em diversas áreas e movimentam bilhões de reais todos os anos, tornando esse setor essencial para o comércio, tanto no Brasil quanto no exterior.  Mais de 310 mil pessoas atuam diretamente nessa área, além de contarem com o apoio de profissionais como veterinários, agrônomos, zootecnistas e ferradores. (Lima; Shirota; Barros, 2006).

Nos últimos cinco anos, a Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQM) registrou mais de 130 mil novos protos, sendo que a raça gerou cerca de R$ 1 bilhão em leilões e vendeu 27 mil animais.  Vendidos a um preço médio de 37 mil cada cavalo. Hoje, a ABQM conta com 104.238 associados e possui um rebanho de 514.316 cavalos cadastrados em todo o Brasil. A criação desta raça Quarto de Milha tem um impacto considerável no agronegócio equino (ABQM, 2024).

5. Conclusão

A raça equina Quarto de Milha é um exemplo importante de como a seleção genética e a adaptação às necessidades humanas podem criar uma raça com características únicas e adaptativas. Desde suas origens nos Estados Unidos até seu estabelecimento no Brasil, o quarto de milha demonstrou extraordinária adaptabilidade e sucesso em diversas áreas, no esporte e no agronegócio. A morfologia característica do Quarto de Milha, que combina força, velocidade e agilidade, é a base para seu desempenho em competições esportivas e eficiência nas atividades laborais. Modalidades como Três Tambores, Vaquejada e corridas de menor distância demonstram à excelência da raça, enquanto a importância econômica destacada pela ABQM e pelo mercado de leilões destaca seu significativo impacto na indústria equina.

O trabalho da Associação brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQM) é fundamental para a preservação e desenvolvimento da raça, estabelecendo padrões que garantam a qualidade e a continuidade das tradições associadas ao Quarto de Milha. Através de normas, desenvolvimento e regulamentação, a ABQM fortalece a posição do Quarto de Milha no mercado e no cenário esportivo. A importância econômica e cultural desta raça é clara e sublinha não só a sua importância para as empresas agrícolas, mas também o seu valor na preservação das tradições e na promoção de novas perspectivas para o futuro. A pesquisa contínua e a atenção ao desenvolvimento desta raça são essenciais para garantir que o Quarto de Milha continue a prosperar e a desempenhar um papel importante no cenário equestre mundial.

Referências

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1Discente em Medicina Veterinária
Universidade de Vassouras
Endereço: Saquarema, Rj- Brasil
E-mail: bruna.oliver1828@gmail.com

2Discente em Medicina Veterinária
Universidade de Vassouras
Endereço: Saquarema, Rj- Brasil
E-mail: nabrurj1@gmail.com

3Discente em Medicina Veterinária
Universidade de Vassouras
Endereço: Saquarema, Rj – Brasil
carolinaadba6@gmail.com

4Dicente em Medicina Veterinária
Universidade de Vassouras
Endereço: Saquarema, Rj- Brasil
E-mail: carlosandre.saqua@gmail.com

5Discente em Medicina Veterinária
Universidade de Vassouras
Endereço: Saquarema, Rj- Brasil
E-mail: jesusbelyn@gmail.com

6Discente em Medicina Veterinária
Universidade de Vassouras
Endereço: Saquarema, Rj- Brasil
E-mail: clau601048@gmail.com

7Discente em Medicina Veterinária
Universidade de Vassouras
Endereço: Saquarema, Rj- Brasil
E-mail: samaravalbuquerque@gmail.com

8Mestre em Ciências Veterinárias
Universidade Federal do Espírito Santo – Mimoso do Sul, Espírito Santo, ES.
E-mail:alanacp@id.uff.br